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As 1as aldeias na África surgiram em torno dos rios para usar a água nas plantações, criação de animais e para as pessoas.
Apesar da grande diversidade de vegetação e animais, a maior parte da África tem um clima quente e seus rios são rasos, salvo o Rio
Nilo. Assim, devido ao clima, cada vez mais a África tem se tornado um deserto.
Floresta equatorial – solo muito pobre, grandes árvores, muita sombra, calor e umidade. Tem diferentes animais e plantas.
Floresta tropical úmida – úmidas, com árvores altas, clima quente e muita chuva.
Savana – região plana com grama, poucas árvores e arbustos, solo fértil, ou é muito quente e seca ou chuvosa.
Estepe – zona de transição entre a savana e o deserto, com temperaturas elevadas e poucas chuvas. A plantação é difícil, a maioria da
sua população depende da criação das cabras e outros animais.
Deserto – solo de areia, pouquíssima chuva, animais e vegetação.
Vegetação mediterrânea – verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos possuindo muitas árvores e animais de clima mais
ameno, como coelhos, veados e pássaros.
Vegetação de montanha – a temperatura é mais fria conforme aumenta a altitude.
2- Bosquímanos (homens dos bosques) – são um dos povos mais antigos da África, viviam em florestas no centro africano e hoje
vivem nas regiões de Angola, Namíbia, Botsuana, Zâmbia e norte da África do Sul (estepes e savana). Eles eram caçadores e
coletores. São baixos, pele mais clara, olhos puxados e possuem grandes nádegas. Nas suas aldeias todos cuidam de todos. São
politeístas, mas com 1 deus Supremo (criador dos outros).
3- Pigmeus – Cada um é um povo distinto, como o Twa, Aka, Baka e Mbuti vivendo em países da África Central, como a República
Centro-Africana, a República Democrática do Congo, Ruanda, Uganda e Camarões. São povos conhecidos por serem muito baixos
devido viverem em florestas de solo pobre e pouco sol. Há pigmeus na África, Ásia, América e Oceania. Eles são caçadores, coletores
e artesãos. Homens e mulheres são tratados de forma igual nas tribos. Até hoje na África sofrem preconceito e são maltratados,
escravizados e devorados. Cultuam o deus criador da selva- Khonuum representado pelo arco, serpente e arco-íris. Ele se comunica
com os humanos através de outros deuses ligados à natureza. Khonuum teria criado os humanos do barro. Também crêem em gigantes
e espíritos que podem se transformar em estrelas ou causar doenças nas pessoas.
4- Sudaneses –povos que habitavam entre o deserto do Saara e a Guiné Equatorial, e foram para o litoral africano (Mali, Costa do
Marfim, Nigéria, Togo, Gana, Benin e Níger) entre os sécs. 8 ao 10. Entre esses sudaneses estavam os iorubás (nagôs) e os hauças ou
malês. Muitos cultuavam deuses da natureza e podiam ser muçulmanos também. Os sudaneses vieram como escravos para o Brasil a
partir do séc. 15. Os sudaneses eram agricultores, caçadores e sabiam mineração, metalurgia e pecuária.
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5- Bantos – povos que vivem desde os Camarões até a África do Sul e o Quênia. São a maioria na África. Eles conquistaram outros
povos que já viviam nestas regiões, como os bosquímanos e os pigmeus. Os bantos os dominaram devido seu conhecimento em
metalurgia e o uso desta para fazer armas. Alguns viviam em aldeias com um chefe que dominava outras aldeias, outros já formaram
reinos que dominavam regiões enormes, como o Reino do Congo. Eles saíram em 2.000 a.C. da Nigéria e foram conquistando outras
regiões no centro, leste e sul da África. Eles eram guerreiros, agricultores, caçadores e criavam animais. Eles vieram para o Brasil
como escravos, principalmente de Angola e de Moçambique.
*Reinos de Oyó (parte do atual Benin/Ketu e Nigéria) – de idioma iorubá ou nagô, criado entre os anos de 600-900 (sécs. 6-9) e no
séc. 15 começa a dominar outros reinos menores. Além da cidade de Oyó, a cidade de Ifé era muito conhecida devido o tráfico de
escravos, comércio e artesanato em bronze, argila e madeira. No século 17, as cidades iorubás se unem sob um governo central na
cidade de Oyó, formando um império. Foram conquistados pelos reinos daomés com ajuda dos portugueses no início do séc. 19 e por
fim pelos ingleses.
*Reinos de Benin – de idioma iorubá, atual Nigéria, criado entre os sécs. 12-13 habitado pelos Edos na cidade de Benin que se torna
um grande reino entre sécs. 14 e 15, estabelecendo no século 17 comércio com os portugueses de pimenta, marfim, azeite de dendê,
tecidos, óleo de palma artesanato de metal e marfim e escravos em troca os portugueses trocavam cânhamo-de-manila (planta que faz
cordas e papel) e armas. Em 1553, desenvolveu um comércio com a Inglaterra.
