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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

André Gomes de Lima


Gilson Carvalho de Souza
Leonardo Barbosa
Lucas Carvalho da Silva
Pericles Ferreira Leite

Vídeo do Projeto Integrador:

https://drive.google.com/file/d/1pN61Qv0u6pyX69Q38SyQxYkCZnz4bDu
i/view?usp=sharing

Melhorias na Proteção Contra Aerossolização em Procedimentos


de Intubação no Atendimento a Pacientes

Araras - SP
2020
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Melhorias na Proteção Contra Aerossolização em Procedimentos


de Intubação no Atendimento a Pacientes

Relatório Final Técnico - Cientifico apresentado


na disciplina de Projeto Integrador para
Engenharia de Produção VII, para o curso de
Engenharia de Produção, da Universidade
Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP).

Araras - SP
2020
BARBOSA, Leonardo Barbosa; LEITE, Pericles Ferreira; LIMA, André Gomes de;
SILVA, Lucas Carvalho da; SOUZA, Gilson Carvalho de. Melhorias na Proteção
Contra Aerossolização em Procedimentos de Intubação no Atendimento a
Pacientes. 47f. Relatório Técnico-Científico. Engenharia de Produção –
Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutora: Jennifer Thalita Targino dos
Santos. Polo Araras. 2020.

RESUMO

Com o recente surto global de COVID-19, muitos pacientes infectados desenvolvem


insuficiência respiratória hipoxêmica aguda, que requer intubação endotraqueal.
Como o vírus SARS-CoV-2 é transmitido por gotículas e aerossóis, os profissionais
de saúde que realizam a intubação nesses pacientes correm um alto risco de
contrair esse vírus durante o processo, fato este agravado pela escassez mundial de
equipamentos de proteção individual (EPIs). Por conta disso, um médico taiwanês
desenvolveu uma barreira contra aerossolização, consistindo em uma proteção em
formato de caixa feita, quase sempre, de chapas de acrílico transparente, cortadas e
coladas entre si e apresentando orifícios redondos por onde os braços dos
integrantes das equipes médicas podem passar, a fim de realizar os procedimentos
de intubação. Porém, simulações feitas demonstraram que o uso das atuais “caixas”
contra aerossolização, aumenta o tempo de intubação e diminui a taxa de sucesso
do procedimento na primeira tentativa, por conta de problemas ergonômicos e de
configuração das proteções atualmente em uso. Adicionalmente, elas podem ainda
causar rupturas nos equipamentos de proteção individual dos membros das equipes
médicas, expondo-os ao risco de contaminação. O presente trabalho tem o objetivo
de desenvolver ou propor melhorias nas caixas contra aerossolização de secreções
respiratórias em procedimentos de intubação, no atendimento a pacientes durante a
pandemia de COVID-19.

PALAVRAS CHAVE: COVID-19, caixa contra aerossilização, intubação


endotraqueal, equipamentos de proteção individual.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 2

2. DESENVOLVIMENTO 4

2.1. PROBLEMA E OBJETIVOS 4

2.2. JUSTIFICATIVA 6

2.3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 7

2.4. APLICAÇÃO DAS DISCIPLINAS ESTUDADAS NO PROJETO INTEGRADOR


17

2.5. METODOLOGIA 19

3. RESULTADOS 22

3.1. PROTÓTIPO INICIAL 24

3.2 SIMULAÇÃO 34

3.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 42

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 44

REFERENCIAS 45
2

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo se insere no contexto do projeto de pesquisa intitulado


"Melhorias na Proteção Contra Aerossolização em Procedimentos de Intubação no
Atendimento a Pacientes", desenvolvido pelo grupo 5N.1 do polo de Araras,
em consonância ao tema “Simulação de instalações para processos de
transformação e serviços”, como parte da disciplina de Projeto Integrador para
Engenharia de Produção VII, do oitavo semestre do curso de Engenharia de
Produção da Universidade Virtual do Estado de São Paulo.

Seguindo os dispositivos pedagógicos que norteiam a disciplina de


Projeto Integrador do curso de Engenharia de Produção da Univesp, que se baseia
na metodologia de Design Thinking, o projeto deveria ter sido iniciado com a escolha
de um local, onde teria sido feito um trabalho de investigação a fim de
identificar problemas na organização para, então, o grupo propor soluções a fim de
resolvê-los ou mitiga-los.

Contudo, com a pandemia de SARS-CoV-2 e as medidas de isolamento


social impostas a fim de tentar “achatar” a curva epidêmica, o Projeto Integrador não
pôde ter seu desenvolvimento usual. Assim, o Grupo ARARAS 5N.1 decidiu propor
melhorias nas “Caixas contra aerossolização” utilizadas por equipes médicas em
procedimentos de intubação de pacientes, a fim de tentar fazer parte do esforço de
enfrentamento da pandemia.

Com o recente surto global de COVID-19, muitos pacientes infectados


desenvolvem insuficiência respiratória que requer intubação endotraqueal.
(AEROSOL BOX, 2020) Como o COVID-19 é transmitido por gotículas e aerossóis,
os profissionais de saúde que estão intubando esses pacientes correm um alto risco
de contrair esse vírus SARS-CoV-2 durante o processo de intubação. (AEROSOL
BOX, 2020) Idealmente, o profissional deveria usar Purificadores de Ar Motorizados
(Powered Air Purifying Respirators - PAPR) enquanto intuba pacientes, o que
proporcionaria o mais alto nível de proteção. Infelizmente, devido ao número
crescente de pacientes infectados nessa pandemia, há uma escassez de PAPRs em
todo o mundo. (AEROSOL BOX, 2020) Portanto, muitas equipes médicas estão
usando apenas protetores faciais e máscaras N95. (AEROSOL BOX, 2020) Em
alguns hospitais que ficaram sem máscaras N95, algumas equipes estão
3

reutilizando máscaras N95 ou usando máscaras cirúrgicas. (POLON, 2020) Isso os


coloca em um risco muito maior de contrair o COVID-19. (POLON, 2020)

No geral, trata-se de uma proteção em formato de caixa feita, quase


sempre, de chapas de acrílico transparente, cortadas e coladas entre si,
apresentando orifícios redondos (figura 2) por onde os braços dos integrantes das
equipes médicas podem passar, a fim de realizar os procedimentos de intubação.
(AEROSOL BOX, 2020) Alguns estudos apontaram não só um aumento significativo
do tempo de intubação, como também a diminuição da taxa de sucesso do
procedimento na primeira tentativa, por conta do uso de caixas contra
aerossolização. (CANELLI, et al; BEGLEY, et al; PETROSONIAK, HICKS, 2020)

Portanto, o objetivo desse estudo será o de propor melhorias na “barreira


contra aerossolização”, focando na resolução, ou mitigação, dos problemas
apontados pelos estudos disponíveis na literatura.
4

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 PROBLEMA E OBJETIVOS

Problema

A síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2) é uma


cepa do vírus que causa a doença por coronavírus 2019 (COVID-19). (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2020) Estudos epidemiológicos estimam que cada infecção resulta de
1,4 a 3,9 novos casos, quando nenhum membro da comunidade é imune e nenhuma
medida preventiva é adotada. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020) O vírus se espalha
entre as pessoas principalmente por meio de contato próximo e por gotículas
respiratórias aerossolizadas produzidas a partir de tosse ou espirro dentro de um
alcance de cerca de 1,8 metros. (CANELLI, 2020) O contato indireto através de
superfícies contaminadas (fômitos) é outra causa possível de infecção. (CANELLI,
2020) Este fato representa um grande risco de saúde para os profissionais que
trabalham cuidando de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2.

