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Jesus, a essência da liberdade

Por Helio Carnassale


Diretor de Assuntos Públicos e Liberdade Religiosa da Divisão Sul-Americana da IASD

Sermão sugestivo para ser usado no sábado especial dedicado à Liberdade Religiosa

Texto base: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei pois firmes e não vos
submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gálatas 5:1).

Introdução
- Demos graças a Deus pela liberdade religiosa que desfrutamos em nosso país e
oremos pelas autoridades (I Timóteo 2:1-3).
⁃ O tema da liberdade religiosa precisa ser compreendido no contexto do grande
conflito entre o bem o mal.
⁃ Cremos firmemente que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, livres e
com liberdade de consciência (capacidade de analisar as coisas) e liberdade de escolha
(capacidade de tomar decisões).
⁃ Com a entrada do pecado, Satanás escravizou e destruiu a dignidade humana,
tirando todas os seus direitos e liberdades fundamentais, inclusive a capacidade de escolher
adorar a Deus. E ele continua agindo para manter a humanidade debaixo dessa escravidão,
com o propósito de impedir que as pessoas tenham acesso à salvação.

Ellen White afirma que: “A habilidade de Satanás é exercida em elaborar planos e métodos
incontáveis para cumprir seus propósitos. Trabalha para restringir a liberdade religiosa e
trazer para dentro do mundo religioso uma espécie de escravidão” (Testemunhos para a
Igreja, v.7, p. 180).

I. A missão do Messias
⁃ No evangelho de Lucas 4:18-19, encontra-se a declaração de missão do Messias.
Dos seis pontos lidos por Jesus no “rolo do profeta Isaías (referência ao capítulo 61:1-3),
dois aspectos referem-se à liberdade: “proclamar libertação aos cativos”; e, “por em
liberdade os oprimidos”. Assim, a obra da liberdade ou de libertação, soltar as amarras do
pecado, estava no coração da missão do Messias.
⁃ Essa ação libertadora está relacionada à redenção e salvação oferecidas por Jesus.
Cada aspecto da vida e ministério de Cristo, esteve ligado à restauração da liberdade e à
libertação do ser humano da escravidão do pecado. Isso pode ser visto em:
a) Seu nome - YAWHE – significa JEOVÁ SALVA ou JEOVÁ LIBERTA, “porque
ele salvará (ou libertará) o seu povo dos pecados deles” (Mateus 1:21).
b) Seus sermões e ensinamentos.
c) Nas curas e expulsões de demônios.
d) Nas orações: "livra-nos do mal" (Mateus 6:13) e "não peço que os tires do mundo, e
sim que os livres do mal" (João 17:15).
e) No seu sacrifício, morte e ressurreição.
Em conexão com a missão libertadora de Cristo, o apóstolo Paulo escreveu aos
gálatas: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei pois firmes e não
vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (5:1).

Aqui Paulo faz duas afirmações muito interessantes.

II. "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou"

Na teologia paulina encontramos a simbologia da salvação como um ato de libertação da


escravatura.

E nessa simbologia, a libertação ou salvação é descrita por um tríplice aspecto redentivo da


parte de Cristo, conhecido como os três tempos da salvação.

1. PASSADO (JUSTIFICAÇÃO)
⁃ Romanos 8:1,2 - Com sua morte na cruz, Jesus nos libertou da culpa e da
condenação do pecado.
2. PRESENTE (SANTIFICAÇÃO)
⁃ Rom. 6:22 – Por sua intercessão no santuário celestial, Jesus nos liberta do poder
do pecado. Ele socorre aos que são tentados (Hebreus 2:17,18).
3. FUTURO (GLORIFICAÇÃO)
⁃ Rom. 5:9,10 – Como Rei dos reis e Senhor dos senhores, Jesus nos libertará da
presença do pecado, eliminando para sempre pecado e pecadores.

III. "Permanecei pois firmes e não vos submetais, de novo, ao jugo de escravidão"

- Para permanecer firmes, é muito importante conservar diante de nós a lembrança de


nossa Identidade – relembrar quem somos, de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e
para onde vamos. Somos filhos do Pai Celestial, libertados por Jesus, a caminho de casa,
rumo a eternidade.
- A única alternativa para permanecermos firmes está em conservar os olhos fixos na
pessoa maravilhosa do Senhor Jesus, Autor e Consumador (Iniciador e Finalizador) de
nossa fé (Hebreus 12:2). Apegar-se à Sua Palavra, perseverar na oração e testemunhar de
Seu amor.
- Jesus não deseja que, uma vez tendo sido libertados, voltemos a viver novamente
sob o jugo de escravidão.
- Ele mesmo deu a receita – “permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós” (João
15:4). Esta é a únicas segurança para não voltarmos ao jugo escravizador do pecado.

Conclusão
A liberdade religiosa se conecta com a visão bíblico-adventista desde a criação, a entrada
do pecado, a redenção e por fim a extirpação final do pecado. Vimos hoje que:

1. A liberdade religiosa precisa ser entendida no contexto do grande conflito, levando-


se em conta a queda do homem, a escravidão do pecado e a perda da liberdade com
que Deus criou a humanidade.
2. No coração da missão do Messias está a obra de redenção e libertação do cativeiro e
da opressão impostas pelo pecado. No passado Cristo nos libertou da culpa e da
condenação do pecado; no presente Cristo nos liberta do poder do pecado e, no
futuro, Cristo nos libertará da presença do pecado.
3. Paulo afirma que foi para a liberdade que Cristo nos libertou, quebrando o jugo do
pecado e devolvendo esperança para a humanidade.
4. E o apóstolo ainda nos exorta a que permaneçamos firmes, sem voltar ao jugo da
escravidão.

É vontade do Senhor que Seus filhos fieis protejam, promovam e defendam a liberdade
religiosa. Escreveu Ellen White:
- “Não estamos cumprindo a vontade de Deus se nos deixarmos ficar em silêncio,
nada fazendo para preservar a liberdade de consciência” (Testemunhos para a Igreja, v. 5,
p. 714).
- Que o Senhor nos desperte para entendermos os tempos em que estamos vivendo e
que sejamos usados por Deus como instrumentos nas Suas mãos para protegermos a
liberdade religiosa, a fim de que mais pessoas cheguem ao conhecimento da salvação em
Jesus.
- Qual será nossa resposta?
- Celebremos a liberdade. Agradeçamos liberdade religiosa em nosso país e não
esqueçamos da promessa feita pelo próprio Senhor Jesus: "Se pois o Filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres" (João 8:36).

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