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EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DE TRANSPORTES
Rio de Janeiro
2018
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Orientadores:
Rio de Janeiro
2018
c 2018
1.
AGRADECIMENTOS
Aos meus irmãos e suas famílias, por sempre me acolherem com um bom
papo e braços abertos.
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 20
2.1 Pavimento ............................................................................................................ 20
2.2 Geração da escória no processo siderúrgico ....................................................... 24
2.3 Uso de escória siderúrgica como agregado alternativo na engenharia civil ......... 29
2.4 Métodos de dimensionamento de pavimento ....................................................... 33
3. MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 37
3.1 Agregado ............................................................................................................. 41
3.1.1 Determinação da composição granulométrica por peneiramento....................... 41
3.1.2 Densidade de agregado graúdo e massa específica ......................................... 45
3.1.3 Abrasão los angeles .......................................................................................... 46
3.1.4 Perda de massa por equipamento Treton .......................................................... 47
3.1.5 Aggregate Image System e Microscopia Eletrônica de Varredura ..................... 49
3.1.6 Expansibilidade da escória ................................................................................ 53
3.1.7 durabilidade (sanidade) ..................................................................................... 56
3.1.8 Análise mineralógica Espectrometria de fluorescência de raio-x e
espectroscopia de energia dispersiva de raios-x (EDS) .............................................. 57
3.2 Solo .................................................................................................................... 59
3.2.1 Determinação da composição granulométrica por peneiramento....................... 59
3.2.2 Limites de Atterberg ........................................................................................... 61
3.2.3 Equivalente de areia .......................................................................................... 62
3.2.4 Classificação de solos HRB/SUCS ................................................................. 63
3.2.5 Classificação de solos tropicais - MCT .............................................................. 65
3.3 Mistura solo-agregado ........................................................................................ 67
3.3.1 Curva granulométrica para mistura solo-agregado ............................................ 67
3.3.2 Compactação densidade máxima e umidade ótima ........................................ 68
3.3.3 Índice de Suporte Califórnia - ISC (California Bearing Ratio CBR) .................. 69
3.3.4 Módulo de resiliência ......................................................................................... 69
3.4 Dimensionamento de pavimentos ........................................................................ 71
3.4.1 Metodologia Determinística DNER ..................................................................... 71
3.4.2 Metodologia mecanística-empírica com uso de software - SISPAV ................... 73
4. RESULTADOS ...................................................................................................... 75
4.1 Agregado ............................................................................................................. 75
4.1.1 Determinação da composição granulométrica por peneiramento....................... 75
4.1.2 Densidade de agregado graúdo e absorção ...................................................... 77
4.1.3 Abrasão los angeles .......................................................................................... 79
4.1.4 Perda de massa por equipamento treton ........................................................... 82
4.1.5 Aggregate image system (AIMS) e microscopia eletrônica de varredura (mev).. 84
4.1.6 Expansibilidade da escória ................................................................................ 92
4.1.7 Durabilidade (sanidade) ..................................................................................... 97
4.1.8 Análise mineralógica Espectrometria de fluorescência de raio-x e
Espectroscopia de energia dispersiva de raios-x (EDS)............................................ 103
4.2 Solo ................................................................................................................... 109
4.2.1 Determinação da composição granulométrica por peneiramento ..................... 109
4.2.2 Limites de Atterberg ......................................................................................... 110
4.2.3 Equivalente de areia ........................................................................................ 110
4.2.4 Classificação de solos hrb/sucs .................................................................... 111
4.2.5 Classificação de solos tropicais - mct............................................................... 111
4.3 Mistura solo-agregado ........................................................................................ 112
4.3.1 Curva granulométrica para mistura solo-agregado........................................... 112
4.3.2 Compactação densidade máxima e umidade ótima ...................................... 114
4.3.3 Índice de suporte califórnia - ISC (California Bearing Ratio CBR) ................. 115
4.3.4 Módulo de resiliência ....................................................................................... 118
4.3.5 Dimensionamento de pavimento com uso do sispav ........................................ 121
4.4 Mercado para uso de escória siderúrgica ........................................................... 126
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS ........................ 128
5.1 Sugestões para pesquisas futuras ..................................................................... 129
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 131
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
ABREVIATURAS
cc - centímetros cúbicos
Mpa - megapascal
KN - quilonewton
tf - tonelada-força
Kg - quilograma
g - grama
Km - quilômetro
cm - centímetro
mm - milímetro
Mg - magnésio
Al - alumínio
Si - silício
S - enxofre
Cl - cloro
K - potássio
Ca - cálcio
Ti - titânio
Mn - manganês
Sr - estrôncio
Ba - bário
Zn - zinco
Fe - ferro
LD - Linz-Donawitz
MR - Módulo de resiliência
- Corpos-de-prova
a - absorção
h - teor de umidade
Ph - peso úmido
LP - Limite de plasticidade
LL - Limite de liquidez
IP - Índice de plasticidade
NP - Não plástico
- deformação
- tensão
# - malha da peneira
- polegadas
°C - graus Celsius
% - percentagem
LISTA DE EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
The impact generated by the waste from the steel industry leads to discussions
about the best ways to dispose by-products resulting from the metal generation
process. Aiming to propose an alternative, this work presents the results of the
studies on the physical, chemical and mechanical characterization of silicon-
manganese iron slag for potential application in soil blending projects for
construction of base layers and sub-base of road pavement. The relevance of
this study is to present the importance of proposing an environmentally adequate
destination for by-products of steelmaking processes that provide the company
with feasible solutions, ie to become a co-product that reduces the consumption
of natural raw material, besides promoting economy financial management.