Para agravar ainda mais a situação, há uma escassez mundial de


equipamentos de proteção individuais adequados para as equipes de saúde o que,
potencialmente, pode acarretar em uma grave piora das condições de trabalho,
diminuição da moral, aumento do estresse (e seus efeitos nocivos na cognição dos
membros das equipes) e, na pior das hipóteses, doença e morte desses
profissionais, aumentando ainda mais a carga de trabalho para os profissionais de
saúde durante esse contexto de pandemia. (AEROSOL BOX, 2020; POLOM, 2020)

Em um estudo feito por Grasselli, et al (2020), sobre o perfil dos pacientes


acometidos com COVID-19 durante a fase crítica da pandemia no norte da Itália
(entre 20 de fevereiro a 18 de março de 2020), 1287 (99%) que foram admitidos na
UTI precisavam de suporte respiratório invasivo ou não invasivo. Um total de 1150
pacientes (88%) necessitou de intubação endotraqueal e ventilação mecânica, e 137
pacientes (11%) foram tratados com ventilação não invasiva. (GRASSELLI, et al,
2020) A maioria dos pacientes desta série de casos foi internada na UTI devido a
insuficiência respiratória hipoxêmica aguda (oxigenação inadequada dos tecidos
devido a baixa concentração de oxigênio no sangue). (GRASSELLI, et al, 2020) Os
números encontrados neste estudo diferem dos de outros estudos similares feitos
5

em outras localidades, devido a características particulares do norte da Itália.


(GRASSELLI, et al, 2020)

Simulações já feitas demonstraram que o uso das atuais barreiras contra


aerossolização aumenta o tempo de intubação e diminui a taxa de sucesso do
procedimento na primeira tentativa, por conta de problemas ergonômicos e de
configuração das proteções atualmente em uso. (BEGLEY et al, 2020) (CANELLI, et
al, 2020) Elas podem ainda causar rupturas nos equipamentos de proteção
individual dos membros das equipes médicas, expondo-os ao risco de
contaminação. (CHAN, 2020)

Objetivo

Desenvolver ou propor melhorias nas caixas contra aerossolização de


secreções respiratórias em procedimentos de intubação, no atendimento a pacientes
durante a pandemia de COVID-19.

Objetivos específicos

 Levantar maiores informações acerca do vírus SARS-CoV-2 e da


pandemia de COVID-19;
 Conhecer melhor o(s) procedimento(s) de ventilação mecânica,
invasivos (intubação) e não-invasivos;
 Pesquisar estudos que já possam ter sido feitos sobre as “caixas de
aerossolizaçaõ”;
 Identificar problemas já apontados nas “caixas de aerossolização”
atuais;
 Analisar o impacto que o uso destes dispositivos causa no
atendimento aos pacientes;
 Avaliar a aplicabilidade de outros materiais e/ou processos de
fabricação para a manufatura dessas proteções;
 Analisar novas configurações formais para as “caixas de
aerossolização”;
6

 Determinar que recursos podem ser integrados as proteções de forma


a melhorar sua funcionalidade;

2.2 JUSTIFICATIVA

Estudos apontam que haverá falta de leitos, ventiladores mecânicos e


UTIs no Brasil no pico da epidemia. Como pode ser visto na figura 1, este cenário
será agravado pela escassez de equipamentos de proteção individual para as
equipes médicas, assim como de outros insumos médico-hospitalares no Brasil,
dada a impossibilidade de se conseguir tais artigos, seja no Brasil ou no mercado
externo. (MATTOS, 2020)

Ademais, no Brasil, os recursos médicos estão concentrados nas


principais áreas urbanas, e em muitos casos, as áreas rurais e periféricas das
grandes cidades não têm acesso a uma estrutura médico-hospitalar de boa
qualidade, como UTIs por exemplo (IDOETA, 2020). Este fato aponta a necessidade
de se ter soluções simples e de baixo custo, como é o caso das “caixas contra
aerossolização”.

Figura 1 – Equipes médicas do Reino Unido usando sacos de lixo hospitalar como EPI durante a
pandemia de COVID-19.

Fonte: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2020/04/06/temos-de-usar-sacos-de-lixo-na-
cabeca-medicos-britanicos-improvisam-no-combate-coronavirus.htm

Portanto, o grupo justifica a escolha do tema proposto neste trabalho, pela


relevância social que a introdução de melhorias nas caixas de proteção contra
aerossolização em procedimentos de intubação de pacientes pode ter no aumento
da proteção e da saúde das equipes que trabalham no enfrentamento da pandemia
7

de COVID-19, melhorando o atendimento aos enfermos, principalmente em um


momento em que “lockdowns” passam a ser considerados em várias cidades, por
conta do iminente colapso dos serviços de saúde em várias localidades do país.

2.3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A pandemia

Em 2019, na província de Wuhan, China, um surto do novo coronavírus,


denominado “Síndrome Respiratória Aguda Grave Coronavírus 2” (SARS ‐ CoV ‐ 2)
(anteriormente chamado de HCoV ‐ 19), levou a uma pandemia da doença de
coronavírus 2019 (COVID ‐ 19). Mais de 80% dos casos confirmados relatam uma
doença febril leve; entretanto, 14–17% dos casos confirmados desenvolvem COVID
‐ 19 grave, com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo, e cerca de 5% dos
infectados também desenvolvem choque séptico e / ou disfunção de múltiplos
órgãos. (BREWSTER, et al, 2020)

Assim como com outros grupos de pacientes com Síndrome do


Desconforto Respiratório Agudo, pacientes acometidos pela COVID ‐ 19 em estado
grave, muito provavelmente podem vir a ter de passar por procedimentos de
intubação traqueal de emergência e ventilação mecânica para apoiar a potencial
recuperação de sua doença. (BREWSTER, et al, 2020)

Ainda segundo Brewster, et al (2020), dados recentes de relatos em


Wuhan e do norte da Itália, pelo menos 10% dos casos positivos de COVID-19
requerem admissão em unidade de terapia intensiva (UTI), com muitos exigindo
intubação traqueal urgente para hipóxia (baixo teor de oxigenação nos tecidos).

Riscos para os profissionais de saúde

A transmissão do COVID-19 se dá principalmente através da propagação


de gotículas e fômitos - utensílios ou roupas infectados. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2020)
8

Gotas são partículas maiores de fluido corporal que são mais afetadas
pela gravidade e, portanto, podem viajar apenas curtas distâncias no ar antes de
pousar nas superfícies próximas. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020)

Em contraste, os aerossóis são compostos de partículas de fluido muito


menores que podem permanecer suspensas no ar por períodos prolongados. Se um
vírus é capaz de permanecer estável nas secreções das vias aéreas em aerossol,
isso aumenta o risco de transmissão. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020)

As evidências atuais sugerem que, embora seja plausível que os


coronavírus possam sobreviver na forma de aerossol dentro de partículas de fluido
sob certas condições, esse não é o mecanismo primário de transmissão na
comunidade. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020)

De acordo com Brewster, et al (2020), durante o surto de SARS ‐ CoV ‐ 1


no Canadá em 2003, metade de todos os casos de SARS ‐ CoV ‐ 1 ocorreu devido à
transmissão em ambiente hospitalar para os profissionais de saúde que cuidavam
dos enfermos. Além dos riscos pessoais à saúde dos profissionais de saúde
infectados, os procedimentos de quarentena e de combate à doença podem diminuir
os recursos disponíveis para gerenciar os pacientes em um momento de alta
demanda, como tem acontecido na pandemia de COVID – 19, com a crescente
escassez, não só de equipamentos de proteção individual (EPI) para as equipes
médicas, assim como também de outros insumos médico-hospitalares.
(BREWSTER, et al, 2020)

Em entrevista ao repórter Cameron Polon (2020), o Dr. Ben Reeser


declarou: "Basicamente, estamos intubando quase todos esses pacientes que
normalmente usariam C-PAP ou Bi-PAP”.

