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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

ANDRÉ LUIZ PALHANO

BRAIAN NEUMANN

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O PROCESSO CONSTRUTIVO COM

ALVENARIA CONVENCIONAL E COM GESSO ACARTONADO, COM ENFOQUE

NO ALÍVIO DE CARGAS NA ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO

PONTA GROSSA

2012
ANDRÉ LUIZ PALHANO

BRAIAN NEUMANN

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O PROCESSO CONSTRUTIVO COM

ALVENARIA CONVENCIONAL E COM GESSO ACARTONADO, COM ENFOQUE

NO ALÍVIO DE CARGAS NA ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO

Trabalho destinado ao curso de


Engenharia Civil, como requisito
parcial de avaliação para obtenção do
título de Engenheiros Civis.
Orientador: Prof. José Adelino Krüger
Co-orientador: Prof. Nelson Luiz
Madalozzo

PONTA GROSSA

2012
ANDRÉ LUIZ PALHANO

BRAIAN NEUMANN

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O PROCESSO CONSTRUTIVO COM

ALVENARIA CONVENCIONAL E COM GESSO ACARTONADO, COM ENFOQUE

NO ALÍVIO DE CARGAS NA ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO

______________________________________________

Prof. Dr. José Adelino Krüger

(Presidente/Orientador)

______________________________________________

Prof. Esp. Nelson Luiz Madalozzo

(Examinador/Co-orientador)

_____________________________________________

Prof.ª Me. Patrícia Kruger

(Examinadora)

PONTA GROSSA

2012
iii

RESUMO

O crescente desenvolvimento no setor da construção civil, aliado ao


superaquecimento da mesma, tem gerado a busca por novas tecnologias em
materiais e métodos construtivos que venham a trazer agilidade, qualidade e
sustentabilidade na execução das edificações. Uma das etapas ligada às edificações
que merece destaque, com o surgimento de diversas alternativas construtivas é a de
vedação vertical, a qual tem apresentado uma grande variedade de materiais e
técnicas executivas no mercado. Entre essas técnicas está a de vedação vertical
interna com o uso de chapas em gesso acartonado. O presente trabalho citará
características desse novo sistema em comparação ao sistema de alvenaria
convencional, apresentando características dos dois sistemas referentes a materiais,
mão-de-obra, tempo de execução, entre outras. Será apresentada com maior ênfase
a análise do alívio de carga em uma estrutura de concreto armado de um pavimento
tipo adotado, com o dimensionamento de lajes, vigas e alívio de carga para pilares.
Será dimensionada ainda a fundação para um suposto edifício, composto por 4
pavimentos análogos representados pelo pavimento tipo calculado para o trabalho.
Será realizado um comparativo de custos final entre os dois sistemas, concluindo
qual é efetivamente mais vantajoso.

Palavras Chave: alvenaria de tijolos cerâmicos, gesso acartonado, análise


comparativa da estrutura, comparativo de custos.
iv

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Tijolo Cerâmico 6 furos ............................................................................ 4

FIGURA 2 - Argamassa para assentamento de alvenaria pronta para aplicação ....... 5

FIGURA 3 - Marcação da primeira fiada ..................................................................... 6

FIGURA 4 - Assentamento de blocos com auxílio de escantilhão .............................. 8

FIGURA 5 - Execução de encunhamento com argamassa expansiva ........................ 9

FIGURA 6 - Componentes básicos de uma divisória de gesso acartonado .............. 10

FIGURA 7 - Chapas de gesso acartonado ................................................................ 12

FIGURA 8 - Bordas das chapas rebaixadas.............................................................. 12

FIGURA 9 - Guias e montantes da divisória de gesso acartonado ........................... 14

FIGURA 10 - Guias e montantes da divisória de gesso acartonado com passagem

de tubulação .............................................................................................................. 15

FIGURA 11 - Guias e montantes com passagem de infraestrutura para instalações

elétricas ..................................................................................................................... 15

FIGURA 12 - Tipos de parafusos utilizados para fixação de drywall ......................... 16

FIGURA 13 - Modos de colocação do parafuso ........................................................ 17

FIGURA 14 - Exemplo de marcação para paredes ................................................... 19

FIGURA 15 - Exemplo de tubulações de saída de agua já posicionadas ................. 19

FIGURA 16 - Exemplo de guias já posicionadas....................................................... 20

FIGURA 17 - Exemplo de montantes já fixados (com algumas chapas já fixadas) ... 20

FIGURA 18 - Primeira face já fixada (à direita do lado externo e à esquerda do lado

interno) ...................................................................................................................... 21

FIGURA 19 - Exemplo de tubulações hidráulicas já posicionadas ............................ 21

FIGURA 20 - Exemplo de tubulações hidráulicas fixadas ......................................... 22

FIGURA 21 - Duas faces da divisória já colocadas ................................................... 22


v

FIGURA 22 - Tratamento das juntas com fita e massa ............................................. 23

FIGURA 23 - Tratamento das juntas com fita e massa ............................................. 23

FIGURA 24 - Etapas de construção de gesso acartonado ........................................ 24

FIGURA 25 - Exemplo de sistema estrutural tipo laje-viga-pilar com fundação em

sapatas ...................................................................................................................... 29

FIGURA 26 - Exemplo de fundação em sapata retangular ....................................... 35

FIGURA 27 - Projeto arquitetônico para sistema I .................................................... 37

FIGURA 28 - Projeto arquitetônico para sistemas II e III ........................................... 38

QUADRO 1 Comparativo de características técnicas entre drywall e alvenaria

convencional ............................................................................................................. 28

QUADRO 2 - Produtividade variável para execução de assentamento de alvenaria

em tijolos cerâmico furado......................................................................................... 96

QUADRO 3 - Produtividade variável para execução de vedação com gesso

acartonado ................................................................................................................ 97

QUADRO 4 - Produtividade variável para o serviço de revestimento interno de

paredes com argamassa ........................................................................................... 99


vi

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - PLANILHA COMPARATIVA L1 ............................................................. 40

TABELA 2 - PLANILHA COMPARATIVA L2 ............................................................. 41

TABELA 3 - PLANILHA COMPARATIVA L3 ............................................................. 42

TABELA 4 - PLANILHA COMPARATIVA L4 ............................................................. 42

TABELA 5 - PLANILHA COMPARATIVA L5 ............................................................. 43

TABELA 6 - PLANILHA COMPARATIVA L6 ............................................................. 44

TABELA 7 - PLANILHA COMPARATIVA LIGAÇÃO L2-L4 ....................................... 45

TABELA 8 - Resumo de consumo de concreto aço e fôrmas para as lajes .............. 45

TABELA 9 - Custos unitários de concreto, aço e fôrmas .......................................... 46

TABELA 10 - PLANILHA COMPARATIVA V1 ........................................................... 49

TABELA 11 - PLANILHA COMPARATIVA V2 ........................................................... 49

TABELA 12 - PLANILHA COMPARATIVA V3 ........................................................... 50

TABELA 13 - PLANILHA COMPARATIVA V4 ........................................................... 51

TABELA 14 - PLANILHA COMPARATIVA V5 ........................................................... 52

TABELA 15 - PLANILHA COMPARATIVA V6 ........................................................... 53

TABELA 16 - PLANILHA COMPARATIVA V7 ........................................................... 54

TABELA 17 - PLANILHA COMPARATIVA V8 ........................................................... 55

TABELA 18 - PLANILHA COMPARATIVA V9 ........................................................... 56

TABELA 19 - PLANILHA COMPARATIVA V10 ......................................................... 57

TABELA 20 - PLANILHA COMPARATIVA V11 ......................................................... 58

TABELA 21 - PLANILHA COMPARATIVA V12 ......................................................... 59

TABELA 22 - PLANILHA COMPARATIVA V13 ......................................................... 62

TABELA 23 - PLANILHA COMPARATIVA V14 ......................................................... 63

TABELA 24 - PLANILHA COMPARATIVA V15 ......................................................... 64


vii

TABELA 25 - PLANILHA COMPARATIVA V16 ......................................................... 65

TABELA 26 - PLANILHA COMPARATIVA Vpat ........................................................ 66

TABELA 27 - Resumo de consumo de concreto aço e fôrmas para as vigas ........... 66

TABELA 28 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 1 ................................... 69

TABELA 29 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 2 ................................... 70

TABELA 30 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 3 ................................... 71

TABELA 31 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 4 ................................... 72

TABELA 32 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 5 ................................... 73

TABELA 33 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 6 ................................... 75

TABELA 34 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 7 ................................... 76

TABELA 35 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 8 ................................... 78

TABELA 36 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 9 ................................... 79

TABELA 37 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 10 ................................. 80

TABELA 38 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 11 ................................. 81

TABELA 39 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 12 ................................. 82

TABELA 40 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 13 ................................. 83

TABELA 41 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 14 ................................. 84

TABELA 42 - Resumo de consumo de concreto aço e fôrmas para as fundações ... 85

TABELA 43 Quadro resumo de movimentação de terra para fundações.................. 85

TABELA 44 - Custos unitários para execução de fundações .................................... 86

TABELA 45 - COMPARATIVO GLOBAL ENTRE ELEMENTOS ESTRUTURAIS -

AÇO (kg) ................................................................................................................... 87

TABELA 46 - COMPARATIVO GLOBAL ENTRE ELEMENTOS ESTRUTURAIS -

FÔRMAS (m²) ........................................................................................................... 87


viii

TABELA 47 - COMPARATIVO GLOBAL ENTRE ELEMENTOS ESTRUTURAIS -

CONCRETO (m³) ...................................................................................................... 88

TABELA 48 – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA SISTEMA I: Paredes internas com

alvenaria de tijolos cerâmicos ................................................................................... 91

TABELA 49 – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA SISTEMA II: Paredes internas com

gesso acartonado ...................................................................................................... 92

TABELA 50 – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA SISTEMA III: Paredes internas com

gesso acartonado e isolamento com lã mineral ......................................................... 93


ix

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 0
1.1. Justificativa ..................................................................................................... 1
1.2. Objetivos ........................................................................................................ 2
1.2.1. Objetivo Geral .......................................................................................... 2
1.2.2. Objetivos específicos ............................................................................... 2
2. VEDAÇÕES INTERNAS VERTICAIS ................................................................... 2
2.1. CONCEITO GERAL ....................................................................................... 2
2.2. ALVENARIA DE VEDAÇÃO VERTICAL DE TIJOLOS CERÂMICOS ............ 3
2.2.1. Insumos ................................................................................................... 3
2.2.2. Execução do Sistema .............................................................................. 5
2.2.3. Marcação ................................................................................................. 5
2.2.4. Assentamento .......................................................................................... 6
2.2.5. Encunhamento......................................................................................... 8
2.3. ALVENARIA DE VEDAÇÃO VERTICAL DE GESSO ACARTONADO .......... 9
2.4. COMPONENTES BÁSICOS DO SISTEMA ................................................. 11
2.4.1.1. Chapas drywall ................................................................................... 11
2.4.1.2. Acessórios para suporte das chapas ................................................. 14
2.4.1.3. Componentes para fixação................................................................. 16
2.4.1.4. Materiais para tratamento das juntas ................................................. 17
2.4.1.5. Materiais para isolamento termoacústico ........................................... 17
2.5. MÉTODO EXECUTIVO DO SISTEMA ......................................................... 18
2.6. VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS SISTEMAS EM ESTUDO ........... 24
2.6.1. Alvenaria convencional em tijolos cerâmicos ........................................ 25
2.6.2. Sistema em drywall................................................................................ 26
3. ANÁLISE ESTRUTURAL DO PROJETO............................................................ 28
3.1. Considerações de carregamento para as tipologias de paredes englobadas
no estudo ............................................................................................................... 29
3.1.1. Paredes em alvenaria convencional de tijolos cerâmicos...................... 29
3.1.2. Sistema de paredes em gesso acartonado ........................................... 30
3.2. Considerações gerais de cálculo para as lajes ............................................ 30
x

3.3. Considerações gerais de cálculo para as vigas ........................................... 33


3.4. Considerações gerais de cálculo para a fundação ....................................... 34
4. APRESENTAÇÃO DO PROJETO ...................................................................... 36
4.1. COMPARATIVO DAS LAJES ...................................................................... 38
4.1.1. COMPARATIVO INDIVIDUAL ............................................................... 39
4.1.1.1. Laje L1................................................................................................ 40
4.1.1.2. Laje L2................................................................................................ 41
4.1.1.3. Laje L3................................................................................................ 42
4.1.1.4. Laje L4................................................................................................ 42
4.1.1.5. Laje L5................................................................................................ 43
4.1.1.6. Laje L6................................................................................................ 44
4.1.1.7. Ligação L2-L4..................................................................................... 45
4.1.2. COMPARAÇÃO GLOBAL ..................................................................... 45
4.2. COMPARATIVO DAS VIGAS ...................................................................... 47
4.2.1. COMPARATIVO INDIVIDUAL ............................................................... 48
4.2.1.1. Viga V1 ............................................................................................... 49
4.2.1.2. Viga V2 ............................................................................................... 49
4.2.1.3. Viga V3 ............................................................................................... 50
4.2.1.4. Viga V4 ............................................................................................... 51
4.2.1.5. Viga V5 ............................................................................................... 52
4.2.1.6. Viga V6 ............................................................................................... 53
4.2.1.7. Viga V7 ............................................................................................... 54
4.2.1.8. Viga V8 ............................................................................................... 55
4.2.1.9. Viga V9 ............................................................................................... 56
4.2.1.10. Viga V10.......................................................................................... 57
4.2.1.11. Viga V11.......................................................................................... 58
4.2.1.12. Viga V12.......................................................................................... 59
4.2.1.13. Viga V13.......................................................................................... 62
4.2.1.14. Viga V14.......................................................................................... 63
4.2.1.15. Viga V15.......................................................................................... 64
4.2.1.16. Viga V16.......................................................................................... 65
4.2.1.17. Vpat ................................................................................................. 66
4.2.2. COMPARAÇÃO GLOBAL ..................................................................... 66
xi

4.3. COMPARATIVO DE PILARES E FUNDAÇÃO ............................................ 67


4.3.1. COMPARATIVO INDIVIDUAL ............................................................... 68
4.3.1.1. Pilar/Sapata 1 ..................................................................................... 69
4.3.1.2. Pilar/Sapata 2 ..................................................................................... 70
4.3.1.3. Pilar/Sapata 3 ..................................................................................... 71
4.3.1.4. Pilar/Sapata 4 ..................................................................................... 72
4.3.1.5. Pilar/Sapata 5 ..................................................................................... 73
4.3.1.6. Pilar/Sapata 6 ..................................................................................... 75
4.3.1.7. Pilar/Sapata 7 ..................................................................................... 76
4.3.1.8. Pilar/Sapata 8 ..................................................................................... 78
4.3.1.9. Pilar/Sapata 9 ..................................................................................... 79
4.3.1.10. Pilar/Sapata 10................................................................................ 80
4.3.1.11. Pilar/Sapata 11................................................................................ 81
4.3.1.12. Pilar/Sapata 12................................................................................ 82
4.3.1.13. Pilar/Sapata 13................................................................................ 83
4.3.1.14. Pilar/Sapata 14................................................................................ 84
4.3.2. COMPARAÇÃO GLOBAL ..................................................................... 85
4.4. COMPARATIVO GLOBAL DA ESTRUTURA............................................... 86
4.5. COMPARATIVO GLOBAL DA OBRA .......................................................... 90
5. COMPARATIVO DE PRODUTIVIDADE DOS DOIS SISTEMAS ....................... 95
5.1. Produtividade para assentamento de alvenaria em tijolos cerâmicos furados
96
5.2. Produtividade para execução de vedações com gesso acartonado ............ 97
5.3. Considerações de revestimentos e resultado de produtividade final ........... 98
6. CONCLUSÃO ................................................................................................... 101
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 103
APÊNDICE A - PROJETO ARQUITETÔNICO DO PAVIMENTO TIPO -
ALVENARIA/DRYWALL .......................................................................................... 104
APÊNDICE B - PROJETOS ESTRUTURAIS PARA VEDAÇÕES INTERNAS COM
ALVENARIA E DRYWALL....................................................................................... 106
APÊNDICE C - PLANILHA COMPARATIVA DE LAJES ......................................... 111
APÊNDICE D - PLANILHA COMPARATIVA DE VIGAS ......................................... 112
APÊNDICE E - PLANILHA DE ALÍVIO DE CARGA DE PILARES E FUNDAÇÃO.. 113
APÊNDICE F - PLANILHA COMPARATIVA DA FUNDAÇÃO ................................ 115
1. INTRODUÇÃO

A engenharia civil é um campo profissional que está se reinventando a cada

dia. Sempre surgem novas técnicas, novos métodos e principalmente novas ideias

que facilitam e racionalizam os processos construtivos.

O gesso acartonado não é exatamente uma novidade, pois já está no

mercado há certo tempo. Porém nos últimos anos houve um aumento significativo

na sua divulgação, e consequentemente em sua utilização. Vários construtores

começaram a perceber as inúmeras vantagens oferecidas pela técnica, e passaram

a se utilizar deste material.

Entretanto o gesso acartonado ainda não caiu completamente no gosto dos

brasileiros, talvez muito por questões culturais. Através deste trabalho, pretende-se

mostrar que o gesso acartonado possui potencial para ser utilizado em muito maior

escala do que é utilizado hoje, demonstrando suas vantagens construtivas, seus

custos reduzidos e os benefícios indiretos causados dentro de uma obra.

Além disso, como enfoque principal deste trabalho, será comparada a

estrutura de concreto armado necessária para suportar um prédio em duas

situações distintas de carregamento:

1. vedações internas verticais com paredes de alvenaria de tijolos

cerâmicos

2. vedações internas verticais com paredes em gesso acartonado

(com e sem lã mineral).

O objetivo principal desta comparação é verificar o alívio de cargas e a

redução do consumo de materiais para a estrutura, além é claro de verificar a

diferença de custos final na obra de acordo com a opção das vedações.


1

Ao longo do trabalho são mostradas diversas comparações entre os

resultados obtidos para a estrutura e para a obra em níveis individuais de elementos

estruturais, globais para a estrutura e como conjunto final da estrutura e da obra, e

ao fim do mesmo são mostradas as conclusões obtidas ao longo deste estudo.

1.1. Justificativa

Com o passar dos anos e o desenvolvimento tecnológico acelerado é

notável o constante surgimento de novos materiais e processos construtivos no

aquecido setor da construção civil dos dias de hoje. A necessidade pelas busca de

novos materiais, racionalização dos processos produtivos, redução de resíduos e

ganhos de agilidade nas obras, em função da falta de mão-de-obra que assola o

mercado, tem sido fator de extrema importância para que esses novos processos

ganhem cada vez mais espaço no cenário atual.

Uma das etapas das edificações que tem apresentado um grande

desenvolvimento é a das vedações verticais, com o surgimento de vários materiais e

processos construtivos, que vêm pouco a pouco substituindo o antigo e usual

processo de alvenaria convencional em tijolos cerâmicos. Um desses sistemas é o

sistema de vedação vertical em chapas de gesso acartonado, que apesar de ser

utilizado apenas em ambientes internos em razão dos problemas de umidade que

afetam o material, tem características bastante interessantes em relação aos demais

processos existentes, sendo umas das mais consideráveis a leveza do sistema final.

O interesse pelo impacto que esse sistema de vedação causa em uma

estrutura, além do custo final envolvendo todas as vantagens e desvantagens do

mesmo, trouxe a ideia de estudar a viabilidade econômica do uso de paredes


2

internas em gesso acartonado, em comparação ao uso de alvenaria convencional,

dando enfoque no alívio de carga na estrutura.

1.2. Objetivos

1.2.1. Objetivo Geral

Realizar uma análise comparativa de custos entre o sistema de

vedação vertical interna com chapas de gesso acartonado e alvenaria convencional

de tijolos cerâmicos, com ênfase no alívio de carga da estrutura.

1.2.2. Objetivos específicos

- Realizar análise do alívio de carga em uma estrutura de concreto armado

com a utilização de sistema de paredes internas em gesso acartonado em relação

ao sistema de alvenaria convencional de tijolos cerâmicos;

- Comparar custos de materiais e mão de obra entre os dois sistemas de

paredes internas, além do custo da estrutura para as duas situações;

- Explanar vantagens e desvantagens dos dois sistemas em estudo.

