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Talvez a desculpa mais comum apresentada pelos jovens na Igreja Adventista do Sétimo Dia
hoje é a de que o culto é “maçante”. Essa desculpa parece mantê-los distantes do culto sabáti-
co ou torná-los em adoradores totalmente pacíficos. O que não está claro é a conotação do
“maçante”. Para a grande maioria dos jovens esse fenômeno “maçante” simplesmente descreve
sua percepção de que o culto, como praticado na igreja adventista contemporânea, é irrelevante
para eles.
A questão com a qual todos os que somos líderes na igreja nos confrontamos é: Algo pode ser
feito para mudar essa percepção? Uma avaliação honesta de nosso conceito, estilo e formato
do culto é essencial se desejamos enfrentar devidamente a situação. Esta monografia busca
sugerir um caminho que podemos desejar trilhar como um remédio prático para a questão de
como a Igreja Adventista do Sétimo Dia pode tornar sua fé tradicional relevante para nossos
jovens.
UM PARADIGMA BÍBLICO
Toda tentativa de avaliar questões na Igreja de Deus deve começar com Sua Palavra. Nenhu-
ma questão exige isso mais do que a que está aqui sendo considerada.
Ao estudarmos o motivo bíblico, somo levados a reconhecer DOIS elementos essenciais que
abarcam o que podemos definir como “culto bíblico”.1
De forma geral, o culto na Igreja Adventista do Sétimo Dia é muito forte no movimento de
cima para baixo. Talvez a debilidade do nosso culto resida na inadequação do movimento
de baixo para cima. Com esse movimento minimizado, há um efeito limitador no envolvi-
mento do adorador. Parcialmente não seria este o motivo porque o jovem, que por natureza
é ativo e envolvido, julgue o culto adventista como “maçante”?
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Para os fins desta monografia, foram consideradas as seguintes narrativas bíblicas: A forma de culto de
Noé (Gênesis 8 e 9); O sonho e culto de Jacó (Gênesis 28); Israel e o santuário (Êxodo 25 e 40; Levíti-
cos); a dedicação do templo feita por Salomão (II Crônicas 5-7); a visão de Isaías (Isaías 6); e o Dia de
Pentecostes e a Igreja primitiva (Atos 2). Apocalipse 4; 5 e 19 provêem uma perspectiva escatológica à
discussão.
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2. Uma conseqüência do conceito da atividade é a noção da comunicação. No culto, Deus e o
adorador não apenas se voltam um para o outro; também se comunicam um com o outro.
O paradigma bíblico indica-nos não apenas a necessidade de atividade no culto, mas tam-
bém a necessidade de envolvimento da pessoa como um todo (ex.: os lados esquerdo e di-
reito do cérebro2). O culto adventista contemporâneo é excessivamente focalizado na co-
municação verbal enquanto que a comunicação simbólica está quase totalmente ausente.
Seria este outro motivo porque nossos jovens tenham um tal sentimento sobre o culto?
Ao preparar nosso povo para a volta de Jesus, devemos ter a coragem exigida da liderança
para conduzi-lo à contínua renovação do culto. Se desejamos conservar nossos jovens e apre-
sentá-los ao Senhor na Sua vinda, devemos captar a visão e pô-la em prática. Devemos tratar a
questão de que o culto é visto pelo jovens como algo “maçante”. As sugestões que faço a se-
guir baseiam-se em tentativas objetivas com vistas a encorajar exatamente esse tipo de reno-
vação do culto.
Prestar culto é uma arte e, como arte, deve ser vivo e dinâmico. Faz-se necessário o em-
prego da variedade, inovação e experimentação; do contrário, nosso culto será estagnado,
irrelevante e “maçante”. Devemos buscar apresentar nosso culto de tal forma que seja ape-
lativo aos jovens. Devemos ajudá-los a reconhecer que o culto é para eles tanto quanto o é
para os membros mais velhos.
O conceito de uma Igreja de Deus (um culto para as crianças e apresentado pelas crian-
ças) é uma cura de longo prazo para o dilema que se nos apresenta hoje. Se pudermos le-
var nossos jovens a pensarem no “culto”, podemos deter a tendência atual.
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Sabemos hoje que os dois lados do cérebro funcionam de forma diferente. Para a maioria das pessoas
o lado esquerdo se especializa nas habilidades verbais como a leitura, escrita e fala. O lado direito, no
entanto, se especializa nas habilidades simbólicas como as capacidades criativas e artísticas, a imagina-
ção e a fantasia.
