José Carlos Cintra e Albiero - Projeto de Fundações Vol. I

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UNIVERSIDADE DE SAO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SAO CARLOS: DEPARTAMENTO DE GEOTECNIA PROJETO DE FUNDAGOES VOL. | JOSE CARLOS ANGELO CINTRA JOSE HENRIQUE ALBIERO | SAO CARLOS, 1997 ee Théo Rachp Guanes tera ye poo tO8d APRESENTACKO Esta publicagdo tem o objetivo fnico de servir ge material de apoio 4s aulas de exercicios da disciplina de graduagao SGS-105 - FUNDACOES, ministrada na Escola de Engenha- ria de Sao Carlos-USP. © texto esta dividido em trés capitulos distintos -sapatas, estacas e tubulées - contendo exercicios no final de cada capitulo. Neste volume, sdo enfocados apenas os aspectos re rentes ao dimensionamento geométrico dos elementos de funda Ao, abrindo-se a possibilidade para a publicago do cAlculo estrutural de fundagdes em um 2° volume. Agradecemos ao Prof. Mounir Khalil El Debs pela revisio e sugestées, a Maristela Aparecida Zotesso e Thereza Gia como Crnkowics pela datilografia e a Antonio Claret Carriel pe- los desenhos. Sio Carlos, margo de 1984 Os Autores UNIDADES Estamos vivendo uma época de transigao, ao pas~ sarmos do MKS Pratico para o Sistema Internacional de Unidades Enquanto os profissionais ainda continuam utilizando o MKS Prd~ tico, os trabalhos e publicagées mais recentes na area de Meca— nica dos Solos e Fundagées j4 trazem as unidades no ST Por isso, abaixo citamos as unidades usuais em PundagSes nos dois sistemas e, aproximando 0 valor da acelera- gao da gravidade para g = 10 m/s*, mostramos algumas relacdes fteis. UNIDADES USUAIS EM FUNOAGOES Grandezo MKS Prdtico st massa kg et kg et forea i kof e tf nN tenséo | katZomt eo ttymt | W/mt massa especitica tm! tym peso especifico tt7m? N/m obs + 1 N/m? = 4Pa (pascal) RELAGGES UTEIS forca Tkof = 10N 1tf = 10 kN tensdo TUf7m? = 10 KN7/mP 1 kgt/em? = 0,1 MN/m* ‘fico ° attym® = 40 kN/m? onde k Prefixo kilo (10°) eM eo € 0 prefixe mega (10%) | I, PROJBTO DE FUNDACOES POR SAPATAS 1, Intredugao Neste capitulo vamos tratar apenas de como estabe lecer as dimensdes em planta dos varios tipos de sapatas de fun @agio. Para isso, vamos considerar que sejam conhecidas: a ta- xa de trabalho do solo (5), as cargas da estrutura, as secdes a locagao dos pilares, Lembramos que a determinacéo da taxa de trabalho, em cada projeto, envolve o conhecimento do perfil do subsolo, dos parametros de resisténcia e deformabilidade das camadas, dos recalques admissiveis para a estrutura e, inclusive, da pre fundidade e das préprias dimensGes das sapatas. Esta determina G0 pode ser feita através de férmulas tedricas, provas de car- ga sobre placa e correlagées empfricas. "No caso de nio haver dGvida sobre as propriedades do solo, conhecidas con seguranga, NB-51/ de como resultado da experiéncia ou fruto de sondagens", @ 1978 (Projeto e Bxecugio de Fundagdes) anresenta uma tabela pressdes admissiveis para varios tipos de solo. 2. Pilares Centrais Isolados Considerenos inicialmente 0 caso mais simples: um pilar retangular (de dimensdes b x f) que transmite uma cara vertical P A fundagio. Quanto & locacdo em planta, & intuitive que © centro de gravidade da sapata deve coincidir com o centro de carga do pilar. A rea A da sapata serd P/o, majorada de um coe ficiente que leve em conta © peso préprio da sapata. Este coe~ ficiente deve ser 1,05 no caso de sapatas flexiveis ou 1,10 a sapata for rigida, Entdo, no caso de uma sapata rigida, se por exemplo, temo: a= idee a | As dimensdes Be Lda sapata so escolhidas de modo a resul- tar um dimensionamento econdmi- co. Isso geralmente ocorre quando os balangos em relacao As faces do pilar séo0 iguais (Fig. 1), pois desta forma a segio de armadura resulta apro- ximadamente a mesma nos dois sentidos. Ento: B=b+ 2x L= 2+ 2x Portanto: L-B=i-b £9. 