*Reinos do Abomé ou Daomé – atual Togo, Gana e Benin, de idioma iorubá, gegê e fon, atual Benin, criado no séc. 17, habitado
pelos fons, ewe, mina, fanti e ashanti, se tornou poderoso devido o comércio de escravos, seu exército com armas de fogo e amazonas.
Mas foram dominados pelos franceses em 1894.
Sua cultura é patrilinear, permitindo a poligamia e o divórcio. Os reis de Daomé quando morriam toda sua corte e servos deveriam
também morrer para manter uma corte no mundo espiritual.
*Reinos Ashanti- de idioma ashanti, atual Gana, criado no séc. 13, habitado pelos Akans. Rico pelo tráfico de escravos e com estradas
que levavam à outros reinos do Norte para o comércio de ouro, noz de cola (usadas como café), tecidos e marfim. No séc. 14, todas as
cidades ashanti se unem sob o comando do príncipe Osei Tutu contra os europeus e instituem um exército permanente. Muitos são
cristãos ou muçulmanos, mas que mantiveram parte do culto do deus criador Odomankoma, o qual teria criado o deus do céu –
Nyame e a deusa da terra e da fertilidade – Asase Yaa, estes que criaram outros deuses e espíritos que ajudam os humanos. São deuses
ligados à natureza ou ao destino. O culto de Ifá é de origem ashanti.
1. Rei (a partir do séc. 14)
2. Chefes ou Amanhene do clã
3. Clãs – diversas famílias
4. Sacerdotes
5. Funcionários do reino (a partir do séc. 14)
6. Artesãos e comerciantes
7. Camponeses, pescadores
8. Escravos
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*Império de Gana (séc 4-11) – atual Mali, Senegal, Guiné e Sul da Mauritânia. Idioma bambara e soninquê. Reino sudanês-bérbere. O
Império não tinha nome então passou a ser chamado de Gana (= "chefe guerreiro” e título do líder desse Império com sucessão do
trono matrilinear. Os povos de Gana estavam ligados pelo comércio e por estradas com os egípcios, cuxitas, cartaginenses e berberes.
Da década de 300 até 770, os seus primeiros governantes constituíram a dinastia dos Magas, uma família berbere muçulmana, apesar
do povo ser constituído por negros das tribos soninquês. Em 770, os Magas foram derrubados pelos soninquês, e o império expandiu-
se grandemente sob o domínio de Kaya Maghan Sisse, que foi rei cerca de 790. Nessa altura, o Império do Gana começou a adquirir
uma reputação de ser uma terra de ouro. Eles extraiam ouro e trocavam por sal e manufaturas, comércio que foi facilitado pelo uso de
camelos. Por volta de 900, a dinastia dos Almorávidas berberes (mouros do Marrocos) subiu ao poder, em 1070 (séc.11). O império
de Gana entrou em declínio e, em 1240, foi tomado pelo império do Mali.
A religião era inicialmente culto aos ancestrais e às manifestações da natureza, como o Culto ao deus serpente Uagadu-Bida. Depois
foi introduzido o Islã. A serpente é a guardiã do Estado e vive em uma caverna que lhe é devotada. Quando o rei morre, seus possíveis
sucessores se reúnem em uma assembléia, e a serpente é trazida para picar um deles. Essa pessoa é então chamada para ser o novo rei.
*Império de Mali (séc. 13-15 antes dominados pelo império de Gana) – atual Mali, Senegal, Gambia, Burkina Fasso, Guiné e Guiné
Bissau. Criado pala tribo dos mandingas. A grande cidade de Timbuktu era voltada para o comércio e a cultura, inclusive com
universidade (Madrasal Sankore) e cerca de 150 escolas com muitos estudantes vindos de outras partes do território africano, sendo
visitada até por europeus. Comercializava-se ouro, o sal, o peixe, o cobre, escravos, couro de animais, nós de cola, plumas, marfim,
instrumentos de metal e cavalos.
A religião oficial do Império do Mali era o islamismo misturado às religiões que cultuam deuses da natureza: os dyeli (sacerdotes)
praticavam ritos com os rostos cobertos por máscaras, a população comia carnes consideradas impuras pelo islão, mas também lêem o
Alcorão (livro sagrado do islã).
* Império de Songai (séc. 15-16) – atual Nigéria, Mali, Senegal, Gambia, Níger, Guiné, Mauritânia, Benin, Burkina Fasso. Habitado
por povos muçulmanos com comércio, sobretudo de ouro e de sal. Como resultado de suas guerras, conseguiu territórios que pagavam
impostos e o controle das principais rotas do comércio pelo deserto do Saara. As tribos mouros e tuaregues do deserto eram vassalos
dos songais e forneciam tropas montadas em dromedários e a troca de mercadorias. O país era administrado pelo rei (sonni), vice-rei
(canfari), governadores e ministros.
O comércio de Songai era de artesanato, ouro, noz de cola e escravos em troca de cerâmica, tecidos, cavalos, sal e bens de luxo
trazidos por mercadores da Ásia, Oriente Médio e Europa. Os escravos eram muito usados também na agricultura.
