Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Conforme disposto previamente, este princípio possui a função de garantir que seja
respeitado o prazo estabelecido entre a publicação de lei que institui tributo e sua entrada em
vigor. Desta forma, entende boa parte dos autores e do magistrado que tal princípio é
aplicável somente a instituição ou majoração de um tributo, dando-se início ao debate sobre o
encaixe das revogações de benefícios fiscais.
Por este mesmo caminho o Supremo Tribunal Federal por muitas vezes proferiu
decisões que reforçaram o entendimento de que a revogação de um benefício fiscal não
ensejaria majoração ou instituição de um tributo, portanto a elas não se aplicaria o referido
princípio. Uma das decisões que precedeu este posicionamento foi o Recurso Extraordinário
nº 204.062/ES, como demonstra-se abaixo (BRASIL, 1996):
Ainda, Schoueri ressalva a fragilidade de tal tese, expondo que na época que elas
foram proferidas, o estudo de direito tributário ainda se encontrava em fase incipiente –
menos desenvolvido que hoje – de modo que o próprio princípio da anterioridade se aplicava
a poucos tributos somente.
Sendo assim, não se deve medir que esta posição – a despeito de ter sido majoritária à
época – seja unificada, tanto que hoje já existe jurisprudência do mesmo tribunal em sentido
contrário, como por exemplo o Agravo Regimental no RE nº 564.225-RS de 2014. Neste
julgamento, a turma recursal julgou que a revogação do benefício fiscal – naquele caso a
majoração da base de cálculo do ICMS devido por prestadores de serviços de televisão por
assinatura – deveria sim observar o princípio da anterioridade.
O ministro Marco Aurélio ainda incluiu em seu voto que uma das funções do princípio
da Anterioridade seria evitar que o contribuinte fosse surpreendido com o ônus, considerando
também que “[o]s atos infralegais implicaram aumento indireto do imposto, porquanto
revelaram redução de benefício fiscal vigente, devendo ser observado, também nesses casos, o
princípio da anterioridade” (2014 apud 2018, SCHOUERI).
Por fim, também entende o Supremo Tribunal Federal que mesmo o aumento de
alíquota por decreto deve ser submetido ao princípio da anterioridade, conforme julgado da
Ação Direita de Inconstitucionalidade nº 4.681-DF sobre a tentativa de aumentar o IPI através
do Decreto n. 7.567, de 15 de setembro de 2011.
Isto significa que ela terá efeitos somente no próximo exercício financeiro e se tiver
sido convertida em lei até o último dia no qual foi editada, com as devidas ressalvas daqueles
impostos que excepcionalmente não se submetem à anterioridade. (PINHEIRO, 2017)
esta somente produzirá seus efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida
em lei até o ultimo dia daquele em que foi editada, ressalvados os impostos, que, por expressa
previsão constitucional, não se submetem ao princípio da anterioridade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 8. ed., São Paulo: Saraiva Educação, 2018.