Você está na página 1de 15

Análise Através de Índices

1. O PAPEL DOS ÍNDICES DE BALANÇO


Índices é a relação entre as contas ou grupo de contas das Demonstrações
Financeiras..
A característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da situação
econômica ou financeira da empresa.
Para um conhecimento mais profundo da empresa, além do conjunto de índices,
podem-se utilizar outros métodos de análises da empresa.

1.1 QUANTOS ÍNDICES SÃO NECESSÁRIOS PARA UMA BOA ANÁLISE?


O importante não é o cálculo de grande número de índices, mas de um conjunto
que permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau de profundidade desejada
da análise.
O fornecedor pode apenas querer rápidas informações sobre a empresa, a
respeito de sua rentabilidade, seu índice de liquidez, se o mesmo estiver interessado não
em vender mercadoria, mas em adquirir a própria empresa-cliente ou fundi-la com a
sua, desejará uma análise muito mais profunda.
A análise de índices começa muito bem e à medida que se acrescenta novos
índices, seu rendimento se torna decrescente.

1.2 ASPECTOS DA EMPRESA REVELADOS PELOS ÍNDICES


Os índices evidenciam aspectos da situação econômica e financeira da empresa
- Situação Financeira (Análise do BP)
- Estrutura de Capitais;
• Participação de Capitais de Terceiros;
• Composição do endividamento;
• Imobilização do Patrimônio Líquido;
• Imobilização dos Recursos não Correntes
- Liquidez
• Liquidez geral;
• Liquidez corrente;
• Liquidez Seca;
- Situação Econômica (relação DRE x BP)
- Rentabilidade;
• Giro do ativo;
• Margem líquida;
• Rentabilidade do ativo;
• Rentabilidade do PL;

Certos índices, como Participação de Capitais de Terceiros, Liquidez Corrente e


Rentabilidade do Patrimônio Líquido, são usados por praticamente todos os analistas.
Outros, porém, como Composição do Endividamento, Liquidez Seca, Rentabilidade do
Ativo, Margem Líquida de Lucro, nem sempre fazem parte dos modelos de análise.

2. DESCRIÇÃO DETALHADA DOS ÍNDICES

Índice de situação econômica

A análise econômica visa avaliar o rendimento obtido pela empresa, em dado


período. Os indicadores que expressam o rendimento baseiam-se no capital investido na
atividade econômica ou no volume monetário da receita derivada das vendas de
produtos, mercadorias ou da prestação de serviços.

As informações contábeis para a avaliação do rendimento estão contidas na


Demonstração do Resultado do Exercício, ou nos segmentos do período anual, tendo
por base o montante de capitais investidos, num dado momento.

Quando a relação for entre rendimento e capitais investidos na empresa, a


análise será de rentabilidade. Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos
capitais investidos, isto é, quanto rendeu os investimentos e, portanto, qual o grau de
êxito econômico da empresa.

2.1 Participação de Capitais de Terceiros

Indica: quanto à empresa tomou de capitais de terceiros para cada $100 de capital
próprio investido.
Interpretação: quanto menor, melhor.

É um indicador de risco ou de dependência a terceiros, por parte da empresa.


Também pode ser chamado Índice de Grau de Endividamento.

Do ponto de obtenção de lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com
capitais de terceiros, se a remuneração paga a esses capitais de terceiros for menor do
que o lucro conseguido com sua aplicação nos negócios.

Se a composição do endividamento apresentar uma significativa concentração no


Passivo Circulante (Curto Prazo), a empresa poderá ter reais dificuldades num momento
de reversão do mercado (o que não aconteceria se as dívidas estivessem concentradas no
Longo Prazo). Na crise, elas terão poucas alternativas: vender seus estoques na base de
uma liquidação forçada, assumir novas dívidas a Curto Prazo que, certamente, terão
juros altos, o que aumentará as despesas financeiras.

Se a concentração fosse a Longo Prazo, a empresa, num momento de revés, teria


mais tempo para replanejar a sua situação, sem a necessidade de desfazer-se do estoques
a qualquer preço.

