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MATÉRIA PRIMA

PROPRIEDADES E
TEMPERATURAS DE
PROCESSAMENTO

2018 Apostila 03
PLÁSTICOS
 PROPRIEDADESDE PROCESSAMENTO
Nesta apostila iremos tratar de algumas características e propriedades básicas sobre os materiais plásticos
que devemos conhecer para o seu processamento adequado, seja na injeção, extrusão, ou qualquer outro
processo de transformação.

I- VISCOSIDADE / FLUIDEZ
Viscosidade é a resistência ou dificuldade que o material plástico tem em escoar pelo cilindro e preencher a
cavidade de um molde.
Fluidez é o inverso da viscosidade, podemos definir como sendo, a facilidade que o material plástico tem em
escoar pelo cilindro de plastificação, ou de preencher as cavidades de um molde.
Se um material plástico escoa facilmente, sua viscosidade é baixa, pode-se dizer que o mesmo possui alta
fluidez. Poderíamos entender da seguinte maneira.

Para medir a viscosidade do "PVC", utiliza-se um


viscosímetro, dissolvendo-o em solvente apropriado e
verificando seu Valor K.
Para os outros termoplásticos existentes, medimos
oINDÍCE DE FLUIDEZ, ou MELT INDEX ( MI),
através de um aparelho chamado PLASTÔMETRO, o
qual fornece o resultado do ensaio na unidade deg/10 min.
O índice de fluidez de alguns materiais plásticos, como por
exemplo, o PEAD pode ir de0,1 g/10 min a 30 g/10min.
Como podemos notar, o assunto é bastante amplo, onde
conseguimos obter de um único material, características
diferentes para processos de transformação também
diferentes.
No caso do processo de injeção, são utilizados materiais de
maior fluidez, geralmente com Melt Index de 2,0 g/10 min até 30 g/10 min, e para o processo de extrusão de
uma maneira geral, melt index inferiores a 2,0 g/10 min.
Existem então, materiais apropriados para cada processo de transformação, e além disso apropriados à
aplicação do produto. Os materiais são recomendados pelos próprios fabricantes da matéria-prima, ou pela
engenharia e desenvolvimento de produto.
Um outro fator relevante que deve ser considerado é o reaproveitamento do material plástico, sendo que
quanto maior o número de reciclagens, maior será a perda de viscosidade, conseqüentemente, maior a
fluidez.

 CUIDADO COM O MOÍDO


Caso a máquina trabalhe com material virgem (regulada para o mesmo) e houver necessidade de se trabalhar
com o material reciclado, cuidado!

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Devemos fazer uma nova regulagem, principalmente no que diz respeito à Temperatura de
Processamento.
POR QUÊ ?
Devido a uma série de inconvenientes que irão aparecer no processo e na qualidade do produto final, como
por exemplo:
 Aumento na fluidez do material;
 Rebarbas;
 Produto quebradiço;
 Fora de cor;
 Dimensional fora do padrão estabelecido, etc.

 O QUE FAZER?
Uma das primeiras providências a serem tomadas é reduzir a temperatura de processamento e depois outros
itens de regulagens como: pressões, velocidades etc.

II- TEMPERATURA DE PROCESSAMENTO


Outra característica básica fundamental que devemos entender em relação à matéria-prima para se conseguir
regular uma injetora é a temperatura de processamento.
Cada material plástico possui uma temperatura diferente quando processado, e é essencial o conhecimento
deste item para manter a qualidade do material e da regulagem da máquina.
Podemos entender "temperatura de processamento", como sendo a diferença entretemperatura de
amolecimento e a temperatura de degradação do material plástico.

 CUIDADO
A temperatura de processamento está bastante relacionada com a viscosidade e a fluidez do material.

Muitas vezes o produto falha não pelo fato de faltar pressão de injeção, mas sim, pela viscosidade muito alta
do material, acarretando dificuldades ao plástico em passar pelos canais de injeção e preencher as cavidades
(devido a temperatura do molde).

III- CONTRAÇÃO
É importante conhecer essa propriedade, quando se trabalha com produtos que necessitam de precisão nas
medidas, principalmentetolerâncias pequenas.

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Existem produtos plásticos, onde as medidas podem ter tolerâncias de décimos, centésimos e até mesmo
milésimos de milímetros, exigindo do preparador e regulador da
máquina, o conhecimento para se alterar ou manter essas
dimensões.

A contração do material plástico é a diferença dimensional que


existe entre o produto acabado e a cavidade do molde, sendo dada
em porcentagem (%).
Os principais fatores que interferem na contração são:

A )MATÉRIA-PRIMA
O fato dos materiais cristalinos contrairem mais do que os amorfos, é um importante fator da contração.As
cargas incorporadas em alguns materiais ( como por ex : PP com talco, PA com fibra de vidro, PVC com
carbonato de cálcio ), fazem com que o produto contraia até menos que alguns materiais amorfos,
dependendo da porcentagem incorporada de carga.

B )PROCESSO
No processamento dos materiais, existem vários parâmetros e recursos de injeção, que possuem grandes
influências na contração.

C )MOLDESDEINJEÇÃO
Quando o assunto é a ferramenta, este contribui diretamente no dimensional do produto, fazendo que a
contração seja maior ou menor, conforme suas características e desenvolvimento de construção.

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A seguir, temos uma tabela demonstrando a porcentagem de contração de cada material plástico e
classificando-o como AMORFO e CRISTALINO.

