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AMBIENTAIS E O
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
OS ÓRGÃOS AMBIENTAIS E O
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Autores:
AMBISIS
Simplificando a Gestão Ambiental
GIOVANI LAZZAROTTI
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Engenheiro Florestal, Mestre
em Engenharia Florestal e Especialista em Gestão Empresarial
Blumenau, 2020
INTRODUÇÃO 04
OIRÁMUS
O QUE É O LICENCIAMENTO AMBIENTAL? 06
FONTES E REFERÊNCIAS 31
INTRODUÇÃO 04
Inúmeros profissionais atuam e estão envolvidos com estes processos, visto que abrangem informações técnicas e
científicas de diversas áreas do conhecimento.
- nas INDÚSTRIAS e EMPREENDIMENTOS que precisam obter a licença para sua implantação e funcionamento
- nas EMPRESAS DE GESTÃO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL, responsáveis pela realização dos estudos e processos
administrativos que visam obter a licença
- nos ÓRGÃOS AMBIENTAIS, que regulam os processos, analisam os estudos e efetivamente licenciam determinado
empreendimento ou operação.
O QUE É O LICENCIAMENTO
06
AMBIENTAL?
Abordaremos neste e-book todo o histórico do LICENCIAMENTO AMBIENTAL, a sua legislação pertinente, e suas
aplicações através dos Órgãos Ambientais Federais, Estaduais e Municipais, mas inicialmente, para entendermos o que
é o Licenciamento Ambiental, precisamos conhecer as suas definições conceituais previstas na legislação brasileira.
Estas constam em dois dos principais instrumentos legais que tratam sobre o tema:
O Art. 1º da RESOLUÇÃO Nº 237, de 19 de dezembro de 1997, define O Art. 2º da LEI COMPLEMENTAR Nº 140, de 8 de dezembro
Licenciamento Ambiental como: de 2011, considera Licenciamento Ambiental:
“Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente “O procedimento administrativo destinado a licenciar atividades
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais,
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob forma, de causar degradação ambiental.”
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao
caso.”
07
Por fim, a LEI COMPLEMENTAR FEDERAL Nº 140/2011 surge para regulamentar a competência entre
União, Estados e Municípios para proteção do meio ambiente, estabelecendo critérios para o
licenciamento ambiental.
Para compreendermos como o processo de LICENCIMENTO AMBIENTAL chegou na forma que existe
hoje, é importante conhecer o histórico dos instrumentos legais e sua contextualização, como veremos a
seguir.
CRONOLOGIA DOS INSTRUMENTOS LEGAIS DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL 09
A evolução cronológica dos principais instrumentos legais que regem o licenciamento ambiental no Brasil e suas
abordagens:
Dispõe sobre a Política Dispõe sobre critérios Em seu Capítulo VI , art. Estabelece critérios básicos Regulamenta a competência
Nacional do Meio Ambiente básicos e diretrizes gerais 225, apresenta as diretrizes para o licenciamento entre União, Estados e
para a avaliação de impacto para a proteção do meio ambiental. Municípios para proteção do
ambiental ambiente meio ambiente,
estabelecendo critérios para
o licenciamento ambiental.
10
VAMOS ENTENDER O
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL DENTRO DO
CONTEXTO DE CADA
INSTRUMENTO LEGAL, SUAS
POLÍTICAS, SISTEMAS E
ÓRGÃOS AMBIENTAIS
RELACIONADOS
11
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
A constituição de 1988 introduziu e deu destaque ao tema meio ambiente, de forma inédita, registrando
um marco histórico, trazendo para a questão ambiental o status de direito fundamental.
O Capítulo VI - DO MEIO AMBIENTE em seu Art. 225, além do direito ao meio ambiente equilibrado,
apresenta ainda no § 1º, incisos IV, V e VII, itens que estão relacionados com processos de
LICENCIAMENTO AMBIENTAL, grifados abaixo:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 12
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos,
sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade
dos atributos que justifiquem sua proteção
IV -exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida,
a qualidade de vida e o meio ambiente
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem
a extinção de espécies ou submetam.