Algumas variáveis importantes na definição da capacidade de endividamento


são:

a) geração de recursos – uma empresa capaz de gerar recursos para amortizar


as dívidas tem mais capacidade de endividar-se;

b) liquidez – se uma empresa toma recursos, investe-os em giro comercial e


dispõe de um bom capital próprio, investido no Ativo Circulante, então o efeito
negativo sobre a liquidez será muito menor que no caso da empresa que imobiliza todos
os recursos próprios e mais parte dos Capitais de Terceiros.

c) renovação – se a empresa conseguir renovar as dívidas vencidas, não terá


problemas de insolvência. Diz-se que: “dívida não se paga, administra-se”, porque,
quando a empresa recorre a Capitais de Terceiros, faz isso por insuficiência de Capitais
Próprios, e assim os terceiros passam a financiar parte do Ativo. Ao pagar esses
terceiros é necessário reduzir o Ativo e, normalmente, as empresas não querem fazer
isso, deste modo, a alternativa é manter o nível de Capital de Terceiros renovando
empréstimos ou tomando novos para pagar os antigos. Do sucesso em renovar
empréstimos ou tomar novos pode depender a continuidade da empresa.
2.2 Composição do Endividamento

Indica: qual o percentual de obrigações de curto prazo em relações às obrigações totais.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Uma coisa é ter dívidas de curto prazo que precisam ser pagas com os recursos
possuídos hoje, mais aqueles gerados a Curto Prazo (e nós sabemos as dificuldades em
gerar recursos a curto prazo), outra coisa é ter dívidas a Longo Prazo, pois aí empresa
dispõe de tempo para gerar tais recursos (normalmente lucro + depreciação) para pagar
essas dívidas. Por exemplo, se a empresa opera com um índice de 0.90 90% ,
praticamente, todas as dívidas vencerão no Curto Prazo. Esta situação é totalmente
desfavorável, prejudicando a Liquidez Corrente da empresa.

2.3 Imobilização do Patrimônio Líquido

Indica: quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $100 de Patrimônio
Líquido.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos recurso próprio


terá para alavancar o Ativo Circulante, em conseqüência, maior será a dependência a
capitais de terceiros para o financiamento do seu Ativo Circulante. Um índice de 71%
de imobilização do Patrimônio Líquido, nos indica que a empresa investiu no Ativo
Permanente a importância equivalente a 71% do Patrimônio Líquido, para um índice
igual a 121%, isto significa que para cada $100 existentes de Patrimônio Líquido a
empresa aplicou todo $121 no Permanente, ou seja, imobilizou todo o Patrimônio
Líquido mais recursos de terceiros, equivalentes a 21% do Patrimônio Líquido. Nesse
caso, o Ativo Circulante seria totalmente financiado por Capitais de Terceiros, os quais
financiam ainda uma parte do Ativo Permanente. Assim, a empresa está em mãos de
terceiros para o financiamento de seu giro comercial (Ativo Circulante) e depende ainda
desses mesmos terceiros para o financiamento de uma parte do seu parque industrial
(Ativo Permanente).

2.4 Imobilização dos Recursos Não Correntes

Indica: que percentual de Recursos não Correntes a empresa aplicou no Ativo


Permanente.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Os diversos elementos que constituem o Ativo Permanente têm vida útil que
pode ser de 3, 5, 10, ou 50 anos. Portanto, não é necessário financiar todo o imobilizado
com recursos próprios. Podemos utilizar recursos de longo prazo, desde que o prazo seja
compatível com o de duração do imobilizado, caso contrário, que o prazo seja suficiente
para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo.

É importante que este índice seja inferior a 100%, ou seja, deve sempre existir
um pequeno excesso de Recursos não Correntes, em relação às imobilizações, destinado
ao Ativo Circulante.

Chamamos esta parcela de Recursos não Correntes destinada ao Ativo


Circulante de Capital Circulante Líquido (CCL). Seja uma empresa que apresente um
índice de Imobilização dos Recursos Não Correntes igual a 55%, observamos que 45%
dos Recursos não Correntes foram destinados para o Ativo Circulante.

