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Tubulações Industriais

Profª Karla Silva


Aula 1 – Tubulações Industriais
 Tubos
 Materiais
 Processos de Fabricação
 Normalização Dimensional
 Meios de Ligação de Tubos
Bibliografia
Tubulações Industriais
 Definição:
◦ Conjunto de tubos e seus acessórios
Tubulações Industriais
Tubos: são dutos fechados destinados ao transporte
de fluidos, e geralmente são de seção circular. Conduto
forçado, sem superfície livre.

O termo usado para denominar um conjunto de tubos e


seus acessórios é tubulação ou sistema de
escoamento.

Se for necessário, os tubos podem ter acabamento


mais liso (sanitário) que os de fabricação padrão.

Os tubos geralmente são definidos pelo diâmetro


externo e a espessura da parede é de 1,5 mm para
todos os diâmetros disponíveis no mercado, com
exceção do tubo de 4" (tabela a seguir).
Tubulações Industriais

Bitola (polegada) e espessura (mm) normalmente


encontrada para tubos mantidos em estoque.

Bitola 1 1,5 2 2,5 3 4


(polegada)

Espessura 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,0


da parede do
tubo (mm)
CANO  (D.N.)

TUBO  (D.E.)

MANGUEIRA (D.I.)
Tubulações Industriais
 Nomenclatura:
Tubulações Industriais
 Aplicações:
◦ Distribuição de vapor para potência e/ou
para aquecimento;
◦ Distribuição de água potável ou de processos
industriais;
◦ Distribuição de óleos combustíveis ou
lubrificantes;
◦ Distribuição de ar comprimido;
◦ Distribuição de gases e/ou líquidos
industriais
◦ Transporte/distribuição de fluidos diversos.
Tubulações Industriais
Tubulações Industriais
Tubulações Industriais
 Custo:
◦ Em indústrias de processamento,
indústrias químicas, refinarias de
petróleo, indústrias petroquímicas, boa
parte das indústrias alimentícias e
farmacêuticas, o custo das tubulações
pode representar 70% do custo dos
equipamentos ou 25% do custo total da
instalação.
Tubulações Industriais
Fabricação de Tubos

Tubos S/ Costura
◦LAMINAÇÃO (rolling)
◦EXTRUSÃO (extrusion)
◦FUNDIÇÃO (casting)

Tubos C/ Costura
◦SOLDA (welding)
Tubos S/ costura: LAMINAÇÃO
 Laminador Oblíquo = “Mannesmann”
Tubos S/ costura: EXTRUSÃO
Tubos S/ costura: FUNDIÇÃO
(líquido moldado!)

 Ferro fundido (Nodular)


 Aços especiais não forjáveis
 Concreto
 Cimento- amianto
 Barro-vidrado
Tubos C/ Costura: SOLDA
 Em Espiral (helicoidal)

 De Topo (butt-weld)

 Sobreposta (lap-weld)
Tubos C/ Costura: SOLDA
Processos industriais + importantes:
1. Solda elétrica por arco protegido:
a) Solda por arco submerso (submerged arc welding)
b) Solda por proteção de gás inerte (inert gas
welding)

2. Solda por resistênca elétrica (ERW = electric


resistance)

Baixa voltagem e alta frequência  aquecimento + uniforme e + local


Tubulações Industriais
Vídeos
 Linha de fabricação:
http://www.youtube.com/watch?v=ahDhqTvDqc8&feature=related
 S/ Costura:
http://www.youtube.com/watch?v=j17IWtM-P8g&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=JDMln5vitgE&feature=fvw
 Solda:
http://www.youtube.com/watch?v=bkjdAxNf5IM
 Cortador de Tubos
 Expansor de Tubos
 Curvador de Tubos
 Alicate Selador de Tubos

Imagem vale mais do que palavras!


Materiais para Tubos

ASTM (American Society for Testing and Materials) especifica + de 500 tipos diferentes!
Materiais para Tubos (outros)
De onde vem o Ferro?
De onde vem o Aço?
De onde vem o PVC?
Ferro a Aço