2. VEDAÇÕES INTERNAS VERTICAIS

2.1. CONCEITO GERAL

Entende-se como vedação vertical o subsistema do edifício constituído por

elementos que compartimentam, definem os ambientes externos e fornecem

proteção lateral e controle contra a ação de agentes indesejáveis.

Diversos tipos de materiais e técnicas construtivas podem ser utilizados para

a execução das vedações verticais dos edifícios. No Brasil, a técnica mais difundida

e aplicada é a da alvenaria com tijolos cerâmicos ou blocos de concreto. Porém, nos


3

últimos anos, houve um grande crescimento na utilização de materiais leves para

estas vedações, como é o caso do gesso acartonado.

2.2. ALVENARIA DE VEDAÇÃO VERTICAL DE TIJOLOS

CERÂMICOS

Araújo (1995) define alvenaria como ‘’conjunto de blocos artificiais ou

componentes naturais, ordenadamente dispostos, unidos por uma argamassa ou

não, formando um maciço que deve apresentar resistência, durabilidade e

impenetrabilidade’’.

O método de vedação de edificações por meio da aplicação de alvenaria de

tijolos cerâmicos é bastante antigo, com origem ainda no período da Pré-História. A

ligação desses elementos é realizada por utilização de juntas de argamassa que

sofreram constante desenvolvimento ao longo dos séculos, tendo a utilização do

barro, materiais betuminosos, cal, pozolanas, e finalmente o cimento como material

principal para sua composição.

A alvenaria tem basicamente função divisória e de vedação das

edificações, devendo apresentar isolamento térmico e acústico, estanqueidade e

resistência adequada ao longo do tempo. Quando a alvenaria não tem função de

resistir cargas a não ser o seu peso próprio ela é chamada de alvenaria de vedação;

já quando tem função de resistir a cargas funcionando como estrutura é chamada de

alvenaria resistente.

2.2.1. Insumos

Os dois componentes principais para a execução da alvenaria convencional

são o tijolo cerâmico e a argamassa de assentamento.


4

Os tijolos cerâmicos podem ser do tipo maciço ou furado; para o trabalho

serão citados apenas as tipologias mais utilizadas para tijolos furados que é o que

foi adotado para o sistema em alvenaria. Dentre os diversos tamanhos e variações

apresentadas para os tijolos cerâmicos furados, os mais usados na construção civil

são os do tipo 4 furos 9x9x19 cm, 6 furos 9x14x19 cm e 8 furos 9x19x19 cm. Para o

projeto em estudo será adotado o tijolo cerâmico 6 furos (figura 1), com

assentamento a chato para as paredes externas e em cutelo para as internas,

buscando atingir as espessuras finais de projeto, que são de 20 cm e 15 cm

respectivamente.

FIGURA 1 - Tijolo Cerâmico 6 furos


Fonte: http://www.ceramicaiguacu.com.br

A argamassa de assentamento (figura 2) tem a função de solidarizar os

blocos, distribuindo uniformemente as cargas e vedando as juntas de maneira a

eliminar vazios. As argamassas para assentamento podem ser de dois tipos quanto

à sua fabricação: dosadas in loco, quando são fabricadas dentro da própria obra

com traço pré-determinado, ou industrializadas, quando são dosada em central, com

adição de aditivos que lhe competem propriedades específicas.

Essas argamassas são compostas basicamente de cal, areia, cimento e

água dosados adequadamente de forma a apresentar boa trabalhabilidade,

permanecendo plástica por tempo suficiente para os ajustes necessários à sua

aplicação.
5

FIGURA 2 - Argamassa para assentamento de alvenaria pronta para aplicação


Fonte: http://www.argahouse.com.br

2.2.2. Execução do Sistema

Assim como qualquer sistema construtivo, a execução da alvenaria

apresenta etapas de seu início até a obtenção do produto final. As etapas dividem-

se da seguinte maneira: marcação, assentamento e encunhamento.

2.2.3. Marcação

A primeira etapa a ser realizada para o processo de levantamento da parede

em alvenaria de tijolos é conhecido como marcação. Essa etapa nada mais é do que

a locação das paredes constantes no projeto. Com o auxílio de fio de náilon e

tomando-se por base a estrutura, demarcam-se todos os eixos das paredes do

projeto; as linhas devem ser esticadas longitudinalmente e transversalmente,

sempre verificando o esquadro das marcações.

Com as linhas demarcando os eixos das paredes transfere-se o mesmo para

o piso ou laje através do uso de um riscador de fórmica. Tomando-se o eixo

demarcado como referência, a largura da parede é transferida e marcada com o

auxílio de um lápis de carpinteiro.

Com a locação de todas as paredes do projeto finalizadas executa-se a

marcação da primeira fiada dos tijolos; essa etapa é de extrema importância, pois a

mesma servirá de referência para o assentamento das demais fiadas, devendo


6

apresentar nivelamento e modulação adequadas, para que não se apresente

problema no restante do assentamento (figura 3). Durante essa etapa a região da

laje que ficará em contato direto com a argamassa de assentamento deverá ser

chapiscada com antecedência a fim de promover aderência adequada. O mesmo

deve ser verificado para pilares e vigas que estarão em contato com a alvenaria.

FIGURA 3 - Marcação da primeira fiada


Fonte: http://www.instaladorresidencial.webnode.com

2.2.4. Assentamento

Após realizada a locação e o assentamento da primeira fiada de tijolos, com

as devidas verificações de modulação e nivelamento, inicia-se o processo de

levantamento da alvenaria. A NBR 8545/1984, no item 4.1.3 estabelece a seguinte

condição ‘’ O assentamento dos componentes cerâmicos deve ser executado com

juntas de amarração... ’’ sendo a espessura das juntas de no máximo 10 mm. O

assentamento inicia-se pelos tijolos dos cantos da fiada, esticando-se

posteriormente um fio de náilon de um elemento ao outro para ser usada como

referência para o término da fiada; é a chamada prumada guia. Outra maneira de

procedência de assentamento com o nivelamento adequado se faz pelo uso do

escantilhão (figura 4), que nada mais é do que uma régua com as marcações da
7

altura de cada fiada, a qual deve localizar-se nas extremidades das fiadas a fim de

indicar os níveis corretos para o assentamento de cada fiada. É importante durante o

levantamento de cada fiada a verificação de nível e prumo da mesma, buscando

ainda sempre manter a uniformidade das juntas. As fiadas devem ser assentadas

quantas forem necessárias deixando-se um espaço entre a última fiada e a estrutura

de aproximadamente 30 cm conforme recomendação da NBR 8545/1984, para

posteriormente execução da última etapa denominada encunhamento. A NBR

8545/1984 no item (4.1.7) recomenda ainda ‘‘... não deixar panos soltos de alvenaria

por longos períodos e nem executá-los muito altos de uma só vez. ‘’

É importante verificar ainda durante o assentamento a existência de vãos

que futuramente receberão esquadrias, para essas regiões devem ser executadas

vergas e contravergas conforme recomendação da NBR 8545/1984 item 4.3.1.1 “As

vergas e contravergas devem exceder a largura do vão de pelo menos 20cm de

cada lado e devem ter altura mínima de 10cm”. A função das vergas e contravergas

é de, respectivamente, suportar o peso da alvenaria existente acima do vão da

abertura, distribuindo as tensões de maneira uniforme à alvenaria, e de evitar

fissuras geradas pelas alvenarias que nela se apoiam pela inexistência de apoio

lateral.
8

FIGURA 4 - Assentamento de blocos com auxílio de escantilhão


Fonte: http://www.meloalvenaria.com.br

2.2.5. Encunhamento

O processo de encunhamento consiste em promover a ligação entre

alvenaria e estrutura e deve ser executada com técnica e materiais adequados a fim

de evitar problemas entre a ligação dos elementos com as movimentações da

estrutura. A NBR 8545/1984 recomenda no item 4.1.7 que o encunhamento seja

realizado após um período de no mínimo 7 dias após o assentamento da alvenaria,

período esse em que a estrutura já apresentou alguma acomodação.

Algum tempo atrás o processo de encunhamento era popularmente

realizado com o assentamento da última fiada pela utilização de tijolos maciços

inclinados preenchidos com argamassa. Essa metodologia vem sendo substituída

pela utilização de argamassa expansiva com características de elevada plasticidade

e baixo módulo de elasticidade, visando absorção das tensões provenientes da

movimentação estrutural (figura 5).


9

FIGURA 5 - Execução de encunhamento com argamassa expansiva


Fonte: http://www.degraus.eng.br

2.3. ALVENARIA DE VEDAÇÃO VERTICAL DE GESSO

ACARTONADO

O gesso acartonado é, como define SABBATINI [2002] :

“...um tipo de vedação vertical utilizada na compartimentação e separação


de espaços internos em edificações, leve, estruturada, fixa ou desmontável,
geralmente monolítica, de montagem por acoplamento mecânico e
constituída por uma estrutura de perfis metálicos ou de madeira e
fechamento de chapas de gesso acartonado”.

A figura a seguir representa uma divisória de gesso acartonado e seus

componentes:
10

1 - Chapas drywall
2 - Perfil montante
3 - Massa para tratamento de
juntas
4 - Fita para tratamento de
juntas
5 - Parafuso
6 - Perfil guia
7 - Lã mineral

FIGURA 6 - Componentes básicos de uma divisória de gesso acartonado


Fonte: Knauf Folheto Técnico 06/2011

O sistema drywall já é utilizado em países como os EUA há muitos anos, e

juntamente com outros tipos de divisórias leves, como o sistema Light Steel Frame

são os tipos mais difundidos de vedações verticais utilizados nesse país. São

técnicas racionalizadas de construção a seco, que reduzem significativamente o

desperdício de material e aceleram a execução da obra.

No Brasil, a técnica de vedação vertical mais utilizada ainda é a alvenaria de

tijolos cerâmicos. Talvez mais por uma questão cultural, essa técnica ainda se

mantém muito forte no mercado da construção civil, muito pelo fato de o brasileiro

ter a cultura de que a parede de alvenaria é mais resistente do que as vedações

leves. Muitas pessoas ainda são receosas com relação à utilização do drywall pelo

fato de a parede de gesso acartonado, aparentemente, ter uma resistência mecânica

baixa.
11

Esse é um dos preconceitos que aos poucos está sumindo, e o gesso

acartonado vem ao longo dos últimos anos fixando-se no mercado da construção

civil, atingindo um nível de alternativa competitiva para as paredes de alvenaria. Isso

se deve principalmente ao fato de que o gesso acartonado teve seus custos

reduzidos ao longo dos últimos anos, por diversos fatores. Dentre eles podem ser

citados o aumento da demanda, a construção de fábricas e principalmente um

aumento significativo no marketing do produto. Aliado a isso, pode-se também

creditar a colaboração da difusão cada vez maior dos conceitos de sustentabilidade

na construção civil, racionalização da construção e também a necessidade cada vez

maior de velocidade e rendimento nas obras.

2.4. COMPONENTES BÁSICOS DO SISTEMA

Para se entender o método construtivo é necessário conhecer inicialmente

os materiais e componentes utilizados para a sua execução. A seguir são descritos

resumidamente os principais componentes de uma vedação em gesso acartonado.

2.4.1.1. Chapas drywall

Basicamente, uma chapa de gesso acartonado é um sanduiche composto

em sua parte central de um recheio de sulfato de cálcio dihidratado (CaSo4.2H2O)

envolvido por duas chapas de papel cartão. Pelo fato de as chapas de drywall serem

envolvidas com papel cartão, elas apresentam uma superfície lisa, o que facilita

bastante o trabalho de acabamento.


12

FIGURA 7 - Chapas de gesso acartonado


Fonte: http://serralherianaveia.blogspot.com.br/2012/08/drywall-fabricacao-utilizacao-e.html

A borda das chapas deve ser rebaixada (conforme figura 7) para que após o

preenchimento das juntas a parede fique nivelada, sem saliências decorrentes do

rejuntamento, conferindo à parede uma aparência monolítica (conforme figura 8).

FIGURA 8 - Bordas das chapas rebaixadas


Fonte: os autores (2012)
13

As chapas de drywall possuem características diferentes de acordo com o

seu uso:

2.4.1.1.1. Chapas de uso comum

As chapas de uso comum são recomendadas para a maioria dos ambientes

não molhados. São basicamente compostas de gesso envolvido sobre as duas

camadas de papel cartão, formando uma chapa de espessura média de 12,7mm.

Não devem ser submetidas à umidade.

2.4.1.1.2. Chapas resistentes ao fogo

São indicadas para ambientes como vedações de garagens e

compartimentação entre dois apartamentos. É uma chapa um pouco mais difícil de

ser cortada, por possuir uma espessura de até 19 mm. Geralmente o cartão é da cor

rosada.

2.4.1.1.3. Chapas resistentes à água

Indicadas para ambientes molhados, como banheiros, cozinhas, lavanderias

etc. São compostas na sua parte central por gesso e silicone e têm as duas

superfícies cobertas por um cartão hidrofugante, na cor verde.

É um tipo de chapa que deve ser fixado com o maior cuidado para que o

vapor d’água não penetre nas chapas, o que pode deteriorá-las, e também não é

aconselhável o seu uso em ambientes com temperatura superior a 50° C e taxas de

umidade superiores a 95%.

2.4.1.1.4. Chapas resistentes ao impacto

Essas chapas são recomendadas para regiões onde há maior exigência com

relação ao impacto e áreas de grande circulação, como caixas de escada e

corredores. Essas chapas possuem adições no gesso como vermiculita e fibras de


14

vidro, além de o cartão ser de um material mais reforçado. Além disso, é adicionada

uma camada de filme de policarbonato para melhorar a sua resistência mecânica.

2.4.1.2. Acessórios para suporte das chapas

As paredes de drywall podem ser fixadas em estruturas de madeira ou em

estruturas de aço galvanizado. Entretanto, a fixação nos montantes metálicos deve

ser feita com cuidado, para que não haja abaulamento da chapa.

Independentemente do material, o mais importante é que as chapas sejam fixadas

sobre uma base plana e estável, para que não ocorra o risco do aparecimento de

fissuras. No Brasil são utilizados principalmente os perfis metálicos, por estes

apresentarem significativas vantagens com relação aos perfis de madeira, como por

exemplo: grande estabilidade dimensional, menor peso, não combustibilidade e

ausência de ataques biológicos, como insetos e fungos.

Basicamente a estrutura de sustentação do drywall é formada pelos

montantes e guias, conforme a figuras seguinte.

FIGURA 9 - Guias e montantes da divisória de gesso acartonado


Fonte: TANIGUTI, E. K. Método Construtivo de Vedação Vertical Interna de Chapas de Gesso
Acartonado
15

As guias têm por função direcionar as divisórias. São fixadas paralelamente

uma guia no teto e outra no piso. O montante por sua vez fica na vertical, servindo

para a estruturação da divisória.

Visualmente os montantes e as guias são bem parecidos, mas é fácil de

distingui-los. O montante é ligeiramente menor do que a guia, para que a guia entre

no mesmo, e o montante possui aberturas, para facilitar a passagem de tubulações

e fiações, conforme pode ser visto nas figuras a seguir:

FIGURA 10 - Guias e montantes da divisória de gesso acartonado com passagem de


tubulação
Fonte: os autores (2012)

FIGURA 11 - Guias e montantes com passagem de infraestrutura para instalações elétricas


Fonte: os autores (2012)
16

2.4.1.3. Componentes para fixação

Os componentes para fixação das chapas na estrutura são basicamente

pregos e parafusos (pregos para estrutura de madeira e parafusos na estrutura

metálica). Como o enfoque é maior no uso da estrutura metálica, então será dado

destaque aos parafusos.

FIGURA 12 - Tipos de parafusos utilizados para fixação de drywall


Fonte: TANIGUTI, E. K. Método Construtivo de Vedação Vertical Interna de Chapas de Gesso
Acartonado

É importante também que a cabeça do parafuso não fique saliente, nem

reentrante, para que o parafuso resista aos esforços necessários e também não

prejudique o acabamento da superfície da chapa.


17

FIGURA 13 - Modos de colocação do parafuso


Fonte: TANIGUTI, E. K. Método Construtivo de Vedação Vertical Interna de Chapas de Gesso
Acartonado

2.4.1.4. Materiais para tratamento das juntas

Para que a aparência final da divisória seja de algo monolítico, é necessário

realizar o tratamento das juntas entre as chapas de gesso. Os materiais necessários

para se realizar esse tratamento são:

2.4.1.4.1. Massas para tratamento nas juntas

As massas para tratamento de juntas são à base de gesso e possuem

aditivos, que conferem maior trabalhabilidade e plasticidade à massa.

2.4.1.4.2. Fitas para tratamento de juntas

Essas fitas são utilizadas para reforçar os cantos e também para o reparo de

fissuras. Podem ser fitas de véu de fibra ou fitas de papel.

2.4.1.5. Materiais para isolamento termoacústico

Para melhorar o desempenho termoacústico da divisória, pode se utilizar

materiais preenchendo o miolo da divisória, sendo comum a uso de lã de rocha ou lã

de vidro. Ambos são fibras, e diferem basicamente quanto à matéria prima básica e

quanto ao processo de fabricação.


18

Quanto aos parâmetros técnicos, ambos têm praticamente os mesmos

resultados em termos de isolamento termo acústico.

Como o Brasil é um país onde o inverno não é tão rigoroso, as exigências

quanto ao isolamento térmico não são tão elevadas, portanto o enfoque da utilização

destas lãs minerais está mais atrelado ao isolamento acústico que as mesmas

podem proporcionar.

Segundo o folheto técnico da KNAUF 06/2011, o isolamento acústico de

uma parede de alvenaria com 15 cm de espessura é da ordem de 36 a 38 dB, ao

passo que uma parede de drywall com 10 cm de espessura sem lã de rocha é da

ordem de 35 a 37 dB. A mesma parede de drywall com lã de rocha possui

isolamento de 42 a 44 dB.

2.5. MÉTODO EXECUTIVO DO SISTEMA

As paredes de drywall possuem execução que exige mão de obra

qualificada, porém o processo executivo é relativamente simples, e apresenta

diversas vantagens, sendo uma das principais delas o fato de ser uma construção

limpa, com poucos resíduos.

A locação se dá da mesma maneira que se dá nas paredes de alvenaria;

através do tradicional método com linha, trena e prumo.


19

FIGURA 14 - Exemplo de marcação para paredes


Fonte: os autores (2012)

Alguns cuidados devem ser tomados antes do inicio da execução das

paredes, como por exemplo:

- todos os serviços que utilizam água devem estar terminados, como cura de

concreto e revestimentos argamassados em eventuais paredes de alvenaria;

- todos os contrapisos e regularizações já devem estar prontos;

- todas as saídas de tubulações de elétrica e hidráulica já devem estar

posicionadas.

FIGURA 15 - Exemplo de tubulações de saída de agua já posicionadas


Fonte: os autores (2012)
20

Independentemente da largura, da espessura, ou do tipo da chapa a ser

utilizada, existem algumas etapas básicas que devem ser seguidas para a execução

das paredes de drywall:

- locação e fixação das guias:

FIGURA 16 - Exemplo de guias já posicionadas


Fonte: os autores (2012)

- colocação dos montantes:

FIGURA 17 - Exemplo de montantes já fixados (com algumas chapas já fixadas)


Fonte: os autores (2012)
21

- fechamento da primeira face da divisória:

FIGURA 18 - Primeira face já fixada (à direita do lado externo e à esquerda do lado interno)
Fonte: os autores (2012)

- passagem de tubulações hidráulicas, elétricas, fiações etc.:

FIGURA 19 - Exemplo de tubulações hidráulicas já posicionadas


Fonte: os autores (2012)
22

FIGURA 20 - Exemplo de tubulações hidráulicas fixadas


Fonte: os autores (2012)

- fechamento da segunda face da divisória

FIGURA 21 - Duas faces da divisória já colocadas


Fonte: os autores (2012)
23

- tratamento das juntas

FIGURA 22 - Tratamento das juntas com fita e massa


Fonte: os autores (2012)

- acabamento e revestimento final

FIGURA 23 – Paredes de gesso acartonado prontas para pintura


Fonte: os autores (2012)
24

A figura a seguir mostra esquematicamente essas etapas e a sequência

construtiva:

FIGURA 24 - Etapas de construção de gesso acartonado


Fonte: TANIGUTI, E. K. Método Construtivo de Vedação Vertical Interna de Chapas de Gesso
Acartonado

2.6. VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS SISTEMAS EM

ESTUDO

Existe muita discussão a respeito das vantagens e desvantagens entre os

sistemas de alvenaria convencional e o sistema de paredes com chapas de gesso

acartonado. A principal discussão está acerca da qualidade do sistema em drywall

que vem surgindo no mercado. Para isso é interessante verificar as vantagens e

desvantagens de cada um dos sistemas para a análise adequada de qual sistema

adotar conforme a necessidade de cada obra e utilização.