O CCL representa a folga financeira a curto prazo, ou seja, financiamentos de


que a empresa dispõe para o seu giro e que não serão cobrados a Curto Prazo.
Liquidez

São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é,


constituem uma apreciação sobre a empresa, mostrando sua capacidade de saldar seus
compromissos. Esta capacidade de pagamento pode ser avaliada no longo prazo, no
curto prazo ou no prazo imediato.

Convém salientar que, uma empresa com bons índices de liquidez tem condições
de ter boa capacidade de pagar suas dívidas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando
suas dívidas em dia em função de outras variáveis como prazo, renovação de dívidas.

2.5 Liquidez Geral – LG

Indica: quanto à empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para
cada $1,00 de dívida total.

Interpretação: quanto maior, melhor.

2.6 Liquidez Corrente – LC

Indica: quanto à empresa possui no Ativo Circulante para cada $1,00 de Passivo
Circulante.

Interpretação: quanto maior, melhor.


Este índice relaciona quanto temos imediatamente disponíveis e conversíveis em
certos prazos em dinheiro, com relação às dívidas de curto prazo. É um índice muito
divulgado e freqüentemente considerado como o melhor indicador da situação de
liquidez da empresa.

2.7 Liquidez Seca – LS

Indica: quanto à empresa possui de Ativo Líquido para cada $1,00 de Passivo
Circulante (dívidas em curto prazo).

Interpretação: quanto maior, melhor.

Para a medição da capacidade financeira, em curto prazo, a determinação de


Liquidez "Seca" constitui a verdadeira prova de fogo para empresa. Adicionando-se às
disponibilidades líquidas existentes num dado momento, os direitos a receber
negociáveis e por isso conversíveis em numerário (desconto de duplicatas, negociação
de títulos mobiliários existentes mas de fácil conversibilidade em numerário),
subtraindo-se os estoques, e dividindo-se o montante obtido pelo valor do passivo
circulante, tem-se o grau de Liquidez "Seca". A figura 8 apresenta um quadro
comparativo entre liquidez seca e liquidez corrente.

Figura 8: Quadro comparativo entre Liquidez Seca e Liquidez Corrente


Fonte: Baú e Cardoso, 2009.

O Ativo Circulante da empresa é constituído de investimentos de risco diferente.


Basicamente são três:

1. Disponível - há risco de desfalque de dinheiro em caixa ou de desvio de conta


corrente bancária. É risco que depende apenas da empresa;

2. Duplicatas a receber - o risco está na possibilidade de o cliente não pagar. É


portanto, um risco maior por depender da capacidade de pagamento de terceiros;

3. Estoques - correm risco de roubo, obsoletismo, deterioração e de não serem


vendidos e, portanto, de não serem convertidos em dinheiro, não servindo para
pagamentos de dívidas. É um risco que depende da empresa, do mercado e da
conjuntura econômica.

Enquanto se verificam esses riscos no Ativo Circulante, o Passivo Circulante é


líquido e certo: deve ser pago no dia e na quantia aprazada. Portanto, a ideia de excluir
do Ativo Circulante os itens de maior risco, ou seja, os Estoques.

Rentabilidade

2.8 Giro do Ativo

Indica: quanto à empresa vendeu para cada $1,00 de investimento total.

Interpretação: quanto maior, melhor.

A rotação do Ativo expressa o número de vezes em que as vendas realizadas,


num período, reproduzem o montante dos recursos aplicados nos investimentos.

Quanto maior for o “giro” do Ativo pelas vendas, maior deverá ser a Taxa de
Lucro, por isso é aconselhável manter o Ativo a um mínimo necessário. Ativos ociosos,
grandes investimentos em Estoques, elevados valores de Duplicatas a Receber, etc.,
prejudicam o “giro” do Ativo e, consequentemente a rentabilidade.
Uma empresa que apresentou em 2008, Giro de Ativo igual a 1.75, representa
que para cada $1,00 de investimento o volume de vendas atingiu a 1.75 vezes o volume
de investimentos. Esta mesma empresa que em 2009 apresentou Giro de Ativo igual a
1.10, significando que a empresa passou a vender muito menos para cada $1.00
investido em 2009, comparativamente a 2008.