1: Sapate de pilar central Assim, obtemos um sistema de e~ quagées: BLLeA L-Be2-b cuja solugdo pode ser encontrada facillmente por tentativas, pro curando-se dois lados L e B cujo produto é Ae cuja diferenca é gial & diferenga dos lades do pilar. Finalmente, realizados os cAlculos, devemos dese- shar a sapata na planta dos pilares, na devida escala, contando todas as dimensdes. Ses: 1) Se © pilar for quadrado, logicamente sera um caso particu- lar do que foi tratado. ‘Teremos, simplismente, uma sapata quadrada com dimensdes B=L= \/A 25) As dimensdes B e L da sapata deverdo ser consideradas como maltiplas de 5 cm. Deve-se respeitar uma dimensdo minima; geralmente da orden 4e 0,60 m em pequenas construgdes e de 0,80 a 1,00 m em edi ficios. 43) Muitos profissionais ndo levam em conta o peso proprio no cAlculo da area da sapata, alegando que isto esta dentro das imprecisdes da estimativa do valor de @. sntretanto, a NB-51/1978 prescreve a inclusao do peso préprio dos elemen tos estruturais de fundagéo. 53) No caso de fundagées adjacentes apoiadas em cotas diferen~ tes, a NB-51/1978 estabelece que uma reta passando pelos bordos deve fazer, com a vertical, um Angulo u que depende- r& da natureza do terreno, variando entre 60° para solos ¢ 30° para rochas (Fig. 2). A fundaco situada em cota mais baixa deve ser executada em primeiro lugar Figuro 2: Sapatos em cotos diferentes 6%) Em alguns casos, é interessante uniformizar os recalques di mensionando-se as sapatas com tensdes diferentes. 3. Pilares Préximos Quando a proximidade de pilares adjacentes invia- biliza a adog&o de sapatas isoladas, devido a superposigao das areas, deve-se projetar uma inica sapata, chamada de sapata_as- sociada, sendo necessaria a introdugio de uma viga central de i interligagéo des pilares (viga de rigidez) para que a sapata trabalhe com tensdo constante. | | Sejam, entdo, P, © P, as cargas de dois pila res préximos (Pig. 3): A rea da sapata sera: poo 8 1,10 (Py+ P,) sendo necessario que o centro de carga coincida como cen- Ps Yeo Portanto, tee 1 Yo s Na escolha das dimensdes Be L da sapata 6 dificil a fixa- view go de um critério econémico. Uma recomendagao seria a ten tativa de se obter trés balan gos iguais, restando um deles Figura 3 + Sapata associoda menor do que os outros. © lado L da sapata associada deve ser paralelo ao eixo da viga de rigidez, enquanto que 0 lado B, sempre que possivel, de ve ser perpendicular, evitando-se a torgdo na viga. pilares de pivisa Quando 0 pilar se situa junto & divisa do terre- no, no se pode avangar com a sapata no terreno vizinho, 0 que torna a sapata excéntrica em relagio ao pilar. Entdo, 6 neces- s&£io 0 emprego de uma viga alavanca (ou de equilibrio) ligada 2 outro pilar para absorver o momento proveniente da excentrici dade e (Fig. 4). Px Py Re Figura 4 + Sapata de divisa com viga olavanca Tomando-se os momentos em relag3o ao ponto-de apli cagio da carga P,, obtemos a reagio na sapata de divisa R, =P. lis-e onde s 