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POSSIBILIDADES TECNOLÓGICAS

PARA BENEFICIAMENTO DE OURO

Ronaldo Luiz C. dos Santos


Eng. Químico, M. Sc. – CETEM
Paulo Fernando de A. Braga
Eng. Químico, M. Sc. - CETEM
CENÁRIO MUNDIAL DA MINERAÇÃO
ARTESANAL DE OURO (MAO)

o 100 milhões de pessoas em 55 países


o 20 – 30% p
produção
ç mundial = 500 – 800 t/ano
/
o Setor econômico informal
o Fragilidade organizacional
o Baixa capacidade de investimento
o Diversidade ecológica
o Diversidade de técnicas
PERDAS DE Hg VERSUS PRÁTICAS

Hg Perdido
AMALGAMAÇÃO
Au Recuperado

Todo minério passante ≥ 3*

Concentrado sem retorta ≈1

Concentrado
Fonte: com
j , retorta
Global Mercuryy Project, Report
p UNIDO 2007 <1
POR QUE Hg ?

o Fácil uso / Risco calculado


o Independência / Individual
o Efetivo
o Acessível
o Baixo custo (g Hg / g Au)
o Falta de opção tecnológica de custo compatível
FLUXOGRAMA GERAL DE PROCESSAMENTO DE OURO
MINÉRIO DE OURO

COMINUIÇÃO
(Britagem / Moagem)

CONCENTRAÇÃO
GRAVÍTICA
Í
FLOTAÇÃO
(Sulfetos / Teluretos)
AMALGAMAÇÃO

REMOAGEM USTULAÇÃO BIO-OXIDAÇÃO OXIDAÇÃO


SOB PRESSÃO

RETORTAGEM
PROCESSO DE
LIXIVIAÇÃO

PROCESSO DE
EXTRAÇÃO

OBTENÇÃO DE OURO METÁLICO


FLUXOGRAMA DE CONCENTRAÇÃO
à DE OURO DE ALUVIÃO
Ã
FLUXOGRAMA DE MOAGEM E CONCENTRAÇÃO
GRAVIMÉTRICA
FLUXOGRAMA DE FLOTAÇÃO E CONCENTRADORES
CENTRÍFUGOS
FLUXOGRAMA DE CONCENTRAÇÃO GRAVIMÉTRICA
E AMALGAMAÇÃO
ESQUEMA ILUSTRATIVO DE OPERAÇÃO DE MESA
CONCENTRADORA
ESQUEMA ILUSTRATIVO DE CONCENTRAÇÃO EM
CALHA RIFLADA
ANTECEDENTES

Programa “Desenvolvimento de Tecnologia Ambiental (DTA)”


Projeto Poconé: Questões sociais do garimpo; aspectos
tecnológicos na lavra e beneficiamento; monitoramento
biogeoquímico de Hg nas drenagens.

Projeto Alta Floresta: Identificação e dimensionamento


dos efeitos p provocados p pelo Hg g e ppela atividade
garimpeira (contaminação mercurial, assoreamento de
drenagens e caráter sócio-econômico).
ANTECEDENTES cont
cont.

Projeto Orientação Técnica À Reserva Garimpeira Peixoto de Azevedo


4 fases distintas e interdependentes:
- Legalização (PLG Lei 7.805/89) – DNPM;
- Plano de Aproveitamento Econômico do Depósito – METAMAT;
- Amalgamação e Queima de Mercúrio – CETEM;
- Pesquisa Tecnológica (Recuperação de Mercúrio em Rejeitos de
A l
Amalgamação)ã ) – CETEM.
CETEM

Programa de Orientação Técnica ao Pequeno Produtor de Ouro – POT


Quatro fases distintas e interdependentes:
- Legalização (PLG Lei 7.805/89)
7 805/89) – DNPM/PA;
- Plano de Extração Mineral (PEM) – Comunidade Européia;
- Amalgamação e Queima de Mercúrio (A&Q) - CETEM;
- Descontaminação de Rejeitos de Garimpo (DR) - CETEM.
CETEM
Participação também da SECTAM/PA e SEICOM/PA.
ANTECEDENTES cont.

Instruções e Procedimentos Aplicados a Queima de Mercúrio nas Casas


Compradoras de Ouro.

Objetivos:
ç
- Situação das casas compradoras
p de ouro ((equipamentos
q p de
controle de poluição);
- Elaboração de instruções e procedimentos para uso,
controle cuidados e manuseio de equipamentos de queima
controle,
nas casas compradoras;
- Elaboração de um projeto de capela com sistema de
exaustão para queima e recuperação de mercúrio;
- Levantamento dos fabricantes de equipamentos de controle
de poluição para uso nas casas compradoras de ouro.
PRODUÇÃO DE OURO
ANO Produção (t) Garimpos (t)

2007 49,6 5,2 (10,5%)


