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A Musica Como Instrumento Essencial para Aprendizagem
A Musica Como Instrumento Essencial para Aprendizagem
Resumo: Este estudo quer analisar a importância do auxílio da música no ensino de outras
disciplinas. Por ser uma arte tão antiga e particular, a música acabou sendo objeto de inúmeros
estudos científicos durante a evolução da humanidade e tais circunstâncias demonstraram em que
medida ela era uma disciplina que envolvia, em seu espectro interno de relações próprias, referências
de outras disciplinas.
Abstract: This study wants to examine the importance of music aid in education in other subjects.
Being an art so old and particular, music has become the object of many scientific studies during the
evolution of humanity and these circumstances have demonstrated to what extent it was a subject that
involved in its internal spectrum of own relationships, references from other subjects.
A origem da música ainda não é bem defina. Podemos dizer que foi na Grécia que
nasceu nossa civilização. Aí, como em toda parte, fazia-se música para as
necessidades da religião, da magia, da medicina, da guerra, e também para o prazer
pessoal e de outros. A música dos gregos vem da Mesopotâmia, Ásia Menor, Egito...
“As múltiplas reproduções em ânforas e a documentação literária na Ilíada e na
Odisséia de Homero (sec. VIII a.C) nos dá uma ideia mais exata da música”. (A
MÚSICA, 1993, p. 7).
A música como arte de combinação dos sons é praticamente tão antiga quanto o ser
humano, posto que o próprio ato comunicativo verbal é uma sequência de
combinações sonoras e, portanto, em certa medida, poderia ser considerado música
(FERREIRA, 2010). É praticamente impossível discutirmos sobre a comunicação
verbal oral dos homens pré-históricos, pois, diferentemente da comunicação verbal
escrita, não há registro algum dessa época. Assim, não é impossível, mesmo que
improvável, considerarmos mesmo que, já nos primórdios da humanidade, a música
tenha servido de subsídio para as primeiras manifestações verbais orais da
humanidade. Quem garante que o homem não pensou primeiro em cantar, talvez
imitando os pássaros, antes de pensar em falar? E que assim sua voz servia para
comunicar-se com os outros - homens e animais – com mais eficácia que seus
1
Graduando em Letras.
2
Professora orientadora.
Revista EnsiQlopédia – FACOS/CNEC Osório Página 16
Vol.9 – Nº1 – OUT/2012 – ISSN 1984-9125
gestos, por exemplo? Eis aí a música atuando como auxiliar no aprendizado de
outras coisas que não dela mesma. Ferreira (Ibid) nos traz um exemplo interessante
ao qual devemos refletir: o modo em que um boiadeiro pastoreia pelas fazendas
brasileiras uma pequena boiada que não exija necessariamente a utilização de seu
berrante. Tal fato, segundo o autor, ocorre com a voz do boiadeiro entoando
melodias curtas, nas quais os fonemas que pronuncia ficam no limiar entre a
linguagem verbal, que ele mesmo e seus semelhantes da espécie humana
reconhecem, e a linguagem “verbal” (ou, antes, sonora ou musical) que seu gado e
ele mesmo (em parte), pelo convívio, reconhecem.
Hoje sabemos a relação íntima que a música tem, principalmente, com disciplinas de
artes, de língua portuguesa, de língua inglesa, de psicologia, de religião entre outras,
mas isso não a limita, pois, mantém sempre alguma afinidade com outras tantas,
mesmo que não estejam ligadas diretamente ao campo da sonoridade.
Segundo Ferreira (Ibid.), quando propomos trabalhos para serem desenvolvidos com
a música em sala de aula, é óbvio que as disciplinas que têm mais proximidade com
ela, que também se ocupem, de algum ponto de vista, com os sons, levarão certa
vantagem na facilidade de aplicação e desenvolvimento dos trabalhos em relação a
outras, mas isso não denota impossibilidades para disciplinas menos afinadas com a
música. O autor salienta que, é importante que o professor leia e reflita sempre
sobre aquilo que lê, pois um trabalho proposto em uma disciplina que não aquela na
Quanto a educar, a ensinar outras disciplinas tendo o auxílio da música, é algo que
pode ser feito de muitas maneiras, de acordo com o assunto que se pretenda
abordar. Existem poucos livros em língua portuguesa, que se proponham a discutir a
questão da utilização da música na escola tradicional como subsídio para o
aprendizado escolar de disciplinas diversas.
