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PCRN - DIREITO FINANCEIRO

Prof. Paulo Cezar Neves Jr


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DIREITO FINANCEIRO

Prof. Paulo Cezar Neves Junior

- Introdução ao Direito Financeiro;


- Competência legislativa;
- Receitas Públicas;
- Despesas Públicas.
Direito Financeiro:

ATIVIDADE
FINANCEIRA DO
PRINCÍPIOS ESTADO
+ REGRAS (receita, despesa,
orçamento e crédito
públicos)
Competência legislativa:

concorrente entre União, Estados, DF e municípios

União: normas gerais + normas específicas sobre suas atividades

Estados, DF e municípios: normas específicas sobre suas


atividades

Não podem contrariar normas gerais + competência supletiva


Principais normas relacionadas ao Direito Financeiro:

- Constituição Federal de 1988 (arts. 31; 48, II; 49, IX e X; 52, I, II,
V a IX e parágrafo único; 61, § 1.º, II, b; 63, I; 70 a 75; 157 a
169; ADCT arts. 33, 35, 36 e 38);

- Lei Ordinária 4.320/64* (normas gerais de Direito Financeiro);

- Lei Complementar 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal);


Principais normas relacionadas ao Direito Financeiro:

- Lei nº 1.079/50 e Decreto-Lei 201/67 (crimes de


responsabilidade);

- Lei nº 8.429/92 (improbidade administrativa);

- Código Penal (arts. 359-A a 359-H = Crimes contra as Finanças


Públicas).
Princípios do Direito Financeiro:

- Princípio da legalidade;

- Princípio da economicidade;

- Princípio da transparência;

- Princípio da responsabilidade fiscal.


A atividade financeira do Estado:

- pessoas jurídicas de direito público;

- atividade para obter, gerir e aplicar recursos financeiros;

- para atingir seus objetivos (satisfação do interesse público).

OBS.: empresas públicas e sociedades de economia mista (STF)


DIREITO FINANCEIRO

Prof. Paulo Cezar Neves Junior

Receitas Públicas

- Conceito Legal (Lei nº 4.320/64) = todas as entradas de


dinheiro nos cofres públicos
- Conceito doutrinário = dinheiro que entra nos cofres públicos
sem prévia e específica contrapartida no passivo (aumenta
patrimônio público)
Classificações das Receitas Públicas

classificações classificações
doutrinárias legais
classificações doutrinárias

receitas
ordinárias
Quanto à
periodicidade
da receita

receitas
extraordinárias
classificações doutrinárias

receitas próprias
ou originárias
Quanto à
origem da receitas impróprias
receita ou derivadas

receitas transferidas
classificação legal

receitas
correntes
critérios
econômicos
(efeito no
patrimônio
líquido)
receitas de
capital
Receitas correntes:
- receita tributária;
- receita de contribuições;
- receita patrimonial;
- receita agropecuária;
- receita industrial;
- receita de serviços;
- transferências correntes;
- outras receitas correntes.
Receitas de capital:
- operações de crédito;
- alienação de bens;
- amortização de empréstimos;
- transferências de capital;
- outras receitas de capital.
DIREITO FINANCEIRO

Despesas Públicas - conceito e classificações

Despesa Pública é a aplicação de certa quantia em dinheiro,


realizada por uma pessoa jurídica de direito público, mediante
autorização legislativa com objetivo de atender uma necessidade
pública.
classificação legal

despesas
correntes
critérios
econômicos
(efeito no
patrimônio
líquido)
despesas de
capital
classificações doutrinárias

despesas
ordinárias
Quanto à
periodicidade
da despesa

despesas
extraordinárias
Execução da Despesa Pública

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NAD Solicitação da despesa e sua aprovação
pelo órgão competente

Licitação Procedimento licitatório e adjudicação

Contrato Realizada a contratação e a execução


de seu objeto

Empenho Expedida a nota de empenho

Liquidação, ordem de
Pagamento
pagamento e pagamento
DIREITO FINANCEIRO

Despesas Públicas por precatório

Precatório ou ofício precatório, na definição de Regis de


Oliveira, “é a solicitação que o juiz da execução faz ao presidente
do tribunal respectivo para que este requisite verba necessária ao
pagamento de débito de pessoa jurídica de direito público, em
face de decisão judicial transitada em julgado”.
Precatórios