*Império de Kanem-Bornu (séc. 9-19) – atual Camarões, Chade, Líbia e parte da Nigéria e Níger. Foi formado pelo povo zagaua e
fulani que são seminômades com criação de gado, ovelhas, camelos e a colheita de grãos selvagens. O Império de Kanem-Bornu era
originariamente conhecido como Kanem, criado no séc. 8 e unido à cidade de Bornu formando um império no século 9. Os
governantes eram membros da família Sef, cujo rei converteu-se à religião muçulmana no final do século 11, mas mantiveram as
práticas de culto aos ancestrais, à figura sagrada do rei e à natureza.
Sociedade Kanem-Bornu:
1. Rei (mai) – considerado sagrado
2. Rainha –mãe (magira)
3. Rainha-irmã
4. 4 grandes chefes (governadores)
5. Chefes locais (bulamas) – eram guerreiros, chefes de aldeias e considerados príncipes.
6. Pequenos donos de terras
7. Funcionários, fiscais, artesãos
8. Camponeses e outros
9. Escravos.
Kanem-Bornu abastecia mercados no Norte da África. Exportava ouro, sal, marfim, presas de elefante, almíscar, pedra-ume, ceras,
peles e plumas de avestruz, animais e natrão que era utilizado para coalhar leite e curtir couro. Esses produtos eram enviados ao norte,
mas a mercadoria de maior valor eram os escravos - moeda de troca, principalmente por cavalos de guerra, sendo substituídos
pelo cobre apenas no século 14. Os escravos serviam como soldados, criados, trabalhadores do campo, concubinas ou eunucos no
norte da África. O povo de Kanem-Bornu semeava a terra e criava animais para consumo próprio.
Em 1846, a dinastia Sef, que estava no poder desde o século 9, se extinguiu pela família de guerreiros Al-Kanami. Em 1893, há
invasão de povos do Sudão e logo depois franceses, britânicos e alemães atacaram Kanem-Bornu.
*Reinos hauças (séc. 10-19) – atual Norte da Nigéria e Sudoeste do Níger. Idioma hauça. Os reinos hauçás começaram como sete
Estados que partilhavam a mesma mitologia de seus fundadores, segundo a qual seriam os filhos de uma rainha, os "Sete Hauçás". As
cidades-Estado hauças ficavam entre o reino Kanem-Bornu e o Império de Songai.
As principais exportações foram de couro, ouro, pano, sal, nozes de cola, comida, penas, borracha, objetos de metal e vidro, armas,
cavalos, tecidos, pérolas, artesanato, peles dos animais, hena e escravos. Estes eram prisioneiros de guerras ou pagos como tributo por
países vizinhos, usados como moeda, empregados, soldados, camponeses e artesãos. A agricultura e a mineração de ferro eram
desenvolvidas. Mesmo com a grande maioria dos seus habitantes muçulmanos, os hauças foram atacados por outros muçulmanos no
séc. 19 e a maioria de seus habitantes vendidos como escravos.
Os hauças acreditavam em um deus supremo, criador do mundo, chamado de Ubanjiji, em espíritos, os iscóquis, que influenciavam na
vida humana. Os rituais dessa religião foram se adaptando ao islamismo.
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*Reino dos Mossi - Os Mossi migraram do norte Gana para Burkina Faso por volta do século 11. Deslocaram os habitantes originais
e começaram a formar estados com grande força militar que duraram até início do séc. 20. Os mossi cultuavam espíritos da natureza e
dos ancestrais, só a partir do séc. 18 passaram a adotar o Islã e depois o Cristianismo. Em 1898, a maior parte da região que
corresponde hoje ao Burkina Faso foi conquistada pelos franceses.
Sociedade Mossi:
1. Rei (Moro Naba) - escolhido entre os herdeiros reais e eleito e pelos quatro dignitários principais com poder hereditário (o
primeiro-ministro, o chefe da cavalaria, o chefe dos escravos do rei e o administrador do palácio), os quais não eram nobres.
2. Aristocracia – familiares do rei ou grandes chefes de certas profissões
3. Homens livres- agricultores, comerciantes, soldados e artesãos
4. Escravos- na maioria, prisioneiros de guerra e dividiam-se em: os domésticos, camponeses; os públicos, diretamente às
ordens do rei; e os destinados à venda. Podiam ser libertos da sua condição, se cumprissem certas condições, entre elas o
alistamento no exército.
Dos povos desses impérios, muitos vieram para o Brasil, EUA e Caribe escravizados, chamados de fulanos, fulas, hauças ou malês ou
mandingas.
* Reino Shona (séc. 10-19) – atual Zimbábue e norte de Moçambique. Idioma banto. Exportava-se ouro, marfim e cobre por pano e
vidro. No séc. 19 foram conquistados pelos zulus e depois pelos ingleses. Os shona são cristãos e seguem também suas religiões
antigas. Os Shonas acreditam em dois tipos de espíritos - espíritos Shave (maus) e os Vadzimu (bons, relacionados aos ancestrais).
Os maus espíritos têm a ver com atitudes consideradas ruins na tribo, enquanto o bom espírito pode inspirar talentos individuais na
arte ou curar. Eles usam feitiçaria e danças tradicionais para chamar os espíritos de seus antepassados.