C-PAP (Continuous Positive Airway Pressure) é a sigla do inglês para


Pressão Positiva nas Vias Aéreas. Bi-PAP, VPAP ou BPAP (Variable/Bilevel Positive
Airway Pressure) - fornece dois níveis de pressão: pressão positiva inspiratória nas
vias aéreas (IPAP) e uma menor pressão positiva expiratória nas vias aéreas
(EPAP) a fim de facilitar a expiração. (POLON, 2020)

Segundo Chan (2020), o procedimento de ventilação com pressão


positiva durante a ventilação não invasiva (CPAP), ou ao usar máscara facial, ou
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ainda por via aérea supraglótica, podem gerar gotículas ou aerossóis, pois a
vedação obtida é geralmente inferior àquela com um tubo traqueal corretamente
colocado e com o cateter inflado. Nos procedimentos de laringoscopia, intubação
traqueal ou broncoscopia, só acontece aerossolização se a tosse for precipitada ou
um outro procedimento gerador de aerossol for realizado. (CHAN, 2020)

O processo de gerenciamento das vias aéreas é um período de maior


risco para a transmissão baseada em aerossol pelos seguintes motivos:
(BREWSTER, et al, 2020)

 o paciente pode ficar agitado ou combativo devido à hipóxia;


 a máscara do paciente deve ser removida;
 os médicos estão perto das vias aéreas do paciente;
 laringoscopia e intubação são vulneráveis à geração de aerossóis e;
 eventos geradores de aerossóis são mais prováveis.

Equipamento para vias aéreas

De acordo com Brewster, et al (2020):

 Vias aéreas supraglóticas: caso uma via aérea supraglótica for


indicada, recomenda-se o uso de um dispositivo com maior pressão
de vedação durante a ventilação (com pressão positiva), pois diminui
o risco de aerossolização de partículas de fluido contendo vírus;
 Videolaringoscopia: onde estes equipamentos podem ser utilizados,
eles devem estar imediatamente disponíveis na sala durante a
intubação traqueal. Um videolaringoscópio deve ser dedicado apenas
para uso em pacientes com COVID ‐ 19, quando isso for possível, e
as lâminas descartáveis são preferidas;
 Sucção: uma vez que o paciente tiver sido intubado, devem ser
utilizados sistemas de sucção fechados para minimizar a
aerossolização;
10

 Além disso, o equipamento pronto proto para uso do lado de fora da


sala deve incluir um carrinho de parada cardíaca, um carrinho de via
aérea e um broncoscópio.

Equipe de intubação

De acordo com Brewster, et al (2020), apenas aqueles diretamente


envolvidos no processo de gerenciamento das vias aéreas devem estar na sala - e a
equipe mais experiente deve ser incluída:

 Operador de via aérea: o clínico mais experiente ou habilidoso deve


realizar as intervenções nas vias aéreas superiores. Isso pode exigir a
assistência de outro clínico (por exemplo, um anestesista sênior)
dentro do. Se um anestesista for chamado, ele deve realizar
intubação traqueal, e todas as decisões de manejo das vias aéreas
devem ser adiadas;
 Assistente de via aérea: deve ser um clínico experiente que passará o
equipamento para o operador da via aérea e ajudará no uso de
bougie e do ventilador mecânico manual (Bolsa Umbu);
 Líder de equipe: um segundo clínico sênior de vias aéreas deve ser
incluído para coordenar a equipe, gerenciar medicamentos, observar
o monitoramento e fornecer ajuda com as vias aéreas caso uma
traqueotomia de emergência seja necessária;
 Corredor da sala (Room Runner): esse membro da equipe é opcional,
dependendo da necessidade - o número de membros da equipe na
sala sempre deve ser minimizado;
 Corredor da porta (Door Runner): esse membro da equipe, que deve
ser colocado na antecâmara ou fora do quarto do paciente, e deve
passar qualquer equipamento adicional necessário em caso de
emergência. Esse membro da equipe também pode atuar como o
“observador de EPI” – a fim de checar qualquer dano nos
equipamentos de proteção dos integrantes da equipe durante os
procedimentos;
11

 Corredor externo (External Runner): esse membro da equipe passará


o equipamento para a antecâmara (lado sujo) ou diretamente para o
corredor da porta, se não houver antecâmara.

Em entrevista para o repórter Cameron Polon (2020), o Dr. Reeser


explicou: "Toda vez que intubamos, provavelmente há pelo menos outras quatro
pessoas na sala. Tem o médico, uma enfermeira, fisioterapeuta e mais todos
expostos durante esse procedimento."

A “Caixa de Intubação”

Em 21 de março de 2020, o Dr. Hsien Yung Lai, anestesista do Mennonite


Christian Hospital em Hua Lian, Taiwan, divulgou o projeto de um dispositivo que
protege melhor as equipes médicas durante os procedimentos de intubação dos
pacientes, denominada "caixa de aerossol" (Aerosol Box – Figura 2). O dispositivo
simples, consiste em uma caixa de plástico transparente, com uma abertura em sua
parte frontal, que permite que o dispositivo seja colocado acima da cabeça, pescoço
e parte do torso do paciente, enquanto que sua parte traseira possui dois pequenos
orifícios através dos quais os médicos podem inserir as mãos (Figura 3). Segundo o
Dr. Lai, o protótipo custou cerca de US$ 66,00, aproximadamente R$ 380,00. Após
cada intubação, a “caixa” pode ser bem limpa com álcool ou alvejante a 70% de teor,
podendo em seguida, ser reutilizada para o próximo paciente. (EVERINGTON, 2020)
12

Figura 2 – Modelo 3D da Aerosol Box. Medidas em centímetros.

Fonte: (AEROSOL BOX, 2020)

Figura 3 – Protótipo da Aerosol Box em teste de usabilidade.

Fonte: (AEROSOL BOX, 2020)


13

Avaliação da Aerosol Box

O Dr. Robert Canelli, et al (2020), em um estudo intitulado “Barrier


Enclosing during Endotracheal Intubation”, buscaram avaliar a validade da Aerosol
Box enquanto equipamento de proteção para as equipes médicas que realizam
intubações no âmbito da pandemia de COVID-19.

Na simulação feita, um laringoscopista, vestindo EPI padrão, assumiu a


posição normal de intubação em um manequim de vias aéreas. Para aproximar uma
tosse forte e gerar uma propagação de gotículas e aerossóis, um pequeno balão de
látex contendo 10 ml de corante fluorescente foi colocado na hipofaringe do
manequim. O balão então, foi inflado com oxigênio comprimido até estourar,
representando uma simulação grosseira de uma tosse. O experimento foi repetido
sem e com a caixa de aerossol e, após cada simulação, a cena foi iluminada com luz
ultravioleta para visualizar a propagação do corante.

Com o uso apenas do EPI usual, foi encontrado corante no vestido, luvas,
máscara facial, protetor ocular, cabelo, pescoço, orelhas e sapatos do
laringoscopista (Figura 4). A contaminação do piso ocorreu a aproximadamente 1 m
da cabeceira da cama e também em um monitor localizado a mais de 2 m de
distância.