2006 43,1 5,2 (12,1%)
2005 38,3 8,4 (21,9%)
2004 47,6 19,1 (40,1%)
2003 40 4
40,4 14 4 (35,6%)
14,4 (35 6%)
2002 41,7 8,8 (21,1%)
2001 42 8
42,8 5 1 (11,9%)
5,1 (11 9%)
2000 52,4 10,4 (19,8%)
Fonte: Sumário Mineral-DNPM
PERDA DE MERCÚRIO
Ú DURANTE A
AMALGAMAÇÃO E/OU PIRÓLISE

2009:
~ 1 kg mercúrio (R$ 37) (fonte: Sistema Alice/MDIC)
~ 1 g ouro (R$ 64) (fonte: Bolsa de Nova York)

MÉTODO DE AMALGAMAÇÃO Mercúrio perdido Ouro Produzido

Todo o minério 3 1
Concentrado sem uso de retorta 1 1

Concentrado com uso de retorta 0,001


, 1
TECNOLOGIAS USADAS NOS GARIMPOS

- Extração de minérios aluvionares, coluvionares e eluvionares;

- Normalmente
N l t apresentam
t o ouro liberado
lib d da d ganga silicatada;
ili t d

- Concentração é realizada por processos gravíticos;

- A partir dos anos 80, foi introduzida a


mecanizaçãoç ((equipamentos
q p movidos a
diesel, como tratores, escavadeiras,
grupos geradores e bombas), em
substituição as pequenas calhas,
bateias, pás e picaretas;

- Apuração final feita com uso de


mercúrio.
GARIMPO DE ALUVIÃO (BAIXÃO)

- Remoção do solo superficial;


- Fluidização do minério com
monitores de bico d´água;
- Bombeamento para caixas
concentradoras;
- Amalgamação na própria
caixa concentradora ou em
bateias;
- Queima do mercúrio a céu
aberto.

Problemas:
- Assoreamento de leito e drenagens de rios;
- Disposição aleatória de rejeitos contaminados por mercúrio;
- Dispersão do mercúrio devido a alta velocidade da polpa mineral;
- C
Contaminação
i ã mercuriali l provocado
d pela
l dispersão
di ã e queima
i do
d mercúrio;
úi
- Baixa recuperação de ouro nas caixas devido a granulometria fina do ouro.
GARIMPO DE FILÃO

Características:

- Maior investimento quando comparado a garimpos de aluvião;


- Maior índice de mecanização (caminhões, escavadeiras, moinhos e
equipamentos de concentração);
- Abertura de grandes cavas para se atingir o filão, geralmente mais
rico ((10 a 20 g/t);
g/ );
- Abertura de poços e galerias de modo rudimentares;
- Uso de explosivos;
- Uso de moinhos de martelo e centrífugas concentradoras;
- Amalgamação em tambores;
- Queima do mercúrio em retortas ou a céu aberto;
- Grande número de garimpos falidos em função da falta de informação
geológica e inexperiência no planejamento da lavra.
Dragagem ou desmonte
hidraúlico

DIAGRAMA GERAL PARA Água Trommel de lavagem e Retido/estéril


APROVEITAMENTO DE g g ç
desagregação

OURO EM ALUVIÕES Peneiramento e Lamas


ciclonagem
(+) (-)
Água

Jigagem Cone Reichert

. Rejeitos

Mesagem Mesagem

Amalgamação

Retortagem

Fusão
usão

“Bullion”
CARACTERISTICAS DA CONCENTRAÇÃO
GRAVÍTICA DE OURO

- Aplicada a minérios de filão ou aluvião;


- Alto
Alt grau de
d liberação;
lib ã
- Grande intervalo granulométrico;
- Baixos teores no aluvião (0,1 g/t);
- Grande diferença de densidade ouro/minerais de ganga (15/2,6);
- Custos relativamente baixo;
ç
- Limitações em função
ç das p propriedades
p das p
partículas de ouro como: forma,,
porosidade e aversão a água.
OURO FINO
Vários conceitos para a definição de ouro fino,
fino que são contraditórios entre si:
- URSS, 48 a 150# ouro fino e <150# ouro ultrafino;
- Canadá, 10 a 48# ouro fino;
- Brasil,
Brasil 100 a 270# ouro fino e <270# ouro ultrafino;
- Tapajós, 46% <270# ouro ultrafino.

Denominação Tamanho Recuperação Média em


(ouro) malhas mm Equipamentos
Gravíticos

Grosseiro +35 +0,417 80% calhas rifladas

Médio 35/100 0,417/0,147 80% jigues

Fino 100/270 0,147/0,053 ~ 80% mesas


vibratórias

Superfino -270 -0,053 menor 50% em mesas


RECUPERAÇÃO DE OURO EM FUNÇÃO DO
TAMANHO DAS PARTÍCULAS E DO EQUIPAMENTO
malhas
300 200 150 100 65 48 35 28 20 14 10 8
uro (%)
mesa vibratória
o do ou

jigue
calha riflada
peração
Recup

Granulometria das partículas de ouro (mm)


