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Centro Universitário de Patos de Minas

Lucas da Silva Mendes

Patos de Minas – ABRIL, 2021


RESUMO DA FASE VEGETATIVA

Estádios Vegetativos Início de cada etapa Dias


Germinação -V0 Sementes em condições de germinar CINCO
Emergência - V1 50% das plântulas c/ cotilédones acima do nível do solo DOIS/TRÊS
Fls 1as - V2 50% das plantas c/ folhas primárias abertas QUATRO
1a folha trifoliolada - V3 50% das plantas c/ 1a folha trifoliolada aberta CINCO/NOVE
3a folha trifoliolada - V4 50% das plantas c/ a 3a folha trifoliolada aberta SETE/QUINZE

FONTE: Fernadez & Lopes (1986)


RESUMO DA FASE REPRODUTIVA

Estádios reprodutivos Início de cada etapa Dias


Pré-floração - R5 50% das pls c/ pelo menos 1 botão floral NOVE / ONZE
Floração - R6 50% das pls c/ pelo menos 1 flor aberta QUATRO / SEIS
Formação de vagens - R7 50% das pls c/ pelo menos 1 vagem visível OITO / NOVE
Enchimento das vagens - R8 50% das pls c/ grão em enchimento na 1a vagem DEZOITO / VINTE QUATRO
Maturação - R9 50% das plantas c/ mudança de cor nas vagens QUATORZE / QUINZE
Fonte: Fernadez & Lopes (1986)
Quais as funções básicas do TS ?????
 Garantir a GERMINAÇÃO e a EMERGÊNCIA;

 Evitar a entrada de agentes patogênicos à cultura e na área;

 Evitar que agentes patogênicos à cultura, que já estão na área,


ataquem as sementes e as plantas recém emergidas;

PROTEÇÃO E CONSTRUÇÃO DA PLANTA !!!


Podridão Radicular
Rhizoctonia solani
Disseminação:

Sementes e Implementos agrícolas contaminados;

Infecção ocorre por contato do hospedeiro com o Micélio do fungo;

Condições Favoráveis:

Temperaturas moderadas (18ºC) favorecem a enfermidade.

Temperaturas superiores a 21ºC aumentam a velocidade de emergência - escapar à infecção

Época Crítica:

Safra das águas e Safra de Inverno

Estádio Crítico:

V0 a V3 Ocorrência em todas as regiões produtoras;


Sintomatologia:

Lesões Pardo Avermelhadas com depressões nas hastes e “margens definidas”

O estrangulamento da base do caule,


resultando no tombamento.

Sobrevive no solo na forma de


estrutura de resistência, associado a
restos culturais.

A importância Rhizoctonia tem aumentado com a expansão do cultivo do


feijoeiro irrigado no inverno.
CONTROLE:
Semente de boa qualidade

Tratamento da semente com fungicidas

Práticas culturais:

Rotação de cultura;

Eliminação de restos culturais;

Diminuição da profundidade - emergência mais rápida das plântulas.

PIRACLOSTROBINA
ATIVO: (CAPTANA)

TIOFANATO METÍLICO
Dicarboximida
+
300mL p.c/100kg FIPRONIL
200mL p.c/100kg
(CARBENDAZIM) (TIRAM)
Benzimidazol e Dimetilditiocarbamato

FLUDIOXONIL GRUPO QUÍMICO FENILPIRROLE


Podridão Radicular
Fusarium solani f. sp. phaseoli
 Disseminação:

Sementes e Implementos agrícolas contaminados;

Infecção ocorre por contato do hospedeiro com o Micélio do fungo;

 Condições Favoráveis:
20-32°C (F. solani f. sp. phaseoli);
Solos compactados e Alta umidade no solo estresse hídrico;
Sobrevive no solo através de Clamidósporos;

Penetra por aberturas naturais ou ferimentos

Cultivo intensivo do feijoeiro.

Estádio Crítico:

V0 a V3 Ocorrência em todas as regiões produtoras;


Sintomatologia:

São lesões estrias longitudinais, de coloração avermelhada.

Raízes primárias geralmente são destruídas, impossibilitando as plantas de


absorverem água e nutrientes de maneira adequada às suas necessidades.

Lesões cor de palha “sem


margens definidas”, com
tombamento e podridão radicular

Ataca toda a raiz pivotante.

Estande irregular, formado por


plantas pouco desenvolvidas
Raízes primárias geralmente são destruídas – estande irregular
CONTROLE:

Práticas culturais que favoreçam a germinação rápida das sementes e


enraizamento vigoroso e profundo:

 Uso de sementes sadias;

 Limpeza de implementos agrícolas;

 Plantio em locais distantes de lavouras velhas;

 Rotação de culturas;

 Adubação equilibrada e correção da acidez do solo;

Fonte: Embrapa – Murillo Lobo


Tratamento de sementes

• F. solani f. sp. phaseoli:

carbendazim, captana, tiofanato metílico, fludioxonil e difenoconazol.

