Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SMA 88 Calculo2Vetorial
SMA 88 Calculo2Vetorial
CÁLCULO VETORIAL
1 Cálculo Vetorial 2
1.1 Integrais de Linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Campos Conservativos e Integrais de Linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.3 Teorema de Green . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.4 Integrais de Superfı́cie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
1.5 Divergente - Rotacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
1.6 Teoremas: Gauss - Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
1
Capı́tulo 1
Cálculo Vetorial
pp
p R
γ - 6
Aq f
q Pi−1 j
q Pi q
q
B
ppp q q q ppp -
Ω pp
p
a b
2
Definição 1. A integral curvilı́nea de f sobre γ de A até B é definida (e denotada)
por: Z X
f (x, y)ds = lim f (ui , vi )∆Si ;
γ k∆k→0
i
Obs: A integral anterior é também conhecida como integral de linha relativa ao com-
primento de arco.
Uma condição suficiente para garantir a existência da integral em questão é dada a seguir.
Z Z b p
f (x, y)ds = f (g(t), h(t)) · [g 0 (t)]2 + [h0 (t)]2 dt
γ a
A prova deste teorema é bastante técnica. O leitor interessado poderá consultar, por
exemplo: ADVANCED CALCULUS - BUCK.
Observação: Se usarmos a notação vetorial para γ e colocarmos γ(t) = g(t)~i + h(t)~j , temos:
Z Z b
f (x, y)ds = f (γ(t)) · kγ 0 (t)kdt .
γ a
Interpretação Geométrica
3
6
z
z = f (x, y)
º
r r r
A Pi−1 r
¤º Pi r
¤ q
¼x (ui , vi ) B y
Interpretação Fı́sica:
Encarando a curva γ como um fio delgado e f (x, y) = densidade em (x, y), temos:
Assim, Z
M= f (x, y)ds .
γ
Exercı́cios resolvidos
Z
1. Calcular f (x, y)ds onde f (x, y) = x3 + y e γ(t) = (3t, t3 ), t ∈ [0, 1].
γ
Resolução:
Z Z 1 √ y6
f (x, y)ds = (27t3 + t3 ) · 9 + 9t4 dt =
γ 0
Z 1 √ 1 r
= 84t3 1 + t4 dt = ...
0 *
√ r -
= 14(2 2 − 1). 3 x
4
2. Calcular a área da região representada abaixo.
z
6
z = x2 + 2y 2
i x2 + y 2 = 1
2
µ
-
1 1 y
1
ªx
Resolução: Consideremos γ : [0, π2 ] → R2 definida por γ(t) = (cos t, sen t). Então a área
A da superfı́cie será dada por:
Z
A = f (x, y)ds =
γ
Z π/2 √
= (cos2 t + 2sen2 t) · cos2 t + sen2 t dt =
0
Z π/2 Z π/2
2 1 3π
= (1 + sen t)dt = 1 + (1 − cos 2t)dt = ... =
0 0 2 4
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Analogamente, Z X
f (x, y)dy = lim f (ui , vi )∆yi
γ k∆k→0
i
5
Observação:
Tudo o que foi feito até aqui é generalizável de maneira análoga para três ou mais variáveis.
Exercı́cio proposto
Z Z
2
Calcular x y dx e x2 y dy quando:
γ γ
b) γ é a parábola y = x2 , 0 ≤ x ≤ 1 .
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Intrepretação Fı́sica
6
Se F~ não é constante ou γ não é uma reta, particionamos γ num número finito de
arcos.
Se k∆k é pequena, o trabalho realizado por F~ ao longo do arco Pi−1 Pi pode ser aproxi-
mado por
∆Wi = F~ (Pi−1 ) q (∆xi ~i + ∆yi ~j + ∆zi ~k) = f1 (Pi−1 )∆xi + f2 (Pi−1 )∆yi + f3 (Pi−1 )∆zi
r
A
r Pi−1
¢
¢
¢
¢ Wq Pi
¢®
F~ (Pi−1 ) r
B
Z
W = f1 (x, y, z)dx + f2 (x, y, z)dy + f3 (x, y, z)dz
γ
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
A integral anterior pode ser expressa em forma vetorial. É o que faremos a seguir.
Sejam γ : [a, b] → Ω ⊂ R3 , γ(t) = (g(t), h(t), k(t)) [ ou na notação vetorial ~r(t) =
g(t)~i + h(t)~j + k(t)~k ] uma curva suave e F~ (x, y, z) = f1 (x, y, z)~i + f2 (x, y, z)~j + f3 (x, y, z)~k
um campo contı́nuo sobre Ω .
Então:
Z
f1 (x, y, z)dx + f2 (x, y, z)dy + f3 (x, y, z)dz =
γ
Z b
= [f1 (g(t), h(t), k(t)) q g 0 (t) + f2 (g(t), h(t), k(t)) q h0 (t) + f3 (g(t), h(t), k(t)) q k 0 (t)]dt =
a
Z b Z
Notação
= F~ (γ(t)) q γ 0 (t)dt === F~ q d~r , a qual será chamada de integral de linha do
a γ
campo F~ sobre γ .
7
0
BM ~
r (t)
B
B
r B
B z BP r γ(t)
6 ± PPP
PP
M qF (γ(t))
PP
~r(t)
r
¼ q
x y
Vejamos agora uma relação entre a integral de linha de um campo vetorial e a integral de
linha com relação ao comprimento de arco.
Denotemos por T~ (P ) o vetor unitário tangente a γ em P .
Z Z b Z b· ¸
~ ~ 0 γ 0 (t)
F q d~r = F (γ(t)) q γ (t)dt = F (γ(t)) q q kγ 0 (t)kdt =
kγ 0 (t)k
γ a a
Z b Z b Z
~ ~ Teorema 2 ~ ~ Notação
= 0
[F (γ(t)) q T (γ(t))] kγ (t)kdt ==== F (γ(t)) q T (γ(t))ds === F~ q T~ ds
a a γ
P = γ(t)
¸
z
6
j
T~ (P )
~r(t) = γ(t)
¡
¡
¡ q
¡
¡
ª y
x
Resumindo:
Z Z b Z
W = F~ q d~r = F~ (γ(t)) q γ 0 (t)dt = F~ q T~ ds
γ a γ
Exercı́cios resolvidos
Z
1. Calcular F~ q d~r onde F~ (x, y) = x~i + y~j e γ(t) = (cos t, sen t), t ∈ [0, π].
γ
8
Resolução: Observe que deveremos ter a integral igual a zero, uma vez que o desloca-
mento se processa perpendicularmente ao campo.
y
6
K ¸
Y *
O -
B A x
De fato:
Z Z π Z π
F~ q d~r = (cos t ~i + sen t ~j) q (−sen t ~i + cos t ~j)dt = 0 dt = 0 .