O desempenho comercial da empresa não manteve em 2009 o mesmo nível


alcançado no ano anterior, o que pode ter diferentes causas:

• retração do mercado como um todo – o mercado passou a comprar menos


produtos, diminuindo as vendas de todas as empresas do ramo;

• perda da participação de mercado – a empresa perdeu mercado para outros


concorrentes que sabem vender melhor ou têm produtos mais competitivos;

• estratégia da empresa – a empresa aumenta seus preços; dispõe-se a vender


menos, mas com a margem de lucro maior, compensando assim a queda das
vendas. A vantagem dessa medida, quando bem sucedida, é manter ou
aumentar o lucro, com muito menor volume e, portanto menor risco;

2.9 Margem Líquida

Indica: quanto à empresa obtêm, de lucro para cada $100 vendidos.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Por alguns autores denominada simplesmente de Margem Operacional, este


índice compara o lucro com as vendas líquidas. Este quociente, apesar dos esforços
constantes para melhorá-lo, comprimindo despesas e aumentando a eficiência,
apresenta-se baixo ou alto de acordo com o tipo de empreendimento. Por exemplo,
normalmente a indústria automobilística (ou de refino de petróleo) tem margens e valor
de venda muito alto. O inverso pode ocorrer para pequenos negócios comerciais,
industriais etc.

Este índice é importante como avaliação do retorno disponível para os acionistas


sobre o montante de vendas. Naturalmente, uma parcela do Lucro Líquido será
reinvestida, mas esse índice reflete a porcentagem dos recursos obtidos nas vendas.
2.10 Rentabilidade do Ativo

Indica: quanto à empresa obtém, de lucro para cada $100 de investimento total.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Este índice mostra quanto à empresa obteve de Lucro Líquido em relação ao


Ativo. É uma medida do potencial de geração de lucro da parte de empresa. Não é
exatamente uma medida de rentabilidade do capital, mas uma medida da capacidade da
empresa em gerar Lucro Líquido e assim poder capitalizar-se. É ainda uma medida do
desempenho comparativo da empresa ano a ano.

Caso uma empresa apresente este índice igual a 8.20%, isto é, para cada $100
investidos a empresa ganhou $8.20, assim a empresa demoraria 9 anos para dobrar seu
Ativo, caso contasse apenas com seu lucro.

2.11 Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Indica: quanto à empresa obtém de lucro para cada $100 de Capital Próprio investido.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Os recursos aplicados na massa patrimonial ativa originam-se dos proprietários


da empresa e de terceiros. Os recursos originados dos proprietários da empresa são
denominados Capital Próprio ou Patrimônio Líquido. Os provenientes de terceiros são
conhecidos por Capital de Terceiros ou Passivo (Circulante e Exigível a Longo Prazo).

Para uma rápida revisão podemos afirmar que o Patrimônio Líquido abrange:
Capital Social Realizado, Reservas de Capital, Reservas de Reavaliação, Reservas de
Lucro e Resultados Acumulados.

O objetivo básico das empresas prende-se à produção ou comercialização de


bens ou serviços para serem oferecidos a consumidores ou usuários, mas de forma que
proporcione remuneração justa do capital.
Para se ter uma medida de avaliação da remuneração do capital aplicados pelos
acionistas ou cotistas, dependendo do tipo de sociedade, em determinado
empreendimento, importa estabelecer uma relação entre o Resultado Líquido do
Exercício e o capital acumulado dos proprietários (Patrimônio Líquido).

O papel do índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido é mostrar qual a taxa


de rendimento do Capital Próprio. Essa taxa pode ser comparada com a de outros
rendimentos alternativos no mercado, como Caderneta de Poupança, CDBs, Letras de
Câmbio, Ações, Aluguéis, Fundos de Investimentos, etc. Com isso se pode avaliar se a
empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções. Como o Lucro
Líquido se acha expurgado da inflação, a taxa de Rentabilidade do Patrimônio Líquido é
real.