Reino de Luba e Lunda –O reino era uma confederação de estados, onde são hoje a República Democrática do Congo, o nordeste
de Angola e o noroeste da Zâmbia. Era governado por um rei intitulado Mwaanta Gaand. Um desses reis foi Ilunga Tsibinda, irmão
de Calala Ilunga (rei do vizinho reino da Luba). Ilunga Tsibinda abandonou o reino de Luba e se casou com Lueji, rainha do reino da
Lunda. Mwata Mutomb, o filho dos dois, criou, em 1665, o título de Mwanta Yaav, que passou a ser adotado daí em diante pelos reis
lundas. Foi um Reino com uma agricultura muito bem estruturada, trabalharam o ferro, o cobre e os tecidos, foram fortes no comércio
de escravos, marfim e artesanato. Eram artesãos, comerciantes, camponeses e caçadores. Os excedentes de produção e os presos de
guerra permitiam, à aristocracia Lunda, manter relações comerciais de longa distância com o litoral.
Há muitos séculos atrás os Lundas e tchokwes tinham sido um povo só. No final do século XIX os Tchokwe regressam ao seu
território de origem, tomam, militarmente, o poder dos Lunda e absorveram as suas instituições.
Em 1885, ocorre a primeira invasão Tchokwé, que munidos de armas capturaram seis mil lundas, após Musumba, a capital do
império, ter sido saqueada. Dois anos depois, em Janeiro de 1887, ocorre uma nova invasão Tchokwé. Musumba foi incendiada e os
lunda ficaram sob domínio Tchokwé, até ao final do século XIX.
Os Tchokwé estabeleceram então o seu próprio reino com a sua língua e costumes. Os chefes lundas e o povo continuaram a viver na
região lunda porém diminuidos de poder.
Em 1884, o império lunda foi dividido entre a Angola portuguesa, o Congo do rei Leopoldo II da Bélgica e o noroeste da
britânica Rodésia, que viriam a tornar-se em Angola, República Democrática do Congo e Zâmbia, respectivamente.
Reino de Kazembe – atual sul do Zaire. Surge devido Mwata Kazembe, título do general, Ng’anga Bilonda, partiu com seus
seguidores para o Sul, em 1740. Em 1798 entraram em contato com os portugueses, mantendo o comércio de escravos inimigos por
produtos portugueses (roupas, pérolas, vasilhas). A expansão de povos lundas pela região espalhou a cultura, religião e objetos, por
outro lado suas guerras promoveram devastação e aumento do comércio de escravos.
Reino de Buganda – atual Centro de Uganda. Reino que abrigava povos os pigmeus (caçadores-coletores), Bantus (sul do Uganda) e
nilóticos (pastores, pescadores e agricultores, ao norte). A população é de maioria camponesa dividia em clãs, nos quais os homens
poderiam ter várias esposas. A língua falada é a "ganda" ou luganda, Outras línguas faladas são o inglês, o Swahili e as línguas
indianas. No século XIX Buganda manteve relações comerciais com mercadores árabes e deles comprava armas de fogo, munições,
tecidos de algodão, contas e produtos de vidro até que foram dominados pelos ingleses. Só no século 20 conseguem sua
independência, mas sofre um golpe de Estado em 1971 pelo general Idi Amin Dada que aproveita a briga entre o sul (Bantu) e o norte
(grupos nilóticos). Em 1978 ocorre a Guerra Uganda-Tanzânia e entre 1980 - 1985: guerra civil até a volta da República em 1986 e
expulsão do general do país.
Reino de Rwanda / Ruanda - foi fundado no século 11 por grupos de pastores e camponeses, os tútsis e hutus. No século 15, se torna
um reino com hútus, (82-85% da população), que eram em sua maioria camponeses pobres, enquanto os reis, conhecidos
como Mwamis, geralmente eram tútsis. Certamente alguns hútus foram nobres e alguma mistura ocorreu. Acreditava-se que os tútsis
tinham poder militar, enquanto os hútus possuíam poderes sobrenaturais, por isso os conselheiros (abiiru) do rei eram Hútus. Porém,
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esse sistema foi sendo esquecido a partir do séc. 18 e as terras antes distribuídas por herança passaram a ser dadas só pelos reis que
queriam em troca o trabalho nessas terras, fazendo dos hutus servos. Todos aqueles que eram pobres também passaram a ser
denominados de hutus.
A partir do séc. 19, os alemães dominaram a região em parceria com os tutsis, concedendo-lhes uma série de privilégios na
administração colonial e após a I Guerra Mundial, a região foi entregue para os belgas. Os colonizadores europeus justificavam os
privilégios aos tutsis alegando que eles eram “naturalmente superiores”, e a partir de 1930, as identidades passaram a ser emitidas
com a informação da etnia de cada pessoa.
Com o processo de descolonização, o movimento independentista ganhou força com a adesão dos hutus, que exigiam um governo
democrático liderado pela maioria hutu. Isso deu início à Revolução Ruandesa em 1959, que concluiu a transição do país para uma
nação independente de caráter republicano e governada pelos hutus. Nesse período, foram registrados alguns ataques contra os tutsis,
o que forçou milhares a refugiarem-se em países vizinhos, como Uganda.