γ 0 0
y
6
r r
@ ¡
@ ¡
R@ ¡
µ
@ ¡
@r¡ -
x
Resolução:
Z Z 1 Z 0 Z 1
W = ~
F q d~r = F~ (γ(t)) q γ 0 (t)dt = F~ (γ(t)) q γ 0 (t)dt + F~ (γ(t)) q γ 0 (t)dt =
γ −1 −1 0
Z 0 Z 1 Z 0 Z 1
= (t, |t|) q (1, −1)dt + (t, |t|) q (1, 1)dt = 2t dt + 2t dt = −1 + 1 = 0
−1 0 −1 0
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Z
Uma pergunta que se coloca aqui: A integral F~ q d~r depende da parametrização de γ ?
γ
Veremos a seguir que só depende do sentido de percurso.
Teorema 3. Sejam γ : [a, b] → R3 uma curva suave e h : [c, d] → [a, b] uma mudança de
parâmetros (isto é h0 > 0 ou h0 < 0). Seja ainda λ = γ0 h uma reparametrização de γ .
Então: Z Z
F~ q d~r = F~ q d~r se h0 (τ ) > 0
γ λ
9
ou Z Z
F~ q d~r = F~ q d~r se h0 (τ ) < 0
γ λ
Prova:
q
j-
λ=γ◦h γ z6
c τ d a 3 t b ¼ j
x y
h
Exercı́cios resolvidos
Z
1. Calcular F~ q d~r onde F~ (x, y) = (x2 y , xy) quando:
γ
(b) γ2 é a parábola y = x2 , 0 ≤ x ≤ 1.
Resolução:
10
(a) uma parametrização da curva pode ser γ1 (t) = (t, t), 0 ≤ t ≤ 1.
y6 q(1,1)
¡
¡
¡
¡γ
¡
µ
¡ 1
¡
¡ -
x
Assim, Z Z Z
1 1
1
F~ q d~r = 3 3
(t , t ) q (1, 1)dt = 2t3 dt = ... =
γ1 0 0 2
y q(1,1)
6
µ γ2
-
x
Assim, Z Z Z
1 1
8
F~ q d~r = 4 4
(t , t ) q (1, 2t)dt = t4 + 2t5 dt = ... =
γ2 0 0 15
(c) uma parametrização da curva pode ser γ3 (t) = (1 − t , 1 − t), 0 ≤ t ≤ 1.
y6 q(1,1)
¡
¡¡
ª
¡γ
¡ 3
¡
¡
¡ -
x
Assim,
Z Z 1 Z 1
1
F~ q d~r = 3
((1 − t) , (1 − t) ) q (−1, −1)dt = 3
−2(1 − t)3 dt = · · · = −
γ3 0 0 2
Observemos neste exercı́cio que podemos obter dois valores diferentes para a integral de
linha ao longo de duas curvas ligando (0, 0) a (1, 1).
11
2. Calcular a área da região R representada a seguir:
6z z = x2
º
q
q
) qR z
(0,2,0)
x (1,1,0) y
Resolução:
Z
3. Calcule 2xdx + dy + dz, onde γ é a intersecção do cilindro y = x2 com o
γ
parabolóide z = 2 − x2 − y 2 , contida no octante x, y, z ≥ 0. O caminho é percor-
rido de (1, 1, 0) a (0, 0, 2).
Resolução: Uma visualização da curva:
z
6
2
1y=x
(0, 0, 2)q
γ
¼ 6
z = 2−x2 −y 2
-
y
q
(1, 1, 0)
+x
Temos
Z Z 1
2xdx + dy + dz = [−2(1 − t) − 2(1 − t) + 2(1 − t) + 4(1 − t)3 ]dt =
γ 0
Z 1 ¯1
3 2 4 ¯
¯
= [2(t − 1) + 4(1 − t) ]dt = [(t − 1) − (1 − t) ] ¯ = 0
0 0
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
12
Exercı́cios propostos
Z
1. Calcular x2 y dx + xy 2 dy, onde γ é a curva indicada a seguir.
γ
y6
q (2, 1)
6
q - -
(2, 0) x
z
6
1 y
- R
z x2 + y 2 = 4, z = 0
q x
j z = xy
Z
4. Calcule F~ q d~r onde F~ (x, y) = (2x + y 3 )~i + 3xy 2~j e γ é a curva indicada na figura a
γ
seguir
y
6
3
6
2
?
1
- -
1 5 x
2
13
1.2 Campos Conservativos e Integrais de Linha
Proposição 4. Sejam Ω ⊂ Rn um aberto e f : Ω → R de classe C 1 . Seja γ : [a, b] → Ω ⊂ Rn
dada porZ γ(t) = (γ1 (t), . . . , γn (t)) uma curva suave por partes tal que γ(a) = A e γ(b) = B.
Então, ∇f q d~r = f (B) − f (A).
γ
Prova:
(i) Se γ é suave:
Z Z b
q
∇f d~r =
p ∇f (γ(t)) p γ 0 (t)dt B
γ a
¸γ
Pela regra da cadeia
d ∂f ∂f
f (γ(t)) = ∂x1
(γ(t)) . γ 01 (t) + ··· + ∂xn
(γ(t)) . γ 0n
dt
q
= ∇f (γ(t)) p γ 0 (t). A
γ = γ1 ∪ · · · ∪ γm , onde γi é suave, i = 1, . . . , m Aq 1 qB
γ1 µ γ3
R γ2
Z m Z
X
µ
q q
∇f p d~r = ∇f p d~r A A2
γ
Á γi
i=1 Á Á Á
= f (A1 ) −f (A)+ f (A2 ) −f (A1 ) + · · · +f (B)−f (Am−1 ) = f (B)−f (A).
Corolário 6. Se F~ = ∇f onde n 1 n
Z f : Ω ⊂ R → R com f ∈ C e γ : [a, b] → Ω ⊂ R é suave
por partes e fechada, então F~ q d~r = 0.
γ
14
Exercı́cios resolvidos
Z
1. Calcular x dx + y dy em cada um dos casos abaixo:
γ
Resolução:
Z Z
x dx + y dy = (x, y) p d~r. y
6 r(1, 1)
γ γ
1¡ 2 ¢
Seja f (x, y) = x + y2 . µ
2 6
Então ∇f (x, y) = (x, y). µ
Z Z r - -
x
Logo, x dx + y dy = ∇f p d~r.
γ γ
Resolução:
Z Z
y dx + x dy = (y, x) q d~r.