Controle biológico: Trichoderma harzianum

APLICAÇÃO NO SULCO DE PLANTIO

PIRACLOSTROBINA
ATIVO: (CAPTANA)

TIOFANATO METÍLICO
Dicarboximida
+
300mL p.c/100kg FIPRONIL
200mL p.c/100kg
FLUDIOXONIL GRUPO QUÍMICO FENILPIRROLE
MOFO-BRANCO Sclerotinia sclerotiorum

 Grande poder destrutivo;

 Temperaturas amenas (15 - 210C) (???) e umidade alta no solo;

 Infecta tecidos em senescência (flores);

 Lesões encharcadas nas folhas, hastes, flores e frutos;

 Micélio cotonoso;

 Escleródio (Bosta de rato) – Alta persistência no solo; (???)

 Ataca diversas culturas;


Germinação CARPOGÊNICA Germinação MICELOGÊNICA

Temperaturas – 15 0C a 18 0C (no solo) Temperaturas – 18 0C a 25 0C

MENOR que 50% da Capacidade de campo MAIOR que 50% da Capacidade de campo

LIMITAÇÃO de nutrientes para escleródio DISPONIBILIDADE de nutrientes para


escleródio
Por qual motivo podemos afirma que: até o feijoeiro
florescer, dificilmente a doença torna-se importante.
Sintomas:
• Lesões encharcadas nas folhas ou outro tecido da parte
aérea que normalmente tenham contato com as flores
infectadas.

• As lesões espalham-se rapidamente para as hastes,


ramos e vagens.

• Nos tecidos infectados aparece uma eflorescência que


lembra algodão, constituindo os sinais característicos
da doença.
Sintomas:
Testemunha: 35% sementes infectadas

Fonte: Murillo Lobo Jr., 2008, Embrapa – CNPAF


CERTEZA_180 mL

Testemunha

Fonte: Murillo Lobo Jr., 2008, Embrapa – CNPAF


 Histórico da área;
 Sementes (TS);
 Plantar em áreas com solos de boa drenagem;
 Escolha de materiais;
 Aumentar espaçamento – melhorar aeração;
 Manejo de Irrigação;
 Qualidade do equipamento de pulverização e irrigação;
 Rotação de cultura;
 Controle Biológico;

 CONTROLE QUÍMICO
 Uso de sementes sadias;
 Tratamento de sementes com fungicidas: Fluazinam + tiofanato metílico;
TIOFANATO-METÍLICO
180 mL p.c/100kg
+
FLUAZINAM (Fenilpiridinilamina)
Tabela 3. Efeito da rotação de culturas e uso da braquiária sobre a atividade
microbiológica no Sistema Santa Fé e S. sclerotiorum.

Rotação Atividade Número de


microbiológica escleródios/m3

Arroz 0,46 0

Milho 0,55 0

Brachiaria ruziziensis 0,45 0

Brachiaria brizantha 0,50 0

Soja 0,29 3
 Escolha do local de plantio;

 Uso de cultivares com porte ereto;

 Controle biológico: Trichoderma spp. (T. asperellum, T. harzianum).


Tabela 2. Fungicidas registrados para o controle do mofo branco no feijoeiro.

Ingrediente ativo Nome comercial


Fluazinam Agata, Altima, Cignus, Frowncide 500 SC,
Legacy, Zignal
Tiofanato metílico Cercobin 700 WP, Metiltiofan, Viper 700
Tiofanato metílico + clorotalonil Cerconil WP
Tiofanato metílico + mancozeb Dithiobin 780 WP
Iprodiona Rovral SC
Procimidona Sialex 500, Sumilex 500 WP
Efeito fungicida sobre a germinação
carpogênica

Formação ESTIPES

Formação APOTÉCIO Frowncide 100% e Sumilex 95%


INIBIÇÃO do APOTÉCIO

Obs.: O Frowncide permite a formação da ESTIPE que


não formam APOTÉCIO.