Art. 100 e seus parágrafos da Constituição Federal (modificados


até a EC94/2016)

STF = precatório no caso de obrigação de pagar de ente público


oriunda de título extrajudicial (RE 488.858-AgR; AI 504.771-AgR)
Espécies de débitos da Fazenda Pública

1) Precatórios comuns (art. 100, “caput”, da CF);

2) Precatórios alimentares (art. 100, § 1.º, da CF) - tais como:


salários, vencimentos, benefícios previdenciários e indenizações
por morte ou invalidez;

3) Precatórios alimentares preferenciais (art. 100, § 2.º, da CF) -


titulares 60 anos ou mais OU portadores de doença grave ou com
deficiência (cf. lei).
Limite: até 3X o TRIPLO do fixado para obrigações de pequeno
valor, mas admite fracionamento
Espécies de débitos da Fazenda Pública

4) Obrigações de pequeno valor (art. 100, §§ 3.º e 4.º , da CF);

Cada ente federativo pode fixar seu limite, mas deve partir do
valor do maior benefício do RGPS (enquanto não fixar: estados e
DF - 40 SM; municípios - 30 SM / art. 97, § 12º, ADCT).

Não admite fracionamento, mas pode renunciar o excedente.


Exemplos de limites atuais:
- União = até 60 salários mínimos (60 dias de prazo);
- Estado de SP = 440,214851 Unidades Fiscais do Estado de São
Paulo (1 UFESP = R$ 29,09 = R$12.805,85) - ( 90 dias de prazo).
- Estado do RJ = até 20 salários mínimos ( 60 dias de prazo).
Procedimento dos precatórios

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Verificação do Pagamento
Obrigação Expedição do Presidente do Inclusão no
valor exato da (até final do
definida precatório Tribunal orçamento
obrigação exercício)
Trânsito em julgado Fracionamento de Juiz da execução Confere requisitos Ente público deve Recurso é liberado
da sentença ou parcela expede ofício ao formais, numera-o incluir no orçamento na execução
acórdão que definiu incontroversa é presidente do na ordem seguinte os orçamentária pelo
a obrigação possivel, mas não tribunal cronológica e precatórios Poder Executivo.
altera regime encaminha expedidos até 01/07. Comunicado o
(RE484770) comunicação à presidente do
Fazenda Pública. tribunal, que
encaminha o valor à
disposição do juiz da
(Atividade não
execução.
jurisdicional - SUM
311 DO STJ e STF
ADI1098)
Observações importantes:

- Súmula Vinculante STF 17: não incidem juros de mora entre a


expedição do precatório e seu pagamento dentro do prazo
constitucional.
- Mas haverá juros de mora entre a data dos cálculos e a da
efetiva requisição ou precatório (RE 579431).
- Haverá atualização monetária do valor desde a expedição até o
pagamento (evitar precatórios complementares).
- Pagamento fora de ordem ou não alocação orçamentária do
valor necessário à satisfação do seu débito, a requerimento do
credor, o Presidente do Tribunal autorizará o sequestro da
quantia respectiva.
questões polêmicas dos precatórios

- Incidentes surgidos no curso do precatório = juiz da execução

- Presidente do Tribunal somente tem função administrativa e


fiscalização para efeito de sequestro.

