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PORTFÓLIO DIREITO ECONÔMICO E CONCORRENCIAL

LETÍCIA DE FREITAS RODRIGUES – 9º P DIREITO

Proposta: Responder o questionário abaixo à respeito do Direito Concorrencial.

1. Qual a finalidade da Lei Antitruste?


O objetivo final da Lei Antitruste (Lei 8.884/94) é proteger os valores pertinentes ao
direito econômico, estabelecendo a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem
econômica.

2. Quem é o titular dos bens jurídicos protegidos pela Lei 12.529/11?


O titular dos bens jurídicos tutelados pela Lei 12.529/11 é a coletividade, conforme
disposto no parágrafo único, art. 1º da referida Lei.

3. Qual a abrangência de aplicação desta lei?


Aplica-se a lei 12.529/11 às práticas cometidas no todo ou em parte no território
brasileiro ou que nele produzam ou possam produzir efeitos, sem prejuízo de convenções e
tratados internacionais de que o Brasil seja signatário.

4. O que é Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e qual sua composição?


O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) é um conjunto de órgãos
governamentais responsáveis pela defesa da ordem econômica e das garantias constitucionais
aplicáveis ao Direito Econômico. O SBDC é formado pelo Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (CADE) e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério
da Fazenda.

5. O que é a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da


Fazenda?
Foi um órgão do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) responsável
pela advocacia da concorrência, cujo objetivo era promover a concorrência em órgãos de
governo e perante a sociedade, com as atribuições previstas nos incisos do artigo 19, da Lei
n.° 12.529/2011. Em janeiro de 2018 foi subdividida na Secretaria de Acompanhamento
Fiscal, Energia e Loteria (Sefel) e na Secretaria de Promoção da Produtividade e Advocacia
da Concorrência (Seprac)
6. O que é o CADE? Como é sua estrutura organizacional?
O Cade é uma autarquia federal que se constitui em entidade judicante com jurisdição
em todo o território nacional, vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito
Federal. É constituído pelo Tribunal Administrativo de Defesa Econômica, pela
Superintendência Geral e pelo Departamento de Estudos Econômicos.

7. Quais são os membros do Tribunal Administrativo de Defesa Econômica, como


é sua escolha e qual seu mandato?
O Tribunal é composto por um presidente e seis conselheiros. A escolha é realizada
entre cidadãos com mais de 30 anos de idade, de notório saber jurídico ou econômico e com
reputação ilibada, nomeados pelo presidente da república e, posteriormente, aprovados pelo
Senado Federal. O mandato é de 4 anos, não coincidentes, bem como a recondução é vedada.

8. Como ocorre a perda do mandato do Conselheiro do Cade?


A perda do mandato dos conselheiros do Cade só pode ocorrer em virtude de decisão
do Senado Federal, por provocação do presidente da república ou em razão de condenação
penal irrecorrível por crime doloso, ou de processo disciplinar e por infringência de quaisquer
das vedações previstas no art. 8º da Lei 12.529/11.

9. Quais as vedações ao Presidente e aos Conselheiros do Cade?


É vedado de forma expressa ao presidente e conselheiros do Cade receberem, a
qualquer título, honorários, percentagens ou custas, exercerem profissão liberal, participarem,
na forma de controlador, diretor, administrador, gerente, preposto ou mandatário de sociedade
civil, comercial ou empresas de qualquer espécie, emitirem parecer sobre matéria de sua
especialização, ainda que em tese, ou funcionar como consultor de qualquer tipo de empresa,
manifestarem, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de
julgamento, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças de órgãos judiciais,
ressalvada a crítica nos autos, em obras técnicas ou no exercício do magistério e exercerem
atividade político-partidária.

10. O que é advocacia administrativa?


A advocacia administrativa está tipificada no art. 321 do Código Penal e consiste em
patrocinar, direta ou indiretamente interesse privado perante a administração pública,
valendo-se da qualidade de funcionário.
11. Qual a estrutura da Superintendência-Geral do Cade, como o
Superintendente é escolhido e qual seu mandato?
A Superintendência Geral é composta por um superintendente geral e dois
superintendentes adjuntos. O superintendente geral é escolhido dentre cidadãos com mais de
30 anos de idade, notório saber jurídico ou econômico e reputação ilibada, nomeado pelo
presidente da república e aprovado pelo Senado. O mandato será de 2 anos, permitida a
recondução para um único período subsequente.