Durante a década de 1970, um golpe de estado colocou Juvénal Habyarimana no poder de Ruanda. Habyarimana manteve a
discriminação contra o tutsis, iniciada com o processo de independência (1962), e organizou um governo corrupto e ditatorial. Seu
governo sofreu enfraquecimento a partir de uma crise econômica, enfrentada pelo país na década de 1980.
À medida que o governo de Habyarimana enfraquecia-se, o discurso de poder dos hutus crescia impulsionado pelo Akazu, um grupo
que passou a difundir um discurso de ódio exaltando os hutus e espalhando preconceito contra os tutsis. O Akazu transformou-se no
“Poder Hutu”, grupo liderado por Agathe Habyarimana, esposa do presidente.
A crise do governo levou ao surgimento da Frente Patriótica de Ruanda (FPR), um grupo guerrilheiro de tutsis. O interesse da FPR
era realizar a tomada do poder para permitir o retorno dos refugiados tutsis ao país. Assim iniciou-se a guerra civil em 1990 até 1993.
A paz seria dada pela assinatura do presidente Habyarima concordando com a paz, o retorno dos exilados tutsis, a criação de um
exército com tutsis e hutus e a realização de eleições presidenciais no país. Mas esse acordo não agradou aos grupos extremistas de
hutus, principalmente o Poder Hutu, que começaram a criticar o governo ruandês, surgindo milícias populares que se armavam de
todas as maneiras possíveis, especialmente com facões, como os Interahamwe (aqueles que lutam).
Em 1994, quando o presidente Juvénal Habyarimana foi morto isto foi utilizado como pretexto pelo Poder Hutu para convocar a
população hutu a iniciar os ataques contra tutsis e hutus moderados.
Nesse período, cerca de 800 mil tutsis foram mortos por milícias hutus. Não houve nenhum tipo de mobilização internacional para
impedir esse massacre, e as tropas existentes da ONU foram retiradas do país.
O genocídio dos tutsis foi interrompido quando a FPR conseguiu conquistar cidades importantes do país, e anunciar a destituição do
antigo governo. Após a vitória da FPR, registraram-se também pequenos ataques contra comunidades hutus em represália. Desses
ataques, estima-se que podem ter morrido até 60 mil hutus.
Reino de Burundi – abaixo de Ruanda. Os pigmeus Batwa foram os primeiros povoadores do país, mas atualmente só
representam 1% do total da população. Foram afastados para a selva e as zonas montanhosas em torno do ano
1000 pelos hutus. Durante os séculos XVI e XVII produz-se outra invasão, mas desta vez por parte dos tutsis.
Progressivamente foram tomando posições em Ruanda e Burundi e estabeleceram uma hierarquia: os tutsi
se ocupam da guerra e o gado, os hutus da agricultura e os bawta do artesanato e da caça; por cima de todos encontra-se a
monarquia cujos membros são tutsi. O Reino de Burundi surge entre os séculos 16-17 até 1966. Um rei (mwani), à frente de uma
aristocracia (ganwa) retinha a maioria das terras, exigindo tributo dos pastores e agricultores locais. Em meados do século XVIII, esta
realeza de etnia tutsi consolida sua autoridade sobre a terra, produção e distribuição desenvolvendo o sistema do ubugabire, uma
relação patrono-cliente em que a população recebia proteção real em troca de tributo e posse da terra.
A religião principal do país é o cristianismo (80%), havendo uma minoria de muçulmanos e praticantes de religiões tradicionais
locais. As línguas oficiais são o francês e o kirundi, o suaíle também é muito utilizado.
Exploradores e missionários europeus faziam breves visitas à área já em 1856, mas só em 1899, Burundi ficou sob administração
alemã. Em 1916, depois da I Guerra Mundial, os belgas ocupam a área com apoio da aristocracia tutsi.
A independência total é alcançada em 1962. O rei Mwambutsa IV estabeleceu uma monarquia constitucional com um equilíbrio de
poder entre as etnias predominantes, os hutus e tutsis. O assassinato do primeiro-ministro hutu em 1965 colocou em movimento uma
série de revoltas. Em 1966, o rei Mwambutsa foi deposto por seu filho, o príncipe Ntare IV, que foi deposto no mesmo ano por um
golpe militar liderado pelo capitão Michel Micombero, que aboliu a monarquia e declarou a república, instalando um regime militar.
No fim dos anos 80, o país, marcado por golpes de estado, começa a sofrer com as tensões étnicas. O regime militar termina em 1993,
mas começa uma violenta guerra civil entre hutus e tutsis, que contamina o vizinho Ruanda. Apesar de um acordo de paz em 2008,
Burundi continua a sofrer com as disputas pelo poder e a tensão entre seus dois maiores grupos étnicos.
Reino do Congo – atual norte e noroeste de Angola, República Democrática do Congo e Gabão de etnia banto, principalmente as
tribos bakongos.