COSTA & COSTA, 2011


Efeito fungicida sobre a germinação
micelogênica

REDUÇÃO NA GERMINAÇÃO MICELOGÊNICA

85% 78%

COSTA & COSTA, 2011


Viabilidade ESTIPES – (CRATO, 2013)
VIABILIDADE DE ESTIPE = 8,72%

VIABILIDADE DE ESTIPE = 0%
VIABILIDADE DE ESTIPE = 2,3%

Viabilidade ESTIPES na formação de APOTÉCIOS–


(CRATO, 2013)
VIABILIDADE DE ESTIPE PARA APOTÉCIO = 0%

VIABILIDADE DE ESTIPE PARA APOTÉCIO = 7,88%

VIABILIDADE DE ESTIPE PARA APOTÉCIO = 7,74%


CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO
 Em locais com histórico de ocorrência de mofo branco e em condições ambientais

favoráveis para o desenvolvimento da doença aplicar preventivamente antes ou no pré-

florescimento preferencialmente com os fungicida fluazinam ou procimidona;

 Ao redor de 10 dias após o florescimento repetir a aplicação se as condições ambientais

forem favoráveis ou se houver progresso da doença com o mesmo fungicida ou outros

produtos de ingrediente ativo distinto;

 Após aproximadamente 10 dias da segunda aplicação, pulverizar novamente as plantas se

as condições ambientais forem favoráveis à doença.


ANTRACNOSE Colletotrichum lindemuthianum;

Maior importância da cultura do feijoeiro, podendo causar perdas de até 100%.

Locais de temperatura baixa a moderada e alta umidade.


Condições Favoráveis:

Temperaturas amenas (18 º C). Umidade Relativa elevada e chuva frequentes

Disseminação:

Semente e Água
Após uma chuva, plantas localizadas a 1,5 m de diâmetro do inóculo inicial podem
ser infectadas.
Quando esta é associada com vento, o diâmetro de infecção aumenta para 4,6 m 2.
Época Crítica:

Safra das águas (Maior intensidade) e Safra de Inverno

Estádio Crítico:

Germinação - V3 a R8
Plântulas - lesões pequenas de coloração marrom ou preta nos cotilédones.
Hipocótilo - lesões alongadas, superficiais ou deprimidas, podendo ocorrer o estrangulamento
do hipocótilo e morte da plântula.
Lesões necróticas de coloração marrom-escura nas nervuras na face inferior da folha.

Lesões podem ser vistas na face superior das folhas, quando então uma região clorótica
desenvolve-se ao lado das manchas necróticas e as folhas tendem a curvar-se para baixo.

Ataques severos: as lesões estendem-se ao limbo foliar ao redor das áreas afetadas nas
nervuras, resultando em necrose de parte do tecido foliar.
Nas vagens, são geralmente circulares e deprimidas, de coloração marrom, com
os bordos escuros e salientes, circundados por um anel pardo-avermelhado.

As lesões nas vagens podem ainda apresentar o centro de coloração mais clara ou
rosada, devido à esporulação do fungo.

As lesões podem coalescer e cobrir parcialmente as vagens.


MEDIDAS DE CONTROLE

 Tratamento de sementes com fungicidas;

 Escolha da data de semeadura adequada;

 Rotação de culturas;

 Quebra-ventos;

 Uso de cultivares resistentes.


Tratamento de sementes com fungicidas

TIOFANATO-METÍLICO
180 mL p.c/100kg
+
FLUAZINAM (Fenilpiridinilamina)

FLUDIOXONIL GRUPO QUÍMICO FENILPIRROLE


ATIVO: (CAPTANA) Dicarboximida

300mL p.c/100kg

(CARBENDAZIM) (TIRAM)
Benzimidazol e Dimetilditiocarbamato
Uso de cultivares resistentes

Tabela 5. Cultivares resistentes à antracnose.

Cultivar Grupo Nível de resistência


BRS Pontal Carioca Moderadamente resistente

BRS Requinte Carioca Moderadamente resistente

BRS Esplendor Preto Resistente

IPR Gralha Preto Moderadamente resistente

IPR Garça Branco Resistente

IAPAR 81 Carioca Moderadamente resistente

IPR Campos Gerais Carioca Moderadamente resistente

IAC Alvorada Carioca Moderadamente resistente

IAC Diplomata Preto Resistente


Aplicação de fungicidas:

Estrobilurinas

Triazóis

Benzimidazóis,

Clorotalonil,

Ditiocarbamato

Dicarboximida

Cúpricos

Organoestânico (hidróxido de fentina).


Ingrediente Ativo Grupo Químico
Hidróxido de fentina 400 g/L Organoestânico
Época de aplicação de fungicidas (condições favoráveis à doença):

 Tratamento de sementes

 Primeira aplicação preventiva no estádio V1;

 Segunda aplicação: 10-15 dias após a primeira aplicação (condições favoráveis à doença,
região com alta incidência e/ou aumento do progresso da doença);

 Terceira ou quarta aplicação: após o florescimento (condições favoráveis à doença,


região com alta incidência e/ou aumento do progresso da doença).
MANCHA ANGULAR Phaeoisariopsis griseola
Quanto mais precoce for o seu aparecimento - maiores poderão ser os prejuízos
ocasionados.

Cultivares suscetíveis - perdas em até 80%.