6 a distancia entre os centros de gravidade dos pilares. Entretanto, o valor da excentricidade e depende do lado B, que é uma das dimensdes procuradas: \ onde £ € uma folga necessAria para acomodar a taébua de forma, geralmente da ordem de 2,5 cm EntSo, como o nimero de incégnitas 6 maior que © Jimero de equagdes, o problema deve ser resolvido por tentati- como neces de vas, adotando-se um valor para uma das incégnitas. sariamente teremos R, > Py, é mais Facil prever a ordem grandeza de R, que nos casos correntes se situa em torno de 208 Assim, adotamos como prineira tentativa maior que Py Na escolha dos lados, recomendamos o critério de L = 1,5 B, embora alguns profissionais adotem L = 2,0 a 2,5 B. Portanto, © que permite calcular a reagio Se a reagio calculada R! for aproximadamente i- gual 4 reago estimada R! (aceita-se uma diferenca de até 10%: + 108 Ri), podemos considerar 0 ciclo como encerrado. i assim, teremos os valores reais: restando apenas encontrar a outra dimensfio da sapata. Para is~ so, 110 R, ay-—ze 3 a t=! By caso contrario, é necessario repetir o ciclo ite rative do dimensionamento. Na maioria dos casos, a viga alavanca é ligada a um pilar central conforme mostra a Fig. 4. Entdo a carga Py so fre um alfvio de AP =R > Porém, no dimensionamento da sapata central, va~ mos considerar, a favor da seguranga, apenas a metade desse ali vio, o que se justifica pela parcela de carga acidental que po~ de nfo estar atuando. Ent Utilizando © critéric de balangos iguais, obtemos as dimensdes B, e L)- Mas, se no houver um pilar central disponivel pa ra ligar a viga alavanca, 6 necessdrio o emprego de um bloco de contrapeso ou até mesmo de estacas de tragéo para absorver 0 alivio -8- Neste caso, devemos considerar o alivio integral,obvia mente La observagies: ff comum acontecer que o eixo da viga alavanca nado seja nor- mal 3 divisa do terreno. Neste caso, o dimensionamento & semelhante ao anterior devendo-se tomar os seguintes cuids dos adicionais (Fig. 5): a. 0 centro de gravidade da sapata de divisa deve estar so~ bre © eixo da viga alavanca. b. as £aces laterais (no sentido da menor dimensao) da sapa ta da divisa devem ser paralelas ao eixo da viga alavan- ca para evitar a introdugio de momento de torgao signifi, cativo na viga. Além disso, nos cAlculos é conveniente tomar as cotes como projegées na diregao normal & divisa. be Ie Figura 5 + Sapata de divisa esconsa -9- 22) também no é raro ocorrer que mais de uma viga alavanca es~ tejam Ligadas a um mesmo pilar central (Fig. 6). Neste ca- 0, 0 dimensionamento de cada sapata de divisa 6 feito inde- pendentemente, obtendo-se um alivio para cada uma delas. No pilar central, considera-se a metade da soma dos alivios. Figura 6 + Duas sopatas de divisas olavancadas em um mesmo pilar central 4,1 - Sapata Associada na Divisa Se o pilar da divisa, entretanto, estiver préxi- mo do pilar central, pode ser mais interessante a adogao de uma sapata associada do que 4 utilizagio de viga alavanca. Ha dois | casos a analisar: ~ lo - ) Se o pilar da divisa tem carga menor, a coincidéncia do cen tro de gravidade da sapata como centro de carga é obtida impondo-se 0 valor de L igual ao dobro da distancia x do centro de carga A divisa, como mostra a Pig. 7. Figura 7 - Sapate associada na di Portanto, conhecido L, teremos: pet L 1,10 ( +P) onde A = — 2 1 a 29) Se 0 pilar da divisa tem carga maior, a imposi¢ao de