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Entretenimento e grandes Cias Teatrais

Em questão de entretenimento urbano, o cinema aguçou a divisão entre cultura da elite e


cultura das massas. Lazeres como teatros e recitais – mesmo aproximando-se do cinema na
medida em que público e privado interagiam dentro de certas fronteiras simbólicas – foram
tidos como divertimentos preferencialmente da alta sociedade.5

Uma reportagem de 1933 explicita essa divisão ao opinar que, em relação à “velha arte
dramática”, “o gosto das elites acha-se bastante estragado pela tumultuada invasão das
manufaturas cinematográficas, com as quais os yankees alagaram a nascente civilização
brasileira”.

Nesses dois tipos de distração, a seleção dos freqüentadores dava-se pelo ambiente reservado,
pelo gosto apurado, pelo prazer requintado que excluía os subalternos incapazes de
impressionar-se com tais experiências. Entre os anos 20 e os anos 40, Cachoeira esteve no
mapa das grandes companhias teatrais, como a de Jaime Costa (1930), Ribeiro-Cancela (1941)
e Procópio Ferreira (1943).

História do Cine Teatro

O Cine-Teatro Coliseu, inaugurado no dia 17 de fevereiro de 1938, teve vida útil até meados da
década de 1980, encantando gerações com a sétima arte. O espaço ainda acolheu
apresentações teatrais, comícios e conferências de personalidades ilustres da cultura nacional.
Em 1912, o Cinema Coliseu Cachoeirense, recém-adquirido pela empresa Figueiró & Cia. dos
Irmãos Pohlmann, passava por grandes reformas, pois os novos proprietários pretendiam
inaugurá-lo em 15 de novembro. No ano seguinte, Manoel Costa Júnior ingressou no negócio,
promovendo mais uma série de melhorias até meados de 1921, quando o cinema foi vendido
para Henrique Comassetto. Como despedida, Manoel Costa Júnior ofereceu uma última sessão
de cinema gratuita aos favorecedores e ao público, com o drama A minha adoração, por
William Hart. Na ocasião, uma caixa na porta de entrada recebeu moedas de donativos ao
Hospital de Caridade.

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