Figura 4 – Resultado da simulação de propagação de gotículas de aerossóis durante uma intubação


– sem barreira de proteção.

Fonte: (CANELLI, et al, 2020)


14

Como pode ser visto na figura 5, quando o experimento foi repetido com a
caixa de aerossol, a tosse simulada resultou na contaminação apenas da superfície
interna da caixa e das luvas do laringoscopista e dos antebraços revestidos. O
exame do laringoscopista e da sala com luz ultravioleta não mostrou contaminação
macroscópica fora da caixa.

Figura 5 – Resultado da simulação de propagação de gotículas de aerossóis durante uma intubação


– sem barreira de proteção.

Fonte: (CANELLI, et al, 2020)

Ainda segundo Canelli, et al, (2020), o método de simulação, não foi


validado para a direção do projétil, velocidade ou turbulência de uma tosse
verdadeira, nem correspondeu à distribuição de tamanho de partícula. Não foi
possível ainda, identificar quantidades muito pequenas de material que poderiam ser
infecciosas. No entanto, o estudo sugeriu que a barreira forneceu um pouco de
proteção adicional e poderia ser considerado um complemento do EPI padrão.

Críticas
15

No estudo supracitado, Canelli, et al (2020) fizeram algumas ressalvas:

 a caixa restringia o movimento das mãos e exigiria treinamento prévio


antes do uso no tratamento de pacientes;
 os operadores devem estar prontos para abandonar o uso da caixa,
caso o gerenciamento das vias aéreas se mostre difícil.

No estudo intitulado “The aerosol box for intubation in COVID‐19 patients:


an in‐situ simulation crossover study”, Begley, et al, (2020) avaliaram os impactos do
uso de duas “caixas de aerossol” nas intubações em pacientes com COVID-19 in
situ. O estudo mostrou que nenhuma intubação sem as caixas levou mais de um
minuto, enquanto que 14 (58%) das intubações com caixa levaram mais de um
minuto e 4 (17%) levaram mais de dois minutos (incluindo uma falha). Sem uma
caixa de aerossol, todos os anestesistas obtiveram sucesso na primeira passagem.
Com as caixas de primeira e última geração, 9 (75%) e 10 (83%) participantes
obtiveram sucesso na primeira passagem, respectivamente. Ocorreu uma ruptura do
equipamento de proteção individual usando a caixa de “primeira geração” e sete
rupturas usando a caixa de “última geração” (figura 6). O estudo, portanto, mostrou
que as barreiras de aerossol podem aumentar o tempo de intubação e, assim, expor
os pacientes ao risco de hipóxia. Podem ainda, causar danos ao equipamento de
proteção individual convencional, colocando as equipes médicas em risco de
infecção.

Figura 6 – Ruptura de EPIs causadas pelas “caixas de aerossol”.

Fonte: (BEGLEY, 2020)

Petrosoniak e Hicks (apud CHAN, 2020) escreveram suas impressões


obtidas em testes feitos em intubações simuladas com o uso de uma “barreira de
aerossol” existente. Criticaram o tamanho, rigidez, peso e a estabilidade da caixa.
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Apontaram problemas ergonômicos relacionados ao procedimento de intubação e à


iluminação, que gerou ofuscação para os membros mais altos da equipe devido ao
brilho do material utilizado.

Apontaram ainda o aumento no tempo de intubação, a dificuldade no uso


de certos equipamentos e a impossibilidade do uso em certos procedimentos, como
em casos de ressuscitação cardiorrespiratória. (PETROSONIAK, HICKS apud
CHAN, 2020)

Esterilização e desinfecção de artigos clínicos e médico-hospitalares

De acordo com o Núcleo de Telesaúde do Rio Grande do Sul (2008):

Para adequada escolha nos processos de utilização e tratamento dos


materiais, estes devem ser divididos nas categorias críticos, semicríticos e
não críticos. Materiais críticos são aqueles que entram em contato com
tecidos cruentos, materiais semicríticos são os que entram em contato com
mucosas e materiais não críticos aqueles que só entram em contato com
pele íntegra. De uma forma geral, durante os processos de tratamento, os
materiais críticos deveriam ser esterilizados ou de uso único (descartáveis),
os materiais semicríticos deveriam sofrer esterilização ou no mínimo
desinfecção e os materiais não críticos deveriam ser desinfetados ou no
mínimo limpos. A periodicidade dos processos de limpeza, desinfecção e
esterilização dos materiais deveria ser sempre entre o uso em diferentes
pacientes.

Portanto, já que não entram em contato direto com tecidos cruentos, as


barreiras contra aerossolização devem ser desinfectadas e, portanto de acordo com
a mesma fonte:

Todo o processo de limpeza, desinfecção ou esterilização de materiais deve


ser centralizado em um local especial, uma sala de tratamento de materiais.
Portanto, após cada atendimento, todos os materiais utilizados devem ser
levados para a sala de materiais, para seu adequado processamento.

Os agentes químicos desinfetantes comumente utilizados em nosso meio


são os álcoois, compostos clorados, formaldeído, iodóforos, peróxido de
hidrogênio, ácido peracético, compostos fenólicos e quaternário de amônia.

O álcool e o hipoclorito de sódio são os desinfetantes mais recomendados


para superfícies, enquanto que o desinfetante mais comumente usado para
instrumentais e outros materiais é o ácido peracético.
17

2.4 APLICAÇÃO DAS DISCIPLINAS ESTUDADAS NO PROJETO INTEGRADOR

A disciplina de Projeto Integrador do curso de Engenharia da UNIVESP


busca atender a duas demandas centrais: a necessidade dos estudantes de
conhecer os conteúdos curriculares das disciplinas ofertadas, pois a teoria estudada
irá embasar sua prática profissional no futuro, e a necessidade de articular a teoria
vista nas disciplinas do curso aplicadas na resolução de um problema real de forma
prática. Seguindo estas diretrizes, desenvolvemos o projeto integrador deste
semestre articulando os seguintes conceitos em cada componente curricular na
Figura 7, que será melhor explicado abaixo:

Figura 7 - Mapa mental - relação de algumas das disciplinas com o PI

Fonte: os autores

No componente Introdução à Engenharia, o professor Dias (2014) explica


sobre a metodologia Design Thinking, na videoaula 07: O processo de design e a
forma de pensar do engenheiro. O Design Thinking foi a metodologia utilizada em
todo processo de desenvolvimento do projeto. Na videoaula 08: “Team Building na
engenharia”, onde o professor Marx (2014) cita sobre trabalho em equipe.
18

Ainda em Introdução à Engenharia, Siqueira (2014) relaciona o


empreendedorismo na engenharia com o projeto integrador na videoaula
09: Empreendedorismo na engenharia. Carvalho (2014) discorre na videoaula 11:
Sustentabilidade e ética na engenharia, sobre sustentabilidade na engenharia. Por
fim, Santos (2014) através da videoaula 13: Pesquisa em engenharia, dá o
embasamento para desenvolvimento da pesquisa.

No componente curricular Informática, o professor Ricarte (2014) ensina


sobre o uso de planilhas eletrônicas, construção de gráficos entre outras
ferramentas necessárias para o desenvolvimento do relatório e da análise da
pesquisa, na videoaula 07: Planilhas para engenharia.

