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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DE TRANSPORTES

FILIPE BATISTA RIBEIRO

UTILIZAÇÃO DE MISTURA DE SOLO E ESCÓRIA DE FERRO


SILÍCIO-MANGANÊS PARA APLICAÇÃO EM CAMADAS DE BASE
E SUB-BASE DE PAVIMENTO FLEXÍVEL

Rio de Janeiro
2018
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

FILIPE BATISTA RIBEIRO

UTILIZAÇÃO DE MISTURA DE SOLO E ESCÓRIA DE FERRO SILÍCIO-


MANGANÊS PARA APLICAÇÃO EM CAMADAS DE BASE E SUB-BASE DE
PAVIMENTO FLEXÍVEL

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso


de Mestrado em Engenharia de Transportes do
Instituto Militar de Engenharia, como requisito
parcial para a obtenção do título de Mestre em
Ciências em Engenharia de Transportes.

Orientadores:

Prof. Ben-Hur de Albuquerque e Silva D.Sc.


Prof. Álvaro Vieira M.Sc.

Rio de Janeiro

2018
c 2018

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

Praça General Tibúrcio, 80 Praia Vermelha

Rio de Janeiro RJ CEP: 22.290-270

Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que


poderá incluí-lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou
adotar qualquer forma de arquivamento.

É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre


bibliotecas deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que
esteja ou venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações,
desde que sem finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfica
completa.

Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do(s)


autor(es) e do(s) orientador(es).

1.
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela doação da vida e por compartilhar conosco a capacidade de


projetar, criar e trazer à realidade soluções que nos permitem tornar esse mundo
um lugar melhor.

Aos meus pais, pelo suporte, confiança e sabedoria entregues de forma


tão dedicada durante esses anos. Meus sinceros agradecimentos.

Aos meus irmãos e suas famílias, por sempre me acolherem com um bom
papo e braços abertos.

Aos amigos angariados durante o período de desenvolvimento desse


estudo. Espero ter contribuído pelo menos um pouco na jornada de vocês, em
troca do muito que recebi. Para citar alguns desses indivíduos, agradeço à
Reinaldo Del Fiaco e Filipe Souza pelos ensinos de empreendedorismo; à
Camila Maestrelli, Mayara Gomes, Luisa Alencar, Carolina Santiago, Carmen
Castro e Helena pela simpatia e sorrisos, que sempre alegraram os dias no
laboratório; aos oficiais Renan Henrique, Igor Pitz e Marcos Vasconcelos, pelas
boas instruções e compartilhamento de experiências.

Ao Prof. T.C Ben-Hur e Cel. Álvaro, pela disponibilidade e cordialidade


nos períodos de orientação e empenho para conclusão desse trabalho.

Ao T.C. Guimarães, Profª. Esther e Prof. Aurélio pelos direcionamentos e


aconselhamentos. Muito obrigado pela generosidade.

Aos demais professores e colaboradores do Instituto Militar de


Engenharia, que se dedicam diariamente para o desenvolvimento tecnológico do
país.

À equipe da Via 040, especialmente Aline, Gilson, Guilherme e Ana.


Agradeço pelo suporte essencial para conclusão dessa pesquisa.

À Vale, através do Wagner Dias e José Campolina, que se dispuseram a


mitigar o impacto gerado pela atividade da empresa através de soluções
ambientalmente adequadas.
SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ........................................................................................... 7


LISTA DE TABELAS.................................................................................................... 8
LISTA DE EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES .................................................................. 13

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 20
2.1 Pavimento ............................................................................................................ 20
2.2 Geração da escória no processo siderúrgico ....................................................... 24
2.3 Uso de escória siderúrgica como agregado alternativo na engenharia civil ......... 29
2.4 Métodos de dimensionamento de pavimento ....................................................... 33
3. MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 37
3.1 Agregado ............................................................................................................. 41
3.1.1 Determinação da composição granulométrica por peneiramento....................... 41
3.1.2 Densidade de agregado graúdo e massa específica ......................................... 45
3.1.3 Abrasão los angeles .......................................................................................... 46
3.1.4 Perda de massa por equipamento Treton .......................................................... 47
3.1.5 Aggregate Image System e Microscopia Eletrônica de Varredura ..................... 49
3.1.6 Expansibilidade da escória ................................................................................ 53
3.1.7 durabilidade (sanidade) ..................................................................................... 56
3.1.8 Análise mineralógica Espectrometria de fluorescência de raio-x e
espectroscopia de energia dispersiva de raios-x (EDS) .............................................. 57
3.2 Solo .................................................................................................................... 59
3.2.1 Determinação da composição granulométrica por peneiramento....................... 59
3.2.2 Limites de Atterberg ........................................................................................... 61
3.2.3 Equivalente de areia .......................................................................................... 62
3.2.4 Classificação de solos HRB/SUCS ................................................................. 63
3.2.5 Classificação de solos tropicais - MCT .............................................................. 65
3.3 Mistura solo-agregado ........................................................................................ 67
3.3.1 Curva granulométrica para mistura solo-agregado ............................................ 67
3.3.2 Compactação densidade máxima e umidade ótima ........................................ 68
3.3.3 Índice de Suporte Califórnia - ISC (California Bearing Ratio CBR) .................. 69
3.3.4 Módulo de resiliência ......................................................................................... 69
3.4 Dimensionamento de pavimentos ........................................................................ 71
3.4.1 Metodologia Determinística DNER ..................................................................... 71
3.4.2 Metodologia mecanística-empírica com uso de software - SISPAV ................... 73
4. RESULTADOS ...................................................................................................... 75
4.1 Agregado ............................................................................................................. 75
4.1.1 Determinação da composição granulométrica por peneiramento....................... 75
4.1.2 Densidade de agregado graúdo e absorção ...................................................... 77
4.1.3 Abrasão los angeles .......................................................................................... 79
4.1.4 Perda de massa por equipamento treton ........................................................... 82
4.1.5 Aggregate image system (AIMS) e microscopia eletrônica de varredura (mev).. 84
4.1.6 Expansibilidade da escória ................................................................................ 92
4.1.7 Durabilidade (sanidade) ..................................................................................... 97
4.1.8 Análise mineralógica Espectrometria de fluorescência de raio-x e
Espectroscopia de energia dispersiva de raios-x (EDS)............................................ 103
4.2 Solo ................................................................................................................... 109
4.2.1 Determinação da composição granulométrica por peneiramento ..................... 109
4.2.2 Limites de Atterberg ......................................................................................... 110
4.2.3 Equivalente de areia ........................................................................................ 110
4.2.4 Classificação de solos hrb/sucs .................................................................... 111
4.2.5 Classificação de solos tropicais - mct............................................................... 111
4.3 Mistura solo-agregado ........................................................................................ 112
4.3.1 Curva granulométrica para mistura solo-agregado........................................... 112
4.3.2 Compactação densidade máxima e umidade ótima ...................................... 114
4.3.3 Índice de suporte califórnia - ISC (California Bearing Ratio CBR) ................. 115
4.3.4 Módulo de resiliência ....................................................................................... 118
4.3.5 Dimensionamento de pavimento com uso do sispav ........................................ 121
4.4 Mercado para uso de escória siderúrgica ........................................................... 126
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS ........................ 128
5.1 Sugestões para pesquisas futuras ..................................................................... 129
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 131
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIG 2.1 Esquema sobre os principais elementos na composição do aço ........ 25


FIG. 3.1 Localização dos materiais estudados. ................................................ 38
FIG. 3.2 Fluxograma utilizado para execução do estudo ................................. 41
FIG. 3.11 Amostras selecionadas para análise de composição mineralógica. . 59
FIG. 4.1 Resultado da granulometria da Amostra 01 ....................................... 75
FIG. 4.2 Resultado da granulometria da Amostra 02 ....................................... 76
FIG. 4.3 Resultado da granulometria da Amostra 03 ....................................... 76
FIG. 4.4 Resultado de Análise da Distribuição de Angularidade ...................... 85
FIG. 4.5 Resultado de Análise da Distribuição de Textura ............................... 86
FIG. 4.6 Resultado de Análise da Distribuição de Esfericidade (Ín .................. 86
FIG. 4.7 : À esquerda, escória de ferro silício-manganês; à direita, escória de
aciaria. ....................................................................................................... 87
FIG. 4.8 Microfotografia de escória de ferro silício-manganês (1000x e 2000x).
................................................................................................................... 87
FIG. 4.9 Microfotografia de escória de ferro silício-manganês (1000x e 2000x).
................................................................................................................... 88
FIG. 4.10 Microfotografia de escória de aciaria (1000x e 2000x). ................... 88
FIG. 4.11 Armazenamento inicial da escória no pátio de produção ................. 88
FIG. 4.12 Superfície lisa da maioria das amostras coletadas........................... 90
FIG. 4.13 Superfície rugosa de parte das amostras coletadas......................... 91
FIG. 4.14 Descolamento de placas do material em camadas .......................... 92
FIG. 4.15 Resultado de expansão da escória não curada. .............................. 93
FIG. 4.16 Plotagem dos dados do ensaio de expansão. .................................. 95
FIG. 4.17 Resultados de Expansão Diária e Expansão Diária Acumulada para
mistura solo-escória de ferro silício-manganês.......................................... 96
FIG. 4.18 Exemplo de amostra degradada - antes e depois. ........................... 99
FIG. 4.19 Amostras antes do ensaio de durabilidade.. ................................... 100
FIG. 4.20 Amostras após o ensaio de durabilidade ........................................ 100
FIG 4.21 Microfissuras provocadas em escória de aciaria após ataque químico.
................................................................................................................. 101
FIG. 4.22 Microfotografias da superfície da escória ...................................... 102
FIG. 4.23 Resultado da Análise Mineralógica da Amostra A1. ....................... 103
FIG. 4.24 Resultado da Análise Mineralógica da Amostra A2. ....................... 104
FIG. 4.25 Resultado da Análise Mineralógica da Amostra A3. ....................... 105
FIG. 4.26 Resultado da Análise Mineralógica da Amostra A4. ....................... 105
FIG. 4.27 Resultado da Análise Mineralógica da Amostra A5. ....................... 106
FIG. 4.28 Resultado da Análise Mineralógica da Amostra de material passando
na #200. ................................................................................................... 107
FIG. 4.29 Resultado da Média das Análises Mineralógicas. .......................... 107
FIG. 4.30 Resultado do ensaio de EDS ......................................................... 108
LISTA DE TABELAS

TAB. 3.1 Série de peneiras Normal e Intermediária. ................................................... 42


TAB. 4.1 Resultado dos ensaios de densidade e absorção da escória ....................... 77
TAB. 4.2 Valores de Absorção para agregados naturais............................................. 79
TAB. 4.3 Valores de desgaste do material após a abrasão pelo método Los Angeles 79
TAB. 4.4 Valores de desgaste por abrasão admissíveis, segundo as normas vigentes.
............................................................................................................................ 80
TAB. 4.5 Valores de referência de agregados naturais para desgaste por Abrasão Los
Angeles. .............................................................................................................. 81
TAB. 4.6 Resultado da perda de massa por choque no equipamento Treton ............. 82
TAB. 4.7 Valores de referência de agregado naturais para perda de massa por choque
............................................................................................................................ 83
TAB. 4.8 Valores admissíveis de expansão para materiais em camadas de pavimento
............................................................................................................................ 93
TAB. 4.9 Resultado do ensaio de expansibilidade. ..................................................... 95
TAB. 4.10 Resultado de ensaio de degradação química ............................................. 98
TAB. 4.11 Percentual dos elementos químicos na amostra ...................................... 109
TAB. 4.12 Resultados do ensaio de Compactação ................................................... 114
TAB. 4.13 Resultados para ensaio de CBR .............................................................. 115
TAB. 4.14 Estruturas de pavimento flexíveis dimensionadas .................................... 116
TAB. 4.15 Espessuras obtidas para dimensionamento pelo Método DNER.............. 117
TAB. 4.16 Resultados de k1, k2 e k3 para solo e mistura solo-escória. .................... 119
TAB. 4.17 Resultados dos Ensaios de Módulo de Resiliência .................................. 120
TAB. 4.18 Cenário de Projeto para dimensionamento de pavimento ........................ 122
TAB. 4.19 Volume Médio Anual de veículos ............................................................. 123
TAB. 4.20 Resultados para dimensionamento de pavimento flexível usando o software
SisPav ............................................................................................................... 125
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ABREVIATURAS

ONU - Organização das Nações Unidas

IPR - Instituto de Pesquisas Rodoviárias

cc - centímetros cúbicos

Mpa - megapascal

KN - quilonewton

tf - tonelada-força

t/m³ - tonelada por metro cúbico

g/cm³ - grama por centímetros cúbicos

Kg - quilograma

g - grama

Km - quilômetro

cm - centímetro

mm - milímetro

rpm - rotações por minuto

Mg - magnésio

Al - alumínio

Si - silício

S - enxofre

Cl - cloro

K - potássio

Ca - cálcio

Ti - titânio

Mn - manganês
Sr - estrôncio

Ba - bário

Zn - zinco

Fe - ferro

FeSiMn - ferro silício-manganês

LD - Linz-Donawitz

EAF - Eletric Arc Furnace

AASHTO - Association of State Highway and Transportation Officials

PTM - Pennsylvania Test Method

MEV - Microscopia Eletrônica de Varredura

EDS - Eletroscopia de Energia Dispersiva de Raio-X

AIMS - Aggregate Image System

CBR - California Bearing Ratio

ISC - Índice de Suporte Califórnia

CBUQ - Concreto Betuminoso Usinado a Quente

MR - Módulo de resiliência

HRB - Highway Research Board

SUCS - Sistema Unificado de Classificação de Solos

MCT - Miniatura, compactado, tropical

- Corpos-de-prova

DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DNER - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

USACE - United State Army Corps of Engineers

LVDT - Linear Variable Differential Transformer, transdutor para


medição de deslocamento linear.

N - número equivalente de operação do eixo padrão

VDM - volume diário médio de tráfego, no sentido mais utilizado, no


ano médio do período do projeto
FE - fator de eixo

FEC - fator de equivalência de eixo

FV - fator de veículo, dado por FE x FEC

FR - fator climático regional

Dap - densidade aparente

Ms - massa do agregado seco em estufa

Mh - massa do agregado na condição saturada

L - leitura na balança do agregado submerso

a - absorção

T - perda ao choque de massa por Treton (%)

M1 - massa original da amostra

Mr - massa de material retido na #1,7mm

h - teor de umidade

Ph - peso úmido

Ps - peso do material seco em estufa

hót - umidade ótima

LP - Limite de plasticidade

LL - Limite de liquidez

IP - Índice de plasticidade

NP - Não plástico

FWD - Falling weight deflectometer


SÍMBOLOS

- deformação

- tensão

# - malha da peneira

- polegadas

°C - graus Celsius

% - percentagem
LISTA DE EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES

Equação 1 - Densidade aparente .................................................................... 45


Equação 2 - Absorção ...................................................................................... 45
Equação 3 - Perda ao choque - Treton ............................................................ 48
Equação 4 - Expansão a 7 dias........................................................................ 55
Equação 5 - Expansão a 14 dias...................................................................... 55
Equação 6 - Limite de Plasticidade .................................................................. 61
Equação 7 - Limite de Liquidez ........................................................................ 62
Equação 8 - Equivalente de areia .................................................................... 63
Equação 9 - Índice de Grupo............................................................................ 64
Equação 10 - Cálculo de tráfego N .................................................................. 72
Inequação 11 - Cálculo de espessura de Base ................................................ 73
Inequação 12 - Cálculo de espessura de Sub-base ......................................... 73
RESUMO

O impacto gerado pelos resíduos da indústria siderúrgica provoca discussões


acerca das melhores formas de destinação final dos subprodutos do processo
de geração de ligas metálicas. Visando propor uma alternativa, este trabalho
apresenta os resultados dos estudos sobre a caracterização física, química e
mecânica da escória de ferro silício-manganês para potencial aplicação em
projetos de misturas com solo, na construção de camadas de base e sub-base
de pavimento rodoviário. A relevância deste trabalho se mostra diante da
necessidade de prover uma destinação ambientalmente adequada para
subprodutos de processos siderúrgicos que podem prover a sociedade de
soluções técnica e economicamente viáveis, ou seja, se tornar um coproduto que
reduza o consumo de matéria-prima natural, além de promover economia
financeira. Diante disso, a proposta deste trabalho é avaliar o uso da escória de
ferro silício-manganês em mistura com solo para emprego em camadas de base
e sub-base. Para isso, foram empregados alguns métodos tradicionais, como
Granulometria, Densidade e absorção, Abrasão Los Angeles, Limites de
Atteberg, Equivalente de Areia e Expansão. Outros métodos mais modernos
foram usados para caracterizar a estrutura dos agregados, como Microscópio
Eletrônico de varredura (MEV) e Sistema de caracterização de agregados por
imagem (AIMS). Já para a análise da composição mineralógica foram
empregadas a Espectrometria de Fluorescência de raio-X e Eletroscopia de
Energia Dispersiva. Complementarmente, são apresentados os dados obtidos
na determinação da perda ao choque no equipamento Treton e Durabilidade por
ataque químico com sulfato de sódio. Quanto ao solo, para classificação foram
usadas as metodologias HRB/SUCS e MCT. Adiante, foram realizados os
ensaios de CBR e Módulo de Resiliência, cujos dados gerados permitiram o
dimensionamento das espessuras das camadas de base e sub-base, através da
metodologia do DNER e do método empírico-mecanístico com uso do SisPav.
Os resultados encontrados nos ensaios mencionados se mostram satisfatórios
diante dos valores estabelecidos nas normas específicas para cada metodologia.
Finalmente, conclui-se que a escória de ferro de silício-manganês apresenta
propriedades mecânicas compatíveis com as estabelecidas para uso em base e
sub-base de pavimentos flexíveis, quando empregado em mistura com solo.
ABSTRACT

The impact generated by the waste from the steel industry leads to discussions
about the best ways to dispose by-products resulting from the metal generation
process. Aiming to propose an alternative, this work presents the results of the
studies on the physical, chemical and mechanical characterization of silicon-
manganese iron slag for potential application in soil blending projects for
construction of base layers and sub-base of road pavement. The relevance of
this study is to present the importance of proposing an environmentally adequate
destination for by-products of steelmaking processes that provide the company
with feasible solutions, ie to become a co-product that reduces the consumption
of natural raw material, besides promoting economy financial management.
Therefore, the proposal of this work is to evaluate the use of silicon-manganese
iron slag in a mixture with soil for use in base and sub-base layers. Some
traditional methods were employed, such as Grain size Analysis, Density and
Absorption, Los Angeles Abrasion, Atteberg Limits, Sand Equivalent Test and
Expansion. Modern tests were used to characterize the structure of the
aggregates, such as Scanning Electron Microscope (SEM) and Image Aggregate
Image Measurement System (AIMS). For the analysis of the mineralogical
composition were used X-ray Fluorescence Spectrometry and Dispersive Energy
Electroscopy. In addition, the data obtained in the shock loss evaluation in Treton
equipment and Durability were presented. In addition, HRB / SUCS and MCT
methodologies were used for soil classification. Then, the CBR and Resilience
Modulus tests were carried out. The generated data allowed the sizing of the
base and sub-base layers through the DNER methodology and the empirical-
mechanistic method using SisPav. The results found in the tests mentioned
above are satisfactory in comparison with the values established in the specific
standards for each methodology. Finally, it is concluded that silicon-manganese
iron slag presents mechanical properties compatible with those established for
using in base and sub-base of flexible pavements, when used in soil mixture.
1. INTRODUÇÃO

A construção de novas estradas geralmente implica numa interferência


considerável no meio ambiente, relacionado tanto com o desmatamento para
execução do eixo da via quanto com o aprovisionamento de grandes
quantidades de agregados naturais necessários para a construção. Entretanto,
devido ao aumento da conscientização ambiental no setor industrial, os
construtores rodoviários têm concentrado os esforços na minimização de uso de
recursos e no transporte de materiais, medidas demonstradas no uso de
materiais reciclados .
Tal senso de entendimento da finitude dos recursos naturais está
amplamente descrito nas 8 Metas do Milênio da ONU, onde o primeiro tópico
acerca da Qualidade de Vida e Respeito ao Meio Ambiente trata da integração
dos princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas
nacionais, assim como da reversão da perda de recursos ambientais (UNITED
NATIONS, 2015).
No decorrer dos anos, o investimento em soluções sobre a reciclagem de
resíduos industriais vem sendo intensificada em muitos países. Diversas
companhias vêm investindo em pesquisa e tecnologia para reutilização de
rejeitos industriais, o que aumenta a qualidade do produto reciclado e propicia
maior eficiência do sistema produtivo (TAKANO et al., 2000).
A normatização tanto das características físicas e mecânicas do material,
quanto da padronização da execução de sua aplicação são realizadas através
de ensaios e análises técnicas. Conforme NÓBREGA (2007), há pelo menos
dois grandes grupos de escória: a de aciaria, proveniente da produção do aço
obtida em fornos elétricos e conversores de oxigênio; e a de alto-forno, resultante
da fusão redutora dos minérios para a obtenção do ferro gusa e ligas metálicas.
Ainda nesse estudo, entende-se que uma das desvantagens de sua aplicação
se encontra na grande variabilidade de sua geração. Diante disso, a utilização
de uma metodologia que permita uma investigação prévia acerca das
propriedades do material em questão se faz interessante para validar, ou não, o
seu emprego nas pretendidas aplicações.
Diante disso, o problema a que este trabalho se propõe a investigar trata da
redução da disponibilidade de resíduos siderúrgicos no meio ambiente, os quais
se encontram estocados em pilhas nos pátios das empresas, e aterros. Além
disso, outro problema trata da minimização da degradação ambiental causada
pela extração mineral de agregados para a construção civil. E, finalmente, de
forma específica para a aplicação em rodovias, avaliar o potencial de expansão
do material em estudo, visto que este é um dos principais problemas da sua
aplicação.
De acordo com o FEhS - Institut für Baustoff Forschung (2017) a escória da
indústria siderúrgica pode ser usada nas camadas de pavimento para construção
de estradas, seja com ou sem ligantes, bem como em aterros de terraplanagem.
A observância das características das partículas, como a resistência dos grãos
ou a resistência ao congelamento, é uma questão primordial. De acordo com o
Instituto, A forma do grão cúbico e a superfície áspera asseguram uma alta
capacidade de suporte de carga, mesmo quando se constroem camadas de base
sem ligantes. Quando usado em camadas de asfalto, as escórias de aciaria são
caracterizadas por permitirem uma longa vida útil. A superfície áspera do grão e
sua alta resistência contribuem para essa característica. Os resultados das
análises de desempenho mostram que os asfaltos se aquecem menos com as
escórias da aciaria, o que minimiza as deformações no verão. Além disso, as
superfícies de asfalto que utilizam esse material têm excelente aderência mesmo
em condições úmidas.
A hipótese de solução proposta se refere à análise da viabilidade técnica
para emprego de resíduos, representada pela escória de ferro silício-manganês,
produzidos pela indústria siderúrgica da região do quadrilátero ferrífero de Minas
Gerais, em obras de pavimentação, através do uso em camadas de pavimento
com mistura solo-agregado.
A metodologia empregada nessa hipótese é apresentada por COUTO
(2009), no seu estudo sobre uso de material pétreo, brita graduada, sendo
substituído por mistura solo-agregado, com argila laterítica, cujo trecho
experimental localizou-se na RSC-129, no Rio Grande do Sul. Como resultado,
o estudo mostra que a mistura de 40% de argila laterítica e 60% de agregado
pétreo apresentou valores ideias para emprego em camadas de base e sub-
base, para rodovias de baixo volume de tráfego.
Além disso, o uso de mistura solo-agregado tem sido validado através de
normas nacionais e internacionais. Tanto a DNIT 141/2010 Base estabilizada
granulometricamente, a DNIT 406/2017 Base estabilizada
granulometricamente com Açobrita, a DNIT 407/2017 Sub-base estabilizada
granulometricamente com açobrita, a ET-DE-P00/006 Sub-base ou base de
solo brita do DER/SP, quanto a ES-P 10/05 Pavimentação solo argiloso-brita
do DER/PR, definem parâmetros para aplicação da mistura em camadas de
pavimento no Brasil. Já nos EUA, a AASHTO M-145-91 (2000) Classificação
de solos e misturas solo-agregados para fins de construção rodoviária, e a ASTM
D1241-00 Especificação de materiais para sub-base e base com mistura solo-
agregado, preconiza os parâmetros para aplicação da solução naquele país.
O objetivo principal deste trabalho é analisar a escória de ferro silício-
manganês, física e mecanicamente, a fim de validar sua utilização em
construção de camadas de pavimentos, através de estabilização granulométrica
do solo, pelo uso de mistura solo-agregado. Quanto aos objetivos secundários,
este estudo se propõe a avaliar o emprego do resíduo em pavimentos
rodoviários, tendo como possibilidade de aplicação a rodovia BR 040, e as
cidades vizinhas. Além disso, verificar se o material atende às especificações
quanto à expansão, que se caracteriza como um dos principais problemas no
uso de escórias em pavimentação. Por fim, utilizados os dados obtidos durante
os ensaios para sugerir o dimensionamento de pavimento através das
metodologias determinística e mecanística-empírica.
Finalmente, este trabalho visa caracterizar a escória de ferro silício-
manganês produzida em fornos elétricos, na região do quadrilátero ferrífero de
Minas Gerais, para uso em camadas de pavimento flexível rodoviário por meio
de mistura com solo. Para tanto, o Capítulo 2 inicia-se com a revisão bibliográfica
dos conceitos acerca de pavimentação, do processo siderúrgico pelo qual é
produzida a escória, seguido das aplicações de resíduo siderúrgico como
agregado alternativo na engenharia civil. A seguir, no Capítulo 3, são
apresentados os Materiais e Métodos empregados durante o estudo, sendo os
materiais a escória de ferro silício-manganês, o solo e a mistura solo-escória. Já
os métodos tratam dos ensaios e procedimentos tradicionalmente, e alguns
recentemente desenvolvidos, empregados para investigação nesta área.
Adiante, no Capítulo 4, os Resultados obtidos durante os ensaios são
apresentados e analisados, tanto em comparação com as normas específicas
para cada tipo de investigação, seja física ou mecânica, e também através de
comparação de dados de outros materiais similares. Finalmente, no Capítulo 5,
são expostas as Conclusões obtidas durante o estudo e registradas as
sugestões para trabalhos futuros.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O uso de materiais alternativos na construção de rodovias vem se


consolidando ao longo dos anos, sendo a escória um desses elementos
(ALMEIDA, 2016). Entender as possiblidades de emprego desse tipo de matéria-
prima em pavimentos, tais como camadas de base, sub-base e revestimento
flexíveis, assim como o processo de geração do resíduo e os parâmetros
técnicos específicos para este fim, permite definir a melhor estratégia de
utilização da escória.
Portanto, este capítulo visa apresentar os conceitos de pavimento, no intuito
de situar as estruturas de base e sub-base ante as diversas composições
existentes. Adiante, são apresentados os processos siderúrgicos, a fim de
contextualizar a geração da escória e, perante os diversos tipos de métodos de
produção, posicionar o material em estudo. E, por fim, são apresentados os
métodos de dimensionamento de pavimentos que atualmente vem sendo
empregados no Brasil.

2.1 PAVIMENTO

Segundo a ABNT NBR 7207/82 Terminologia e classificação de


pavimentos, o pavimento é uma estrutura construída após a terraplenagem e
destinada econômica e simultaneamente, em seu conjunto, a: resistir e distribuir
ao subleito os esforços verticais produzidos pelo tráfego; melhorar as condições
de rolamento quanto à comodidade e segurança; e resistir aos esforços
horizontais que nele atuam tornando mais durável a superfície de rolamento.
Este conceito está alinhado ao Manual de Pavimentação (MINISTÉRIO DOS
TRANSPORTES, 2006), publicação IPR-719.
A disciplina da engenharia civil que estuda os pavimentos como sistemas em
camadas e sujeitos às cargas dos veículos trata-se da Mecânica dos
Pavimentos. Nela faz-se o cálculo de tensões, deformações e deslocamentos,
conhecidos os parâmetros de deformabilidade, geralmente com utilização de
programas de computador. Isto deve ser feito verificando-se o número de
aplicações de carga que leva o pavimento à ruptura por fadiga. É imprescindível
atentar, também, para as deformações permanentes e para a ruptura plástica.
Outros componentes que podem ser considerados na sua resposta às cargas do
tráfego são as variações sazonais e diárias de temperatura, e umidade do
subleito e das camadas do pavimento. Para obtenção de dados necessários ao
dimensionamento, realizam-se ensaios dinâmicos ou de cargas repetidas dos
materiais de todas as camadas, os quais fornecem os parâmetros de
deformabilidade. Ensaios de campo, deflectometria, medições com sensores de
força, deslocamento e temperatura, pesagens de veículos e avaliação de
defeitos de pavimentos completam o quadro de dados experimentais
necessários à calibração dos modelos de desempenho estrutural. Novos
materiais podem ser avaliados no comportamento estrutural do pavimento.
Fazem-se previsões e o empirismo deixa de predominar, mas em níveis
confiáveis de assertividade (MEDINA & MOTTA, 2015).
No Manual de Pavimentação (MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, 2006)
são apresentados os conceitos dos três tipos de pavimento, sendo eles o flexível,
o semi-rígido e o rígido. O primeiro trata daquele em que todas as camadas
sofrem deformação elástica significativa sob o carregamento aplicado e,
portanto, a carga se distribui em parcelas aproximadamente equivalentes entre
as camadas. O semi-rígido, caracteriza-se por uma base cimentada por algum
aglutinante com propriedades cimentantes. Já o rígido, é aquele em que o
revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas inferiores,
portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento
aplicado (MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, 2006).
Ainda em MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES (2006), são definidos os tipos
de base e sub-base flexíveis e semi-rígidas. Pertencem ao primeiro grupo as
camadas compostas de materiais granulares, cuja estabilização se faz pela
granulometria, sendo constituídas por brita corrida, brita graduada ou solo brita.
Nesse grupo também estão inseridos os macadames hidráulico e seco. Quanto
às estruturas semi-rígidas, estas se referem àquelas que utilizam aditivos para
serem estabilizadas. Elas estão subdivididas conforme os produtos empregados,
como: solo-cimento, solo melhorado com cimento; solo cal, solo melhorado com
cal; solo-betume, bases betuminosas diversas.
Tratando especificamente acerca das bases e sub-bases granulares com
estabilização granulométrica, estas são camadas constituídas por solos, britas
de rochas, de escória de alto forno, ou ainda pela mistura desses materiais.
Quando esses materiais ocorrem em jazidas, com designações como

natura). Eles recebem este nome mesmo que passem por processos de
beneficiamento como britagem, a fim de adequar a granulometria às
especificações técnicas. Já quando ocorre a combinação de material natural com
pedra britada obtêm-se as misturas de solo-brita (MINISTÉRIO DOS
TRANSPORTES, 2006).
Acerca desse tipo de mistura, VILLIBOR & NOGAMI (2009) apresenta
estudos científicos e metodologia executiva inovadora para emprego de misturas
solo arenoso fino lateríticos-agregado (brita), assim como solos-agregados
constituídos de pedregulhos lateríticos com finos lateríticos. Tais soluções têm
demonstrando resultado satisfatório mesmo em trechos com tráfego pesado.
A aplicação que se pretende nesse estudo é a estabilização granulométrica
do solo através do uso da escória de ferro silício-manganês. Diante disso, é
interessante diferenciar os dois tipos de tratamento de solo existentes. Segundo
FERREIRA (2007), o melhoramento do solo se faz mediante reforço e/ou
estabilização. O primeiro caso ocorre quando a melhoria geotécnica é obtida
através da inclusão de reforços na massa do solo (geossintéticos, lâminas,
barras, fibras, etc). Já o segundo, visa ajustar as propriedades do solo ou
remover parte dele, substituindo-o por materiais mais nobres. Sobre a
estabilização, esta pode ser realizada por meio de quatro categorias:
estabilização mecânica, associada a processos de compactação, vibração ou
impacto de alguma energia externa; estabilização hidráulica, consta da remoção
da água intersticial (adensamento, etc); estabilização física ou química,
aplicação de processos físicos ou aditivos químicos ao solo original;
estabilização biológica, emprego da biotecnologia na modificação das
propriedades do solo.
Para construção de rodovias, os processos de estabilização física e
mecânica se fazem mais difundidos, através da aplicação de técnicas de
estabilização granulométrica e de compactação.
Ainda segundo FERREIRA (2007), as técnicas de estabilização de
pavimentos são aplicadas mais comumente às camadas de base e sub-base,
podendo desempenhar boa resistência ao cisalhamento e à deformação. Solos
estabilizados granulometricamente (adequada distribuição das diversas porções
dos diâmetros dos grãos) ou com melhoria de suas propriedades via adição e/ou
mistura de agentes químicos, são favoráveis a apresentarem melhor
desempenho e durabilidade.
COUTO (2009) apresenta bons resultados no desempenho das camadas de
base e sub-base em seu estudo sobre misturas de solo agregado. Desenvolvido
na região norte do Rio Grande do Sul, o trabalho contou com a execução de
trecho experimental e retroanálise dos valores obtidos em campo, resultando em
uma pesquisa consistente para ser usada como referência para projetos de
pavimento com essa metodologia.
KLINSKY (2013), em seu trabalho cujo objetivo era avaliar a possibilidade
de reaproveitar a areia de fundição residual na construção de camadas de bases
e sub-bases de pavimentos de baixo volume de tráfego, utilizou misturas do tipo
solo areia, solo areia cal e areia asfalto usinada a quente (AAUQ). Essas
misturas foram avaliadas à luz das propriedades de interesse à engenharia
rodoviária para determinar a viabilidade de seus empregos em camadas
estruturais de pavimentos. Os resultados obtidos nos ensaios mecânicos
mostram que composições de solo areia e solo areia cal com AFR de 20% a 60%
poderiam ser utilizadas em bases e sub-bases de pavimentos, assim como as
misturas de AAUQ, que consumiriam quantidades consideráveis de areia
residual, também poderiam ser utilizadas em bases de pavimentos.
ALMEIDA (2016), em seu trabalho sobre a incorporação de escória de cobre
pós-jateada a um solo areno-argiloso, concluiu que a estabilização
granulométrica promovida pela adição de escória no compósito de solo-cimento
aumenta a resistência e o módulo de resiliência, além de reduzir o consumo de
cimento, assim como permitir a redução da perda de massa e permeabilidade.
Nesse mesmo sentido, GRUBBA (2009) em seu estudo sobre o
comportamento mecânico de um agregado reciclado de concreto para utilização
na construção rodoviária, no qual foi utilizada a mistura de resíduos de
construção civil para estabilizar granulometricamente um solo de comportamento
laterítico, obteve bons resultados para emprego dessa mistura em base e sub-
base.

2.2 GERAÇÃO DA ESCÓRIA NO PROCESSO SIDERÚRGICO

Para contextualizar a geração do material em estudo, a escória de ferro


silício-manganês, faz-se interessante compreender como ocorrem os processos
nas instalações da indústria siderúrgica. Suas etapas abrangem as atividades
necessárias para, a partir das matérias-primas, produzir ferro e aço. O processo
clássico e mais usado para a redução do minério de ferro é o do alto-forno, cujo
produto consiste numa liga ferro-carbono de alto teor de carbono, denominado

transformado em aço, em fornos adequados. (CHIAVERINI, 1986).


As matérias-primas básicas da indústria siderúrgica são as seguintes,
conforme CHIAVERINI (1986):
Minério de ferro: constitui a matéria-prima essencial, pois dele se extrai o
ferro;
Carvão: atua em três sentidos simultaneamente como combustível;
como redutor do minério, que é constituído basicamente de óxido de ferro;
e como fornecedor do carbono, que é o principal elemento de liga dos
produtos siderúrgicos; e
Calcário: atua como fundente, ou seja, reage pela sua natureza básica,
com as substâncias estranhas ou impurezas contidas no minério e no
carvão geralmente de natureza ácida diminuindo seu ponto de fusão

do alto-forno.

Sobre o uso das escórias em pavimentação, alguns problemas se mostram


na adequação do material quanto à granulometria, resistência e forma, como
explicitado na norma DNIT 406/17 Base estabilizada granulometricamente com
Açobrita (DNIT, 2017). É interessante ressaltar que, além desses, um dos
principais problemas na utilização da escória de alto-forno como material
reciclável em construção civil, como estruturas de pavimento, se refere
justamente à expansão devido à hidratação da cal presente no resíduo
(BERNUCCI et. al., 2010).
A composição do aço, acerca dos tipos de matérias-primas, ocorre conforme
a necessidade da aplicação do material. Entretanto, de forma simplificada,
conforme apresenta a FIG. 2.1 pode se dizer que o processo de obtenção desse
produto ocorre da fusão do ferro-gusa com ligas metálicas ferrosas e/ou não
ferrosas (CHIAVERINI, 1986).

FIG 2.1 Esquema sobre os principais elementos na composição do aço

Fonte: CHIAVERINI (1986)

Os locais de produção do ferro-gusa, das ligas metálicas e do aço são


distintos. O ferro-gusa é gerado em estrutura denominada alto-forno, através da
mistura do minério de ferro, do sínter, do coque e do carvão pulverizado. A
redução do minério de ferro em ferro metálico ocorre a 1500°C, pela reação do
monóxido de carbono com a hematita. Após a redução, saem do alto-forno a
escória e o gusa líquidos, que são separados por diferença de densidade
(SCHEID, 2016). O gusa líquido é transferido para a aciaria por carros-torpedo,
conforme FIG. 2.
FIG. 2.2 Visão esquemática de processo de alto-forno.
Fonte: SCHEID (2016)

Quanto ao aço, SCHEID (2016) explicita sua obtenção através de dois


métodos: processo por com conversor Leibniz- Dawson (LD), e forno elétrico a
arco (EAF). No primeiro, FIG. 2., uma lança refrigerada com água injeta oxigênio
puro a uma pressão de 4 a 12 bar no conversor. Já no segundo, FIG. 2., usa-se
energia elétrica convertida em calor através da radiação de arcos elétricos
criados entre os eletrodos e a matéria-prima.

FIG. 2.3 Detalhe do conversor a oxigênio (LD).


Fonte: RODRIGUES (2007) & SCHEID (2016)
FIG. 2.4 Detalhe do forno elétrico a arco (EAF).
Fonte: RIZZO (2007) & SCHEID (2016)

FIG. 2.5 Processo de produção de usina semi-integrada e integrada.


Fonte: IAB (2017)

Em suma, o processo de produção do aço se caracteriza por duas etapas:


Redução e Refino. Para ilustrar, a FIG. 2. mostra o processo de redução
produção do ferro-gusa e do refino produção do aço.
Durante esses processos, são gerados diferentes tipos de escória (ROHDE,
2002). Acerca da nomenclatura, a escória de alto-forno trata do resíduo gerado
na geração do ferro-gusa. Já a escória de aciaria, é denominada aquela gerada
na produção do aço. Conforme GEYER (2001), é possível citar como resíduos
da siderurgia: escórias de alto-forno, de dessulfuração, de aciaria LD, de forno
elétrico a arco submerso (forno elétrico de redução FER) ou ferroligas, pó e
lema de alto-forno, lama grossa e lama fina de aciaria, carepa e os finos de
carvão e de minério. A FIG. 2. apresenta os processos de produção do aço e os
respectivos resíduos.

FIG. 2.6 Processo de fabricação do aço e geração de resíduos.


Fonte: MANCIO (2001a).

Quanto às matérias-primas para produção do aço, a mais importante é o


minério de manganês, utilizado na indústria siderúrgica, quer diretamente no
alto-forno, na forma de minério, quer como adição nos aços, na forma de ferro-
liga, ou seja, ferro-manganês. O manganês é imprescindível devido à sua
propriedade dessulfurante e desoxidante. Seu tipo mais importante é a pirolusita,
basicamente MnO2. O teor de manganês varia de 30 a 50%. No Brasil, as
principais jazidas se encontram nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Mato
Grosso e Amapá (CHIAVERINI, 1986). Além do manganês, o silício, o cromo, o
vanádio, o molibdênio, o níquel, o tungstênio, o titânio, entre outros, são
utilizados como matéria-prima para as ferro-ligas.
Finalmente, o material objeto deste estudo trata da escória de ferro silício-
manganês, gerada a partir da produção de ferro-liga metálica por forno elétrico
de arco submerso. O material encontra-se estocado em pilhas na região da
cidade de Barbacena-MG, cidade localizada próxima ao quadrilátero ferrífero
formada pelas cidades de Sabará, Santa Bárbara, Mariana, Ouro Preto,
Congonhas e Itabirito (região sudeste de Minas Gerais). Localizado também
próximo à rodovia BR040, sendo esta uma potencial utilizadora do material em
futuras obras de duplicação.