Therefore, the proposal of this work is to evaluate the use of silicon-manganese
iron slag in a mixture with soil for use in base and sub-base layers. Some
traditional methods were employed, such as Grain size Analysis, Density and
Absorption, Los Angeles Abrasion, Atteberg Limits, Sand Equivalent Test and
Expansion. Modern tests were used to characterize the structure of the
aggregates, such as Scanning Electron Microscope (SEM) and Image Aggregate
Image Measurement System (AIMS). For the analysis of the mineralogical
composition were used X-ray Fluorescence Spectrometry and Dispersive Energy
Electroscopy. In addition, the data obtained in the shock loss evaluation in Treton
equipment and Durability were presented. In addition, HRB / SUCS and MCT
methodologies were used for soil classification. Then, the CBR and Resilience
Modulus tests were carried out. The generated data allowed the sizing of the
base and sub-base layers through the DNER methodology and the empirical-
mechanistic method using SisPav. The results found in the tests mentioned
above are satisfactory in comparison with the values established in the specific
standards for each methodology. Finally, it is concluded that silicon-manganese
iron slag presents mechanical properties compatible with those established for
using in base and sub-base of flexible pavements, when used in soil mixture.
1. INTRODUÇÃO
2.1 PAVIMENTO
natura). Eles recebem este nome mesmo que passem por processos de
beneficiamento como britagem, a fim de adequar a granulometria às
especificações técnicas. Já quando ocorre a combinação de material natural com
pedra britada obtêm-se as misturas de solo-brita (MINISTÉRIO DOS
TRANSPORTES, 2006).
Acerca desse tipo de mistura, VILLIBOR & NOGAMI (2009) apresenta
estudos científicos e metodologia executiva inovadora para emprego de misturas
solo arenoso fino lateríticos-agregado (brita), assim como solos-agregados
constituídos de pedregulhos lateríticos com finos lateríticos. Tais soluções têm
demonstrando resultado satisfatório mesmo em trechos com tráfego pesado.
A aplicação que se pretende nesse estudo é a estabilização granulométrica
do solo através do uso da escória de ferro silício-manganês. Diante disso, é
interessante diferenciar os dois tipos de tratamento de solo existentes. Segundo
FERREIRA (2007), o melhoramento do solo se faz mediante reforço e/ou
estabilização. O primeiro caso ocorre quando a melhoria geotécnica é obtida
através da inclusão de reforços na massa do solo (geossintéticos, lâminas,
barras, fibras, etc). Já o segundo, visa ajustar as propriedades do solo ou
remover parte dele, substituindo-o por materiais mais nobres. Sobre a
estabilização, esta pode ser realizada por meio de quatro categorias:
estabilização mecânica, associada a processos de compactação, vibração ou
impacto de alguma energia externa; estabilização hidráulica, consta da remoção
da água intersticial (adensamento, etc); estabilização física ou química,
aplicação de processos físicos ou aditivos químicos ao solo original;
estabilização biológica, emprego da biotecnologia na modificação das
propriedades do solo.
Para construção de rodovias, os processos de estabilização física e
mecânica se fazem mais difundidos, através da aplicação de técnicas de
estabilização granulométrica e de compactação.
Ainda segundo FERREIRA (2007), as técnicas de estabilização de
pavimentos são aplicadas mais comumente às camadas de base e sub-base,
podendo desempenhar boa resistência ao cisalhamento e à deformação. Solos
estabilizados granulometricamente (adequada distribuição das diversas porções
dos diâmetros dos grãos) ou com melhoria de suas propriedades via adição e/ou
mistura de agentes químicos, são favoráveis a apresentarem melhor
desempenho e durabilidade.
