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Processo de integração
Integração econômica é o fenômeno de formação de blocos
econômicos regionais com o objetivo de buscar o
desenvolvimento econômico.
A integração é um processo voluntário de união que trata de
questões econômicos, mas também pode alcançar questões
sociais e políticas.
A integração possui fundamento filosófico em Kant, que
idealizou uma “paz perpétua” pela união dos Estados em uma
grande federação.
O estudo dos processos de integração regional surge na
década de 1960, com o economista Balassa. Esse teórico
defende que que existem as seguintes fases num processo de
integração regional:
Área de livre comércio: envolve livre circulação de
mercadorias e serviços. Não precisa existir liberação
total de circulação de mercadorias e serviços, é possível
a imposição de restrições. Para formação de uma área
de livre comércio é necessária apenas livre circulação
substancial de mercadorias e serviços, não total.
União aduaneira: Além da livre circulação de
mercadorias e serviços, é preciso existir harmonização
de política comercial em relação a terceiros. O principal
elemento de caracterização da união aduaneira é a meio
da tarifa externa comum (TEC).
Mercado comum: Além da livre circulação de
mercadorias e serviços e a harmonização da política
comercial em relação a terceiros, é preciso existir livre
circulação dos fatores de produção, que são elementos
básicos para produção de bens e serviços (terra,
trabalho, capital e tecnologia). Também há
harmonização das políticas previdenciárias, trabalhistas
e capitais.
União econômica: Além da livre circulação de
mercadorias e serviços, da harmonização da política
comercial em relação a terceiros e da livre circulação dos
fatores de produção, é preciso existir harmonização das
políticas econômicas (cambial, monetária e fiscal).
Integração econômica ou união monetária: Nesta fase há
uma unificação, e não mera harmonização, das políticas
econômicas e existe um órgão de condução unificado e
supranacional.
Existe discussão doutrinária sobre se a União
Europeia é realmente uma união econômica,
especialmente pela inexistência de política fiscal
unificada e os efeitos de uma crise econômica.
Zona de preferência tarifária ou acordo preferencial é um
termo utilizado no âmbito da Organização Mundial do
Comércio para se referir ao período em que os Estados estão
num processo de aproximação e negociação para verificar a
possibilidade de uma integração.
Apesar de ser um estágio inicial de aproximação, ou
seja, o processo de integração não pode ser classificado
em algum das fases de Balassa, a zona de preferência
tarifária é considerada um estágio de integração em que
há outorga mútua de redução dos impostos de
importação.
O Mercosul é considerado pela doutrina uma união
aduaneira imperfeita, pois apesar da unificação tributária
proposta pelo Mercosul o regime de exceções é tão amplo que
impede, na prática, a unificação tributária.
Direito comunitário
Direito comunitário não se confunde com o estudo dos
processos de integração entre países.
Direito comunitário é uma terminologia relacionada ao
avanço do processo de integração europeu.
1951: Comunidade Europeia do Carvão e do Aço
(CECA).
1957: Comunidade Econômica Europeia (CEE) e
Comunidade Europeia de Energia Atômica (EURATOM).
2007: Tratado de Lisboa (unificou e deu personalidade
jurídica à União Europeia).
Direito comunitário é diferente de direito internacional, pois
representa uma ordem jurídica autônoma.
Direito comunitário é aquele que regulamenta as relações
internas de um bloco regional. Contudo, não é correto
chamar de direito comunitário todo regulamento interno de
qualquer bloco regional, pois essa terminologia é mais
relacionada à União Europeia, que contem órgãos
supranacionais que produzem normas vinculantes e que não
passam por processos de internalização.
Direito comunitário originário: normas que os Estados
manifestaram seu consentimento soberano em participar e
que servem de fundamento para a criação de órgãos
supranacionais.
Direito comunitário derivado: normas emanadas dos órgãos
supranacionais criados pelo direito comunitário originário e
adotados pelos Estados membros do bloco regional.
Não existe direito comunitário no Mercosul, pois o Mercosul
ainda está na fase de União Aduaneira e não possui
organismos supracionais, mas sim intergovernamentais. As
decisões dos órgãos do Mercosul precisam ser internalizadas
pelos países para serem aplicadas.
Existe discussão doutrinária sobre se as normas de direito
comunitário são superiores às demais normas internas dos
Estados, inclusive a Constituição. Majoritariamente, a
doutrina defende que existe sim superioridade do direito
comunitário.
Existe precedente do Tribunal de Justiça da União
Europeia que reconhece a prevalência das normas de
direito comunitário sobre o ordenamento jurídico
interno dos Estados membros, inclusive a Constituição.
O Tribunal de Justiça da União Europeia não detém o
monopólio de aplicação do direito da União Europeia e
suas decisões não tem efeito imediato em todos os
Estados comunitários.
Princípios de direito comunitário (José Souto Maior Borges):
Princípio da Subsidiariedade: dá relevância aos Estados,
porque a Europa comunitária concretiza-se na união
dos Estados, mas não no sacrifício de suas identidades,
devendo a comunidade atuar subsidiariamente ao
Direito intraestadual.
Princípio da Competência por Atribuição: a comunidade
só deve exercer suas funções nos limites de suas
atribuições, conforme instituídas pelos tratados.
Princípio da Proporcionalidade: a comunidade não deve
ultrapassar os meios necessários para alcançar o seu
objetivo.
Princípio da Coesão: visa à coesão econômica e social na
área comunitária.
Princípio da Lealdade: os Estados-membros da
comunidade devem observar a boa-fé diante dos
compromissos assumidos.
Princípio da Igualdade: as relações entre as pessoas
jurídicas de Direito Público e de Direito Privado e entre
umas e outras devem pactuar-se pela igualdade. A
busca é da integração cada vez maior, e não da
dicotomia entre o Direito comunitário e os Direitos
nacionais, embora os Estados-membros conservem sua
personalidade jurídica internacional.
Princípio da Democracia: reforça o caráter democrático
das instituições (Tratado de Maastricht, art. 1º).
Decisões tomadas com abertura e divulgação, para que
os cidadãos europeus possam delas ter consciência.
Princípio da Supranacionalidade: concretiza o primado
do Direito comunitário sobre o direito interno.
Há parcela da doutrina que acredita que o
Mercosul somente viabilizaria a consecução de seu
objetivo (Mercado Comum) se o direito do Mercosul
prevalecesse sobre o Direito dos Estados partes.
Princípio da Preservação do Acervo Comunitário:
mantém os tratados em vigor, mesmo para os novos
Estados que ingressarem na comunidade.
União Europeia
Histórico de formação da União Europeia:
1944: Benelux.
1945: Conselho da Europa.
1951: Tratado de Paris cria a Comunidade Europeia do
Carvão e do Aço (CECA).
Organização Mundial do Comércio (OMC)
Princípios orientadores da OMC:
Não-discriminação:
Previsibilidade:
Concorrência leal:
Proibição de restrições quantitativas:
Tratamento especial e diferenciado para países em
desenvolvimento: