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Cadernos PDE
I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
STREET DANCE:
UM NOVO RITMO CONTAGIANDO O ESPAÇO ESCOLAR
CERRO AZUL
2015
FABIANE DE CASSIA ROSA BICHELS
STREET DANCE:
UM NOVO RITMO CONTAGIANDO O ESPAÇO ESCOLAR
CERRO AZUL
2015
IDENTIFICAÇÃO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................5
2. PROBLEMATIZAÇÃO...........................................................................................6
3. OBJETIVOS...........................................................................................................7
4. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................7
4.1 A EXPERIÊNCIA CORPORAL E SUAS MANIFESTAÇÕES............................7
4.2 A DANÇA E SEU CONTEXTO EDUCACIONAL...............................................9
4.3 A DANÇA E AS DIRETIZES CURRICULARES DO ESTADO DO PARANÁ:
SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O ALUNO....................................................................12
4.4 DANÇA DE RUA: ASPECTOS HISTÓRICOS.................................................13
4.5 O MOVIMENTO HIP HOP: FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS...................15
4.6 O SURGIMENTO DO HIP HOP NO BRASIL..................................................16
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..............................................................17
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA..............................................................17
5.2 INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS...........................................................17
5.3 UNIVERSO DA PESQUISA.............................................................................18
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................19
TABELA 1 - PERGUNTA Nº 01.............................................................................19
TABELA 2 - PERGUNTA Nº 02.............................................................................20
TABELA 3 - PERGUNTA Nº 03.............................................................................21
TABELA 4 - PERGUNTA Nº 04.............................................................................21
TABELA 5 - PERGUNTA Nº 05.............................................................................22
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................23
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................25
5
STREET DANCE:
UM NOVO RITMO CONTAGIANDO O ESPAÇO ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO:
O ensino da educação física é a construção de ações em que se tornam
possíveis experiências especificas para a superação de situações de vida presentes
e futuras e nele deve ser inserido, além de outros conteúdos, o ensino da dança.
A dança é uma manifestação que reflete a cultura, a religião, os costumes, os
desejos, os ideais e formas de expressão das mais diversas sociedades. Nasceu
com a própria humanidade e tem estado presente no decorrer de seu
desenvolvimento, apresentando-se como produto e fator da cultura humana,
transmitindo valores e crenças de geração a geração (VARGAS, 2003).
A dança de rua é configurada como uma manifestação contemporânea de
cultura que surgiu por meio dos jovens da periferia, que foram para as ruas
manifestar seus desejos, sentimentos e ideias através do corpo e da dança.
Após vários anos e influências de outros ritmos, a dança de rua foi ganhando
espaço, construindo sua historia, sendo evidenciada em diversos lugares, por varias
pessoas de diferentes etnias.
Essa grande manifestação artística e de ampla riqueza cultural, inspirou o
desenvolvimento desse estudo, cuja proposta foi desenvolver um trabalho
motivacional levando a dança de rua para dentro do espaço escolar, efetivando a
inclusão do conteúdo dança nas aulas de educação física.
1
Professora PDE com lotação no Colégio Estadual Princesa Isabel - Ensino Fundamental e Médio do
município de Cerro Azul – PARANÁ. Licenciada em Educação Física pela Universidade Estadual de
Ponta Grossa – UEPG, 1999. Com Especialização em Ciência do Movimento Humano –
FACULDADES INTEGRADAS “ESPÍRITA” – CURITIBA, 2000.
2
Mestre em Recreação e Lazer pela Universidade do Porto - Portugal. Especialista em Magistério
Superior pela Universidade Tuiuti do Paraná. Licenciatura Plena em Educação Física pela
Universidade Católica do Paraná - PUCPR. Professor de Educação Física e Orientador da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
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2 PROBLEMATIZAÇÃO
Existe um abismo entre o que é aprendido pelos alunos na escola e o sentido
desses saberes nas suas vidas.
Entender os jovens tem se tornado um grande desafio. O mundo adulto tem
expressado hoje seu descontentamento com atitudes “inadequadas” dos mesmos:
jovens portanto “preguiçosos”, sem “aptidão”, sem “bagagem”, “desinteressados”,
“apáticos”, “agressivos” (etc.!) Marques (2005, p. 122).
Pierre Babin e Marie-Fance Kowloumdjian (1989)4, citados por Marques
(2005, p. 123), referem-se aos jovens como “...uma geração que pertence a outra
cultura. Esses jovens não são do contra, eles simplesmente “estão em outra”,
vivendo sua realidade que faz parte de uma nova sociedade emergente”.
Percebe-se que a escola tem se tornado apenas uma obrigação, pois as
informações passadas pelos professores podem ser facilmente encontradas, e de
formas mais divertidas na TV, na internet, nos vídeos e até mesmo nas ruas, que
para muitos, tem sido uma opção mais atrativa.
[...] se o objetivo da escola é a construção e a socialização dos
conhecimentos, então é preciso ter consciência que educadores e
educandos possuem sim conhecimentos, porém tem sempre algo mais a
conhecer (BARRETO, 2008 p. 36).
3
Programa de Desenvolvimento Educacional. Formação Continuada para o Professor da Rede
Pública de Ensino do Estado do Paraná (regulamentado pela Lei 130 de 14 de julho de 2010).
Secretaria de Estado da Educação do Paraná.
4
BABIN, P. & KOWLOUMDJIAN, M.F. Os novos modos de compreender. São Paulo, Paulinas, 1989.
7
3 OBJETIVOS
2.1Geral
Buscar a motivação dos alunos do Colégio Estadual Princesa Isabel de Cerro
Azul, através da oportunidade do contato com a arte da dança de rua,
oportunizando-os a busca de si para o encontro com o outro, através de uma
interpretação pessoal, que os conduza ao seu próprio caminhar, enquanto pessoas
críticas, sensíveis, criativas, transformadoras e autônomas.
2.2 Específicos
Estimular aos alunos/as a vivencia da corporeidade, incentivando-os à expressão
dos sentimentos;
Proporcionar o autoconhecimento e a comunicação;
Desenvolver questões éticas, estéticas e morais na aplicação do ensino da dança;
Socializar os jovens dentro e fora dos espaços escolares;
Trabalhar em favor de todos os sujeitos, de forma a não permitir exclusões por
preconceitos de qualquer natureza;
Valorizar as experiências e a criatividade dos alunos;
Ampliar e aperfeiçoar o projeto festival de danças existente no colégio.
4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 A experiência corporal e suas manifestações
O Homem, em um contexto histórico, tem várias formas de se comportar
corporalmente, pois existem relações do corpo com o contexto social. “Cada corpo
expressa a história acumulada de uma sociedade que nele marca seus valores,
suas, leis, suas crenças, e seus sentimentos, que estão na base da vida social”
(GONÇALVES, 2012 p. 14).
8
Existem dois tipos de dança de rua: a vinculada à cultura hip hop, grupos ou
crews e a vinculada às academias e estúdios de dança. Ela é formada por vários
estilos e todos eles, influenciados pela dança funk.
Street apesar de significar rua, não quer dizer que todos os estilos surgiram
exatamente nas ruas. Quer dizer apenas que veio do povo da cidade, que não é
acadêmico (clássico), portanto é street.
Mais do que um estilo de dança influenciado por vários ritmos, a dança de rua
sempre foi associada à cultura e a identidade negra, sobretudo a partir da década de
70. Nesse período, o movimento que teve início com a dança se estendeu para
outras manifestações culturais e artísticas, como a pintura, a poesia, o grafite e o
visual (PACIEVITCH, 2014).
