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FRONTEIRAS DO DESENVOLVIMENTO 1
O autor agradece o su-
porte da equipe editorial,
o trabalho dos revisores
e, em especial, a tradu-
ção do original em inglês
pela Dra. Thais Tartalha.
AMAZÔNIA BRASILEIRA E BOLIVIANA1 Também reconhece, com
muita gratidão, o auxílio
financeiro por parte do
fundo de pesquisa britâ-
nico Ecosystem Services
ANTÔNIO A R IORIS for Poverty Alleviation
(ESPA) e a parceria dos
colegas, colaboradores
e auxiliares de pesquisa
brasileiros, bolivianos e
R E S U M O Este artigo examina como interações socioambientais contemporâneas britânicos. Obrigado fi-
nalmente a Jenny Johns-
na região amazônica carregam ainda marcas de antigas e novas formas de injustiça ton (University of Aber-
e desigualdade. O bioma amazônico abriga desigualdades e assimetrias que vão da deen) pela preparação do
mapa.
escala local à regional, chegando à internacional. Nesse contexto, riqueza e pobreza
emergem a partir da apropriação e da transformação de ecossistemas florestais. A
pobreza é uma condição de necessidades não satisfeitas, tanto materiais, quanto
sociopolíticas, causada pela combinação de mecanismos de exploração, alienação
e exclusão. Igualmente, ela é produto de modelos hegemônicos de desenvolvimento
e manejo ambiental que reforçam, sistematicamente, o controle social e a exclusão
política. Instrumentos governamentais e investimentos em infraestrutura atraíram
diferentes contingentes de pessoas rumo à Amazônia, dos quais, a maioria não teve
acesso aos benefícios do processo de desenvolvimento. Este artigo recorta duas áreas
geográficas no Brasil e na Bolívia e os resultados empíricos demonstram que as
políticas de desenvolvimento e a perpetuação da pobreza na região amazônica não
acontecem ao redor ou fora da floresta, mas sim dentro e ao longo dela. As principais
conclusões da pesquisa são de que o desenvolvimentismo é baseado em estratégias
anti-ecológicas; que a pobreza é o resultado de políticas dominantes exercidas
contra o socioambiente, junto ao fracasso sistemático de programas voltados à
redução da pobreza; e finalmente, que a interação profunda com os ecossistemas
florestais é central para a geração de conhecimento e resistência política.
P A L A V R A S - C H A V E Conflitos Socioambientais, Redução de Pobreza,
Economia Política, Ecologia Política, Recursos Naturais, Ecossistemas, Brasil,
Bolívia.
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poverty and affluence come about through the appropriation and transformation
of forest ecosystems. Poverty is a condition of unfulfilled needs, both material
and socio-political, caused by combined mechanisms of exploitation, alienation
and exclusion. It is a direct product of the prevailing models of development and
environmental management that systematically reinforce hardship and destitution.
Governmental instruments and infrastructure investment have attracted different
contingents of people to the Amazon, most of whom have benefitted only minimally
from the development process. This article focuses on two geographical areas in
Bolivia and Brazil, and the empirical results demonstrate that the politics of
development and the perpetuation of poverty in the Amazon region happen not
around or outside the forest, but with and through the forest. The main conclusions
of the research are that development is based on anti-commons strategies, that
poverty is the outcome of political hegemonies exercised over socionature and the
systematic failure of poverty alleviation schemes, and that close interaction with
forest ecosystems is central to the generation of knowledge and political resistance.
K E Y W O R D S Socioenvironmental Conflicts, Poverty Alleviation, Political
Economy, Political Ecology, Natural Resources, Ecosystems, Brazil, Bolivia.
INTRODUÇÃO
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A gente é pobre por ser, mas a gente tem as coisas que a gente
precisa (Manoel Moreira, Pará).
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cortar uma área, mas não das grandes, se for comparar o que
nós fazemos e o que eles já tiraram. Além disso eu me chateio
com o que aconteceu para cima no rio. Esse madeireiro que
corta tanta madeira. Nós vemos os barcos passando (Vivaldo
Francisco Pinto, Pará).
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ANTONIO AUGUSTO ROSSOTTO IORIS – Professor da Universidade de Edinburgh
School of GeoSciences. <a.ioris@ed.ac.uk>
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