2.3 USO DE ESCÓRIA SIDERÚRGICA COMO AGREGADO


ALTERNATIVO NA ENGENHARIA CIVIL

Inicialmente um dos principais tópicos a ser explicitado refere-se a algumas


definições. Segundo a Lei 12.305/2010, resíduos sólidos são os materiais que
ainda possuem algum valor para serem empregados, através de tecnologia
disponível e de forma economicamente viável, mesmo que numa finalidade
diferente daquela prevista inicialmente. Já os rejeitos, são caracterizados como
os resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de
tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a
disposição final ambientalmente adequada. Logo, utilizando a definição de
MICHAELIS (2016), que trata a escória como resíduo sólido proveniente da
fusão de metais ou da combustão de determinadas matérias, pode-se concluir
que os elementos resultantes dos processos siderúrgicos, podem ora se
apresentar como resíduo, e ora como rejeito.
Em consonância com o exposto acima, a ideia de reuso de materiais não é
algo recente. ROBNET (1980) em seu estudo sobre o uso de materiais marginais
na construção de rodovias, apresenta diversos materiais e parâmetros dos
mesmos justificando o uso racional dos recursos como meio de reduzir os custos
envolvidos nessa indústria. Nesse sentido, muitas empresas têm empregado
esforços para tornar materiais que anteriormente eram vistos como subprodutos
- materiais de valor que são produzidos como resíduo ou incidente do processo
de produção em coprodutos, ou seja, materiais caracterizados como
mercadorias secundárias desejáveis que são geradas durante o processo de
fabricação e podem ser vendidas ou reutilizadas de forma lucrativa (MARTINS,
2010). Acerca dos coprodutos da indústria, aqueles gerados pela siderurgia têm
sido estudados largamente pelo maior produtor de aço do mundo, a China
(MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, 2016). As aplicações variam de acordo
com a geração da escória, mas são basicamente utilizados na composição de
cimento e concreto, tijolos, construção de rodovias e aterros (LI & GUO, 2014).
Já na Europa, além dos usos já citados, também há aplicações em engenharia
hidráulica, fertilizantes, e uso interno em processos metalúrgicos (EUROSLAG,
2012). A Alemanha através do estudo de análise da substituição de subprodutos
industriais da produção de aço como matérias-primas na construção de estradas
(CUTEC, 2017), apresenta justificativas técnicas como emissão de poluentes e
impacto no clima para uso dos resíduos na construção de rodovias. Já na
França, HOUZE (2014) em sua tese de doutorado realiza o estudo da
caracterização de escória na indústria do aço e produção de ligas de sílicio-
manganês, avaliando o potencial uso da escória em possíveis destinações. Na
Austrália e Ásia, há opções interessantes como lã de rocha, drenos para
tratamento de águas subterrâneas e geopolímero (AUSTRALASIAN, 2010). No
Japão, os empregos das escórias têm sido feitos praticamente dentro do que já
foi listado: rodovia, cimento, melhora de solo, agregado para concreto entre
outras (NIPPON SLAG ASSOCIATION, 2015). Nos Estados Unidos, a escória
tem sido empregada também como lastro de ferrovia, construção de diques,
controle de erosão, estruturas de contenção, entre outras soluções (NATIONAL
SLAG, 2017).
Contextualizando para aplicação de escória na pavimentação, SOLANKI et
al. (2010) apresenta o resultado de ensaios de módulo resiliente para argilas de
subleito estabilizadas com subprodutos provenientes de processos siderúrgicos.
A aplicação do material se destinava a estruturas de vias rodoviárias, sendo o
resultado empregado no dimensionamento de seções de pavimento de concreto
através do método da AASHTO.
No Brasil, estudos como aqueles desenvolvidos por ARÊDES (2016),
RODRIGUES (2007) e BUITRAGO (2016) mostram que o país tem se dedicado
a utilizar o agregado artificial em estruturas de engenharia como rodovias assim
como na produção de cimento.
Nesse sentido, ARÊDES (2016), em seu trabalho sobre a avaliação do
comportamento mecânico das misturas asfálticas utilizando resíduo do
beneficiamento do minério de ferro, propõe uma destinação final ambientalmente
adequada para este resíduo caracterizado como arenoso, assim como, verifica
a sua aplicabilidade como um material reaproveitável em pavimentação
rodoviária, no intuito de reduzir o impacto ambiental negativo cada vez mais
grave da estocagem deste resíduo.
RODRIGUES (2007) em seu trabalho sobre a caracterização e avaliação da
expansibilidade de escórias de aciaria LD não tratadas e tratadas, deixa evidente
que a escória de aciaria possui características geotécnicas tão boas quanto às
das rochas, porém sua expansibilidade se faz como ponto crítico na sua
utilização. Como soluções para este problema, existem métodos para tratar,
aplicados à escória de aciaria, que podem acelerar as reações de hidratação. A
avaliação deste potencial é de grande relevância para determinar a efetividade
do tratamento realizado. Com isto em vista, RODRIGUES (2007) caracterizou as
propriedades físicas e microestruturais da escória de aciaria, e também avaliou
o potencial de expansão deste material quando exposto apenas ao tempo, e
exposto ao tempo com molhagem e aeração. Para isto foram utilizados ensaios
já consagrados na área de pavimentação, como granulometria, abrasão Los
Angeles, umidade entre outros. Já para a microestrutura foram utilizados análise
química, microscopia eletrônica de varredura e difração de raios X. Para
avaliação da expansão, foi adotado o método Steam Test. Finalmente, os
resultados dos testes mencionados demonstraram que é viável a utilização da
escória nas estruturas de pavimentação. Porém, os resultados do teste de
expansão, revelam que nenhum dos tratamentos estudados se mostra eficiente,
adotando-se o limite de aceitação de 5% e período de ensaio de 7 dias.
Já BUITRAGO (2016) tratando da aplicabilidade do agregado siderúrgico
açobrita misturado com solo em camadas de pavimento rodoviário, utilizou
misturas com diferentes percentuais de solo e agregado: 70% de agregado +
30% de solo, 80% de agregado + 20% de solo, 90% de agregado + 10% de solo.
Tanto a escória, neste trabalho chamado de agregado siderúrgico, justamente
na tentativa de tornar o resíduo num coproduto, quanto o solo e as misturas
foram caracterizados física e mecanicamente. Além disso, o potencial expansivo
do agregado foi analisado pelo método DNIT-ME 113/2009, conhecido
internacionalmente como PTM 130/78. Como resultado, a escória foi avaliada
como que apresentando características adequadas para uso como material de
pavimentação, principalmente por obter controle em sua expansão; e acerca das
misturas, as mesmas apresentaram desempenho satisfatório, tendo
conformidade granulométrica, expansão controlada e altos valores de Índice de
Suporte Califórnia, sendo aplicável como material de base de pavimentos
rodoviários.
A consolidação do uso da escória como coproduto se mostra através das
normas criadas para padronizarem sua utilização. Seja através da NBR 5735
Cimento Portland de alto-forno de 1991; seja na norma DNIT-113/2009
Pavimentação Rodoviária - Agregado Artificial - Avaliação do potencial de
expansão de escória de aciaria; também nas normas DNIT 114/2009 e DNIT
115/2009 que tratam do uso da escória (ACERITA) nas estruturas de base e sub-
base rodoviária; e, por fim, nas recentes normas para pavimentação rodoviária
como a DNIT- 406/2017 - Pavimentação rodoviária - Base estabilizada
granulometricamente com Açobrita®, e a DNIT- 407/2017 - Pavimentação
rodoviária Sub-base estabilizada granulometricamente com Açobrita®.
Tratando sobre a escória de ferro silício-manganês, este material também
tem sido estudado para ser aplicado como resíduo com destinação
ambientalmente adequada. KUMAR & REDDY (2013), na Índia, executaram a
caracterização geotécnica desse tipo deste coproduto para uso em estruturas na
engenharia civil. Como resultado foram obtidas as seguintes conclusões: a
escória de manganês é um material não-plástico, cujas partículas possuem
granulometria predominantemente com tamanhos de areias; permeabilidade
satisfatória; o material pode ser usado para construção de aterros sobre solos
com baixa capacidade de suporte; também pode ser considerado para produzir
concreto leve, ou seja, em aplicações onde se pretende reduzir o peso próprio
da estrutura. Ainda na Índia, PRASAD et al. (2015), apresenta a solução para
estabilização de argilas marinhas com uso de colunas de brita reforçadas com
geotêxtil, através do uso de escória de silício-manganês como agregado. Na
Alemanha, PÖLLMANN et al. (2017) apresenta seu estudo sobre o uso de
escórias de ferromanganês e silicomanganês como aditivo pozolânico para
cimento, concluindo que a adição de até 20% do resíduo pode influenciar a
hidratação positivamente.
Sobre as aplicações deste material em terras brasileiras, OLIVEIRA (2013)
e NÓBREGA (2007) realizaram estudos com a finalidade de uso da escória de
ferro silício-manganês em estruturas de ferrovia e rodovia.
OLIVEIRA (2013) em seu trabalho sobre a caracterização da escória de ferro
silício-manganês para aplicação como agregado em pavimentação ferroviária,
realizou a caracterização física, mecânica, química, mineralógica, ambiental e
elétrica da escória siderúrgica de ferro silício-manganês produzida na região do
quadrilátero ferrífero de Minas Gerais. Como resultado, o material analisado
apresentou valores superiores aos limites mínimos prescritos pelas normas
técnicas nacionais e internacionais, demostrando que a escória de ferro silício-
manganês é um ótimo substituto dos materiais rochosos utilizados para lastro
ferroviário.
NÓBREGA (2007) trata em seu trabalho sobre caracterização mecânica de
misturas asfálticas utilizando como agregado a escória de ferroliga de
manganês, da região de Simões Filho BA. Inicialmente, a escória foi
caracterizada física, mecânica e quimicamente, conforme descrito nas normas
de especificação de materiais 260/94 e 262/94 do DNER. De forma
complementar, foram realizados os ensaios de Microscopia Eletrônica de
Varredura (MEV), Energia Dispersiva de Raio X (EDS) para determinar a forma
e a composição química dos materiais. Além disso, analisou o impacto ambiental
através dos ensaios de solubilidade e lixiviação. Finalmente, devido ao
conhecido problema relativo à expansão das escórias, foi executado o ensaio
conforme o Pennsylvania Test Method (PTM 130). Uma vez caracterizado, o
material foi misturado à brita, pó de pedra e CAP50/60 (atual CAP 50/70) para
confecção de Concreto Betuminoso Usinado a Quente CBUQ. Além dos corpos
de prova produzidos em laboratório, foram retiradas para análise amostras em
campo de trecho executado com emprego da mistura na avenida Dom João VI,
realizado pela Prefeitura de Salvador BA. Finalmente, os resultados técnicos
validaram o uso da escória de ferroliga de manganês para emprego em
revestimento asfáltico, e os ensaios ambientais mostraram que a escória é
classificada como Classe II não inerte.

2.4 MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTO

Segundo MEDINA & MOTTA (2015), o método de dimensionamento e


pavimentos flexíveis (revestimentos asfálticos sobre camadas granulares) e
semirrígidos (bases cimentadas) do DNER foi elaborado pelo engenheiro Murillo
Lopes de Souza (1981) no início da década de 1960. Para isto, ele adaptou para
rodovias o método usado pelo United States Army Corps of Engineers (USACE)
que originalmente fora desenvolvido para pavimentos de aeroportos, e que utiliza
o método do ensaio de CBR. Além disso, o método brasileiro considera também
o conceito de coeficiente de equivalência estrutural estabelecido na pista
experimental da American Association of State Highway and Transportation
Officials (AASHTO).
O ensaio para esta metodologia consiste na penetração de um pistão a uma
velocidade fixa, no tempo de duração de 10 minutos, em um corpo-de-prova
moldado segundo a norma DNER-ME 049-94 Índice de Suporte Califórnia. O
objetivo consiste na comparação da leitura do material ensaiado, no tempo de 2
minutos e 4 minutos, quando são lidas as deformações de 2,54mm e 5,08mm,
respectivamente, com os valores padronizados em relação a uma brita graduada
ideal. O resultado é dado em percentual.
Uma vez que se utiliza apenas um valor, o resultado do CBR, como
referência para dimensionamento do pavimento, tal processo é dito
determinístico. Modelos que se utilizam dessa metodologia preveem um único
número para a vida de serviço do pavimento ou para o grau de deterioração. Em
outras palavras, em uma análise dessa natureza para uma seção de pavimento,
os modelos se utilizam de parâmetros médios para a previsão dos principais
indicadores funcionais e estruturais ao longo da vida útil do pavimento (SANTOS,
2011).
A tendência dos principais centros de pesquisa rodoviária é de estabelecer
métodos mecanístico-empíricos de dimensionamento fundados em sólidas
bases analíticas e experimentais (MEDINA & MOTTA, 2015). Isto se encontra
em conformidade com o explicitado por MONISMITH (2004), onde afirma que os
pavimentos asfálticos duradouros podem ser projetados fazendo-se uso dos
desenvolvimentos de métodos mecanístico-empíricos (base analítica) dos
últimos 40 anos.
No entanto, ainda há necessidade de ajustar as relações matemáticas de
previsão dos danos ou critérios de ruptura para levar em conta a complexidade
de parâmetros não totalmente representados nos modelos numéricos, sendo
considerada então a parte empírica, o ajuste das funções dos modelos de
desempenho para as condições particulares de uma região, de um clima, dos
hábitos de carga, das técnicas construtivas, etc. (MEDINA & MOTTA, 2015).
De acordo com MEDINA & MOTTA (2015), somente a observação
sistemática da evolução dos defeitos ou danos trincamento (fadiga, ação
térmica, propagação de trincas), e deformação permanente nos pavimentos,
principais defeitos estruturais, permite a validação dos modelos de dano de um
método mecanístico-empírico. Ainda sobre este método, inicia-se o processo
através da estimativa de espessuras e calcula-se o estado de tensões e
deformações, que se comparam a valores limites estabelecidos, conforme FIG.
2.7

. Por retroalimentações sucessivas chega-se a uma


estrutura satisfatória, contrastando com a abordagem determinística do método
do CBR.

FIG. 2.7 Esquema de um dimensionamento mecanístico-empírico de pavimento.


Fonte: MOTTA (1991)
De forma simplificada, o dimensionamento mecanístico-empírico pode ser
feito através dos seguintes passos, constante na FIG. .
O processo descrito acima trata de rotinas de cálculos que podem ser
otimizados com utilização de softwares, afim de realizar as verificações
mencionadas no dimensionamento. Para isto, na tese de doutorado de FRANCO
(2007) foi desenvolvido o SisPav, que leva em conta as peculiaridades do meio
físico brasileiro e ambiente técnico-científico quanto à prática de ensaios de
laboratório, considerando as variáveis referentes à carga, aos materiais, aos
modelos de danos realizados a partir de base de dados de ensaios brasileiros,
às bacias de deformação, e análise de confiabilidade. O fluxograma adotado por
FRANCO (2007), conforme FIG. 2., está em consonância com aquele criado por
MOTTA (1991), e como saída são apresentados os relatórios com os resultados
acerca dos danos, especificação de materiais e métodos de controle de
execução.

FIG. 2.8 Fluxograma para dimensionamento mecanístico-empírico.


Fonte: MEDINA & MOTTA (2015)
3. MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo são apresentados os materiais utilizados no estudo, assim


como as metodologias utilizadas para caracterização física, mecânica e química
dos mesmos. Também são descritos os métodos para avaliação do desempenho
mecânico dos materiais e das misturas de solo estabilizadas
granulometricamente.
Sobre os materiais, estes são: solo e escória obtidos na região da cidade de
Barbacena-MG. Os mesmos foram fornecidos pelas empresas parceiras que
possuem interesse no resultado deste estudo, tanto para reduzir seu estoque de
resíduo através de destinação ambientalmente adequada quanto reduzir o custo
na construção rodoviária através de uso racional dos recursos naturais. Ainda
sobre os materiais, o uso associado se faz interessante uma vez que a escória
de ferro silício-manganês (FeSiMn) possui grãos com diâmetros maiores
(2,54cm a 2mm) que os do solo (igual ou menor que 2mm), permitindo que a
mistura se enquadre nas faixas granulométricas especificadas nas normas
nacionais vigentes. É importante ressaltar que, neste estudo, a escória foi
analisada, conforme NÓBREGA (2007) e OLIVEIRA (2013), como agregado.
FIG. 3.1 Localização dos materiais estudados.
Fonte: Google Earth (2017)

A localização de produção da escória de ferro silício-manganês, e da jazida


de solo, são apresentadas na

. . Os materiais encontram-se nas cidades que ficam à margem da


rodovia BR-040, no estado de Minas Gerais. A empresa geradora da escória
localiza-se a 8km da mencionada rodovia, e a jazida encontra-se no Km 602. A
escolha do solo se deve à execução, em andamento, de obras de pavimentação
da rodovia Presidente Juscelino Kubitschek (BR-040).
Retomando o conceito de resíduos, o material de estudo aqui a ser
analisado, trata-se de uma escória, por ser resultante de processo onde ocorre
o aquecimento de compostos metálicos e não metálicos até o ponto de fusão
dos mesmos, e que vem sendo tratado como rejeito. Entretanto, alguns esforços
vêm sendo empregados para torná-lo um resíduo reaproveitável com destinação
final ambientalmente adequada.
Acerca da metodologia, para caracterização dos materiais foram usados os
parâmetros especificados nas normas DNIT 141/2010 Pavimentação Base
estabilizada granulometricamente e DNIT 139/2010 Pavimentação Sub-base
estabilizada granulometricamente. Tendo essas normas como referência, o
presente estudo trata da análise do comportamento mecânico quanto ao uso da
escória de ferro silício-manganês misturada com solo, a fim de se obter um
composto estabilizado granulometricamente. A aplicação a que se destina são
estruturas de camadas de pavimento flexível, sendo utilizadas as normas
brasileiras específicas para avaliar o comportamento de dois percentuais em
peso (solo/escória): 50/50 e 40/60. Os valores percentuais foram escolhidos com
base análise de enquadramento da curva nas faixas granulométricas
especificadas.
A caracterização da escória de ferro silício-manganês foi realizada com uso
das seguintes normas e ensaios:
Análise Granulométrica DNER-ME 083/98;
DNER-ME 035/98;
Determinação da absorção e da densidade de agregado graúdo DNER-
ME 081/98);
Avaliação da durabilidade pelo emprego de solução de sulfato de sódio
ou de magnésio - DNER-ME 089/94;
Avaliação da forma, textura e angularidade pelo AIMS (AGGREGATE
IMAGING SYSTEM);
Análise Química por Espectrometria de Fluorescência de Raios-X;
Expansão Método Pensylvannia Method Test (PTM 130);
Análise da microestrutura por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
e Eletroscopia de raios-X por dispersão de Energia (EDS);
Determinação de perda ao choque no aparelho Treton DNER-ME
399/99;
Para caracterizar o solo foram empregadas as seguintes referências:
Análise granulométrica ABNT 7181/2016;
Determinação do limite de plasticidade DNER-ME 082/94;
Determinação do limite de liquidez DNER-ME 122/94;
Equivalente de areia DNER-ME 054/97;
Expansão método CBR DNER-ME 049/94;
Classificação Highway Research Board (HRB) e Sistema Unificado de
Classificação de solos (SUCS); e
Classificação de solos tropicais para finalidades rodoviárias utilizando
corpos-de-prova compactados em equipamento miniatura (MCT) DNER-
CLA 259/96.
Acerca das misturas, as mesmas foram avaliadas utilizando as seguintes
metodologias:
Compactação utilizando amostras não trabalhadas Método de Ensaio
DNIT 164/2013;
Expansão Índice de Suporte Califórnia - DNER-ME 049/94;
Determinação do Índice de Suporte Califórnia utilizando amostras não
trabalhadas DNER-ME 049/94; e
Determinação do Módulo de resiliência Método de Ensaio DNIT
134/2017-ME.

Os resultados obtidos nos ensaios foram utilizados para dimensionamento


de camadas de base e sub-base através dos seguintes métodos:
Método de Projeto de Pavimentos Flexíveis DNER 667/22; e
Dimensionamento Empírico-Mecanístico com uso do software SISPAV.

O processo de execução deste estudo consistiu na caracterização inicial dos


materiais conforme os métodos supracitados, seguido da avaliação do
desempenho mecânico das misturas com os percentuais definidos através de
análise granulométrica. Finalmente, os resultados obtidos nos ensaios de CBR
e módulo resiliente foram utilizados como input para dimensionar as espessuras
das camadas de pavimento flexível, conforme os métodos de dimensionamento
empregados.
A seguir, é apresentado o fluxograma para ilustrar o processo metodológico
utilizado (FIG. 3.2).
Devido às limitações operacionais do equipamento usado para execução do
ensaio de módulo de resiliência, não foi possível realizar o teste de Deformação
Permanente para as misturas de solo e escória de ferro silício-manganês.
Entende-se que este procedimento permitiria uma melhor análise do
comportamento mecânico do material em estudo quando sob carregamento do
tráfego ao qual será submetido em campo.

FIG. 3.2 Fluxograma utilizado para execução do estudo


3.1 AGREGADO

3.1.1 DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA POR


PENEIRAMENTO

A análise granulométrica, ou composição granulométrica, trata da


determinação das porcentagens, em peso, das diferentes frações constituintes
da fase sólida do material (DNIT, 2006). Após o peneiramento, pesam-se as
quantidades retiradas em cada peneira e calculam-se as porcentagens que
passam em cada peneira.
As peneiras, conforme a norma DNER-ME 038/97, são divididas em duas séries:
Normal e Intermediária TAB. 3.1.

TAB. 3.1 Série de peneiras Normal e Intermediária.


Série Normal (mm) Série Intermediária (mm)
76 -
- 64
- 50
38 -
- 32
- 25
19 -
- 12,5
9,5 -
- 6,3
4,8 -
2,4 -
1,2 -
0,600 -
0,300 -
0,150 -

Para o presente estudo foi utilizada a norma DNER-ME 083/98 Agregados


Análise granulométrica, utilizando peneiras das Séries Normal e Intermediária,
a fim de caracterizar o material para que se defina uma curva que atenda às
faixas granulométricas da norma DNIT 141/2010 Pavimentação Base
estabilizada granulometricamente e DNIT 139/2010 Pavimentação Sub-
base estabilizada granulometricamente.
Através da forma da curva, é possível classificar a curva conforme os
seguintes tipos de granulometria: Uniforme (curva-A); Bem Graduada (curva-B);
Mal graduada (curva-C). Conforme indicado na FIG. 3..
Ainda sobre as formas típicas de granulometria, é possível definir a curva
granulométrica como contínua ou descontínua. Na granulometria contínua estão
presentes todos os tamanhos de partículas de um determinado intervalo
granulométrico. Isso permite que os grãos menores do material se encaixem nos
vazios intergranulares dos maiores constituindo, assim, um material bem
compacto, ou seja, mais resistente e menos deformável. Já na granulometria
descontínua há uniformidade no tamanho dos grãos ou deficiência significativa
de uma faixa de diâmetro de grãos presentes no material. Essas características
impedem que os grãos se encaixem adequadamente entre si, resultando, assim,
num material mal graduado (CASSA et al, 2001).

FIG. 3.2 Tipos de curvas granulométricas.


Fonte: DNIT (2006)

Sobre a importância da granulometria, LIMA et al. (2017), em seu estudo da


deformação permanente de britas granito-gnaisse para uso em base e sub-base
de pavimentos, demonstrou de forma nítida a influência desse parâmetro através
do comportamento mecânico da estrutura, apontando a correlação que um
menor índice de vazios tende a promover menores deformações permanentes.
Além disso, MOTTA (1991) afirma que a solução mais viável economicamente
para resolver o problema de água retida devido a grandes fluxos pluviométricos
reside na granulometria, com emprego de material com graduação aberta, ou
seja, um maior índice de vazios para permitir vazão do fluxo.
Ainda sobre a relevância da granulometria, essa propriedade atua de forma
significativa sobre o empacotamento das partículas, ou seja, do comportamento
dos grãos diante das solicitações às quais são submetidos, o qual depende tanto
das propriedades relativas à sua composição quanto do arranjo estrutural dessas
partículas (SILVA, 2014). No caso dos materiais para pavimentação,
considerando-se os granulares e os solos, a aplicação das misturas é feita com
adição de água, tendo um efeito de lubrificação entre as partículas, fazendo com
que estas deslizem entre si, acomodando-se num arranjo mais compacto.
Conclui-se, então, que o arranjo final das partículas é dependente,
principalmente, da distribuição granulométrica, da energia de compactação e da
morfologia dos grãos. Entretanto, dentre esses fatores, o empacotamento dos
materiais é principalmente afetado pela distribuição granulométrica de suas
partículas. Diante disso, é razoável inferir que uma distribuição granulométrica
contínua e bem graduada apresente maior densidade que as descontínuas e mal
graduadas (SILVA, 2014).
Sobre a execução dos ensaios, para garantir a representatividade estatística
dos grãos com os diferentes diâmetros, foi realizado o procedimento de redução
de amostra por quarteamento, utilizando o repartidor conforme a norma DNER-
PRO 199/96 e demonstrado na FIG. 3..
Posteriormente, sabendo que a amostra do agregado utilizado nesse estudo
tinha como dimensão máxima grãos com 25mm de diâmetro, empregou-se a
massa mínima de 10 kg para determinação da composição granulométrica,
conforme DNER-ME 083/98.
FIG. 3.3 Quarteamento de material.
Fonte: DNER-PRO 199/96.

As amostras foram previamente secas em estufa, às temperaturas de 110+


5 ºC. Posteriormente, as mesmas foram secas à temperatura ambiente e
pesadas.
Uma vez anotados os pesos, as amostras foram passadas pela série de

Com os resultados obtidos, foram traçadas as curvas granulométricas


respectivas de cada amostra.

3.1.2 DENSIDADE DE AGREGADO GRAÚDO E MASSA ESPECÍFICA

Os valores para parâmetros de densidade aparente e absorção foram


obtidos utilizando a norma DNER-ME 081/98 Agregados determinação da
absorção e da densidade de agregado graúdo. O primeiro critério se caracteriza
como a razão entre o peso, ao ar, da unidade de volume de um agregado (porção
impermeável), no caso deste estudo à temperatura de 25ºC, e o peso, ao ar, da
massa de igual volume de água destilada, livre de gases, à mesma temperatura,
conforme Equação 1.

, (Equação 1 )
em que:
Dap é densidade aparente;
Ms é massa, ao ar, do agregado seco em estufa, em g;
Mh é massa, ao ar, do agregado na condição saturada superfície seca, em g;
L é leitura na balança correspondente ao agregado submerso, em g.

Já a absorção (Equação 2), trata a respeito do aumento da massa de


agregado, devido ao preenchimento por água de seus vazios permeáveis,
expresso como porcentagem de sua massa seca.

, (Equação 2)

em que:
a é absorção do agregado, em percentagem.

Conforme especificado, foram utilizados 4,0 kg como amostra mínima, uma


vez que o diâmetro máximo era de 25mm. Os grãos com granulometria menor
que 4,8mm foram desprezados, através de peneiramento a seco. Parte do
processo é representado na FIG. 3..

FIG. 3.4 Processos para determinação da densidade aparente e absorção

Acerca da relevância da densidade dos materiais granulares em camadas


de pavimento, DAWSON (1999) em seu trabalho sobre as Implicações de
características de materiais granulares sobre a resposta de diferentes
construções de pavimentos, explicita que o aumento da densidade proporciona
tanto benefícios, como o aumento da rigidez e susceptibilidade à deformação
permanente, quanto efeitos indesejados, como diminuição da permeabilidade e
da durabilidade.

3.1.3 ABRASÃO LOS ANGELES

O procedimento foi realizado conforme a norma DNER-ME 035-98


Agregados Determinação da abrasão Los Angeles, o qual trata de analisar
5000g de material através do desgaste sofrido pelo agregado, quando colocado

submetido a revoluções com velocidade de 30 rpm a 33 rpm.


Esta análise se faz relevante porque durante o processo de manuseio e
execução das camadas de pavimento flexível, os agregados estão sujeitos a
quebras e abrasão, assim como durante a ação do tráfego. Para isto, eles devem
apresentar habilidade para resistir a quebras, degradação e desintegração.
Agregados das camadas mais próximas à superfície devem apresentar
resistência à abrasão superior àqueles das camadas inferiores (BERNUCCI et.
al., 2010).
Mesmo tendo sua norma vigente desde 1983, através da AASHTO T96/83
Resistência a abrasão de agregado miúdo pela máquina Los Angeles, QIAN et
al. (2014) apresenta os resultados sobre a caracterização da degradação do
lastro através do ensaio de abrasão Los Angeles e Análise por Imagens (UIAIA
- University of Illinois Aggregate Image Analyzer). Os parâmetros analisados
foram distribuição granulométrica, índice de vazios e empacotamento de
partículas, e as propriedades de forma das partículas. Como conclusão, o
trabalho mostrou que os referidos ensaios são realmente eficientes para analisar
a perda de massa, mudança de forma e geração de finos por abrasão.

3.1.4 PERDA DE MASSA POR EQUIPAMENTO TRETON

A perda ao choque em material pétreo britado, pelo emprego do aparelho


Treton, em amostra obedecendo a uma faixa granulométrica padronizada foi
analisada a partir da norma DNER-ME 399/99.
Para escolha das amostras, as mesmas foram constituídas de partículas
passando na peneira de 19 mm e retidas na peneira de 16 mm, sendo escolhidas
aquelas que apresentavam forma cúbica, bem angulares e de aproximadamente
mesmo tamanho. O peso, em gramas, da amostra que foi ensaiada foi de 50
vezes a massa específica aparente das partículas do agregado, com diferença
de + 3g. O número de partículas usadas em cada ensaio foi de 15 a 20 unidades.
O processo executivo do ensaio consistiu no posicionamento das partículas
que compõe a amostra no cilindro oco em contato com a face superior do cilindro
maciço. Em seguida, deixou-se cair o martelo 10 vezes sobre o material, da
altura de 39,37 cm. Após remover o cilindro maciço, as partículas restantes foram
peneiradas através da peneira 1,7mm, e o material retido pesado.
O processo do ensaio está apresentado na FIG. 3. a seguir:

FIG. 3.5 Ensaio de Perda de massa por choque.

O resultado do ensaio foi dado pela diferença entre a massa original da


amostra e a do material retido na peneira de 1,7mm, sendo expressa como
percentagem da massa original da amostra. A perda ao choque do material
ensaiado foi dada pela média aritmética dos resultados obtidos em três ensaios.
Para cálculo foi utilizada a Equação 3:

, (Equação 3)

em que:
M1 massa original da amostra, em g;
Mr massa do material retido na peneira 1,7mm, em g;
T perda ao choque (Treton), expresso em percentagem.

Originalmente utilizado para caracterização do lastro ferroviário através da


norma NBR 8938/85 Lastro Padrão Determinação da Resistência ao Choque,
entendeu-se ser relevante validar os resultados da perda massa por meio de
outras análises, e não apenas a abrasão Los Angeles, devido ao aspecto vítreo
de parte do material. Desta forma, conforme ALVES et al. (2015), o ensaio de
Treton permite analisar a tenacidade do material, ou seja, mede a energia
mecânica, neste caso através do impacto, necessário para levar um material à
ruptura.

3.1.5 AGGREGATE IMAGE SYSTEM E MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE


VARREDURA

O Sistema de Análise de Agregados por Imagens Digitalizadas (AIMS) foi


desenvolvido para capturar imagens e analisar a forma de uma ampla gama de
tipos e tamanhos de agregados, a fim de analisar seu uso em misturas de asfalto,
concreto cimento hidráulico e camadas de pavimentos (AL ROUSAN, 2004).
Este sistema é utilizado para analisar a forma, textura e angularidade de
agregados (conforme FIG. 3.), sendo a nova metodologia para a classificação de
agregados baseada na distribuição das características de forma.

FIG. 3.6 Componentes de Propriedades de forma: Forma, Angularidade e Textura.


Fonte: MASAD et al. (2005)

Angularidade mede a diferença entre um raio de partículas numa


determinada direção e uma elipse equivalente. A elipse equivalente tem a
mesma relação de aspecto com a partícula, mas não tem a angularidade.
Esfericidade - ou forma de partículas (MASAD et al, 2005) ou forma (MASAD et
al, 2014) - é o parâmetro que classifica os agregados quanto à sua forma. Este
é um parâmetro adimensional que varia entre 0 e 1, tendo em conta os
agregados com índices perto de 1 com esfericidade ótima, e sendo os agregados
com índices próximos de 0 com baixa esfericidade, ou seja, são mais lamelar
que esféricos (MASAD et al, 2002). Textura da superfície é usada para descrever
a irregularidade da superfície que atua numa escala muito pequena, que pouco
afeta a forma geral ou angularidade (MASAD et al, 2005).
SANTOS (2013) em seu trabalho sobre o uso de escória em pavimento,
afirma que o AIMS é capaz de medir com precisão as características físicas de
agregados finos e grosseiros, uma vez que foi concebido para analisar
distribuição de forma e textura de vários tamanhos de partículas. Ainda neste
trabalho, é apresentada a capacidade de o equipamento permitir a medida da
angularidade dos agregados, sendo esta medida uma referência de quão
pontiagudas são as extremidades das partículas.
Finalmente, CASTELO BRANCO et. al (2006) apresenta o AIMS como
substituto ao tradicional método de medida da forma de partículas por
paquímetro (conforme norma DNER-ME 086/94 Agregado Determinação do
Índice de forma). Isto porque o sistema permite uma operação completamente
automatizada e de fácil operação, capaz de realizar análise de 2D e 3D que
permitem analisar características como forma, angularidade e textura, através
de métodos científicos e conhecidos, além da distribuição cumulativa de
propriedades ao invés de índices baseados em médias aritméticas. O
equipamento utilizado foi o Pine AFA2A AIMS 2, da PINE TEST, mostrado na
FIG. 3., e encontrado no Laboratório de pavimentação da COPPE/UFRJ.
FIG. 3.7 Equipamento Pine AFA2A-AIMS2.

A execução do ensaio consiste na inserção de um certo número de partículas


de aproximadamente mesmo diâmetro, ou seja, retida na mesma peneira,
escolhidas dentre uma amostra conforme as quantidades apresentadas na TAB.
as quais devem preencher o sulco do prato do equipamento:

TAB. 3.2 Quantidade de partículas para ensaio de AIMS

Tamanho (mm) Massa da amostra (g) Número sugerido de partículas

0,075 200 150


0,15 200 150
0,30 200 150
0,60 200 150
1,18 200 150
2,36 200 150
4,75 2000 50
6,35 2000 50
9,5 2000 50
12,5 2000 50
19,0 2000 50
25,0 5000 50
O produto final do ensaio trata de imagens em 2D das amostras, assim como
gráficos com as quantidades, por cada granulometria, dos parâmetros de forma
(esfericidade), textura e angularidade.

A TAB. 3. mostra os valores limites e a classificação para as propriedades de


forma do agregado:

TAB. 3.3 Valores limites e a Classificação para as propriedades de forma do agregado

Valores - limite / Classificação


Propriedade

<0,6 0,6 - 0,7 0,7 - 0,8 > 0,8 -


Esfericidade
Achatado/ Baixa Esfericidade Alta
(graúdo) -
Alongado esfericidade moderada esfericidade

Angularidade < 2100 2100 - 4000 4000 - 5400 > 5400 -

(miúdo e graúdo) Arredondado Subarredondado Subangular Angular -

Textura < 165 165 - 275 275 - 350 350 - 460 > 460
Superficial Baixa Rugosidade Alta
Polido Macio
(graúdo) rugosidade moderada rugosidade

Sobre a Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), a qual permite a análise


da microestrutura das partículas, sendo para este estudo geradas imagens com
as seguintes magnitudes: 130x, 500x, 1000x, 2000x, 4000x e 8000x. Os
resultados desse ensaio permitem analisar a superfície do agregado, dentre
outros parâmetros, possibilitando uma percepção melhor dos vazios presentes
no material e sua topografia. Esta análise permite perceber também planos
preferenciais de ruptura, possibilitando a inferência acerca de comportamento de
sua resistência mecânica (CALLISTER JR, 2002). Uma das vantagens da
utilização do MEV se deve à alta qualidade de suas imagens, assim como a
percepção tridimensional que estas propiciam (SILVA, 2013).
BARBOSA (2013) detalha o processo executivo do ensaio de forma precisa,
onde lembra que a imagem examinada no MEV é o efeito ou consequência da
passagem de contraste que acontece quando um feixe de elétrons primário varre
a superfície da amostra em análise ponto a ponto. Entretanto, é preciso que
antes de serem levadas ao microscópio as amostras sejam condutoras em
presença de carbono e, portanto, são submetidas a um processo chamado de
metalização. Dessa maneira, as amostras são preparadas sob a condição de
monocamadas em peças cilíndricas metálicas, revestidas de grafite por uma fita
de dupla face. Adiante, as partículas são recobertas com deposição de platina,
equipamento Leica EM ACE600, por cerca de 10 (dez) minutos. O processo foi
executado no Laboratório de Engenharia de Materiais do IME, conforme FIG. 3..

FIG. 3.8 Processo de recobrimento de amostras cerâmicas (escória de ferro silício-


manganês) com jateamento de platina.

Adiante, a amostra passa a ser condutora e a pastilha é colocada na


câmara do microscópio, fazendo-se um vácuo de cerca de 3 (três) minutos. As
amostras são, então, submetidas a processos de bombardeamento de elétrons
e feitas as microfotografias. O equipamento QUANTA FEG 250 utilizado é
apresentado na FIG. 3..
FIG. 3.9 Microscópio Eletrônico de Varredura e amostras nos stubs.

3.1.6 EXPANSIBILIDADE DA ESCÓRIA

As metodologias para avaliação do potencial de expansibilidade da escória,


estão resumidos na TAB. 3..

TAB. 3.4 Metodologias para avaliação da expansibilidade da escória.

Moldagem da Processo Metodologia de


Norma Técnica
Amostra catalisador aceleração de reação
1- ASTM 4792/00
2 - JIS A 5015/92 Imersão em
Aceleração das
Amostras 3 - PTM 130/78 água
reações:
COMPACTADAS 4 - Ensaio Belga
Aumento Temperatura
5 - EM 1744/98 Vapor
Aumento Umidade
6 - Ensaio inglês UR = 90%
7 - STM C 1260
Amostras 8 - Blocos Marshall Imersão em
CONFINADAS em 9 - Le Chatelier água
uma matriz 10 - ASTM
ligante rígida C151/93a
Aceleração das
Ensaio em
reações: Aumento de
Partículas 11 - JEGEL AUTOCLAVE
temperatura
SOLTAS (Agreg.)
Aumento de pressão
Aumento de umidade

Tendo em consideração que a aplicação para a escória de ferro silício-


manganês tratada neste estudo se refere ao seu emprego em camadas de base
e sub-base e, conforme validado por BICALHO (2006) no seu estudo
comparativo de metodologias para avaliação de expansibilidade da escória, foi
utilizado o ensaio PTM 130/78 (Pennsylvania Testing Method) para analisar o
potencial expansivo do material isolado, ou seja, apenas a escória. Para análise
da mistura solo-agregado, foi empregado a expansão do corpo-de-prova imerso,
conforme DNER-MR 049/94.
NÓBREGA (2007) em seu estudo sobre a aplicação da escória de ferro
silício-manganês em misturas asfálticas empregou o PTM 130/78 adaptado pelo
DER-MG, através da Recomendação Técnica RT-01.70, vigente desde 2009.
O processo metodológico consistiu inicialmente na preparação da amostra,
seca ao ar, através do peneiramento do material na peneira de
sendo desprezado o material retido. Posteriormente, foi realizado o ensaio de
compactação, conforme a norma DNER-ME 049/94, para obter os parâmetros
de umidade ótima e densidade seca máxima. Adiante, são moldados três corpos
de prova, sendo um no ramo seco, outro no ramo úmido e outro entre os dois
anteriores, ou seja, próximo da umidade ótima. Os moldes e soquete a serem
utilizados são os mesmos empregados na execução do ensaio de Índice de
Suporte Califórnia ISC, a diferença reside no emprego de 3 camadas com 56
golpes cada. Concluída a compactação, são colocadas as sobrecargas de 4,54
kg sobre a haste metálica ajustável e prato perfurado, para permitir a leitura da
expansão. A seguir, os corpos-de-prova foram submergidos completamente em
recipientes contendo água e colocados em estufa à temperatura de 71°C + 3°C,
objetivando acelerar a reação. Adiante, sobre a haste foi posicionado e regulado
o extensômetro. Feito isto, realizou-se a primeira leitura após 30 minutos da
amostra na estufa. Durante os próximos sete dias, foram realizadas leitura únicas
diárias no mesmo horário. Concluída esta etapa, os corpos-de-prova foram
retirados da imersão, mas retornaram para a estufa, mantendo a temperatura
inicial, por mais sete dias, assim como as leituras de expansão diárias, sendo
submetidos à condição saturada pelo acréscimo diário de 500 cc (centímetros
cúbicos) sobre os mesmos. Finalmente, foi calculada a expansibilidade do
material através das Equação 4 e 5 a seguir:

(Equação 4)

(Equação 5)

Onde:
Leitura7dias é a leitura do extensômetro após 7 dias de ensaio;
Leitura14dias é a leitura do extensômetro após 14 dias de ensaio;
Hamostra é a altura inicial do corpo de prova.

Finalmente, os valores apresentados durante os cálculos são plotados no


gráfico, apresentando os valores de expansão acumulada em função do tempo,
em dias.
3.1.7 DURABILIDADE (SANIDADE)

A durabilidade do agregado está relacionada a resistência ao intemperismo.


É avaliada por meio de ensaio em que o agregado é submetido ao ataque de
uma solução padronizada de sulfato de sódio ou magnésio. Outro nome dado
para análise desta propriedade trata-se de sanidade, ou seja, o quão são o
agregado permanece após o ataque químico.
Para este ensaio, realizado segundo a norma DNER-ME 089/94, foi utilizada
a solução de sulfato de magnésio dissolvida em água, a uma temperatura de
25°C, assegurando não apenas a saturação, mas também a presença de
excesso de cristais na solução após a preparação. Com os materiais preparados,
a escória foi imergida na solução de sulfato de magnésio, e ficou nesse estado
pelo período de 18 horas e, posteriormente, levado à estufa por 24 horas. Foram
realizados cinco ciclos desse processo. Após concluídos os ciclos, o material foi
lavado com uso de solução de cloreto de bário a 10%, com o objetivo de retirar
o excesso de sulfato de sódio, e lavado em água corrente. O material, então, foi
seco em estufa por 24 horas, passado nas peneiras utilizadas inicialmente e
pesado. A FIG. 3. apresenta parte da execução do ensaio.

FIG. 3.10 Execução do ensaio de durabilidade

Sobre os efeitos do ataque por sulfatos, COUTINHO (2001) afirma que tais
soluções podem reagir com a alumina do agregado, causando expansões,
fissuração, descamação, amolecimento e desintegração. Isso se ocorre porque
o volume final, após as reações, pode atingir até 2,5 vezes o volume inicial,
causando tensões internas e fissuração irregular, facilitando a penetração
posterior de mais substância agressiva e progressão da deterioração.
Entende-se que a destinação que se propõe para a escória de ferro silício-
manganês neste estudo, ou seja, em mistura com solo para camadas de base e
sub-base, não submeterá o material às condições ambientais que propiciem o
ataque químico que promova degradação significativa no agregado artificial.
Entretanto, permite conhecer o comportamento do material, uma vez que ainda
não foi encontrada referência para esta análise na literatura.
Diante disso, o presente ensaio foi realizado com o intuito de atender aos
critérios definidos na norma NBR 11804-91 Materiais para sub-base ou base
de pavimentos estabilizados granulometricamente, e a especificação técnica ET-
DE-P00/008 do DER/SP. As tolerâncias, conforme as referências anteriores,
tendo em vista o reagente empregado nesse estudo, são de 30%. Entretanto,
acredita-se que este valor esteja elevado uma vez que a perda de massa do
agregado nesse percentual pode representar significativa diminuição da
resistência da camada de pavimento. Portanto, mesmo não se tratando da
mesma aplicação do presente estudo, utilizou-se o critério da norma DNIT
031/2006 Concreto asfáltico, cujo limite para a durabilidade é de 12%.

3.1.8 ANÁLISE MINERALÓGICA ESPECTROMETRIA DE


FLUORESCÊNCIA DE RAIO-X E ESPECTROSCOPIA DE ENERGIA
DISPERSIVA DE RAIOS-X (EDS)

Para análise de composição química, foi utilizado a Espectrometria de


Fluorescência de raios-X. Trata-se de uma técnica não destrutiva que permite
identificar os elementos presentes em uma amostra assim como estabelecer a
proporção em que cada elemento se encontra presente na amostra. Isto se faz
através de radiação de elevada energia (radiação X), que provoca a excitação
dos átomos da substância que se pretende analisar (OLIVEIRA, 2011). A
excitação faz com que os átomos mudem de camada eletrônicas (K, L, M, N,
P...), como resultado desta transição, pode ocorrer uma liberação de energia na
forma de um fóton. Quando a energia deste fóton se encontra na faixa de energia
dos raios-X, então, é denominado de raio-X característico. Assim, o rendimento
da fluorescência pode ser definido como o número de fótons de raios-X emitidos
em relação ao número de buracos gerados, sendo dependente do número
atômico do elemento e da transição envolvida (ASFORA, 2010).
O processo de análise das amostras ocorre da seguinte forma: as radiações
características de todos os elementos de uma amostra são registradas por um
detector, produzindo um pulso eletrônico cuja amplitude é proporcional à energia
da radiação emitida pela amostra. Com o auxílio de um sistema multicanal é
possível separar os pulsos pela sua amplitude, obtendo-se assim um espectro
em função da energia de radiação incidente no detector. Neste sistema, o próprio
detector funciona como um agente dispersivo da energia da radiação (ASFORA,
2010).
Devido sua heterogeneidade, uma vez que se trata de uma escória, foram
selecionados espécimes com distintos aspectos físicos, tanto na coloração
quanto na rugosidade, a fim de se obter a maior amplitude de dados acerca do
material. Foram selecionados cinco grãos, com granulometria maior que 4,8mm,
e uma porção de material fino, cuja granulometria é composta de grãos
passantes na peneira 200, conforme FIG. 3.11.
Como ensaio complementar, foi empregada a espectroscopia de energia
dispersiva de raios X (EDS Energy Dispersive X-Ray Spectroscopy) que
consiste numa microanálise a qual permite a obtenção de informações químicas
em áreas da ordem de micrometros, sendo estas (qualitativas e quantitativas)
obtidas pela detecção dos raios-X resultantes da interação entre o feixe primário
e a amostra. Na análise de EDS é usado um material semicondutor para detectar
os raios-X e um analisador multicanal, que converte a energia de raios-X em uma
contagem eletrônica; resultando num espectro representativo da análise química
da amostra. Para o ensaio foi utilizada apenas uma amostra, sendo esta
diferente das empregadas acima.

FIG. 3.11 Amostras selecionadas para análise de composição mineralógica.


3.2 SOLO

3.2.1 DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA POR


PENEIRAMENTO

O solo foi coletado tendo como referência a norma DNER-PRO 003/94


Coleta de amostras deformadas de solo, onde o material foi identificado com as
seguintes informações:
Caracterização tátil-visual: argila vermelha com minério;
Nome da obra: Acesso vicinal de Congonhas-MG à BR-040 no KM 609;
Local: KM 602 da BR-040; e
Profundidade: aproximadamente 3,0 metros.

O material foi coletado em pontos distintos da pilha disposta na jazida FIG.


3.. Colocadas em sacos apropriados para não perder a umidade, as amostras
foram identificadas e levadas para o laboratório.
Como procedimento de preparação de amostras para os ensaios de
caracterização, compactação e Índice de Suporte Califórnia o material foi seco
ao ar, através de espalhamento manual com uso de rastelo. Em seguida, o solo
foi passado na peneira de 4,8mm, sendo os torrões desagregados no almofariz
com mão de gral coberta com borracha. Isto feito, o material foi reduzido através
do repartidor de amostras, ou seja, amostra de 1500g.
Para análise granulométrica de solos foi utilizada a norma DNER-ME 051/94
Solo Análise granulométrica. Com a amostra seca ao ar retida na peneira de
2,0mm foi lavada nesta peneira, a fim de eliminar o material fino aderente às
partículas de diâmetro maior que 2,0mm, e posteriormente levada à estufa na
temperatura de 105ºC a 110°C por 24 horas. Do material passante na peneira
de 2,0mm, 70g foram destinados para análise granulométrica das frações da
amostra menores que o referido diâmetro.
Uma vez que o objetivo do estudo é a estabilização granulométrica do solo
com emprego da escória de ferro silício-manganês, para ser aplicado em base e
sub-base de pavimento flexível, tem-se como referência as normas DNIT 141/10
e DNIT 139/10. Logo, a escolha das peneiras para a determinação da
granulometria do solo foi feita tendo como base aquelas definidas na Tabela 1
Granulometria do material, das normas citadas. Finalmente, as amostras foram

0,075mm. Após o peneiramento, foram pesadas as quantidades retiradas em


cada peneira e calculadas as porcentagens que passam em cada, com o objetivo
de traçar o gráfico .

FIG. 3.12 Processo de coleta e preparação de amostra de solo.

3.2.2 LIMITES DE ATTERBERG

Os limites de Atterberg tratam de avaliar a plasticidade dos solos. Tal


propriedade dos solos argilosos consiste na maior ou menor capacidade de
serem eles moldados sem variação de volume, levando em consideração certas
condições de umidade. Objetivando a caracterização de um solo segundo sua
plasticidade, tem-se determinação do limite de liquidez e a do limite de
plasticidade. Quando a umidade de um solo é elevada, ele se apresenta como
um fluido denso e se diz no estado líquido. A seguir, à medida que a água
evapora, ele se endurece, passando do estado líquido para o estado plástico. A
umidade correspondente ao limite entre os estados líquido e plástico é
denominada limite de liquidez. Ao continuar a perda de umidade, o estado
plástico desaparece, passando o solo para o estado semi-sólido. Neste ponto, a
amostra de solo se desagrega ao ser trabalhado. A umidade correspondente ao
limite entre os estados plásticos e semi-sólido é denominada limite de
plasticidade. Continuando a secagem, ocorre a passagem para o estado sólido.
O limite entre esses dois últimos estados é denominado limite de contração
(DNIT, 2006).
O cálculo do ensaio é dado pela Equação 6.

(Eq 6)

Onde:
h é o teor de umidade, em percentagem;
Ph é o peso do material úmido; e
Ps é o peso do material seco em estufa.

Para o limite de liquidez, a execução do ensaio foi baseada na norma DNER-


ME 122/94 Solos Determinação do Limite de liquidez. Para a obtenção do
material, assim como no limite de plasticidade, também foi utilizada amostra
proveniente do processo descrito na norma DNER-ME 041/94.
O cálculo do ensaio é dado pela Equação 7.

(Eq 7)

Onde:
h é o teor de umidade, em percentagem;
Ph é o peso do material úmido;
Ps é o peso do material seco em estufa.
A diferença numérica entre o limite de liquidez (LL) e o limite de plasticidade
(LP) fornece o índice de plasticidade (IP): IP = LL LP.
Este índice define a zona em que o terreno se acha no estado plástico e, por
ser máximo para as argilas e mínimo para as areias, fornece um valioso critério
para se avaliar o caráter argiloso de um solo. Quanto maior o IP, tanto mais
plástico será o solo. O índice de plasticidade é função da quantidade de argila
presente no solo, enquanto o limite de liquidez e o limite de plasticidade são
funções da quantidade e do tipo de argila. Quando um material não tem
plasticidade (areia, por exemplo), diz-se que o mesmo é NP, ou seja, não plástico
(DNIT, 2006).
Segundo VILLIBOR & NOGAMI (2009), a adoção dos valores limites
tradicionais para LL e IP, para as condições tropicais, foi posta em questão
devido ao desempenho das bases de solos-agregados nas regiões tropicais e
aos valores das propriedades mecânicas e hídricas desses materiais quando
compactados nas condições semelhantes àquelas de campo Efetivamente,
argilas lateríticas e solos argilosos lateríticos que possuem elevados valores de
LL e IP, quando apropriadamente compactados, mesmo em contato com a água
livre, quase não se expandem e nem perdem, sensivelmente, a capacidade de
suporte.

3.2.3 EQUIVALENTE DE AREIA

O equivalente de areia trata da relação volumétrica que corresponde à razão


entre a altura do nível superior de areia e altura do nível superior da suspensão
argilosa de uma determinada quantidade de solo ou de agregado miúdo, com
uso de proveta, através das condições estabelecidas no método definido pela
norma DNER-ME 054/97. Este procedimento permite determinar a quantidade
de material fino e impurezas em determinada mistura de agregados. Desta
forma, quanto maior o equivalente de areia, menor a quantidade de finos. Os
materiais e equipamentos utilizados estão na FIG. 3..
Para realização do ensaio, a proveta é preenchida com o reagente diluído
até a marcação inferior existente, sendo posteriormente adicionada a amostra
de solo, em quantidade de 110g, e colocada em repouso por 10 minutos. A
seguir, agita-se a proveta, com 90 ciclos em 30 segundos. Finalmente, após o
repouso de 20 minutos, é realizada a medição das alturas no topo da argila
(material fino) e no topo de areia. O resultado é apresentado pela média
aritmética de três repetições do ensaio, utilizando a Equação 8.

(Eq 8)
FIG. 3.13 Equipamentos e materiais para ensaio de Equivalente de areia

3.2.4 CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS HRB/SUCS

Segundo PINTO (2002) a classificação do Highway Research Board - HRB


fundamenta-se na granulometria, limite de liquidez e no índice de plasticidade
dos solos. Esta classificação apresenta o Índice de Grupo (IG), que se baseia no
desempenho em serviço dos solos e varia em um intervalo de 0 a 20, sendo que
o pior comportamento se refere aos solos com maior índice de grupo. Este
sistema é o mais difundido e utilizado para a classificação dos solos para projetos
rodoviários, sendo divididos em dois grupos: o de material granular, contendo
35% ou menos material com diâmetro menor que 0,074 mm e o de material
siltoso e argiloso, contendo mais que 35% de material com esse diâmetro. Os
componentes do solo são identificados pelas frações retidas entre peneiras
predeterminadas. Assim, tem-se o material pedregulho, como sendo aquele que
passa na peneira de abertura nominal de 76mm e retido na peneira de abertura
nominal de 2mm; o material areia grossa, como aquele retido na peneira de
abertura nominal de 0,42mm; o material areia fina, como aquele retido na peneira
de abertura nominal de 0,074mm; e as frações silte e argila como o material que
passa na peneira de abertura nominal de 0,074mm.
Para o cálculo do IG é utilizada a Equação 9:

(Eq 9)
Onde:

a é a porcentagem do solo que passa na peneira nº 200 menos 35%. Se


-se zero, e se for superior 40, adota-se
este valor como limite máximo. Logo: a = Pp,200 - 35% (0 - 40);
b é a porcentagem do solo que passa na peneira nº 200 menos 15%. %.
-se zero, e se for superior 40, adota-
se este valor como limite máximo. Logo: b = Pp,200 - 15% (0 - 40);

adota-se zero, e se for superior a 20, adota-se este valor como limite
máximo. Logo: c = LL - 40% (0 - 20); e

negativo adota-se zero, e se for superior a 20, adota-se este valor como
limite máximo. Logo: d = IP - 10% (0 - 20).

Sobre o Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS), oriundo do


Airfield Classification System idealizado por Arthur Casagrande, utiliza letras
para designar os vários grupos de solos e emprega a distribuição granulométrica
e o Limite de Liquidez e Índice de Plasticidade como elementos básicos para a
classificação dos solos. Nesta classificação o solo é identificado por um sistema
de coordenadas que possui o LL, no eixo das abcissas e o IP, no eixo das
ordenadas. Os grupos de solos são plotados de modo que em cada zona se
situem os solos com caraterísticas de plasticidade e propriedades mecânicas e
hidráulicas qualitativamente definidas; e, do mesmo modo que os solos vizinhos
possuem propriedades semelhantes, os distantes têm propriedades distintas.
Com base nessas considerações, estabeleceu fronteira gráfica que separam os
materiais finos em diferentes grupos de propriedades semelhantes (linhas A e
B).
O SUCS engloba tanto os solos grossos como os finos: os solos grossos
apresentam-se com mais de 50% em peso de suas partículas retidas na peneira
de abertura nominal de 0,074mm; e, os finos, com mais de 50%, passando na
referida malha. Nessa classificação representa-se cada grupo por duas letras
maiúsculas que são as iniciais dos nomes, em inglês, dos seus solos típicos
(PINTO, 2002).
3.2.5 CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS TROPICAIS - MCT

A classificação Geotécnica MCT foi criada para permitir a verificação do


comportamento laterítico, ou não, dos solos e dar subsídios à avaliação das
propriedades mecânicas e hídricas dos solos típicos dos climas tropicais úmidos.
(VIILILBOR & NOGAMI, 2009). Com os estudos de NOGAMI (1972) foram
superados muitos problemas do estudo geotécnico, incluindo os ocorridos na
seleção de solos para execução de camadas para pavimento rodoviário. Esses
problemas têm origem no uso inadequado das Classificações tradicionais,
baseadas nas propriedades índices (LL, IP e granulometria).
Uma vez que as classificações do Sistema Unificado de Classificação de
Solos (SUCS) e HRB-AASHTO não tem se mostrado satisfatório, quando usado
em projetos de pavimentos para solos tropicais, VILLILBOR & NOGAMI (2009)
propuseram uma classificação mais apropriada, no qual separavam os solos de
comportamento lateríticos daqueles não lateríticos. Como resultado desses
estudos, foi elaborado a FIG. 3.:

FIG. 3.14 Classificação MCT para solos tropicais.


Fonte: VILLILBOR & NOGAMI (2009)
Esta Sistemática caracteriza-se pela utilização de corpos de prova
cilíndricos, de dimensões em miniatura (M), com diâmetro de 50mm e de altura
igual ou próxima dessa medida, nos quais os solos são compactados (C), sendo
estes típicos de regiões tropicais (T). Justifica-se então a nomenclatura MCT.
Recomendada para solos tropicais que passam integralmente, ou têm pequena
fração retida (menos de 10%) na peneira de malha quadrada de abertura
2,00mm, o que basicamente se trata de quase a totalidade dos solos de regiões
tropicais, contrastando com a granulação grosseira dos materiais do hemisfério
Norte, onde foram criados os ensaios ditos tradicionais.
Sobre a compactação, esta é realizada conforme o procedimento
desenvolvido pela Iowa State University (LAFLUER et al; 1960) e no DER-SP
(NOGAMI, 1972).
A série de ensaios que compõe a Sistemática MCT são os descritos abaixo:
M1 Ensaio de compactação mini-proctor;
M2- Ensaio de Mini-CBR e Expansão;
M3 Ensaio de Contração;
M4 Ensaios de Infiltrabilidade e Permeabilidade;
M5 Ensaio de compactação Mini-MCV;
M6 Ensaio de Penetração da Imprimadura Betuminosa;
M7 Ensaio Mini-CBR de campo - Procedimento padrão;
M8 Ensaio da Perda de Massa por imersão; e
M9- Classificação Geotécnica MCT.

Uma vez que, anteriormente, já eram conhecidas a densidade seca máxima


e umidade ótima, e no intuito de otimizar a realização dos ensaios para a
classificação, para este estudo, foram realizados apenas as etapas M5, M8 e
M9.
Para a compactação, foram selecionadas 05 (cinco) amostras com 250g
cada, às quais foram adicionadas quantidades de água suficiente de forma que
se obteve amostras condizentes com a curva de compactação, sendo o intervalo
de umidade no teor de 1,5% entre as amostras. Para moldagem dos corpos-de-
prova, utilizou-se 200g de material para cada ponto, e 50g para definição de
umidade.
Após compactadas as amostras foram imersas no tanque por 24 horas, isto
para que fosse analisada a perda de massa por imersão. Após esse período, o
material sedimentado foi pesado e, seu valor, foi utilizado para alimentar a
planilha eletrônica usada como ferramenta para consolidação dos dados.
Finalmente, as curvas foram traçadas e concluída a classificação do solo.

3.3 MISTURA SOLO-AGREGADO

3.3.1 CURVA GRANULOMÉTRICA PARA MISTURA SOLO-AGREGADO

Como critério para definição das proporções solo-escória, foi utilizado o


enquadramento granulométrico das misturas, nas faixas A a D do DNIT, através
de tentativas sucessivas, iniciando na proporção, em peso, 90% solo e 10%
escória, até a proporção 30% solo e 70% escória. A partir dessa proporção a
mistura deixou de se enquadrar nas faixas desejadas. As referidas faixas
granulométricas foram escolhidas com base no número N de tráfego calculado
segundo a metodologia USACE, onde a capacidade da via é de N > 5x106.
O processo consistiu no lançamento inicial da granulometria do solo no

até 2,0mm, fazendo com que, desta forma, a escória propiciasse a estabilização
granulométrica da mistura. Durante essa análise, procurou-se definir uma
granulometria contínua que se enquadrasse nas faixas supracitadas, no intuito
de obter um bom comportamento para a mistura.
Finalmente, o trabalho pretende analisar o ganho de resistência mecânica
ao realizar a mistura do solo com a escória. Portanto, para os ensaios de
compactação, CBR e Módulo Resiliente foram analisadas amostras com solo
puro, ou seja, sem escória, e solo estabilizado granulometricamente com escória
de ferro silício-manganês em proporções que atendam às premissas
supracitadas.

3.3.2 COMPACTAÇÃO DENSIDADE MÁXIMA E UMIDADE ÓTIMA


O ensaio de compactação foi realizado conforme a norma DNER-ME 129/94
Solos Compactação utilizando amostras não trabalhadas. As amostras de
solo e da mistura foram secas ao ar e destorroadas, sendo usados 7000g para
moldagem de cada corpo de prova. Não foram usados grãos retidos na peneira
io, foram
moldados a quantidade de corpos de prova necessários para definição da
umidade ótima e densidade seca máxima.
Quanto à energia de compactação, a norma DNIT 141/10 que trata da
camada de base pede que seja usado Proctor Modificada, enquanto a norma
DNIT 139/10 que trata da camada de sub-base solicita que seja empregado
Proctor Intermediário. Logo, foram aplicados 55 golpes para os corpos-de-prova
-base, sendo
5 camadas para cada amostra.
Sobre a execução do ensaio, FIG. 3. tomados os cilindros e as amostras, foi
definido inicialmente a umidade de 4,5% como referência para o primeiro corpo-
de-prova, sendo posteriormente acrescido e decrescido 1,5% aos demais,
conforme o comportamento da curva de compactação que era traçado no
momento do ensaio.

expansão, conforme ensaio de Índice de Suporte Califórnia DNER 049/94.

FIG. 3.15 Execução do ensaio de compactação


3.3.3 ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA - ISC (CALIFORNIA BEARING
RATIO CBR)

O ensaio de Índice de Suporte Califórnia (ISC) foi desenvolvido por O. J.


Porter em 1929 para avaliar a capacidade de suporte relativa dos subleitos,
comparada à uma brita ideal.
Para o ensaio de CBR, foram usadas as amostras moldadas no ensaio de
compactação, os quais foram submersos no tanque de imersão por quatro dias,
para análise de expansão tanto do solo quanto das misturas. As leituras para
aumento de volume foram feitas diariamente, no mesmo horário, no
extensômetro posicionado na haste central ajustável.
No fim deste período, antes de realizar a ruptura, as amostras foram postas
para escoamento do excesso de água pelo período de 15 minutos, conforme a
norma DNER-ME 049/94 Solos Determinação de Índice de Suporte Califórnia
utilizando amostras não trabalhadas.

3.3.4 MÓDULO DE RESILIÊNCIA

Como referência para o ensaio de Módulo de Resiliência foi utilizada a norma


DNIT 134/10 Pavimentação Solos Determinação do módulo de resiliência.
O material utilizado foi seco ao ar, quarteado e destorroado. A granulometria das
amostras, tanto para o solo quanto para a escória, foi composta de partículas
passantes na peneira de 19mm. O material foi substituído na composição do
corpo-de-
método do fogareiro, e de posse da umidade ótima, foram acrescidas as
quantidades de água necessárias nos materiais para atingir o valor ideal.
Posteriormente, o material foi ensacado por 24 horas e posto na câmara úmida.
Após este período, o material foi compactado em 10 camadas no cilindro
tripartido de 100x 200 mm. Isto feito, o cp foi desmoldado e levado para a câmara
triaxial. Adiante, foram colocados o cabeçote, o transdutor LVDT, o corpo da
câmara e ajustados os transdutores com o auxílio do computador.
Uma vez na câmara triaxial, os corpos-de-prova foram submetidos a
aplicação de cargas repetidas na frequência de 1Hz. Inicialmente, foram
aplicadas três sequências de carregamentos, com 500 repetições cada, com a
finalidade de promover o condicionamento do material. Após essa fase, foi
realizada a determinação do módulo de resiliência propriamente dito. Para isto,
foi aplicada uma sequência de 18 pares de tensões, para obtenção das
deformações específicas após 10 repetições de carga.
O equipamento utilizado para o ensaio foi o 16 kN Servo-pneumatic Dynamic
Testing System DTS 16, da PAVETEST, conforme FIG. 3..

FIG. 3.16 Execução do ensaio de Módulo Resiliente

3.4 DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS

3.4.1 METODOLOGIA DETERMINÍSTICA DNER

O processo de dimensionamento consistiu, basicamente, na utilização do


ábaco FIG. 3.17 criado por SOUZA (1981) tendo como entrada os parâmetros
de Tráfego e CBR. O primeiro critério trata a respeito da demanda de esforços a
que o pavimento será submetido, e é representado pelo número N, que
representa o número de repetições de cargas equivalentes ao eixo padrão de
8,2 tf (80 kN). Já o segundo, diz respeito à capacidade de suporte do pavimento,
obtido a partir do ensaio de Índice de Suporte Califórnia, tendo o ponto de partida
o CBR do subleito. Vale salientar que como dados de entrada foram utilizados
os resultados obtidos durante os ensaios realizados neste trabalho. Como valor
de referência para o subleito, empregou-se os dados de CBR do solo, sem
mistura com a escória.

FIG. 3.17 Ábaco para dimensionamento de pavimentos.


Fonte: DNER (1981)

Iniciando pelo Tráfego, o mesmo foi calculado pela Equação 10:

(Eq 10)

Onde:
N é o número equivalente de operação do eixo padrão;
VDM é o volume diário médio de tráfego, no sentido mais utilizado, no ano médio
do período do projeto;
FE é o fator de eixo;
FEC é o fator de equivalência de eixo;
FV é o fator de veículo, dado por FE x FEC;
FR é o fator climático regional;
P é o período do projeto.

Os dados de tráfego para cálculo do VDM foram obtidos por contagem


volumétrica realizado na rodovia BR 040.
De posse do resultado dessa expressão, e dos resultados do ensaio de CBR,
iniciando pelo subleito, e utilizando o ábaco representado na FIG. 3., foi possível
determinar a espessura total do pavimento (Hm). A seguir, dimensionou-se a
sub-base (H20), utilizando o valor de CBR igual a 20% para o ábaco mencionado.
A seguir, tendo como referência o número N e a TAB. obteve-se a espessura
do revestimento asfáltico.

TAB. 3.5 Espessuras padronizadas de revestimento

ESPESSURAS MÍNIMAS PARA REVESTIMENTOS ASFÁLTICOS


N (EIXO-PADRÃO 8,2 TF) Tipo de revestimento Espessura (mm)
< 106 Tratamentos superficiais 15 a 30
106 < N < 5X106 CA, PMQ, PMF 50
5X106< N<107 Concreto asfáltico 75
107<N<5X107 Concreto asfáltico 100
N>5X107 Concreto asfáltico 125
Fonte: DNER (1981)

Como pode ser visto na FIG. 3., uma vez determinadas as espessuras Hm,
Hn e H20, foram empregadas as Inequação 1 e 2 para a determinação das
espessuras da base e sub-base.

FIG. 3.18 Seção transversal de dimensionamento de camadas.


Fonte: Adaptado de BALBO (2007).

Inequação 1 e 2 para o cálculo das espessuras:

(In. 11)

(In. 12)
3.4.2 METODOLOGIA MECANÍSTICA-EMPÍRICA COM USO DE SOFTWARE
- SISPAV

Para dimensionamento através da metodologia mecanística-empírica


utilizou-se do processamento de dados através do software SisPav (versão
2007) - FIG. 3.19 , com uso de dados obtidos
tanto nos ensaios deste estudo, quanto de informações fornecidas pela empresa
parceira.
Inicialmente, criou-se um novo projeto dentro da ferramenta, com inserção
de dados de identificação do projeto. Adiante, o processo de dimensionamento
consistiu em definir o tráfego, ou seja, o número N através do lançamento dos
dados de contagem volumétrica na aba específica para este fim, sendo
empregada uma taxa de crescimento anual de 3,0%, conforme Manual de
Estudos de Tráfego (DNIT, 2006).
Com os dados dos materiais ensaiados, neste estudo para base e sub-base,
fez-se a inserção dos módulos resilientes e estimou-se as espessuras dos
mesmos. O valor obtido durante a análise do solo, sem mistura com escória, foi
utilizado como parâmetro de entrada do subleito. Para o revestimento asfáltico,
utilizou-se valores de pavimento obtidos de projetos da rodovia BR 040 já
executados, seguido da estimativa de sua espessura.

FIG. 3.19 Interface de inserção de dados do SisPav.


Finalmente, calculou-se o estado de tensões e deformações atuantes na
estrutura carregada com o eixo-padrão, sendo, posteriormente, comparados
com os critérios de ruptura estabelecidos em função do número N de projeto
(curvas de fadiga, deflexão admissível e tensão ou deformação de compressão
admissível no subleito). Além disso, foi verificado o afundamento de trilha de
roda, previsto para o número N de projeto, considerando-se a contribuição de
todas as camadas e comparado com os valores admissíveis. Finalmente,
quando os critérios previstos anteriormente não eram satisfeitos, eram
realizados ajustes nas espessuras das camadas, até que os mesmos fossem
satisfeitos.

4. RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos nos ensaios


realizados durante o estudo dos materiais em análise. De forma geral, verificou-
se que a escória de ferro silício-manganês possui viabilidade técnica para ser
aplicada em projetos de pavimentação rodoviária.
4.1 AGREGADO

4.1.1 DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA POR


PENEIRAMENTO

Tendo como referência a norma DNER-ME 083/98 Agregados Análise


granulométrica, foram anotados os pesos retidos em cada peneira especificada
e gerados as FIG. 4.1, 4.2 e 4.3 a seguir, para as três amostras selecionadas.
As duas curvas vermelhas delimitam a Faixa A especificada pelo DNIT, enquanto
a curva azul representa o resultado dos ensaios.