A esse novo estilo nascido nos guetos nova-iorquinos (Bronx, Broolkin e
Harlem) deu-se o nome de Hip – Hop que é composto por quatro elementos, sendo:
o rap (ritmo e poesia), o grafite (assinaturas), os dj’s e os mc’s, e a Street Dance.
Alguns autores dividem a dança de rua em dois tipos: o Hip – Hop
(movimento cultural, de rua) e a Street Dance (dança oriunda de academias e
escolas de dança).
Dance (2014), acredita que dos estilos de dança urbana, apenas o B.Boying
foi criado exatamente nas ruas, durante as Block Partys (festas de rua), que deram
origem à Cultura Hip Hop. Os demais estilos de dança tiveram diferentes ambientes
para sua criação como clubs (danceterias), programas de TV, entre outros.
Nos dias de hoje quando se diz Street Dance ou Dança Urbana Americana
você entende por: Locking, Up Rocking, Popping, Boogalooing, B.Boying, Freestyle
Hip Hop e House Dance.
A dança de rua vinculada ao movimento hip hop (do inglês hip: quadril, hop:
pulo, ou seja, saltar movimentando os quadris), toma outro sentido na história em
sua formação, uma vez que é um estilo de dança mais dinâmico, já que veio de
outras danças sociais e suas características principais são a improvisação e a
mistura de linguagens como a encenação teatral.
No Brasil, as primeiras manifestações da dança de rua aconteceram em
meados de 1982 com dançarinos amadores. Para Puppo (2014), somente em
janeiro de 1991, a dança de rua foi efetivada no país com o primeiro grupo
profissional sul americano do gênero, através do coreógrafo e bailarino Marcelo
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Muitos dizem que o hip hop seria a única forma da periferia e dos guetos
expressarem suas dificuldades e as necessidades de todas classes excluídas...
Existem vários estilos de dança dentro do Hip Hop, entre eles temos: o Breaking,
executados pelos B.Boys ou B.Girls; o Locking, executados por lockers; o Popping,
executado por poppers; o Hip Hop Dance (New School Hip Hop Dance), executado
pelos hip hoppers; as Social Dances (passinhos de dança de danceterias).
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
5.1 Caracterização da pesquisa
O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de caráter
qualitativo/descritiva, uma vez que busca entender uma realidade que não deve ser
quantificada, trabalhando com um universo de significados, no campo da
compreensão de valores e atitudes, além das motivações e sentimentos, o que
corresponde a um espaço mais profundo das relações (MINAYO, 1994). E ainda,
[...] a metodologia qualitativa, possibilita que se compreenda a forma de vida
das pessoas, não sendo apenas um inventário sobre a vida de um grupo.
As técnicas utilizadas permitem, entre outras coisas, o registro do
comportamento não verbal e o recebimento de informações não esperadas,
porque não seguem necessariamente um roteiro fechado, percebendo como
bem-vindos os dados novos, não previstos anteriormente (VICTORA, 2000).
Para o autor, esse tipo de entrevista pode fazer emergir informações de forma
mais livre e as respostas não estão condicionadas a uma padronização de
alternativas.
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante o período de desenvolvimento das atividades, ocorreu a coleta de
dados das entrevistas semi-estruturadas e das observações realizadas. As
respostas foram digitalizadas e analisadas.
Optou-se então por trabalhar com uma análise de conteúdo, onde houve a
categorização do retorno da coleta de dados para melhor compreensão do
pesquisador (BARDIN, 2002).
As perguntas e respostas dos alunos/as foram organizadas através de tabelas
com número de respostas (N) e porcentagens (%) para cada questionamento
separando as discussões dos resultados por cada questão analisada.
TABELA 1 – PERGUNTA Nº 01
Apesar dos fatos acima citados, a vivência da dança de rua no espaço escolar
fez com que os alunos/as, além de apreciarem essa arte, tivessem uma mudança de
mentalidade em relação ao que a mesma representa.