Fonte: http://pt.slideshare.net/ABIFA_CCA/todo-o-processo-de-fabricao-de-ao-e-ferro
Curiosidade: Melhorando a eficiência do
processo de obtenção
Curiosidade: Detalhes do processamento
Atualidade: Obtenção por reciclagem
PVC
Materiais para Tubos:
comparação dos custos
Tubulações Industriais
Principais fatores na Seleção de Materiais de Tubos
 Fluido conduzido – Natureza e concentração do fluido. Impurezas ou contaminantes;
pH; Velocidade; Toxidez; Resistência à corrosão; Possibilidade de contaminação.
 Condições de serviço – Temperatura e pressão de trabalho. Consideradas as
condições extremas, mesmo que sejam condições transitórias ou eventuais.)
 Nível de tensões do material – O material deve ter resistência mecânica compatível
com a ordem de grandeza dos esforços presentes. ( pressão do fluido, pesos, ação do
vento, reações de dilatações térmicas, sobrecargas, esforços de montagem etc.
 Natureza dos esforços mecânicos – Tração; Compressão; Flexão; Esforços estáticos
ou dinâmicos; Choque s; Vibrações; sforços cíclicos etc.
 Disponibilidade dos materiais – Com exceção do aço-carbono os materiais tem
limitações de disponibilidade.
 Sistema de ligações – Adequado ao tipo de material e ao tipo de montagem.
 Custo dos materiais – Fator freqüentemente decisivo. Deve-se considerar o custo
direto e também os custos indiretos representados pelo tempo de vida, e os
conseqüentes custos de reposição e de paralisação do sistema.
 Segurança – Do maior ou menor grau de segurança exigido dependerão a
resistência mecânica e o tempo de vida.
 Facilidade de fabricação e montagem – Entre as limitações incluem-se a
soldabilidade, usinabilidade, facilidade de conformação etc.
 Experiência prévia – É arriscado decidir por um material que não se conheça
nenhuma experiência anterior em serviço semelhante.
 Tempo de vida previsto – O tempo de vida depende da natureza e importância da
tubulação e do tempo de amortização do investimento. Tempo de vida para efeito de
projeto é de aproximadamente 15 anos.
Especificação de Material para Tubos de Aço
Normas para tubos de aço:
ANSI x ABNT

ANSI – American National Standards Institute


Diâmetros Nominal de tubos de aço
Diâmetros comerciais de tubos de aço
Dimensionamento do Diâmetro da Tubulação
Especificações para Compra de Tubos
Dimensionamento do Diâmetro da Tubulação

Na maioria dos casos é um problema hidrárulico em função:


 Da vazão necessária de fluido
 Das diferenças de cotas existentes
 Das pressões disponíveis
 Das velocidades e perdas de carga admissíveis
 Da natureza do fluido
 Do material e tipo da tubulação
Cálculo da Espessura da Parede do Tubo
em Função da Pressão Interna

Cálculo da Espessura da Parede do Tubo


Norma ANSI/ASME . B.31
Tubos de Aço-Carbono (ASTM: A-53, A-106, A-120)
(Fe, C, Mg, Ph, pequena adição em alguns aços de Si, Al, Cu)
Chamados de uso geral, pois representa 90% dos tubos das indústrias
 Baixo Custo
 Excelentes qualidades mecânicas
 Fácil de Soldar e de Conformar
 Utilizado p/: água doce, vapor, condensado, ar comprimido, óleo, gases e muitos fluidos pouco
corrosivos.
 Limites de Trabalho pela temperatura:
◦ 450ºC para serviço severo/480ºC para serviço não severo
◦ 520ºC máximo em picos/ 530ºC oxidação intensa (escamação)
◦ 370ºC começa deformação por fluência
◦ -45ºC torna-se quebradiço
 Existem Aços-Carbono especiais para baixas temperaturas: com menos Carbono e mais
Manganês
 Para temperaturas abaixo de 0ºC e acima de 400ºC é recomendado o Aço-Carbono acalmado
(1% de SI)
 Aço-Carbono exposto à atmosfera sofre Corrosão Uniforme (Ferrugem) e o contato direto com o
solo causa corrosão alveolar penetrante
 De modo geral o Aço Carbono apresenta baixa resistência à corrosão (utiliza-se com
revestimento ou joga-se com sobreespessura).
 Os resíduos de corrosão do Aço-Carbono não são tóxicos mas podem afetar a cor e o gosto do
fluido conduzido.
 Aço-Carbono é violentamente atacado pelos ácidos minerais, principalmente quando diluídos ou
Tubos de Ligas e Aços Inoxidáveis
(Bem + caros que os Aço Carbono. Soldagem, conformação e montagem + difíceis e +
caras)
Aço-Liga – todos os outros aços que contêm outros elementos, além dos que
compõem os aços-carbono.
Aço Inoxidáveis – os que contêm pelo menos 12% de Cr (que confere
propriedade de não se enferrujarem mesmo em exposição prolongada a
atmosfera normal).

