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RELATÓRIO GERAL
TURMA: TERÇA-FEIRA
PROFESSOR: GERVÁSIO
Grupos:
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas
condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o
disposto no inciso III do art. 104).
Questão 01:
Questão 02:
Questão 03:
a) Parte da turma entendeu pela conversão do depósito em renda, e parte pelo trânsito
em julgado da decisão de procedência da Ação. A turma discutiu a respeito de uma
atecnia do CTN, ao dispor, em seu art. 156, VIII que a consignação em pagamento
seria uma forma de extinção do crédito tributário, uma vez que o art. 164, § 2º
dispõe que o pagamento reputa-se efetuado quando da conversão do depósito em
renda.
QUESTÕES
Questão 01) Quem tem legitimidade ativa para pleitear a repetição do indébito
tributário? E na hipótese de substituição tributária? A hipótese prevista no art. 166 do
CTN 1 prescreve alguma alteração do sujeito legitimado?
1 Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo
encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de
tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.
A legitimidade
Posicionamento 1: Tem legitimidade ativa para pleitear a repetição de indébito tributário o
sujeito passivo da obrigação tributária, podendo ser o contribuinte de direito ou o
substituto tributário, já que este compõe a relação jurídico-tributária.
Posicionamento 2: A pessoa legítima será aquela que efetivamente suportou o encargo
financeiro da operação, uma vez que, sendo a repetição de indébito uma forma de
combate ao enriquecimento ilícito, somente poderá se beneficiar da devolução do crédito
aquele que sofreu o dano.
A substituição
Posicionamento 1: Será legitimado o substituto tributário, uma vez que o mesmo integra a
regra matriz de incidência tributária e é quem efetiva o pagamento que se pretende
repetir.
Posicionamento 2: Será legitimado o substituído, quem suporta o prejuízo do pagamento
indevido; ou o substituto, acaso autorizado pelo substituído, nos termos do art. 166 do
CTN.
Posicionamento 1: A regra do art. 166 apenas estabelece um requisito a ser atendido pelo
sujeito passivo para que possa postular a repetição de indébito.
Posicionamento 2: Entende-se que o art. 166 promove a alteração do legitimado ativo
para a repetição de indébito tributário, porquanto possibilita que aquele que sofreu o
dano autorize terceiro, que não suportou o encargo do pagamento indevido, a postular o
ressarcimento.
Questão 02) Considerando a ADI 2675 e ADI 2777 julgadas pelo Supremo Tribunal
Federal em 2016, responda em relação aos casos abaixo, o seguinte:
Evento 1. Considerando que: (i) A distribuidora de combustível vendeu 10.000 litros de
gasolina para o posto pelo valor de R$2,50 o litro; (ii) o valor de pauta estabelecido pelo
Estado para a base de cálculo ICMS ST MG (PMPF) foi fixado em R$4,00 o litro; (iii) os
R$10.000,00 litros de gasolina foram vendidos a R$3,60 o litro pelo posto ao consumidor
final e (iv) a alíquota do ICMS incidente sobre a venda de gasolina é de R$25%, responda:
Evento 2. Considerando que: (i) A indústria fabricante de aparelho celular vendeu 1
aparelho pelo valor de R$500,00 ao distribuidor X; (ii) para cálculo do ICMS ST incidente
sobre o produto, recolhido pela indústria, utilizou-se a margem de valor agregado (MVA)
correspondente a 70% e a alíquota de 25% para o referido produto; (iii) o Revendedor Y
comprou do distribuidor X por R$750,00 e revendeu para o lojista Z o aparelho celular
pelo valor de R$780,00; (iv) o Lojista Z vendeu o aparelho celular para o consumidor final
no valor de R$800,00.
Posicionamento único: Sim. Há indébito porque a base de cálculo presumida foi superior à
real.
Valor
Posicionamento único: O valor a ser pleiteado é R$1.000,00 para o evento 1 e R$12,50
para o evento 2.
Legitimidade
Posicionamento 1: O legitimado para pleitear a repetição será o posto do evento 1 e o
lojista Z do evento 2, pois foram eles que suportaram efetivamente o encargo do
pagamento indevido.
Posicionamento 2: O legitimado para pleitear a repetição será a distribuidora do evento 1
e a indústria do evento 2, pois são eles os sujeitos passivos da obrigação tributária, quem
efetivou o pagamento que se pretende repetir.