γ γ
Seja g(x, y) = xy. Então ∇g(x, y) = (y, x).
Logo,
Z
y dx + x dy = g(2, 3) − g(0, 1) = 6 .
γ
Observação: A Proposição anterior afirma que, sob certas condições, a integral de linha
independe do caminho de integração, mas somente dos pontos extremos. Conforme já visto
anteriormente, nem todas as integrais de linha tem esta propriedade. Veremos uma recı́proca
da Proposição anterior.
15
Definição 7. Ω ⊂ Rn é dito conexo se quaisquer dois pontos em Ω podem ser ligados por
uma curva suave por partes, inteiramente contida em Ω . Uma região é um conjunto aberto
e conexo.
Exemplos:
Ω1 = {(x, y) ∈ R2 ; x > 1}
Ω2 = {(x, y) ∈ R2 ; |x| > 1}
é de classe C 1 e satisfaz ∇f = F~ em Ω .
Prova:
Para simplificar a notação vamos fazer a prova para n = 2.
Inicialmente observemos que em virtude da independência de caminho a fórmula para
f (x, y) fornece uma função sem ambigüidade. µ ¶
∂f ∂f
Precisamos mostrar que ∇f (x, y) = F~ (x, y), ou seja (x, y) , (x, y) =
∂x ∂y
(F1 (x, y) , F2 (x, y)).
Escolhemos curva suave por partes ligando A a (x, y) contida em Ω (que existe pois Ω é
conexo) e a estendemos horizontalmente até o ponto (x + t , y), |t| < δ (isto é possı́vel pois
Ω é aberto).
(x,r y) r
- (x + t, y)
r
A
16
Z (x+t , y) Z (x,y)
f (x + t , y) − f (x, y) = F~ q d~r − F~ q d~r =
A A
Z (x+t , y) Z t Z t
= F~ q d~r = F~ (x + τ , y) q (1, 0)dτ = F1 (x + τ , y)dτ
(x,y) 0 0
Assim:
Z t
∂f f (x + t , y) − f (x, y) 1
(x, y) = lim = lim · F1 (x + τ , y)dτ =
∂x t→0 t t→0 t 0
µZ t ¶Á
d
= F1 (x + τ , y)dτ = F1 (x, y)
dt 0 t=0
onde usamos nas igualdades anteriores a definição de derivada de função de uma variável e o
Teorema Fundamental do Cálculo.
∂f
Analogamente (x, y) = F2 (x, y).
∂y
Logo ∇f (x, y) = (F1 (x, y) , F2 (x, y)) = F~ (x, y).
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Definição 9. Um campo vetorial F~ para o qual existe uma função real f tal que F~ = ∇f
é chamado um campo gradiente ou conservativo. A função −f é chamada o potencial
de F~ .
A motivação para chamarmos um campo gradiente por conservativo será colocada a seguir.
17
Z b
W = Trabalho = F~ (γ(t)) p γ 0 (t)dt .
a
ou seja,
K(b) − f (B) = K(a) − f (A) .
Exercı́cio
K
Encontrar o trabalho realizado pelo campo F~ (x, y, z) = (x~i + y~j + z~k) ao
x2 + y 2 + z 2
longo da curva γ : [0, 2π] → R3 , dada por γ(t) = (cos t , sen t , t)
18
Resolução:
Ky
fy (x, y, z) = (2)
x2 + y2 + z2 Y
Kz
fz (x, y, z) = (3)
x2 + y2 + z2 r :
6
ª j
x y
A = (1, 0, 0)
Assim,
Ky
fy (x, y, z) = + φy (y, z) .
x2 + y2 + z2
Comparando com (2) temos φy (y, z) = 0 e assim φ = φ(z), isto é φ não depende de y .
Logo (4) pode ser escrita como
K
f (x, y, z) = ln(x2 + y 2 + z 2 ) + φ(z)
2
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
19
Teorema 10. Seja F~ (x, y) = A(x, y)~i + B(x, y)~j , onde A(x, y) e B(x, y) são de classe C 1
num retângulo < = [a, b] × [c, d].
Prova:
(⇐)
∂f ∂f
Se ∇f = F~ então A = e B= . Logo
∂x ∂y
∂A ∂ 2f Teo. Schwarz ∂ 2f ∂B
= ======= =
∂y ∂y ∂x ∂x ∂y ∂x
(⇒)
= A(x, y).
Observação:
O teorema anterior continua válido se ao invés do retângulo < considerarmos uma região
Ω simplesmente conexa, isto é, Ω não apresenta “buracos”. [Mais precisamente, uma
20
região Ω ⊂ Rn é dita simplesmente conexa se toda curva fechada contida em Ω puder ser
deformada continuamente dentro de Ω até reduzir-se a um ponto.] No entanto, o teorema
não é válido para regiões quaisquer, conforme mostra o exemplo a seguir.
não
simplesmente simplesmente
conexa conexa
Exemplo:
y
Seja γ(t) = (cos t , sen t) , t ∈ [0, 2π]. 6
γ
}
−y ~ x ~
F~ (x, y) = i+ 2 j ; (x, y) D = R2 − {0} a -
x2 +y 2 x +y 2
x
−y y 2 − x2
A(x, y) = ⇒ Ay (x, y) =
x2 + y 2 (x2 + y 2 )2
x y 2 − x2
B(x, y) = ⇒ B x (x, y) =
x2 + y 2 (x2 + y 2 )2
Z Z
Se existir f tal que ∇f = F~ em D , então F~ q d~r = ∇f q d~r = 0.
γ γ
Mas, calculando pela definição,
Z Z 2π
F~ q d~r = dt = 2π 6= 0 .
γ 0
21
Teorema 11. Seja F~ (x, y, z) = A(x, y, z)~i + B(x, y, z)~j + C(x, y, z)~k onde A , B e C são
de classe C 1 no paralelepı́pedo < = [a, b] × [c, d] × [e, f ].
Ay = Bx , Az = Cx e Bz = Cy em <
z
6
r
¡
r¡
¡
ª
¡ 6 z
¡
q y
ª
¡
x
Exercı́cios resolvidos
Resolução:
22
6y
(0, 1)
1o
¯ Método: I
Pela definição: -
Z Z π/2 (1, 0) x
¡ 2 ¢
~
F p d~r = sen t , 2 cos t sen t − csen t p (−sen t , cos t)dt = . . .
γ 0
2o
¯ Método:
F~ é do tipo gradiente ?
Ay = 2y = Bx em qualquer retângulo.