Casos gerais de emprego:


• Muito Altas e Bem Baixas temperaturas
• Alta corrosão
• Necessidade de não contaminação
• Segurança
• Melhora resistência a fluência

Aços-liga:
P/ altas Temperaturas Mo (melhora a resistência a fluência)
Mo+Cr (melhora a resistência a oxidação)

P/ baixas Temperaturas Ni

Aços Inoxidáveis:
Austenítico (não magnético)- Corrosão intergranular pela precipitação de carboneto de
Cr ou
Entendendo a composição!
Tubos de Ligas e Aços Inoxidáveis (ASTM: A-312)

Microestrutura Capacidade de ser tratado Elementos de liga Série


termicamente básicos
Martensítica fig 4 Endurecível Cromo 400
Ferrítica fig 5 Não endurecível Cromo 400
Austenítica fig 6 Não endurecível Cromo-Níquel 300
https://www.youtube.com/watch?v=iwJKx_PP9Qg
Tubos de Ligas e Aços Inoxidáveis -
Martensítica

Estes aços, após resfriamento rápido de alta temperatura, mostram uma estrutura caracterizando alta
dureza e fragilidade, denominada Martensítica.

Contém de 12 a 17% de Cromo e O, l a O, 5% de carbono (em certos casos até 1% de carbono) e podem
atingir diversos graus de dureza pela variação das condições de aquecimento e resfriamento (tratamento
térmico).
São dificilmente atacados pela corrosão atmosférica no estado temperado e se destacam pela dureza.
São ferromagnéticos.
Apresentam trabalhabilidade inferior as demais classes e soldabilidade pior, especialmente com carbono
mais elevado, devido a formação de martensita no resfriamento.
Tubos de Ligas e Aços Inoxidáveis -
Ferrítica

Após resfriamento rápido de alta temperatura eles mostram uma estrutura macia e tenaz, altamente
homogênea, conhecida com Ferrítica. Contém de 16 a 30% de Cromo. Não podem ser endurecidos por
tratamento térmico e são basicamente usados nas condições de recozido.
Possuem uma maior trabalhabilidade. e maior resistência à corrosão que os aços martensíticos devido
ao maior teor de cromo. Possuem boas propriedades físicas e mecânicas e são efetivamente resistentes à
corrosão atmosférica e a soluções fortemente oxidantes.São ferromagnéticos.
As aplicações principais são aquelas que exigem boa resistência à corrosão, ótima aparência superficial e
requisitos mecânicos moderados. Apresentam, tendência ao crescimento de grão após soldagem,
particularmente para seções de grande espessura, experimentando certas formas de fragilidade.
Tubos de Ligas e Aços Inoxidáveis - Austenítico

Grande melhoria em muitas propriedades do aço inoxidável é conseguida com a introdução de Ni como
elemento de liga. Consegue-se uma mudança na estrutura, transformando ligas ferríticas em ligas
Austeníticas (estrutura de alta resistência e tenacidade).
Os aços inoxidáveis austeníticos são conhecidos pela sua excelente resistência à corrosão em muitos
meios agressivos.
Outros elementos como molibdênio, titânio e nióbio, se adicionados podem melhorar a resistência a
corrosão e minimizar a corrosão intergranular por estabilização dos carbonetos presentes.
Dos três grupos, estes aços são os que apresentam maior resistência à corrosão. Eles combinam baixo
limite de escoamento com alta resistência a tração e bom alongamento, oferecendo as melhores
propriedades para trabalho a frio.
Não podem ser endurecido por tratamento térmico, mas suas resistência a tração e dureza podem ser
aumentadas por encruamento.
Não são ferromagnéticos.
Eles possuem uma ampla faixa de propriedades mecânicas, oferecendo boa ductilidade e resistência a
altas e/ou baixíssimas temperaturas, além de boa trabalhabilidade e soldabilidade.
Existem também aços inoxidáveis duplex (com dois tipos de estrutura convivendo), porém como são aços
muito especiais, são os mais discutidos.
Aço Inoxidável Austenítico

Os tubos podem ser fabricados de vários materiais,


mas as tubulações sanitárias são, normalmente,
fabricadas em aço inoxidável austenístico AISI 304
ou AISI 316.