12. O que ocorre no período de vacância do cargo de Superintendente-Geral do


Cade?
Ocorrendo a vacância e não havendo nenhum superintendente adjunto, o presidente do
Tribunal indicará servidor em exercício no Cade com conhecimento jurídico ou econômico na
área de defesa da concorrência e reputação ilibada, para assumir o cargo de forma interina.

13. Cite três principais atribuições da Procuradoria Federal junto ao Cade?


A Procuradoria Federal junto ao Cade possui diversas competências, dentre elas estão
a atribuição de promover a execução judicial das decisões e julgados do Cade, promover
acordos judiciais nos processos relativos a infrações contra a ordem econômica, mediante
autorização do Tribunal e representar o Cade judicial e extrajudicialmente.

14. Como é o procedimento de nomeação do Procurador-Chefe do Cade e qual


seu mandato?
O Procurador-Chefe é nomeado pelo presidente da república depois de ter o nome
aprovado pelo Senado. Deve ser cidadão com mais de 30 anos de idade, de notório
conhecimento jurídico e reputação ilibada. O mandato de procurador-chefe será de 2 anos,
permitida sua recondução para um único período.

15. O que é o Departamento de Estudos Econômicos?


O departamento de estudos econômicos é órgão integrante do Cade, responsável por
elaborar estudos e pareceres econômicos, de ofício ou por solicitação do plenário, do
presidente, do conselheiro-relator ou do superintendente-geral, zelando pelo rigor e
atualização técnica e científica das decisões do órgão.
16. Qual a competência da Secretaria de Acompanhamento Econômico, além de
promover a concorrência em órgãos de governo e perante a sociedade? Cite no mínimo
três atribuições.
Compete à Secretaria de Acompanhamento Econômico elaborar estudos avaliando a
situação concorrencial de setores específicos da atividade econômica nacional, de ofício ou
quando solicitada pelo Cade, pela Câmara de Comércio Exterior ou pelo Departamento de
Proteção e Defesa do Consumidor; propor a revisão de leis, regulamentos e outros atos
normativos da administração pública federal, estadual, municipal e do Distrito Federal que
afetem ou possam afetar a concorrência nos diversos setores econômicos do país; e opinar,
quando considerar pertinente, sobre proposições legislativas em tramitação no Congresso
Nacional, nos aspectos referentes à promoção da concorrência.

17. Como age o Ministério Público Federal perante o Cade?


O Procurador-Geral da República (PGR), representante do Ministério Público Federal,
ouvido o Conselho Superior, designará membro do MPF para, nesta qualidade, emitir parecer
nos processos administrativos para imposição de sanções administrativas por infrações à
ordem econômica, de ofício ou a requerimento do conselheiro-relator.

18. Quais as pessoas são passíveis de aplicação das infrações da Ordem


Econômica?
São passíveis de aplicação as pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado,
bem como quaisquer associações de entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de direito,
ainda que temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, mesmo que exerçam
atividade sob regime de monopólio legal.

19. Explicar como é a responsabilização bem como quando pode ocorrer a


desconsideração da personalidade jurídica. Esta responsabilização é objetiva?
A responsabilização, em regra, será solidária, ou seja, tanto a empresa quanto os
administradores e dirigentes responderão pelos danos causados. A desconsideração da
personalidade jurídica ocorrerá quando o responsável por infração contra a ordem econômica
atuar com abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação
dos estatutos ou contrato social. Há ainda a possibilidade de desconsideração da
personalidade jurídica quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou
inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
20. Dentre as várias infrações da ordem econômica, citar em ordem de
importância, as 5 que você entende mais relevantes.
I. Dominar mercado relevante de bens ou serviços;
II. Acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer forma, os
preços de bens ou serviços ofertados individualmente;
III. Limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado;
IV. Exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos meios de
comunicação de massa;
V. Aumentar arbitrariamente os lucros.

21. O que se deve levar em consideração na aplicação das penas estabelecidas na


Lei antitruste?
Na aplicação de penas da Lei 12.529/11, deverá levar-se em consideração a gravidade
da infração, a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator, a boa-fé do infrator, a
consumação ou não da infração, o grau de lesão, ou perigo de lesão, à livre concorrência, à
economia nacional, aos consumidores, ou a terceiros, os efeitos econômicos negativos
produzidos no mercado, a situação econômica do infrator e a reincidência.

