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Saque de Assunção

A Ocupação e saque de Assunção ocorreu a partir de 1 de janeiro


de 1869 quando as forças brasileiras na Guerra do Paraguai ocuparam a
capital paraguaia.[1][2] Assunção ficou deserta, evacuada por todos seus
habitantes e se viu cercada pelos 30.000 soldados do Conde d'Eu.
As tropas mal chegaram na cidade que se iniciou o saque de todos os edifícios,
começando pelos grandes palácios das famílias aristocráticas da capital.
Também foram saqueados a mobília dos ministérios do governo, do Palácio do
Congresso, da família López; o mobiliário do Clube Nacional, comprado na
Europa pouco antes da guerra; a mobília da casa do marechal Francisco
Solano López e da residência de sua mulher, Elisa Lynch. Os primeiros lugares
a serem revistados foram o Clube Nacional e as residências do Presidente, de
sua mulher e de seus irmãos Venancio e Benigno e Inocência, repletas de
móveis finos, quadros de assinatura, tapetes, espelhos venecianos, pianos e
louças de ouro e prata.
Pelas ruas tinham filas de objetos e móveis que esperavam para ser
carregados nos barcos dirigidos a Buenos Aires e Rio de Janeiro; ao zarpar, os
barcos iam até o topo carregados dos objetos saqueados em Assunção.
Nos anos 70, tanto a Argentina como o Uruguai devolveram os "troféus de
guerra" capturados durante o conflito bélico, mas a maior parte do saqueado na
capital nunca pôde ser recuperado.
Recordando o trágico "Saque de Assunção", o historiador argentino
general José Ignacio Garmendia escreveu:

Arquivos Nacionais do Paraguai


O mais valioso dentre os objetos saqueados, o "Tesouro de Guerra", não só
estava composto de peças de ouro e prata, como também constituiu o acervo
histórico e cultural exilado ilegitimamente.
O Ministro brasileiro em Assunção José dá Silva Paranhos apoderou-se de
parte dos Arquivos Nacionais do Paraguai que, após sua morte, doou
à Biblioteca Nacional de Rio de Janeiro, o catálogo da coleção Rio Branco que
consiste de cinquenta mil documentos sobre a história do Paraguai, as
questões dos limites e as datas e os fatos sobre a história do Rio da Prata" e foi
restaurado, catalogado e devolvido na década do 80 ao Arquivo Nacional de
Assunção. Alguns documentos (uns 800) que se acreditava terem sido
perdidos foram encontrados no mesmo estado. Em 2016 a documentação foi
digitalizada e foi disponibilizada na internet.[carece de fontes]
O "Livro de Ouro" oferecido pelas "Damas Paraguaias" ao marechal López no
aniversário de seu nascimento, em 24 de julho de 1867, foi descoberto por
acaso numa vitrina do Museu Histórico Nacional de Rio de Janeiro. Anos
depois, o general Ernesto Geisel, então presidente do Brasil, devolveu
solenemente o "Livro de Ouro" à República do Paraguai.
O valioso material tinha sido apreendido no combate de Piribebuy, em 1868,
uma das sedes do governo de Solano López em sua retirada para as
Cordilheiras. Os 50.000 documentos estão devidamente catalogados na
"Coleção Visconde de Rio Branco" em 5122 arquivos, algumas contendo
dezenas de manuscritos. Os documentos do arquivo contêm, além de tudo,
provas da colonização do Paraguai, das lutas por sua independência, de suas
questões religiosas e indígenas, da demarcação das fronteiras, dos problemas
de navegação, correspondência particular entre ministros de Estado e
embaixadores, numa palavra, assuntos exclusivamente paraguaios, como
regras, decretos e leis de vários governos, inclusive do ditador Francia,
manifestos de protesto contra o Rei Fernando VII de Espanha, convênios com
a Argentina, Uruguai e Brasil, tratados comerciais, etc.
Em 1871, o arquivo foi devolvido mediante um decreto do Triunvirato de
governo.[3]

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