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 13
Em seu Art. 6º definiu a estrutura adotada para a gestão Órgãos Órgãos Órgãos
ambiental no Brasil, formado pelos órgãos e entidades da Executores Seccionais Locais
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
responsáveis pela proteção, melhoria e recuperação da Ibama e ICMBio Estados Municípios
qualidade ambiental, que constituiriam o SISNAMA, assim
estruturado:
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 1/1986 14
Na estrutura do SISNAMA observa-se quatro organismos da esfera FEDERAL, um da esfera ESTADUAL e um da esfera
MUNICIPAL.
Todos de forma direta ou indireta possuem relação com os processos de LICENCIAMENTO AMBIENTAL, seja na estrutura
organizacional dos processos, na regulamentação ou na execução dos procedimentos. Agora vamos conhecer os órgãos e
entidades do governo federal que possuem essa relação:
CONAMA
Conselho Nacional do Meio Ambiente
MMA
Ministério do Meio Ambiente
IBAMA
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
ICMBio
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
CONAMA 16
- Estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas
ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos
- Deliberar, sob a forma de RESOLUÇÕES, PROPOSIÇÕES, RECOMENDAÇÕES e MOÇÕES, visando o cumprimento dos
objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente.
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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
O MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - MMA é o órgão central do São ENTIDADES VINCULADAS ao MMA, o Instituto
SISNAMA. Tem como missão formular e implementar POLÍTICAS Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
PÚBLICAS AMBIENTAIS nacionais de forma articulada e pactuada Renováveis - IBAMA; o Instituto Chico Mendes de
com os atores públicos e a sociedade, para o desenvolvimento Conservação da Biodiversidade - ICMBio; e o Instituto
sustentável. de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro – JBRJ.
Trataremos em especial do IBAMA e ICMBio, por sua
O Ministério, desde 2019, tem como área de competência os relação com o Licenciamento Ambiental.
seguintes assuntos:
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é uma autarquia federal vinculada ao
Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O IBAMA tem como principais atribuições, em acordo com o Art. 5º da Lei nº 11.516, de 28 de agosto de 2007:
II. Executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições federais, relativas ao
LICENCIAMENTO AMBIENTAL, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à
fiscalização, monitoramento e controle ambiental, observadas as diretrizes emanadas do Ministério do Meio Ambiente
III. Executar as ações supletivas de competência da União, de conformidade com a legislação ambiental vigente.
Podemos observar que no mapa 20
“Promover o
LICENCIAMENTO
como mecanismo de
desenvolvimento
sustentável do País.”
21
Todos os LICENCIAMENTOS AMBIENTAIS FEDERAIS são de responsabilidade do IBAMA, que de acordo com Lei
Complementar nº 140, de 08 de dezembro de 2011, estabelece quais os projetos devem ser submetidos ao Licenciamento
Ambiental Federal, estando na competência do Ibama o LICENCIAMENTO AMBIENTAL dos seguintes empreendimentos e
atividades:
- Os localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial, na plataforma continental
ou na zona econômica exclusiva; em terras indígenas; em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas
de Proteção Ambiental (APAs)
- Os de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos
no preparo e emprego das Forças Armadas
- Os destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer
estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN)
É o conjunto de unidades de conservação federais, estaduais É o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo
e municipais. Composto por 12 categorias de UCs, cujos as águas jurisdicionais, com características naturais
objetivos específicos se diferenciam quanto à forma de relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com
proteção e usos permitidos: aquelas que precisam de objetivos de conservação e limites definidos, sob regime
maiores cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e especial de administração, ao qual se aplicam garantias de
aquelas que podem ser utilizadas de forma sustentável e proteção.
conservadas ao mesmo tempo.
Essa relação do ICMBio se dá através dos Planos de Manejo das Unidades de Conservação, que podem estabelecer
REGRAMENTOS E RESTRIÇÕES ACERCA DE ATIVIDADES PRODUTIVAS NAS ÁREAS DO ENTORNO DESSAS
UNIDADES.