22. Qual o período de prescrição das ações administrativas punitivas que visa
apurar infrações da ordem econômica? Qual o início da contagem deste prazo?
Informar os casos de Interrupção e suspensão.
As infrações da ordem econômica prescrevem em 5 anos, contados da data da prática
do ilícito ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessada a
prática do ilícito.
A interrupção da prescrição se dará por qualquer ato administrativo ou judicial que
tenha por objeto a apuração da infração contra a ordem econômica, bem como a notificação
ou a intimação da pessoa investigada.
Já a suspensa, se dará durante a vigência do compromisso de cessação ou do acordo
em controle de concentrações.

23. Quem são os sujeitos legitimados para ingressar em juízo para defesa de seus
interesses para obtenção da cessação da prática de infração da ordem econômica?
São legitimados para ingresso em juízo os prejudicados, por si, ou pelo Ministério
Público, pela União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, pelas entidades e órgãos
da Administração Pública, direta ou indireta e pelas associações legalmente constituídas há
pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e
direitos protegidos pela lei.

24. Quais são as espécies de processo administrativo?


A Lei 12.529/11 regula diversas espécies de processos administrativos para a
prevenção, apuração e repressão de infrações à ordem econômica, quais sejam: procedimento
preparatório de inquérito administrativo para apuração de infrações à ordem econômica;
inquérito administrativo para a apuração de infrações à ordem econômica; processo
administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica;
processo administrativo para análise de ato de concentração econômica; processo
administrativo para apuração de ato de concentração econômica e processo administrativo
para imposição de sanções processuais incidentais.

25. Explique o que é a Medida Preventiva em fase de inquérito administrativo.


A medida preventiva poderá ser proposta em qualquer fase do inquérito
administrativo. Consiste em ferramenta que visa resguardar a apuração e a imposição de
sanções por infrações à ordem econômica, quando houver indício ou fundado receio de que o
representado, direta ou indiretamente, cause ou possa causar ao mercado lesão irreparável ou
de difícil reparação, ou torne ineficaz o resultado final do processo.

26. O que é o Compromisso de Cessação?


Trata-se de um acordo firmado entre o investigado e a autoridade administrativa para
cessar de imediato a prática lesiva ao mercado, com a possibilidade de ter o processo
administrativo arquivado. Tal instituto visa incentivar as empresas do mercado a cessarem, de
forma voluntária, a conduta potencialmente lesiva.

27. Explicar o que é o programa de Leniência. Quais seus requisitos?


O acordo de leniência visa desestabilizar e punir os cartéis econômicos. Caso o acordo
seja firmado, há extinção da ação punitiva da administração pública ou a redução de 1 a 2/3
da penalidade aplicável, desde que a colaboração for efetiva com as investigações e o
processo administrativo e a colaboração resultem na identificação dos demais envolvidos na
infração e na obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou
sob investigação.
O acordo de leniência só poderá ser celebrado se preenchidos cumulativamente os
seguintes requisitos:
a) a empresa seja a primeira a se qualificar com respeito à infração noticiada ou sob
investigação;
b) a empresa cesse completamente seu envolvimento na infração noticiada ou sob
investigação a partir da data de propositura do acordo;
c) a superintendência-geral não disponha de provas suficientes para assegurar a
condenação da empresa ou pessoa física por ocasião da propositura do acordo;
d) a empresa confesse sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente
com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sempre que solicitada, a
todos os atos processuais, até seu encerramento.

28. Quando se realiza um ato de concentração? Quais atos de concentração são


proibidos pela lei 12529/2011?
Serão submetidos ao Cade pelas partes envolvidas na operação os atos de
concentração econômica em que, cumulativamente pelo menos um dos grupos envolvidos na
operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios
total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 400.000.000,00; e pelo
menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no último balanço,
faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação,
equivalente ou superior a R$ 30.000.000,00.
São proibidos os atos de concentração que impliquem eliminação da concorrência em
parte substancial de mercado relevante, que possam criar ou reforçar uma posição dominante
ou que possam resultar na dominação de mercado relevante de bens ou serviços, ressalvado o
disposto no §6º, art. 88 da Lei 12.529/11.