Portanto é gradiente.
fx (x, y) = y 2 (1)
fy (x, y) = 2xy − ey (2)
Logo f (x, y) = xy 2 + φ(y)
(2)
fy (x, y) = 2xy + φ 0 (y) === 2xy − ey
∴ φ 0 (y) = −ey ⇒ φ(y) = −ey
∴ f (x, y) = xy 2 − ey
Logo, Z
F~ q d~r = f (0, 1) − f (1, 0) = 1 − e
γ
3o
¯ Método:
Sabemos que F~ é do tipo gradiente em R2 . Logo, a integral não depende da curva.
Vamos calcular sobre o segmento de (1,0) até (0,1).
Assim:
Z Z Z 1 Z 1 £ ¤
~ ~ 2 t
F q d~r = F q d~r = (t , 2t(1−t)−e ) q (−1, 1)dt = −t2 +2t(1−t)−et dt = 1−e
γ Γ 0 0
23
Z
2. Calcular (y + sen x)dx + (x + ey )dy onde γ é uma curva suave por partes, de (0, 1)
γ
a (π, 0).
Resolução:
y6
∂A ∂B 2
= em R
∂y ∂x
Portanto vale a condição do Teorema 10
1
-
em qualquer retângulo < .
-
π x
Z x Z y
f (x, y) = sen t dt + (x + et )dt = xy + ey − cos x
0 0
Logo,
Z Z
y
(y + sen x)dx + (x + e )dy = ∇f q d~r = f (π, 0) − f (0, 1) = 3 − e
Γ Γ
3. Considere F~ (x, y, z) = y 2~i + (2xy + e3z )~j + 3y e3z ~k. Encontre uma função f tal que
∇f = F~ .
Resolução:
fx (x, y, z) = y 2 (1)
fy (x, y, z) = 2xy + e3z (2)
fz (x, y, z) = 3y e3z (3)
24
Logo φ(y, z) = y e3z + h(z) .
Reescrevendo (4):
f (x, y, z) = xy 2 + y e3z + h(j).
Resolução:
c
F~ (x, y, z) = (x, y, z)
(x2 + + z 2 )3/2
y2
z6 P1
r
:
d1
r
P2
d2
z
y
¼
x
Notemos que
|c|
kF (x, y, z)k = , ou seja, F~ é do tipo quadrado inverso.
x2 + y 2 + z 2
−c
Observemos então que F~ (x, y, z) = ∇f (x, y, z) onde f (x, y, z) = .
[x2 + y 2 + z 2 ]1/2
Assim:
−c c c(d2 − d1 )
W = f (P2 ) − f (P1 ) = 2
+ = .
d d1 d1 d2
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
25
Exercı́cios propostos
I
−y x
1. Calcular dx + 2 dy , onde γ é a fronteira do disco unitário, centro em
γ x2+y 2 x + y2
(2, 0).
Z
2. Calcular (3x2 y − sen x)dx + x3 dy onde γ é a curva
γ
26
6 6 6
- - -
Teorema 13 (de Green). Seja D região plana limitada, que é reunião finita de regiões
simples, cada uma com fronteira constituı́da de uma curva suave por partes. Se A(x, y) e
B(x, y) são de classe C 1 num aberto contendo D e a sua fronteira γ , então:
Z ZZ · ¸
∂B ∂A
A(x, y)dx + B(x, y)dy = (x, y) − (x, y) dx dy
γ D ∂x ∂y
De maneira abreviada:
Z ZZ µ ¶
∂B ∂A
A dx + B dy = − dx dy
γ D ∂x ∂y
° *γ
D
*γ * γ
Prova:
1o. Caso:
Suponhamos D-região simples (com o aspecto abaixo, por exemplo)
27
6y
x = h1 (y)
b µ
® x = h2 (y)
O
D 6
a -
-
x
ZZ Z b Z h2 (y)
∂B ∂B
(x, y)dx dy = dy (x, y)dx =
D ∂x a h1 (y) ∂x
Z b
= [B(h2 (y), y) − B(h1 (y), y)] dy =
a
Z b Z a Z
= B(h2 (y), y)dy + B(h1 (y), y)dy = B(x, y)dy
a b γ
A última igualdade ocorre, uma vez que a parte paralela ao eixo x em nada contribui com
a integral.
Analogamente, Z ZZ
∂A
A(x, y)dx = −
(x, y)dx dy
γ D ∂y
A soma destas igualdades fornece a prova deste primeiro caso.
2o. Caso:
Suponhamos D = D1 ∪ · · · ∪ Dn reunião finita de regiões simples, cada uma com uma
fronteira constituı́da de uma curva suave por partes γi , i = 1, . . . , n .
Temos já provado:
Z ZZ µ ¶
∂B ∂A
Adx + Bdy = − dx dy
γi Di ∂x ∂y
A soma das integrais sobre Di é uma integral sobre D . Logo,
ZZ µ ¶ X n Z
∂B ∂A
− dx dy = Adx + Bdy (*)
D ∂x ∂y i=1 γi
28
y
6
ª 6
? @ D
¶³
- @
@
R
¾ @
I
µ´
Y Yj @
@
6? :
-
x
Estas partes serão percorridas duas vezes, uma em cada sentido, em nada contribuindo
com o membro direito de (∗).
Logo, ZZ µ ¶ Z
∂B ∂A
− dx dy = Adx + Bdy
D ∂x ∂y γ
ou ainda:
Z
1
Área de D = − y dx + x dy .
2 γ
Exercı́cios resolvidos
I
1. Use o Teorema de Green para calcular (1 + 10xy + y 2 )dx + (6xy + 5x2 )dy, onde Γ é
Γ
o quadrado de vértices (0, 0), (a, 0), (0, a) e (a, a).
29
Resolução:
I ZZ
2 2
(1 + 10xy + y )dx + (6xy + 5x )dy = [(6y + 10x) − (10x + 2y)] dx dy =
Γ R
ZZ
= 4y dx dy =
R
Z a Z a
= dy 4y dx = · · · = 2a3 .
0 0
y
6
? R 6
- -
x
Z
2. Calcular x2 y dx + y 3 dy, onde Γ é a curva indicada na figura.
Γ
y6
y=x
1 y 3 = x2
ª
µ
-
1 x
Resolução:
30
x2 y 2
3. Calcular a área limitada pela elı́pse + 2 = 1.
a2 b
6y
rb
ra -
x
1
Γ
Resolução:
4. D = {(x, y) ∈ R2 / x2 + y 2 ≤ 1}
Prove que ZZ µ ¶
∂B ∂A
− dx dy = 0 .
