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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DA

COMARCA DE JUJUBA/SE.

PROC. Nº ____________________.

BANCO USURENTO S.A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ sob o nº 12.875.988/0001-40, já qualificado nos autos da ação supra
mencionada que lhe promove HELLO KITTY, vem perante Vossa
Excelência, através de sua procuradora in fine assinada, com escritório
localizado à Rua dos Cisneis, nº 511. Bairro: Filantropia, Cep: 49080-876,
nesta urbe, oferecer sua CONTESTAÇÃO, pelos seguintes motivos de fato
e direito que passa a expor.

I – BREVE SINTESE DA INICIAL.

01. A autora propôs a presente demanda alegando que, devido a


problemas com a empresa em que a sua filha Maria Hello Kitty Fillha era
sócia, em 18/08/2006, essas se dirigiram ao Banco Usurento S.A a fim de
excluir esta filha da conta conjunta que com ela abrira.

02. Aduz na inicial que foi feito um pedido de Aditamento de Contratual


de Abertura de Conta Corrente e Poupança na presença do gerente
daquela agência, para que fosse feita a SUBSTITUIÇÃO, da senhora Maria
Hello Kitty Fillha da conta corrente conjunta de nº 209.776-0.

03. Ainda nos fatos, a autora afirma que mesmo com o pedido de
aditamento contratual, houve o bloqueio judicial de valores em sua conta
corrente, ocorridos em 2009 e 2010, totalizando um montante de R$
64.156,86 (Sessenta e quatro mil, cento e cinqüenta e seis reais e oitenta
centavos).

04. Fundamentando seu direito, a autora afirma que a este caso deve
ser aplicado a teoria do risco, e que verifica-se facilmente a
responsabilidade civil do réu, visto que agiu de forma pouco cuidadosa.
05. Ao final, a autora pede, a título de indenização material, o valor de
R$ 70.000,00 (Setenta mil reais).

II – PRELIMINARMENTE.

06. Inépcia da Inicial.

07. Verifica-se a inépcia da inicial, que deverá ser indeferida, de acordo


com o art. 267, I, do Código de Processo Civil, tendo em vista a ausência
da assinatura da advogada constituída na peça vestibular, malgrado tenha
sido intimada para corrigir o defeito e não o fez.

II- DO MÉRITO.

08. Como anteriormente mencionado, a autora afirma que fez o PEDIDO


de Aditamento Contratual em 2006, e em verdade o fez, como comprova
com documento anexado na exordial. Porém, as titulares da Conta
Corrente Conjunta solicitaram uma substituição de titularidade e não a
simples exclusão da Sr. Maria Hello Kitty Filha da referida conta.

09. Cabe aqui destacar que os pedidos de aditamento são analisados, e,


se em acordo com o regulamento da instituição, são por fim, aceitos.

10. Acontece que na análise do referido pedido, o Gerente de


Operações Contratuais do Banco Usurento S.A, Sr. Ivo Loko, verificou que
a Sra. Ana Kitty, que seria a substituta da Sr. Maria Hello Kitty Filha na
conta corrente conjunta que possuía com a autora, já era titular de uma
Conta Simples nessa mesma instituição, o que segundo a cláusula 3.3 do
Contrato de Conta Corrente Bancária assinado pela autora (como consta
cópia em anexo), é proibido.

11. Assim, o Sr. Ivo expediu comunicação via A.R para a autora, para
dar ciência da impossibilidade do Aditamento Contratual requisitado,
como consta da cópia da comunicação nº349/2006 e do comprovante
recebimento de em anexo.

12. Frise-se que, partindo do precedente de que a autora tinha


conhecimento de que não poderia colocar uma titular de Conta Simples do
Banco Usurento como co-correntista em sua Conta Conjunta, devido à
proibição expressa presente no contrato que a mesma assinou, ainda
assim o réu expediu comunicação para informá-la da não possibilidade do
Aditamento Contratual proposto, comprovando assim a ausência de
negligência ou “falta de cuidado”, como afirmado na inicial e apontado
pela autora como o fator comprobatório da responsabilidade civil
imputada ao réu.

13. Saliente-se que o fato ora narrado ocorreu em 2006, sem que
houvesse nenhuma manifestação por parte da autora nos 3 (três) anos
seguintes, causando assim o bloqueio judicial de valores depositados na
Conta Corrente conjunta em 2009 e 2010, o que demonstra claramente a
falta de interesse em corrigir a irregularidade para que houvesse a
mudança de titularidade solicitada.

14. Em sede de dano material, a autora afirma que existe a


responsabilidade civil, alegando que atualmente está sendo aplicada às
instituições financeiras a Teoria da Responsabilidade Objetiva, segundo a
qual o dever de indenizar independe de culpa, bastando apenas o nexo
causal entre o fato e o dano.
15. No entanto, a teoria do risco objetivo não autoriza o reconhecimento
inexorável da responsabilidade civil do réu, admitindo formas de exclusão.
Dentre elas, podemos destacar a culpa exclusiva da vítima, que rompe o
nexo de causalidade e afasta o dever de indenizar.

16. É inequívoco o fato de quem causou o dano foi a autora, pela


ausência de interesse em proteger os valores de sua conta corrente
conjunta de uma provável execução. O que torna claro a impossibilidade
de imputar ao réu a responsabilidade pelo mero cumprimento de decisão
judicial, considerando que não resta demonstrado a ocorrência de
nenhuma irregularidade no cumprimento da referida determinação
judicial.

17. Neste sentido, podemos citar a seguinte orientação jurisprudencial:

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - Erro judiciário - Bloqueio judicial de


ativos financeiros - DEVER DE INDENIZAÇÃO – INEXISTÊNCIA - O bloqueio da
conta corrente ocorreu por culpa exclusiva da vitima, que informou erroneamente ao
processo seu CPF como executado na ação de cobrança que tramitou perante o
Juizado Especial de Pequenas Causas, no Foro Regional da Vila Prudente -Ação
julgada improcedente em primeiro grau -Recurso desprovido.(Apelação Cível nº
990.10.255816-9. 12ª Camara de Direito Publico do Tribunal de Justiça de São
Paulo. Rel Wanderley José Frederighi).

18. Assim, inviável é a concessão de tutela antecipada no caso em


questão, visto que não encontram-se presentes a verossimilhança das
alegações e o fumus boni iuris, como amplamente discutido e comprovado
nesta peça contestatória.

19. Por fim, não tem amparo legal a pretensão material postulada pela autora
quando da formulação da presente ação.

III – CONCLUSÃO:

20. Ante o exposto, requer:


21. Que seja acolhida a preliminar de inépcia da inicial.

22. A TOTAL IMPROCEDÊNCIA do pedido inicial formulado pela autora


inclusive do pedido de antecipação de tutela.

23. Protesta provar o alegado por todo meio de prova admitidos em lei,
principalmente juntada de novos documentos e prova testemunhal.

Termos em que,

Pede Deferimento.

Flores Belas, 25 de fevereiro de 2011.

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Karine Lessa Dantas.

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