Os reis (sobas) teriam surgido no século 14, mas havia também administradores locais provenientes de antigas famílias ou escolhidos
pela própria autoridade monárquica. O rei, conhecido como manikongo, tinha o direito de receber o tributo proveniente de cada uma
das províncias dominadas. A principal cidade do reino era Mbanza, onde os portugueses entraram em contato em 1483.
A principal atividade econômica era o comércio de sal, metais, tecidos, escravos e produtos de origem animal. A prática comercial
poderia ser feita através do escambo (trocas) ou com a adoção do nzimbu, uma espécie de concha somente encontrada na região de
Luanda. O rei do congo começou a praticar a cultura portuguesa, tornando-se católico e criou igrejas e escolas para os jesuítas
portugueses e enviou, em 1489 alguns nativos e produtos para o rei português.
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Reino Ndongo (atual Angola) – criado no século XVI, por um pequeno chefe Kimbundo que possivelmente, controlava o comércio de
ferro. Os primeiros ngolas, partindo da possível ligação com a arte do ferro, estenderam a autoridade do Ndongo sobre diversos sobas.
(Soba: do quimbundo, senhor de um distrito) para terminarem, em meados do século XVI, formando um reino, o qual poderia ter
rainhas ou reis liderando. Ndongo foi um dos vários estados vassalos do Reino do Kongo. Ele foi liderado por um rei cujo título
era ngola (que deu origem à palavra "Angola"). No Ndongo cada região dividia-se em chefados (sobados) autônomos. No séc. 16,
esse reino pede ajuda militar à Portugal contra o Reino do Congo.
Os ngolas foram obrigados a se submeteram aos eis do Congo e pagarem impostos. A organização do estado Ndongo era parecida
com a do Kongo, e só se tornou independente em l556, quando as tropas do ngola Inene, apoiadas por alguns portugueses, infligiram
uma importante derrota ao manikongo. Os portugueses os apoiaram e os cristianizaram devido o comércio de escravos, prata, ferro e
cobre e uma concha com valor de dinheiro, chamada “nzimbu”.
Reino Zulu - atual África do Sul, Lesoto, Suazilândia, Zimbábue e Moçambique. Formam um reino unificado em 1818 com Shaka
Zulu e em 1879 são conquistados pelos ingleses . A nação Zulu é uma fusão do século 18 de diferentes clãs na identidade do clã Zulu.
Nas línguas nguni, Izulu / iliZulu / liTulu significa céu.
Muitos são cristãos com culto aos antepassados e crêem em adivinhos. O Zulu acredita em um deus criador conhecido como
Nkulunkulu, mas esse deus não interage com os seres humanos e não tem interesse na vida cotidiana. Portanto, a maioria dos Zulus
interage no dia-a-dia com os espíritos através da adivinhação. Todo infortúnio é resultado de um feitiço ou espíritos ofendido. Por
isso, o povo Zulu executa sacrifícios de animais de um modo semelhante ao muçulmano e judeus. Os zulus moram em choças em
formas de cúpulas, sem janelas e facilmente desmontáveis para se mudarem mais rápido e procurarem uma terra melhor para plantar
ou pastar. Quando morrem são enterrados sentados, com os olhos voltados para a sua cabana. As virgens andam de peito nu, coberto
apenas com colares de miçangas. Cada desenho e cor usada no colar indicam uma mensagem. As comprometidas usam um top de
miçanga. As casadas um top maior, de miçanga ou tecido, saia até o joelho e chapéu.
O penteado é utilizado apenas para as mulheres casadas. Feito com cola natural para que fique esticado, com uma leve armação de
madeira entalhada. Para que permaneça intacto durante o sono, o pescoço é apoiado sob uma curva de madeira. Os homens vivem
para a caça e para a guerra. Vestem-se de peles de animais que, depois de trabalhadas, ficam finas como telas. O chefe usa uma pele
de leopardo.
Cidades-estado dos Igbos –É uma Região cultural não-governamental e região linguística comum no sul da Nigéria. As sociedades
Igbo eram organizadas em aldeias auto-suficientes, ou federações de comunidades de aldeias, com uma sociedade de anciões e
associações de grupos da mesma faixa etária que desempenhavam várias funções governamentais.
Em 1967, apoiados pela multinacional francesa Elf-Aquitaine, declaram independência da região leste da Nigéria, formando a
República de Biafra. Houve fome generalizada na região, guerra civil, o que acabou levando à derrota do igbos.
A Nigéria se tornou independente em 1960, foi formada pela reunião do povo igbo com o povo hausa. Os igbos eram provenientes da
província de Biafra, a leste do país, e formavam a elite da Nigéria. De uma forma geral eram os que tinham os melhores empregos e
os melhores salários. Num golpe de Estado, em 1966, um grupo de oficiais do exército da etnia igbo tomou o poder. No entanto, em
um contragolpe, o novo governo foi derrubado e os igbos passaram a ser caçados e massacrados no país inteiro.
Os que conseguiram escapar fugiram para a sua província de origem e se declararam independentes. A província de Biafra era muito
rica em petróleo. Por esse motivo, o governo não iria aceitar sua separação. Fator que resultou numa guerra civil que teve início em
1967 e fim em 1970.