coinci dir 0 centro de gravidade da sapata com o centro de carga implica a adogdo de uma forma trapezoidal (Fig. 8). Figura 6 - Sapate associoda tropezoidat Fixando-se 0 va~ lor L, por exemplo a distancia da divisa até 2,5 cmalém da face do pilar Py , de monstra-se que: Obs.: Este dimensionanento @ valido para — < x < —E- 3 2 5. Pilar no Alinhamento Estando o pilar situado junto ao alinhamento da calgada permite-se ge ralmente um avango de até 1,00 m para execu géo da sapata (Fig.9). Este avango, — toda- via, no deve ser maior do que 2/3. da largura de calgada. Recomendamos, entre- tanto, que se consul- te o cédigo de obras do municipio. weeny A sapata deve ser dinensionada com ba- | langos iguais mas) se necessério, —_po- de-se alterar ligeira mente este critério. Figuro 8 + Sapata no alinhamento 6. Pilares "Especiais” Consideramos como "especiais" os pilares que nao apresentam a forma retangular. Por exemplo, um caso comum o de pilar em L (Fig. 10). No dimensionamento da sapa~ ta, devemos inicialmente consi, derar um pilar retangular "equi valente", de tal modo que: te- nha 0 mesmo centro de gravida~ j dee o pilar real figue "ins c crito" no retangulo. A par- es —-_] tir daf, utilizamos o crité- rio de balangos iguais. Este item ndo sera desenvolvido nesta publicagao. Entretanto, citaremos as prescrigées na NB-51/1978 para funda- 0 solicitada por carga excéntrica: ~ "a resultante das cargas permanentes deve passar pelo niicleo central da base da fundagao"; - “a excentricidade da resultante das cargas totais é limitada = um valor tal que o centro de gravidade da base da fundagao figue na zona comprimida, determinada na suposigao de que en- ure 0 solo e a fundagdo nfo possa haver tensdes de tragic"; ~ “na falta de um processo mais rigoroso, uniformizar a pres~ s&0 adotando-se o maior dos seguintes valores: dois ter¢os do valor maximo ou a média dos valores extremos 3. Sapatas Corridas Devido a simplicidade deste caso, julgamos despen savel qualquer comentario. apenas lembraremos que deve-se res~ peitar uma largura minima para a sapata (de 6,60 m em pequenas construgdes e de 0,80 a 1,00 m em ediffcios). 9. Fundagio em "radier" Quando a area total de todas as sapatas at inge cerca de 70% da Area de construgio, geralmente é mais econémico © emprego de um Ginico elemento de fundagao denominado de = "ra~ pofoleb -b- 10. Dimensionamento de Fundagdes por Sapatas Dimensionar as sapatas dos pilares abaixo esquema tizados, dada a taxa de trabalho do solo F = 0,2 MN/m*. Py (25x40) T3OKN {___, fn FZ Pr (30x50) 1170 &N Pes (25x 50) 870 kN Pw (35x 45) 1130 kN Ps (25x60) les 1250 KN escala - $:50 medidas em cm IZ. PROJETO DE FUNDACOES POR ESTACAS 1, Introdugdo Neste capitulo, trataremos exclusivamente da de- terminagéo do nimero necessario de estacas para transferir a carga vertical P de um pilar para o solo e a respectiva configu rag&o do bloco de capeamento. Nao sera discutida a escolha do tipo de estacaque & baseada em Eatores técnicos e econémicos, e nem a determinagao do comprimento das estacas, que depende principalmente do per- fil do subsolo e suas respectivas caracteristicas geotécnicas. carga de Trabalho de Projeto Para cada estaca, temos uma carga nominal refe~ rente ao elemento estrutural, isto 6, levando em conta apenas a segio transversal e a resisténcia A compressdo do material da estaca. Assim, © Quadro 1 da pagina 24 mostra que para uma mesma "marca" de estaca esta carga nominal varia com o diame- tro; enquanto que para um mesmo didmetro cada "marca" ou tipo estaca apresenta uma carga nominal diferente. Na pratica, considera-se geraimente esta carga no minal como sendo a prépria carga de trabalho do conjunto esta ca-solo e emprega-se um comprimento adequado para a estaca, ob- tendo-se assim uma resisténcia compativel para a ligagdo esta- ca-solo. Entio, apés a escolha do tipo da estaca, o passo se~ guinte @ adotar a carga de trabalho, dentre as varias disponf- veis, a ser utilizada no projeto. Para isso, calcula-se a carga média de todos os pilares (Py,.) € divide-se por 3 para que boa parte dos blocos tenham 3 estacas, pois estes blocos tem boa estabilidade e rigi dez e so econémicos. Portanto: p= PMep ° 3 o de Estacas por Pilar peterminada a carga de trabalho P, de projeto, mero n de estacas, necessario para transferir a carga verti- de um pilar para 0 solo, sera 1,10 P_ P, e onde 1,10 & um coeficiente que leva em conta o peso —préprio 2iseo, Obviamente, o nfimero de estacas sera aproximado pa > nfimero inteiro maior mais préximo do valor acima calculado. servagdes: } =m principio o nimero de estacas deveré ser n > 3, para que > bloco tenha rigidez apreciavel em relagd a dois — eixos ortogonais. } Podera ser empregado um nimero de estacas n < 3 [duas ou uma estaca) desde que exista algum elemento estrutural que confira uma rigidez adicional na dire¢io mais fraca, como por exemplo, uma viga baldrame ou uma viga alavanca (Fig. Quanto maior o nfimero de estacas, maior sera o custo do ble co, Entéo, é conveniente evitar blocos com mais de 5 ou 6 estacas com a adogdo de duas cargas de trabalho: uma para as cargas leves e a outra para as cargas pesadas, Isto ocor quando o projeto apresenta uma variag&o muito ampla nas cargas dos pilares. Num mesmo bloco, todavia, utilizam-se estacas com mesma car ga de trabalho. jO J+ @ O Figura 11: Bloco com uma ou duas estacas Dimensdes do Bloco Calculado 0 nfimero de estacas, deve-se fazer = a distribuigdo em planta. A situagdo ideal é sempre aquela ent que o centro de gravidade das estacas coincide com o centro de carga. Quanto ao espagamento d entre os eixos das estacas, recomen~ da-se gue seja igual a 2,5 ve- zes 0 diadmetro no caso de esta cas pré-moldadas, e igual a 3 vezes o diametro no caso de estacas moldadas "in loco",res peitada sempre uma distancia t ninima de 60 cm. Assim: — > Gs D se estaca pré-moldaia 4=3,0D se estaca moldada "in loco" e 4, — 60 om A distancia ¢ entre o eixo da estaca e a face do bloco de capeamento & tomada como a me- i tade do diametro mais 15cm, pa ra acomedar eventuais erros de locagéo e melhorar as condi, Figura 12 + Dimensdes do bloco - 18 - Ses de ancoragem da armadura. Entdo: ca +is on Na Figura 13 mostramos as configuragées mais usu ais de bloco de capeamento para pilares centrais isolades. A 0.0 oO O° . o | w | ® Ly £2°O), Q 9° o 0° °° oO 0 a0 9° soo @ Roto 8 0 @ 0 = o.0 Figura 13 + Blocos de pilares centrais isolados Pilares de Divisa No caso de pilares situa~ dos junto 4 divisa do ter- xeno, mais uma condigZo deve ser respeitada: devi- potty do as dimensGes do equipa- mento de execugao ou de O O Ie eravagao (bate-estacas) ,as & E eesou sb petan ane insta ora ladas a uma distancia mini | ma a da divisa (Fig. 14),a vise qual depende das caracte- risticas do equipamento e do didmetro da estaca (Qua aro I). Figure