25

2.6.1. Alvenaria convencional em tijolos cerâmicos

2.6.1.1.1. Vantagens

Sabbatini (2001) cita algumas vantagens da alvenaria de vedação:

- bom isolamento térmico, acústico e estanqueidade à água;

- excelente resistência ao fogo;

- excelente resistência mecânica;

- a durabilidade dos componentes cerâmicos pode ser considerada infinita

(maior do que 1000 anos);

- a durabilidade das argamassas de assentamento é pouco maior do que

100 anos;

- os componentes da alvenaria são pré-fabricados, porém em menor módulo,

podendo flexibilizar a construção;

- facilidade de produção de componentes em qualquer dimensão;

- matéria prima encontrada com facilidade;

- relativamente baixo consumo energético;

- boa manuseabilidade;

- transporte e estocagem simples;

- ainda é o processo mais utilizado.

2.6.1.1.2. Desvantagens

Sabbatini (2001) cita algumas desvantagens da alvenaria de vedação:

- mão de obra especializada para execução;

- baixa produtividade na execução;

- domínio técnico centralizado na mão de obra executora;

- imagem ‘’antimoderna’’ devido à técnica ser antiga;


26

- para ter textura lisa há necessidade de revestimentos adicionais;

- possibilidade maior de acidentes no caso de utilização de andaimes e

balancins;

- maior quantidade de resíduos.

2.6.2. Sistema em drywall

2.6.2.1.1. Vantagens

Algumas vantagens observadas no sistema de drywall são citadas a seguir:

- maior precisão dimensional em razão de ser montado por componentes

produzidos industrialmente;

- possuem superfície plana e textura lisa com aspecto monolítico,

possibilitando aplicação de revestimento com espessura reduzida, sem a

necessidade de camadas de regularização;

- sistema leve em relação aos demais, reduzindo as cargas na estrutura e

fundação;

- construção a seco, podendo gerar maior limpeza e organização do canteiro

com redução de resíduos na obra;

- são adaptáveis aos diversos tipos de estrutura (concreto, madeira e aço);

- ótimo desempenho térmico e acústico, ainda mais quando associado ao uso

de lã mineral em seu interior;

- proporciona o aumento de área útil, uma vez que as paredes podem ser

mais finas;

- velocidade de execução das instalações;

- pagamento realizado por m² executado, não importando interrupções

existentes (feriados, afastamentos, intempéries etc.) gerando maior produtividade

em relação a outros sistemas;


27

- permite maior flexibilidade de layout.

2.6.2.1.2. Desvantagens

- resistência mecânica reduzida: cargas pontuais acima de 35kg devem ser

revistas com antecedência, para instalar reforços no momento da execução;

- sensibilidade à umidade impedindo sua aplicação em podendo gerar

problemas patológicos quando utilizado em locais com possibilidade de ação de

água. Para que as paredes de gesso não apresentem ao longo do tempo formação

de bolor e manchas de umidade, são necessários cuidados quanto ao tipo de chapa

a ser empregada, a detalhes executivos, à impermeabilização e à proteção

superficial;

- necessidade de planejamento para obtenção de vantagens potenciais;

- barreira cultural do construtor e do consumidor;

- falta de visão sistêmica dos construtores, de modo que o potencial de

racionalização oferecido pelo sistema não é totalmente explorado.

Dos pontos vantajosos citados para alvenaria convencional e o sistema de

gesso acartonado, talvez o que venha gerar maior discussão seja a respeito do

conforto acústico que as paredes em gesso acartonado venham a proporcionar. A

incerteza a respeito do isolamento acústico do drywall é muitas vezes fator decisivo

na escolha do sistema convencional de alvenaria, porém falta conhecimento a

respeito das características do material. Com as novas tecnologias e aplicação de

soluções como a lã de vidro, os resultados de isolamento acústico para os sistemas

em drywall acabam sendo melhores do que para o sistema de vedação em alvenaria

convencional, sendo que mesmo sem a utilização da lã os valores observados para

o drywall acabam sendo equivalentes ou até melhores do que para a alvenaria

(Quadro 1).
28

QUADRO 1 Comparativo de características técnicas entre drywall e alvenaria convencional


Fonte: http://www.bassani.com.br/Comparativo-Sistemas-Construcao-Seco-Alvenaria.aspx

3. ANÁLISE ESTRUTURAL DO PROJETO

Antes de se iniciar a demonstração dos resultados obtidos com o trabalho, é

importante esclarecer os métodos e as considerações adotadas para o cálculo

estrutural do projeto em questão.

O sistema estrutural adotado para o trabalho é do tipo convencional (tipo

laje-viga-pilar) (figura 25) em estrutura de concreto armado, com lajes se apoiando

em vigas, as quais se apoiam em pilares. A fundação adotada para estudo é do tipo

rasa por sapatas rígidas de base retangular.


29

FIGURA 25 - Exemplo de sistema estrutural tipo laje-viga-pilar com fundação em sapatas


Fonte: os autores (2012)

Para o dimensionamento da estrutura foram adotados todos os

procedimentos constantes na NBR 6118/07 – Projeto de estruturas de concreto -

Procedimento. O dimensionamento será realizado para lajes, vigas e fundação; para

pilares será realizada apenas análise de alívio de carga entre os dois sistemas em

estudo juntamente com a análise do dimensionamento da fundação.

3.1. Considerações de carregamento para as tipologias de

paredes englobadas no estudo

3.1.1. Paredes em alvenaria convencional de tijolos

cerâmicos

Utilizadas com espessura final de 20 cm para paredes externas da

edificação e 15 cm para as paredes internas, apresentam peso específico de 13,0

kN/m³.
30

3.1.2. Sistema de paredes em gesso acartonado

3.1.2.1. Paredes W111-95/70 – Utilizadas como substitutas das paredes

internas apoiadas sobre laje, com espessura final de 9,5 cm e peso específico de

2,32 kN/m³.

3.1.2.2. Paredes W112-140/90 – Utilizadas como substitutas das

paredes internas apoiadas sobre vigas com largura igual a 12 cm, apresenta

espessura final de 14cm e peso específico de 3,00 kN/m³.

3.1.2.3. Paredes W115-160/70 – Utilizadas como substitutas das

paredes internas apoiadas sobre vigas com largura igual a 14 cm, apresenta

espessura final de 16cm e peso específico de 2,75 kN/m³.

3.2. Considerações gerais de cálculo para as lajes

As lajes são elementos bidimensionais, assim chamadas por apresentarem

grande área em relação à sua espessura, e são solicitadas principalmente por

cargas normais ao seu plano médio, suportando cargas atuantes diretamente sobre

o pavimento e as transmitindo às vigas que as circundam. Existem ainda as lajes

que transmitem a carga diretamente aos pilares, mas que não se aplicam no

desenvolvimento deste trabalho.

O pavimento em estudo é composto por seis panos de lajes maciças de

concreto armado, variando de espessura conforme projeto. As espessuras foram

determinadas de acordo com a necessidade de cada elemento e obedecendo à

espessura mínima da NBR 6118/2007 – Projeto de estruturas de concreto, variando

pela análise de vãos e carregamentos e sendo expressas na planta de fôrmas das

lajes no apêndice B. Todas as lajes do projeto apresentam 4 vínculos de apoio,

sendo armadas em cruz, com exceção da laje L5, a qual é armada em uma só
31

direção. Para considerações de apoio simples ou engaste foi considerado o

seguinte: nas extremidades da edificação as lajes foram consideradas simplesmente

apoiadas, a fim de evitar o efeito indesejado de torção nas vigas de periferia; as lajes

L1 e L6 foram consideradas simplesmente apoiadas em todas a bordas, devido ao

rebaixo de 10 cm em relação às demais; as lajes L2 e L4 foram consideradas

engastadas entre si e simplesmente apoiadas nas demais bordas; a laje L3 foi

considerada engastada na laje L2 com as demais bordas simplesmente apoiadas,

porém a laje L2 não foi considerada engastada na L3 devido às grandes diferenças

de dimensões entre as mesmas; a laje L5 foi considerada simplesmente apoiada em

todas as bordas.

Para o carregamento das lajes foram considerados os seguintes geradores

de carga:

- peso próprio das lajes: variando conforme espessura da mesma e

considerando-se peso específico do concreto de 25,00 kN/m³.

- peso de revestimentos: incluindo reboco inferior com 2,50 cm de espessura

e peso final de 0,48 kN/m²; contrapiso em argamassa com 2,50 cm de espessura e

peso final de 0,53 kN/m²; argamassa colante para piso com peso de 0,04 kN/m² e

cerâmica com peso de 0,18 kN/m².

- peso do enchimento: compreende caliça de enchimento com 7,50 cm de

espessura e peso final de 0,75 kN/m² com lastro de concreto desempenado de

5,00cm de espessura e peso de 1,25 KN/m²; impermeabilização para sacadas com

peso final de 0,53 kN/m².

- peso de paredes apoiadas sobre as lajes: para as lajes armadas em cruz

foi considerado carregamento uniformemente distribuído em toda a superfície da

laje, independentemente da localização da parede sobre a mesma; para a laje L5,


32

na qual a parede é localizada paralela à direção de armação houve consideração do

peso da mesma distribuído em uma faixa da laje de largura igual à metade do vão

teórico na direção da armação.

- sobrecarga: foi considerada conforme NBR 6120/1980 – Cargas para o

cálculo de estruturas de edificações. Pela utilização como edifício residencial foi

adotada sobrecarga de 1,50 kN/m².

É importante ressaltar ainda que o peso de enchimento aplica-se somente

para as lajes L1 e L6, as quais são rebaixadas 10 cm em relação às demais e

apresentam a particularidade da presença de sacada em suas extremidades. Esse

fato traz a necessidade de execução de enchimento para as áreas referentes ao

quarto na laje L1 e a sala de TV na laje L6, a fim de as mesmas apresentarem nível

final do piso igual ao das outras lajes e superior à área de projeção das sacadas, as

quais não recebem enchimento. As áreas que recebem o enchimento apresentam

ainda um lastro de concreto desempenado substituindo a necessidade de execução

do contrapiso; já para a área das sacadas foi considerado adicional de

impermeabilização no carregamento, o qual as demais lajes não apresentam. Os

demais carregamentos são análogos para todas as lajes, variando apenas para as

paredes apoiadas sobre elas.

Para determinação dos esforços na laje L5, armada em uma só direção, foi

utilizado o mesmo método para a obtenção de esforços em vigas, considerando-se

uma faixa de largura igual a 1,00 m. Para a obtenção dos esforços nas lajes

armadas em cruz foi adotado o processo simplificado de Marcus com a utilização de

tabelas para cada situação das lajes em estudo. No dimensionamento das lajes

foram considerados coeficientes de majoração de esforços e minoração da

resistência dos materiais empregados. Para o concreto das lajes foi adotado fck de
33

25 MPa aos 28 dias e para o detalhamento sistema de posições contínuas podendo

o mesmo ser visualizado no apêndice B do trabalho.

Para o dimensionamento manteve-se a espessura das lajes iguais para os

dois sistemas em estudo, analisando apenas a variação no consumo de aço para

cada laje isolada.

3.3. Considerações gerais de cálculo para as vigas

Segundo a NBR 6118/07 (item 14.4.1.1), as vigas ‘’são elementos lineares

onde a flexão é preponderante’’. Elementos lineares são definidos como aqueles em

que o comprimento longitudinal supera em pelo menos três vezes a maior dimensão

da seção transversal. Tem como funções: resistir aos esforços provocados pelas

cargas atuantes diretamente sobre elas incluindo seu peso próprio, somadas às

cargas provenientes das lajes e transmiti-las aos pilares.

O projeto em estudo é composto por 17 vigas, variando de seção conforme

estudo de necessidade em função de vãos e carregamentos. Os elementos que

carregam diretamente esses elementos são as lajes e trechos de paredes apoiadas

sobre as mesmas.

Para efeito de dimensionamento das vigas adotou-se como padrão a altura

útil necessária para que todos os elementos apresentem seção com armadura

simples, ou seja, a armadura tracionada entra em escoamento antes do concreto

comprimido se romper, caracterizando elementos de seção subarmada. Para efeito

de análise estrutural, todas as vigas foram consideradas contínuas visando a melhor

distribuição de esforços e otimização no dimensionamento. Algumas considerações

usadas no dimensionamento são de importante conhecimento, sendo elas: para

todas as vigas foi considerada a utilização de armadura de montagem composta por


34

duas barras de aço CA 60 5,0 mm com a função de otimizar ao máximo as barras

responsáveis por combate a momento negativo, sendo que sem essa consideração

seria inevitável em alguns casos que barras utilizadas para resistir a pequenos

trechos de esforços de momento negativo teriam que ser prolongadas até os apoios;

para haver o máximo de imparcialidade possível, tentou-se adotar altura para as

vigas em função de uma relação entre altura útil mínima e altura útil na faixa de 70 a

75%, considerando-se ainda variações de seção com valores utilizáveis na prática,

trazendo a situação o mais próximo possível da realidade das obras. Para o

dimensionamento das vigas para os sistemas em estudo foi realizada quando

possível a redução de seções desses elementos, existindo agora três variáveis em

estudo, fôrmas, concreto e aço, ao contrário do realizado para as lajes nas quais a

análise procedeu-se apenas para a variação no consumo de aço.

3.4. Considerações gerais de cálculo para a fundação

O tipo de fundação adotado para o projeto é rasa por sapata retangular

rígida com desenvolvimento em tronco de pirâmide (figura 26). Tal escolha está

diretamente ligada ao fato de que mesmo ocorrendo pequenas variações para a

carga sobre os elementos, sempre existirão variações para o elemento estrutural em

estudo. Tal fato não seria observado para a utilização de uma fundação profunda em

bloco de estacas, no qual para variações consideráveis muitas vezes não seriam

realizadas reduções no número de estacas de uma situação para a outra.


35

FIGURA 26 - Exemplo de fundação em sapata retangular


Fonte: Fonte: http://www.ecivinetl.com

Segundo a NBR6122/10 (item 3.1), fundação superficial é definida como:

“...elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas


tensões distribuídas sob a base da fundação, e a profundidade de
assentamento em relação ao terreno adjacente à fundação é inferior a duas
vezes a menor dimensão da fundação.”

A NBR6122/10 define ainda sapata no item 3.2 como sendo um:

“...elemento de fundação superficial, de concreto armado, dimensionado de


modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo
emprego de armadura especialmente disposta para esse fim.”

Para o dimensionamento e a quantificação de insumos necessários à

verificação de economia na fundação foram adotados parâmetros que devem ser

mencionados para compreensão do trabalho. Foi considerado que as sapatas tem

sua base apoiada a 1,0 metro de profundidade em relação ao terreno natural, e que

a superfície de assentamento da mesma é caracterizada por material do tipo argila

rija com valor de pressão admissível igual a 200 kN/m², sendo considerado ainda um

lastro de concreto de 5,0 cm de espessura. O fck adotado para o concreto das

sapatas foi de 20 MPa aos 28 dias. As dimensões de cada elemento dependem

diretamente da carga que cada pilar descarrega na sapata. A carga atuante na

fundação foi obtida tomando-se por base a simulação para um edifício de 3


36

pavimentos tipo mais uma cobertura, no qual multiplicou-se por 4 a carga no pilar

para um pavimento, somando-se ainda o peso próprio acumulativo em todos os

pavimentos mais o trecho de pilar sob o solo.

O dimensionamento das sapatas foi realizado por meio da elaboração de

planilhas em Microsoft Excel®, considerando-se dimensionamento à flexão simples

na condição de seção subarmada; foi realizada ainda verificação de cisalhamento.

4. APRESENTAÇÃO DO PROJETO

O projeto escolhido é uma adaptação para um pavimento tipo de uso

residencial, o qual apresenta área construída de 129,43 m².

Para facilitar o decorrer do trabalho entenda-se:

Sistema I como referente ao projeto com utilização de paredes internas em

alvenaria de tijolos cerâmicos; e

Sistema II como referente à utilização de paredes internas em gesso

acartonado.

A seguir são demonstradas as imagens dos projetos arquitetônicos dos dois

sistemas. Nos apêndices estas plantas estão em escala adequada para melhor

visualização, bem como os projetos estruturais.


37

FIGURA 27 - Projeto arquitetônico para sistema I


Fonte: os autores (2012)
38

FIGURA 28 - Projeto arquitetônico para sistemas II e III


Fonte: os autores (2012)

Com base nos projetos apresentados, pode-se iniciar a demonstração dos

resultados obtidos, com os comparativos individuais e globais da estrutura e da obra

em si.

4.1. COMPARATIVO DAS LAJES

O projeto do pavimento tipo em estudo é composto por seis panos de laje

conforme planta de fôrmas. As lajes foram consideradas simplesmente apoiadas nas

extremidades da edificação com a finalidade de evitar o efeito indesejado de torção

nas vigas de periferia.


39

A escolha de critérios que sejam levados à risca para a comparação não é

fácil de ser realizada podendo ser feita uma análise de vários fatores, como

economia de concreto e fôrmas, economia de aço ou mesmo a redução dos três

itens que englobam a estrutura. Para efeito de comparação das lajes, as espessuras

foram consideradas iguais para os dois sistemas, fazendo-se a análise apenas

referente à redução de aço para as mesmas.

4.1.1. COMPARATIVO INDIVIDUAL

Devido às condições de projeto, verificam-se lajes mais carregadas de

paredes, e outras com menor concentração, por isso as variações são bastante

grandes e a análise será realizada tomando-se cada elemento individualmente com

o uso de tabelas que facilitem o entendimento. Essa análise individual permite um

estudo mais detalhado, verificando quais são as características específicas das lajes

com maior ou menor alívio.

Para isso serão analisados os seguintes itens:

- momento fletor positivo máximo nas duas direções da laje e ainda análise

das ligações quando consideradas engastadas;

- espessura, observando-se que é igual para os dois sistemas;

- armadura adotada conforme dimensionamento;

- massa de aço referente às armaduras resistentes ao momento fletor;

- área de fôrmas e volume de concreto, servindo apenas para efeito de

exposição devido ao fato de os mesmos não apresentarem variação em decorrência

das espessuras constantes para ambas as situações.


40

4.1.1.1. Laje L1

TABELA 1 - PLANILHA COMPARATIVA L1

ALVENARIA DRYWALL variação (%)

MMÁX (kN.m/m) Espessura (cm) 10 10 -

Mx (kN.m/m) 8,05 8,05 0,00

My (kN.m/m) 2,79 2,79 0,00

ΦLX ᶲ6,3 c/8,0 ᶲ6,3 c/8,0 -


AÇO

ΦLY ᶲ4,2 c/17,0 ᶲ4,2 c/17,0 -


Massa Total (Kg) 74,53 74,53 0,00
Concreto (m³) 1,93 1,93 0,00
fôrmas (m²) 19,27 19,27 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A laje L1 localiza-se em uma das periferias da edificação e é rebaixada 10

cm em relação às demais, com exceção da L6. Por esse motivo ela foi considerada

somente apoiada em todas as bordas, evitando o esforço indesejado de torção nas

vigas que à suportam. Os carregamentos são análogos para os dois sistemas,

mediante o fato de não existirem paredes internas apoiadas diretamente sobre a

laje, e por isso não houve alteração no dimensionamento.