ABERTURAS (mm)
0,01 0,10 1,00 10,00 100,00
120

100
% PASSADO PELA PENEIRA

80
DNIT
MAX
60

DNIT
40
MÍN

20
Curva
Amostra
0 01

-20

FIG. 4.1 Resultado da granulometria da Amostra 01

0,01 0,10 1,00 10,00 100,00


120 ABERTURAS (mm)

100
% PASSADO PELA PENEIRA

DNIT MAX
80

60 DNIT MÍN

40

Curva da
20
Amostra
02
0

-20

FIG. 4.2 Resultado da granulometria da Amostra 02


0,01 0,10 1,00 10,00 100,00 ABERTURAS (mm)
120

100

% PASSADO PELA PENEIRA


DNIT MAX
80

60
DNIT MÍN
40

20
Curva da
0 Amostra
03
-20

FIG. 4.3 Resultado da granulometria da Amostra 03

Através dos resultados é possível perceber que a amostra é constituída


principalmente por agregados graúdos grãos com diâmetro máximo igual ou
acima de 9,5mm (DNER-ME 083/98). Dessa forma, uma vez que se objetiva
aplicar a escória de ferro silício-manganês em camadas de base e sub-base, é
preciso que se realize a estabilização granulométrica do material, o que, neste
caso, significa a adição de partículas com granulometria miúda. Por isso, a
solução de solo estabilizado granulometricamente se torna uma proposta
interessante para uso deste material.
Tendo em vista apenas o critério da granulometria, uma outra opção para
uso do material seria como agregado para enchimento em Macadame Seco, a
ser aplicado nas estruturas de reforço do subleito, sub-base ou base. A
granulometria está padronizada na Especificação de Serviços Rodoviários ES-P
03/05 do DER-PR, e na norma DEINFRA-SC ES-P 03/15 do Departamento de
Infraestrutura do Estado de Santa Catarina.
Ainda sobre o uso da escória de ferro silício-manganês como agregado de
enchimento, a norma DNIT 152/2010-ES apresenta as faixas para execução de
Macadame Hidráulico, às quais podem ser ajustadas as curvas do agregado em
questão por meio de estabilização granulométrica.

4.1.2 DENSIDADE DE AGREGADO GRAÚDO E ABSORÇÃO

A TAB. 4.1 a seguir apresenta os resultados obtidos para a determinação da


densidade do agregado graúdo e massa específica, conforme a norma DNER
081/98. Apesar da heterogeneidade do material, os valores apresentaram
desvio-padrão de 2,6%, sendo a densidade média 2,94 t/m³ e a absorção média
0,44.

TAB. 4.1 Resultado dos ensaios de densidade e absorção da escória

Peso Peso Peso


Densidade
Amostra seco saturado submerso Absorção (%)
(t/m³)
(g) (g) (g)

01 4.849,55 4.865,86 3.230,87 2,966 0,33

02 4.898,03 4.921,07 3.255,44 2,941 0,47

03 4.857,73 4.883,21 3.216,44 2,914 0,52

IC: 0,35 0,53


MÉDIA 2,940
(95%)

Sobre o resultado da absorção, entende-se que, devido à variabilidade,


apresentar o Intervalo de Confiança se mostra mais representativo que a média.
Para o IC calculado, foram utilizados o desvio-padrão de 0,080416, a média de
0,44 e o grau de confiança de 95%. A nível de comparação, OLIVEIRA (2013)
obteve 1,01%, enquanto NÓBREGA (2007) apresentou 1,11% e 1,92%.
Acerca dos resultados, o valor da densidade se encontra muito próximo
àquele encontrado por OLIVEIRA (2013) para a escória de ferro silício-
manganês em seu estudo para lastro ferroviário. O material analisado pertence
à mesma empresa geradora do resíduo deste estudo, entretanto, numa unidade
localizada em outra cidade de Minas Gerais. Ainda quando comparado com os
resultados obtidos por NÓBREGA (2007), em Salvador BA, que analisou a
escória de ferroliga manganês para uso em revestimento de concreto asfáltico,
o valor encontrado de 2,92 g/c
coerente.
LIMA (2016) em seu estudo sobre deformação permanente em brita
graduada, apresenta valores de massa específica aparente para britas de
granito-gnaisse, as quais variam de 2,62 a 2,64 t/m³.
Como pode se notar, a escória de FeSiMn apresenta valores superiores ao
agregado natural e, considerando DAWSON (1999), onde se apresenta as
influências das propriedades intrínsecas do agregado nas camadas de
pavimento granular, é possível afirmar que o material em estudo permite
aumento da rigidez e resistência, assim como diminuição da susceptibilidade à
Deformação Permanente, da permeabilidade e durabilidade quando aplicado em
estruturas rodoviárias.
Entretanto, a escória de ferro silício-manganês possui menor densidade
quando comparada com a escória de aciaria, cujos valores se apresentam iguais
ou acima de 3,0g/cm³ (RODRIGUES, 2007 & COSTA, 2014).
No Brasil, as normas DNER-ME 260/94 e DNER-ME 262/94 tratam acerca
dos parâmetros técnicos para uso de escória de alto forno e aciaria em
pavimentos rodoviários, respectivamente. Na primeira, a massa específica é de
2g/cm³ a 3g/cm³, enquanto na segunda, este valor varia de 3g/cm³ a 3,5 g/cm³.
Apesar da escória deste estudo apresentar características distintas dos dois
tipos mencionados, é possível afirmar que, para o critério de densidade, a
escória de ferro silício-manganês possui valores admissíveis para uso em
camadas de pavimento flexível.

TAB. 4.2 Valores de Absorção para agregados naturais.

Pedreiras Absorção (%) Pedreiras Absorção (%)

Anhanguera (Inhaúma) 0,52 Lafarge 0,42


Anhanguera (São Gonçalo) 0,49 Macasa 0,44
Bangu 0,73 Ouro Branco 0,42
Carioca 0,45 Raiz da Serra 0,53
Cispel 0,42 Santa Luzia 0,40
Convém 0,47 São Pedro 0,43
Emasa 0,54 Sepetiba 0,42
EMFOL 0,53 SIMGRA 0,50
Estrela 0,44 SNEC 0,45
Holcim 0,54 SPAR 0,42
IBRATA (Rio de Janeiro) 0,42 Tamoio 0,43
IBRATA (Itaboraí) 0,43 Vigné 0,82
J. Serrão 0,41
Fonte: Adaptado RIBEIRO (2006)
Quanto à absorção, o valor encontrado durante os ensaios realizados se
encontra próximos aos resultados de RIBEIRO (2006), conforme TAB. 4.2, para
as britas estudadas durante sua tese de doutorado para caracterização de
agregados graúdos do Rio de Janeiro para concreto estrutural.

4.1.3 ABRASÃO LOS ANGELES

Como resultado para a determinação da abrasão pelo método especificado


na norma DNER 035/98 Abrasão Los Angeles, a TAB. 4.3 apresenta os valores
encontrados para as três amostras ensaiadas. O valor médio encontrado para
a perda por abrasão foi de 25,53%.

TAB. 4.3 Valores de desgaste do material após a abrasão pelo método Los Angeles

PESO INICIAL
AMOSTRA PESO FINAL (G) ABRASÃO (%) MÉDIA
(G)

01 5000 3.732,9 25,34%

02 5000 3713,7 25,73% 25,53%

03 5000 3.724,2 25,52%

Conforme pode ser visto na TAB. 4.4 a seguir, o valor de desgaste


apresentado pela escória de ferro silício-manganês se encontra dentro dos
limites definidos nas normas correntes para aplicação de agregado em camadas
de base e sub-base para pavimentos flexíveis.

TAB. 4.4 Valores de desgaste por abrasão admissíveis, segundo as normas vigentes.

VALOR LIMITE DE
NORMA DESCRIÇÃO
DESGASTE (%)
DNIT 141/2010 Base estabilizada granulometricamente 55
DNIT 115/2009 Base estabilizada 40
granulometricamente com escória de
aciaria
Sub-base
DNIT 114/2009 estabilizada granulometricamente com 40
escória de aciaria
Base estabilizada granulometricamente
DNIT 406/2017 55
com Açobrita
Sub-base estabilizada
DNIT 407/2017 55
granulometricamente com Açobrita

Quando comparado com os resultados obtidos por outros estudos que também
se propuseram a analisar a escória de ferro silício-manganês, nota-se coerência
no valor encontrado. NÓBREGA (2007), em sua pesquisa para uso do material
em revestimento asfáltico, teve como 29% o valor para abrasão. Já OLIVEIRA
(2013), que pretendia usar a escória de FeSiMn como lastro ferroviário, obteve
13,2% para este parâmetro.

Além disso, quando comparado com os valores de agregados naturais,


conforme TAB. 4.5, é possível perceber que o material em estudo se mostra
menos friável que britas de granito, gnaisse de composição quartzo monzonítica
e gnaisse de composição quartzo granitiorítica, sugerindo uma maior
durabilidade da estrutura.

TAB. 4.5 Valores de referência de agregados naturais para desgaste por Abrasão Los
Angeles.

Abrasão Los Abrasão Los


Angeles (%) Angeles (%)
Pedreiras Mineralogia Pedreiras Mineralogia
Brita
Brita 0 Brita 1 Brita 1
0
Gnaisse de
Anhanguera composição
46,5 44,3 Lafarge 46,5 46,7
(Inhaúma) quartzo
monzonítica
Anhanguera
(São 47,9 46,4 Macasa 36,4 38,2
Gonçalo)
Ouro
Bangu Granito 47,5 44,3 51,6 51,5
Branco
Gnaisse de
composição Raiz da
Carioca 54,5 58,7 57,4 58,4
quartzo Serra
granidiorítica
Gnaisse de
Santa composição
Cispel 37,9 33,7 55,6 54,6
Luzia quartzo
monzonítica
São
Convém 46 46,7 44,5 44,4
Pedro
Quartzo
Emasa 58,4 59,8 Sepetiba 44 40,3
monzito
EMFOL 52 54,1 SIMGRA 45 47
Estrela 47,4 47,8 SNEC 44,6 42,3
Holcim 44,1 42,4 SPAR 47,4 46,4
IBRATA Gnaisse de
(Rio de Granito 54 52,7 Tamoio composição 46,2 47,9
Janeiro) granítica
IBRATA
40,2 36,1
(Itaboraí) Vigné Traquito 19,5 18,9
J. Serrão 58,6 56,4

4.1.4 PERDA DE MASSA POR EQUIPAMENTO TRETON

Realizado conforme a norma DNER 399/99, o resultado para a perda de


massa por choque é apresentado na TAB. 4.6 e, em média, foi de 8,88%. Em
comparação com OLIVEIRA (2013), que também analisou a escória de ferro
silício-manganês e obteve 9,97% de perda, é possível perceber que há coerência
no resultado.

TAB. 4.6 Resultado da perda de massa por choque no equipamento Treton

AMOSTRA PENEIRAMENTO #12 (1,7MM)


MASSA
Nº Mat. Retido Mat. Passa
AMOSTRA % Perda
amostras (g) (g)
(g)
01 18 150,42 137,50 12,92 8,60%
02 17 153,00 137,93 15,07 9,85%
03 18 151,85 139,40 12,45 8,20%
Média 8,88%

Em virtude de experiências nas quais os agregados com abrasão Los


Angeles, cujo desgaste se mostrava acima do limite superior, foram usados e o
desempenho ao longo dos anos mostrou-se satisfatório quanto a esse parâmetro
(BERNUCCI et al, 2010), o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem,
através da norma DNER 399/99, adotou o procedimento para avaliar os
agregados na área de pavimentação. Utilizado inicialmente para medir a
tenacidade do lastro ferroviário (NBR8938/1985 - Lastro padrão - Determinação
da resistência ao choque), ou seja, a resistência do material ao choque mecânico
sem que haja desfragmentação, tem como referência o valor de 60% como
máximo admissível de perda, descrito pelo IPR (1998) acerca de Métodos de
Ensaio para determinação de características mecânicas de agregados e valores
de aceitação (BERNUCCI et. al., 2010), no qual verifica-se que o material é
aceitável para uso em pavimentos.
O objetivo da realização deste ensaio consistiu na confirmação dos
resultados da abrasão Los Angeles. Isso porque, devido ao aspecto vítreo do
material, esperava-se que a escória de ferro silício-manganês se apresentasse
como altamente frágil.
Para fins de comparação, na TAB. 4.7 são apresentados os resultados de
ensaio de Treton para diversos tipos de agregados naturais. Novamente, nota-
se que a escória de ferro silício-manganês obteve resultados a seguir da maioria
das britas analisadas, o que representa boa resistência mecânica ao choque.

TAB. 4.7 Valores de referência de agregado naturais para perda de massa por choque

Resistência Resistência
Pedreiras Mineralogia Treton (%) Pedreiras Mineralogia Treton (%)
Brita 1 Brita 1
Gnaisse de
Anhanguera composição
18,6 Lafarge 28,8
(Inhaúma) quartzo
monzonítica
Anhanguera
27,2 Macasa 23,4
(São Gonçalo)
Ouro
Bangu Granito 22,2 28,2
Branco
Gnaisse de
composição Raiz da
Carioca 34,8 42,4
quartzo Serra
granidiorítica
Gnaisse de
Santa composição
Cispel 17,6 23,5
Luzia quartzo
monzonítica
Convém 18,7 São Pedro 19,5
Quartzo
Emasa 41,8 Sepetiba 20,9
monzito
EMFOL 33,4 SIMGRA 27
Estrela 17,5 SNEC 18,2
Holcim 19 SPAR 21,7
Gnaisse de
IBRATA (Rio
Granito 18,1 Tamoio composição 21,5
de Janeiro)
granítica
IBRATA
16,4
(Itaboraí) Vigné Traquito 7,5
J. Serrão 31,7

4.1.5 AGGREGATE IMAGE SYSTEM (AIMS) E MICROSCOPIA ELETRÔNICA


DE VARREDURA (MEV)

Acerca do AIMS, os resultados tratam de três parâmetros sobre a forma das


partículas: esfericidade, angularidade e textura.
TUTUMLER e PAN (2008) afirmam que a angularidade contribui
principalmente para a força e estabilidade da estrutura agregada quando
submetida a confinamento, enquanto a textura da superfície tende a mitigar os
efeitos da dilatação, aumentando o atrito entre as partículas agregadas. A
mudança no volume de massa do solo devido a tensões e deformações por
cisalhamento, gerando trabalho de fricção, é conhecida como fenômeno de
dilatação.
Conforme DAWSON (2010), sobre a influência das propriedades dos
agregados no comportamento de material granular em camadas de pavimento,
quanto mais angular e rugosa a superfície do agregado maior a rigidez e a
resistência. Entretanto, menor é a susceptibilidade a deformação permanente,
permeabilidade e durabilidade.
De acordo com a FIG. 4.4 ,o
material, em geral, pode ser classificado como sub-arredondado, uma vez que
mais de 90% apresentam índice de angularidade superior a 2100, sendo as
amostras classificadas como moderadas em 52%.
Sobre a FIG. 4.5, esta propriedade está intimamente ligada à força de fricção
e maior a rugosidade da superfície, logo quanto maiores os valores deste
parâmetro maior será a resistência à deformação permanente, uma vez que a
força de fricção entre os grãos será aumentada. Pode-se dizer que um material
granular é mais áspero após o esmagamento, em geral (LIMA, 2016). Os
resultados mostram que mais de 70% é superior a 200 e 55% é classificado
como moderado.
Ainda não há valores normatizados para os parâmetros de angularidade e
textura. Neste intuito, alguns estudos, como LIMA (2016) e TUTUMLUER & PAN
(2008), foram realizados com o objetivo de estabelecer valores de referência
para estas características físicas, as quais estão ligadas à resistência.
Esfericidade é o parâmetro que classifica os agregados quanto à sua forma.
Esta análise se faz importante porque o uso de agregados com formas planas e
/ ou alongadas pode causar vários problemas, entre eles a quebra de agregados
durante a compactação (MASAD et al, 2002), o que provoca perda de resistência
e durabilidade da estrutura.
De acordo com a especificação técnica do Departamento de Estradas de
São Paulo (Brasil) ET-DE-P00 / 008 - Sub-base ou base de brita graduada, e as
normas DNIT 406/2010 e DNIT 407/2010, as quais tratam de base e sub-base
estabilizadas granulometricamente com Açobrita, a esfericidade (índice de
forma) do agregado deve ter um índice igual ou superior a 0,50 e a porcentagem
de partículas lamelares menor ou igual a 10%. Como pode ser visto na FIG. 4.6
, mais de 90% das
amostras atendem a este requisito, exceto o agregado com 4,75mm. Além disso,
as referidas normas preconizam que menos de 10% sejam de partículas
lamelares, ou seja, o agregado analisado também atende a esta especificação.
Além disso, OLIVEIRA (2013), apresentou resultado semelhante em seu estudo
sobre o uso da escória de FeSiMn em lastro: 95% das partículas com o índice
maior que 0,50.

FIG. 4.4 Resultado de Análise da Distribuição de Angularidade


FIG. 4.5 Resultado de Análise da Distribuição de Textura

FIG. 4.6 Resultado de Análise da Distribuição de Esfericidade (Índice de Forma)

É importante salientar que a escória em estudo apresenta características


distintas das escórias de aciaria e de alto forno, conforme FIG. 4.7. As principais
diferenças residem no fato tanto da coloração esverdeada, superfície lisa,
aspecto vítreo e pouca quantidade de finos.
FIG. 4.7 : À esquerda, escória de ferro silício-manganês; à direita, escória de aciaria.
Fonte: do Autor; RODRIGUES (2007).

Algumas dessas características podem ser nitidamente notadas quando


comparadas imagens das microestruturas dos dois materiais, conforme as
Figuras FIG. 4.8, FIG. 4.9 e FIG. 4.10. A escória de ferro silício-manganês
apresenta superfície lisa e com pouca porosidade em sua maior parte, como
pode ser visto na FIG. 4.8. E, mesmo quando apresenta certa rugosidade, como
mostrado na FIG. 4.9, os poros são superficiais, sugerindo que a partícula se
constitui de uma estrutura densa. Diferente do que ocorre com a escória de
aciaria, cuja microestrutura apresenta-se como aglomeração de pequenos
grãos, sugerindo presença de vazios cujos poros formam microcanais com
profundidade.

FIG. 4.8 Microfotografia de escória de ferro silício-manganês (1000x e 2000x).


FIG. 4.9 Microfotografia de escória de ferro silício-manganês (1000x e 2000x).

FIG. 4.10 Microfotografia de escória de aciaria (1000x e 2000x).


Fonte: RODRIGUES (2007)

Por se tratar de resíduo de processo de fusão de compostos, a escória


apresenta certa heterogeneidade física e química. Após retirado da caldeira, o
material é armazenado na área externa da planta industrial FIG. 4.11, onde fica
exposto ao ambiente, ou seja, sem controle das condições climáticas sob as
quais a recém-formada escória será submetida.

FIG. 4.11 Armazenamento inicial da escória no pátio de produção


A parte mais externa, ou seja, aquela que possui maior contato com o ar e
umidade apresenta certa porosidade, isto devido ao rápido resfriamento em
contato com o ar atmosférico e a umidade. Já a parte mais interna, logo com
menor exposição às intempéries, tem a superfície lisa e quantidade de vazios
nitidamente menor, justificando o aspecto mais compacto do material.
A seguir são apresentadas as microfotografias da escória de ferro silício-
manganês realizadas no laboratório de Engenharia de Materiais do Instituto
Militar de Engenharia. A FIG. 4.12 apresenta a estrutura mais recorrente nas
amostras analisadas, ou seja, uma topografia predominantemente lisa e densa,
com poucos poros e, relevo cujas ondulações sugerem que a estrutura da
escória ocorre em forma de placas planas. Dessa forma, entende-se que sua
ruptura ocorre por clivagem, ou seja, a fragmentação do material ocorre ao longo
de planos paralelos bem definidos, como representado na FIG. 4.14.
Na FIG. 4.13 é possível analisar uma amostra com maior porosidade,
entretanto, nota-se que os vazios aparentam possuir pouca profundidade. Além
disso, a superfície se mostra com maior irregularidade que da FIG. 4.12,
sugerindo uma maior rugosidade e textura, consequentemente, aumenta o atrito
entre as partículas.
Finalmente, após analisar os resultados de densidade, absorção, abrasão
Los Angeles, Treton e MEV, entende-se ser possível correlacionar as
propriedades do material concluindo que:
o valor da absorção, próximo ao dos agregados naturais, sugere baixa
porosidade da escória e, consequentemente, pouca susceptibilidade
à quebra da partícula ocasionada pela existência de vazios no interior
do agregado;
ainda sobre a baixa porosidade, a densidade próxima a 3,0 g/cm³
mostra alta densidade do material, assim como boa resistência à
abrasão Los Angeles, mesmo quando comparados aos agregados
naturais, assim como quebra por choque mecânico (Treton); e
as microfotografias realizadas através do MEV corroboram para a
validação das conclusões acima, onde são apresentadas as
superfícies das partículas como estruturas densas e pouca
porosidade.
FIG. 4.12 Superfície lisa da maioria das amostras coletadas.
FIG. 4.13 Superfície rugosa de parte das amostras coletadas.
FIG. 4.14 Descolamento de placas do material em camadas

4.1.6 EXPANSIBILIDADE DA ESCÓRIA

A expansão é conhecidamente um dos maiores problemas acerca do uso da


escória em estruturas de pavimentação (BERNUCCI et al., 2010). A FIG. 4.15
mostra o defeito que um material não tratado pode causar. O aumento de volume
provoca erupções, destruindo o revestimento.
FIG. 4.15 Resultado de expansão da escória não curada utilizada em camada de base.
Fonte: CASTELO BRANCO (2004).