- Se presidente, por ato omissivo ou comissivo, retardar ou


tentar frustrar a liquidação regular de precatórios = crime de
responsabilidade + punição administrativa via CNJ (art. 100, §
7º, CF).
questões polêmicas dos precatórios

- Os privilégios da Fazenda Pública são inextensíveis às


sociedades de economia mista que executam atividades em
regime de concorrência ou que tenham como objetivo
distribuir lucros aos seus acionistas. Portanto, a empresa
Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. (ELETRONORTE) não
pode se beneficiar do sistema de pagamento por precatório de
dívidas decorrentes de decisões judiciais (art. 100 da
Constituição).
[RE 599.628, rel. p/ o ac. min. Joaquim Barbosa, j. 25-5-2011, P,
DJE de 17-10-2011, Tema 253.]
questões polêmicas dos precatórios

Índices de correção monetária e juros moratórios:

- CF/88 - art. 100 - § 12. A partir da promulgação desta Emenda


Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após
sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente
de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração
básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação
da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a
incidência de juros compensatórios. (Incluído pela EC 62/2009)
questões polêmicas dos precatórios

Índices de correção monetária e juros moratórios:

- STF - inconstitucional porque viola o direito fundamental de


propriedade (CF, art. 5º, XXII), na medida em que é
manifestamente incapaz de preservar o valor real do crédito de
que é titular o cidadão.
- A quantificação dos juros moratórios relativos a débitos
fazendários inscritos em precatórios segundo o índice de
remuneração da caderneta de poupança vulnera o princípio
constitucional da isonomia (CF, art. 5º, caput).
questões polêmicas dos precatórios

Índices de correção monetária e juros moratórios:

- Declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução da


expressão "independentemente de sua natureza", contida no
art. 100, § 12, da CF, incluído pela EC 62/2009, para determinar
que, quanto aos precatórios de natureza tributária, sejam
aplicados os mesmos juros de mora incidentes sobre todo e
qualquer crédito tributário.
questões polêmicas dos precatórios

Índices de correção monetária e juros moratórios:

O art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com redação dada pela Lei


11.960/2009, ao reproduzir as regras da EC 62/2009 quanto à
atualização monetária e à fixação de juros moratórios de
créditos inscritos em precatórios, incorre nos mesmos vícios de
juridicidade que inquinam o art. 100, § 12, da CF, razão pela
qual se revela inconstitucional por arrastamento (...).
(ADI 4.425; RE 870.947; Tema 810)
Índices de correção monetária e juros moratórios:

Modulação de efeitos - fixando como marco inicial a data de conclusão do


julgamento da presente questão de ordem (25-3-2015) e mantendo-se
válidos os precatórios expedidos ou pagos até essa data, a saber: (i) fica
mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta
de poupança (TR), nos termos da EC 62/2009, até 25-3-2015, data após a
qual (a) os créditos em precatórios deverão ser corrigidos pelo Índice de
Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) e (b) os precatórios
tributários deverão observar os mesmos critérios pelos quais a Fazenda
Pública corrige seus créditos tributários; e (ii) ficam resguardados os
precatórios expedidos, no âmbito da administração pública federal, com
base nos arts. 27 das Leis 12.919/2013 e 13.080/2015, que fixam o IPCA-E
como índice de correção monetária. (ADI 4.425 QO)
Crédito Público (empréstimos tomados pelo Estado)

É um contrato de direito público (interesse público e normas de


prevalência deste) que tem por objeto a obtenção pelo Estado de
recursos financeiros a serem devolvidos no futuro, em geral com
acréscimo de juros.
As expressões crédito público, empréstimo público e dívida
pública são utilizadas como sinônimas pela maioria dos
autores.
A LRF trata expressamente de detalhes para a contratação das
operações de crédito (arts. 32 e SS.).
Natureza jurídica do crédito público - Divergência - Correntes:

1) Ato unilateral de soberania: resultado do poder de auto-


obrigação do Estado, não suscetível a qualquer controle.
O Estado pode unilateralmente alterar as condições, bem como
repudiá-lo integralmente sem qualquer consequência jurídica.
Posição superada.

2) Resultado de um ato legislativo: lei define todo o empréstimo


público, cabendo ao mutuante e ao próprio Estado apenas
aderirem ao determinado pelo Legislativo. É posição minoritária.
Natureza jurídica do crédito público - Divergência - Correntes:
3) Natureza contratual: maioria dos doutrinadores considera o
crédito público como resultado de um contrato. A rigor, a tese do
ato legislativo também assim o considera, mas lhe dá caráter
estatutário.