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237/1997 24
A Resolução CONAMA nº 237/1997 veio estabelecer as competências do IBAMA, dos ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESTADUAIS
e ÓRGÃOS AMBIENTAIS MUNICIPAIS, para fins de LICENCIAMENTO AMBIENTAL, considerando a necessidade de:
- Revisão dos procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema
de licenciamento como instrumento de gestão ambiental, instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente
- A necessidade de ser estabelecido critério para exercício da competência para o licenciamento a que se refere o artigo 10
da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981
- A necessidade de se integrar a atuação dos órgãos competentes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA na
execução da Política Nacional do Meio Ambiente, em conformidade com as respectivas competências.
25
Antes desta Resolução, um dos maiores problemas da federação brasileira em matéria ambiental era definir em qual
instância deveria ser efetivado o LICENCIAMENTO AMBIENTAL.
Assim, com o intuito de resolver tal situação e instituir o sistema de licenciamento ambiental único; buscando minimizar a
insegurança jurídica, o CONAMA instituiu a Resolução n.º 237/1997 estabelecendo, entre outras questões, como se daria a
DISTRIBUIÇÃO DE ATRIBUIÇÕES COMUNS AOS ENTES FEDERATIVOS.
Porém para o atendimento ao art. 23 da Constituição Federal, caberia à uma LEI COMPLEMENTAR tal função, desta
forma, apenas no ano de 2011, a instituição da LEI COMPLEMENTAR FEDERAL Nº 140/2011 veio regulamentar a
competência comum entre União, Estados e Municípios, buscando o atendimento da proteção do meio ambiente, com a
finalidade básica de proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado por meio de uma gestão
descentralizada, democrática e eficiente.
A fim de melhor esclarecer as competências para o LICENCIAMENTO AMBIENTAL atribuídas à União, aos estados, Distrito
Federal e municípios, foi publicada no Brasil a Lei Complementar Federal nº 140/2011.
Segundo essa lei, CABE AOS MUNICÍPIOS o licenciamento de atividades e empreendimentos de impacto local, sendo
comprovados os critérios mínimos, elencados pela referida lei, da estrutura dos órgãos ambientais municipais para a
realização do licenciamento.
Os processos de licenciamento ATRIBUÍDOS AOS ESTADOS figuram entre os que extrapolam a competência municipal,
mas não são cabíveis à União, que adota o critério da competência licenciatória residual.
Caro leitor,
CIMVI AMBIENTAL - Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí do Estado de Santa Catarina. Disponível em: <https://ambiental.cimvi.sc.gov.br/>. Acesso em: 15 de setembro de 2020.
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/port/conama/>. Acesso em: 15 de setembro de 2020.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art235>. Acesso em: 15 de setembro de 2020.
DECRETO Nº 12.445, DE 14 DE NOVEMBRO DE 2019. Disponível em: <https://leismunicipais.com.br/a/sc/b/blumenau/decreto/2019/1244/12445/decreto-n-12445-2019-regulamenta-o-processo-de-
licenciamento-ambiental-previsto-na-lei-complementar-n-747-de-23-de-marco-de-2010-e-da-outras-providencias>. Acesso em: 15 de setembro de 2020.
IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente in MMA. Disponível em: <https://www.gov.br/ibama/pt-br>. Acesso em: 15 de setembro de 2020.
ICMBIO - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Disponível em: <https://www.icmbio.gov.br/portal/>. Acesso em: 15 de setembro de 2020.
INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE DE SANTA CATARINA. Disponível em: <https://www.ima.sc.gov.br/>. Acesso em: 15 de setembro de 2020.
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LEI COMPLEMENTAR Nº 747, DE 23 DE MARÇO DE 2010. Disponível em: <https://leismunicipais.com.br/a/sc/b/blumenau/lei-complementar/2010/75/747/lei-complementar-n-747-2010-institui-o-codigo-
do-meio-ambiente-do-municipio-de-blumenau-e-da-outras-providencias?q=747>. Acesso em: 15 de setembro de 2020.
LEI Nº 14.675, DE 13 DE ABRIL DE 2009. Disponível em: <http://leis.alesc.sc.gov.br/html/2009/14675_2009_lei.html>. Acesso em: 15 de setembro de 2020.
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