D ∂x ∂y
Resolução:
y
6
Seja γ(t) = (cos t , sen t), t ∈ [0, 2π]
D
Pelo Teorema de Green, -
x
ZZ µ ¶ Z 7γ
∂B ∂A
− dx dy = A(1)dx + B(1)dy
D ∂x ∂y γ
Considerando agora A(x, y) = A(1) e B(x, y) = B(1), (x, y) ∈ D (isto é, estendemos A
e B como constantes em D ) e aplicando novamente o Teorema de Green obtemos
Z ZZ µ ¶ ZZ
∂B ∂A
A(1)dx + B(1)dy = − dx dy = 0 dx dy = 0
γ D ∂x ∂y D
31
Assim: ZZ µ ¶
∂B ∂A
− dx dy = 0
D ∂x ∂y
γ2 ªÂ¿
γ1 S
6
ÁÀ
Prove que: Z Z
F~ q d~r = F~ q d~r
γ1 γ2
Resolução:
−y ~ x
6. Considere F~ (x, y) = ·i+ 2 · ~j , (x, y) 6= (0, 0) e Γ(t) = (2 cos t , 3 sen t),
x2 +y 2 x + y2
t ∈ [0, 2π].
Z
Calcular F~ q d~r .
Γ
y
6
3
2 -
x
ºΓ
Resolução:
32
Torna-se difı́cil calcular diretamente.
º·
I1 2 -
Γ1
¹¸ x
ºΓ
Exercı́cios propostos
Z
1. Calcular (x2 + y)dx = (2x + 2y)dy, onde Γ é a curva indicada na figura.
γ
6
y
1 ¾
?
6
R 1 6
2
−1 1 -
x
?
-
−1
Z
2. Use o Teorema de Green para calcular a integral F~ q d~r , onde:
Γ
33
1.4 Integrais de Superfı́cie
Consideremos o problema de definir área de uma superfı́cie S : z = f (x, y) sobre Ω ⊂ R2 .
* S
z 6
z
¼
y
x
z Ω
x y
y + ∆y
x + ∆x z
¼ R y
x
34
√
Logo, área de S = A2 + B 2 + 1 ∆x ∆y .
z
6
z
y
¼ Rij
x
Aproximamos a área de S sobre o retângulo Rij pela área do plano tangente a S pelo
ponto (xi , yj , f (xi , yj )).
A equação do plano tangente é:
∂f ∂f
(x − xi ) (xi , yj ) + (y − yj ) (xi , yj ) − (z − f (xi , yj )) = 0
∂x ∂y
ou
∂f ∂f
z= (xi , yj )x + (xi , yj )y + Cij
∂x ∂y
35
r
r
Rij
z
(xi , yj , 0)
Esta expressão dá uma estimativa para a área da superfı́cie sobre Rij .
Somando, teremos uma estimativa para a área de S .
Fazendo m(G) → 0, temos:
sµ ¶2 µ ¶2
ZZ
∂f ∂f def.
+ + 1 dx dy == Área de S
Ω ∂x ∂y
Exemplos:
-
y
= ²
x Ω
36
Seja z = f (x, y) = −y + 1
Ω = {(x, y) ∈ R2 / x2 + y 2 ≤ 1}
fx (x, y) = 0
fy (x, y) = 1
Z
R √ √ R √
A(S) = Ω 1 + 1 dA = 2 Ω dA = 2 π , onde usamos o fato que dA é a área do
Ω
cı́rculo de raio 1.
ZZ p
Área = y 2 + x2 + 1 dx dy
Ω
Integrando em coordenadas polares:
Z 2π Z 1 √
2 h √ i
Área = dθ r2 + 1 r dr = · · · = π 2 2 − 1
0 0 3
3. Dar a área da parte do cilindro z = y 2 que fica sobre o triângulo de vértices (0, 0), (0, 1)
e (1, 1).
z
6
S
1y
q
x
37
ZZ p Z 1 Z y p
A(S) = 4y 2 + 1 dx dy = dy 4y 2 + 1 dx =
Ω 0 0
Z p
1
1 √
= 4y 2 + 1 y dy = · · · = (5 5 − 1)
0 12
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
γ ¸η
6
z
~a = q ~b
z
¼ q y
∆x
x
∆y
Ω
?
(x0 , y0 )
38
Pelo visto anteriormente,
h i
~ ~ ~ ~
~a × b = −fx (x0 , y0 )i − fy (x0 , y0 )j + k ∆x ∆y
1
cos γ = q
[fx (x0 , y0 )]2 + [fy (x0 , y0 )]2 + 1
q
Assim [fx (x0 , y0 )]2 + [fy (x0 , y0 )]2 + 1 = sec γ .
ZZ
∴ Área de S = sec γ(x, y)dx dy
Ω
De modo análogo:
Se S : x = g(y, z) com hipóteses semelhantes às anteriores, teremos:
ZZ
Área de S = sec α(y, z)dy dz
Ω
z6
qΩ
S q
) y
x
αz
®~
η
39
Massa de uma Lâmina Curva
Consideremos uma lâmina que tenha a forma de uma superfı́cie S , a qual se projeta
regularmente em Ω , no plano xy .
z
6
- S
ij
j
ª y
x Ω
?
Rij
40
Fazendo m(G) → 0, temos
ZZ q
def.
massa de S === ρ(x, y, f (x, y)) fx2 (x, y) + fy2 (x, y) + 1 dx dy
Ω
ZZ
= ρ(x, y, f (x, y)) sec γ(x, y)dx dy
Ω
Exercı́cio resolvido
1. Calcular a massa de uma lâmina que tem a forma do cone z 2 = x2 + y 2 entre os planos
z = 1 e z = 4, se a densidade é proporcional à distância ao eixo 0z .
Resolução:
p
ρ(x, y, z) = k x2 + y 2
z
6
p
f (x, y) = x2 + y 2
x
fx (x, y) = p
x2 + y2
y
fy (x, y) = p
x2 + y 2
y
fx2 + fy2 + 1 = 2 z 2 z2
j x + y = 16
√ + x2 + y 2 = 1
∴ sec γ(x, y) = 2 x
ZZ p Z Z µ ¶
√ √ 2π 4 √ 43 − 1
massa = k x2 + y 2 · 2 dx dy = 2k dθ r·r dr = · · · = 2 2 kπ .
Ω 0 1 3
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
41
Observação: É uma generalização da integral de linha.
Casos Especiais:
ZZ
(i) H(x, y, z) ≡ 1 ⇒ dS = Área de S .
S
(ii) H(x, y, z) = densidade no ponto (x, y, z) de uma lâmina S .
ZZ
H(x, y, z)dS = massa da lâmina.
S
Suponhamos S imersa num fluı́do que escoa com velocidade V~ (variando de ponto a ponto
mas não com o tempo).