Crédito público é um mútuo pelo qual há transferência de


dinheiro de uma pessoa a uma entidade pública, que deverá
restituí-lo acrescido ou não de juros e em determinado prazo.
Discute-se apenas se o contrato é de natureza pública ou privada:

3.1.) contrato de direito privado: as partes estão em condições de


igualdade, sem admissão de alterações unilaterais. Também
superada.

3.2.) Contrato de direito público: é necessária autorização legal,


subordina-se ao regime de direito administrativo e existe controle
pelo Senado. Corrente que prevaleceu.
Classificações do crédito público:

1. Quanto à liberdade de contratar:


a. empréstimos forçados: o prestamista é obrigado a emprestar.
Não existe no direito brasileiro. Exemplos: retenção de depósitos
de dinheiro existentes em instituições bancárias; inflação
sistemática; empréstimo substituindo pagamento de determinado
tributo.
b. empréstimos voluntários: fruto do encontro de vontades entre
estado e prestamista. Exemplos: títulos públicos; contratos de
mútuo.
Classificações do crédito público:

2. quanto à resgatabilidade:

a. empréstimos perpétuos: sem previsão para pagamento do


principal; o Estado pagará apenas os juros por prazo indefinido.
Atualmente esta modalidade está em desuso.

b. empréstimos temporários: com previsão para resgate,


estabelecida em contrato.
Classificações do crédito público:

3. quanto à duração:

a. curto prazo: menor de 12 meses, também chamado de dívida


pública flutuante.

b. longo prazo: maior de 12 meses, também chamado de dívida


pública fundada.
Classificações do crédito público:

4. quanto ao local de origem dos recursos:

a. interno: captado dentro do território nacional

b. externo: captado no exterior


Regime Jurídico do Crédito Público

Tema muito importante porque:

- ligado à soberania do Estado (empréstimos externos);

- repercussões graves nas finanças internas.


Regime Jurídico do Crédito Público - Tratam do tema:

Constituição Federal -

Veda expressamente (art. 167):

III - “realização de operações de créditos que excedam o montante


das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta”;
Constituição Federal - (art. 167):

IV – veda a vinculação de receita, salvo para [...] a prestação de


garantias às operações de crédito por antecipação de receita
[...]”.

Antecipação de receita = empréstimos em que se dá como


garantia de pagamento a futura arrecadação de impostos.
LRF, art. 38: a. os juros destas operações não podem superar a
taxa SELIC.; b. somente podem ocorrer se as anteriores da mesma
natureza estiverem quitadas; c. são proibidas no último ano de
mandato do chefe do executivo, a fim de evitar 'empurrar dívidas'
ao próximo mandato.
Constituição Federal -

incumbiu ao Congresso Nacional a tarefa de legislar sobre


operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado
(art. 48).
Regime Jurídico do Crédito Público - Tratam do tema:
Leis complementares para dispor sobre:

I - finanças públicas (normas gerais de direito financeiro – art. 24);

II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias,


fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;

III - concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública (art. 163).


Regime Jurídico do Crédito Público - Tratam do tema:
Leis ordinárias para dispor sobre:

- políticas de crédito (art. 22, VII);

- leis orçamentárias (plano plurianual, lei de diretrizes


orçamentárias e lei orçamentária anual);

- o montante da dívida mobiliária federal (art. 48, XIV – veja


abaixo que outros limites são definidos por Resolução do
Senado Federal).
Regime Jurídico do Crédito Público - Tratam do tema:
Resoluções do Senado Federal (órgão que controla e limita o
endividamento dos entes federativos, CF, art. 52):

a) autoriza operações externas de natureza financeira, de interesse


da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios;

b) fixa, por proposta do Presidente da República, limites globais


para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
Regime Jurídico do Crédito Público - Tratam do tema:

Resoluções do Senado Federal (órgão que controla e limita o


endividamento dos entes federativos, CF, art. 52):

c) dispõe sobre limites globais e condições para as operações de


crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades
controladas pelo Poder Público federal;

d) dispõe sobre limites e condições para a concessão de garantia


da União em operações de crédito externo e interno;
Regime Jurídico do Crédito Público - Tratam do tema:

Resoluções do Senado Federal (órgão que controla e limita o


endividamento dos entes federativos, CF, art. 52):

e) estabelece limites globais e condições para o montante da


dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
O que ocorre com o descumprimento da vedação créditos que
excedam o montante das despesas de capital ou com a tomada
de empréstimo não autorizada em lei ou em descumprimento a
Resolução do Senado?

