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Aula 6

Geografia Econômica: A
divisão internacional do
trabalho
1- A DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – PAÍSES
CENTRAIS E PERIFERICOS – A RELAÇAO DESIGUAL
• A industrialização original
• As tradicionais concentrações industriais
•O Nordeste dos EUA e o Sul dos Grandes Lagos
•O Vale do Ruhr
•O Vale do Sena
•O Triângulo industrial da Itália
•A megalópole de Tokkaido
A DIT tradicional
•A industrialização tardia
•Substituição de importações
•Plataformas de exportação
Por que produzir uma simples caneta esferográfica ainda é um
desafio na China
A China enviou foguetes ao espaço, produziu milhões de smartphones e
fabricou trens de alta velocidade mas, até hoje, não tinha conseguido
avançar em um setor: a produção de canetas esferográficas.
Há um ano, o primeiro-ministro, Li Keqiang, fez um pronunciamento em
rede nacional de televisão lamentando o fracasso do país na produção
de uma versão de boa qualidade de uma simples caneta.
De acordo com Li, as canetas produzidas no país eram "ásperas" quando
comparadas com as fabricadas na Alemanha, Suíça e Japão.
O problema não está na tinta ou no corpo do objeto, mas na ponta, a
bolinha que espalha a tinta enquanto a pessoa escreve.
Parece um dispositivo simples, mas para sua fabricação são necessárias máquinas de
alta precisão e sólidas placas de aço que sejam muito finas.
Para resumir: o aço chinês não é suficientemente bom para fabricação destas placas. E
é por isso que o país ainda luta para dar uma forma mais adequada às pontas das
canetas esferográficas.(...)
Na verdade, a capacidade de fazer uma boa esferográfica não é tão importante assim
para a China.
O governo está muito mais preocupado é com a fabricação de produtos inovadores e
de alta tecnologia, um dos pontos principais do programa "Made in China 2025",
criado para acelerar o crescimento interno.
E objetos de valor relativamente baixo, como as canetas esferográficas, não são
prioridade.
Mas o mistério da fabricação destas canetas tinha um caráter simbólico.
Apesar de produzir mais da metade do ferro-gusa e do aço do mundo, a China
continuava dependendo, em grande medida, das importações de aço de alta
qualidade.
O premiê Li dizia que essa falha mostrava a necessidade de o país melhorar sua
capacidade de manufatura.(...)
http://www.bbc.com/portuguese/internacional-38585645 11-01-2017
A nova divisão internacional do trabalho – Centro,
periferia e semi-periferia

O que chamo de mais nova divisão internacional do trabalho


será disposta em quatro posições diferentes na economia
informacional/global: produtores de alto valor com base no
trabalho informacional; produtores de grande volume, baseados
no trabalho de mais baixo custo; produtores de matérias-primas
que se baseiam em recursos naturais; e os produtores
redundantes, resumidos ao trabalho desvalorizado.
A localização vantajosa desses diferentes tipos de trabalhos também
determina a prosperidade dos mercados, uma vez que a geração de renda
dependerá da capacidade de criar valor incorporado em cada segmento
da economia global. A questão crucial é que essas posições diferentes não
coincidem com países. São organizações em redes e fluxos, utilizando a
infra-estrutura tecnológica da economia informacional. Representam
concentrações geográficas em algumas áreas do planeta, de forma que a
economia global é diferenciada geograficamente. Entretanto, a mais nova
divisão internacional do trabalho não ocorre entre países, mas entre
agentes econômicos localizados nas quatro posições, ao longo de uma
estrutura global de redes e fluxos.
(Castells,Manuel- A sociedade em rede-1999- Página 160)
O FORDISMO
•O taylorismo
•A produção em série
•A rigidez do sistema produtivo
“por trás de todos esses traços específicos de rigidez, havia
uma configuração muito pesada e aparentemente fixa do
poder político e das relações recíprocas, que atou em larga
escala as grandes massas de trabalhadores, o grande capital
e o governo no que cada vez mais se assemelhou a um nó
disfuncional de interesses adquiridos, definidos de forma tão
estrita que mais fizeram minar do que garantir a acumulação
de capital.”
(Harvey, David-A condição pós-moderna)
O fordismo periférico
Trata-se de um autêntico fordismo, com a união da acumulação intensiva
e do crescimento dos mercados do lado de bens de consumo duráveis.
Mas permanece periférico, primeiro no sentido em que, nos circuitos
mundiais dos ramos produtivos, os postos de trabalho e as produções
correspondentes aos níveis da fabricação qualificada e sobretudo da
engenharia permanecem largamente exteriores ao país. Por outro
lado,os mercados correspondem a uma combinação específica do
consumo das classes médias modernas locais e das exportações para o
centro desses mesmos produtos manufaturados a baixo preço.(Benko,
Georges- Economia Espaço e globalização- página 237)
O pós-fordismo

•A especialização flexível
•Just in time
•A produção em rede
•A desterritorialização
•Os tecnopólos
2 - A MUNDIALIZAÇÃO DA ECONOMIA

