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Alta, magra, voz grossa e o costume de pigarrear. Rosto oblongo e grande, com olhos
amiudados pelos óculos de lentes grossas para correção da miopia. Cabelos alvos e
ondulados. Arguta em perceber qualquer deslize no uso da língua portuguesa. Essa era a
descrição da professora Alzira da Cunha Carlos que há 125 anos iniciou, no Barro
Vermelho, suas atividades docentes.
Além de ter ensinado as primeiras letras para irmãos e sobrinhos, Alzira formou algumas
gerações de cachoeirenses a partir de 1902, quando abriu com as irmãs Hilda e Amanda sua
escola particular, que funcionava na Rua Saldanha Marinho, defronte ao Colégio Marista. A
casa era ao mesmo tempo escola e residência. Amanda era quem comandava a casa e Alzira
a "chefe" da família e diretora da escola.
Na escola, além do currículo formal, eram lecionadas outras disciplinas, como francês,
música, bordado e pintura. Alzira encarregava-se do ensino de português e conhecimentos
gerais; Hilda lecionava matemática e Amanda ensinava boas maneiras. Caminhar com um
livro na cabeça para correção da postura, onde colocar as mãos, como aceitar um copo
d'água ou um doce e que tipo de conversas manter eram lições aprendidas com Amanda.
Aliás, não só de relevo eram os ensinamentos das irmãs Carlos, mas também famosos eram
os trabalhos manuais executados por elas! Além das funções docentes, a confecção de
enxovais para bebês e noivas eram especialidades das irmãs.
Colaboraram com informações: Ione M. Sanmartin Carlos, Dione A. Carlos Dias e Ione Carlos Hentges.