Galvão (2014) ensina na videoaula 11: Recursos informacionais


disponíveis na Web para fins tecnológicos, sobre acesso a portais acadêmicos,
portais de artigos e periódicos de pesquisa, currículos de pesquisadores
(Plataforma Lattes), entre outros e na videoaula 12: O software na
estruturação de texto técnico- científico, fala sobre editores de documentos
para elaboração de textos técnico- científicos e às normas da ABNT para
monografias e trabalhos acadêmicos. O professor Ricarte (2014) volta na
videoaula 13: O software na elaboração de texto técnico-científico, falando ainda
sobre aplicativos para gerenciamento de referências.

A disciplina Leitura e produção de textos, traz com o professor Perissé


(2014) as novas regras ortográficas para elaboração do texto do relatório, na
videoaula 07: As regras da nova ortografia. Melo (2014) ensina nas videoaulas 09 e
10: O que faz de um texto um texto: Metaregras (Partes 1 e 2), sobre coesão e
coerências textual, importantes para a elaboração do texto do relatório. Todas
as aulas desse componente foram importantes para elaboração do texto do relatório.

Em Inglês, a professora Pinto (2014) traz ferramentas para auxiliar a


compreensão de textos em língua inglesa, para auxiliar na busca e pesquisa
de textos em inglês para o desenvolvimento da fundamentação teórica, na
videoaula 05: Compreensão escrita: Sites, Dicionários, Tradutores,
Ferramentas. Ramos (2014) ensina a compreensão de resumos em língua inglesa
na videoaula 06: Compreensão escrita: Familiarizando-se com o Gênero Abstract,
19

e na videoaula 07: Compreensão escrita: Familiarizando-se com o Gênero Relato de


Pesquisa, trata da compreensão de trabalhos de pesquisa na língua inglesa.

No componente Metodologia Científica, a videoaula 03: Definindo o


problema de pesquisa e o planejamento de projeto, do professor Martins
(2014), desenvolve sobre a definição do problema de pesquisa e como deve
ser feito o planejamento do projeto. Como desenvolver a fundamentação teórica, foi
ensinado por Turrioni (2014) na videoaula 04: Encontrando e utilizando a teoria.
Como devem ser feitas as entrevistas é visto na videoaula 05: Levantando dados e
informações, do professor Muniz (2014). O professor Turrioni (2014) volta na
videoaula 06: Interpretando dados e informações, mostrando como fazer a análise e
interpretação de dados e informações. Por fim, Nakano (2014) traz na videoaula 07:
Concluindo o Projeto de pesquisa, sobre o que têm de constar no relatório de
pesquisa, e como este deve ser desenvolvido.

Toda a disciplina de Modelagem e Simulação ministrada pelo professor


Anibal Tavares de Azevedo (2017), em especial as videoaulas: 01 – Motivação e
conceitos iniciais, 02 – Tipos de sistemas e modelos de simulação, 07 –
Processos de Nascimento-Morte, 09 – Teoria de filas – Visão geral, 11 – Coleta,
processamento e análise de dados, 24 – Como validar um modelo de simulação, 25
–Testes para validar modelos de simulação, 26 e 27 – Construção de modelos de
simulação; estão sendo primordiais para a coleta, processamento, análise,
construção e validação do modelo de simulação a ser feito pelo grupo.

2.5 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do projeto, utilizamos o método de Design


Thinking (figura 8), que é uma abordagem centrada no ser humano que acelera a
inovação e ajuda na solução de problemas complexos, focando em descobrir e
entender as necessidades do usuário.

O método é centrado no ser humano, porque o processo de concepção


de serviços inovadores, por exemplo, começa por examinar as necessidades,
sonhos e comportamentos das pessoas a serem afetadas pelas soluções
projetadas, ouvindo e compreendendo-as. (BROWN, 2010)
20

Figura 8 – Processo de Design Thinking

Fonte: Imagem adaptada pelos autores a partir de:


https://media.nngroup.com/media/editor/2016/07/29/designthinking_illustration_final-01-01.png

Projetando a partir do ponto de vista do usuário, o método torna-se uma


ferramenta mental para ser utilizada em equipe. Durante a aplicação da metodologia
Design Thinking, passamos pelas seguintes fases:

A fase do entendimento, onde houve o nivelamento de conhecimento pela


equipe, e a criação das primeiras regras sociais do grupo para facilitar sua
colaboração. Foram então divididas as tarefas iniciais e realizamos a preparação
para pesquisa de campo. Isto porem não foi possível, dada a epidemia de COVID-
19. O grupo então fez um brainstorm a fim de elencar alguns objetos de estudo para
que pudéssemos escolher um que fosse, segundo nosso entendimento, mais
promissor. Foi então que surgiu a ideia de fazer um projeto que, de alguma maneira,
contribuísse com o esforço de enfrentamento da pandemia de COVID-19.
21

Segundo o método, ao implementar-se a fase da pesquisa de campo,


passaríamos para a fase da observação, o que não foi possível por conta das
medidas de isolamento social adotadas. O grupo, então, fez mais uma rodada de
brainstorms para escolher um projeto que atendesse o tema proposto, “Simulação
de instalações para processos de transformação e serviços”, dentro do contexto da
epidemia de COVID-19.

Após a escolha da proposta “Consequências do Uso da Proteção Contra


Aerossolização em Procedimentos de Intubação no Atendimento a Pacientes”, nos
reunimos para discutir o ponto de vista de cada um, tentando obter a convergência
de pensamentos, a fim de definir melhor o desafio inicial.

O passo seguinte foi o estudo de artigos relacionados ao problema para


conhecer o que já está sendo feito. E é nesse estágio que o grupo entrega o
Relatório Parcial.

Na fase de Ideação, onde segundo o modelo, o líder deverá encorajar as


ideias diferentes, agrupando-as, formando algo maior e melhor, o grupo deverá, a
partir dos dados coletados, definir as condições de contorno da simulação e/ou
análises a serem feitas.

Neste ponto, a equipe tentará criar algo rapidamente, em que a


capacidade e o potencial do projeto devem ser analisados. Porém, pelos motivos
supracitados, o trabalho não deverá ter uma segunda etapa de prototipação, uma
vez que não será possível testar a primeira iteração do protótipo em campo.

O grupo então deverá reunir-se a fim de organizar e elaborar o relatório


final e o vídeo de apresentação.
22

3 RESULTADOS

Por conta da pandemia e das medidas de afastamento social, o grupo


teve de usar a internet como a principal fonte de informações para desenvolver o
projeto.

A fim de saber qual é o “estado-da-arte” em projeto de caixas contra


aerossolização, a equipe pesquisou e encontrou diversos exemplos de barreiras;
quase sempre pequenas variações do projeto inicial do Dr. Lai, porém dois projetos
chamaram a atenção do grupo: (AEROSOL BOX, 2020)

RIU r5

A caixa contra aerosolização RIU r5 (figura 9) foi desenvolvida pela


“Rapid Innovation Unit”, da Universidade de Limerick, Irlanda e testada no hospital
da Universidade. É fabricada a partir de chapas de acrílico cortadas e coladas e
possui as seguintes medidas: 510 mm de comprimento, 476 mm de largura e 490
mm de altura.