TAB. 4.8 Valores admissíveis de expansão para materiais em camadas de pavimento

Expansão (no CBR) Expansão


Norma Descrição
N < 5 x 10 6 6
N > 5 x 10 (DNIT 113/2009)

Sub-base estabilizada granulometricamente


DNIT 139/2010 < 1%
(solo e agregados naturais)
Base estabilizada granulometricamente (solo e
DNIT 141/2010 < 0,5%
agregados naturais)

Base com escória (Açobrita) < 3%


DNIT 406/2017 < 1,0% N> 5x106
Base com escória (mistura com solo) < 0,5%
< 1,5% N< 5x106
Sub-base com escória (Açobrita) < 3%
DNIT 407/2017
Sub-base com escória (mistura com solo) < 1,5% < 1,0%

Sub-base com escória de Aciaria < 3%


DNIT 114/2009 Sub-base com escória de Aciaria (mistura com
< 1,0% < 1,5%
solo laterítico)

Base com escória de Aciaria < 3%


DNIT 115/2009
Base com escória de Aciaria (mistura com solo
< 0,5% < 1,5%
laterítico)
Base estabilizada granulometricamente com
DNIT 098/2007 < 0,5%
utilização de solo laterítico

Sobre o critério de expansão entende-se ser relevante a discussão acerca


dos valores normatizados para uso de escória em camadas de pavimento. A
norma utilizada como referência para avaliação do potencial de expansão é a
DNIT 113/09, a qual estabelece o método de ensaio. Começando pela falta de
padronização de uso dos critérios para avaliação da expansão, conforme pode
ser visto na TAB. 4.8, em algumas normas são aplicadas duas metodologias
para este mesmo parâmetro. O ensaio de expansibilidade, preliminar ao Índice
de Suporte Califórnia (CBR), é aplicado em algumas situações para avaliar o uso
da escória em misturas com solos.
Outro ponto a ser levado em consideração é a maior tolerância quando
aplicada somente a escória em comparação a mistura com solo, e até mesmo
com camadas de base e sub-base constituídas apenas com solos (DNIT 139/10
e DNIT 141/10). Mesmo as normas internacionais ASTM D4792 - Standard Test
Method for Potential Expansion of Aggregates from Hydration Reactions e JIS A
5015 - Iron and steel slag for road construction, estabelecem valores abaixo de
3% para a expansão.
Finalmente, entende-
infraestrutura rodoviária deve ser incentivado, entretanto, a boa técnica e
qualidade devem ser mantidos a fim de garantir a usabilidade, durabilidade,
segurança e conforto dos usuários da via. Sobre o presente estudo, entende-se
que o uso do solo, misturado à escória, tende a minimizar o efeito da expansão
na estrutura do pavimento.
NÓBREGA (2007), em seu estudo acerca do uso de escória de ferro silício-
manganês para emprego em mistura asfáltica, demonstra que a expansibilidade
do material é aproximadamente 0%, através do método PTM 130, adaptado pelo
DER-MG.
Como resultado, foram obtidos os seguintes valores de expansibilidade,
conforme a TAB. 4.9 e FIG. 4.16. O valor acumulado final, de 0,12%, está em
conformidade com as normas. Sobre a tendência da expansão, o resultado deste
ensaio, conforme metodologia apresentada, é obtido em dois intervalos.
Inicialmente, para o período de 07 (sete) dias e, posteriormente, aos 15 (quinze)
dias, tendo as reações químicas aceleradas através de aquecimento e aplicação
de umidade. Portanto, entende-se que a projeção quanto ao aumento da
expansão não se mostra tão significativa a ponto de provocar danos ao
pavimento.
TAB. 4.9 Resultado do ensaio de expansibilidade.

Expansão Expansão Diária


Condição Dia
Diária (%) Acumulada (%)
0 0,000 0,000
1 0,013 0,013
2 0,009 0,022
3 0,013 0,035
Submersa
4 0,007 0,042
5 0,006 0,048
6 0,009 0,057
7 0,009 0,065
8 0,000 0,065
9 0,004 0,069
10 0,012 0,081
Saturada 11 0,010 0,091
12 0,009 0,100
13 0,009 0,109
14 0,013 0,122

FIG. 4.16 Plotagem dos dados do ensaio de expansão.


Fonte: NÓBREGA (2007)

Como ensaio complementar aos resultados supracitados, conforme a norma


DNER-ME 049/94, foi realizado a imersão dos corpos-de-prova após o ensaio
de compactação durante a realização deste estudo. O material analisado se
refere à mistura solo-escória, uma vez que se pretendeu analisar o
comportamento do mesmo nas condições de campo a que se propõe este
trabalho. Os resultados estão apresentados no FIG. 4.17.

FIG. 4.17 Resultados de Expansão Diária e Expansão Diária Acumulada para mistura
solo-escória de ferro silício-manganês.

Sobre as possíveis causas dos valores de expansão pode-se inferir que


ocorram devido à:
baixa superfície específica de contato, uma vez que a granulometria das
partículas se apresenta, em sua maioria, como agregado graúdo. Dessa
forma, as reações ocorrem em velocidade reduzida;
superfície dos grãos com elevada densidade e poucos poros, o que
propicia uma baixa velocidade de dissolução das partículas (DEUS et. al.,
2010); e
formação de fases, como Ca(OH)2 e CaCO3, que tornam a escória de
ferro silício-manganês menos susceptível a se expandir (MARTINI et. al.,
2015).

Diante disso, é possível identificar a escória de ferro silício-manganês como


um bom substituto para os agregados naturais para aplicação em camadas de
pavimento rodoviário flexível. Isso porque, além dos bons resultados
apresentados nas análises anteriores, o material se mostra praticamente inerte
quanto à um dos principais problemas da aplicação de escória em pavimentação,
ou seja, a expansão.

4.1.7 DURABILIDADE (SANIDADE)

A seguir são apresentados os dados referentes ao ensaio de durabilidade,


ou sanidade, através do ataque químico com uso de sulfato de magnésio,
durante cinco ciclos de 18 horas cada, conforme a norma DNER 089/94. O
ataque foi avaliado mediante a perda de massa, e consequente diminuição da
granulometria do agregado. Conforme a TAB. 4.10, as perdas de massa variam
conforme o diâmetro.
Para valores máximos de tolerância quanto à durabilidade para materiais de
base e sub-base, utilizou-se a norma DNIT 031/2006 Concreto Asfáltico, que
preconiza como 12%.
TAB. 4.10 Resultado de ensaio de degradação química

Peneira Peso Peso Diferença Diferença


Passando Retido Inicial (g) Final (g) (g) (%)
63 50 1.533,39 1.341,73 -191,66 -12,5%
50 38 1.720,45 1.593,42 -127,03 -7,4%
38 25 1.056,25 793,62 -262,63 -24,9%
25 19 504,47 576,52 72,05 14,3%
19 12,7 669,92 614,2 -55,72 -8,3%
12,7 9,5 334,56 340,9 6,34 1,9%
9,5 4,8 300,35 289,48 -10,87 -3,6%
4,8 2,4 110,62 130,95 20,33 18,4%
2,4 1,2 110,4 107,27 -3,13 -2,8%
1,2 0,6 110,73 106,22 -4,51 -4,1%
0,6 0,3 110,82 87,85 -22,97 -20,7%
Abaixo 579,8 579,8
0,3

É possível notar que as maiores degradações por ataque químico ocorreram


nas partículas com diâmetros acima de 25mm, as quais não se pretende aplicar
na mistura solo-agregado, e naquelas com diâmetro entre 0,6 e 0,3mm, que
possuem granulometria próxima do solo a ser aplicado na mistura. Logo, tendo
como 12% a tolerância para análise da durabilidade do material, é possível
afirmar que os grãos, a serem utilizados no presente estudo, se encontram
dentro do limite definido pela norma DNIT 031/2006. Outro ponto a considerar
se deve à heterogeneidade na composição mineralógica do material, o que se
entende não permitir uniformidade na execução e, por consequência, na análise
dos resultados. Uma amostra que possua maior quantidade de cálcio sofrerá
maior degradação que outra sem essa característica.
O reagente utilizado para este ensaio foi o sulfato de magnésio, que ataca
os silicatos de cálcio hidratados, bem como Ca(OH)2 e o aluminato de cálcio
hidratado (NEVILLE, 2016). A reação ocorre conforme a (Eq. 13 :
(Eq. 13)

Ainda de
acordo com NEVILLE (2016), devido à solubilidade muito baixa do Mg(OH), a
reação ocorre até sua conclusão, o que torna o ataque por este produto o mais
severo de todos os sulfatos. A consequência principal do ataque por sulfato de
magnésio é a destruição do silicato de cálcio hidratado (C-S-H).
É relevante frisar que o ensaio de durabilidade, que consiste no ataque
químico da amostra, tem como análise de resultado qualitativo a percepção
visual de sua susceptibilidade ao fissuramento e, dependendo do caso, ao
trincamento da amostra devido à degradação de sua estrutura. Como exemplo,
tem-se a FIG. 4.18:

FIG. 4.18 Exemplo de amostra degradada - antes e depois.


Fonte: BERNUCCI et al (2010).

Diante disso, foram realizadas as imagens das FIG. 4.19 Amostras


e FIG. 4.20
.
FIG. 4.19 Amostras antes do ensaio de durabilidade. Partículas retidas na #25mm.

FIG. 4.20 Amostras após o ensaio de durabilidade

Como conclusão, é possível afirmar que, em linhas gerais, não houve


alteração significativa na forma e superfície das amostras analisadas. Entretanto,
entende-se ser relevante reforçar que seria interessante analisar a mineralogia
das amostras, a fim de definir o potencial de degradação pelo teor de cálcio
presente.
COSTA (2014), analisando a durabilidade da escória de aciaria, registrou o
surgimento de microfissuras na superfície da amostra - FIG 4.21. Para isso,
foram realizadas microfotografias com ampliação de mais de 1200x. Por fim,
conclui-se que as microfissuras não influenciaram a perda de material por
durabilidade.
FIG 4.21 Microfissuras provocadas em escória de aciaria após ataque químico.
Fonte: COSTA (2014).

Nesse sentido, foram realizadas microfotografias em três amostras para


verificar o impacto do ataque químico na microestrutura - FIG. 4.22. Devido à
alta precisão do equipamento, não é possível afirmar que foram fotografadas as
mesmas áreas, mas procurou-se manter a coerência das informações geradas
no primeiro momento.
Como resultado, não foram verificadas alterações relevantes que sugiram
fissuramento da amostra. Porém, foi notada certa suavização das bordas, ou
seja, diminuição das pontas vivas e certo arredondamento do relevo das
partículas. As partículas utilizadas tinham o diâmetro de material passado na
As imagens da esquerda mostram a superfície antes do
ensaio e, as da direita, a situação após o ataque químico.
Antes do Ataque Químico Após Ataque Químico

FIG. 4.22 Microfotografias da superfície da escória de ferro silício-manganês..

Sobre o possível impacto ambiental da escória de ferro silício-manganês


OLIVEIRA (2013) apresenta a Carta Oficial do Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente (IBAMA) no. 306/2010 / NLA / SUPES / IBAMA / MG que aprova o uso
de ferro de silício e manganês como escória, na caracterização e classificação
ambiental. Também neste trabalho, a amostra de escória de ferro silício-
manganês foi classificada como Classe II A (não perigosa - não inerte) uma vez
que o teor de alumínio solubilizado acima do limite máximo permitido pela norma
NBR10004 (ABNT, 2004).
Considerando que o composto Alumínio é material presente de forma natural
em solos e areia e se encontra presente na crosta terrestre de forma geral,
portanto não há impedimento do uso da escória no objeto do estudo.

4.1.8 ANÁLISE MINERALÓGICA ESPECTROMETRIA DE FLUORESCÊNCIA


DE RAIO-X E ESPECTROSCOPIA DE ENERGIA DISPERSIVA DE RAIOS-X
(EDS)

Sobre o resultado da Espectrometria de Fluorescência de Raio-X, seguem


as FIG 4.23 a FIG. 4.28 gerados a partir de análise qualitativa. Devido à
heterogeneidade do material, o ensaio foi realizado com cinco amostras com
partículas miúdas (Amostras 01 a 05) e uma com material passando na peneira
200, conforme seção 3.1.8.

FIG. 4.23 Resultado da Análise Mineralógica da Amostra A1.


FIG. 4.24 Resultado da Análise Mineralógica da Amostra A2.
FIG. 4.25 Resultado da Análise Mineralógica da Amostra A3.

FIG. 4.26 Resultado da Análise Mineralógica da Amostra A4.


FIG. 4.27 Resultado da Análise Mineralógica da Amostra A5.
FIG. 4.28 Resultado da Análise Mineralógica da Amostra de material passando na #200.

Como referência, foi elaborada a FIG. 4.29, contendo a média dos valores
apresentados pelas seis amostras analisadas anteriormente.

FIG. 4.29 Resultado da Média das Análises Mineralógicas.

É importante salientar que os resultados nessa metodologia de ensaio tratam


de análise qualitativa, nos quais são apresentados apenas os elementos e não
os compostos constituintes da amostra. Os teores de manganês apresentados
se mostram elevados para compor uma escória. Conforme BENIQUE (2007),
nas ferroligas usadas exclusivamente em processos siderúrgicos deve ser
empregado minério de manganês com alto teor, na faixa de 36 a 60%. Logo,
entende-se que os valores encontrados nesse ensaio mostrariam ineficiência no
processo produtivo, o que não é realidade. Outra análise é que o valor
especificado para o manganês na Figura 58 se mostra acima de minérios como
Espessartita (33,3%), Jacobsita (23,8%) e Bixbyita (30 a 40%) (BENIQUE, 2007).
Além disso, a ausência de carbono (C) se caracteriza como outro ponto de
atenção para a confiabilidade dos resultados emitidos para esta metodologia.
Entende-se que uma análise mais precisa pode ser realizada através de
Análise Termogravimétrica. Entretanto, devido ao alto ponto de fusão dos
compostos, o equipamento necessário para esta finalidade deve atingir elevadas
temperaturas para permitir resultados mais aderentes, o que não se dispõe no
momento.
Como ensaio complementar, foi realizado a Espectroscopia de Energia
Dispersiva de Raios-X (EDS), cujo resultado está apresentado na FIG. 4.30.

FIG. 4.30 Resultado do ensaio de EDS

A análise dos gráficos apresentados na FIG. 4.30 permitiu a elaboração da


TAB. 4.11 , na qual estão quantificados
os percentuais dos elementos que compõe a amostra.
TAB. 4.11 Percentual dos elementos químicos na amostra

Elemento Leitura 01 Leitura 02


Carbono 13,9% 18,1%
Oxigênio 49,4% 31,9%
Magnésio 2,3% 1,5%
Alumínio 5,8% 11,0%
Silício 14,4% 12,2%
Enxofre 0,1% 0,2%
Cálcio 7,7% 11,4%
Manganês 6,4% 13,7%

Finalmente, os valores presentes para manganês se mostram mais


coerentes com aqueles esperados para o resíduo da ferroliga. Entretanto,
novamente, os resultados tratam sobre os elementos químicos e não os
compostos constituintes das amostras.

4.2 SOLO

4.2.1 DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA POR


PENEIRAMENTO

Executado conforme a norma DNER-ME051/94, a seguir são apresentados


os resultados obtidos para o referido ensaio, na FIG. 4.31
120

100

80

% QUE PASSA
60

40

20

0
0,01 0,1 1 10 100
PENEIRAS (mm)

FIG. 4.31 Curva granulométrica do solo

4.2.2 LIMITES DE ATTERBERG

Os ensaios de Limite de Liquidez (DNER-ME 122/94) e Limite de


Plasticidade (DNER-ME 082/94) apresentaram os resultados de LL = 34 e LP =
17,4%. De posse desses valores é possível definir IP = 16,6%.

4.2.3 EQUIVALENTE DE AREIA

Diante dos valores de LL e IP, os quais ultrapassaram os limites definidos na


norma DNIT 141/2010 Base estabilizada granulometricamente, foi realizado o
ensaio de Equivalente de Areia FIG. 4.32
, sendo o critério de aceitação, solos com valores acima de 30%. Finalmente,
obteve-se, como média das três amostras, o resultado de 85,12%.

FIG. 4.32 Resultado de ensaio de Equivalente de areia


O resultado apresentado se mostra coerente com a classificação descrita
pelos métodos HRB/SUCS e MCT, ou seja, trata-se de um material arenoso
com argila de cor avermelhada.

4.2.4 CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS HRB/SUCS

O solo apresenta cor avermelhada, vestígios de cangas de minério de ferro


e boa coesão quando possui umidade próxima da ótima. A região onde se
encontra a jazida se localiza nas proximidades de cavas de minérios.
Para classificação do solo através do HRB lançou-se mão do IP = 16,6 e,
sendo p = 31,71, logo foi possível determinar os demais parâmetros: a = 0; b =
16,61; c = 0; e, finalmente, d = 6,6. Portanto, IG = 1,10. De posse desses dados,
o material foi classificado como uma Areia argilosa A-2-6.
Para a classificação SUCS, o solo é classificado como SP-SC Areia mal
graduada com argila.

4.2.5 CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS TROPICAIS - MCT

Durante a execução dos ensaios, após a compactação e imersão, verificou-


se pouca perda de massa nas amostras que foram moldadas com umidade
próxima da ótima. A FIG. 4. mostra os corpos-de-prova ensaiados.

FIG. 4.33 Corpos-de-prova para análise de perda de massa por imersão.


Como resultado para a metodologia MCT,
solo arenoso
laterítico.
Finalmente, diante dos resultados expostos das três classificações, é
possível concluir que o material em estudo se trata de uma areia argilosa
laterítica, de cor avermelhada. Dessa forma, espera-se que o material possua
boa resistência mecânica quando realizado os ensaios para determinação da
capacidade de suporte, conforme VILLIBOR & NOGAMI (2009). De acordo com
estes autores, os solos desse grupo apresentam facilidade de compactação e
coesão adequada. Além disso, a experiência no campo permitiu constatar que
tais materiais são os melhores para a execução de camada de base em
pavimento de baixo volume de tráfego.

4.3 MISTURA SOLO-AGREGADO

A seguir são apresentados os resultados para os ensaios realizados com as


misturas solo-escória.

4.3.1 CURVA GRANULOMÉTRICA PARA MISTURA SOLO-AGREGADO

O presente estudo se propõe a analisar a estabilização do solo pelo emprego


da escória de ferro silício-manganês. Logo, como parâmetro para definir os
percentuais, foi utilizado o enquadramento granulométrico das Faixas do DNIT
conforme as normas DNIT 141/10 e DNIT 139/10. Diante disso, os percentuais
escolhidos foram 40% solo + 60% escória e 50% solo + 50% escória. As Figuras
FIG. 4. e FIG 4.35 apresentam,
respectivamente, a análise feita para estabelecimento destes percentuais.
100
90
80
70
60
DNIT MAX
50
40 DNIT MÍN
30 FAIXA ENC.
20
10

% PASSA PELA MALHA


0
0,01 0,10 1,00 10,00 100,00
ABERTURAS (mm)

FIG. 4.34 Curva granulométrica para a Mistura 40/60

100

90

80

70

60 DNIT MAX
50 DNIT MÍN
40 FAIXA ENC.
30

20

% PASSA PELA MALHA


10

0
0,01 0,10 1,00 10,00 100,00
ABERTURAS (mm)

FIG. 4.35 Curva granulométrica para a Mistura 50/50


Os dois enquadramentos granulométricos foram feitos empregando-se a
Faixa D do DNIT, ou seja, para um tráfego com N > 106. Desta forma, é possível
afirmar que, como primeiro critério de validação do material, a mistura é aplicável
em vias com elevadas demandas quanto à capacidade de suporte das camadas
de base e sub-base.

4.3.2 COMPACTAÇÃO DENSIDADE MÁXIMA E UMIDADE ÓTIMA

A seguir, na TAB. 4.12 , são apresentados


os valores encontrados após o ensaio de compactação para o solo e as misturas
solo-agregado, nas energias intermediária e modificada.

TAB. 4.12 Resultados do ensaio de Compactação

DENSIDADE
ENERGIA MATERIAL UMIDADE ÓTIMA
MÁXIMA
Solo 15,74 2,270
Intermediário Mistura 40/60 9,0 2,327
Mistura 50/50 9,7 2,328
Solo 15,47 2,330
Modificado Mistura 40/60 9,34 2,565
Mistura 50/50 9,96 2,561

É interessante ressaltar que para o ensaio de CBR, o corpo-de-prova que


apresentou a maior resistência entre as amostras moldadas esteve condizente
com a umidade ótima (hót) definida no ensaio de compactação. Porém, durante
a moldagem, foi possível notar que, para as amostras com mistura solo-escória,
os corpos-de-prova apresentaram excesso de umidade. Diante dos resultados
apresentados na Tabela 17 para as misturas, nota-se que ocorre o fato
inesperado da umidade ótima para a energia de Proctor Modificado estar acima
da hót para a energia de Proctor Intermediário sugere um aumento do índice de
vazios devido à quebra do material durante a compactação.
No equipamento de ensaio triaxial dinâmico de cargas repetidas, as
amostras de mistura solo-escória apresentaram deformação excessiva na etapa
de condicionamento, ou seja, antes do ensaio de Módulo de Resiliência
propriamente dito. Identificou-se a umidade como sendo a causa deste
problema, o que levou a adoção, para novos corpos-de-prova, da umidade de
1,0% abaixo da ótima. Desta forma, constatou-se que, para o tipo de mistura
estudado, a hót se torna uma referência, mas não a ideal para a moldagem das
amostras. É possível assumir que a mesma situação ocorre em campo, sendo
importante ponto de atenção em futuras aplicações que se pretenda executar
com a mistura solo-escória de ferro silício-manganês.

4.3.3 ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA - ISC (CALIFORNIA BEARING


RATIO CBR)

Os resultados obtidos para a determinação do CBR da mistura de solo com


escória de ferro silício-manganês foram satisfatórios, ou seja, apresentaram
valores admissíveis para serem aplicados na execução de base e sub-base,
conforme apresentado na TAB. 4.13.

TAB. 4.13 Resultados para ensaio de CBR

ENERGIA MATERIAL CBR


Solo 43,2
INTERMEDIÁRIO Mistura 40/60 54,6
Mistura 50/50 64,6
Solo 67,5
MODIFICADO Mistura 40/60 65,5
Mistura 50/50 93,3

De forma complementar, durante o estudo também foi realizado ensaio de


CBR na energia normal para o solo, onde se obteve o valor de 30%.
Como pode se observar na TAB. 4.17, o ganho de resistência na mistura
quando comparado com o solo sem escória não é tão significativo, cerca de 30%
a 50%, mesmo porque o solo já possui boas características geotécnicas. Mesmo
sem adição do agregado artificial, o material atende aos critérios para uso em
sub-base com N>5x106, e para base com N< 5x106, conforme normas DNIT
141/10 e DNIT 139/10.
Sobre as misturas solo-escória de ferro silício-manganês, a mistura 50/50 na
energia de Proctor Modificado apresentou boa resistência, atendendo aos
critérios para uso em camada de base rodoviária para N>5x106. Porém, a mistura
40/60 não obteve os valores mínimos especificados para este tráfego, mas pode
ser aplicado para esta finalidade em rodovias com N<5x106. Esses dois
parâmetros foram analisados tendo como referência a norma DNIT 141/10. Já
para a camada de sub-base, ambas atendem ao prescrito na norma DNIT
139/10.
As estruturas de pavimento flexível consideradas para o dimensionamento
estão apresentadas na TAB. 4.14. Quanto aos parâmetros para o
dimensionamento do pavimento, foram adotados: 10% de CBR para o subleito;
já para o reforço do subleito em argila vermelha com minério de ferro, utilizou-se
CBR igual a 30% obtido no ensaio de ISC na energia normal; finalmente, o
tráfego de N= 1,138x107. Devido a esse tráfego, a camada de revestimento
mínima é de 10 cm.