41

4.1.1.2. Laje L2

TABELA 2 - PLANILHA COMPARATIVA L2

ALVENARIA DRYWALL variação (%)

MMÁX (kN.m/m) Espessura (cm) 10 10 -

Mx (kN.m/m) 6,01 5,02 -16,47

My (kN.m/m) 2,17 1,85 -14,75

ΦLX ᶲ5,0 c/8,0 ᶲ5,0 c/10,0 -


AÇO

ΦLY ᶲ4,2 c/17,0 ᶲ4,2 c/17,0 -


Massa Total (Kg) 57,61 48,94 -15,05
Concreto (m³) 2,17 2,17 0,00
fôrmas (m²) 21,65 21,65 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A laje L2 apresentou uma queda significativa para os esforços de flexão,

gerando uma redução de 16,47% para o momento fletor na direção de x, e 14,75%

para o momento fletor na direção de y na utilização de paredes de gesso

acartonado. Esse fato é retratado pela existência de trechos de paredes internas

apoiadas diretamente sobre a laje, o primeiro medindo 3,96 m e o segundo 2,36 m

de comprimento, sendo ambos com 2,80 m de altura.

Analisando-se o consumo de aço verifica-se uma economia de 15,05% na

utilização do sistema de construção a seco.


42

4.1.1.3. Laje L3

TABELA 3 - PLANILHA COMPARATIVA L3

ALVENARIA DRYWALL variação (%)

MMÁX (kN.m/m) Espessura (cm) 10 10 -

Mx (kN.m/m) 0,37 0,37 0,00

My (kN.m/m) 0,40 0,40 0,00

Xx (kN.m/m) 1,05 1,05 0,00

ΦLX ᶲ4,2 c/17,0 ᶲ4,2 c/17,0 -


ΦLY ᶲ4,2 c/17,0 ᶲ4,2 c/17,0 -
AÇO

ΦLXX ᶲ5,0 c/16,0 ᶲ5,0 c/16,0 -


Massa Total (Kg) 3,56 3,56 0,00
Concreto (m³) 0,16 0,16 0,00
fôrmas (m²) 1,58 1,58 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A laje L3 apresenta analogia para ambos os sistemas devido ao fato de

não existirem paredes apoiadas sobre essa laje. Portanto não se verificam

variações no dimensionamento dessa laje.

4.1.1.4. Laje L4

TABELA 4 - PLANILHA COMPARATIVA L4

ALVENARIA DRYWALL variação (%)

Espessura (cm) 10 10 -
MMÁX (kN.m/m)

Mx (kN.m/m) 6,60 4,65 -29,55

My (kN.m/m) 2,75 1,90 -30,91

ΦLX ᶲ6,3 c/10,0 ᶲ5,0 c/11,0 -


AÇO

ΦLY ᶲ4,2 c/17,0 ᶲ4,2 c/17,0 -


Massa Total (Kg) 66,08 43,37 -34,37
Concreto (m³) 2,06 2,06 0,00
fôrmas (m²) 20,55 20,55 0,00
Fonte: Os autores (2012)
43

A laje L4 foi a que apresentou maior economia de aço, com reduções

bastante significativas para todas as variações analisadas. Foi verificada uma

redução de 29,55% para o esforço de momento fletor na direção de x, e uma

redução de 30,91% para o esforço na direção de y. Tais reduções verificam-se pela

substituição de um sistema pelo outro de três paredes internas apoiadas sobre a

laje, a primeira com 4,18 m a segunda com 2,49 m e a terceira com 3,86 m de

comprimento, sendo todas com 2,80 m de altura. Em termos de redução de material

gerado, verificou-se uma economia de aço da ordem de 34,37% para o sistema em

drywall.

4.1.1.5. Laje L5

TABELA 5 - PLANILHA COMPARATIVA L5

ALVENARIA DRYWALL variação (%)

Espessura (cm) 8 8 -
MMÁX (kN.m/m)

Mx (kN.m/m) 2,80 2,80 0,00

Mx' (kN.m/m) 5,66 3,13 -44,70

ΦLX ᶲ5,0 c/13,0 ᶲ5,0 c/13,0 -


AÇO

ΦLX' ᶲ8,0 c/13,0 ᶲ5,0 c/12,0 -


Massa Total (Kg) 25,24 21,12 -16,32
Concreto (m³) 0,82 0,82 0,00
fôrmas (m²) 10,24 10,24 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A laje L5 é diferenciada das demais pelo fato de tratar-se de uma laje

armada em uma só direção com esforço de momento fletor somente para direção de

x. Como pode ser visualizado na tabela existem dois momentos na direção x, Mx e

Mx`, isso ocorre devido à existência de um diferencial de carregamento, verificado

pela presença de parede sobre a laje, pois diferentemente do sistema em cruz a

carga da parede foi considerada distribuída em apenas uma faixa da laje, e não
44

distribuída sobre todo o pano. Com isso são feitas duas análises, a primeira para o

trecho onde não existe parede apoiada e não se verifica alteração de esforços,

sendo assim o dimensionamento equivalente para ambas as situações; a segunda

para o trecho no qual a parede se apoia sobre a laje e gera uma redução de

momento fletor de 44,70%. Em termos gerais de economia de aço, a laje apresentou

redução de 16,32% no consumo do material.

4.1.1.6. Laje L6

TABELA 6 - PLANILHA COMPARATIVA L6

ALVENARIA DRYWALL variação (%)

Espessura (cm) 12 12 -
MMÁX (kN.m/m)

Mx (kN.m/m) 9,89 9,3 -5,97

My (kN.m/m) 13,29 12,51 -5,87

ΦLX ᶲ8,0 c/13,0 ᶲ6,3 c/9,0 -


AÇO

ΦLY ᶲ8,0 c/10,0 ᶲ8,0 c/11,0 -


Massa Total (Kg) 241,68 217,17 -10,14
Concreto (m³) 4,01 4,01 0,00
fôrmas (m²) 33,38 33,38 0,00
Fonte: Os autores (2012)

Das lajes com reduções de esforços e aço a laje L6 foi a que apresentou a

menor economia. Sobre ela são apoiados dois trechos de paredes que foram

substituídas pelo sistema com gesso acartonado, o primeiro com 3,25 m e o

segundo com 1,97 m de comprimento, sendo ambos com 2,78m de altura. A

redução para momento fletor na direção de x foi de 5,97% e na direção de y de

5,87%, resultando em uma economia de 10,14% no consumo de aço para essa laje.
45

4.1.1.7. Ligação L2-L4

TABELA 7 - PLANILHA COMPARATIVA LIGAÇÃO L2-L4

ALVENARIA DRYWALL variação (%)

MMÁX (kN.m/m)

X2-4 (kN.m/m) 14,29 11 -23,02

ΦLXX ᶲ10,0 c/11,0 ᶲ10,0 c/14,0 -


AÇO

Massa Total (Kg) 57,79 45,41 -21,42


Fonte: Os autores (2012)

Como já demonstrado as lajes L2 e L4 foram consideradas engastadas

para o dimensionamento e por isso apresentam em sua ligação a existência de um

momento fletor negativo, o qual também apresentou variação para o uso de

alvenaria ou drywall, em decorrência da existência de paredes sobre as lajes L2 e

L4. A redução desse momento de ligação foi de 23,02% com uma economia de

21,42% para o consumo de aço nessa ligação.

4.1.2. COMPARAÇÃO GLOBAL

A comparação realizada separadamente para cada elemento traz

informações mais precisas de quais são os fatores que mais influem nos custos de

determinado sistema, porém é importante para o construtor o custo do produto final

que determinado sistema irá apresentar, e se ele é ou não vantajoso. Por isso

mesmo não havendo alterações para os itens de concreto e fôrmas que englobam a

estrutura, são apresentadas as quantidades e custos dos mesmos para a realização

de uma análise global. Sendo assim obtiveram-se os seguintes resultados:

TABELA 8 - Resumo de consumo de concreto aço e fôrmas para as lajes

AÇO (kg) CONCRETO (m³) FÔRMAS (m²)


Alvenaria Drywall Variação (%) Alvenaria Drywall Variação (%) Alvenaria Drywall Variação (%)
526,49 454,10 -13,75 11,13 11,13 0,00 106,67 106,67 0,00
Fonte: Os autores (2012)
46

A análise exposta é referente a reduções para um pavimento e a economia

global gerada é de 13,75% para o consumo de aço. Ainda que concreto e fôrmas

mantiveram-se constantes os custos dos mesmos serão englobados na análise por

tratarem-se de componentes da estrutura do pavimento.

Para o trabalho em questão, serão adotados os valores seguintes para

custos médios dos insumos para a execução da estrutura:

TABELA 9 - Custos unitários de concreto, aço e fôrmas

INSUMO ud MATERIAL MÃO-DE-OBRA


1
Concreto estrutural m³ R$ 342,00 R$ 90,00
2
Aço para construção kg R$ 4,50 R$ 2,10
3
fôrmas de madeira m² R$ 18,00 R$ 24,00
Fonte: Os autores – pesquisa no mercado local (2012)

De acordo com os dados anteriores, para as lajes do pavimento tipo

executado com paredes de alvenaria seriam gastos (considerando aço, concreto e

fôrmas):

= 526,49 × 4,50 + 2,10 + 11,13 × 342,00 + 90,00 + 106,67 × 18,00 + 24,00

= $ . ,

E para paredes de drywall o gasto seria:

= 454,10 × 4,50 + 2,10 + 11,13 × 342,00 + 90,00 + 106,67 × 18,00 + 24,00

= $ . ,

Assim podemos fazer um cálculo de economia global na estrutura do

pavimento:

Economia = 12763,13 − 12285,36 /12763,13 × 100 = , %

1
Concreto estrutural usinado, fck=25MPa, inclui taxa de bombeamento e transporte
2
Aço para construção civil, CA-50 e/ou CA-60, inclui gastos com arames e espaçadores de
armaduras
3
Forma de madeira compensada, espessura 12 mm, inclui gastos com pregos, ripas de travamento,
escoramento e desforma
47

4.2. COMPARATIVO DAS VIGAS

A estrutura do pavimento tipo do projeto arquitetônico em questão é

composta por 6 lajes, que são sustentadas por 16 vigas, além de uma escada, que

possui patamar que é sustentado por uma viga intermediária. Para o enfoque deste

trabalho, as vigas são o elemento estrutural cujas variações de seção e utilização de

aço, concreto e fôrmas possuem as maiores variações, dando margem para diversas

análises quanto aos resultados para cada situação (estrutura carregada com

alvenaria e estrutura carregada com drywall).

Foram seguidos alguns critérios para o dimensionamento das vigas, que não

são obrigatórios, mas foram adotados para padronizar o dimensionamento, e ser

possível uma equalização das quantidades para se obter um comparativo realista.

No caso das vigas, há três opções para o dimensionamento quanto à flexão

simples:

- redução da seção transversal de concreto;

- redução das seções e quantidades das barras longitudinais de aço;

- redução de ambos.

O principal cuidado tomado no momento do dimensionamento das vigas

para as paredes de drywall foi utilizar o critério que gerasse mais economia. Desse

modo, em determinados momentos foi reduzida somente a seção de concreto, em

determinados momentos apenas a redução do aço, e em situações nas quais a

redução de carregamento permitiu, foi reduzido tanto o concreto quanto o aço.

Obviamente, em todas as situações, foi adotada a situação em que houve mais

economia.

Outra consideração importante tomada para o dimensionamento das vigas

foi quanto às barras porta-estribos. Todas essas barras foram adotadas com o
48

diâmetro de 5,0 mm, o que acarretou em economia de aço, e principalmente

colaborou para que não ocorressem “resultados mascarados”. Isso acontece porque

a utilização dessas barras dispensa a necessidade de prolongar as barras de maior

bitola até o apoio, reduzindo a massa de aço utilizada, e deixando as barras

longitudinais apenas com o comprimento necessário para resistirem aos esforços

aos quais estão submetidas.

É importante ressaltar que as barras porta estribos não são consideradas no

dimensionamento, portanto, mesmo que elas ajudem a resistir aos esforços, essa

ação não é computada no cálculo.

4.2.1. COMPARATIVO INDIVIDUAL

Para se chegar a resultados conclusivos a respeito da economia na

estrutura, é necessário analisar individualmente cada viga presente na estrutura.

Com a diferença nos carregamentos ocasionada pela diferença de cargas entre o

drywall e a alvenaria, há alterações nas vigas em diversos aspectos.

Serão analisados principalmente os seguintes:

- seção transversal adotada;

- Momento fletor máximo;

- Força cortante máxima;

- Massa de aço, que engloba armadura longitudinal e armadura

transversal;

- área de fôrmas;

- volume de concreto
49

4.2.1.1. Viga V1

TABELA 10 - PLANILHA COMPARATIVA V1

ALVENARIA DRYWALL variação (%)

SEÇÃO (cm) 14x60 14x60 -


MMÁX (kN.m) 79,15 79,15 0,00
VMÁX (kN) 53,66 53,66 0,00
ΦL 2ᶲ12,5;1ᶲ20 2ᶲ12,5;1ᶲ20 -
ΦT - n 24 24
AÇO

ΦT - compr. 148 148 -


ΦT - compr. Total 3552 3552
massa total 35,382 35,382 0,00
concreto (m³) 0,48 0,48 0,00
fôrmas (m²) 7,14 7,14 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A viga V1a fica na periferia do pavimento, apoiando nas duas situações de

carregamento a Laje L1, um trecho de parede alvenaria com 1,20 m de altura e outro

com parede de 2,30 m de altura. Como não há alteração nos carregamentos, não há

alteração nas características da viga dimensionada.

4.2.1.2. Viga V2

TABELA 11 - PLANILHA COMPARATIVA V2

ALVENARIA DRYWALL variação (%)

SEÇÃO (cm) 12x70 12x60 -


MMÁX (kN.m) 106,56 85,6 -19,67
VMÁX (kN) 72,25 60,74 -15,93
(1CAM)2ᶲ12,5; (1CAM)2ᶲ12,5;
ΦL -
(2 CAM)2ᶲ16 (2 CAM)2ᶲ16
ΦT - n 22 20
AÇO

ΦT - compr. (cm) 164 144


-
ΦT - compr. Total (cm) 3608 2880

massa total (kg) 46,568 36,548 -21,52


concreto (m³) 0,48 0,41 -14,58
fôrmas (m²) 7,6 6,45 -15,13
Fonte: Os autores (2012)
50

A viga V2a é uma viga interna, que apoia em uma situação uma parede de

alvenaria com 2,20 m de altura e em outra uma parede de drywall com a mesma

altura, e nas duas situações apoia as lajes L1 e L2. A favor do drywall também está

o fato de a laje L2 apoiar diretamente sobre si duas paredes, que colaboram com

uma boa porcentagem da carga que a laje L2 transmite à viga.

Desse modo o drywall tanto diretamente apoiado sobre a viga, quanto

apoiado sobre a laje L2 gera um alívio de carga bastante considerável sobre a viga,

em comparação com a mesma carregada com alvenaria; vide as diferenças entre os

momentos fletores e as forças cortantes nas respectivas situações.

Realizando então o redimensionamento, foi possível reduzir a altura da viga

de 70 para 60 cm. Isso acarretou também uma redução na massa total de aço da

viga, mesmo não havendo alteração nas barras longitudinais. Isso ocorreu pelo fato

de reduzirem os comprimentos unitários e a quantidade dos estribos.

Então, em resumo, nesta viga houve redução considerável tanto de

concreto, quanto de aço, quanto de fôrmas.

4.2.1.3. Viga V3

TABELA 12 - PLANILHA COMPARATIVA V3

ALVENARIA DRYWALL variação (%)

SEÇÃO (cm) 14x30 14x30 -


MMÁX (kN.m) 4,32 4,32 0,00
VMÁX (kN) 14,96 14,96 0,00
ΦL 2ᶲ6,3 2ᶲ6,3 -
ΦT - n 12 12
AÇO

ΦT - compr. (cm) 88 88
-
ΦT - compr. Total (cm) 1056 1056

massa total (kg) 3,181 3,181 0,00


concreto (m³) 0,07 0,07 0,00
fôrmas (m²) 1,03 1,03 0,00
Fonte: Os autores (2012)
51

A viga V3a é uma viga de periferia, logo sustenta nas duas situações uma

parede de alvenaria com 2,60 m de altura e a laje L3, que não tem alteração de

carregamento com a troca de alvenaria para drywall. Logo, esta viga também não

tem nenhuma alteração.

4.2.1.4. Viga V4

TABELA 13 - PLANILHA COMPARATIVA V4

ALVENARIA DRYWALL variação (%)

SEÇÃO (cm) 12x40 12x40 -


MMÁX (kN.m) 37,10 35,5 -4,31
VMÁX (kN) 53,14 50,24 -5,46
(1CAM)2ᶲ10; (1CAM)2ᶲ10;
ΦL -
(2 CAM)2ᶲ12,5 (2 CAM)2ᶲ12,5
ΦT - n 16 13
AÇO

ΦT - compr. (cm) 104 104


-
ΦT - compr. Total (cm) 1664 1352

Massa total (kg) 13,438 12,957 -3,58


Concreto (m³) 0,13 0,13 0,00
fôrmas (m²) 1,98 1,98 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A viga V4a é uma viga interna que sustenta parte da laje L4 e a escada.

Como a laje L4 possui um alívio grande de carregamento devido à substituição das

paredes de alvenaria que se apoiam diretamente sobre ela por paredes de drywall,

esse alívio é transmitido para a viga. Porém, como a viga é pequena, e o trecho em

que ela apoia a laje L4 é curto, as diferenças de carregamento não são tão

significativas, mas mesmo assim não podem ser desprezadas. A mudança mais

apreciável é a redução no número de estribos, devido à redução da força cortante.


52

4.2.1.5. Viga V5

TABELA 14 - PLANILHA COMPARATIVA V5

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 14x70 14x50 -


MMÁX (kN.m) (tramo a) * 10,81 8,48 -21,55
MMÁX (kN.m) (tramo b) 99,85 67,79 -32,11
VMÁX (kN) (tramo a) * 24,76 16,4 -33,76
VMÁX (kN) (tramo b) 24,76 16,4 -33,76
ΦL (tramo a)* 2ᶲ10 2ᶲ8 -
ΦL (tramo b) 2ᶲ12,5;1ᶲ20 2ᶲ12,5;1ᶲ20 -
ΦT - n 20 22
AÇO

ΦT - compr. (cm) 168 128


-
ΦT - compr. Total (cm) 3360 2816

Massa total (kg) 46,867 31,478 -32,84


Concreto (m³) 0,51 0,36 -29,41
fôrmas (m²) 7,01 4,93 -29,67
Fonte: Os autores (2012)

A viga V5a é uma viga bi-apoiada, com um trecho em balanço, e é

dividida em dois tramos: tramo a e tramo b.

O tramo a é um trecho em balanço, externo, que apoia a viga V10, parte da

Laje L4, e um trecho de parede de alvenaria com 2,20 m de altura quando das

paredes em alvenaria, e 2,30 m quando as paredes são em drywall. Quando há a

troca de alvenaria por drywall este trecho é aliviado pelo fato de a laje L4 possuir

uma grande quantidade de paredes apoiadas diretamente sobre ela, o que reduz

tanto a carga transmitida diretamente sobre a Viga V5a, quanto para a Viga V10,

que por sua carrega a extremidade do balanço da viga V5. Devido à drástica

redução dos momentos fletores, foi possível reduzir a seção de concreto dos dois

tramos, e também reduzir a armadura longitudinal do tramo a, que é dimensionado

para o momento negativo do balanço.

Quanto ao tramo b, como já foi mencionado anteriormente, foi possível

reduzir drasticamente a seção de concreto, reduzindo a altura da viga de 70 para 50


53

cm. Isso se dá principalmente devido ao fato de a viga V5b apoiar uma parede de

alvenaria de 2,20m em uma situação, que foi substituída por uma de drywall de 2,40

m na outra, e também pelo fato de apoiar grande trecho da Laje L4, que é

densamente carregada por paredes. Com a redução da carga dessas paredes, que

em uma situação são de alvenaria e em outra são de drywall, há uma enorme

redução no momento fletor e nas forças cortantes. Além da redução no volume de

concreto e áreas de fôrmas, há uma significativa redução no aço, devido à redução

do comprimento dos estribos. Desse modo, esta é uma das vigas cuja redução de

gastos de materiais é mais apreciável.