•A formação de oligopólios mundiais – As multinacionais


•A mundialização da economia
•A transnacionalização do capital
3- A SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL
“Já se tornou comum ver a sucessão de paradigmas econômicos
desde a Idade Média em três momentos distintos. Cada qual
definido pelo setor dominante da economia: o primeiro paradigma
no qual a agricultura e a extração de matérias-primas dominaram a
economia; um segundo no qual a indústria e a fabricação de bens
duráveis ocuparam posição privilegiada; e um terceiro - e atual -
paradigma, no qual a oferta de serviços e o manuseio de
informações estão no coração da produção econômica.
A posição dominante passou, portanto, da produção primária para
a secundária e para a terciária. A modernização econômica envolve a
passagem do primeiro paradigma para o segundo, e da
preponderância da agricultura para a da indústria. Modernização
significa industrialização. Podemos chamar a transição do segundo
paradigma para o terceiro, da dominação da indústria para a
dominação dos serviços e da informação de processo de pós-
modernização econômica, ou melhor, de informatização”
(NEGRI, Antonio e HARDT, Michael. O Império)
•A terciarização
•A sociedade da comunicação
•Os fixos e os nexos (fluxos)
“Neste período, os objetos técnicos tendem a ser ao mesmo
tempo técnicos e informacionais, já que, graças à extrema
intencionalidade de sua produção e de sua localização, eles já
surgem como informação; e, na verdade, a energia principal de
seu funcionamento é também a informação”.(Milton Santos)
1-(1ª fase 2015- modificada) A aparição das chamadas
cidades mundiais e das cidades globais se explica pela
necessidade de organização e controle da economia
global. O termo cidade global, em sua versão mais
topológica, é definido por Saskia Sassen como um território
onde se exerce uma série de funções de organização e
controle na economia global e nos fluxos de investimentos
em escala planetária. O. Nel.Lo e F. Muñoz. El proceso de
urbanización. In.: Geografía humana, J. Romero et al
(Coord.). Barcelona: Ariel, 2008, p. 321 (com adaptações).
Considerando a perspectiva conceitual de Saskia Sassen,
julgue (C ou E) os itens seguintes, relativos a cidades
globais.
1. A dinâmica fundamental do novo processo de
urbanização pressupõe que, quanto mais a economia for
globalizada, maior será a convergência de funções centrais
nas cidades globais, cuja densidade demográfica elevada
expressa espacialmente essa dinâmica.
2. A dispersão territorial das atividades econômicas
contribui, por meio, por exemplo, de tecnologias da
informação, para o crescimento das funções e das
operações centralizadas nas cidades globais.
3. A globalização econômica contribui para uma nova
geografia da centralidade e da marginalidade, tornando as
cidades globais lugares de concentração de poder
econômico, ao passo que cidades que foram centros
manufatureiros experimentam nítido declínio.
2- Sobre o modelo de industrialização implementado em países
do Sudeste Asiático, como Coréia do Sul e Taiwan, e o adotado
em países da América Latina, como a Argentina, o Brasil e o
México, julgue os itens que se seguem,
( ) nos países do Sudeste Asiático, a participação de capital
estrangeiro impediu o desenvolvimento de tecnologia local, ao
passo que, nos países latino-americanos, ela promoveu esse
desenvolvimento.
( ) nos dois casos, não houve participação do Estado na criação
de infra-estrutura necessária à industrialização.
( ) nos países do Sudeste Asiático, a organização dos
trabalhadores, em sindicatos livres, encareceu o produto final, ao
passo que, nos países latino-americanos, a ausência dessa
organização tornou os produtos mais competitivos.
( )nos países do Sudeste Asiático, a produção industrial visou à
exportação, ao passo que, nos países latino-americanos, a
produção objetivou o mercado interno.
3-No mundo contemporâneo, marcado pela globalização, a
expressão "Fábrica Global" busca sintetizar os novos processos
de ordenamento do território fabril, cuja característica principal é:
a) a concentração da produção de bens em grandes unidades
fabris para administrar melhor as relações de trabalho e integrar
todas as tarefas técnico-produtivas;
b) a segmentação do processo produtivo de bens em diferentes
lugares, tendo como suporte de realização as redes técnicas de
informação, financiamento e comercialização;
c) a centralização do processo produtivo em um único ponto do
território, para evitar a divisão técnica do trabalho e impedir o
desperdício de energia;
d) a integração estratégica de vários ramos e setores em uma
única região, com o objetivo de monopolizar os mercados
mundiais de consumo;
e) a produção especializada de bens e serviços em
megaempresas, com o objetivo de fortalecer o domínio do
mercado interno e a competitividade em seus países de origem.
4- "Se os capitalistas se tornam mais sensíveis às qualidades
espacialmente diferenciadas de que se compõe a geografia do mundo, é
possível que as pessoas e forças que dominam esses espaços os
alterem de um modo que os torne mais atraentes para o capital
altamente móvel. As elites dirigentes locais podem, por exemplo,
implementar estratégias de controle da mão-de-obra local, de melhoria
de habilidades, de fornecimento de infra-estrutura, de política fiscal, de
regulamentação estatal etc, afim de atrair o desenvolvimento para seu
espaço particular (...). A produção ativa de lugares dotados de
qualidades especiais se torna um importante trunfo na competição
espacial entre lugares, cidades, regiões e nações. “ (David Harvey, A
CONDIÇÃO PÓS-MODERNA, Ed. Loyola, São Paulo, 1992)
Julgue os itens que se referem à lógica sobre a competição
espacial entre os lugares, presente no texto.
( ) Os locais especialmente preparados para atrair
investimentos articulam-se aos interesses das empresas
transnacionais, cuja ação geográfica tem alcance mundial.
( ) Os conglomerados transnacionais, ao aproveitarem a
geografia do mundo para sua localização, criam uma
estrutura espacial com pontos articulados entre si, a qual
pode ser chamada de rede espacial.
( )Os países querem receber novos investimentos mundiais,
mas, para isso, é preciso que as transnacionais submetam-se
às condições técnicas, à ordem jurídica e aos traços culturais
locais.
( ) O enxugamento dos Estados, a redução das leis
trabalhistas e a remoção de normas e obstáculos de parcelas
dos territórios estão dentro da lógica descrita no texto.

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