O aço inoxidável austenítico tem em sua composição


maior quantidade de cromo que os ferríticos, além de
possuir níquel na liga. A vantagem é a extraordinária
resistência à oxidação e a temperatura, o que justifica o
pagamento do seu alto preço em instalações de
processamento de alimentos.
Meios de Ligação de Tubos
Meios de Ligação de Tubos:
Ligações Rosqueadas
Meios de Ligação de Tubos:
Ligações Soldadas

A NORMA ANSI/ASME B 31.3 CONTÉM INUMERAS RECOMENDAÇÕES SOBRE SOLDAGEM


DOS TUBOS, INCLUINDO SEQÜÊNCIA DE SOLDAGEM, TRATAMENTOS TÉRMICOS,
QUALIFICAÇÃO DE SOLDADORES, TESTES DE INSPEÇÃO E ACEITAÇÃO ETC.
Meios de Ligação de Tubos:
Ligações Flangeadas
Meios de Ligação de Tubos:
Ligações de Ponta e Bolsa
Meios de Ligação de Tubos:
Uniões específicas para tubulações sanitárias

a) Tri-clamp: é uma união tipo


abraçadeira, sanitária, que oferece
meio liso e não contaminante para o
produto. É a mais indicada onde
existe sistema de limpeza CIP. É de
fácil desmontagem e é composta de
dois encaixes iguais côncavos.

b) Flange: união não sanitária


composta por duas flanges de face
plana e anel.
c) Rosca: É sanitária e
deve ser de fácil
desmontagem para
limpeza e inspeção. É
composta de macho,
niple, porca e anel.

d) Solda: é o sistema mais


sanitário e é resistente à corrosão.
Minimiza a perda de carga e a
contaminação.
Muito usado em instalações com
sistema de limpeza CIP.
NBR 6493/ 1993
Teste sua aprendizagem!
(Respostas indicadas entre parênteses)
1. Quais são os itens que devem ser abordados para uma perfeita
compreensão de tubulações industriais? (Slide 2)
2. O que vem a ser, a rigor, “Tubulação Industrial” ? (Slide 4)
3. O que são Tubos e como são geralmente definidos? (Slide 5)
4. Existe alguma relação entre o diâmetro externo de um tubo e sua
espessura? (Slides 5 e 6)
5. Qual a diferença entre Tubo, Cano e Mangueira? (Slides 7 e 8)
6. Quais são as principais aplicações de Tubulações na Indústria? (Slide 10)
7. Quais são as variáveis básicas que devem nortear a escolha de
tubulações industriais? (Pressão e Temperatura)
8. Como podem ser classificadas as tubulações de acordo com sua
aplicação dentro e fora das indústrias? (Slide 12)
9. Em relação a participação no custo da instalação industrial, qual a
representatividade das tubulações? (Slide 13)
10. Quais são os processos básicos de fabricação de tubos com e sem
costura? (Slide 14)
11. Explique, em linhas gerais, os diferentes processos de fabricação de
tubos. (Slides de 15 a 19)
Teste sua aprendizagem!
(Respostas indicadas entre parênteses)
12. Cite os principais tipos de materiais de tubos metálicos e não metálicos.
(Slide 21)
13. Quais podem ser os tubos com revestimentos? (Slide 22)
14. De onde vem o Ferro e o Aço? (Slides 24 e 27)
15. De onde vem o PVC? (Slide 28)
16. Como poderiam ser comparados os custos dos diferentes tipos de
materiais para tubos? (Slides 29)
17. Quais são os principais fatores a serem considerados na seleção de
materiais para tubos? (Slide 30)
18. Quais são as Normas para tubos de aço? (Especifique o que significam
as siglas) (Slide 32)
19. Quais devem ser as especificações básicas para compra de tubos? (Slide
37)
20. Quais são os fatores a serem considerados para se definir o diâmetro
correto (dimensionamento) de uma Tubulação? (Slide 38)
21. Quais são as variáveis determinantes no cálculo de espessura de parede
de tubos? (Slide 39)
22. Cite as características de tubos de aço carbono. (Slide 40)
23. Cite as principais características de Tubos de Aço Inoxidável. (Slide 41)
Teste sua aprendizagem!
(Respostas indicadas entre parênteses)
12. Cite os principais tipos de materiais de tubos metálicos e não metálicos.
(Slide 21)
13. Quais podem ser os tubos com revestimentos? (Slide 22)
14. De onde vem o Ferro e o Aço? (Slides 24 e 27)
15. De onde vem o PVC? (Slide 28)
16. Como poderiam ser comparados os custos dos diferentes tipos de
materiais para tubos? (Slides 29)
17. Quais são os principais fatores a serem considerados na seleção de
materiais para tubos? (Slide 30)
18. Quais são as Normas para tubos de aço? (Especifique o que significam
as siglas) (Slide 32)
19. Quais devem ser as especificações básicas para compra de tubos? (Slide
37)
20. Quais são os fatores a serem considerados para se definir o diâmetro
correto (dimensionamento) de uma Tubulação? (Slide 38)
21. Quais são as variáveis determinantes no cálculo de espessura de parede
de tubos? (Slide 39)
22. Cite as características de tubos de aço carbono. (Slide 40)
23. Cite as principais características de Tubos de Aço Inoxidável. (Slide 41)

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