CALHAS CONCENTRADORAS
As calha concentradora e suas variáveis, “cobra fumando”, sluices,
lontona, calha canadense, etc, são os equipamentos mais utilizados
na concentração de ouro aluvionar em garimpos da amazônia.
Recuperação de ouro em calhas concentradoras:
- função do tamanho da partícula (mm);
- comprimento
p da calha (m);
( );
- alimentação (mm)

Alimentação: -16
16 mm Alimentação: -4 mm

1 2 3 1 2 3
Comprimento (m) Comprimento (m)
MESA VIBRATÓRIA
As
A mesas oscilatórias
il tó i em gerall possuem como
principais variáveis de controle a percentagem de
sólidos, a vazão e distribuição da água de lavagem,
tipo de deck, inclinação e freqüência.
Mesas bem operadas podem recuperar até 90% do
ouro maior qque 0,04
, mm.
É muito utilizada por empresas para limpeza do
concentrado.

ESPIRAIS
As espirais concentradoras são utilizadas com intensidade
para recuperação de ouro, existindo uma grande diversidade
de modelos.
modelos Alguns trabalhos de literatura demonstraram que
é possível recuperação de 75 a 90% do ouro compreendido
no intervalo entre 14 e 270 malhas em espirais do tipo MARK
VII.
JIGUES

Nos jigues a separação dos minerais de diferentes densidades é realizada em um


leio dilatado por uma corrente pulsante,
pulsante estratificando as fases leve e pesada.
pesada
A eficiência dos jigues na recuperação de ouro é de ~80% para granulometrias
acima de 100 malhas (0,15 mm).
CONCENTRADORES CENTRÍFUGOS

Os concentradores centrífugos são os


equipamentos mais modernos em termos de
recuperação de ouro na granulometria fina.
Possuem elevada capacidade operacional e
p ç
baixos custos de operação e manutenção.
ç O
concentrado produzido, em geral, possui um
alto índice de enriquecimento.
Projeto Orientação Técnica À Reserva Garimpeira
Peixoto de Azevedo
Plano de Aproveitamento Econômico do Depósito - METAMAT
Relação estéril:minério 70:1 – 4:1;
Lavra Ângulo de repouso 40º a 70º (perigo de desabamento e soterramento);
Poço vertical (shaft) 1,7x1,7 m, revestido por pranchões de madeira;
Galerias segundo a direção do veio de quartzo;
Cavas com 2.000 m2 de área superficial (lavra a céu aberto).
20 m

filão filão
15 m 15 m

70º

A B

Lavra a céu aberto Lavra a céu aberto


Equipamentos:
Moinho de martelos H2 Hidrojet;
Beneficiamento
Concentrador centrífugo Knelson ou Famag, 3.000
k /h
kg/h;
Bomba d´água 3” x 2”, vazão de 10 a 35 m3/h.

água de processo

1
2

3
Legenda:
1- minério ROM 7
2- moinho de martelos 4
3- conc. centrífugo 5 6
4- espessamento 1ário
5- espessamento 2ário
6- bacia de rejeito
7-
7 bomba dd`água
água
Amalgamação e Queima de Mercúrio – CETEM

Objetivo: controle da emissão de mercúrio por meio da utilização de sistemas


f h d para as etapas de
fechados d amalgamação/pirólise
l ã / ól do
d mercúrio.
ú

Resultados:
- foram implantadas miniusinas de amalgamação e queima do amalgama.
- recuperações >90% do ouro (contra os 35% a 40% anteriormente);
- reaproveitamento de todo o mercúrio;
- redução de 50% das quantidades de mercúrio utilizadas;
- confinamento em piscinas especiais de todo rejeito contaminado por
mercúrio;
- divulgação da importância do uso da retorta na queima do amálgama.
Mercúrio Concentrado

AMALGAMAÇÃO
Tambor
T b Amalgamador
A l d

DIAGRAMA EM BLOCOS DOS SEPARAÇÃO


Ç Rejeito
PROCESSOS DE AMÁLGAMA / REJEITO
Calha Riflada
AMALGAMAÇÃO E PIRÓLISE REJEITOS
DE MERCÚRIO Piscina de Rejeitos
LIMPEZA DO
AMÁLGAMA
Batéia / caixa d’água Rejeito

Amálgama
Mercúrio FILTRAÇÃO
Pano / Seringa Filtrante

AMÁLGAMA Au / Hg

Mercúrio PIRÓLISE
Retorta

OURO ESPONJA
Programa de Orientação Técnica ao Pequeno Produtor
de Ouro - POT

Amalgamação e Queima de Mercúrio – A&Q


Descontaminação de Rejeitos - DR
Amalgamação
g ç eQQueima de Mercúrio – A&Q
Q

Descontaminação de Rejeitos - DR
I t
Instruções
õ eP Procedimentos
di t AAplicados
li d a Queima
Q i de
d
Mercúrio nas Casas Compradoras de Ouro

Projeto de Casa Compradora de Ouro


Projeto
P j t dde capela
l com sistema
i t de
d
exaustão para queima e recuperação
de mercúrio
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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