4.2.1.6. Viga V6

TABELA 15 - PLANILHA COMPARATIVA V6

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 14x40 14x40 -


MMÁX (kN.m) 20,81 18,32 -11,97
VMÁX (kN) 38,83 29,56 -23,87
ΦL 2ᶲ10;1ᶲ8 2ᶲ10;1ᶲ6,3 -
ΦT - n 15 15
AÇO

ΦT - compr. (cm) 108 108


-
ΦT - compr. Total (cm) 1620 1620

Massa total (kg) 8,304 7,840 -5,59


Concreto (m³) 0,15 0,15 0,00
fôrmas (m²) 2,38 2,38 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A viga V6 é uma viga que na situação de carregamento com alvenaria

sustenta uma parede de alvenaria com 2,50 m de altura e a laje L5, e na situação de

carregamento com drywall sustenta um trecho de parede de drywall com 2,50 m de

altura, outro trecho menor com parede de alvenaria com 2,50 m de altura, além da

Laje L5.
54

O trecho em que houve alteração no tipo de parede foi o que contribuiu com

a maior redução do momento fletor na viga; a laje L5 não contribui nesta redução, já

que o trecho desta laje que possui uma parede de drywall é apoiado nas vigas V12 e

V15.

Nesta viga foi possível reduzir a seção de uma das barras de armadura

longitudinal, o que acarretou na redução na massa total de aço.

4.2.1.7. Viga V7

TABELA 16 - PLANILHA COMPARATIVA V7

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 12x60 12x50 -


MMÁX (kN.m) 51,27 43,82 -14,53
VMÁX (kN) 47,58 40,66 -14,54
(1CAM)2ᶲ12,5; (1CAM)2ᶲ12,5;
ΦL -
(2 CAM)1ᶲ12,5 (2 CAM)1ᶲ12,5
ΦT - n 19 22
AÇO

ΦT - compr. (cm) 144 124


-
ΦT - compr. Total (cm) 2736 2728

Massa total (kg) 21,700 21,601 -0,46


Concreto (m³) 0,39 0,32 -17,95
fôrmas (m²) 6,10 5,03 -17,54
Fonte: Os autores (2012)

A viga V7 é uma viga interna do prédio, que não sustenta nenhuma parede

sobre si, porém sustenta duas lajes que são densamente carregadas por paredes

que se apoiam diretamente sobre essas lajes, que são as lajes L5 e L6.

Dessa forma as duas lajes são os fatores que mais afetam o carregamento

das vigas, e a alteração nas paredes reduz drasticamente a carga que vai para a

viga. Assim nesta viga a análise dos carregamentos proporcionou a possibilidade da

redução da seção transversal na viga, o que reduziu apreciavelmente o volume de

concreto e a área de fôrmas. Foi mantida a armadura longitudinal adotada


55

anteriormente e, além disso, houve uma redução praticamente imperceptível na

massa de aço, devido à redução do comprimento dos estribos, porém, com a

redução da seção da viga foi necessário aumentar o número desses estribos para

resistir à força cortante presente nesta viga.

4.2.1.8. Viga V8

TABELA 17 - PLANILHA COMPARATIVA V8

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 14x30 14x30 -


MMÁX (kN.m) 5,92 5,92 0,00
VMÁX (kN) 11,08 11,08 0,00
ΦL 2ᶲ8 2ᶲ8 -
ΦT - n 14 14
AÇO

ΦT - compr. (cm) 88 88
-
ΦT - compr. Total (cm) 1232 1232

Massa total (kg) 4,592 4,592 0,00


Concreto (m³) 0,08 0,08 0,00
fôrmas (m²) 1,23 1,23 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A viga V8 é uma viga externa, que apoia nas duas situações uma parede

alvenaria com 2,60 m de altura, além de receber uma pequena parte do

carregamento da Laje L5. Esta viga não teve reduções no carregamento, portanto

não teve nenhuma alteração em sua seção de concreto nem na sua armadura.
56

4.2.1.9. Viga V9

TABELA 18 - PLANILHA COMPARATIVA V9

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 14x60 14x60 -


MMÁX (kN.m) 72,47 69,87 -3,59
VMÁX (kN) 54,64 52,68 -3,59
ΦL 2ᶲ12,5;1ᶲ20 2ᶲ12,5;1ᶲ16 -
ΦT - n 21 21
AÇO

ΦT - compr. (cm) 148 148


-
ΦT - compr. Total (cm) 3108 3108

Massa total (kg) 32,630 27,285 -16,38


Concreto (m³) 0,42 0,42 0,00
fôrmas (m²) 6,11 6,11 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A viga V9 é uma viga externa, que nas duas situações de carregamento

apoia uma parede de alvenaria com 2,30 m e altura, e apoia também a Laje L6.

Como não há alteração na carga da parede, a redução do momento fletor se deu

somente devido à redução na carga das paredes que se apoiam diretamente sobre a

laje L6. Essa redução não foi tão grande devido ao fato de cerca de metade das

paredes que se apoiam sobre essa laje continuarem sendo de alvenaria, por se

tratarem de paredes externas.

Assim, mesmo com a redução do momento fletor e da força cortante ser

percentualmente baixa, foi possível uma redução considerável na armadura

longitudinal, substituindo uma barra de 20,0 mm de diâmetro por uma barra de 16,0

mm de diâmetro, o que gerou uma economia grande no aço utilizado nessa viga, já

que é uma viga com vão livre relativamente longo.


57

4.2.1.10. Viga V10

TABELA 19 - PLANILHA COMPARATIVA V10

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 14x60 14x60 -


MMÁX (kN.m) (tramo a) 64,15 61,6 -3,98
MMÁX (kN.m) P10* 71,84 67,89 -5,50
MMÁX (kN.m) (tramo b) 3,60 2,39 -33,61
VMÁX (kN) (tramo a) * 76,67 73,34 -4,34
VMÁX (kN) (tramo b) 61,1 41,88 -31,46
ΦL (tramo a) 2ᶲ12,5;1ᶲ16 2ᶲ10;2ᶲ12,5 -
ΦL P10* 2ᶲ10;1ᶲ20 2ᶲ10;1ᶲ20
ΦL (tramo b) 3ᶲ8 3ᶲ8 -
AÇO

ΦT - n 45 41
ΦT - compr. (cm) 148 148
-
ΦT - compr. Total (cm) 6660 6068

Massa total (kg) 57,767 53,516 -7,36


Concreto (m³) 0,85 0,85 0,00
fôrmas (m²) 12,55 12,55 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A viga V10 é uma viga externa hiperestática, que apoia nas duas situações

de carregamento uma parede de alvenaria de 2,30 m de altura, além de apoiar a laje

L6 em seu tramo a e apoiar a laje L4 em seu tramo b. A viga também possui um

trecho de momento negativo, sendo apoiada pelo pilar P10.

Como não há alteração no carregamento da parede diretamente apoiada

sobre a viga, as reduções no momento fletor se dão devido à redução da carga das

lajes, devido à troca das paredes de alvenaria por drywall. A redução no momento

fletor no tramo b é grande em termos percentuais, porém não é muito grande em

termos absolutos, por isso não há redução nem na armadura nem na seção de

concreto.

A grande redução nesta viga se dá na armadura longitudinal do tramo a (que

foi possível mesmo com a pequena redução percentual no momento fletor) e na

armadura transversal do tramo B, devido à grande redução da cortante neste tramo.


58

4.2.1.11. Viga V11

TABELA 20 - PLANILHA COMPARATIVA V11

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 14x40 14x40 -


MMÁX (kN.m) (tramo a) 17,63 16,15 -8,39
MMÁX (kN.m) P3* 24,54 20,89 -14,87
MMÁX (kN.m) (tramo b) 6,31 6,66 5,55
VMÁX (kN) 32,41 30,19 -6,85
ΦL (tramo a) 2ᶲ8;1ᶲ10 2ᶲ8;1ᶲ10 -
ΦL P3* 2ᶲ12,5 2ᶲ12,5
ΦL (tramo b) 2ᶲ8 2ᶲ8 -
AÇO

ΦT - n 36 36
ΦT - compr. (cm) 108 108
-
ΦT - compr. Total (cm) 3888 3888

Massa total (kg) 22,974 22,194 -3,40


Concreto (m³) 0,39 0,39 0,00
fôrmas (m²) 5,85 5,85 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A viga V11, assim como a viga V10, é uma viga externa e hiperestática. Em

ambas as situações de carregamento ela sustenta uma parede de alvenaria de 2,50

m de altura e a laje L2 em seu tramo a e uma parede de alvenaria de 1,20 m de

altura e a laje L1 em seu tramo b.

Como não há alteração no carregamento da laje L1 com a mudança do

material das paredes, e só há alteração das cargas das paredes apoiadas

diretamente sobre a laje L2, os momentos fletores desta viga se comportam de

maneira um pouco diferente das demais, sendo que é esta uma das únicas vigas na

qual há aumento do momento fletor quando há redução da carga.

Apesar de na prática não ter sido possível a execução de alterações na

seção transversal e na armadura longitudinal, e também na armadura transversal, o

processo de otimização das armaduras através dos diagramas de momentos fletores

proporcionou uma pequena redução no comprimento das barras longitudinais,


59

ocasionando uma pequena economia de aço, que mesmo pequena não pode ser

desprezada.

4.2.1.12. Viga V12

TABELA 21 - PLANILHA COMPARATIVA V12

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 12x60 12x50 -


MMÁX (kN.m) (tramo a) 1,64 2,55 55,49
MMÁX (kN.m) P11* 57,33 49,01 -14,51
MMÁX (kN.m) (tramo b) 57,06 46,37 -18,73
MMÁX (kN.m) P8* 47,73 36,84 -22,82
MMÁX (kN.m) P7* 61,41 51,44 -16,24
VMÁX (kN) (tramo a) 50,97 46,69 -8,40
VMÁX (kN) (tramo b) 85,15 66,74 -21,62
VMÁX (kN) P8* 21,49 14,7 -31,60
VMÁX (kN) P7* 69,56 56,92 -18,17
ΦL (tramo a) 2ᶲ6,3;1ᶲ8 2ᶲ8
(1CAM)2ᶲ12,5; (1CAM)2ᶲ10,0;
ΦL P11*
(2 CAM)1ᶲ12,5 (2 CAM)2ᶲ12,5
(1CAM)2ᶲ12,5; (1CAM)2ᶲ10,0;
ΦL (tramo b)
(2 CAM)1ᶲ12,5 (2 CAM)2ᶲ12,5
(1CAM)2ᶲ10; (1CAM)2ᶲ10;
ΦL P8*
(2 CAM)2ᶲ12,5 (2 CAM)1ᶲ16
AÇO

(1CAM)2ᶲ10; (1CAM)3ᶲ10;
ΦL P7*
(2 CAM)2ᶲ12,5 (2 CAM)1ᶲ16;
ΦT - n 52 43
ΦT - compr. (cm) 144 124
-
ΦT - compr. Total (cm) 7488 5332

Massa total (kg) 57,029 54,413 -4,59


Concreto (m³) 0,76 0,63 -17,11
fôrmas (m²) 12,35 10,20 -17,41
Fonte: Os autores (2012)

A viga V12 é uma viga com grandes particularidades, com diversos trechos

nos quais há alterações de carregamento. É hiperestática e possui uma pequena

parte externa e sua maior extensão interna.

Esta viga apoia em seu trecho a uma parede alvenaria com 2,30 m de altura

na primeira situação de carregamento e uma parede alvenaria com 2,40 m de altura


60

quando o pavimento é carregado com paredes de drywall. Este trecho apoia também

uma parte da laje L6, e sofre uma pequena alteração de carregamento devido ao

alívio desta laje com a alteração das paredes. O fato de aumentar a altura da parede

de alvenaria com a redução na seção acarreta em um pequeno aumento no

momento fletor deste trecho da viga, mas isso é compensado pelos benefícios na

continuação da viga.

Em seu segundo trecho apoia parte da laje L6 e a laje L5, além de apoiar em

uma parte deste trecho uma parede de alvenaria, que na segunda situação de

carregamento se transforma em drywall, além de apoiar a viga V7. Toda a variação

de carregamento das três lajes citadas, bem como a redução das cargas da viga V7

colaboram bastante para a redução do momento fletor neste trecho (trecho b).

Entre o tramo a e o tramo b desta viga há um apoio, o pilar P11, que

submete a viga a um momento negativo. Com as alterações de carregamento das

lajes do entorno devido à troca das paredes, há uma redução nesse momento. Não

foi possível reduzir as bitolas da armadura, porém foi possível reduzir o comprimento

das barras, e assim reduzir o gasto com aço neste apoio.

No terceiro tramo desta viga só existe momento fletor negativo. Este trecho

apoia paredes de alvenaria na primeira situação e drywall na segunda, além de parte

da laje L4, que é densamente carregada com paredes que se apoiam diretamente

sobre esta laje. A redução da carga desta laje, bem como a troca da parede

alvenaria que se apoia diretamente sobre a viga por uma parede de drywall colabora

diretamente para a redução deste momento fletor. Essa redução permitiu a redução

na quantidade e nas bitolas da armadura longitudinal que suporta este trecho da

viga.
61

Já no último trecho da viga, que é um balanço, há uma carga pontual da viga

V4 (que pouco se altera nas duas situações de carregamento), além de ajudar a

apoiar a laje L2 e uma parede de alvenaria de alvenaria com 2,30 m de altura na

primeira situação, que é substituída por uma parede de drywall na segunda situação.

Essas alterações de carregamento permitem uma redução na bitola de aço que

resiste ao momento fletor negativo neste trecho.

Em síntese, nesta viga foram possíveis diversas alterações, tanto na seção

de concreto quanto nas armaduras longitudinais. Foi reduzida a altura de viga em 10

cm em toda a sua extensão, o que acarretou tanto em economia de concreto e

fôrmas, quanto de aço, pela redução do comprimento dos estribos.

Também foram reduzidas as bitolas das barras de aço de alguns trechos,

porém o resultado destas reduções no quantitativo final de aço da viga não se

mostrou tão efetivo, visto que a otimização das armaduras acabou acarretando em

uma compensação desta redução de bitolas com um aumento do comprimento das

barras.

Então, esta viga obteve economia em todos os aspectos, principalmente no

que tange ao concreto e às fôrmas, e uma redução também considerável na massa

final de aço.
62

4.2.1.13. Viga V13

TABELA 22 - PLANILHA COMPARATIVA V13

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 50x10 50x10 -


MMÁX (kN.m) 2,87 2,59 -9,76
VMÁX (kN) 7,45 6,71 -9,93
ΦL 2ᶲ8;1ᶲ10 3ᶲ8; -
ΦT - n 43 43
AÇO

ΦT - compr. (cm) 116 116


-
ΦT - compr. Total (cm) 4988 4988

Massa total (kg) 10,538 10,128 -3,89


Concreto (m³) 0,63 0,63 0,00
fôrmas (m²) 0,06 0,06 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A viga V13 é a única viga faixa (base maior que a altura) existente no

projeto, e possui algumas peculiaridades com relação às outras vigas,

principalmente no que tange à quantidade de estribos.

Esta viga apoia a laje L3 e parte da laje L4. Como a laje 4 possui uma série

de paredes apoiadas diretamente sobre ela, a troca da alvenaria por drywall acarreta

em uma redução na carga que esta laje transmite à viga V13.

Esta redução permitiu a redução da bitola de uma das barras de armadura

longitudinal da viga, gerando economia na massa final de aço.


63

4.2.1.14. Viga V14

TABELA 23 - PLANILHA COMPARATIVA V14

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 14x70 14x60 -


MMÁX (kN.m) 121,49 104,24 -14,20
VMÁX (kN) 84,98 73,63 -13,36
(1CAM)2ᶲ16; (1CAM)2ᶲ16;
ΦL -
(2 CAM)1ᶲ20 (2 CAM)2ᶲ16
ΦT - n 21 21
AÇO

ΦT - compr. (cm) 168 148


-
ΦT - compr. Total (cm) 3528 3108

Massa total (kg) 50,326 33,901 -32,64


Concreto (m³) 0,46 0,40 -13,04
fôrmas (m²) 6,74 5,81 -13,80
Fonte: Os autores (2012)

A viga V14 é uma viga externa que apoia uma parede de alvenaria com 2,20

m de altura quando do carregamento com drywall, além de apoiar a laje L1, parte da

laje L2 e a viga V2.

O maior alívio no momento fletor se dá devido à redução das cargas da viga

V2 e da laje L2, já que a laje L2 tem uma redução de cargas devido às paredes de

alvenaria apoiadas diretamente sobre ela se transformarem em paredes de drywall e

transmite essa redução à viga V2. A laje L1 não tem alterações, então não colabora

para a redução de cargas na viga V14.

Com base nisso, foi possível reduzir tanto a seção de concreto quanto as

bitolas das barras longitudinais de aço. Também, com a diminuição da seção

transversal da viga, houve redução no comprimento dos estribos, o que também

colaborou com a redução da massa final de aço.


64

4.2.1.15. Viga V15

TABELA 24 - PLANILHA COMPARATIVA V15

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 14x40 14x40 -


MMÁX (kN.m) 44,38 38,82 -12,53
VMÁX (kN) 32,63 30,18 -7,51
ΦL 2ᶲ10;1ᶲ20 2ᶲ10;1ᶲ20 -
ΦT - n 24 24
AÇO

ΦT - compr. (cm) 108 108


-
ΦT - compr. Total (cm) 2592 2592

Massa total (kg) 25,980 24,846 -4,36


Concreto (m³) 0,27 0,27 0,00
fôrmas (m²) 4,09 4,09 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A viga V15 é uma viga externa que apoia a laje L5 e uma parede de

alvenaria de 2,50 m de altura, independente da situação de carregamento (alvenaria

ou drywall).

A única alteração de carregamento se dá devido à parede apoiada

diretamente sobre a laje L5, que quando passa de alvenaria para drywall, reduz o

momento fletor da viga. Essa redução de momento não permite redução da seção

de concreto nem das bitolas de aço, mas a otimização das armaduras pelos

diagramas de momento fletor reduz o comprimento das barras longitudinais,

reduzindo a massa de aço da viga.


65

4.2.1.16. Viga V16

TABELA 25 - PLANILHA COMPARATIVA V16

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 14x60 14x60 -


MMÁX (kN.m) 61,24 60,22 -1,67
VMÁX (kN) 53,07 52,29 -1,47
ΦL 2ᶲ12,5;1ᶲ16 2ᶲ12,5;1ᶲ16 -
ΦT - n 19,00 19
AÇO

ΦT - compr. (cm) 148 148


-
ΦT - compr. Total (cm) 2812 2812

Massa total (kg) 23,607 23,607 0,00


Concreto (m³) 0,38 0,38 0,00
fôrmas (m²) 6,06 6,06 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A viga V16 é uma viga externa, que apoia uma parede de alvenaria de 2,30

m e altura nas duas situações de carregamento, a laje L3 e a viga V4.

Destes carregamentos, o único que possui alguma alteração é o da viga V4,

porém esta alteração não se mostra suficiente para reduzir nenhum dos parâmetros

de dimensionamento da viga, ou seja, seção transversal e bitolas de aço. Dessa

forma, a viga se mantém com as mesmas características para as duas situações de

carregamento.
66

4.2.1.17. Vpat

TABELA 26 - PLANILHA COMPARATIVA Vpat

ALVENARIA DRYWALL Variação (%)

SEÇÃO (cm) 14x50 14x50 -


MMÁX (kN.m) 23,71 21,61 -8,86
VMÁX (kN) 32,99 31,04 -5,91
ΦL 3ᶲ10 3ᶲ10 -
ΦT - n 12,00 12
AÇO

ΦT - compr. (cm) 128 128


-
ΦT - compr. Total (cm) 1536 1536

Massa total (kg) 9,065 9,065 0,00


Concreto (m³) 0,19 0,19 0,00
fôrmas (m²) 3,14 3,14 0,00
Fonte: Os autores (2012)

A viga Vpat é uma viga que sustenta parte da escada e parte de uma parede

de alvenaria com 1,65 m de altura, que na outra situação é substituída por uma

parede de drywall com a mesma altura. Entretanto esta alteração gera uma redução

muito pequena no momento fletor, o que não dá condições para redução da seção

transversal da viga e das bitolas das barras de armadura longitudinal. Desse modo a

viga se mantém com as mesmas características para as duas situações de

carregamento.

4.2.2. COMPARAÇÃO GLOBAL

Depois de comparar viga a viga a estrutura carregada com paredes de

alvenaria e com paredes de drywall, pode-se chegar à seguinte planilha com o

resumo das quantidades, ressaltando que os valores são apenas para as vigas de

um pavimento.