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Outra sugestão que pode ser utilizada é o culto jovem. Com isso não quero dizer um culto
para os jovens, mas um culto planejado e realizado por eles. O ser capaz de planejar e de
conduzir o culto imbui nossos jovens do senso de participação. O culto torna-se deles e não
meramente uma preocupação congregacional.
Vale também a pena explorar o conceito da Igreja Aberta. Nesse culto, o formato é mantido
aberto. A idéia é devolver o culto aos adoradores. Mediante um planejamento cuidadoso, a
Igreja Aberta pode tornar-se uma experiência poderosa de culto. Ao não limitar o culto a um
determinado formato e ao cuidadosamente tornar a congregação o mais eficaz e funcional
possível, a Igreja Aberta é um bônus verdadeiro para o culto da igreja de Deus. Um dos as-
pectos mais observáveis da Igreja Aberta é a ausência de passividade na congregação.
O devido uso do boletim da igreja é também um meio útil para o culto criativo. A Igreja Ad-
ventista do Sétimo Dia não é uma igreja litúrgica e nós precisamos fingir que somos. O bo-
letim precisa ser novamente escrito e organizado periodicamente. Pode-se alcançar dois
benefícios com isso: (a) podemos focalizar nosso culto em um determinado tema/conceito
ou em uma experiência especial de culto (ex.: enfocar o sábado todo como uma oração; (b)
a congregação é compelida a repensar em seu culto toda vez que um novo formato é intro-
duzido.
A escolha dos hinos congregacionais é especialmente crucial para os jovens. Devido à sua
idade, os jovens são mais inclinados a louvarem e a cantarem. Na maioria das vezes os
cultos adventistas têm apenas dois ou, no melhor, três hinos cantados com a congregação.
Talvez poderiam ser incluídos mais hinos em nossos cultos. A participação dos jovens tam-
bém será acentuada se não nos limitarmos ao hinário.
Grande cuidado deve ser tomado para tornar cada culto em uma mensagem, com hinos,
versos bíblicos e sermão talhados para um determinado tema. Deve-se também dar aten-
ção a levar a congregação a cantar de uma forma mais eficaz. Isso pode ser feito ao em-
pregar coristas treinados, ao variar a seleção dos hinos, ao fazer uso de instrumentos mu-
sicais e ao empregar a ajuda de retroprojetor e projetores.
Será necessário estabelecer uma comissão de culto para esse tipo de programa. Essa co-
missão pode auxiliar o pastor e dela deve fazer parte uma representação dos jovens. A
comissão de culto deve ser composta por vários membros leigos a fim de que possa ser
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criativa. Os jovens são um amplo recurso para tal criatividade e sua contribuição é inesti-
mável.
O simbolismo pode ser usado em nosso culto de várias formas. Um boletim abarrotado com
informações e cheio de erros transmite o sentimento de um culto congestionado. Um bole-
tim bem preparado acentua a estética do culto. Fazer com que os membros da congrega-
ção mudem de lugar de vez em quando pode ajudar a transmitir idéias como separação ou
proximidade uns dos outros.
As técnicas de afirmação, como cumprimentar-se uns aos outros durante uma parte do
culto ou o emprego da “cadeia do amor”, pode transmitir o símbolo da unidade e do amor
entre os membros da igreja. Criar tradições especiais de curto prazo onde cada membro se
engajará durante cada culto pode influenciar na união dos membros durante o culto. Mes-
mo o púlpito pode ser usado de uma forma tal como um retrato quer da proximidade ou
transcendência de Deus.
A coleta da oferta é também uma oportunidade valiosa para a sugestão simbólica no culto.
Para uma oferta especial para a educação, crianças com as mãos abertas podem ser em-
pregadas para receber as ofertas. Para enfatizar o ato de dar, a congregação pode ser
convidada a vir a frente para “entregar” suas dádivas ao Senhor.
Cada parte do culto contém elementos simbólicos que, quando empregados devidamente,
aumentarão o poder de nosso culto. Os jovens que naturalmente tendem a ser inclinados
aos gestos simbólicos na vida terão uma realização maior nesse tipo de culto. Podemos
nos permitir ignorar essa avenida?
Referências Selecionadas
Homes, C. Raymond. Sing A New Song, Berrien Springs: Andrews University Press, 1984.
Johansson, Calvin M. Music and Ministry: A Biblical Counterpoint. Peabody, MA: Hendrickson,
1984.
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MacArthur, John. The Ultimate Priority on Worship. Chicago: Moody, 1983.
Rutz, James H. The Open Church. Auburn, MN: The SeedSower, 1992.
Webber, Robert E. Worship Old and New. Grand Rapids: Zondervan, 1982.