COUTO (2009) apresenta bons resultados no desempenho das camadas de
base e sub-base em seu estudo sobre misturas de solo agregado. Desenvolvido
na região norte do Rio Grande do Sul, o trabalho contou com a execução de
trecho experimental e retroanálise dos valores obtidos em campo, resultando em
uma pesquisa consistente para ser usada como referência para projetos de
pavimento com essa metodologia.
KLINSKY (2013), em seu trabalho cujo objetivo era avaliar a possibilidade
de reaproveitar a areia de fundição residual na construção de camadas de bases
e sub-bases de pavimentos de baixo volume de tráfego, utilizou misturas do tipo
solo areia, solo areia cal e areia asfalto usinada a quente (AAUQ). Essas
misturas foram avaliadas à luz das propriedades de interesse à engenharia
rodoviária para determinar a viabilidade de seus empregos em camadas
estruturais de pavimentos. Os resultados obtidos nos ensaios mecânicos
mostram que composições de solo areia e solo areia cal com AFR de 20% a 60%
poderiam ser utilizadas em bases e sub-bases de pavimentos, assim como as
misturas de AAUQ, que consumiriam quantidades consideráveis de areia
residual, também poderiam ser utilizadas em bases de pavimentos.
ALMEIDA (2016), em seu trabalho sobre a incorporação de escória de cobre
pós-jateada a um solo areno-argiloso, concluiu que a estabilização
granulométrica promovida pela adição de escória no compósito de solo-cimento
aumenta a resistência e o módulo de resiliência, além de reduzir o consumo de
cimento, assim como permitir a redução da perda de massa e permeabilidade.
Nesse mesmo sentido, GRUBBA (2009) em seu estudo sobre o
comportamento mecânico de um agregado reciclado de concreto para utilização
na construção rodoviária, no qual foi utilizada a mistura de resíduos de
construção civil para estabilizar granulometricamente um solo de comportamento
laterítico, obteve bons resultados para emprego dessa mistura em base e sub-
base.
do alto-forno.
, (Equação 1 )
em que:
Dap é densidade aparente;
Ms é massa, ao ar, do agregado seco em estufa, em g;
Mh é massa, ao ar, do agregado na condição saturada superfície seca, em g;
L é leitura na balança correspondente ao agregado submerso, em g.
, (Equação 2)
em que:
a é absorção do agregado, em percentagem.
, (Equação 3)
em que:
M1 massa original da amostra, em g;
Mr massa do material retido na peneira 1,7mm, em g;
T perda ao choque (Treton), expresso em percentagem.
Textura < 165 165 - 275 275 - 350 350 - 460 > 460
Superficial Baixa Rugosidade Alta
Polido Macio
(graúdo) rugosidade moderada rugosidade
(Equação 4)
(Equação 5)
Onde:
Leitura7dias é a leitura do extensômetro após 7 dias de ensaio;
Leitura14dias é a leitura do extensômetro após 14 dias de ensaio;
Hamostra é a altura inicial do corpo de prova.
Sobre os efeitos do ataque por sulfatos, COUTINHO (2001) afirma que tais
soluções podem reagir com a alumina do agregado, causando expansões,
fissuração, descamação, amolecimento e desintegração. Isso se ocorre porque
o volume final, após as reações, pode atingir até 2,5 vezes o volume inicial,
causando tensões internas e fissuração irregular, facilitando a penetração
posterior de mais substância agressiva e progressão da deterioração.
Entende-se que a destinação que se propõe para a escória de ferro silício-
manganês neste estudo, ou seja, em mistura com solo para camadas de base e
sub-base, não submeterá o material às condições ambientais que propiciem o
ataque químico que promova degradação significativa no agregado artificial.
Entretanto, permite conhecer o comportamento do material, uma vez que ainda
não foi encontrada referência para esta análise na literatura.
Diante disso, o presente ensaio foi realizado com o intuito de atender aos
critérios definidos na norma NBR 11804-91 Materiais para sub-base ou base
de pavimentos estabilizados granulometricamente, e a especificação técnica ET-
DE-P00/008 do DER/SP. As tolerâncias, conforme as referências anteriores,
tendo em vista o reagente empregado nesse estudo, são de 30%. Entretanto,
acredita-se que este valor esteja elevado uma vez que a perda de massa do
agregado nesse percentual pode representar significativa diminuição da
resistência da camada de pavimento. Portanto, mesmo não se tratando da
mesma aplicação do presente estudo, utilizou-se o critério da norma DNIT
031/2006 Concreto asfáltico, cujo limite para a durabilidade é de 12%.