Posicionamento 3: Poderá tanto o substituto, como o substituído tributário, pleitear a
repetição de indébito, sendo que o substituto, tendo repassado o encargo ao substituído,
dependerá da autorização deste para o ajuizamento da ação de indébito, nos termos do
art. 166 do CTN.
Posicionamento 4: O legitimado para pleitear a repetição será o posto do evento 1 e o
lojista Z do evento 2 desde que ambos obtenham autorização do consumidor final para o
ajuizamento da ação, nos termos do art. 166 do CTN, ou comprovem que não houve
transferência do respectivo encargo financeiro ao consumidor final.
Posicionamento 5: No evento 2, cada participante da cadeia tributária terá direito a repetir
a parte que lhe cabe proporcionalmente à operação por ele desenvolvida, sendo R$10,41
para o distribuidor, R$0,75 para o revendedor e R40,34 para o lojista.
c) Quais meios de prova devem ser apresentados pelo legitimado a repetir o
indébito para comprovar que a base de cálculo do ICMS ST presumida foi superior ao
valor efetivamente praticado na venda ao consumidor final?
Questão 01:
Parte da turma entendeu que não há identidade entre o Imposto de Renda anual e o Imposto
de Renda retido na fonte, haja vista a distinção entre a materialidade dos institutos
mencionados. O IR anual tem como critério material auferir renda e proventos de qualquer
natureza, enquanto o IR retido na fonte tem como critério material o rendimento pago ao
contribuinte. Deste modo, por constitui nova regra matriz de incidência tributária, a retenção
na fonte não se configura como mero dever instrumental.
Todavia, outra parte da turma entendeu que o Imposto de Renda anual e o Imposto de Renda
retido na fonte não são espécies autônomas, consentindo que a regra matriz de incidência
tributária dos dois institutos é a mesma. A retenção na fonte consistiria em uma técnica de
pagamento antecipado. Deste modo, a retenção na fonte, por não constituir nova espécie
tributária, seria um dever instrumental.
Questão 02:
a) Acerca da viabilidade de dedução os valores pagos e recebidos por locação de imóvel, a
maioria da turma entendeu pela impossibilidade de dedução pelo locador e locatário, vez que,
inexiste previsão legal neste sentido. Não obstante, a turma acrescentou que os valores gastos
com o aluguel de imóvel residencial deveriam ser dedutíveis do IRPF pelo locatário, com fulcro
no direito fundamental à moradia garantido pela Constituição Federal. Sob esta análise, um
dos grupos ponderou que a possibilidade de dedução do imóvel locado poderia gerar uma
violação à isonomia, posto que este benefício não seria oportunizado aos contribuintes que
adquirem imóvel residencial.
b) Quanto à possibilidade de dedução dos valores pagos a título de reforma, a turma entendeu
que não cabe dedução dos valores despendidos pela ausência de previsão legal. Com
fundamento do direito à moradia, alguns afirmaram que as benfeitorias necessárias deveriam
ser dedutíveis do Imposto de Renda. No que tange à viabilidade de dedução dos encargos
previdenciários pagos aos funcionários contratados para realização da reforma, a maioria da
turma consentiu que não é possível a dedução, pois são despesas do funcionário, dedutíveis
por ele e não pelo tomador do serviço.
c) O procedimento do fisco foi correto quanto à lavratura do auto de infração sobre os valores
recebidos a título de reembolso e os depósitos bancários não comprovados pelo contribuinte,
posto que, o prestador de serviços apenas poderia deduzir as despesas operacionais se as
mesmas fossem escrituradas em livro caixa, o que não foi narrado no caso em deslinde. No
que concerne à aplicação da multa qualificada no percentual de 150%, o procedimento do
fisco foi incorreto, pois a multa qualificada somente poderia ser utilizada quando comprovado
o dolo do contribuinte. No presente caso, o contribuinte realizou a declaração inexata, ficando
submetido à penalidade no percentual de 75%, nos termos do inciso I, do art. 44, da Lei n
9.430/1996.
Questão 03:
Caso 01: não haverá repercussões negativas para o contribuinte e para fonte pagadora.
Caso 02: o contribuinte sofrerá incidência de penalidade por descumprimento de obrigação
acessória. Não haverá responsabilização da fonte pagadora.
Caso 03: a fonte pagadora sofrerá incidência de multa e juros, bem como poderá ser
enquadrada na conduta típica de apropriação indébita.
Caso 04: a fonte pagadora sofrerá incidência de multa e juros, bem como poderá ser
enquadrada na conduta típica de apropriação indébita e o contribuinte sofrerá incidência de
penalidade por descumprimento de obrigação acessória.