TABELA 27 - Resumo de consumo de concreto aço e fôrmas para as vigas

AÇO (kg) CONCRETO (m³) FÔRMAS (m²)


Alvenaria Drywall Variação (%) Alvenaria Drywall Variação (%) Alvenaria Drywall Variação (%)
469,95 412,53 -12,22 6,07 5,59 -7,91 91,99 84,61 -8,02
Fonte: Os autores (2012)
67

Comparativamente, pode-se notar índices bastante interessantes na

variação e gastos de material, principalmente pelos custos médios destes materiais.

Conforme os custos demonstrados na tabela 9, para o pavimento tipo

executado com paredes de alvenaria seriam gastos (considerando aço, concreto e

fôrmas):

= 469,95 × 4,50 + 2,10 + 6,07 × 342,00 + 90,00 + 91,99 × 18,00 + 24,00

= $ ". , "

E para paredes de drywall o gasto seria:

= 412,53 × 4,50 + 2,10 + 5,59 × 342,00 + 90,00 + 84,61 × 18,00 + 24,00

= $ . " , #

Assim podemos fazer um cálculo de economia global na estrutura do

pavimento:

Economia= 9587,49 − 8691,20 /9319,11 × 100 = ", %

4.3. COMPARATIVO DE PILARES E FUNDAÇÃO

Para o comparativo de pilares, ao contrário do realizado em lajes e vigas não

será apresentado o dimensionamento dos mesmos, mas sim a variação de carga

para cada um dos sistemas estudados. Com esses dados será realizada uma

análise de economia na fundação levando-se em conta um prédio de quatro

pavimentos considerados exatamente iguais, com base nos resultados encontrados

para um único pavimento. Serão demonstrados resultados para o dimensionamento

dessa fundação levando-se em conta cada elemento isolado. A comparação poderia

ser realizada para um único pavimento, porém optou-se pela extrapolação de

raciocínio para a obtenção de valores mais palpáveis para o estudo.

O sistema de fundação escolhida para análise é do tipo rasa por sapatas

poligonais rígidas; tal escolha está diretamente ligada ao fato de que mesmo
68

ocorrendo pequenas variações para a carga sobre os elementos, sempre existirão

variações para o elemento estrutural em estudo. Tal fato não seria observado para a

utilização de uma fundação profunda em bloco de estacas, no qual para variações

consideráveis muitas vezes não seriam realizadas reduções no número de estacas

de uma situação para a outra.

O projeto em estudo compreende 14 pilares, sendo 11 com seção adotada

de 14x30 cm e 3 com seção de 12x30 cm observando-se que as seções foram

adotadas levando-se em conta que o projeto seria para um único pavimento.

4.3.1. COMPARATIVO INDIVIDUAL

A análise será realizada conjuntamente para cada pilar e sua respectiva

fundação. Para pilares a análise é simples sendo apenas de variação de carga de

um sistema para outro, já para a análise das sapatas serão verificados os seguintes

itens na comparação:

- carga na fundação;

- momento máximo;

- dimensões do elemento de fundação;

- consumo de fôrmas, concreto e aço;

- volume de escavação, reaterro e bota-fora.


69

4.3.1.1. Pilar/Sapata 1

TABELA 28 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 1

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 14x30
PILAR

Posição Extremidade 0,49


Carga para 1 pavimento (kN) 65,25 65,57
Carga na Fundação (kN) 274,23 275,51 0,47
Dimensões (cm) 115x130x40 / h0=15 115x130x40 / h0=15 -
Mmàx (kN.m) 34,87 35,04 0,49
fôrmas (m²) 0,74 0,74 0,00
SAPATA

Concreto (m³) 0,47 0,47 0,00


Aço (Kg) 5,32 5,32 0,00
Escavação (m³) 2,126 2,126 0,00
Reaterro (m³) 1,631 1,631 0,00
Bota-fora (m³) 0,495 0,495 0,00
Fonte: Os autores (2012)

O pilar P1 é um pilar de extremidade que recebe a carga das vigas V1 e

V11, é o único pilar que apresenta um acréscimo de carga com a utilização de

paredes internas em gesso acartonado, já que para os demais existe sempre um

alívio para a utilização desse sistema. Esse acréscimo é da ordem de 0,49% e

ocorre pela variação de carregamento que a viga V11 apresenta. A viga V11 é

constituída por dois tramos, o primeiro designado por ‘’a’’ e o segundo por ‘’b’’. Para

o carregamento com paredes em alvenaria convencional o tramo ‘’a’’ é carregado

com 13,26 kN/m e o tramo ‘’b’’ com 10,64 kN/m, já para o sistema em drywall o

carregamento do tramo ‘’a’’ apresenta redução para 12,30 kN/m. Como a viga foi

considerada contínua, o alívio no tramo ‘’a’’ provocou acréscimo de carga no apoio

caracterizado pelo pilar P1. A redução no entanto foi verificada para os outros pilares

ao qual a viga se apoia; os mesmos serão analisados individualmente no decorrer

do trabalho.

Conforme observado na tabela 25, o acréscimo de carga na fundação com a

utilização de paredes internas em drywall é de 0,47%. Essa percentagem difere da


70

encontrada pelos pilares, pois além das cargas das vigas sobre os pilares houve

consideração do peso próprio dos mesmos para a composição dos 4 pavimentos.

Conforme observado na tabela 25 como a variação de carga de uma situação para

outra foi praticamente nula, o esforço de flexão também teve pequena variação e as

dimensões dos elementos permanecem iguais para as duas situações, resultando

em igualdade de consumo de materiais para os dois objetos em estudo.

Para o caso específico do conjunto pilar/fundação exposto acima não

existem variações significativas no estudo e, portanto não existe economia de um

sistema para o outro.

4.3.1.2. Pilar/Sapata 2

TABELA 29 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 2

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 14x30
PILAR

Posição Extremidade -4,53


Carga para 1 pavimento (kN) 115,69 110,45
Carga na Fundação (kN) 475,99 455,03 -4,40
Dimensões (cm) 150x170x50 / h0=20 150x165x50 / h0=20 -
Mmàx (kN.m) 82,74 76,45 -7,60
fôrmas (m²) 1,28 1,26 -1,56
SAPATA

Concreto (m³) 0,96 0,94 -2,08


Aço (Kg) 12,77 11,73 -8,14
Escavação (m³) 3,392 3,302 -2,65
Reaterro (m³) 2,411 2,341 -2,90
Bota-fora (m³) 0,981 0,961 -2,04
Fonte: Os autores (2012)

O pilar P2 trata-se de um elemento de extremidade, que recebe as cargas

das vigas V1 e V14. Em análise de variação de carga que as vigas descarregam

sobre esse elemento, é um pilar que para um pavimento apresenta alívio de 4,53%

com a utilização do sistema em drywall, verificando-se alívio na fundação de 4,40%.

O alívio provocado nesse elemento ocorre por alguns fatores. O primeiro refere-se à

variação de carregamento da laje L2 que apresenta dois trechos de paredes


71

apoiados sobre a mesma, e que de um sistema para o outro apresenta alívio pela

substituição de paredes em alvenaria por paredes em gesso acartonado, além do

alívio direto pela reação gerada na viga V14 existe ainda redução das reações que

vão para a viga V2, a qual se apoia como carga concentrada na viga V14. O outro

fator a ser observado é o trecho de parede interna que se apoia sobre a viga V2 e

que também gera redução de carregamento de um sistema para o outro.

O alívio provocado gera uma pequena redução nas dimensões da sapata,

promovendo ainda diminuição de esforços e redução no consumo de materiais e

movimentação de terra, englobados no processo de execução da fundação.

4.3.1.3. Pilar/Sapata 3

TABELA 30 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 3

ALVENARIA i VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 14x30
PILAR

Posição Extremidade -10,87


Carga para 1 pavimento (kN) 129,20 115,15
Carga na Fundação (kN) 530,03 473,83 -10,60
Dimensões (cm) 160x175x50 / h0=20 150x170x50 / h0=20 -
Mmàx (kN.m) 95,23 82,37 -13,50
fôrmas (m²) 1,34 1,28 -4,48
SAPATA

Concreto (m³) 1,05 0,96 -8,57


Aço (Kg) 16,82 13,33 -20,75
Escavação (m³) 3,686 3,392 -7,98
Reaterro (m³) 2,615 2,411 -7,80
Bota-fora (m³) 1,071 0,981 -8,40
Fonte: Os autores (2012)

O pilar P3 é um elemento de extremo que recebe as cargas das vigas V2 e

V11. É um pilar que apresenta um alívio bastante considerável, sendo o quinto pilar

com maior variação de carga dentre os quatorze presentes no projeto. Conforme

expresso na tabela 27 esse alívio é de 10,87%, sendo de 10,60% para a fundação.

O alívio gerado nesse elemento é proveniente dos seguintes fatores:

redução da carga da viga V11 nesse elemento, resultante da diminuição do


72

carregamento da laje L2 que nela se apoia, e redução da carga gerada pela viga V2

no pilar, mediante o fato da diminuição do carregamento da laje L2 e redução da

carga distribuída proveniente do trecho de parede apoiada sobre a viga.

O alívio provocado pelo uso de drywall pode ser retratado nos resultados

para o dimensionamento das sapatas, conforme pode ser observado na tabela 27,

gerando redução considerável no consumo de materiais, com destaque para a

redução percentual de aço, a qual foi de 20,75%.

4.3.1.4. Pilar/Sapata 4

TABELA 31 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 4

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 14x30
PILAR

Posição Extremidade -11,36


Carga para 1 pavimento (kN) 99,94 88,59
Carga na Fundação (kN) 412,99 367,59 -10,99
Dimensões (cm) 140x155x45 / h0=15 135x150x45 / h0=15 -
Mmàx (kN.m) 64,56 55,32 -14,31
fôrmas (m²) 0,89 0,86 -3,37
SAPATA

Concreto (m³) 0,72 0,67 -6,94


Aço (Kg) 10,62 8,40 -20,90
Escavação (m³) 2,940 2,767 -5,88
Reaterro (m³) 2,197 2,074 -5,60
Bota-fora (m³) 0,743 0,693 -6,73
Fonte: Os autores (2012)

O pilar P4 é um elemento estrutural de extremidade da edificação, sendo

responsável pelo recebimento de cargas provenientes das vigas V14 e V3. O alívio

observado para esse elemento é de 11,36%, com 10,99% de redução para a

fundação. É o quarto pilar do projeto que apresentou a maior alívio de carregamento.

Para verificar o alívio gerado nesse elemento devem ser analisadas as duas

vigas que se apoiam no mesmo. A primeira delas, a viga V3 é uma viga externa à

edificação e por isso não apresenta alteração de carregamento proveniente de


73

parede apoiada sobre ela, bem como não apresenta alteração pela carga da laje L3

que permanece com o mesmo carregamento para as duas situações. A única

diferença de carregamento para essa viga é proveniente da carga que a laje L2

provoca nesse elemento. A segunda viga que influi na carga do pilar é a V14, que é

a qual gera maior alívio; ela é externa à edificação e, portanto, não apresenta

variação para carregamento proveniente de parede apoiada diretamente sobre ela.

A redução no carregamento dessa viga é proveniente do alívio no carregamento da

viga V2, que atua como carga concentrada na V14, da redução do carregamento da

laje L2 sobre a mesma e ainda da diminuição do peso próprio pela redução de

seção.

A economia no consumo de materiais para a fundação, gerada pelo uso de

drywall é bastante expressiva, com destaque para o consumo de aço, que

apresentou redução de 20,90%.

4.3.1.5. Pilar/Sapata 5

TABELA 32 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 5

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 14x30
PILAR

Posição Extremidade -1,25


Carga para 1 pavimento (kN) 62,61 61,83
Carga na Fundação (kN) 263,67 260,55 -1,18
Dimensões (cm) 110x130x35 / h0=15 110x125x35 / h0=15 -
Mmàx (kN.m) 33,53 31,61 -5,73
fôrmas (m²) 0,72 0,71 -1,39
SAPATA

Concreto (m³) 0,43 0,41 -4,65


Aço (Kg) 5,89 5,12 -13,07
Escavação (m³) 2,048 1,980 -3,32
Reaterro (m³) 1,591 1,543 -3,02
Bota-fora (m³) 0,457 0,437 -4,38
Fonte: Os autores (2012)
74

O pilar P5 define-se como um elemento de extremidade na edificação,

responsável pelo recebimento de cargas provenientes das vigas V3 e V16. Trata-se

de um elemento com pequena redução de carga, sendo o alívio de 1,25% e com

1,18% para o elemento de fundação.

Para a análise do alívio nesse elemento devem ser verificadas as duas

situações para as vigas V3 e V16, as quais são responsáveis pelo carregamento do

pilar. Para a viga V3 verifica-se uma redução praticamente desprezível do

carregamento, visto que o único fator variante no carregamento da mesma é a carga

concentrada proveniente da viga V13. Para a viga V16 a redução é observada tão

somente pela redução da carga da laje L2 sobre essa viga.

A redução observada com o uso de drywall para a carga no pilar 5 é

bastante pequena; isso foi verificado pelo fato de as paredes apoiadas diretamente

sobre as vigas que influem no elemento em estudo serem externas e, portanto, não

apresentam substituição por paredes em gesso acartonado. Com isso a economia

gerada na fundação foi bastante reduzida em comparação com outros elementos,

verificando-se a maior redução no consumo de aço, sendo o percentual de 13,07%.


75

4.3.1.6. Pilar/Sapata 6

TABELA 33 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 6

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 14x30
PILAR

Posição Extremidade -26,00


Carga para 1 pavimento (kN) 137,48 101,73
Carga na Fundação (kN) 563,15 420,15 -25,39
Dimensões (cm) 165x180x55 / h0=20 145x160x45 / h0=20 -
Mmàx (kN.m) 104,46 68,13 -34,78
fôrmas (m²) 1,38 1,22 -11,59
SAPATA

Concreto (m³) 1,17 0,84 -28,21


Aço (Kg) 16,56 11,41 -31,10
Escavação (m³) 3,885 3,119 -19,72
Reaterro (m³) 2,696 2,256 -16,32
Bota-fora (m³) 1,189 0,863 -27,42
Fonte: Os autores (2012)

O pilar P6 é um elemento de extremidade na edificação tendo carregamento

proveniente das vigas V5 e V11. É o pilar com maior redução de carga no total dos

elementos do projeto. O alívio observado para esse elemento é de 26,00%

resultando em 25,39% para o alívio na fundação.

Para a análise da redução de carga nesse elemento serão analisadas as

situações para as duas vigas que influenciam diretamente essa variação. A primeira

viga é a V11 que se define como um elemento de extremidade, porém com

utilização de parede em alvenaria para as duas situações, sendo o único alívio

proveniente da redução de carregamento da laje L2 da estrutura. A viga V5 é a

principal responsável pela grande redução apresentada, sendo afetada pelos

seguintes fatores: o fato da existência de parede interna apoiada sobre ela gera

redução significativa do sistema em alvenaria convencional para o sistema em gesso

acartonado, existe diminuição da carga das lajes L2 e L4 na viga V5, queda na carga

concentrada da viga V10 descarrega na V5 em função das diminuições das cargas


76

das lajes L4 e L6 na viga V10, e redução do peso próprio da viga V5 em função da

possibilidade da alteração de seção.

Com isso pode-se verificar uma economia bastante grande na fundação, e

como na maioria dos elementos analisados o material que apresentou maior

variação no consumo foi o aço, com redução de 31,10%.

4.3.1.7. Pilar/Sapata 7

TABELA 34 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 7

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 12x30
PILAR

Posição Central -25,15


Carga para 1 pavimento (kN) 172,86 129,38
Carga na Fundação (kN) 702,78 528,86 -24,75
Dimensões (cm) 185x205x60 / h0=20 160x180x55 / h0=20 -
Mmàx (kN.m) 153,32 99,95 -34,81
fôrmas (m²) 1,56 1,36 -12,82
SAPATA

Concreto (m³) 1,55 1,13 -27,10


Aço (Kg) 26,97 15,58 -42,23
Escavação (m³) 4,844 3,780 -21,97
Reaterro (m³) 3,280 2,634 -19,70
Bota-fora (m³) 1,564 1,146 -26,73
Fonte: Os autores (2012)

O pilar P7 é um elemento estrutural central da edificação responsável pelo

recebimento de cargas provenientes das vigas V5 e V12. É o segundo pilar com o

maior alívio de carga verificado com a utilização de gesso acartonado, sendo o

mesmo de 25,15%, e resultando em 24,75% de alívio para a sapata da fundação.

Para a análise do alívio nesse elemento é necessário analisar as vigas V5 e

V12. A viga V5 é um elemento interno à edificação e que apresenta um grande alívio

com a utilização do sistema em drywall; os fatores que promoveram esse alívio são

os seguintes: o fato da existência de parede interna apoiada sobre ela gera redução

significativa do sistema em alvenaria convencional para o sistema em gesso


77

acartonado; existe diminuição das cargas das lajes L2 e L4 na viga V5; queda na

carga concentrada da viga V10 na viga V5 em função das diminuições das cargas

das lajes L4 e L6 na viga V10; e redução do peso próprio da viga V5 em função da

possibilidade da alteração de seção. A viga V12 é uma viga contínua com a maior

parte sendo interna à edificação, e apresentando uma grande variação de

carregamento, sendo influenciada pelos seguintes fatores: no tramo ‘’a’’ existe

redução de carregamento pela redução de carga da laje L6 sobre a viga, no tramo

‘’b’’ existem diversos fatores que influem no carregamento de um sistema para outro:

queda do carregamento das lajes L4, L5 e L6 que atuam sobre esse tramo, redução

do carregamento por substituição dos trechos de paredes internas e redução da

carga concentrada proveniente da viga V7 que também apresentou carregamento

diminuído de um sistema para o outro, no tramo ‘’c’’ a redução foi causada por

alteração nos carregamentos da laje L4 e da carga distribuída proveniente da parede

interna sobre a viga; no tramo ‘’d’’ a redução é proveniente da alteração do

carregamento da laje L2 e da carga distribuída da parede que apoia sobre o mesmo.

Com todos os fatores geradores de redução comentados anteriormente existe ainda

o fator proveniente da redução do peso próprio por alteração da seção da viga.

Como se pode observar na tabela 31 a economia gerada para a sapata do

pilar P7 com a utilização de drywall é bastante expressiva, sendo a maior economia

no consumo de aço, que foi de 42,23%, sem contar com os outros elementos que

também apresentaram uma grande economia em comparação com o sistema em

alvenaria.
78

4.3.1.8. Pilar/Sapata 8

TABELA 35 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 8

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 12x30
PILAR

Posição Central -21,57


Carga para 1 pavimento (kN) 146,02 114,53
Carga na Fundação (kN) 595,42 469,46 -21,15
Dimensões (cm) 170x190x55 / h0=20 150x165x50 / h0=20 -
Mmàx (kN.m) 119,48 80,51 -32,62
SAPATA

fôrmas (m²) 1,44 1,26 -12,50


Concreto (m³) 1,27 0,93 -26,77
Aço (Kg) 20,36 13,13 -35,51
Escavação (m³) 4,190 3,302 -21,19
Reaterro (m³) 2,904 2,354 -18,94
Bota-fora (m³) 1,286 0,948 -26,28
Fonte: Os autores (2012)

O pilar P8 é um elemento estrutural central à edificação, sendo responsável

pelo recebimento de carga das vigas V6, V12 e da viga de patamar da escada Vpat.

É o terceiro pilar com maior alívio entre os constantes no projeto, sendo o mesmo de

21,57%, e gerando redução de carga de 21,15% para a fundação.

Para análise do alívio no pilar P8 é necessário analisar as vigas V12, V6 e

Vpat que são as responsáveis por carregar esse elemento. A viga V12 é um

elemento com várias alterações de um sistema para o outro; tais alterações já foram

observadas na análise do pilar P7, com a diferença de que agora o enfoque está nos

tramos ‘’b’’ e ‘’c’’ dessa viga, os principais influentes nesse elemento. A viga V6 é

caracterizada por ser uma das vigas de entorno da caixa da escada, e apresenta

redução do carregamento em função da substituição da parede interna à edificação

apoiada sobre ela e pela redução da carga concentrada proveniente da viga V15

que se apoia sobre ela. A viga Vpat, responsável por apoiar o patamar da escada

apresenta redução de carregamento apenas em função do trecho de parede apoiada

sobre a mesma, que varia de um sistema para o outro.