Figura 9 - Caixa conta aerossolização RIU r5

Fonte: (AEROSOL BLOCK, 200b)

A barreira contra aerossolização r5 conta com duas aberturas para


antebraços, frontal e lateral, que podem ser parcialmente vedadas cobrindo-as com
faixas elásticas de fisioterapia. Possui ainda um recorte para os ombros do paciente
(por ser uma caixa estreita), um visor superior disposto em ângulo, e um orifício
23

onde pode ser encaixado um filtro viral - como pode ser visto na figura 10.
(AEROSOL BLOCK, 2002b)

Figura 10 - Caixa conta aerossolização RIU r5

Fonte: (AEROSOL BLOCK, 200b)

Something Labs v3.2

A v3.2 é uma caixa contra aerossolização modular (figura 11), que pode
ser reconfigurada utilizando-se painéis rígidos (PVC ou Policarbonato) ou flexíveis
para o lado superior e/ou frontal da “caixa”. Na parte frontal, um filme plástico ou um
pedaço de tecido-não-tecido (TNT) pode ser anexado para contenção extra,
utilizando-se prendedores de papel ou presilhas.
24

Figura 11 - Caixa conta aerossolização Something Labs v3.2 em testes

Fonte: (AEROSOL BLOCK, 2020c)

Por ser uma estrutura apenas encaixada (intertravada), a v3.2 pode ser
distribuída desmontada, facilitando seu transporte (porém há de se criticar a
estanqueidade da barreira). Possui anda alças para transporte e encaixe para filtro –
figura 12.

Figura 12 - Caixa conta aerossolização Something Labs v3.2 – partes encaixadas

Fonte: (AEROSOL BLOCK, 2020c)

3.1 PROTÓTIPO INICIAL

A caixa contra aerossolização em procedimentos de intubação proposta


pelo grupo (figuras 13 e 15), é uma estrutura monobloco termoformada em chapa de
25

PVC cristal semi-rígido com espessura de 2mm. Desta forma, a “caixa” apresenta as
seguintes vantagens com relação às caixas atualmente empregadas:

Figura 13 – Caixa contra aerossolização proposta pelo grupo - bruta

Fonte: os autores

Menor massa: quanto menor a espessura da chapa, mais fácil é o


processo de termoformagem - nas caixas feitas com chapas planas cortadas e
coladas, é necessário se utilizar uma espessura mínima de chapa (entre 4,5 mm a 6
mm)) a fim de facilitar a montagem e a colagem das mesmas. (AEROSOL BLOCK,
2020a) A pequena espessura em conjunto com o uso da termoformagem, resultou
em uma estrutura de 1,7 Kg. Em termos de comparação, o peso das “caixas”
atualmente em uso é estimado como sendo entre 4 Kg a 5,2 Kg.

Menor custo: o processo de termoformagem torna possível a


industrialização da caixa contra aerossolização, por possibilitar sua fabricação em
ciclos de produção menores do que os processos artesanais atualmente utilizados.
Mesmo que o molde represente um custo adicional no processo, o mesmo pode ser
feito de materiais relativamente baratos (madeira, MDF, etc). Assim sendo, o grupo
acredita que o menor ciclo de produção mais do que compense o custo do molde a
partir de um certo número de peças produzidas. Adicionalmente, o processo de
termoformagem é utilizado para a fabricação de diversos itens descartáveis (como
copos, pratos, etc), demonstrando seu baixo custo.
26

Na proposta, como pode ser visto na figura 14, um mesmo molde seria
utilizado para conformar duas peças por ciclo de produção, diminuindo ainda mais o
custo por peça através do maior aproveitamento da chapa utilizada. Apósa
conformação, a peça seria cortada em duas metadas, dando origem a duas
barreiras contra aerossolização.

Figura 14 – Molde macho de termoformagem – conformação de duas caixas por ciclo

Fonte: os autores

Maior resistência: o PVC semi-rígido apresenta uma alta resistência à


choques, por conta de sua relativa flexibilidade, quando comparado ao acrílico
(PMMA). Adicionalmente, a fabricação pelo processo de termoformagem resulta em
uma estrutura monobloco, sem as emendas das atuais caixas coladas, cujas
emendas podem descolar-se com choques.

Maior estanqueidade: a fabricação pelo processo de termoformagem


gera uma estrutura monobloco – sem emendas (como exposto acima), o que
potencialmente resulta em uma peça mais estanque em comparação a uma
estrutura colada, em que cada emenda pode resultar em frestas caso a colagem não
tenha sido bem feita. No caso, isso impacta diretamente na função da “caixa”, pelo
fato de que seu uso ser justificado para a contenção de quaisquer aerossóis
expelidos pelo paciente durante o processo de intubação.
27

Maior customização: o uso do PVC semi-rígido com pequena espessura,


torna mais fácil o corte de quaisquer orifícios ou entradas necessárias, como
mostrado nas figuras 15 e 16. A configuração das aberturas pode ser modificada de
acordo com a necessidade, podendo ser feita pelas próprias equipes de saúde com
o uso de estiletes, bisturis, etc.

Figura 15 – Caixa contra aerossolização proposta pelo grupo - acabada

Fonte: os autores
28

Figura 16 – Detalhamento da caixa contra aerossolização proposta

Fonte: os autores

Possibilitar empilhamento: como a peça necessita de ângulos de saída


para que possa ser moldada pelo processo de termoformagem, isso faz com que a
mesma possa ser empilhada – encaixadas umas as outras, como mostrado na figura
17. Isso diminui tanto o espaço para serem guardadas quando fora de uso, como
também o volume ocupado para transporte, diminuindo assim o seu custo de
distribuição (em conjunto com o menor peso) – logística.

Figura 17 – Empilhamento das caixas

Fonte: os autores
29

Adicionalmente, a caixa permite a abertura de furo(s) para o uso de


equipamentos de sucção e/ou filtros, a fim de incrementar ainda mais seus uso,
possibilitando inclusive, seu uso continuado – em que a caixa permaneceria
“dedicada” ao paciente após o procedimento de intubação, caso necessário.
(AEROSOL BLOCK, 2020b)

Coifas

A fim de aumentar a estanqueidade da caixa contra aerossolização e


diminuir a possibilidade de que as aberturas possam vir a romper os EPIs das
equipes médicas durante os procedimentos de intubação, como relatados por Chan
e Bigley, et al (2020), o grupo projetou coifas feitas em borracha de silicone. Uma
possível configuração pode ser vista nas figuras 18 e 19.

Tais coifas seriam moldadas derramando-se, por gravidade, borracha de


silicone em moldes bi-partidos, até o preenchimento total da cavidade interna destes
mesmos moldes. O uso da borracha de silicone se justifica pelo relativo baixo custo,
facilidade de fabricação, flexibilidade (o furo da coifa “expande” e permanece
“aderido” à superfície do braço, quando este passa através da mesma) e por ser um
material já utilizado em equipamentos médico-hospitalares, conformando-se assim,
a procedimentos de desinfecção já adotados.

Figura 18 – Coifa de silicone

Fonte: os autores
30

Na figura 19 – detalhe C, pode ser visto o detalhe do perfil do encaixe da


coifa, disposto ao longo de toda a sua borda, a fim de fixa-la à abertura feita na
caixa, que pode ser marcada (ou riscada) na caixa, utilizando-se um molde de papel
(como “máscara”) impresso com as medidas em verdadeira grandeza. Como a coifa
cobre toda a borda da abertura feita, não há o risco de que a borda da mesma possa
romper os EPIs utilizados pelas equipes de saúde, como já demonstrado em
algumas simulações feitas com caixas contra aerossolização atualmente em uso.
(CHAN, 2020; BIGLEY, et al, 2020)

A base da coifa tem um perfil oblongo, que permite a translação de um


antebraço que por ela passe no sentido do maior eixo, característica que pode ser
vantajosa no caso do manejo do laringoscópio, por exemplo.