Casos Particulares:
(i) S - plana
V~ - constante 6
6
6
V~ ⊥ S 6
6 V~
Fluxo por S = volume do cilindro =
S
= kV~ k· (área de S).
(ii) S - plana
¢¢̧ ¢¢̧
V~ - constante ¢ ¢¢̧
¢ ¢
(A) ¢
¢ ¢
V~ - não perpendicular a S ¢
¢ ¢
¢ ¢
¢ ¢S
¢ ¢
(B) V
= (V~ p ~η )· (Área de S).
~η 6
(unitário) S
42
Caso Geral:
S : z = f (x, y) suave, com projeção regular Ω no plano xy .
V~ = V~ (x, y, z) - contı́nuo.
Problema:
Definir fluxo através de S .
Seja G uma rede cobrindo Ω , com retângulos Rij dividindo S em pedaços Sij .
(xi , yj ) - centro de Rij .
z
6
S
º
¡
µ
¡ - Sij
¡
q¡ :
»
» »»»» V
~
q»
q
Ω j
ª
x y
R
Rij
43
Teorema 15.
S : z = f (x, y), onde f ∈ C 1 em
Ω = projeção regular de S no plano xy .
~η - normal superior (unitário)
V~ - campo vetorial contı́nuo
Então: ZZ ZZ
V~ q ~η dS = (−v1 fx − v2 fy + v3 )dx dy
S Ω
(a integranda calculada em (x, y, f (x, y)).
Prova:
Estamos supondo V~ (x, y, z) = v1 (x, y, z)~i + v2 (x, y, z)~j + v3 (x, y, z)~k.
−fx~i − fy~j + ~k
Lembremos que ~η = .
sec γ(x, y)
Logo,
ZZ ZZ h i
~
V q ~η dS = V~ (x, y, f (x, y)) q −fx (x, y)~i − fy (x, y)~j + ~k dx dy =
S Ω
ZZ
= (−v1 fx − v2 fy + v3 )dx dy.
Ω
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Exercı́cios resolvidos
ZZ p
1 2
1. Calcule a integral 1 + y 2 dS , onde S : z = y , 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1.
S 2
S
µ
6z
* y
q Ω
1
j
x
Resolução:
p
sec γ(x, y) = 1 + y 2
ZZ p ZZ p p Z 1 Z 1
4
2
1 + y dS = 2
1+y · 2
1 + y dx dy = dy (1 + y 2 )dx = · · · =
S Ω 0 0 3
44
2. Ache a massa de uma lâmina triangular com vértices (1, 0, 0), (0, 1, 0) e (0, 0, 1), cuja
densidade é proporcional ao quadrado da distância ao plano yz .
z
6
1
1 S
q
q Ω y
1
ª
x
Resolução:
ρ(x, y, z) = kx2
ZZ ZZ
Massa = ρ(x, y, z) dS = ρ(x, y, f (x, y)) · sec γ(x, y)dx dy
S Ω
S : z = f (x, y) = 1 − x − y
√ √
sec γ(x, y) = 1 + 1 + 1 = 3
Z 1 Z 1−x √ 1 √
∴ Massa = dx kx2 · 3 dy = · · · = 3k
0 0 12
*
6z
~η
I ~
µV
q
x
Resolução:
ZZ ZZ
T eo.15
Fluxo = V~ q ~η dS ==== (−v1 fx − v2 fy + v3 )dx dy =
S Ω
Z 1 Z 2
= dx (−x2 y 2 + x2 y 2 )dy = 0
0 0
45
4. Sejam S : z = 9 − x2 − y 2 , z ≥ 0, e V~ (x, y, z) = 3x~i + 3y~j + z~k
ZZ
Calcular V~ q ~η dS
S
Resolução:
6z
-
y
M
x2 + y 2 = 9
ª
x
Consideremos Ω : x2 + y 2 ≤ 9 e f (x, y) = 9 − x2 − y 2
ZZ ZZ
£ ¤
~
V ~η dS =
q (−3x) · (−2x) − (3y) · (−2y) + (9 − x2 − y 2 ) dx dy =
S Ω
ZZ Z 2π Z 3
£ 2 2
¤ 567
= 5(x + y ) + 9 dx dy = dθ (5r2 + 9)r dr = · · · = π
Ω 0 0 2
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
y
*
6z
ª-
β
~η
r 1 S
Ω
R
x
46
Analogamente, se S : x = h(y, z) suave, com projeção regular Ω no plano yz , definimos:
ZZ ZZ
H(x, y, z) dS = H(h(y, z), y, z) · sec α(y, z)dy dz
S Ω
z6
Ω
q
S
) q
x q y
αj
À~
η
ZZ
Com estas considerações, podemos definir quando S é uma superfı́cie “fechada”.
S ZZ
Nesse caso, convencionamos tomar ~η como a normal externa a S . A integral ~v q ~η dS
S
mede o fluxo que escoa para fora de S . Se for positiva, o fluxo para fora excede o fluxo
para dentro (dizemos que dentro de S temos uma fonte).Caso contrário, dizemos que dentro
de S temos um sumidouro ou poço.
Exercı́cio resolvido
Calcule o fluxo total de V~ (x, y, z) = xy~i + 4yz 2~j − yz~k para fora do cubo 0 ≤ x ≤ 1,
0 ≤ y ≤ 1, 0 ≤ z ≤ 1.
Resolução:
Face η
~ ~ pη
V ~ Fluxo ~η
z 6
RR 6
z=1 ~k −yz −y dx dy = − 21
R
RR q
z=0 −~k yz R
0 dx dy = 0
RR q ~η
z
x=1 ~i xy y dy dz = 1
q
R 2
RR ~η¼ z
x=0 −~i −xy R
0 dy dz = 0 q y
RR
y=1 ~j 4yz 2 4z 2 dx dy = 4
¼
R 3 x
RR ~η
y=0 −~j −4yz 2 R
0 dx dz = 0 ?
47
ZZ
4
∴ V~ q ~η dS = . Assim, temos uma fonte no interior do cubo.
S 3
Exercı́cios propostos
1. Seja S : zZ =
Z f (x, y) suave, com projeção regular Ω no plano xy . Interprete geometri-
camente H(x, y, z) dS, onde H(x, y, z) ≡ C > 0.