Tribo Maasai (do Quênia e Tanzânia) e Mursi (da Etiópia) - Os masai e os mursis são um grupo
étnico africano de seminômades localizado no Quênia e no norte da Tanzânia. Eles criam gado e crêem em 1 grande deus do Céu que
teria enviado o gado aos homens e outros deuses ligados à natureza, como Olapa (deusa da Lua). Os Maasai circuncidam homens e
mulheres representando a vida adulta e os Mursi usam grandes rodelas de madeira nos lábios para se diferenciarem de outras tribos.
A cor oficial masai é o vermelho e se distinguem das outras tribos vestindo sempre alguma coisa vermelha, porém pequena. Sua
sociedade é patriarcal por natureza, com os mais velhos decidindo sobre a maioria das questões para cada grupo masai. O "laibon", o
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assim chamado líder espiritual deste povo, atua como intermediário entre os masai e seu único deus, "Enkai", assim como também ele
é a fonte do conhecimento sobre as ervas. O estilo de vida tradicional masai se concentra em seu gado, que constitui sua principal
fonte de alimento. A classe social dos masai é determinada pelo número de vacas pertencentes às famílias. Sendo nômades, os masai
constroem casas temporárias com esterco de vaca e barro. As casas são construídas em um círculo, e às noites, as vacas são
conduzidas ao centro, protegidas dos animais selvagens.
Os casamentos são planejados, marcados por um homem que desenha um X vermelho na barriga de uma mulher grávida solteira. Se
ela recusar, será desligada de sua casa. As mulheres podem se casar uma única vez na vida, enquanto que os homens podem ter mais
de uma esposa (se tiverem vacas suficientes para o dote, eles podem ter mais de uma ao mesmo tempo).
A circuncisão é realizada nos meninos (que são proibidos de fazer qualquer ruído durante a cerimônia) e a clitoridectomia (remoção
do clitóris) nas mulheres durante a puberdade. As mulheres mais velhas operam as garotas. O governo queniano e ONGs estão
tentando acabar com a clitoridectomia. Os homens e as mulheres têm suas orelhas furadas e alargadas com o uso de discos .
Kalangas (atual Botsuana e Zimbabue) – são camponeses, pastores, animistas que praticam culto aos ancestrais e fazem sacrifícios
com animais.
Berberes – no norte da África, principalmente no deserto do Saara. Têm religião com influência egípcia, fenícia, judaica, muçulmana
e cristã. Enterram seus mortos em pequenas pirâmides com cascas de ovos, armas e riquezas; cultuam seus ancestrais. Inicialmente os
berberes viviam em tribos esparsas que cobriam uma boa parte do deserto do Saara, principalmente na região que nós costumamos
chamar de “Magreb”, onde hoje temos Mauritânia, Marrocos, Argélia, Mali, Líbia e até mesmo uma parte da Tunísia. Como nômades,
ao longo do tempo eles desenvolveram a capacidade de viver e cobrir grandes distâncias no deserto. A economia é baseada no
comércio, principalmente de tecidos, alimentos, sal, artesanato, jóias, animais selvagens, marfim, cerâmicas, lanças, pedras preciosas
e até escravos, capturados nas batalhas para outras tribos e povos do Egito, da Núbia e do Oriente Médio. Usavam muito o camelo
como meio de transporte de mercadorias, pois este animal está muito adaptado a vida no deserto. Eles usam os oásis para descansar
durante os longos percursos pelo deserto do Saara. Junto com as mercadorias, circulavam também informações importantes e
aspectos culturais.
Normalmente os berberes faziam a ponte entre as mercadorias produzidas pelos ashantis, iorubas, bantos, songhais, haussas e
bambaras, entre outros povos.
ÁFRICA - CULTURA
Influência européia e árabe na África- há um grande número de povos,
idiomas e culturas distintas na África devido à dominação de árabes e Principais idiomas africanos (mais populares):
europeus na região durante muito tempo. Mas a cultura e o idioma tribal
ainda existem.
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Sociedade e poder
Até hoje nas aldeias de cidades pequenas a população se divide em clãs (comunidades formadas por parentes). Cada clã tem
seu chefe ou patriarca – o mais velho ou o mais respeitado da tribo. O poder do chefe no litoral norte da África provinha também do
número de esposas que ele possuía. As mulheres ajudavam os homens nas plantações, assim quanto mais esposas maiores plantações
o homem possuía e mais filhos teria. Perder uma mulher ou filhos era sinal de fraqueza para o homem. A mulher podia largar o
homem se quisesse, isso seria uma desonra para ele. Nessas sociedades todos cuidam de todas as crianças e o marido pertence a varias
mulheres e não elas pertencem a ele para que possa gerar mais crianças (força e trabalhadores para tribo). Os chefes dos clãs estavam
abaixo dos chefes das aldeias. Este era juiz, liderava guerras e controlava o uso da terra que era dividida por todos.
Todas as tribos tinham aqueles que tinham a função de contar sobre o passado para evitar erros, lembrar sobre a história, os
mitos e a religião da tribo, como os griots.