A técnica da dança de rua tem características próprias, marcadas pela sua
história e contexto social em que surgiu. Permite que o corpo seja capaz de
transmitir a expressividade do que o espírito deseja dizer (GARAUDY, 1980).
Tal satisfação também se justifica por terem sido valorizadas as
possibilidades de cada aluno, permitindo a expressão espontânea, sem evidenciar a
técnica formal, dando um aspecto verdadeiramente educacional às práticas
oferecidas a eles.
TABELA 4 - PERGUNTA Nº 04
TABELA 5 - PERGUNTA Nº 05
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da pesquisa estudada, foi possível compreender que o ensino da
dança na escola tem papel fundamental na formação dos alunos, pois é um
fenômeno que envolve a corporeidade e a expressão humana, além de ser uma
possibilidade de expressão de sentimentos e a dança de rua (ou street dance) por
ser uma expressão de dança em ascensão nos diversos espaços da sociedade
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chama a atenção dos alunos para as suas práticas. “Hoje a dança de rua está
difundida por todos os lugares” (SALERA JÚNIOR, 2008).
Quando os alunos/as optam pela dança de rua e formam grupos, iniciam um
processo de socialização e tomam consciência da sua realidade social.
Muitas são as dificuldades encontradas quando desenvolvemos propostas de
trabalho diferenciadas nos espaços escolares, uma vez que são ambientes de
conflitos diários e no decorrer dessa pesquisa, as dificuldades que se evidenciaram
foram o preconceito em relação à proposta de trabalho e a discriminação entre os
colegas, além da insegurança, da timidez, do medo e da vergonha que se acentuam
ainda mais pelo fato de que muitos dos alunos não tiveram a oportunidade de
vivenciar aulas de dança anteriormente.
Acreditar em uma proposta de trabalho e persistir na busca do alcance dos
objetivos propostos é fundamental e a motivação se faz necessária a todo instante,
pois quando bem estimulados, os alunos/as são capazes de ir além do que eles
mesmos imaginam, percebendo seus potenciais criativos de maneira satisfatória e
prazerosa.
O importante é persistir e vencer as barreiras do preconceito imposto pela
sociedade que muitas vezes entende a dança somente como exposição do corpo.
Foi notável a percepção de que a escola pode interferir na mudança de
comportamento dos alunos principalmente se usar a criatividade como processo
metodológico, desenvolvendo atividades que atinjam o alcance crítico dos mesmos a
fim de construir novos conceitos.
A dança de rua é um mecanismo de inserção social e está se tornando uma
cultura contemporânea jovem em todos os meios e pode ser uma possibilidade de
trabalhar com a capacidade de percepção de um corpo real, permitindo que os
jovens expressem seus movimentos espontâneos, suas emoções e sentimentos.
No decorrer do estudo, com base nos autores pesquisados e na experiência
vivida dentro do espaço escolar, foi possível descobrir que dança é, de forma muito
concreta, uma grande ferramenta para transformação social de adolescentes e
espero que esta possa cooperar com os profissionais da educação física escolar,
dando uma ideia dos resultados que os trabalhos relacionados à dança na escola
são capazes de fazer na sociedade.
25
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AXIA, G. A timidez: um dote precioso do patrimônio genético humano. São Paulo:
Paulinas: Loyola, 2003. – (Coleção para saber mais; 3).
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa:
Edições 70, 2002.
BREGOLATO, R.A. Cultura Corporal da Dança. 2ª Ed. Vol. I - São Paulo: Ícone,
2006.
CIRINO, M. 10 anos de dança de rua em festivais. Jornal Dança Brasil, Diretor Ivan
Grandi, ano XIV, p. 7-9, jan. 2005.
FERREIRA, V. Dança escolar: um novo ritmo para a educação física. Rio de Janeiro:
2ª Ed.:Sprint, 2009.
TAPIA J. A. & FITA E. C. Motivação em sala de aula: o que é, como se faz. São
Paulo: Edições Loyola, 2006.