S
ZZ
2. Mostre que uma integral dupla g(x, y)dx dy do tipo considerado no Capı́tulo ante-
Ω
rior é um caso particular de integral de superfı́cie.
div F~ (x, y, z) = x + xy
div F~ (x, y, z) = 0
³q
³³
³
)
1
³
³
qP q³³
PP
P
P
q
³q
³³
³
)
³³PPP ³³1
³
³ qP³
³ Pq³
P
)³
³ PP PP
PP
q PP
q
x
y
48
3. F~ (x, y, z) = x~i + y~j + z~k
div F~ (x, y, z) = 3 z
6
¸
I q
q
3
q
q -
³³PPP
³³q PP
³³ q PP
³³ q PP
³³
) ª P
q
x ² y
^
Definição 17. Seja F~ = A1~i + A2~j + A3~k , com derivadas parciais. O rotacional de F~ ,
−→
rot F~ , é definido por:
µ ¶ µ ¶ µ ¶
−→ ∂A3 ∂A2 ∂A ∂A ∂A ∂A
~ (P ) ~k
1 3 2 1
rot FP = (P ) − (P ) ~i + (P ) − (P ) ~j + (P ) −
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
· ¸
−→ ∂A ∂A
rot F~ (x, y) = (x, y) ~k
2 1
(x, y) −
∂x ∂y
Exercı́cios resolvidos
49
Exercı́cios propostos
Calcular:
−→ −→
~ φ
a) grad b) div F~ c) rot F~ d) div (φ F~ ) e) rot (φ F~ )
−→
2. Prove que div(rot F~ ) = 0 , onde F~ = A1~i+A2~j +A3~k , com derivadas parciais segundas
contı́nuas.
−→
~ f ) = 0, onde f ∈ C 2 .
3. Prove que rot (grad
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Observação:
Consideremos o operador ∇ (nabla) definido por:
∂ ∂ ∂
∇ = ~i + ~j + ~k .
∂x ∂y ∂z
Então:
µ ¶
~ ~ ∂f ∂f ∂f ~ ∂ ~ ∂ ~ ∂
grad f = i +j +k = i +j +k f = ∇f ,
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
notação que já vı́nhamos usando para o gradiente.
As notações abaixo, encontradas em muitos textos, são sugestivas:
div F~ = ∇ q F~
−→
rot F~ = ∇ × F~ .
Com a introdução do rotacional, podemos resumir alguns resultados já alcançados (Pro-
posição 4 e Teoremas 8 e 10) do seguinte modo:
Seja F~ um campo vetorial de classe C 1 num paralelepı́pedo < = [a, b] × [c, d] × [e, f ]. As
seguintes afirmações são equivalentes:
1. F~ é conservativo em <.
2. rot F~ = ~0 em <.
Z
3. F~ q d~r = 0 para qualquer curva fechada Γ ⊂ <, suave por partes.
Γ
Z
4. F~ q d~r é independente da curva suave por partes γ ⊂ < , ligando dois pontos em < .
γ
50
1.6 Teoremas: Gauss - Stokes
Suponhamos A, B, Γ, D nas condições do teorema de Green (Teo. 13). Então:
Z ZZ µ ¶
∂A ∂B
−B dx + A dy = + dx dy
Γ D ∂x ∂y
Γ?
T~
Á
D p
s
~η
Colocando
F~ (x, y) = −B(x, y)~i + A(x, y)~j
V~ (x, y) = A(x, y)~i + B(x, y)~j
a equação acima fica: I ZZ
F~ q d~r = div V~ dx dy .
Γ D
Lembrando que I I
F~ q d~r = F~ q T~ ds
Γ Γ
obtemos I ZZ
V~ q ~η ds = div V~ dx dy
Γ D
Prova de (∗):
Seja ~η = (a, b) e T~ = (−b, a) [rotação de 900 de ~η no sentido anti-horário].
Temos: F~ = (−B, A) e V~ = (A, B).
Assim: F~ q T~ = Bb + Aa = V~ q ~η .
51
Teorema 18 (da Divergência (ou Teorema de Gauss)). Seja Ω um sólido limitado por
uma superfı́cie fechada S , formada por um número finito de superfı́cies suaves e seja ~η a
normal externa unitária. Se as componentes de V~ (x, y, z) tem derivadas parciais contı́nuas
num aberto contendo Ω , então:
ZZ ZZZ
V~ q ~η dS = divV~ dx dy dz
S Ω
z
6
3 ~
η
q
Ω
S
q
j
y
¼ ~η W
x
P - ponto arbitrário.
Bε - bola fechada de centro P , raio ε > 0, imersa em um fluı́do.
Sε - superfı́cie de Bε .
V~ (x, y, z) - velocidade do fluı́do no ponto (x, y, z), com derivadas parciais contı́nuas.
Pelo teorema da Divergência, temos:
ZZ ZZZ
V~ q ~η dS = div V~ dx dy dz (*)
Sε Bε
ZZZ
Logo, div V~ dx dy dz = fluxo para fora de Sε .
Bε
52
Aplicando o Teorema do Valor Médio para o segundo membro de (∗) , temos:
Z
V~ q ~η dS = div V~Pε · vol(Bε )
Sε
Pε
¸
qP
βε
onde Pε ∈ Bε , ou seja: ZZ
V~ q ~η dS
Sε
div V~Pε =
vol (Bε )
Fazendo ε → 0 temos que Pε → P e assim
ZZ
V~ q ~η dS
Sε def.
div V~P = lim == intensidade do fluxo em P
ε→0 vol (Bε )
Assim: div V~P é o valor limite do fluxo por unidade de volume sobre uma esfera de centro
em P , quando o raio da esfera tende a zero.
Se conhecermos div V~P e tomamos uma pequena esfera de centro em P , temos:
Observação:
Podemos repetir o raciocı́nio acima para fluxo magnético ou elétrico.
Exercı́cios resolvidos
53
Ω - tetraedro limitado pelos planos coordenados e por x + y + z = 1.
Resolução:
div V~ (x, y, z) = 6x + x + 1 = 7x + 1
Consideremos:
z
6
S3 S4 : x + y + z = 1
M µ
S2
*
z
y
) ?
x
S1
Z Z 1 Z 1−x Z 1−x−y
1
div V~ dx dy dz = (7x + 1)dx dy dz = · · · =
Ω 0 0 0 8
ZZ ZZ
V~ q ~η dS = (3x2~i + xy~j + 0~k) q (−~k)dS = 0
S1 S1
ZZ ZZ
V~ q ~η dS = (0~i + 0~j + z~k) q (−~i)dS = 0
S2 S2
ZZ ZZ
V~ q ~η dS = (3x2~i + 0~j + z~k) q (−~j)dS = 0
S3 S3
S4 : z = f (x, y) = 1 − x − y, (x, y) ∈ S1
ZZ ZZ
T eo.15
V~ q ~η dS ==== (−v1 · fx − v2 · fy + v3 )dx dy =
S4 S1
Z 1 Z 1−x
£ 2 ¤ 1
= dx 3x + xy + (1 − x − y) dx dy = · · · =
0 0 8
Logo,
ZZ ZZZ
~
V q ~η dS = div V~ dx dy dz
S Ω
54
Resolução:
z
6
z=3
2 -
z=0
y
ª
x
ZZ
Sem calcular, sabemos que V~ q ~η dS > 0. Por que?