29. Quais os atos de concentração que deverão ser submetidos obrigatoriamente


ao Cade?
Segundo o artigo 88 da Lei 12.529/2011, com valores atualizados pela Portaria
Interministerial 994, de 30 de maio de 2012, devem ser notificados ao Cade os atos de
concentração, em qualquer setor da economia, em que pelo menos um dos grupos envolvidos
na operação tenha registrado faturamento bruto anual ou volume de negócios total no Brasil,
no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 750 milhões, e pelo menos um outro
grupo envolvido na operação tenha registrado faturamento bruto anual ou volume de negócios
total no Brasil, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 75 milhões.
O controle dos atos de concentração econômica que devam ser obrigatoriamente
submetidos à aprovação do Cade será prévio, o que significa que tais atos não poderão ser
consumados antes de apreciados pelo Conselho. Ou seja, até a decisão final sobre o ato de
concentração, deverão ser preservadas as condições de concorrência entre as empresas
envolvidas.

30. Qual o prazo para o Cade realizar o controle prévio dos atos de
concentração? Este prazo pode ser dilatado? Explique.
O prazo é de 1 ano, a contar da respectiva data de consumação. No entanto, esse prazo
poderá ser dilatado em duas ocasiões: por até 60 dias, improrrogáveis, mediante requisição
das partes envolvidas na operação e por até 90 dias, mediante decisão fundamentada do
Tribunal, em que sejam especificados as razões para extensão, o prazo da prorrogação, que
será não renovável e as providências cuja realização sejam necessária para o julgamento do
processo.

31. Como é realizada a execução judicial das decisões do Cade?


A execução das decisões do Cade será promovida na Justiça Federal do Distrito
Federal ou da sede ou domicílio do executado, à escolha do Cade.

32. Quanto o juiz pode decretar a intervenção judicial na empresa? Como


funciona a intervenção?
O juiz poderá decretar intervenção judicial na empresa quando necessário para
permitir a execução específica, nomeando o interventor. A decisão que determinar a
intervenção deverá ser fundamentada e indicará as providências a serem tomadas pelo
interventor nomeado de forma clara e precisa.

33. Indicar quais são os crimes contra a Ordem Econômica prevista na Lei
8137/90.
São crimes contra a ordem econômica, precedidos de seus respectivos artigos:
art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de
produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade;
art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a
nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação
no mercado;
art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de
autoridade competente;
art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a
natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço
ou garantia de produtos ou serviços;
art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou
abusiva;
art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir
o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança;
art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à
publicidade;
art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição
usados, sem autorização do consumidor;
art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou
moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que
exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso
ou lazer;
art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele
constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros;
art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de
cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata;
art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente
preenchido e com especificação clara de seu conteúdo.

34. Explicar o que é a Delação Premiada constante no Artigo 169 da Lei 8137/90.
Tal artigo não existe na referida lei.
Delação premiada consiste na redução de pena (podendo chegar, em algumas
hipóteses, até mesmo a total isenção de pena) para o delinquente que delatar seus comparsas,
concedida pelo juiz na sentença final condenatória, desde que sejam satisfeitos os requisitos
que a lei estabelece.
A delação premiada, a despeito da ausência de previsão legal, deve ser voluntária, isto
é, produto da livre manifestação pessoal do delator, sem sofrer qualquer tipo de pressão física,
moral ou mental, representando, em outras palavras, intenção ou desejo de abandonar o
empreendimento criminoso, sendo indiferentes as razões que o levam a essa decisão.
O instituto da delação premiada possui previsão legal em inúmeras normas penais,
estando prevista tanto no código penal, quanto em legislação esparsa.
Além da previsão legal da referida lei, a delação premiada possui previsão no código
penal – no artigo 159 § 4º – Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o
denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um
a dois terços.

35. Informar e explicar quais normas ainda encontram-se vigentes na Lei


8884/94.
O artigo 86 da Lei 8.884/94, embora não esteja revogado expressamente na Lei, foi
revogado de forma tácita, tendo em vista que alterava a redação do art. 312 do CPP, que trata
sobre a prisão preventiva. Tal artigo foi modificado novamente pela Lei 13.964/19 (pacote
anticrime). Portanto, o único dispositivo vigente na Lei 8.884/94 é o art. 87, que alterou o art.
39 do Código de Defesa do Consumidor.

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