i4 | Disténcia g do 90 eixo da estaca -19 - Na divisa, até um némero de quatro, as estacas sd colocadas alinhadas para que se tenha uma excentricidade 2 menor possivel. Na Figura 15 séio mostradas as configuragées usuais de blocos situados junto a divisas. Bo Ss Poss CO oo 0 o 60 o 070 0 Figura 15 + Blocos de pilares de divisa Também no projeto de fundagdes por estacas, quan do se tem pilar situado junto 4 divisa do terreno, a excentri- cidade resultante exige o emprego de viga~alavanca ou de equi- librio (Fig. 16). © processo de cAlculo @ semelhante ao caso de sa patas, com a simplicidade de que a excentricidade é conhecida 2, portante, o probléma nd exige solugao por tentativas. Para a determinagdo do niimero de estacas para a fundagao de um pilar de divisa, calcula-se inicialmente a rea~ g&o R no bloco, que é igual a: sendo a excentricidade e calculada por esa-2-£ (paraa>c) Entdo, 0 nimero de estacas do bloco da divisa se - 20 - _ 20 Ry Pe a B importante lembrar que 0 centro de gravidade das astacas deve estar sobre o eixo da viga alavanca. © alivio no pilar central continua sendo oP sR) - P ‘A metade dele deve ser considerada no cAlculo do bloco do pilar interno 9) _ Figura 16: FundagGo por estacas de um pilar de diviso Qbservagao: Na pr&tica, este processo de cAlculo @ geralmente utilizado apenas quando se tem mais de 4 estacas na divisa, re~ sultanto uma excentricidade significativa. No caso de até 4 estacas, em que elas s4o coloca~ das alinhadas, a excentricidade pequena, o que faz com que o alivio seja desprezivel e, portanto, pode-se simplificar o cal- culo do némero de estacas: sem eliminar, porém, a viga-alavanca, 6. Pilares Préximos No projeto de fundagées por estacas é raro aconte cer a associagao de dois ou mais pilares em um Gnico bloco de capeamento, pois a escolha de segdo de estaca economicamente mais | conveniente geralmente exclui os blocos com grande niimero de es tacas. Mas se houver a necessidade de uma associagio,por exemplo no caso dos elevadores de um ediffcio, a recomendagao é a de que o centro de gravidade das estacas deve coincidir com © centro de carga dos pilares (Fig. 17). Entdo: | P 2 Yog = s cc P PLP, i onde s 6 a distancia entre os centros de gravidade dos pila- res. Figura 17: Associagdo de pilares ilar de Alinhamento No caso de pilar no alinhamento, a recomendacao é 2 mesma vista no projeto de sapatas. Portanto, pode-se avangar 0 bloco até 1,00 m pa- a execugdo de fundagao por estacas. 8, Reformulagao de Blocos* Quando uma das estacas de um bloco nfo pode ser roveitada, © bloco tem que ser reformulado. A reformulagdo de ve atender Se seguintes condigées: a. manter o centro de gravidade ou, no caso de hdo ser manti, do, verificar a carga na estaca mais carregada; b. manter 0 espagamento minimo entre estacas aproveitadas de blo- 2,5 D (pré-moldada), porém sempre acima de 60 cm no co reformulado; manter a distancia minima de 1,5 D entre qualquer estaca 0 aproveitada e uma nova que a substituira, porém sem- ° ni pre acima de 30 cm; 4, na veformulagio ndo devem ser misturadas secdes diferen~ tes de estacas, salvo em casos especiais que necessitarao de estudos mais minuciosos. 