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CESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.

IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. AGRAVO
INTERNO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.
INOVAÇÃO DE TESE
RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE
IMPUGNAÇÃO DO FUNDAMENTO DA
DECISÃO AGRAVADA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 182/STJ.
1. Com efeito, "na linha dos precedentes do STJ, os
argumentos
apresentados em momento posterior à interposição do
recurso especial
não são passíveis de conhecimento por importar inovação
recursal,
indevida em virtude da preclusão consumativa" (AgInt no
REsp
1.800.525/SP, Relator Ministro MARCO BUZZI, QUARTA
TURMA, DJe
3/6/2019).
2. É firme a jurisprudência deste Superior Tribunal no
sentido de
que "mesmo as matérias de ordem pública exigem o
prequestionamento,
como tem decidido este STJ. Precedentes: AgInt no AREsp.
1.284.646/CE, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, DJe
21.9.2018; EDcl no
AgRg no AREsp. 45.867/AL, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES
MAIA FILHO, DJe
31.8.2017" (REsp 1.860.269/PE, Rel. Ministro NAPOLEÃO
NUNES MAIA
FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJe 9/12/2020).
3. É inviável a apreciação do agravo interno que deixa de
atacar,
especificamente e de forma particularizada, o fundamento
da decisão
agravada. Incidência, na espécie, da Súmula 182/STJ.
4. Acerca dessa exigência, JOSÉ ANTONIO SAVARIS e
FLÁVIA DA SILVA
XAVIER, com precisão, assinalam que "não se pode
considerar
efetivamente impugnada a decisão quando a parte
recorrente limita-se
a deduzir razões pelas quais entende deter o direito
reivindicado,
mas deixa de destinar qualquer argumento que demonstre
o desacerto
da decisão recorrida" (Manual dos recursos nos juizados
especiais
federais. 5. ed. Curitiba: Alteridade, 2015, p. 50).
5. Caso concreto em que a parte agravante não atendeu a
esse encargo
processual.
6. Agravo interno não conhecido.
1.104/GM3/64. Para tanto, alega a ocorrência de
irregularidades
no processo de revisão da concessão de anistia,
requerendo, assim, a
sua anulação. Em tutela de urgência, requer o
restabelecimento do
pagamento da reparação econômica em prestação mensal e
do plano de
saúde da Aeronáutica.
II - A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme
no
sentido de que é permitido ao relator da reclamação, ao
despachar a
inicial, ordenar a suspensão do processo ou do ato
impugnado para
evitar dano irreparável desde que presentes os requisitos
centrais à
tutela de urgência, quais sejam, o "fumus boni iuris" e o
"periculum
in mora".
III- Prima facie, verifica-se a presença do fumus boni iuris.
Revela-se plausível e relevante a alegação de usurpação da
competência, na medida em que a decisão reclamada
concede tutela de
urgência em ação ordinária que impugna ato
administrativo emanado
de Ministro de Estado, cuja competência, para apreciação
na via do
mandado de segurança, é originária do Superior Tribunal de
Justiça.
IV - A tese da União, em relação à usurpação da
competência do
Superior Tribunal de Justiça, quando haja concessão de
liminar em
ação ordinária que impugna ato de autoridade sujeita à
competência
originária no STJ, na via do mandado de segurança, já foi
apreciada
em outras ocasiões, sendo plausível e pertinente a
suspensão do ato
impugnado, haja vista o previsto no § 1º do art. 1º da Lei
n.
8.437/1992, "Não será cabível, (e-STJ fl.67) Documento
eletrônico
VDA26777863 assinado eletronicamente nos termos do
art.1º § 2º
inciso III da Lei n. 11.419/2006 Signatário(a): Francisco
Falcão,
assinado em: 29/9/2020 10:57:08 Publicação no DJe/STJ
n. 3003 de
30/9/2020. Código de Controle do Documento:
90544d22-f184-47ce-9fd7-c58073a5dc36 no Juízo de
primeiro grau,
medida cautelar inominada ou a sua liminar, quando
impugnado ato de
autoridade sujeita, na via do mandado de segurança, à
competência
originária de tribunal".
V - O mandado de segurança contra ato do Ministro de
Estado da
Justiça é sabido, está sujeito à competência originária do
Superior
Tribunal de Justiça, conforme estabelece o art. 105, I, b, da
Constituição Federal.
VI - Desta forma, em análise inicial, a decisão reclamada
afronta o
suprarreferido preceito legal (art. 1º, § 1º, da Lei n.
8.437/1992),
ao conceder medida liminar antecipatória da tutela em
processo que
impugna o ato que anulou a portaria concessiva de anistia,
emanado
de autoridade sujeita na via mandamental à competência
originária do
Superior Tribunal de Justiça. Neste sentido, por todos: (Rcl
n.
4.128/RN, relatora Ministra Eliana Calmon, Corte Especial,
julgado
em 17/12/2010, DJe 21/3/2011).
VII - Adequada também a transcrição de excerto em
recente decisão no
mesmo sentido, proferida nos autos da Reclamação n.
39.864/DF, da
lavra do Ministro Sérgio Kukina, Data da Publicação -
16/3/2020.
VIII - Presente a fumaça do bom direito, igualmente se
revela
presente o periculum in mora, em risco irreparável, já que
o
restabelecimento da portaria concessiva implica não apenas
o
pagamento de valores pretéritos, mas a manutenção do
pagamento da
prestação continuada e a reinserção do autor no sistema de
assistência médico-hospitalar da Aeronáutica, em situação
que poderá
se estender, muitas vezes, por longos anos, ao final
desconstituída
decisão, com graves danos ao erário.
IX - Outrossim, importante registrar que tais processos que
visam
desconstituir as portarias de anulação de anistia no âmbito
do
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, na
via do
mandado de segurança, têm sido solucionados por esta
Corte Superior
e, no caso dos processos deste gabinete, com base nos
seguintes
termos da decisão de minha lavra, no MS n. 25.912/2020.
X - A decisão reclamada também vai de encontro à
jurisprudência
dominante que vem se formando no Superior Tribunal de
Justiça, sendo
patente o fumus boni iuris.
XI - O presente caso não depende do exaurimento da
instância de
origem. De fato, quando a reclamação é manejada com o
objetivo de
garantir a preservação da competência do Superior Tribunal
de
Justiça, não se exige o exaurimento da instância ordinária,
podendo
inclusive coexistirem o recurso na origem e a reclamação
perante
este Superior Tribunal. Neste sentido o aresto colacionado:
(EDcl na
Rcl n. 9.172/DF, relator Ministro Gurgel de Faria, Primeira
Seção,
julgado em 22/8/2018, DJe 21/9/2018).
XII - Por outro lado, não se verifica perigo inverso, pois,
acaso
confirmada a sentença, poderá retornar ao status quo ante,
inclusive
com eventuais efeitos pretéritos.
XIII - Agravo interno improvido .

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