(Eq 6)
Onde:
h é o teor de umidade, em percentagem;
Ph é o peso do material úmido; e
Ps é o peso do material seco em estufa.
(Eq 7)
Onde:
h é o teor de umidade, em percentagem;
Ph é o peso do material úmido;
Ps é o peso do material seco em estufa.
A diferença numérica entre o limite de liquidez (LL) e o limite de plasticidade
(LP) fornece o índice de plasticidade (IP): IP = LL LP.
Este índice define a zona em que o terreno se acha no estado plástico e, por
ser máximo para as argilas e mínimo para as areias, fornece um valioso critério
para se avaliar o caráter argiloso de um solo. Quanto maior o IP, tanto mais
plástico será o solo. O índice de plasticidade é função da quantidade de argila
presente no solo, enquanto o limite de liquidez e o limite de plasticidade são
funções da quantidade e do tipo de argila. Quando um material não tem
plasticidade (areia, por exemplo), diz-se que o mesmo é NP, ou seja, não plástico
(DNIT, 2006).
Segundo VILLIBOR & NOGAMI (2009), a adoção dos valores limites
tradicionais para LL e IP, para as condições tropicais, foi posta em questão
devido ao desempenho das bases de solos-agregados nas regiões tropicais e
aos valores das propriedades mecânicas e hídricas desses materiais quando
compactados nas condições semelhantes àquelas de campo Efetivamente,
argilas lateríticas e solos argilosos lateríticos que possuem elevados valores de
LL e IP, quando apropriadamente compactados, mesmo em contato com a água
livre, quase não se expandem e nem perdem, sensivelmente, a capacidade de
suporte.
(Eq 8)
FIG. 3.13 Equipamentos e materiais para ensaio de Equivalente de areia
(Eq 9)
Onde:
adota-se zero, e se for superior a 20, adota-se este valor como limite
máximo. Logo: c = LL - 40% (0 - 20); e
negativo adota-se zero, e se for superior a 20, adota-se este valor como
limite máximo. Logo: d = IP - 10% (0 - 20).
até 2,0mm, fazendo com que, desta forma, a escória propiciasse a estabilização
granulométrica da mistura. Durante essa análise, procurou-se definir uma
granulometria contínua que se enquadrasse nas faixas supracitadas, no intuito
de obter um bom comportamento para a mistura.
Finalmente, o trabalho pretende analisar o ganho de resistência mecânica
ao realizar a mistura do solo com a escória. Portanto, para os ensaios de
compactação, CBR e Módulo Resiliente foram analisadas amostras com solo
puro, ou seja, sem escória, e solo estabilizado granulometricamente com escória
de ferro silício-manganês em proporções que atendam às premissas
supracitadas.
(Eq 10)
Onde:
N é o número equivalente de operação do eixo padrão;
VDM é o volume diário médio de tráfego, no sentido mais utilizado, no ano médio
do período do projeto;
FE é o fator de eixo;
FEC é o fator de equivalência de eixo;
FV é o fator de veículo, dado por FE x FEC;
FR é o fator climático regional;
P é o período do projeto.
Como pode ser visto na FIG. 3., uma vez determinadas as espessuras Hm,
Hn e H20, foram empregadas as Inequação 1 e 2 para a determinação das
espessuras da base e sub-base.
(In. 11)
(In. 12)
3.4.2 METODOLOGIA MECANÍSTICA-EMPÍRICA COM USO DE SOFTWARE
- SISPAV
4. RESULTADOS
ABERTURAS (mm)
0,01 0,10 1,00 10,00 100,00
120
100
% PASSADO PELA PENEIRA
80
DNIT
MAX
60
DNIT
40
MÍN
20
Curva
Amostra
0 01
-20
100
% PASSADO PELA PENEIRA
DNIT MAX
80
60 DNIT MÍN
40
Curva da
20
Amostra
02
0
-20
100
60
DNIT MÍN
40
20
Curva da
0 Amostra
03
-20
TAB. 4.3 Valores de desgaste do material após a abrasão pelo método Los Angeles
PESO INICIAL
AMOSTRA PESO FINAL (G) ABRASÃO (%) MÉDIA
(G)
TAB. 4.4 Valores de desgaste por abrasão admissíveis, segundo as normas vigentes.