Caso 05: caso o contribuinte tenha realizado sua declaração considerando o valor do seu
rendimento sem a retenção, haverá uma incoerência, pois o valor recolhido levou em conta a
retenção, enquanto o valor realmente percebido pelo contribuinte foi maior, devendo este
realizar o pagamento da diferença apurada. Na hipótese de ter realizado a declaração,
considerando a retenção que deveria ter sido feita, caberá restituição do valor pago pela fonte
pagadora a título de IR.
Caso 06: o contribuinte sofrerá incidência de penalidade por descumprimento de obrigação
acessória e caberá restituição do valor pago pela fonte pagadora a título de IR.
Caso 07: a parte da turma que entende o IR fonte como dever instrumental, infirma que a
fonte pagadora deverá arcar com multa pelo descumprimento do dever instrumental e o
contribuinte sofrerá penalidade pelo não pagamento do IR. Ademais, a parte da turma que
entende o IR fonte como espécie autônoma, concluiu que a fonte pagadora deverá arcar com
multa pelo descumprimento da retenção e pelo não recolhimento do tributo.
Caso 08: na hipótese da fonte pagadora não ter realizado a sua declaração, o evento não foi
vertido em linguagem competente, não havendo repercussões. Todavia, se a fonte pagadora
realizou a declaração, haverá aplicação de penalidade para ambas as partes.
RELATÓRIO DO SEMINÁRIO VI DA TURMA DE TERÇA-FEIRA
PROFESSOR – GERVÁSIO
● Relatores:
1. Renata Rebouças
2. Yasmin Zollinger
3. Sarah Bulhos
4. Diogo Bastos
5. Marcella Portugal
Questão 1.
i. Parte da turma entendeu que não incide por ser um serviço público
remunerado pelas taxas, outra parte entendeu que caberia cobrança do
imposto nas verbas destinadas aos cartórios;
ii. Parte da turma entende que incide ICMS e outra parte ISS;
iii. A turma entendeu que incide por se tratar de um serviço presado pelo
banco, seguindo entendimento da segunda turma do STJ;
iv. A maioria da turma entendeu que deve incidir o imposto por ser uma
atividade fim prestada pela instituição financeira;
v. A turma entendeu que é devido o imposto caso a franquia tenha que
prestar algum treinamento para o franqueado, se este não for
necessário, não incide;
vi. A turma entendeu que incide imposto sobre o serviço do operador, não
sobre a locação do bem;
vii. A turma entendeu que incide imposto dobre as atividades do
cooperado, não da cooperadora.
viii. Divergência, a maioria da turma entendeu que incide caso a atividade
seja fim, se for meio não incide ISS, outra parte entendeu que esta
seria uma atividade de meio;
ix. Divergência, a maioria da turma entendeu que não cabe imposto por
ser uma cessão de direitos, outra entende que deve incidir ISS pelo fato
de ser um material construído e por sempre estar em manutenção;
x. A turma entendeu que incide imposto se houver o serviço de
montagem, a simples cessão não;
Questão 3.
1.
a) Todos os grupos, de forma unânime, entenderam não ser possível que o
Estado de São Paulo vede aos contribuintes, destinatários de mercadorias
provenientes de Tocantins, o aproveitamento integral do ICMS destacado na
nota fiscal. Isto porque, apesar de ser claramente questionável a
constitucionalidade da lei, é imprescindível que haja a efetiva declaração da
inconstitucionalidade pelo Poder Judiciário, a fim de legitimar a conduta
adotada pelo Estado de São Paulo no dado caso concreto.
2.
a) Houve uma consonância no entendimento de que a não cumulatividade
consiste no direito ao aproveitamento ao crédito de ICMS pago na cadeia
anterior, sendo destacado por um dos grupos que se trata de um princípio e
técnica que evita a cumulação das contribuições durante o ciclo econômico.
Sendo assim, com a não cumulatividade é permitido o creditamento na
entrada e sua compensação com o débito do imposto.
3.
a) Não houve divergência entre os grupos, ao considerar que o destinatário
físico é o destinatário final da mercadoria ou bem, notadamente, o
adquirente. Já o destinatário jurídico é aquele que efetivamente realizou a
importação, isto é, a empresa importadora ou a pessoa física.
b) Sujeito ativo: ente onde se localiza o importador, no caso, o Estado de São
Paulo.
Sujeito passivo: o adquirente paulista, porque figura como o importador, o
real adquirente das mercadorias.