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Oceano (mitologia) – Wikipédia, a enciclopédia livre https://pt.wikipedia.

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Oceano (mitologia)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Oceano (em grego: Ωκεανός, transl.: Ōkeanós), na mitologia


grega, é o filho primogênito de Urano (Céu) e Gaia (Terra), Oceano
portanto o mais velho dos titãs. Era o deus das águas correntes,
do fluxo e do refluxo e a origem de todas as massas líquidas e
fontes de água doce do mundo. Oceano também era o deus que
regulamentava o nascer e o ocaso dos corpos celestes, que se
acreditava surgirem e descerem em seu reino aquático nas
extremidades da terra. Na cosmogonia grega, o deus Oceano
era o grande rio cósmico primordial que circundava o mundo,
mantendo-o apertado na rede circular de suas águas[1]. No
período helenístico, com a evolução dos conhecimentos
geográficos, ele passou a ser o deus que personificava os
oceanos do planeta, fazendo do distante Atlântico a sede de seu
domínio aquático, enquanto Posídon reinava sobre o
Mediterrâneo. Os oceanos são assim denominados em honra a
esse antigo deus.
Oceano na Fontana di Trevi, Roma
Na Ilíada (Poema épico), Oceano é chamado de "o pai de todos
os seres". Uniu-se à sua irmã Tétis, deusa das fontes de água Cônjuge(s) Tétis
pura e personificação dos aquíferos subterrâneos que Pais Urano e Gaia
alimentam o mundo, e com ela gerou todos os rios, poços, Irmão(s) Titãs (Ceos, Crio,
nascentes e nuvens de chuva. O casal engendrou mais de 6000 Hiperião, Jápeto,
filhos, compostos por 3000 filhas (Oceânides) e 3000 filhos Cronos); e
(Potamoi), divindades relacionadas às águas e aos rios. Na Titânides (Tétis, Teia,
Titanomaquia, Oceano e sua esposa não tomaram o partido dos Febe, Reia,
titãs, angariando um imenso prestígio junto aos olímpicos. Mnemosine, Têmis)
Oceano e Tétis foram os pais adotivos da deusa Hera, rainha Filho(s) Oceânides, Potamoi
dos deuses.

Oceano serviu como patriarca e ancestral comum para várias gerações


divinas, isso porque suas filhas Oceânides foram esposas e companheiras
de diversos deuses, quer fossem protogenoi (primordiais), titãs ou
olimpianos. As oceânides eram ninfas (divindades menores da natureza)
de grande beleza, deusas dos córregos, das nuvens, das chuvas, das fontes
e nascentes; as mais velhas eram personificações de bênçãos divinas ou
conceitos abstratos. Entre as principais estavam Métis (deusa da
prudência e do bom conselho), Clímene (deusa da fama), Eurínome (deusa
das campinas e das pastagens), Dóris (deusa do encontro do rio com o
mar e dos ricos pesqueiros na foz dos rios), Dione (deusa do oráculo de
Oceano Dodona), Tikhé (deusa da boa fortuna e da sorte), Telesto (deusa do
Na Alcázar de los Reyes sucesso), Peithó (deusa da persuasão e da sedução), Paregoron (deusa da
Cristianos, Córdova consolação), Plouto (deusa da riqueza), Electra (deusa das nuvens de
tempestade iluminadas pelo sol), Pleione (deusa da abundância), Hesíone
(deusa da presciência), Rhodeia (deusa do florescer das rosas), Rhodope

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(deusa das nuvens rosas da alvorada), Eudora (deusa das chuvas férteis), Polidora (deusa das chuvas
abundantes), Galaxaura (deusa da brisa que dissipa a névoa) e Perseis (cognominada "a destruidora", deusa
dos poderes destrutivos da magia)[2].