TAB. 4.14 Estruturas de pavimento flexíveis dimensionadas

CENÁRIO CAMADAS CENÁRIO CAMADAS CENÁRIO CAMADAS

Concreto Asfáltico Concreto Asfáltico Concreto Asfáltico


Solo Base Mistura 40/60 Base Mistura 50/50 Base
1 4 7
Solo Sub-base Solo Sub-base Solo Sub-base
Argila vermelha com minério Argila vermelha com minério Argila vermelha com minério
Concreto Asfáltico Concreto Asfáltico Concreto Asfáltico
Solo Base Mistura 40/60 Base Mistura 50/50 Base
2 5 8
Mistura 40/60 Sub-base Mistura 40/60 Sub-base Mistura 40/60 Sub-base
Argila vermelha com minério Argila vermelha com minério Argila vermelha com minério
Concreto Asfáltico Concreto Asfáltico Concreto Asfáltico
Solo Base Mistura 40/60 Base Mistura 50/50 Base
3 6 9
Mistura 50/50 Sub-base Mistura 50/50 Sub-base Mistura 50/50 Sub-base
Argila vermelha com minério Argila vermelha com minério Argila vermelha com minério

Como resultados dos dimensionamentos obteve-se o mesmo valor para as


camadas de reforço de subleito, base e sub-base, conforme apresentado pela
TAB. 4.15.
Através dos resultados mostrados na TAB. , nota-se que a utilização da
mistura 40/60 na camada de base demanda uma maior espessura para a sub-
base, quando comparada com as demais seções de pavimento. Entretanto, a
diferença se mostra pouco significativa, uma vez que as dimensões se alteram
de 35,4cm para 36,9cm.
TAB. 4.15 Espessuras obtidas para dimensionamento pelo Método DNER

CAMADAS ESPESSURA ADOTADA(cm) MATERIAL UTILIZADO

REVESTIMENTO 10,0 Concreto Asfáltico


BASE 15,0 Solo Proctor Modif.
SUB-BASE 15,0 Solo Proctor Interm.
SUBLEITO - Subleito
REVESTIMENTO 10,0 Concreto Asfáltico
BASE 15,0 Solo Proctor Modif.
SUB-BASE 15,0 Mistura 40/60 Proct. Interm.
SUBLEITO - Subleito
REVESTIMENTO 10,0 Concreto Asfáltico
BASE 15,0 Solo Proctor Modif.
SUB-BASE 15,0 Mistura 50/50 Proctor Interm.
SUBLEITO - Subleito
REVESTIMENTO 10,0 Concreto Asfáltico
BASE 15,0 Mistura 40/60 Proctor Modif.
SUB-BASE 17,0 Solo Proctor Interm.
SUBLEITO - Subleito
REVESTIMENTO 10,0 Concreto Asfáltico
BASE 15,0 Mistura 40/60 Proctor Modif.
SUB-BASE 17,0 Mistura 40/60 Proctor Interm.
SUBLEITO - Subleito
REVESTIMENTO 10,0 Concreto Asfáltico
BASE 15,0 Mistura 40/60 Proctor Modif.
SUB-BASE 17,0 Mistura 50/50 Proctor Interm.
SUBLEITO - Subleito
REVESTIMENTO 10,0 Concreto Asfáltico
BASE 15,0 Mistura 50/50 Proctor Modif.
SUB-BASE 15,0 Solo Proctor Interm.
SUBLEITO - Subleito
REVESTIMENTO 10,0 Concreto Asfáltico
BASE 15,0 Mistura 50/50 Proctor Modif.
SUB-BASE 15,0 Mistura 40/60 Proctor Interm.
SUBLEITO - Subleito
REVESTIMENTO 10,0 Concreto Asfáltico
BASE 15,0 Mistura 50/50 Proctor Modif.
SUB-BASE 15,0 Mistura 50/50 Proctor Interm.
SUBLEITO - Subleito
As dimensões encontradas se mostram coerentes com as praticadas no
projeto de duplicação da rodovia BR-040, demonstrando coerência no resultado
e aplicabilidade do material na via.

4.3.4 MÓDULO DE RESILIÊNCIA

Os dados obtidos durante o ensaio de Módulo Resiliente foram compilados


e, através do modelo composto, foram definidos o k1, k2 e k3, conforme TAB.
4.16. Para padronizar as condições a que estaria sujeito o pavimento, definiu-se
os pares de tensões de maior valor ( 3 d = 4,2), visando trabalhar com
o cenário mais crítico, ou seja, a favor da segurança. Logo, usando a equação
de MACÊDO (1996) Equação 14,
serem aplicados nas camadas de pavimento. Os dados para o revestimento e
subleito foram obtidos de projeto existente para a duplicação da BR040. Estes
valores foram utilizados para dimensionamento de pavimento com auxílio do
SisPav, versão 2007.

Eq 14

Ainda na TAB. 4.16, como foram obtidos, na maioria dos casos, três
amostras para cada energia de Proctor e mistura, convencionou-se descartar o
maior e o menor valor, para se trabalhar com dados médios de cada cenário.
A adição da escória de ferro silício-manganês ao solo tem como objetivo
promover a estabilização granulométrica da mistura, permitindo ganho na
capacidade de suporte. Para isso, entende-se ser relevante a comparação dos
resultados de Módulo de Resiliência (MR) entre o solo e as misturas.
Com o objetivo de analisar o efetivo ganho, ou perda, de resistência devido
ao acréscimo da escória na mistura com solo, foi elaborada a TAB. 4.17. Os
valores de MR foram obtidos pela média dos valores de módulo para os 18 pares
de tensões aplicados durante o ensaio. Finalmente, observa-se ganho de
resistência para os materiais compactados na Energia de Proctor Intermediário.
Entretanto, quando as amostras são submetidas à energia de compactação
no Proctor Modificado, ou seja, quando há uma maior solicitação de suporte, os
valores de MR são reduzidos.
Como causa desse fenômeno sugere-se que ocorra devido ao aumento de
vazios provocado pela quebra dos grãos da escória de ferro silício-manganês, o
que reduz a resistência mecânica dos corpos-de-prova. Sugere-se que, caso
haja aplicação em campo deste material, que seja empregada uma camada de
solo para a proteção mecânica das partículas de escória antes da compactação,
reduzindo o efeito mencionado.

TAB. 4.16 Resultados de k1, k2 e k3 para solo e mistura solo-escória.

Energia
Material Amostra MR k1 k2 k3 3 d
(Proctor)

1 216,25 205,4888 0,00 0,03558 1,4 4,2

Solo 2 250,99 241,9807 0,00 0,0255 1,4 4,2

3 253,64 185,5192 0,1999 0,1711 1,4 4,2

1 270,40 270,4008 0,00 0,00 1,4 4,2


Intermediário

Mistura
2 257,60 257,6011 0,00 0,00 1,4 4,2
40/60
3 320,82 320,8244 0,00 0,00 1,4 4,2

1 251,27 251,2726 0,00 0,00 1,4 4,2


Mistura
2 353,22 353,2218 0,00 0,00 1,4 4,2
50/50
3 272,96 272,9570 0,00 0,00 1,4 4,2

1 983,62 983,6248 0,00 0,00 1,4 4,2

Solo 2 520,54 520,5374 0,00 0,00 1,4 4,2

3 563,92 563,9180 0,00 0,00 1,4 4,2


Modificado

Mistura 1 368,74 277,7890 0,00 0,1974 1,4 4,2

40/60 2 431,20 360,2945 0,2854 0,0583 1,4 4,2

1 374,01 374,0068 0,00 0,00 1,4 4,2


Mistura
2 453,10 431,5243 0,0200 0,0293 1,4 4,2
50/50
3 375,51 347,9665 0,00 0,0531 1,4 4,2
Outro ponto interessante a ser explicitado é que, como mencionado na seção
4.2.4 Classificação de solos tropicais - MCT, o solo possui boa capacidade de
suporte, chegando a atingir valores expressivos quando moldado na energia de
Proctor modificado. Logo, uma proposta interessante seria a substituição da
areia argilosa laterítica por um solo com baixa resistência mecânica.

TAB. 4.17 Resultados dos Ensaios de Módulo de Resiliência

Ganho de
Energia Material Amostra MR (MPa) Média MR
resistência
1 171,67
Solo 2 242,68 207,06
3 206,82
1 274,08
Intermediário 40/60 2 260,48 286,69 38,46%
3 325,50
1 253,95
50/50 2 356,56 295,39 42,66%
3 275,66
1 996,70*
Solo 2 539,61 554,40
3 569,18
1 286,41
Modificado 40/60 2 -** 303,02 -45,3%
3 319,63
1 428,53
50/50 2 351,18 386,08 -30,4%
3 378,55
*Valor descartado do cálculo da média/ **amostra não atingiu condicionamento

O solo possui boa capacidade de suporte, chegando a atingir valores


expressivos quando moldado na energia de Proctor modificado. Logo, uma
proposta interessante para analisar o real ganho de resistência da mistura com
a escória seria a substituição da areia argilosa laterítica por um solo com baixa
resistência mecânica.
Os resultados apresentados para a análise da Tab. 4.17 foram obtidos
através da média aritmética dos pares de tensões aplicados. É importante

do modelo composto para um mesmo par de tensões. Tendo como referência as


normas DNIT 406/17 Base estabilizada granulometricamente com Açobrita e
DNIT 407/17 Sub-base estabilizada granulometricamente com Açobrita, as
quais definem o valor de Módulo de Resiliência mínimo como 300 MPa para
emprego nessas camadas de pavimento, entende-se que as misturas, tanto nas
energias intermediária e modificadas, são tecnicamente viáveis de serem
aplicadas em projetos de pavimentos flexíveis.

4.3.5 DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTO COM USO DO SISPAV

O dimensionamento de pavimento foi realizado conforme o método


mecanístico-empírico, com auxílio do software SisPav (FRANCO, 2007). Como
premissa adotada desde o início deste estudo, o local de aplicação dos materiais
analisados trata da rodovia Juscelino Kubitschek (BR-040), do trecho próximo à
cidade de Barbacena-MG.
O tipo de pavimento projetado foi de concreto asfáltico, composto por
subleito, sub-base e base. Para a camada de revestimento e subleito foram
utilizados os valores de projeto empregados pela concessionária da rodovia. Já
para as demais camadas, foram definidos cenários com combinações entre base
e sub-base utilizando solo sem escória de ferro silício-manganês e mistura solo-
agregado. Entende-se que dessa forma seria possível determinar a melhor
aplicação dos materiais em campo.
Diante disso, foram elaborados os seguintes projetos de pavimento,
conforme TAB. 4.18, cujo objetivo era definir as espessuras de cada camada
para uma rodovia com vida de projeto para 10 anos.
Sobre as Opções de Cálculo, foram adotados os seguintes parâmetros:
confiabilidade de 50%; tolerância no dimensionamento de 2%; número máximo
de tentativas de 20; e período de projeto de 10 anos. Já para as Opções de
Tráfego, as condições de tráfego foram normais, com 100% de veículos na faixa
de projeto, sendo 0 cm de alinhamento de Projeto, e 30cm de variação lateral do
trafego. Finalmente, para Controle de campo, o raio de carregamento FWD foi
de 15 cm, e 4,0 toneladas de carga de impacto.

TAB. 4.18 Cenário de Projeto para dimensionamento de pavimento

CENÁRIO CAMADA MATERIAL CENÁRIO CAMADA MATERIAL


Revestimento CBUQ Revestimento CBUQ
Solo arenoso Solo arenoso
Base Base
laterítico laterítico
1 Solo arenoso 5
Sub-base Sub-base Mistura 50/50
laterítico
Solo arenoso Solo arenoso
Subleito Subleito
laterítico laterítico
Revestimento CBUQ Revestimento CBUQ
Solo arenoso
Base Base Mistura 50/50
laterítico
2 6 Solo arenoso
Sub-base Mistura 40/60 Sub-base
laterítico
Solo arenoso Solo arenoso
Subleito Subleito
laterítico laterítico
Revestimento CBUQ Revestimento CBUQ
Base Mistura 40/60 Base Mistura 50/50
Solo arenoso
3 Sub-base 7 Sub-base Mistura 50/50
laterítico
Solo arenoso Solo arenoso
Subleito Subleito
laterítico laterítico
Revestimento CBUQ
Base Mistura 40/60
4 Sub-base Mistura 40/60
Solo arenoso
Subleito
laterítico

Quanto aos dados de tráfego, os mesmos foram obtidos através de


contagem volumétrica unidirecional realizada durante uma semana no trecho
localizado no KM 615 - sentido Sul da referida rodovia. Os dados foram
extrapolados para o período de um ano. A TAB. 4.19 apresenta o volume de
veículo por tipo de eixo.
TAB. 4.19 Volume Médio Anual de veículos

Classificação DNIT Volume Anual


2C 56.144
3C 19.020
4C 3.904
2S1 344
2S2 6.624
2S3 12.872
3S3 20.084
3D4 3.408
3M6 1.746
3T6 582

Para definição da taxa de crescimento, foi empregado o valor de 3%,


conforme Manual de Estudos de Tráfego (DNIT, 2006). Diante dessas
informações, o valor do número N = 1,138 x 107. Para o clima, foi adotada a
cidade de Belo Horizonte-MG, com a abertura do tráfego em janeiro.
Sobre os materiais, o subleito foi considerado como cascalho arenoso, com
MR = 57 MPa conforme especificação de projeto de duplicação da BR040. Já
para base e sub-base, foram considerados os materiais estudados nesse estudo,
ou seja, solo lateríticos e mistura de solo com escória de ferro silício-manganês.
Finalmente, para o revestimento foi adotado o concreto betuminoso usinado a
quente (CBUQ), com MR = 4193 MPa, também conforme o projeto da BR040.
A TAB. 4.20 apresenta os resultados através das espessuras para as
camadas de base, sub-base e revestimento. Como conclusão, nota-se que as
melhores soluções se aplicam quando utilizado apenas solo laterítico nas
camadas de base, o que gera pavimentos mais esbeltos, desde o revestimento
até a sub-base, resultando numa estrutura mais técnica e economicamente
interessante. Entretanto, entende-se que a análise do cálculo da distância média
de transporte (DMT) desde a jazida até a obra, em comparação com o DMT da
usina siderúrgica até o local de aplicação do material possa garantir subsídios
técnicos para uma validação mais apurada.
Finalmente, mesmo com maior consumo de material por parte das estruturas
com aplicação da mistura solo-escória de ferro silício-manganês, deve-se
reforçar o ganho promovido por essa solução ao permitir uma destinação
ambientalmente adequada para o coproduto. Portanto, diante dos dados,
análises e considerações apresentados durante este trabalho, é possível afirmar
que a escória de ferro silício-manganês, quando em mistura com solo, é
tecnicamente viável para ser aplicada em camadas de base e sub-base para
pavimentos flexíveis.
TAB. 4.20 Resultados para dimensionamento de pavimento flexível usando o software
SisPav

Coeficiente Módulo de
Cenário Camada Material Espessura
de Poisson Resiliência
Revestimento CBUQ 0,33 4193 10
Base Solo laterítico 0,35 563,92 20
1
Sub-base Solo laterítico 0,4 250,99 20
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 10
Base Solo laterítico 0,35 563,92 20
2
Sub-base Mistura 40/60 0,4 270,40 20
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 10
Base Solo laterítico 0,35 563,92 20
3
Sub-base Mistura 50/50 0,4 272,96 20
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 12,5
Base Mistura 40/60 0,35 368,74 30
4
Sub-base Solo laterítico 0,4 250,99 30
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 12,5
Base Mistura 40/60 0,35 563,92 30
5
Sub-base Mistura 50/50 0,4 241,98 30
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 12,5
Base Mistura 40/60 0,35 368,74 30
6
Sub-base Mistura 50/50 0,4 272,96 30
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 12,5
Base Mistura 50/50 0,35 375,51 30
7
Sub-base Solo laterítico 0,4 250,99 30
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 12,5
Base Mistura 50/50 0,35 375,51 30
8
Sub-base Mistura 40/60 0,4 270,40 30
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 12,5
Base Mistura 50/50 0,35 375,51 30
9
Sub-base Mistura 50/50 0,4 272,96 30
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
4.4 MERCADO PARA USO DE ESCÓRIA SIDERÚRGICA

A comercialização da escória, ou mesmo o reconhecimento do material


como coproduto, está em franco crescimento. Um dos programas de sucesso é
o REVSOL Revestimento Primário de Vias Urbanas, Rurais e Pátios que vem
sendo executado no estado do Espírito Santo pela siderúrgica da região.
Resultado de anos de pesquisa e investimento, o programa tem minimizado o
impacto na sociedade através de destinação final ambientalmente adequada,
assim como permitido o desenvolvimento da comunidade que tem recebido a
melhoria dos acessos, onde antes havia vias poucas condições de tráfego.
Outro indicador são as licitações elaboradas pelo Departamento de Estradas
de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro, as quais tinham como escopo a
aquisição de escória, conforme TAB. 4.21. A seguir é possível notar que o
montante das licitações ultrapassa o valor de R$ 11.000.000,00 (onze milhões
de reais).

TAB 4.21 Licitações para aquisição de escória

Licitação Preço Unitário Quantidade (ton) Total


PP004/13 R$ 69,89 25.000 R$ 1.747.250,00
PP010/16 R$ 77,20 27.000 R$ 2.084.400,00
PP017/15 R$ 74,00 50.000 R$ 3.700.000,00
PP021/15 R$ 76,13 50.000 R$ 3.805.500,00

Contextualizando para o estado de Minas Gerais, a cidade de Conselheiro


Lafaiete, que se encontra a a aproximadamente 75 km da fonte geradora da
escória de ferro silício-manganês deste estudo, e também nas margens da
BR040, já demonstra através da Licitação PRG 035/2015 Aquisição de escória
para recuperação e manutenção das vias e estradas, interesse na aplicação do
resíduo como solução para emprego em estruturas de pavimento.
Finalmente, tendo como referência do Valor Total Estimado para a licitação
acima R$ 158.000,00 e a quantidade definida no edital 15.000 t é possível
estimar o custo unitário do material como R$ 10,56/t. Já para o transporte e a
carga, não foram encontrados dados dessa cidade. Logo, foram usados os
custos do caderno de encargos da Prefeitura de Itabirito, sendo R$ 0,85 (t.km)
(RP016/2016), e R$ 0,50 (t) (CP004/2015), respectivamente. Portanto, o custo
estimado para a escória nessa região seria de R$ 74,81/t saindo de Barbacena
até Conselheiro Lafaiete. O resultado se encontra na TAB. 4.22.

TAB 4.22 Custo de fornecimento de escória

Logo, é possível perceber que o maior custo na composição do valor


unitário do material se localiza justamente no transporte. Dessa forma, o
problema se mostra mais logístico que técnico, caso se pretenda aplicar o
material naquela cidade.
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS

Neste capítulo são apresentadas as conclusões obtidas através dos dados


e resultados provenientes do desenvolvimento deste estudo. De forma geral, a
conclusão para uso da mistura de solo com escória de ferro silício-manganês é
que essa solução se mostra viável para ser aplicada em camadas de base e sub-
base.
Esta conclusão pode ser inicialmente fundamentada através da
granulometria dos materiais que, em conjunto, atuam de forma complementar
permitindo o enquadramento nas faixas granulométricas normatizadas pelo
DNIT para uso em estruturas granulometricamente estabilizadas. Além disso,
tendo ainda em vista a distribuição das dimensões dos grãos, é possível aplicar
separadamente os materiais: para a escória de ferro silício-manganês, como
agregado para enchimento em macadame hidráulico ou a seco; e para o solo,
aplicação direta em base e sub-base.
Outra característica que corrobora para o uso da escória de ferro silício-
manganês em pavimentação é a compatibilidade de seus resultados quanto à
densidade, abrasão Los Angeles e degradação por impacto através do Treton
em relação aos agregados naturais. Dessa forma, pode se inferir que o
comportamento mecânico tenderá a ser coerente com aqueles já tidos como
tradicionalmente de boa qualidade.
Quanto à estrutura e à forma, a escória de ferro silício-manganês apresenta
pouca porosidade, planos de clivagem sugerindo ruptura por cisalhamento, com
maioria de suas partículas com forma cúbica, assim como angularidade e textura
moderadas.
Com expansibilidade próxima de 0%, tanto a escória quanto a mistura com
solo atende aos critérios das normas para camadas de vias rodoviárias, assim
como valores admissíveis para a durabilidade (sanidade) ao ataque químico.
Com relação ao dimensionamento mecanístico, nota-se que as estruturas
utilizando apenas o solo na base apresentaram dimensões mais esbeltas que
aquelas com mistura de solo-agregado. Isto sugere que se deve à boa qualidade
da areia argilosa laterítica utilizada neste estudo. Mesmo assim, entende-se que
o ganho obtido com a destinação ambientalmente adequada que se pretende
oferecer para a escória, justifica o emprego do coproduto na construção de
rodovias.
Finalmente, conclui-se que a mistura de areia argilosa laterítica com a
escória de ferro silício-manganês é tecnicamente viável para aplicação em
camadas de base e sub-base em estruturas de pavimento flexível.

5.1 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

Como sugestão para trabalhos futuros, tem-se:


Estudo para análise de aplicação da escória de ferro silício-manganês
como Macadame hidráulico e a seco. Durante a elaboração deste trabalho
foi possível observar que essas duas metodologias também podem ser
utilizadas como solução para prover uma destinação ambientalmente
adequada para o coproduto, entretanto, é preciso uma análise mais
detalhada para validação dessa hipótese através dos parâmetros próprios
especificados em normas, aliados às experiências de campo.
Ensaio de Deformação permanente para as misturas de solo e escória de
ferro silício-manganês (FeSiMn). Entende-se ser relevante obter
resultados desse ensaio para permitir um maior esclarecimento acerca do
comportamento e interação entre o solo e a escória de FeSiMn, a fim de
possibilitar uma inferência do resultado esperado para esta solução
quando aplicada no campo.
Realizar a análise da aderência dos valores de umidade ótima para as
misturas solo-agregado, assim como os percentuais de escória
empregado, a fim de explicitar melhor o comportamento encontrado
durante a moldagem dos corpos-de-prova para o módulo de resiliência.
Além disso, correlacionar a influência da quebra das partículas durante a
compactação das amostras, e sugerir melhores práticas para minimizar o
problema.
Trecho experimental para validação da proposta de uso da mistura. Uma
vez definidas as proporções ideais, sugere-se que sejam realizados
trechos com combinações distintas de camadas do material em análise,
em locais preferencialmente em curva, para verificação do
comportamento esperado.
Retroanálise através de instrumentação do trecho experimental, no intuito
de validar o uso da mistura de solo e escória de ferro silício-manganês,
assim como permitir a comparação com os dados de projeto estimados
inicialmente e os dados obtidos durante os ensaios previamente
executados à aplicação da solução em campo.
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