79

Através disso pode-se observar que a redução no consumo de materiais

para a fundação do sistema em drywall é bastante significativa, e que a maior

economia observada foi para o aço, com 35,51%.

4.3.1.9. Pilar/Sapata 9

TABELA 36 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 9

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 14x30
PILAR

Posição Extremidade -6,21


Carga para 1 pavimento (kN) 98,03 91,94
Carga na Fundação (kN) 405,35 380,99 -6,01
Dimensões (cm) 140x155x45 / h0=15 135x150x45 / h0=15 -
Mmàx (kN.m) 63,37 57,34 -9,52
fôrmas (m²) 0,89 0,86 -3,37
SAPATA

Concreto (m³) 0,72 0,67 -6,94


Aço (Kg) 11,07 9,47 -14,45
Escavação (m³) 2,940 2,767 -5,88
Reaterro (m³) 2,197 2,074 -5,60
Bota-fora (m³) 0,743 0,693 -6,73
Fonte: Os autores (2012)

O pilar P9 é um elemento de extremidade à edificação, responsável pelo

recebimento de cargas provenientes das vigas V6, V16 e pela viga de patamar Vpat.

O alívio verificado para esse elemento é de 6,21%, sendo a redução de carga para a

fundação igual a 6,01%.

Para análise do alívio no pilar P9 é necessário analisar as vigas V6, V16 e

Vpat, que são as responsáveis por carregar esse elemento. As causas das reduções

provenientes das vigas V6 e Vpat já foram expostas e podem ser observadas na

análise do pilar P8 desse trabalho. A viga V16 é um elemento de extremidade da

edificação que apresenta redução de carregamento em função de um único fator,

que é o de redução da carga concentrada proveniente da viga V4 que nela se apoia.


80

Em termos de economia na fundação assim como na maioria das sapatas

em estudo o principal material com redução no consumo de um sistema para outro

foi o aço, com 14,45%.

4.3.1.10. Pilar/Sapata 10

TABELA 37 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 10

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 14x30
PILAR

Posição Extremidade -8,57


Carga para 1 pavimento (kN) 170,50 155,88
Carga na Fundação (kN) 695,23 636,75 -8,41
Dimensões (cm) 185x200x60 / h0=20 175x195x60 / h0=20 -
Mmàx (kN.m) 145,19 129,26 -10,97
fôrmas (m²) 1,54 1,48 -3,90
SAPATA

Concreto (m³) 1,52 1,40 -7,89


Aço (Kg) 24,11 19,29 -19,99
Escavação (m³) 4,736 4,403 -7,03
Reaterro (m³) 3,199 2,986 -6,66
Bota-fora (m³) 1,537 1,417 -7,81
Fonte: Os autores

O pilar P10 é um elemento de extremidade da edificação, responsável pelo

recebimento de cargas provenientes das vigas V7 e V10. O alívio de carga

observado para esse elemento é de 8,57%, com redução final para a fundação de

8,41%. Não está entre os pilares com maior alívio, porém apresenta redução

significativa para análise final.

Os fatores de alívio nesse elemento estão diretamente ligados às vigas V7 e

V10, que são as responsáveis por carregar esse elemento. A viga V7 é

caracterizada como uma viga interna à edificação, que apresentou redução

significativa de carga decorrente dos seguintes fatores: redução das reações

provenientes das lajes L4 e L6 de um sistema para o outro, e redução no peso

próprio da mesma com alteração da seção. A viga V10, que também é responsável
81

pelo alívio no pilar P10, é caracterizada por ser um elemento estrutural de

extremidade da edificação e que teve como fator redutor de seu carregamento a

redução no carregamento das lajes L4 e L6.

Na análise do consumo de material na fundação para as duas situações,

assim como na maioria dos elementos de estudo a redução mais significativa foi

observada para o aço, apresentando economia de 19,99% com a utilização do

sistema de construção a seco.

4.3.1.11. Pilar/Sapata 11

TABELA 38 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 11

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 12x30
PILAR

Posição Extremidade -10,18


Carga para 1 pavimento (kN) 131,50 118,11
Carga na Fundação (kN) 537,34 483,78 -9,97
Dimensões (cm) 160x180x55 / h0=20 155x170x50 / h0=20 -
Mmàx (kN.m) 101,56 85,79 -15,53
fôrmas (m²) 1,36 1,30 -4,41
SAPATA

Concreto (m³) 1,13 0,99 -12,39


Aço (Kg) 16,36 14,93 -8,74
Escavação (m³) 3,780 3,491 -7,65
Reaterro (m³) 2,634 2,483 -5,73
Bota-fora (m³) 1,146 1,008 -12,04
Fonte: Os autores (2012)

O pilar P11 é um elemento de extremidade da edificação, responsável pelo

recebimento de cargas provenientes das vigas V12 e V8. O alívio observado para

esse elemento é de 10,18%, resultando em 9,97% de redução de carga para a

fundação.

Para análise do alívio no pilar deve-se levar em conta as duas vigas que

carregam esse elemento. As reduções provenientes da viga V12 já foram expostas

na análise do pilar P7, sendo que para o pilar P11 a maior influência é proveniente
82

dos tramos ‘’a’’ e ‘’b’’ da mesma. A viga V8 é caracterizada por ser uma viga de

extremidade da edificação, que não apresenta nenhuma alteração para os dois

sistemas; sendo assim, o alívio é totalmente decorrente das variações de

carregamentos verificados na viga V12.

Em termos de economia no consumo de materiais na fundação o maior

variante de um sistema para o outro foi o concreto, sendo a redução de 12,39% em

relação ao sistema de alvenaria convencional.

4.3.1.12. Pilar/Sapata 12

TABELA 39 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 12

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 14x30
PILAR

Posição Extremidade -5,61


Carga para 1 pavimento (kN) 43,71 41,26
Carga na Fundação (kN) 188,07 178,27 -5,21
Dimensões (cm) 95x110x30 / h0=15 90x105x30 / h0=15 -
Mmàx (kN.m) 19,53 17,47 -10,55
fôrmas (m²) 0,62 0,59 -4,84
SAPATA

Concreto (m³) 0,30 0,27 -10,00


Aço (Kg) 3,67 2,97 -19,07
Escavação (m³) 1,570 1,444 -8,03
Reaterro (m³) 1,241 1,145 -7,74
Bota-fora (m³) 0,329 0,299 -9,12
Fonte: Os autores (2012)

O pilar P12 é um elemento localizado em uma das extremidades da

edificação, sendo responsável pelo recebimento de cargas provenientes das vigas

V8 e V15. O alívio para o pilar é de 5,61% com a utilização do sistema em drywall, e

de 5,21% para a fundação.

O alívio nesse elemento está diretamente ligado à redução do

carregamento verificado para a viga V15, já que para a viga V8 não se verificam

variações. A viga V15 é localizada em uma extremidade da edificação, e por isso


83

não apresenta variação no sistema de parede adotado sobre ela, sendo o único fator

responsável pela queda de seu carregamento a redução da carga da região central

da laje L5 sobre a mesma.

Como na maioria dos elementos de fundação analisados a maior redução

encontrada no consumo de materiais foi o aço, apresentando economia de 19,07%

para o sistema em drywall.

4.3.1.13. Pilar/Sapata 13

TABELA 40 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 13

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 14x30
PILAR

Posição Extremidade -3,93


Carga para 1 pavimento (kN) 103,10 99,05
Carga na Fundação (kN) 425,63 409,43 -3,81
Dimensões (cm) 145x160x45 / h0=15 140x155x45 / h0=15 -
Mmàx (kN.m) 69,02 64,01 -7,26
fôrmas (m²) 0,92 0,89 -3,26
SAPATA

Concreto (m³) 0,76 0,72 -5,26


Aço (Kg) 11,77 10,25 -12,91
Escavação (m³) 3,119 2,940 -5,74
Reaterro (m³) 2,336 2,197 -5,95
Bota-fora (m³) 0,783 0,743 -5,11
Fonte: Os autores (2012)

O pilar P13 é um elemento de extremidade da edificação, sendo responsável

pelo recebimento de cargas provenientes das vigas V9 e V10. É um elemento que

apresentou uma pequena redução de carga, sendo essa de 3,93%, resultando em

3,81% de alívio para a fundação.

As vigas responsáveis por esse alívio são as vigas V9 e V10; as reduções

provenientes da viga V10 podem ser observadas na análise do pilar P10, que

também foi influenciado pela mesma, sendo a única diferença a maior influência do

tramo ‘’a’’ para o carregamento do pilar P13. A viga V9, também externa à
84

edificação, apresentou redução apenas pela alteração das cargas da laje L6 sobre a

mesma, sendo assim pequena a variação do sistema em alvenaria para drywall.

Em termos de redução no consumo de materiais para a fundação, o aço

continuou sendo o principal, gerando economia de 12,91% para o sistema com

utilização de gesso acartonado.

4.3.1.14. Pilar/Sapata 14

TABELA 41 - PLANILHA COMPARATIVA PILAR/SAPATA 14

ALVENARIA DRYWALL VARIAÇÃO (%)


Seção (cm) 14x30
PILAR

Posição Extremidade -0,13


Carga para 1 pavimento (kN) 63,15 63,07
Carga na Fundação (kN) 265,83 265,51 -0,12
Dimensões (cm) 110x130x35 / h0=15 110x130x35 / h0=15 -
Mmàx (kN.m) 33,80 33,76 -0,12
fôrmas (m²) 0,72 0,72 0,00
SAPATA

Concreto (m³) 0,43 0,43 0,00


Aço (Kg) 5,89 5,89 0,00
Escavação (m³) 2,048 2,048 0,00
Reaterro (m³) 1,591 1,591 0,00
Bota-fora (m³) 0,457 0,457 0,00
Fonte: Os autores (2012)

O Pilar P14 é um elemento de extremidade da edificação, sendo

responsável pelo recebimento de carga das vigas V9 e V12. Dentre os elementos do

projeto que apresentaram alívio, foi o pilar com o menor redução de carga em

termos percentuais, sendo a mesma de 0,13%, com alívio de 0,12% para a

fundação.

Isso é verificado pelo fato de que como exposto na análise do pilar P13, a

viga V9 apresenta redução apenas por variação no carregamento da laje L6, bem

como pelo tramo ‘’a’’ da viga V12, que é o maior influente de carga no pilar em
85

estudo também apresentar redução apenas decorrente da alteração das cargas

provenientes da laje L6.

Como verificado, o alívio para a fundação é muito pequeno, e com isso não

é suficiente para gerar variação no seu dimensionamento, sendo a economia para

esse elemento nula.

4.3.2. COMPARAÇÃO GLOBAL

Como pode ser observado ocorreram variações bastante significativas nos

consumos de materiais e escavação para os dois sistemas estudados, sendo

apresentados nas tabelas a seguir o resumo e a variação para todos os itens

analisados.

TABELA 42 - Resumo de consumo de concreto aço e fôrmas para as fundações

AÇO (kg) CONCRETO (m³) FÔRMAS (m²)


Alvenaria Drywall Variação (%) Alvenaria Drywall Variação (%) Alvenaria Drywall Variação (%)
188,18 146,82 -21,98 12,48 10,83 -13,22 15,40 14,53 -5,65
Fonte: Os autores (2012)

TABELA 43 Quadro resumo de movimentação de terra para fundações

ESCAVAÇÃO (m³) REATERRO (m³) BOTA FORA (m³)


Alvenaria Drywall Variação(%) Alvenaria Drywall Variação (%) Alvenaria Drywall Variação (%)
45,30 40,86 -9,81 32,52 29,72 -8,62 12,78 11,14 -12,83
Fonte: Os autores (2012)

Em termos globais podem ser percebidas reduções bastante interessantes

para os insumos envolvidos nas duas fundações dimensionadas.

Para o trabalho em questão, serão adotados os valores seguintes para

custos médios dos insumos para a execução da fundação:


86

TABELA 44 - Custos unitários para execução de fundações

INSUMO ud MATERIAL MÃO-DE-OBRA


Concreto estrutural m³ R$ 342,00 R$ 90,00
Aço para construção kg R$ 4,50 R$ 2,10
fôrmas de madeira m² R$ 18,00 R$ 24,00
Escavação m³ R$ 0,50 R$ 12,00
Reaterro m³ R$ 3,00 R$ 6,00
Bora-fora m³ R$ 0,50 R$ 5,00
Fonte: Os autores – pesquisa no mercado local (2012)

De acordo com os dados acima, para a fundação do pavimento tipo

executado com paredes de alvenaria seriam gastos (considerando aço, concreto,

fôrmas, escavação, reaterro e bota-fora):

= 188,18 × 4,50 + 2,10 + 12,48 × 342,00 + 90,00 + 15,40 × 18,00 + 24,00

+ 45,30 × 0,50 + 12,00 + 32,52 × 3,00 + 6,00 + 12,78

× 0,50 + 5,00 = $$ . #",

E para paredes de drywall o gasto seria:

= 146,82 × 4,50 + 2,10 + 10,83 × 342,00 + 90,00 + 14,53 × 18,00 + 24,00

+ 40,86 × 0,50 + 12,00 + 29,72 × 3,00 + 6,00 + 11,14

× 0,50 + 5,00 = $$ . #" ,

Assim pode-se fazer um cálculo de economia global na fundação do modelo

em estudo:

%&'(')*+ = 8209,37 − 7097,33 /8209,37 × 100 = , %

4.4. COMPARATIVO GLOBAL DA ESTRUTURA

Depois de analisado individualmente cada elemento estrutural (exceto os

pilares), e verificar o que a alteração do material das vedações internas acarreta

individualmente nesses elementos, podem-se fazer um comparativo da estrutura

como um todo, considerando um suposto edifício de 4 pavimentos.

A tabela seguinte demonstra o resumo do aço consumido em toda a

estrutura (com exceção dos pilares).


87

TABELA 45 - COMPARATIVO GLOBAL ENTRE ELEMENTOS ESTRUTURAIS - AÇO (kg)

Variação
ALVENARIA DRYWALL
(%)
VIGAS 1879,80 1650,12 -12,22
LAJES 2105,96 1816,4 -13,75
FUNDAÇÕES 188,18 146,82 -21,98
TOTAL 4173,94 3613,34 -13,43
Fonte: Os autores (2012)

Pode-se notar uma significativa redução no consumo de aço em todos os

elementos, principalmente na fundação, e no âmbito global da estrutura, uma

economia de 13,43%.

Baseado nisso, e com os custos já apresentados anteriormente para o aço,

chega-se aos seguintes resultados:

Para as paredes de alvenaria:

= 4173,94 × 4,50 + 2,10 = $$ . , ##

E para as paredes de drywall:

= 3613,34 × 4,50 + 2,10 = $$ . ,#

Assim pode-se calcular a economia global de aço para o projeto em estudo:

%&'(')*+ = 27548,00 − 23848,04 /27548,00 × 100 = , %

Seguindo a linha de raciocínio, é feita a mesma comparação para as fôrmas:

TABELA 46 - COMPARATIVO GLOBAL ENTRE ELEMENTOS ESTRUTURAIS - FÔRMAS (m²)

Variação
ALVENARIA DRYWALL
(%)
VIGAS 367,96 338,44 -8,02
LAJES 426,68 426,68 0
FUNDAÇÕES 15,40 14,53 -5,65
TOTAL 810,04 779,65 -3,75
Fonte: Os autores (2012)

Já nas fôrmas, notamos que nas lajes não há alteração no consumo de

materiais, visto que independentemente da altura das mesmas, as fôrmas da laje

são consideradas apenas no seu fundo, por isso o valor se mantém constante nas
88

duas situações. Como há reduções consideráveis nas seções das vigas, há redução

nas fôrmas das mesmas.

Já nas fundações, essa redução não é tão apreciável, porém não pode ser

desprezada.

Sendo assim, e com os custos já apresentados anteriormente para as

fôrmas, são obtidos os seguintes resultados:

Para as paredes de alvenaria:

= 810,04 × 18,00 + 24,00 = $$ .# ,

E para as paredes de drywall:

= 779,65 × 18,00 + 24,00 = $$ . , #

Assim podemos calcular a economia global de fôrmas para o projeto em

estudo:

%&'(')*+ = 34021,68 − 32745,30 /34021,68 × 100 = , %

Complementando o comparativo estrutural, é feita a mesma análise para o

concreto:

TABELA 47 - COMPARATIVO GLOBAL ENTRE ELEMENTOS ESTRUTURAIS - CONCRETO (m³)

Variação
ALVENARIA DRYWALL
(%)
VIGAS 24,28 22,36 -7,91
LAJES 44,52 44,52 0,00
FUNDAÇÕES 12,48 10,83 -13,22
TOTAL 81,28 77,71 -4,39
Fonte: Os autores (2012)

Com relação ao concreto, também se percebe que não há economia nas

lajes. Isso se deve ao fato de ter sido adotado como critério de dimensionamento a

manutenção da altura das lajes, assim houve grande economia de aço.


89

Percebe-se que a economia mais substancial se dá nas fundações e nas

vigas, visto que foram onde as seções de concreto foram alteradas no momento do

dimensionamento. Pode-se notar que percentualmente os valores da economia de

material são relativamente baixos, porém, como o concreto é um material com preço

unitário bastante elevado, esses valores são bem significativos.

Dessa forma, e com os custos já apresentados anteriormente para o

concreto, são obtidos os seguintes resultados:

Para as paredes de alvenaria:

= 81,28 × 342,00 + 90,00 = $$ . ,"

E para as paredes de drywall:

= 77,71 × 342,00 + 90,00 = $$ . #,

Assim pode-se calcular a economia global de concreto para o projeto em

estudo:

%&'(')*+ = 35112,96 − 33570,72 /35112,96 × 100 = , "%

Com base em todos esses cálculos podemos chegar aos resultados finais do

comparativo de economia da estrutura, considerando concreto, aço e fôrmas. De

acordo com os dados anteriores, para o pavimento tipo executado com paredes de

alvenaria seriam gastos (considerando aço, concreto e fôrmas):

= 4173,94 × 4,50 + 2,10 + 81,28 × 342,00 + 90,00 + 810,04 ×

18,00 + 24,00 = $$ " . ,

E para paredes de drywall o gasto seria:

= 3613,34 × 4,50 + 2,10 + 77,71 × 342,00 + 90,00 + 779,65 ×

18,00 + 24,00 = $$ "#. ,#

Assim pode-se fazer um cálculo de economia global na estrutura do

pavimento:
90

%&'(')*+ = 96682,64 − 90164,06 /96682,64 × 100 = , %

4.5. COMPARATIVO GLOBAL DA OBRA

De posse de todo o comparativo demonstrado nas páginas anteriores, a

respeito da estrutura comparada e analisada de praticamente todas as formas

possíveis, podemos fazer uma análise comparativa dos resultados obtidos para a

obra em seu conjunto total, ou seja, englobando tanto estrutura quanto as vedações

verticais prontas para o acabamento final.

Segundo o folheto técnico da KNAUF 06/2011, o isolamento acústico de

uma parede de alvenaria com 15 cm de espessura é da ordem de 36 a 38 dB,

enquanto em uma parede de drywall com 10 cm de espessura sem lã de rocha é da

ordem de 35 a 37 dB. A mesma parede de drywall com lã de rocha possui

isolamento de 42 a 44 dB. Sendo assim, foram analisadas as paredes de drywall

com e sem a lã mineral, mas o enfoque se dá principalmente nas paredes sem essa

lã, por possuírem características mais similares às das paredes de alvenaria.

É uma conclusão já óbvia que a construção do edifício com vedações

internas em drywall é muito vantajosa em termos estruturais. Agora será analisada a

diferença entre a obra como um todo (estrutura mais vedações – não foram

computados neste comparativo os materiais que são comuns e não sofrerão

alterações independentemente da opção utilizada, como esquadrias, cobertura e

instalações elétricas e hidrossanitárias).

