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O Cabral foi um navio de guerra do tipo corveta encouraçada ou, simplesmente, encouraçado, operado pela Armada Imperial

Brasileira entre anos de 1866 e 1882. A embarcação foi construída no estaleiro da empresa britânica J. and G. Rennie
em Greenwich, Inglaterra, e era líder de sua classe, que também contava com o Colombo. Foi lançado ao mar em 1865 e incorporado à
armada em 15 de setembro de 1866. O encouraçado era inteiramente construído de ferro e deslocava 858, 1 033 ou 1050 toneladas, a
depender da fonte de referência. Possuía dois motores a vapor que desenvolviam até 750 hp de potência, impulsionando a embarcação
a cerca de 20 km/h. Sua estrutura compreendia uma casamata dupla com oito bocas de fogo. A marinha teve grandes dificuldades com
este navio, que era de difícil navegabilidade e, devido ao modelo de sua casamata, que deixava uma parte sua desprotegida, era
vulnerável a projéteis mergulhantes.

Após alguns meses de sua chegada ao Brasil, o Cabral foi enviado ao combate na Guerra do Paraguai. O primeiro obstáculo foi
a Fortaleza de Curupaiti, que, em conjunto com diversos navios da esquadra imperial, bombardeou intensamente em 2 de fevereiro de
1867. No dia 15 de agosto, o Cabral forçou com sucesso a passagem desse forte, manobra que durou cerca de duas horas. Após essa
transposição, em 2 de março de 1868 o encouraçado e o Lima Barros sofreram uma tentativa de abordagem por cerca de 200
paraguaios que estavam em canoas. O Cabral estava prestes a ser tomado por eles, quando o Silvado e o Herval se aproximaram e os
desbarataram com seus canhões. No mês de julho, o Cabral participou no bombardeio da Fortaleza de Humaitá, que também transpôs
no dia 21. Nessa transposição, o Cabral demonstrou sua péssima governabilidade ao abalroar violentamente contra dois outros
encouraçados, prejudicando, mas não impedindo, a manobra. Em agosto, ultrapassou a Fortaleza do Timbó e, em outubro, a Fortaleza
de Angostura.

Nos últimos anos da guerra, o encouraçado já não era mais requisitado e retornou para o Rio de Janeiro, onde passou por obras de
reparo. Em 1873, foi designado para a terceira divisão naval, com a missão de patrulhar a costa brasileira entre Mossoró, no Rio Grande
do Norte, e os limites com a Guiana Francesa. Na segunda metade da década de 1870, o navio foi relegado à bateria fluvial devido às
suas péssimas condições de navegabilidade. A marinha o descomissionou em 8 de novembro de 1882.

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