Figura 19 – Detalhamento da coifa

Fonte: os autores

Da mesma forma que acontece com a caixa contra aerossolização, pelo


fato de ser conformada com o uso de um molde, a coifa possui ângulos de saída
(que permitem sua retirada do molde) – permitindo assim seu empilhamento (figura
31

16), conferindo as mesmas vantagens já apontadas anteriormente com relação à


caixa proposta: menor volume ocupado e menor custo de distribuição (logística).

O cone da coifa pode ser “trazido para fora” (tal como virar uma meia do
“avesso”) e o orifício de entrada fechado com um grampo ou pinça, a fim de
aumentar a estanqueidade na caixa quando o procedimento de intubação termina.

Além da coifa, se poderia ter uma espécie de tampa, como o mesmo perfil
e medidas de encaixe da coifa. Assim a coifa poderia ser retirada e em seu lugar,
colocar-se uma tampa.

Figura 20 – Coifas empilhadas

Fonte: os autores

Proposta de uso

A figura 21 demonstra uma proposta de uso. A caixa, com as coifas


montadas, seria posicionada em cima do colchão de uma maca (ou cama). Na borda
da extremidade aberta da caixa contra aerossolização, um filme plástico de PVC, ou
HDPE, ou ainda outra resina termoplástica, cobriria o paciente e seria fixado na
32

caixa, com o uso de uma fita adesiva. O filme plástico poderia ser dobrado para
debaixo do colchão para aumentar a estanqueidade do volume interno onde o
paciente infectado se encontra.(AEROSOL BLOCK, 2020c)

As figuras 22, 23 e 24 mostram com mais detalhes a proposta de uso


descrita. As figuras mostram 4 aberturas para a passagem de braços e/ou
equipamentos para o interior da caixa. Na figura 22 é possível ver as duas aberturas
(já com as coifas montadas) para os braços de um possível assistente, ao passo que
na figura 24 é possível ver as duas aberturas (com as coifas montadas) para a
passagem dos braços do integrante da equipe responsável pelo procedimento de
intubação.

Como já mencionado, o número de aberturas, seu posicionamento,


ângulo, etc, podem ser modificados de acordo com a necessidade de cada contexto
de aplicação.

Figura 21 – Caixa contra aerossolização – forma de utilização de uso proposta

Fonte: os autores

Na figura 22 pode ser visto claramente (assim como na figura 16), o plano
em ângulo da caixa, que poderia ser descrito como sendo seu “visor”, visto que é a
superfície pela qual o procedimento de intubação será visualizado pelo profissional
responsável pela mesma. Como se trata da primeira iteração da proposta, esse
ângulo, assim como as demais medidas podem vir a ser alteradas para que a caixa
33

contra aerosolização tenha a melhor funcionalidade possível. Essa superfície foi


disposta em ângulo na tentativa de diminuir não só a refração da luz, alterando a
visão, como também minimizar ou impedir o reflexo da iluminação ambiente na linha
de visada do operador do procedimento de intubação. (BIGLEY, 2020)

Figura 22 – Vista lateral parcial da caixa contra aerossolização – forma de utilização de uso proposta

Fonte: os autores

Figura 23 – Vista superior parcial da caixa contra aerossolização – forma de utilização de uso
proposta

Fonte: os autores
34

Nas figuras 24 até a 32, é possível ver que a base da “caixa” tem uma
aba, dando mais estabilidade à mesma quando posicionada em cima do colchão. A
largura da aba pode ser maior na caixa contra aerossolização quando fabricada e,
posteriormente caso seja necessário, ser diminuída (cortada).

Figura 24 – Vista frontal parcial da caixa contra aerossolização – forma de utilização de uso proposta

Fonte: os autores

3.2 SIMULAÇÃO

Para a realização da simulação do funcionamento da caixa contra


aerossolização, foi utilizada a ferramenta FloXpress do programa CAD SolidWorks
versão 2019. Esta ferramenta possibilita análises qualitativas de fluidodinâmica
computacional em regime estacionário, uma vez que é voltada para análises de
verificação de projetos quando da realização dos mesmos, não sendo aplicada para
a validação dos mesmos, pelo fato de se tratar de uma ferramenta mais simples.
35

O uso (autorizado) do FloXpress no estudo, foi motivado pelo fato de ser


a única ferramenta disponível para a tarefa, uma vez que é parte integrante do CAD
Solidworks, utilizado na empresa de um dos integrantes do grupo.

Por ser uma ferramenta mais simples, a mesma apresenta algumas


limitações, dentre elas a que a ferramenta só permite uma única entrada e uma
única saída do domínio por onde o escoamento do fluído passa. Este fato permitiu
que apenas o caso em que as aberturas da caixa estariam totalmente fechadas
fosse verificado, quando um paciente produzisse aerosolização, estando a linha de
vácuo hospitalar conectada à caixa.

Como na análise de fluído dinâmica computacional (CFD), o domínio


através do qual o escoamento do fluído acontece deve ser discretizado (dividido em
diversos volumes menores, onde em cada um deles as equações de transporte
serão calculadas - malha), quanto menor esse domínio for, menor será o tempo
tanto de criação da malha tridimensional, quanto do cálculo da solução, optou-se por
delimitar o volume através do uso de uma “barreira” posicionada na extremidade
aberta da “caixa”. O efeito disso, é que o volume delimitado pelo filme plástico foi
omitido, embora sua estanqueidade possa ser obtida com relativa facilidade, como já
exposto anteriormente.

Adicionalmente, os furos nas coifas tiveram de ser fechados, para que o


domínio tivesse apenas uma entrada e uma saída de fluído, como já citado.

O local escolhido para a saída foi o mais perto da boca do paciente (e


alinhado com a possível trajetória do fluído aerossolizado pelo paciente), e que não
diminuísse a área de visualização do plano inclinado.

Outra limitação da ferramenta de análise, é que apenas o perfil de


velocidade do fluxo é mostrado como resultado. Além do fato de que não há nenhum
controle sobre a construção da malha (discretização do domínio fluído).

Situação de contorno

A luz das limitações impostas pela ferramenta a situação de contorno


ficou assim definida:
36

 Fluído: ar atmosférico;
 Temperatura: 293,2 K;
 Área da entrada do fluído no domínio (boca do manequim): 2,5 x
10-4 m;
 Velocidade do fluído na entrada do domínio: 35 m/s
(MORGENSTERN, 2020);
 Área da saída do fluído no domínio (orifício feito na parte superior
da caixa para a conexão da linha de vácuo hospitalar): 3,14 x 10-4
m; (ABNT, 2003)
 Pressão na saída do domínio: 61,33 kPa (pressão absoluta
máxima determinada por norma); (ABNT, 2003)
 Assume-se que não há atrito entre as paredes que delimitam o
domínio e o fluído, portanto a simulação não leva em conta que
parte do fluído aerossolizado pode depositar-se nas paredes
internas da “caixa”, coifas, paciente, filme plástico, etc.

Resultado

As figuras de 25 até 29, apresentam a trajetória do fluído representada


por 8 linhas de fluxo. A maioria delas se dirige diretamente para a saída onde a
sucção estaria posicionada, logo após atingirem o plano inclinado da caixa. Outras
linhas de fluxo demostram uma trajetória caótica dentro do volume. Isso pode indicar
que pelo menos uma segunda linha de sucção pode ser necessária, a fim de
diminuir a concentração da aerosslização (e aumentar a eficiência da sucção) dentro
do volume delimitado.
37

Figura 25 – Set-up da simulação

Fonte: os autores

As cores nas linhas de fluxo representam o perfil de velocidade do mesmo


ao longo de sua trajetória, após sair da boca do paciente. Logo após a saída da
boca, o fluído assume uma velocidade entre 35 a 15 m/s.