Disseminação:

Vento; Sintomas – 8 a 12 dias


Chuva;
Sementes e partículas de solo infestadas;
Sobrevive em restos culturais -
Penetra pelos estômatos
Condições Favoráveis:

Temperaturas moderadas (24 °C) (16-28°)


Alternância de alta e baixa umidade.
Ação de ventos.
Sintomas

Folhas
Mais comum e facilmente identificada nas folhas
Folhas primárias, apresenta conformação mais circular com halos concêntricos

Nas folhas trifolioladas, as lesões


apresentam formato angular,
delimitadas pelas nervuras

São encontradas também em vagens, caules, ramos e pecíolos – LESÕES NECRÓTICAS


Qual é a lesão de Mancha Angular e qual é a de Antracnose?

Lesões de
antracnose

Lesões de
Mancha
angular
Eflorescência de cor cinza-escura a negra, formada pela frutificação do fungo - o synnema
MEDIDAS DE CONTROLE

 Cultivares resistentes

 Sementes sadias

 Rotação de cultura

 Eliminação de resto de cultura

 Controle da irrigação

 Controle químico
Uso de cultivares resistentes

Tabela 6. Cultivares resistentes à mancha angular.

Cultivar Grupo Nível de resistência


IPR Graúna Preto Moderadamente resistente
IPR Chopim Preto Moderadamente resistente
IPR Gralha Preto Moderadamente resistente
IPR Tiziu Preto Moderadamente resistente
IPR Garça Branco Moderadamente resistente
IPR Tangará Carioca Moderadamente resistente
IAC Alvorada Carioca Moderadamente resistente
IAC Diplomata Preto Moderadamente resistente
Pérola Carioca Moderadamente resistente
Controle químico
 Aplicação de fungicidas:

Estrobiluninas, triazóis, benzimidazóis, clorotalonil, ditiocarbamato, dicarboximida e cúpricos.

AZOXISTROBINA
Época de aplicação de fungicidas:

Em áreas com alta incidência: aplicação preventiva após 20-25 DAE;

Segunda aplicação antes do florescimento (condições favoráveis);

Terceira aplicação após o florescimento (condições favoráveis).


Podridão cinzenta do caule – Macrophomina phaseolina
DISSEMINAÇÃO

Sementes contaminadas - que resultarão em plantas doentes;


Sobrevive - restos culturais - forma de escleródio e picnídios;
Escleródios - condições de baixa umidade do solo - permanecem viáveis por longos períodos;

Hospedeiros alternativos - soja, sorgo, milho

Condições Favoráveis:

Altas temperaturas (37ºC) e baixa umidade no sol


A doença pode se manifestar em todos os estádios de desenvolvimento das plantas.

Sintomas
Os sintomas iniciais aparecem frequentemente
no colo, atingindo posteriormente a raiz principal
e as partes superiores do caule e ramos primários
- lesões acinzentadas, difusas, de aspecto úmido
Intensa podridão dos tecidos, definindo uma desagregação
parcial ou total dos tecidos e feixes vasculares.

Na superfície das lesões, são muitas vezes observadas


inúmeras pontuações negras que são as estruturas
reprodutivas do fungo.

Em razão da desestruturação dos tecidos, ocorre um


amarelecimento generalizado, murcha, seca e morte das
plantas.
MEDIDAS DE CONTROLE
Sementes sadias e certificadas;

Tratamento de sementes

Remoção e queima das plantas doentes;

Plantio pouco adensado;

Áreas irrigadas - evitar encharcamento;

Plano de rotação cultural - gramíneas forrageiras;

600 mL/100kg de sementes


200 mL/100kg de sementes
33,4 mL/100kg de sementes
250 mL/100kg de sementes
FERRUGEM
Uromuyces phaseoli.

Agente causal - Uromyces phaseoli

Basidiomiceto - Parasita obrigatório (mais de 200 raças fisiológicas).

Danos severos quanto mais cedo atacar a cultura – redução no rendimento de


60% a 70%.

Maior intensidade da doença em pré-floração (R5) e Floração (R6) do


feijoeiro.

Regiões úmidas e tropicais.

Favorecida por ocorrência de orvalho e temperaturas moderadas


Epidemiologia

• Longos períodos alta umidade (10 a 18 horas);

• Temperaturas entre 17 e 27 0C – valor ótimo 24-25 0C;

• Temperaturas > 32 0C – morte dos fungos;

• Temperaturas constantes de 27 0C impede o desenvolvimento


das lesões reduzindo a taxa de esporulação;

• Os Uredosporos podem sobreviver no solo por até 60 dias;


Sintomas inicial pequenas lesões esbranquiçadas, na face inferior da folhas.
Essas lesões ao longo do tempo, evoluem, assumindo a coloração
amarelas e com o centro pardacento, representado por imensa
quantidade de pústula, que pode ser observada em ambas as faces
da folha.
São 88 produtos registrados para FERRUGEM
Uromuyces phaseoli

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