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COMO COSOLVENTE
1. INTRODUÇÃO
A alta demanda mundial de combustíveis aliada às questões ambientais e à procura por
independência energética, iniciou a busca por fontes alternativas de energia limpa e renovável.
O biodiesel é um combustível renovável que surgiu como alternativa para a substituição de óleo
diesel em motores de ignição por compressão. Em 2004, o biodiesel foi introduzido na matriz
energética brasileira com o lançamento do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel
(PNPB), que definiu o aumento progressivo da sua mistura ao óleo diesel (ANP, 2018).
Estudos constataram problemas no uso direto de óleo vegetal como combustível, como a
queima incompleta e baixo rendimento de potência. Isto propiciou o surgimento de métodos
que reduzissem a viscosidade do óleo para possibilitar a sua utilização para esta finalidade. A
reação de transesterificação com álcoois de cadeia pequena é uma das melhores escolhas para
obter o biodiesel. Nesse processo, o óleo vegetal reage com um álcool em excesso, na presença
de um catalisador, produzindo uma mistura de mono alquil ésteres e glicerol (Garcia, 2006).
Líquidos iônicos (LIs) são sais orgânicos compostos por cátions e ânions líquidos à
temperatura ambiente que apresentam ponto de fusão inferior a 100 °C (Andreani & Rocha,
2012). Os LIs têm sido amplamente reconhecidos como um novo composto químico verde que
devido à suas propriedades interessantes são capazes de revolucionar diversos processos
químicos (Muhammad et al., 2014). Entre a vasta gama de propriedades, destaca-se: moderada
tensão superficial, baixa toxicidade, biodegradabilidade, boa solubilidade em orgânicos e
inorgânicos, baixa volatilidade, estabilidade térmica e química (Olivier-Borbigou et al., 2009).
Segundo Encinar et al. (2015), na produção de biodiesel o uso de cosolventes aumentam
a solubilidade entre o metanol e o óleo vegetal em baixas temperaturas, aumentam a taxa de
reação e podem ser facilmente recuperados e reutilizados. Além dos LIs poderem ser
empregados como cosolvente, eles ainda promovem uma melhor separação entre o produto e
subproduto da reação (Muhammad et al., 2014).
O presente estudo tem o objetivo de testar se a utilização do líquido iônico [BETA][Hx]
como cosolvente na melhora o rendimento em massa da produção de biodiesel por
transesterificação alcalina de óleo de soja.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para este trabalho, utilizou-se óleo de soja Soya®, metanol (Synth, pureza de 99,8 %),
hidróxido de potássio (Sigma-Aldrich, pureza de 85 %) e um líquido iônico, o hexanoato de
dietilenotriamônio ([BETA][Hx]), cuja massa específica, viscosidade cinemática e tensão
superficial a 60 °C são 974,5 kg.m-3, 388,72 mm2.s-1 e 24,3 mN/m, respectivamente.
2.1. Caracterização do óleo de soja
Para a caracterização físico-química do óleo de soja foram realizados quatro ensaios. O
índice de acidez e o teor umidade são principais parâmetros que garantem a qualidade e bom
estado de conservação dos óleos vegetais, sendo determinados por titulação volumétrica e
método gravimétrico, com base nos métodos ABNT NBR 11115 e ANVISA (2008), nesta
ordem. As análises de massa específica e a viscosidade cinemática foram realizadas através do
Viscosímetro SVM 3000, baseado nos métodos ASTM D4052 e ASTM D445, respectivamente.
2.2. Síntese do [BETA][Hx]
O líquido iônico utilizado foi sintetizado no Laboratório de Termodinâmica Aplicada da
UFBA. A síntese do hexanoato de dietilenotriamônio, [BETA][Hx], consiste em uma reação de
neutralização ácido-base, onde alíquotas de ácido hexanóico foram adicionadas lentamente à
dietilenotriamina com agitação constante. A Figura 1 expressa a fórmula estrutural do
composto:
4. CONCLUSÃO
O efeito do cosolvente na produção de biodiesel indicou que o aumento da concentração
em massa de líquido iônico no metanol favoreceu um acréscimo significativo no rendimento da
reação, alcançando 97,06 % para uma concentração de 3 % de cosolvente. Frente aos resultados
parciais obtidos foi possível avaliar que a utilização de [BETA][Hx] como cosolvente na
produção de biodiesel é uma alternativa promissora, visto que as propriedades analisadas até o
momento indicam que o biodiesel está de acordo com as normas da Resolução ANP nº45/2014.
5. REFERÊNCIAS
ABNT NBR 11115. Insumos – Substâncias Graxas – Determinação do Índice de Acidez.
Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2014.
ANDREANI, L., ROCHA, J. D. Use of ionic liquids in biodiesel production: A Review. Braz.
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ANP, Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2016. Disponível em:
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ANP, Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Resolução ANP Nº 45,
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ENCINAR, J. M., PARDAL, A., SÁNCHEZ, N. An improvement to the transesterification
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