8.1 - Exemplos de Reformulagao de Biocos de 3 Estacas HIPOTESE I, Que- bra a 1? estaca CONVENGOES a ser cravada. BE eerace aveonane © estack UK onavacn solugdo: Inverter © kstsca 4 sem eR g posigdo do blo- co mantendo 0 C.G. * Gentileza de ESTACAS BENATON LTDA. = 23- HIPOTESE II, A 1% Estaca ja est@ cravada e quebra a a 2 Solugées: Cravar 3 novas estacas, desprezando a ja exavada e mantendo o C.G. do bloco; ou manter a cravada e substituir as 2 res~ tantes por duas novas. abangonar HIPOTESE III. Duas estacas j esto cravadas, quebra a 3k, Solugdes: substituir a quebrada por duas novas; ou substituir a quebrada por 1 nova com des~ Jocamento do C.G. e verificar as cargas. 9, Elementos para Projeto No Quadro 1, esto apresentadas as caracteristi- cas de algumas marcas comerciais de estacas pré-moldadas fabri. cadas no Brasil, e das estacas moldadas "in loco” dos tipos Strauss e Franki. - 24 - QUADRO 1 + Efementos para projeto em estacas de concreto e f carga | comRiMen-| Fg og estaca | 4° | wommnar (To mismo] diem) | oem) | evem) i fem) (kN) (mm) : oT 18x18 160 @ 5O-70| 30 hoy texte 200 12 60 30 : | exorenorr | 23%23 300 18 65 30 28x28 | 400 14 ity 30 g4o | 700-800! 15 B50 | 9004009 11 - i ! ; | B20 250 1" 70 50 | B23 300 11,5 70 60 | 926 400 15 70 60 | | B33 | 600 rr 85 60 gaz | 900 12 105 60 | #80 1200-140 12 | 130 | 60 $60 | 1700-1800, 12 150 70 #70 jes00-250 42 475 80 gis | 150 10 60 30 25 i pe geo |: 200 2 60 30 25 i Py PauLIsTA | g26 [er 300 14] 65 30 30 | B 30 400 14 7 35 30 g 40 700 12 100 40 40 ' i - — a - IF ‘geo 220 60 40 {| g28 | 300-360) 65 40 5 930 | 400-450 75 40 ceM 0 78. | 40. i ~| (638" | B00- 559) “907 | 40} | 40 | 700-750 100 40 { 60 - | 900 1200) 425 50 | t ges 200 20 75 20 3o | | | : 932 300 20 95 20 30 ) ho iB G38 400 20 5 28 35 6 aioe FRAUSS Glait + STRA 345 600 20 435 30 40 y ; i $55 800 20 465 35 45 estas) ey ne o70 1200 20 210 45 50 a] 35 550 16 120 | 70-75! 27,5 | s 940 750 22 130 | 70-75 | 30,0 | ee FRANK! B45 950 25 140 70 - 75 32,5 B52 4300 - 150 | 80-85 | 35,0 B60 1700 - 170 | 80-285 | 40,0 | | = 25 - 10, Dimensionamento de Fundagdes por Estacas Dimensionar a fundagao por pilares abaixo esquema tizados, utilizando estacas pré-moldadas de concreto armado, co nhecidos os diversos diametros disponiveis e as respectivas car gas de trabalho. Pe GN) 150 T 200 | [Pet25 x30) 300 . 600 KN 400 3 pee 700 ' 4 ~~ Pa (40x 50) 3 1300 kN i r30€f | | 7 | — | Jes (30x60) i | 1350 kN | log SE, i t 4 | a 3 | Y Z VA wy | [pel25 x80) P10 (40x 40) Ps (50x 50) $500 kN 1040 kN 1630 kN 128 bf LY Petzexso) | 970 kN t fe / Fj SER ——__ fee escaia — 1:50 tmedidos em em il [08 - 27 - 4 0 7 III. PROJETO DE FUNDACOES POR TUBULOES 1. Introdugao y Considerando conhecida a cota de apoio dos tubu 5 [eure amet re, eS S ies © a correspondente Laxe'ae-Eeabatho do solo (5,,), vamos tratar, neste capitulo, do cdlcwlo das dimensées de tubuldes submetidos a cargas verticais. Tubuldo Isolado Sem Revestimento Primeiramente, seja o caso de um pilar isolado que transmite uma carga vertical P a um tubuldo escavado a céu aberto sem revestimento (Fig. 16). © fuste deve ser dimensiona Pe do como uma pega estrutural de concreto simples submeti ~ da & compressfo. zntdo, se gundo prescreve a NB-51/78, . é Adotamos um coeficiente de ap \ aasoragio da catsx( ye = 1/4) (pe (J. e um coeficiente do-RIHGY: je 2 wet pt edo da resisténcia caracte- oY xistica do concreté ¥_=1,5> oY tendo-se em vista ad Condi gdes de concretagem de un tubuléo; além disso multi- plicamos a resisténcia ca- racteristica do concreto fj, pelo coolicionte 0,65) para levar em conta a dife- adieiong Dy> 30% Vo yt tamnEenga entre resultados de “ ensaios rapidos de laboraté rio e a resisténcia sob a agdo de carga de longa dura gio. Figura 18 : Tubutdo isolado 4 (1,4 2) 0,85 m (£.,/1,6) Lyre soniovoe few v A base alargada do tubuldo @ calculada em fungao ja hene.detrabathe do solo A cota de apoio. Assim, 0 diame~ ere da base & igual a: Devemos adotar um alargamento da base que dé ori- uma inclinagdo a (Fig. 18) de tal modo que ndo haja neces fe de introdug&o de armadura na base: onde J, a tensio admissivel de trag&o no concreto. Finalmente, a altura da base (altura do tronco de one; @ expressa por: dhsexvagée: © centro de gravidade da area do fuste e da area da base do tubuldo devem coincidir com o centro de carga do pilar. | Nos tubulées escavados manualmente a céu aberto, o diametro minimo do fuste é de 70 a 80 cm. J) Ho caso de tubuldes executados com revestimento, 0 coefi eiente de minoragéo do concreto 7, deve ser reduzido para ~ 29 - 1,5 mesmo que a camisa seja recuperada. Portanto, nas pa- ee ginas seguintes, o valor de(y, sera ou 1,6 ou 1,5)para tuby Iées sem ou com revestimento Fespectivanente: 42) pe acordo com a NB-51/78, desde que a base esteja embutida ‘en material idéntico ao de apoio num minimo de 20 centime- tros, 0 Angulo a pode ser adotado igual a 60° independente da Gaxede—teabaibe) do solo, sem necessidade de armadura. Aeaere Adami sii 52) ainda segundo a NB~51/78, os tubulées devem ser dimensiona dos de maneira a evitar alturas de base superiores a 2 me~ tros, Em casos excepcionais, devidamente justificados, ad- nitem-se alturas superiores a 2 metros. © peso préprio do tubulfo nao é considerade nos cAlculos do trabalho late- dimensionamento, pois na determinagdo da taxa de do solo & cota de apoio, supde-se que a resisténcia yal ao longo do fuste seja igual ao peso préprio do tubu Lao. 3, Pilar de Divisa No caso de um pilar situado junto @ divisa do ter reno, nao se executa o tubuldo com base circular pois a excen- tricidade seria muito grande. Ent&o, o alargamento da base = @ feito na forma de falsa elipse composta por um retangulo e dois semi-circulos (Fig. 19). Evidentemente, ha necessidade da in- trodugdo de uma viga alavanca. © diriensionamento do pilar de divisa é feito cal- culando-se @ reagéo sendo a excentricidade e obtida por Ps VIA ALAVANCA I fee Figuro 19+ Tubuldo de divisa com vigo olavanca Entdo,é necessario que se adote um valor para x (am critério seria o de se tomar um valor um pouco menor do que © raio correspondente ao tubulao de base circular). Em seguida, determina-se a area da base a= -31- Por filtimo, acha-se o comprimento x do ret€ngulo net 2rx =a, _ x 2 agora, 6 necessario comparar as dimensdes x e x, pois ndo 6 interessante que se tenha um valor alto para z, 0 que provocaria uma excentricidade grande e, nem um valor eleva do para x, 0 que resultaria numa base demasiadamente alongada na pratica, uma faixa recomendavel de trabalho seria r ) phlares, de tal forma que 23 0 AO erm Figura 20 + Pilares préximos (uma folsa elipse) =~ 33- Bm seguida: Ayo? Ent&o, verificamos apenas se x < 3 ry (lembre que x nJo tem limite minimo pois nao ha excentricidade) . caso a desigualdade néo seja satisfeita, optamos pelo emprego de duas falsas elipses, © que passamos a abordar em seguida (Fig. 21). Figura 21 + Pilares prdximos (duas falsas elipes) Inicialmente, adotamos os valores de r) er, de tal forma que rp+rn

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