Já os filhos homens de Oceano e Tétis eram os potamoi, deuses que personificavam os rios existentes em
toda a terra. Possuíam os mesmos nomes dos rios do qual eram a manifestação divina. Os potamoi eram
descritos como deuses poderosos e eram temidos por outras divindades. Entre os principais deuses-rios
figuravam Escamandro (também conhecido como Xanto, era o deus do rio Escamandro, em Troia),
Aqueloo (deus-rio da Etólia), Asterion (deus-rio de Argos), Nilo (deus-rio do Egito), Tigre (deus-rio da
Assíria), Eufrates (assim como o irmão, deus-rio da Assíria), Orontes (deus-rio da Síria), Ganges (deus-rio
da Índia), Eurotas (deus-rio da Lacedemônia), Erimanto (deus-rio da Arcádia), Asopo (deus-rio da Beócia e
de Argos), Ilissos (deus-rio da Ática), Peneu (deus-rio da Tessália), Titaressos (igualmente um deus-rio da
região da Tessália). Para além desses, eram divindades especialmente temíveis os cinco rios-deuses do
inferno: Aqueronte (o rio da dor), Flegetonte (o rio de fogo), Cócitos (o rio da lamentação), Lete (o rio do
esquecimento) e Estige (o rio do ódio), sendo estas duas últimas oceânides[3].

Pouco afeito a conflitos, Oceano teria se recusado a aliar-se com Cronos na sua revolta contra seu pai
Urano. Embora Oceano também tenha permanecido neutro no conflito que opôs olímpicos e titãs, ele pode
ser considerado como que um dos artífices da vitória de Zeus sobre seus irmãos. Isso porque, no auge da
guerra, Oceano aconselhou a deusa Estige, sua poderosa filha mais velha, a abandonar o campo dos titãs e
lutar ao lado de Zeus. Estige era uma deusa que representava tudo o que o mundo subterrâneo, o mundo
infernal e também o mundo aquático comportam em matéria de força perigosa. As águas do rio Estige
eram tão poderosas que qualquer mortal que as bebesse seria imediatamente fulminado. Ao se aliar a Zeus,
ela leva consigo ao campo de batalha os filhos que nasceram de sua união com o deus Palas, filho de Crio:
Nice (deusa da vitória), Zelo (deus da dedicação), Cratos (deus da força e do poder de dominação) e Bia
(deus da violência brutal)[4].

Com a ajuda dessas forças titanescas, Zeus obteve a vitória e distribuiu honras e privilégios para estes que
saíram em seu auxílio. Oceano e Tétis continuariam a envolver o mundo em seus circuitos líquidos e
sempre desfrutariam de grande respeito e veneração por parte de Zeus e dos olímpicos. Estige também
seria venerada pelos deuses e, para honrá-la, os olímpicos desceriam ao inferno e brindariam com suas
águas sempre que fizessem um juramento inviolável. Se um deus fizesse um juramento falso e mentiroso,
seria reduzido à letargia total, pois as águas de Estige tinham a capacidade de roubar dos deuses a
vitalidade, deixando-os num estado de coma profundo. Nesse sentido, a oceânide foi elevada à condição de
árbitra divina: sempre que uma briga entre deuses ameaçasse se transformar numa guerra aberta, Estige
era convocada ao Olimpo para, subitamente, pôr fim ao conflito nocauteando as parte contentoras. Por fim,
Zeus não se esqueceria de honrar os filhos dela: o rei dos deuses se cercaria permanentemente do netos de
Oceano, Cratos (o poder da soberania universal) e Bia (a capacidade de desatar uma violência contra a qual
não há defesa possível). Mais do que honraria ou gratidão, Zeus realmente precisava do auxílio dos dois
para manter a ordem divina e a sua própria proteção. ando Zeus se deslocava, aonde quer que fosse,
Cratos e Bia estavam sempre com ele, à sua direita e à sua esquerda. Nice dirigia a biga de Zeus e
acompanhava Atena nas batalhas[5].

Referências
m/Potamos/Potamoi.html). Consultado
1. Vernant, Jean-Pierre (2003). O universo, em 21 de outubro de 2016
os deuses, os homens. São Paulo:
4. Vernant, Jean-Pierre (2003). O universo,
Companhia das Letras. 79 páginas
os deuses, os homens. São Paulo:
2. Theoi. «Oceanids» (http://www.theoi.co Companhia das Letras. 36 páginas
m/Nymphe/Okeanides.html).
5. Vernant, Jean-Pierre (2003). O universo,
Consultado em 21 de outubro de 2016
os deuses, os homens. São Paulo:
3. Theoi. «Potamoi» (http://www.theoi.co Companhia das Letras. 53 páginas

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