Quando ligamos o rádio para ouvir música; quando, entre amigos, se põe um disco
para criar ambiente e se estar melhor em conjunto; quando, numa festa, homens e
mulheres se agitam como loucos ou ondulam suavemente acompanhando o ritmo e
o som; quando a banda toca o hino nacional; quando, na igreja os sons convidam os
fiéis à meditação; quando o refrão de uma música é feito de maneira a levar todo
grupo a participar do canto... Em todos esses casos, e em muitos outros, a música
funciona como estímulos de comportamento, seja porque quem a dirige quer induzir
a fazer alguma coisa, seja porque nós próprios nos servimos dela para nos
estimularmos.
Segundo Snyders (1994), a experiência mais familiar aos jovens é a da música, que
toma conta deles. O autor menciona que os jovens sabem bem que a música não os
prende apenas de um determinado lado, não os atinge só em um determinado
aspecto deles mesmos, mas toca o centro de sua existência, atinge o conjunto de
sua pessoa, coração, espírito, corpo. O autor ainda salienta que,
Continuando o que diz os estudos de Pfutzenreuter (op. cit), no que diz respeito ao
papel do professor, entendemos que para fazer um bom uso das músicas em sala
de aula é necessário que, o professor conheça o contexto em que foram escritas,
para assim poder trabalhar um determinado tema; é necessário haver um debate
sobre o conteúdo da canção e a relação com o cotidiano dos alunos, contribuindo
assim para o processo de construção do conhecimento. Deve se ter em mente que
todas as composições estão inseridas em uma atmosfera ideológica. Além disso, as
letras e melodias musicais expressam reações, sentimentos e pensamentos de
quem as compõem, características de determinado período da história da sociedade
- uma prova disso são as músicas: Roda Viva; Cálisse; Alegria, Alegria; Domingo no
Parque; Caminhando (Pra não dizer que não falei de flores). Como afirma Medina
(1973), qualquer grupo humano necessita dispor de símbolos que expressem seus
valores, precisa de cânones aceitáveis e aceitos de interpretação da realidade
vivida. Essas dimensões podem e devem ser aproveitadas pelo professor com o
objetivo de despertar em seu aluno a consciência crítica e a sensibilidade à música.
Medina afirma ainda que embora letra e música não andem isoladas, é a análise da
letra que permite o exame de caráter social. Nessas letras devem-se encontrar
Por isso, o trabalho com a música deve ser cauteloso sendo importante que o
professor a use não somente para trabalhar gramática, - o que geralmente ocorre -
mas em outras áreas da língua como produção de texto, interpretação crítica,
discussões sobre os temas presentes nas letras, como já foi mencionado, ou até
mesmo para descontração.
Rosin e Tinoco (apud DOMMEL e SACKER, 1986) ressaltam que a proposta não
deve ser a de um ensino de língua centrado somente na música. Chegam até
mesmo a destacar que tal atitude banalizaria esta privilegiada estratégia de ensino.
A inserção cultural, a depreensão de um novo vocabulário, o aperfeiçoamento da
compreensão auditiva e aprendizado de tópicos gramaticais são, na teoria destes
autores, alguns dos objetivos capazes de serem alcançados através do uso da
música, mas também os emocionais porque criam um contexto favorável ao
aprendizado e fazem com que o aluno traga para dentro da sala de aula a sua
sensibilidade, as suas experiências e suas habilidades criativas, assim ele consegue
se expressar e se expor de maneira mais espontânea.
Referências
FERREIRA, Martins. Como usar a música em sala de aula. São Paulo: 7.ed.
Contexto, 2010.