Seguem adiante as planilhas orçamentárias para a execução da obra nas

condições mencionadas no parágrafo anterior:


91

TABELA 48 – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA SISTEMA I: Paredes internas com alvenaria de tijolos cerâmicos

Custo Unitário (R$) Custo Total (R$)


Descrição Unidade Quantidade
Material Mão-de-obra Material Mão-de-obra
Fundações
Escavações m³ 45,30 0,50 12,00 22,65 543,60
Reaterro m³ 32,52 3,00 6,00 97,56 195,12
Bota-fora m³ 12,78 0,50 5,00 6,39 63,90
fôrmas de chapas de madeira compensada m² 15,40 18,00 24,00 277,20 369,60
Aço CA-50 e CA-60 para armaduras kg 188,18 4,50 2,10 846,81 395,18
Concreto usinado fck= 20MPA m³ 12,48 342,00 90,00 4.268,16 1.123,20
Superestutura 0,00 0,00
fôrmas de chapas de madeira compensada m³ 794,64 18,00 24,00 14.303,52 19.071,36
Aço CA-50 e CA-60 para armaduras kg 3.985,76 4,50 2,10 17.935,92 8.370,10
Concreto usinado fck= 25MPA m³ 68,80 342,00 90,00 23.529,60 6.192,00
Paredes 0,00 0,00
Alvenaria de tijolos cerâmicos m² 905,22 23,50 27,00 21.272,58 24.440,83
Chapisco m² 1.810,43 2,38 1,59 4.308,83 2.878,59
Emboço m² 1.810,43 11,26 7,51 20.385,44 13.596,33
Reboco m² 1.810,43 5,49 8,23 9.939,26 14.899,84
117.193,92 92.139,65
Custo Total (R$)
R$ 209.333,57
Fonte: Os autores - preços obtidos por pesquisa no mercado local e por assessoria da construtora Atlante Engenharia – (Borsato Engenharia
Civil Ltda)
92

TABELA 49 – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA SISTEMA II: Paredes internas com gesso acartonado

Custo Unitário (R$) Custo Total (R$)


Descrição Unidade Quantidade
Material Mão-de-obra Material Mão-de-obra
Fundações
Escavações m³ 40,86 0,50 12,00 20,43 490,32
Reaterro m³ 29,72 3,00 6,00 89,16 178,32
Bota-fora m³ 11,14 0,50 5,00 5,57 55,70
fôrmas de chapas de madeira compensada m² 14,53 18,00 24,00 261,54 348,72
Aço CA-50 e CA-60 para armaduras kg 146,82 4,50 2,10 660,69 308,32
Concreto usinado fck= 20MPA m³ 10,83 342,00 90,00 3.703,86 974,70
Superestutura 0,00 0,00
fôrmas de chapas de madeira compensada m² 765,12 18,00 24,00 13.772,16 18.362,88
Aço CA-50 e CA-60 para armaduras kg 3.466,52 4,50 2,10 15.599,34 7.279,69
Concreto usinado fck= 25MPA m³ 66,88 342,00 90,00 22.872,96 6.019,20
Paredes 0,00 0,00
Alvenaria de tijolos cerâmicos m² 475,38 23,50 27,00 11.171,43 12.835,26
Chapisco m² 950,76 2,38 1,59 2.262,81 1.511,71
Emboço m² 950,76 11,26 7,51 10.705,56 7.140,21
Reboco m² 950,76 5,49 8,23 5.219,67 7.824,75
Paredes em drywall
PAREDE DRY WALL STD 12,5MM SISTEMA KNAUF W111 - 95/70 m² 248,00 43,00 22,00 10.664,00 5.456,00
PAREDE DRY WALL STD 12,5MM SISTEMA KNAUF W112 - 140/90 m² 119,00 45,00 22,00 5.355,00 2.618,00
PAREDE DRY WALL STD 12,5MM SISTEMA KNAUF W115 - 160/70 m² 49,00 63,00 22,00 3.087,00 1.078,00
105.451,18 72.481,78
Custo Total (R$)
R$ 177.932,96
Fonte: Os autores - preços obtidos por pesquisa no mercado local e por assessoria da construtora Atlante Engenharia – (Borsato Engenharia Civil Ltda)
93

TABELA 50 – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA SISTEMA III: Paredes internas com gesso acartonado e isolamento com lã mineral

Custo Unitário (R$) Custo Total (R$)


Descrição Unidade Quantidade
Material Mão-de-obra Material Mão-de-obra
Fundações 0,00 0,00
Escavações m³ 40,86 0,50 12,00 20,43 490,32
Reaterro m³ 29,72 3,00 6,00 89,16 178,32
Bota-fora m³ 11,14 0,50 5,00 5,57 55,70
fôrmas de chapas de madeira compensada m² 14,53 18,00 24,00 261,54 348,72
Aço CA-50 e CA-60 para armaduras kg 146,82 4,50 2,10 660,69 308,32
Concreto usinado fck= 20MPA m³ 10,83 342,00 90,00 3.703,86 974,70
Superestutura 0,00 0,00
fôrmas de chapas de madeira compensada m² 765,12 18,00 24,00 13.772,16 18.362,88
Aço CA-50 e CA-60 para armaduras kg 3.466,52 4,50 2,10 15.599,34 7.279,69
Concreto usinado fck= 25MPA m³ 66,88 342,00 90,00 22.872,96 6.019,20
Paredes 0,00 0,00
Alvenaria de tijolos cerâmicos m² 475,38 23,50 27,00 11.171,43 12.835,26
Chapisco m² 950,76 2,38 1,59 2.262,81 1.511,71
Emboço m² 950,76 11,26 7,51 10.705,56 7.140,21
Reboco m² 950,76 5,49 8,23 5.219,67 7.824,75
Paredes em drywall
PAREDE DRY WALL STD 12,5MM SISTEMA KNAUF W111 - 95/70 m² 248,00 43,00 22,00 10.664,00 5.456,00
PAREDE DRY WALL STD 12,5MM SISTEMA KNAUF W112 - 140/90 m² 119,00 45,00 22,00 5.355,00 2.618,00
PAREDE DRY WALL STD 12,5MM SISTEMA KNAUF W115 - 160/70 m² 49,00 63,00 22,00 3.087,00 1.078,00
LÃ MINERAL P/ISOLAMENTO ACUSTICO SISTEMA DRY WALL m² 416,00 9,90 22,00 4.118,40 9.152,00
109.569,58 81.633,78
Custo Total (R$)
R$ 191.203,36
Fonte: Os autores - preços obtidos por pesquisa no mercado local e por assessoria da construtora Atlante Engenharia – (Borsato Engenharia Civil Ltda)
94

Como as tabelas anteriores demonstram, há uma economia muito grande

com a utilização do drywall, na opção sem lã mineral, tanto na questão estrutural

quanto na questão das vedações internas. O custo da obra com vedação interna em

alvenaria seria de R$ 209.333,57, ao passo que se as paredes fossem em gesso

acartonado o custo seria de R$ 177.932,96.

Então fazendo o cálculo da economia global na obra, chega-se ao seguinte

resultado:

%&'(')*+ = 209333,57 − 177932,96 /209333,57 × 100 = , ##%

Além disso, pode-se fazer a análise com a utilização da lã mineral, sendo a

economia um pouco menor, porém também bastante apreciável:

%&'(')*+ = 209333,57 − 191203,36 /209333,57 × 100 = , %

Essa economia é bastante substancial em uma obra, e, além disso, há

outras vantagens que o drywall proporciona que são de extrema importância, como

por exemplo, a produtividade: enquanto o rendimento médio de uma parede de

alvenaria, por funcionário é de 15 a 20m² por dia, sem revestimento, uma parede de

drywall já pronta para pintura por funcionário chega perto dos 40m² (dados obtidos

por pesquisa direta em canteiro de obra).

Além disso, há grandes melhorias indiretas, já que para executar as paredes

com alvenaria é necessário um maior transporte de material vertical e horizontal,

existe a dificuldade para as instalações, pois são necessários rasgos nas paredes,

gerando desperdícios de material, retrabalhos e entulho, além de uma maior equipe

para mão de obra e maior peso na estrutura.

Dessa maneira, a opção por drywall gera, além da economia direta na

planilha orçamentária, reduções no prazo de execução, redução de entulhos,

redução de retrabalhos etc.


95

5. COMPARATIVO DE PRODUTIVIDADE DOS DOIS SISTEMAS

Um ponto que não pode ser deixado de lado na análise comparativa de dois

sistemas de vedação, e que reflete diretamente nos custos da obra trata-se da

produtividade da mão de obra, verificada de um sistema para outro. É verdade

também que a produtividade para os diferentes serviços apresenta variação em

função das especificações de projeto adotadas, materiais empregados, e ainda das

diversas variantes que se verificam de uma região para outra. As Tabelas de

Composições de Preços para Orçamentos (TCPO) 13° edição da editora PINI

trazem valores de produtividade que foram estudados para os serviços de execução

de assentamento de alvenaria de tijolos cerâmicos furados e execução de vedações

com gesso acartonado.

Para análise da produtividade de assentamento de alvenaria em tijolos

cerâmicos furados devemos fazer as seguintes considerações:

a) A análise é realizada separadamente para o pedreiro, que é

responsável pelo assentamento propriamente dito da alvenaria, e para o ajudante,

que dará suporte ao pedreiro através da fabricação de argamassa, carregamento e

alcance de materiais e todos os auxílios necessários ao responsável pela execução

do sistema.

Para a análise da produtividade de execução de vedações com gesso

acartonado as considerações são as seguintes:

a) A análise é realizada para cada montador do sistema, englobando

execução da estrutura em perfis metálicos, bem como fixação e tratamento de juntas

das placas de gesso acartonado.


96

5.1. Produtividade para assentamento de alvenaria em

tijolos cerâmicos furados

Como já citado nas considerações acima, a execução da alvenaria

convencional exige a aplicação direta de dois tipos diferentes de profissionais, o

pedreiro que será responsável pela execução propriamente dita da alvenaria, e o

ajudante, que dará suporte ao pedreiro com a produção de argamassa, auxílio com

materiais e outras necessidades. No quadro 2 pode ser verificada a produtividade

variável para a execução de assentamento de alvenaria convencional tanto para o

pedreiro como para o ajudante.

QUADRO 2 - Produtividade variável para execução de assentamento de alvenaria em tijolos


cerâmico furado
Fonte: TCPO, Tabelas de Composição de Preços para Orçamentos. – 13 ed. - São Paulo: Pini, 2008.

Como pode ser observada a produtividade varia em função das diversas

variantes que existem de uma obra para outra, e é diferente para cada profissional.

Considerando a necessidade de um pedreiro e um servente para a execução do

serviço e sendo a produtividade do pedreiro para execução de 1m² de alvenaria

menor do que a de um servente para o auxílio no mesmo serviço, o delimitador para


97

o cálculo da produtividade nesse caso trata-se do pedreiro. Considerando turno de

8 horas de trabalho diário e os dados do quadro 2 podemos afirmar que a

produtividade para um pedreiro varia de 10,81 a 15,69m² de alvenaria por dia

trabalhado, com média de produção de 12,5m² de parede.

5.2. Produtividade para execução de vedações com gesso

acartonado

A mão de obra necessária para execução das vedações em gesso

acartonado compreende apenas os montadores, responsáveis pela estruturação,

montagem das chapas e tratamento de juntas no local da obra. A produtividade

variável para esses profissionais pode ser verificada no quadro 3, bem como as

respectivas variantes de cada faixa de produtividade.

QUADRO 3 - Produtividade variável para execução de vedação com gesso acartonado


Fonte: TCPO, Tabelas de Composição de Preços para Orçamentos. – 13 ed. - São Paulo: Pini, 2008.

Considerando a necessidade de um montador para execução do sistema e

considerando a produtividade variável do quadro 3, para um turno de 8 horas diárias

de trabalho a produtividade para um montador varia de 6,67 a 26,67m² de parede

em drywall, com média de produção de 13,33m² de parede.


98

5.3. Considerações de revestimentos e resultado de

produtividade final

Em termos médios, podemos verificar valores bastante próximos de

produtividade para os dois sistemas, porém devemos fazer algumas considerações

que mostram a grande vantagem do drywall no quesito em estudo. O primeiro ponto

a ser observado trata-se da consideração dos sistemas prediais embutidos,

englobando tubulações elétricas e hidráulicas. Esse fator é preponderante na baixa

de produtividade verificada no quadro 3 porém sabemos que grande parte das

paredes de uma edificação comum não apresentam embutimento de elementos

hidráulicos que promovem essa diminuição drástica na produtividade dos

montadores. Ainda deve-se considerar que os valores de produtividade citados

incluem cuidado prévio com as tubulações e passagens elétricas na obra, fator não

verificado para a alvenaria, e que irá necessitar de mão de obra para posterior

realização de retrabalhos.

Outro fator de extrema importância verificado trata-se do revestimento para

cada tipo de sistema. Para a alvenaria convencional a produtividade demonstrada na

no quadro 2 inclui apenas o assentamento propriamente dito, sendo necessária

posterior realização de revestimentos com utilização de chapisco, emboço e reboco

antes do acabamento final com massa corrida e pintura, já para o sistema em gesso

acartonado a necessidade é de apenas aplicação de regularização com massa

corrida antes do acabamento final com pintura, não existindo a utilização de reboco,

fator esse que também deve ser considerado na produtividade do produto final.

Comparando os dois sistemas e considerando a utilização de massa corrida

anteriormente à pintura para os dois sistemas, temos que considerar a produtividade

para execução de revestimento com chapisco, emboço e reboco para a alvenaria


99

convencional. Sendo assim temos a produtividade variável para o serviço de

revestimento interno de paredes com argamassa mostrados no quadro 4:

QUADRO 4 - Produtividade variável para o serviço de revestimento interno de paredes com


argamassa
Fonte: TCPO, Tabelas de Composição de Preços para Orçamentos. – 13 ed. - São Paulo: Pini, 2008.

Como verificado para execução de assentamento, para o serviço de

revestimento também se verifica a necessidade de dois tipos de profissionais na

realização do serviço. Assim como para o serviço de assentamento, para produção

de 1m² de revestimento a produtividade para o oficial é menor do que para o

ajudante e por isso é fator delimitador na verificação de quantidade de revestimento

produzida para um dia de trabalho. Considerando as mesmas 8 horas diárias de

trabalho, a produtividade de um pedreiro para o serviço de revestimento interno para

paredes em alvenaria varia de 8,16 a 19,51m² por dia, com produtividade média de

14,04m².

Considerando termos médios, como já mostrado a produtividade média para

execução de alvenaria convencional é de 0,64Hh/m², e considerando que para a


100

parede acabada necessita-se ainda da camada de revestimento composta por

chapisco, emboço e reboco, e que a produtividade média para execução da mesma

é de 0,57Hh/m², e considerando ainda que a parede é composta por duas faces e

portanto a produtividade para revestimento é de 1,14Hh/m² de alvenaria temos a

produtividade para 1m² de alvenaria de parede pronta para recebimento de

emassamento e pintura igual à soma da produtividade para assentamento da

alvenaria com o revestimento dos dois lados da mesma. Portanto o valor total médio

para a produtividade de uma parede em alvenaria pronta para emassamento e

pintura é de 1,78Hh/m². Como já verificado, a produtividade média para entregar a

mesma parede pronta para emassamento e pintura, porém com sistema de vedação

em gesso acartonado é de 0,60Hh/m².

Com esses parâmetros podemos verificar a produtividade média diária

para um profissional, lembrando que estamos considerando todo o serviço

necessário para entrega da parede pronta para emassamento e pintura nos dois

sistemas. Assim sendo um pedreiro produz em média 4,49m² de parede em

alvenaria por dia, e um montador 13,33m² de parede em gesso acartonado no

mesmo período. Devemos lembrar que esses são apenas valores médios, e que os

mesmos podem apresentar grande variação em função das diversas características

envolvidas no processo.

Porém podemos notar claramente o aumento de produtividade verificado

para as paredes em gesso acartonado, e que esse aumento é de 196,88% para o

trabalho em estudo.
101

6. CONCLUSÃO

Como analisado no decorrer do trabalho o sistema de vedação vertical

interna em chapas de gesso acartonado apresentou resultados bastante

significativos em relação ao método executivo de alvenaria convencional. Houve

redução significativa na carga da estrutura, possibilitando redução dos elementos

estruturais, com consequente economia de aço, fôrmas e concreto. O custo final

da estrutura para o sistema de construção a seco ficou 6,74% menor do que para

o sistema em alvenaria. Tal fato é proveniente da análise de cada elemento

componente da estrutura, sendo o maior contribuinte a fundação, com custo

13,55% menor com a utilização de drywall, seguido pelas vigas com 9,35% e por

lajes com 3,74%. Analisando os componentes (aço, fôrmas e concreto) a maior

economia verificada foi para o aço, com consumo 13,43% menor para a estrutura

em drywall, seguido pelo concreto com 4,39%, e pelas fôrmas com 3,75%.

Analisando o custo de material e mão de obra para os dois sistemas o drywall

apresentou valores variando de R$ 65,00/m² a R$ 85,00/m² para o sistema sem a

utilização de lã de vidro, e R$ 81,50/m² a R$ 101,50/m² com o uso de lã. Essa

variação é decorrente da tipologia de parede utilizada. Já para a alvenaria o

custo verificado foi de R$ 86,96 para alvenaria com revestimentos. Além dos

custos ligados à estrutura, aos materiais e à mão de obra, o drywall apresentou

outras vantagens que com certeza irão impactar o custo final da obra: redução no

tempo de execução das paredes, ganhando em prazos no cronograma da obra,

além da redução de resíduos e retrabalhos, o que reflete diretamente em menor

custo com mão de obra. Como foi mostrado ainda, ao contrário do que se pensa

o sistema ainda apresenta ótimos valores de conforto térmico e acústico, sendo

os mesmos melhores que o da própria alvenaria, ainda mais quando aliado ao


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uso de manta em lã de vidro em seu interior. Como todo sistema o drywall

também apresenta suas desvantagens, que se verificam principalmente pela

baixa resistência mecânica e resistência à umidade que o sistema apresenta.

Comparando o custo final da obra incluindo estrutura e o custo dos sistemas

empregados, foi obtida uma economia de 15,00% com o uso de drywall sem a

utilização de lã de vidro, e de 8,66% para o uso de drywall com o uso de lã de

vidro, mostrando que realmente se planejada com antecedência, a execução da

obra com o uso de vedações verticais internas em gesso acartonado é bastante

vantajosa, tornando-se necessário apenas quebrar a barreira cultural que o

consumidor apresenta em relação a esse sistema.


103

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, H. N. Intervenção em obra para implantação do processo construtivo


em alvenaria estrutural: Um estudo de caso. Florianópolis, UFSC, Dez/1995.
Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Universidade Federal de Santa Catarina,
1995.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de
concreto – Procedimento - NBR 6118. Rio de Janeiro, ABNT, mai/2007, 221p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cargas para o cálculo de
estruturas de edificações - NBR 6120. Rio de Janeiro, ABNT, nov/1980, 5p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto e Execução de
Fundações - NBR 6122. Rio de Janeiro, ABNT, set/2010, 91p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Execução de alvenaria
sem função estrutural de tijolos e blocos cerâmicos – Procedimento - NBR 8545.
Rio de Janeiro, ABNT, jul/1984, 13p.
SABBATINI, F. H. Paredes de Vedação em Alvenaria. São Paulo, 2001. Notas de aula
USP

SABBATINI, F. H. Tecnologia de Produção de Vedações Verticais. São Paulo,


2002. Notas de aula USP
TANIGUTI, E. K. Método Construtivo de Vedação Vertical Interna de Chapas de
Gesso Acartonado. Dissertação (Mestrado). Escola Politécnica, Universidade de
São Paulo, SP. 1999.
TCPO, Tabelas de Composição de Preços para Orçamentos. – 13 ed. - São
Paulo: Pini, 2008.

KNAUF, Folheto Técnico 06/2011 – disponível em www.knauf.com.br


104

APÊNDICE A - PROJETO ARQUITETÔNICO DO PAVIMENTO TIPO -

ALVENARIA/DRYWALL
105
106

APÊNDICE B - PROJETOS ESTRUTURAIS PARA VEDAÇÕES INTERNAS

COM ALVENARIA E DRYWALL


107

fôrmas
108

etalhamento de lajes
109

detalhamento das vigas em alvenaria


110

detalhamento das vigas drywall


111

APÊNDICE C - PLANILHA COMPARATIVA DE LAJES


112

APÊNDICE D - PLANILHA COMPARATIVA DE VIGAS


113

APÊNDICE E - PLANILHA DE ALÍVIO DE CARGA DE PILARES E FUNDAÇÃO


114
115

APÊNDICE F - PLANILHA COMPARATIVA DA FUNDAÇÃO

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