3. Como avaliar os índices

Há três tipos básicos de avaliações de um índice:

• pelo significado intrínseco – é possível, de maneira grosseira, avaliar


índices pelo significado intrínseco. Por exemplo, pode-se tentar quantificar a situação
financeira de uma empresa com base no índice de Liquidez Corrente: se apresentar
valor de 1,5, sabe-se que para cada $1 de dívida no curto prazo há $ 1,5 de investimento
no curto prazo. A folga de 50% pode ser considerada suficiente como margem de
segurança à empresa. Essa conclusão é feita ou por intuição do analista ou por ter
trabalhado em empresas que conseguiram operar bem com esse nível de Liquidez
Corrente. Da mesma forma, pode-se dizer elevado um índice de Participação de Capitais
de Terceiros, por exemplo, quando for de 200%. Conclui-se nesse caso que para cada
$100 de capital próprio aplicado existe $200 de terceiros, e que terceiros estão, portanto,
investindo na empresa o dobro do que os próprios acionistas. Com relação à
Participação de Capitais de Terceiros é preciso considerar a opinião da comunidade
financeira. Se os banqueiros, gerentes de banco e outras pessoas que decidem créditos
considerarem normal a participação de capitais de terceiros ao nível de 200%, a empresa
provavelmente continuará desfrutando de crédito bancário. Se porém esse nível for
considerado excessivo, então a empresa poderá ter sérias dificuldades financeiras. No
caso de índices de rentabilidade, pode-se julgar um índice de rentabilidade, digamos de
20%, em função de uma expectativa desejada dos empresários. De qualquer maneira, a
análise intrínseca de um índice é limitada e só deve ser usada quando não se dispõe, de
índices-padrão proporcionados pela análise de um conjunto de empresas;

• pela comparação ao longo de vários exercícios – a comparação dos


índices de uma empresa com os valores observados nos anos anteriores revela-se
bastante útil por mostrar tendências seguidas pela empresa. Por exemplo: se por um
lado uma empresa pode endividar-se mais a cada exercício e, simultaneamente,
apresentar aumento da sua rentabilidade, por um lado pode ocorrer redução dos índices
de liquidez. Essas informações permitem ao analista formar uma opinião a respeito de
diversas políticas seguidas pela empresa, bem como das tendências que estão
registradas. É fundamental em qualquer avaliação que os índices que sejam analisados
conjuntamente;

• comparação com padrões – a avaliação de um índice e a sua


conceituação como ótimo, bom, satisfatório, razoável ou deficiente só pode ser feita
através da comparação com padrões. Não existe o bom ou o deficiente em sentido
absoluto. O bem só é bom em relação a outros elementos. É importante, ao se fazer à
comparação, saber se um índice é do tipo quanto maior, melhor, ou quanto menor,
melhor. Suponha-se que uma empresa possua um índice de Liquidez Corrente de
1,93%, se 80% das empresas do ramo possuem índice menor a conclusão é que a
empresa possui bom índice de Liquidez Corrente em relação as demais empresas do
ramo. Essa é uma conclusão objetiva. O uso de índices-padrão é vital na Análise de
Balanços. Não se pode conceber uma boa análise sem a comparação dos índices da
empresa analisada com padrões.

3.1 Processo de Avaliação de Índices Financeiros

Calculados os índices e comparados com padrões, pode-se fazer primeiro uma


avaliação individual de cada índice e depois uma avaliação conjunta, e assim, avaliar-se
a empresa e sua administração.
Vejamos a forma de avaliação:
a) Descoberta de indicadores: são os índices financeiros de participação de
capitais, de liquidez, etc;
b) Definição do comportamento do indicador: existem três possibilidades:
I – quanto maior, melhor;
II – quanto menor, melhor;
III – ponto ótimo em torno de um parâmetro.
c) Tabulação de padrões: é a construção de tabelas baseadas em elementos do
mesmo conjunto, exemplo, índices de empresas do mesmo ramo, de maneira que permita
a comparação dos índices de uma empresa com os das demais empresas;
d) Escola dos melhores indicadores e atribuição dos respectivos pesos: uma vez
avaliado cada um dos índices através da comparação com os padrões, suponha-se que a
um tenha sido dada a avaliação ótimo, a outro a avaliação razoável e a outro deficiente.
Qual será a avaliação da empresa? Depende da importância de cada um, ou seja, do
peso que se atribui a cada índice.
CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO
ÁREA DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

GESTÃO FINANCEIRA I

Elaborado por: Melina Piani Machado


Santa Maria
Novembro de 2010.

Você também pode gostar