Em várias regiões da África a escravidão já existia antes da chegada dos europeus. Uma pessoa se tornava escravo quando uma
família não conseguia se sustentar, vendendo um parente. Em certos casos famílias ou aldeias inteiras aceitavam se tornar escravos em
troca de alimentos. Mas esta escravidão não era para sempre. Um endividado também podia se tornar escravo ou quem cometesse um
crime. A escravidão ligada a cor da pele e a venda de pessoas, feita pelos europeus, só começou a partir do século 15.
Muitas aldeias se uniram e formaram reinos. Eram reinos ricos de pedras preciosas, comida, sistema de água e esgoto e asfalto.
No litoral oriental africano as construções eram de pedra, mas muitas aldeias na maior parte da áfrica eram de palha e madeira.
Mitologia iorubá:
Deu origem à Umbanda, Candomblé, Vodun e Culto à Ifá. Nesta mitologia todas as pessoas têm um destino (ÀyÀnmô) e espera-se
que se tornem um em espírito com Olorum (O Criador). Os pensamentos e ações no Ayê (mundo físico) interagem com todos os
seres. Seus deuses são chamados de orixás, voduns ou nkisis (intermediários entre Olorum e os humanos e que representam os
elementos da natureza ou do destino). Acredita-se em reencarnação.
Olorum ou Olodumaré (Ser Supremo/tudo que existe no mundo veio dele) cria Orumilá/Ifá (deus da adivinhação, do destino e dos
segredos), Oxalá / Orunmila (deus da paz e da criação), Odudua (deusa mãe e do poder feminino), Obatalá (deus do poder masculino)
e Exu (mensageiro dos segredos, guardião das casas e das pessoas). Olorum ao ver os pântanos e o grande mar (Olokun), manda
Oxalá, Odudua ou Obatalá com 1 concha com areia, 1 dendezeiro, 1 galinha e 1 pomba. A areia foi jogada nos pântanos e espalhada
pelas aves, as plantas cresceram a partir do dendezeiro e a humanidade com o barro (trazido pelo orixá Iku – da vida e da morte)
surge, perfeita ou não. Oxalá inicia o trabalho e Odudua ou Obatalá terminam a criação do mundo. O camaleão, que se camufla e olha
para várias direções era o mensageiro de Olorum para fiscalizar o trabalho. Por fim, Olorum insufla a essência da vida nos humanos, o
Emi, e estes escolhem a própria característica, guia ou cabeça que irá guiá-los, o chamado Ori, mas que pode ser perfeito ou não e
também pode ser modificado, conforme o comportamento das pessoas.
No início havia harmonia entre os humanos e os deuses, mas 1 mulher ou 1 homem teriam se comportado mal e a ligação direta entre
o Orun e a Terra se fechou. Odudua (deusa do poder feminino) une-se à Obatalá (deus do poder masculino), ela cuida da Terra (Aiye)
e ele de Céu (Orun). Em outros mitos Odudua seria hermafrodita.
A mitologia possui 256 parábolas que serão decifradas conforme o jogo de Ifá, nos búzios. A história contada sugere o melhor
procedimento para melhorar o comportamento ou ajudar as pessoas no seu destino.
*Orixás funfun/brancos – que participaram da criação.
Divindades:
1- Olodumare – deus que tudo sabe, eterno e infinito. Criador de tudo e dos irumale:
1.1 Irumale divindades- emanações diretas de Olodumare (orixás) que regulam a natureza e o todo. Servem à vontade divina, ligados
à criação do mundo, representam a força da natureza e do destino ou tiveram vidas exemplares (rei Xango).
1.2 Irumale ancestrais (eguns) – que regulam as relações, a ética e a moral do grupo. Podem ser o espírito de um parente. Ex.:
Pombagira, erês, caboclos, etc. Eles são divididos em:
a- Ancestrais masculinos – baba eguns da Sociedade Egungun, ligados à chuva
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b- Ancestrais femininos – Iyami da Sociedade Gelede e Egbe eleeko que são representadas por corujas ou outros pássaros. Ligadas ao
poder místico exclusivo de mulheres, gerar, proteção, segredo, destruição, aos mares, rios, lagos, lama. Elas são: Odudua (deusa mãe
e do poder feminino) e líder, Nanã, Oxum, Iemanjá. Cores: vermelho (mal), branco (bem) e preto (bem e mal)
Principais Cargos:
Babalorixá ou iyalorixá- pai ou mãe de santo que possuem axé
Ato-axogun – sacrificador de animais de 2 pés
Axogun – sacrifica outros animais
Abaxé – ajuda na cozinha ou com as crianças
Iyá-bassu – responsável pela cozinha
Iyá-kekere/ babakekerê - pai ou mãe-pequena – organizadora de rituais e substituta da mãe de santo
Ekedi ou Ogan – cuida dos assentamentos, ajuda a mãe-criadeira
Iyá-tebexe – dirige o canto
Iyabá- cozinheira
Ogã – padrinho
Alabê / ogãnilu – tocador de atabaque
Para os nagô/ioruba o orixá está ligado a 1 cor específica diferente do candomblé jêje com roupas simples e 1 objeto que
representa a entidade.
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