Ente público deve devolver o dinheiro recebido (princípio da


vedação do enriquecimento ilícito)
+
apuração de responsabilidades por descumprimento da legislação
de direito financeiro.
Dívida pública e intervenção (federal – art. 34, V, “a” e estadual –
art. 35, I, todos da CF)

A falta de pagamento da dívida pública fundada (aquela com prazo


de resgate superior a 12 meses) pode ensejar a drástica medida da
intervenção.
Há sutil diferença entre as hipóteses de intervenção federal e
estadual:

- intervenção federal (União nos Estados e no Distrito Federal).


Requisitos: suspensão do pagamento da dívida fundada por
mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;

- intervenção estadual (estados nos municípios). Requisitos:


deixar de ser paga a dívida fundada por dois anos
consecutivos, salvo motivo de força maior.
Dívida pública e intervenção (federal – art. 34, V, “a” e estadual –
art. 35, I, todos da CF)

A União não pode intervir em quaisquer Municípios, ressalvados,


unicamente, os Municípios ‘localizados em Território Federal.’ (IF
590-QO)

A decisão de intervenção nestes casos é discricionária ou


vinculada? Discricionária segundo o STF (RDA 40/441).
Extinção do Crédito Público - Formas:
1. resgate = pagamento do principal e dos juros, conforme
contratado.
2. conversão = resgate antes do prazo contratual, com juros
proporcionais. Divergência se pode ou não por ato unilateral do
E.
3. consolidação = postergação do pagamento que, quando
ocorrer, deverá observar juros proporcionais. Divergência se pode
ou não por ato unilateral do E.
4. prescrição = extinção pela inércia do credor em exigir dever de
pagamento desrespeitado, por prazo superior a 5 anos. Trata-se
da regra geral de prescrição contra a Fazenda Pública.
Orçamento Público

É o instrumento jurídico no qual são previstas todas as


despesas, as receitas, os créditos e demais matérias de
interesse financeiro.

Aspectos:

1) político (revela plano governamental);


2) econômico (revela a atualidade econômica do país);
3) técnico (calcula receitas e despesas); e
4) jurídico (atende a comandos constitucionais e legais).
Natureza jurídica (divergência):

Em nosso país, a discussão não tem relevância porque a própria


Constituição Federal define a natureza de lei ao orçamento (art.
165, III, §§ 5.º, 6.º e 8.º).

Lei em caráter formal, mas não possui generalidade e abstração


(logo, não é lei em caráter material).
Procedimento legislativo peculiar (art. 166 e parágrafos da CF)

STF não aceitava o controle abstrato de leis orçamentárias (ADIs


1640, 2057, 2100, 2484), mas passou a aceitá-lo (ADIs 4048 e
4049).
Princípios orçamentários:
1) Princípio da universalidade;
2) Princípio da anualidade ou periodicidade;
3) Princípio da exclusividade;
4) Princípio da unicidade;
5) Princípio da não-afetação;
6) Princípio do equilíbrio orçamentário;
7) Princípio da programação;
8) Princípio da legalidade;
9) Princípio da transparência orçamentária;
10)Princípio da publicidade orçamentária.
Leis Orçamentárias - Plano Plurianual (PPA)

Neste e nos próximos encontros, veremos:

1) Plano Plurianual;
2) Lei de Diretrizes Orçamentárias;
3) Lei Orçamentária Anual; e
4) Processo Legislativo e Orçamento Participativo.
Leis Orçamentárias

Brasil - sempre dupla previsão:


- uma detalhada e pontual para o exercício financeiro (LOA);
- outra para o planejamento de médio prazo (PPA).

LOA sempre deve estar em conformidade com PPA

CF/88 - LDO para fazer a ligação entre LOA e PPA

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