TABELADE CONTRAÇÃO

MATERIAIS ABREVIATURAS CLASSIFICAÇÃO % DECONTRAÇÃO


01-Polietileno de Alta Densidade(PEAD) CRISTALINO 2,0 a 4,0 %
02-Polietileno de Baixa Densidade (PEBD) CRISTALINO 1,5 a 3,0 %
03-Polipropileno (PP) CRISTALINO 1,0 a 3,0 %
04-Poliestireno Cristal (PS) AMORFO 0,4 a 0,6 %
05-Poliestireno de Alto Impacto (PSAI) AMORFO 0,4 a 0,7 %
06-Estireno-Acrilonitrila (SAN) AMORFO 0,4 a 0,7 %
07-Acrilonitrila-Butadieno-Estireno (ABS) AMORFO 0,4 a 0,8 %
08-Poliamida / Nylon (PA) CRISTALINO 1,5 a 4,0 % *
09-Policloreto de Vinila (PVC) AMORFO 0,3 a 2,0 % *
10-Policarbonato (PC) AMORFO 0,4 a 0,8 %
11-Acrílico (PMMA) AMORFO 0,2 a 0,8 %
12-Acetato de Celulose (CA) AMORFO 0,3 a 0,7 %
13-Poliacetal Homopolímero (POM) CRISTALINO 2,0 a 3,0 %
14-Poliacetal Copolímero (POM) CRISTALINO 2,0 a 2,5 %
15-BlendaXENOY - 0,7 a 1,0 %
16-BlendaNORYL - 0,5 a 0,7 %
17-Polietileno Tereftalato (PET) CRISTALINO 1,0 a 2,0 %
18-Polibutileno Tereftalato (PBT) CRISTALINO 1,5 a 2,0 %
* PA Abrange todos os tipos de nylon( 6 ; 6.6 ; 11 ; 12 )
* PVC :
Rígido contrações menores ( cargas ).
Flexível contrações maiores ( plastificante ).
Obs: As informações da tabela anterior foram retiradas de vários catálogos de fabricantes de matérias primas. Para
maiores detalhes a nível de projetos e ferramentaria, solicitar com os fabricantes o material específico em questão.

IV- HIGROSCOPICIDADE
Chamamos de Higroscopicidade, a capacidade que o material tem em absorver umidade.
O inconveniente de processar um material com umidade é a formação de vapores dentro do cilindro de
plastificação, o que prejudica sensivelmente a qualidade do produto como: manchas, estrias
esbranquiçadas, bolhas e dependendo do material, perdas nas propriedades elétricas, químicas e mecânicas
do produto final. Em alguns casos não se consegue nem o processamento, é o caso do nylon com
umidade.
Para se evitar esses tipos de problemas, é necessário a estufagem de alguns materiais plásticos, quando já
não vem estufados do fabricante.
O tempo e a temperatura de estufagem são variados pelos seguintes fatores:
 Tipo de material plástico;
 Equipamento/ estufa utilizada / aferições dos pirômetros da estufa;
 Região em que se localiza a empresa.
A seguir, temos uma tabela, demonstrando materiais que são ou não higroscópicos, indicando valores de
temperaturas e tempo de estufagem de cada material.

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MATERIAIS PLÁSTICOS TEMPERATURAS SECAGEM
ABREVIATURAS PROCESSAMENTO ºC / h
01-Polietileno de Alta Densidade (PEAD) 130ºC a 300ºC -
02-Polietileno de Baixa Densidade (PEBD) 110ºC a 250ºC -
03-Polipropileno (PP) 140ºC a 300ºC -
04-Poliestireno Cristal (PS) 140ºC a 230ºC -
05-Poliestireno Alto Impacto (PSAI) 150ºC a 250ºC -
06-Estireno Acrilonitrila (SAN) 190ºC a 260ºC 80ºC / 3hs
07-Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS) 190ºC a 250ºC 80 ºC / 3hs
08-Policloreto de Vinila (PVC) 110ºC a 230ºC -
09-Poliamida (PA) 210ºC a 290ºC 80 ºC / 4hs
10-Poliacetal / Homopolímero (POM) 180ºC a 230ºC 80 ºC / 2hs
11-Poliacetal / Copolímero (POM) 170ºC a 230ºC 80 ºC / 2hs
12-Policarbonato (PC) 250ºC a 320ºC 120 ºC / 5hs
13-Acrílico (PMMA) 180ºC a 260ºC 90 ºC / 5hs
14-Acetato de Celulose (CA) 170ºC a 250ºC 80ºC / 2hs
15-Polietileno Tereftalato (PET) 250ºC a 290ºC 140ºC / 5hs
16-Polibutileno Tereftalato (PBT) 230ºC a 270ºC 120ºC / 4hs
17-BlendaXENOY 240ºC a 280ºC 110ºC / 4hs
18-BlendaNORYL 230ºC a 290ºC 100ºC / 3hs

QUESTIONÁRIO

1-) Defina VISCOSIDADE e FLUIDEZ.

2-) Qual o nome do aparelho e qual a unidade usada para medir o MELT INDEX ?

3-) Por que normalmente medimos o ÍNDICE DE FLUIDEZ no recebimento da matéria-prima ?

4-) O que acontece com a viscosidade dos materiais ( aumenta ou diminui ) à medida que os reciclamos ?

5-) Qual a primeira providência à ser tomada pelo preparador quando entra material reciclado na máquina
após terminar o virgem ?

6-) O que é TEMPERATURA DE DEGRADAÇÃO ?

7-) Caso se trabalhe com o material próximo a temperatura de amolecimento, qual o cuidado que devemos ter ?

8-) O que acontece com a viscosidade do material ( aumenta ou diminui ), à medida que aumentamos a
temperatura de processamento ?

9-) Qual o principal fator que mais interfere na contração ? Cite mais três.

10-) Quais os materiais que “não são” higroscópicos ?

11-) Quais são os 02 problemas principais que ocorrem em um produto quando se processa material
úmido ? E no processo ?

12-) Como verificamos na prática que o material está com umidade ?

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