O fluxo então assume uma velocidade entre 5 a 10 m/s até a saída do


domínio, onde há um aumento abrupto de velocidade (por conta do
“estrangulamento” na área da saída – sucção).

As linhas de fluxo que demonstram um comportamento caótico dentro do


volume, apresentam uma velocidade constante, abaixo de 5 m/s.
38

Figura 26 – Trajetória simulada da aerossolização de acordo com as condições de contorno


estabelecidas – vista lateral

Fonte: os autores

Figura 27 – Trajetória simulada da aerossolização de acordo com as condições de contorno


estabelecidas – vista frontal

Fonte: os autores
39

Figura 28 – Trajetória simulada da aerossolização de acordo com as condições de contorno


estabelecidas – vista superior

Fonte: os autores

As figuras de 29 até 32 mostram a trajetória do fluído como um fluxo de


partículas, sendo todas as outras condições e características idênticas as já citadas
anteriormente.
40

Figura 29 – Trajetória (partículas) simulada da aerossolização de acordo com as condições de


contorno estabelecidas

Fonte: os autores

Figura 30 – Trajetória (partículas) simulada da aerossolização de acordo com as condições de


contorno estabelecidas – vista lateral

Fonte: os autores
41

Figura 31 – Trajetória (partículas) simulada da aerossolização de acordo com as condições de


contorno estabelecidas – vista frontal

Fonte: os autores

Figura 32 – Trajetória (partículas) simulada da aerossolização de acordo com as condições de


contorno estabelecidas – vista lateral

Fonte: os autores
42

3.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Por conta da pandemia de COVID-19, e da conseguinte impossibilidade


de testar in loco o protótipo inicial, o resultado final fica comprometido, uma vez que
vários dos assuntos diretamente relacionados ao impacto negativo do uso das
caixas contra aerossolização durante procedimentos de intubação de pacientes não
puderam ser testados: aumento do tempo de intubação, taxa de sucesso da
intubação na primeira tentativa, rompimentos de EPIs de membros das equipes de
saúde devido ao uso das caixas durante o procedimento de intubação, entre outras
questões de menor importância.

Portanto, não se pôde verificar se as modificações nas caixas contra


aerossolização propostas pelo grupo surtiriam o efeito desejado.

Idealmente, o protótipo inicial deveria ter sido bem simples, de chapas


cortadas e coladas entre si a fim de se estabelecer as melhores dimensões e
ângulos das superfícies da caixa, para daí então, detalhar-se melhor a proposta,
como foi feito neste estudo.

Assim, ocorreu, muito pelo contexto no qual o projeto ocorreu, uma


omissão da etapa inicial - o que seria, em condições normais, o protótipo inicial; com
o projeto partindo diretamente para uma solução mais “sofisticada” – a adoção de
um certo nível de industrialização construtiva para as caixas contra aerossolização,
o que em si e no entendimento do grupo, representa um avanço em termos de
entrega de valor que a proposta proporciona, em comparação com as “caixas”
atualmente em uso.

Quanto à simulação, por conta de uma ferramenta que proporciona


apenas uma análise simplificada e feita em termos qualitativos, não tem um impacto
decisivo na proposta final, até pelo fato de que o domínio fluído simulado ter sido
definido por uma configuração formal que não foi testado na prática, o que diminui a
relevância da mesma.

De qualquer forma, a solução da simulação valida, de certa forma, a


situação de contorno definida, uma vez que o perfil de velocidade exibido pelo fluxo
do fluído exibe valores bastantes coerentes. Assim, o grupo entende que a
43

simulação feita, seja considerada como um estudo preliminar, validando a situação


de contorno definida para, então partir para uma análise mais complexa.

Adicionalmente, a simulação também demonstra a importância de se


conectar a caixa contra aerossolização ao sistema de vácuo hospitalar, fazendo com
que a concentração de secreção aerossolizada diminua consideravelmente no
ambiente.
44

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como já apontado anteriormente, o contexto em que o estudo se deu,


impediu a testagem das modificações nas caixas contra aerossolização em
procedimentos de intubação de pacientes propostas pelo grupo. Este fato impediu a
verificação do impacto que uma nova configuração formal teria durante o processo
de intubação, por exemplo.

Mesmo assim, a equipe acredita que dotar as caixas contra


aerossolização de um certo nível de industrialização construtiva – através, em
grande parte, do uso do processo de termoformagem, em oposição aos processos
artesanais atualmente empregados na construção das mesmas, resultaria em
grande benefícios para a sociedade, pelo fato de, potencialmente, diminuir o custo
de fabricação das caixas, facilitar sua distribuição (logística), melhorar sua
estanqueidade, entre outras vantagens.

A simulação feita mostrou em termos gerais, que a aerossolização de


secreção pelos pacientes durante o processo de intubação, pode ficar contida dentro
do volume da “caixa”, caso certas condições sejam respeitadas. Mostrou ainda a
importância de se conectar a caixa contra aerossolização à linha de vácuo
hospitalar, diminuíndo consideravelmente a concentração de secreção aerossolizada
no ambiente.

Por fim, no entendimento do grupo, a simulação também valida a situação


de contorno escolhida, uma vez que o perfil de velocidade das linhas de fluxo dentro
do volume estudado apresentou valores coerentes.
45

REFERENCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12188: Sistemas centralizados de


oxigênio, ar, óxido nitroso e vácuo para suo medicinal em estabelecimentos assistências de
saúde. Rio de Janeiro. 2003. 25 p.

AEROSOL BLOCK. Design Roadmap. 15 abr. 2020. Disponível


em:<https://www.aerosolblock.org/feature-designs/design-roadmap> Acesso em: 06 jun. de 2020

AEROSOL BLOCK. RIU r5. 15 abr. 2020. Disponível em:<https://www.aerosolblock.org/feature-


designs/riu-r5 > Acesso em: 06 jun. de 2020

AEROSOL BLOCK. Something Labs v3.2. 05 abr. 2020. Disponível


em:<https://www.aerosolblock.org/feature-designs/something-labs-v3p2> Acesso em: 06 jun. de 2020

AZEVEDO, A. T. Videoaula 01: Motivação e Conceitos Iniciais. São Paulo: UNIVESP, 2017.
(21:01 min.) Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=KYxcFDK9gLw> Acesso em 15 maio de 2020

AZEVEDO, A. T. Videoaula 02: Tipos de sistema e modelos de simulação. São Paulo: UNIVESP,
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N&index=2> Acesso em 15 maio de 2020

AZEVEDO, A. T. Videoaula 07: Processos de Nascimento-Morte. São Paulo: UNIVESP,


2017. (18:35 min.) Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=dcOUNKkbEMY&list=PLxI8Can9yAHcn4b7BuUgRQOJkABuYfH
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AZEVEDO, A. T. Videoaula 09: Teoria de filas – Visão geral. São Paulo: UNIVESP, 2017.
(20:46 min.) Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=n7l9h9Fgfyg&list=PLxI8Can9yAHcn4b7BuUgRQOJkABuYfHYN&
index=9> Acesso em 15 maio de 2020

AZEVEDO, A. T. Videoaula 11: Coleta, processamento e análise de dados. São Paulo: UNIVESP,
2017. (22:19 min.) Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=KYxcFDK9gLw> Acesso em 15 maio de 2020

AZEVEDO, A. T. Videoaula 24: Como validar um modelo de simulação. São Paulo: UNIVESP,
2017. (17:28 min.) Disponível em:
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