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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput,
inciso IV, da Constituição,
Considerando que o Congresso Nacional aprovou, por meio do Decreto Legislativo nº 65,
de 17 de dezembro de 2019, a Convenção sobre Trabalho Marítimo - CTM, 2006, firmada
em Genebra, em 7 de fevereiro de 2006, de acordo com as Emendas aprovadas em 11 de
junho de 2014;
Considerando que a Convenção sobre Trabalho Marítimo - CTM, 2006, entrará em vigor
para a República Federativa do Brasil, no plano jurídico externo, em 7 de maio de 2021, nos
termos de seu artigo VIII, parágrafo 3,
DECRETA:
Art. 1º Fica promulgado o texto da Convenção sobre Trabalho Marítimo - CTM, 2006,
anexo a este Decreto, firmado em Genebra, em 7 de fevereiro de 2006, de acordo com as
Emendas aprovadas na centésima terceira Conferência Internacional do Trabalho.
Art. 2º São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional atos que possam resultar em
revisão da Convenção com as emendas de que trata o caput e ajustes complementares que
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional, nos termos do
disposto no inciso I do caput do art. 49 da Constituição.
Norma
a) horas de trabalho - significa o tempo durante o qual se exige que a gente do mar trabalhe
para o navio;
b) horas de descanso - significa o tempo fora das horas de trabalho; essa expressão não
inclui as pausas curtas.
2. Todo Membro fixará, dentro dos limites estipulados nos parágrafos 5º a 8º desta Norma, o
número máximo de horas de trabalho, que não deverá ser ultrapassado num determinado
período, ou um número mínimo de horas de descanso, que será assegurado num
determinado período.
3. Todo Membro reconhece que o padrão normal de horas de trabalho da gente do mar,
como o de outros trabalhadores, deve basear-se num dia de oito horas, com um dia de
descanso por semana e descanso em feriados oficiais. Isso, porém, não impede que o
Membro adote procedimentos para autorizar ou registrar acordos de negociação coletiva
que determinem as horas de trabalho da gente do mar em base não menos favorável do
que essa norma.
6. As horas de descanso não poderão ser divididas em mais de dois períodos, um dos quais
será de pelo menos seis horas ininterruptas, e o intervalo entre dois períodos consecutivos
de descanso não poderá ultrapassar 14 horas.
8. Se um marítimo tiver de ficar em disponibilidade, por exemplo, quando haja uma sala de
máquinas sem tripulação permanente, ele terá direito a um período de descanso
compensatório adequado, caso o período normal de descanso seja interrompido por
chamadas ao trabalho.
10. Todo Membro exigirá a colocação, em local de fácil acesso, de um quadro da escala de
trabalho a bordo, na qual conste pelo menos o seguinte para cada posto:
11. A escala a que se refere o parágrafo 10º desta Norma será feita num formato
padronizado, no idioma ou idiomas de trabalho do navio e em inglês.
12. Todo membro exigirá a manutenção de um registro das horas diárias de trabalho ou das
horas diárias de descanso da gente do mar, que permita a monitoração de conformidade
com os parágrafos 5º a 11, inclusive, desta Norma. O registro deverá ser num formato
padronizado, estabelecido pela autoridade competente, levando em conta diretrizes da
Organização Internacional do Trabalho, ou num formato padronizado definido pela
Organização. O registro será nas línguas exigidas pelo parágrafo 11 desta Norma. A gente
do mar deverá receber uma cópia do respectivo registro, que deverá ser rubricada pelo
capitão ou por pessoa por ele autorizada e pela gente do mar.
14. Nada nesta Norma deverá ser interpretado de modo a tolher o direito do capitão de um
navio de exigir que a gente do mar trabalhe o número de horas necessárias à segurança
imediata do navio, de pessoas a bordo ou de carga, ou para fins de prestar assistência a
outros navios ou pessoas em perigo em alto-mar. Assim sendo, o capitão poderá suspender
a escala de horas de trabalho ou de horas de descanso e exigir que a gente do mar cumpra
qualquer número de horas de trabalho necessárias, até que a situação normal seja
restabelecida. Tão logo seja viável, depois da restauração da situação normal, o capitão
deverá assegurar a concessão de um período adequado de descanso à gente do mar que
tiver trabalhado em seu período estabelecido de descanso.
Diretriz
a) as horas de trabalho não deverão ultrapassar oito horas por dia e 40 horas por semana e
só serão permitidas horas extras se isso for inevitável por motivos de segurança;
b) tempo suficiente deverá ser concedido para todas as refeições, devendo-se assegurar
um intervalo de pelo menos uma hora para a principal refeição do dia; e
c) uma pausa de 15 minutos para descanso deverá ser concedida assim que possível a
cada duas horas de trabalho contínuo.