S
Calculando:
ZZ ZZZ
~
V q ~η dS = 3 dx dy dz = 3.vol(Ω) = 3.12π = 36π
S Ω
Exercı́cios propostos
1. Se Ω é o cubo unitário [0, 1] × [0, 1] × [0, 1], calcule o fluxo de V~ (x, y, z) = x~i + y~j + z~k
para fora de Ω .
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
55
Suponhamos A , B , Γ , D nas condições do Teorema. Então:
Z ZZ µ ¶
∂B ∂A
A dx + B dy = − dx dy
Γ D ∂x ∂y
I ZZ
−→
V~ q d~r = (rot V~ ) q ~k dx dy
Γ D
Teorema 19 (de Stokes). Seja S : z = f (x, y) superfı́cie suave que se projeta numa região
Ω do plano xy , nas condições do Teorema de Green.
~η - normal unitária superior
Γ - curva que delimita Ω orientada no sentido positivo.
Seja γ a imagem de Γ por f , orientada no mesmo sentido de Γ .
Se as componentes de V~ tem derivadas parciais contı́nuas num aberto contendo S , então:
Z ZZ
−→
~
V d~r =
q (rot V~ ) q ~η dS
γ S
~η
z K
6 S
-
γ
z
y
¼ Ω
x -
Γ
56
Exercı́cios resolvidos
6z
-
1 y
γ
ª
x
−→
Notemos que rot V~ = 0
Logo, ZZ ZZ
−→
(rot V~ ) q ~η dS = 0 dS = 0
S S
Ainda: Seja γ(t) = (cos t , sen t , 0), t ∈ [0, 2π]
Z Z Z 2π Z 2π
V~ q d~r = x dx + y dy + z dz = (cos t · (−sen t + sen t · cos t)dt = dt = 0
γ γ 0 0
6z
Queremos verificar que:
ZZ Z Z ) - γ2
−→
rot V~ p ~η dS = V~ p d~r + V~ p d~r
S γ1 γ2
1
γ
* 1
γ2 (t) = (cos t , − sen t , 9), t ∈ [0, 2π] ) -
¡- y
¡
¡
¡
¡
ª
x
57
Z Z 2π
V~ q d~r = (3 , 12 cos t , 6 sen t) q (−3 sen t , 3 cos t , 0)dt =
γ1 0
Z 2π Z 2π
2 1
= (−9 sen t + 36 cos t)dt = 36 (1 + cos 2t)dt = · · · = 36π .
0 0 2
Z Z 2π
V~ q d~r = (27 , 4 cos t , −2 sen t) q (− sen t , − cos t , 0)dt =
γ2 0
Z 2π Z 2π
1 2
=
(−27 sen t − 4 cos t)dt = −4 (1 + cos 2t)dt = · · · = −4π .
0 0 2
¯ ¯
¯ ~ ~ ~ ¯
¯ i j k ¯
¯ ¯
−→ ¯ ∂ ∂ ∂ ¯
rot V = ¯ ∂x ∂y ∂z ¯ = 2~i + 3~j + 4~k
~
¯ ¯
¯ ¯
¯ 3z 4x 2y ¯
ZZ ZZ
−→
~
rot V ~η dS =
q [−2 · (−2x) − 3 · (−2y) + 4] dx dy =
S Ω
Z 2π Z 3
= dθ [4r cos θ + 6r sen θ + 4] r dr =
0 1
Z 2π · ¸3
4 3 3 2
= dθ r cos θ + 2r sen θ + 2r =
0 3 1
Z 2π µ ¶
104
= cos θ + 52 sen θ + 16 dθ = · · · = 32π .
0 3
Z Z ZZ
−→
∴ V~ q d~r + V~ q d~r = rot V~ q ~η dS
γ1 γ2 S
V~
@
I
@
yXX
X @q
T~
q
V~+́
´ J
´
J Γ
T~ J
^
58
Consideremos:
P – ponto arbitrário. @
I ~η
@
@ Dε
Dε – disco arbitrário de centro P , r@
@r P
raio ε > 0 , imerso em um fluı́do. P
r ε
Γε – circunferência de Dε . ~
T
À
T~ – vetor tangente unitário.
V~ (x, y, z) – velocidade do fluı́do no ponto (x, y, z) – com derivadas parciais contı́nuas.
h −→ i Z
1
rot V~ q ~η = V~ q T~ dS
Pε πε2 Γε
¡
¡
¡
¡
¡
¡
¡ 1
¡
¡
59
(ii) tem o sentido positivo em relação à rotação (da “ponta”de w
~ , vê-se a rotação no
sentido anti-horário).
= [w2 (z−z0 )−w3 (y−y0 )]~i + [w3 (x−x0 )−w1 (z −z0 )] ~j + [w1 (y−y0 )−w2 (x−x0 )] ~k .
−→ −→
Calculando rot V~ , temos rot V~ = 2w1~i + 2w2~j + 2w3~k .
−→
Assim rot V~ = 2w
~.
Observação:
Se temos o movimento de um fluı́do incompressı́vel e irrotacional, no plano, então:
∂A ∂B
div V~ = + =0
∂x ∂y
−→ ∂B ∂A
rot V~ = − =0
∂x ∂y
que são as equações de Cauchy-Riemann, muito utilizadas na teoria das funções de variáveis
complexas.
Exercı́cios propostos
60
2. Verifique o Teorema de Stokes sobre o triângulo de vértices (2, 0, 0), (0, 2, 0), (0, 0, 2) e
para o campo V~ (x, y, z) = x4~i + xy~j + z 4~k .
— ◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦−◦ —
Z b
F 0 (x)dx = F (b) − F (a)
a a b
Z r
∇f p d~r = f (B) − F (A) * B
γ
γ
r
A
3. Teorema de Green
9γ
ZZ µ ¶ Z
∂B ∂A
− dx dy = Adx + Bdy
D ∂x ∂y γ
61
ZZZ ZZ
div V~ dx dy dz = V~ p ~η dS 3
~η
Ω S q
Ω
S
q
~η W
5. Teorema de Stokes
~η
¡
µ
¡
¡
ZZ Z r¡
*S
(rot V~ ) p ~η dS = V~ p d~r
S γ
-
γ
62