VALOR LIMITE DE
NORMA DESCRIÇÃO
DESGASTE (%)
DNIT 141/2010 Base estabilizada granulometricamente 55
DNIT 115/2009 Base estabilizada 40
granulometricamente com escória de
aciaria
Sub-base
DNIT 114/2009 estabilizada granulometricamente com 40
escória de aciaria
Base estabilizada granulometricamente
DNIT 406/2017 55
com Açobrita
Sub-base estabilizada
DNIT 407/2017 55
granulometricamente com Açobrita
Quando comparado com os resultados obtidos por outros estudos que também
se propuseram a analisar a escória de ferro silício-manganês, nota-se coerência
no valor encontrado. NÓBREGA (2007), em sua pesquisa para uso do material
em revestimento asfáltico, teve como 29% o valor para abrasão. Já OLIVEIRA
(2013), que pretendia usar a escória de FeSiMn como lastro ferroviário, obteve
13,2% para este parâmetro.
TAB. 4.5 Valores de referência de agregados naturais para desgaste por Abrasão Los
Angeles.
TAB. 4.7 Valores de referência de agregado naturais para perda de massa por choque
Resistência Resistência
Pedreiras Mineralogia Treton (%) Pedreiras Mineralogia Treton (%)
Brita 1 Brita 1
Gnaisse de
Anhanguera composição
18,6 Lafarge 28,8
(Inhaúma) quartzo
monzonítica
Anhanguera
27,2 Macasa 23,4
(São Gonçalo)
Ouro
Bangu Granito 22,2 28,2
Branco
Gnaisse de
composição Raiz da
Carioca 34,8 42,4
quartzo Serra
granidiorítica
Gnaisse de
Santa composição
Cispel 17,6 23,5
Luzia quartzo
monzonítica
Convém 18,7 São Pedro 19,5
Quartzo
Emasa 41,8 Sepetiba 20,9
monzito
EMFOL 33,4 SIMGRA 27
Estrela 17,5 SNEC 18,2
Holcim 19 SPAR 21,7
Gnaisse de
IBRATA (Rio
Granito 18,1 Tamoio composição 21,5
de Janeiro)
granítica
IBRATA
16,4
(Itaboraí) Vigné Traquito 7,5
J. Serrão 31,7
FIG. 4.17 Resultados de Expansão Diária e Expansão Diária Acumulada para mistura
solo-escória de ferro silício-manganês.
Ainda de
acordo com NEVILLE (2016), devido à solubilidade muito baixa do Mg(OH), a
reação ocorre até sua conclusão, o que torna o ataque por este produto o mais
severo de todos os sulfatos. A consequência principal do ataque por sulfato de
magnésio é a destruição do silicato de cálcio hidratado (C-S-H).
É relevante frisar que o ensaio de durabilidade, que consiste no ataque
químico da amostra, tem como análise de resultado qualitativo a percepção
visual de sua susceptibilidade ao fissuramento e, dependendo do caso, ao
trincamento da amostra devido à degradação de sua estrutura. Como exemplo,
tem-se a FIG. 4.18:
Como referência, foi elaborada a FIG. 4.29, contendo a média dos valores
apresentados pelas seis amostras analisadas anteriormente.
4.2 SOLO
100
80
% QUE PASSA
60
40
20
0
0,01 0,1 1 10 100
PENEIRAS (mm)
100
90
80
70
60 DNIT MAX
50 DNIT MÍN
40 FAIXA ENC.
30
20
0
0,01 0,10 1,00 10,00 100,00
ABERTURAS (mm)
DENSIDADE
ENERGIA MATERIAL UMIDADE ÓTIMA
MÁXIMA
Solo 15,74 2,270
Intermediário Mistura 40/60 9,0 2,327
Mistura 50/50 9,7 2,328
Solo 15,47 2,330
Modificado Mistura 40/60 9,34 2,565
Mistura 50/50 9,96 2,561
Eq 14
Ainda na TAB. 4.16, como foram obtidos, na maioria dos casos, três
amostras para cada energia de Proctor e mistura, convencionou-se descartar o
maior e o menor valor, para se trabalhar com dados médios de cada cenário.
A adição da escória de ferro silício-manganês ao solo tem como objetivo
promover a estabilização granulométrica da mistura, permitindo ganho na
capacidade de suporte. Para isso, entende-se ser relevante a comparação dos
resultados de Módulo de Resiliência (MR) entre o solo e as misturas.
Com o objetivo de analisar o efetivo ganho, ou perda, de resistência devido
ao acréscimo da escória na mistura com solo, foi elaborada a TAB. 4.17. Os
valores de MR foram obtidos pela média dos valores de módulo para os 18 pares
de tensões aplicados durante o ensaio. Finalmente, observa-se ganho de
resistência para os materiais compactados na Energia de Proctor Intermediário.
Entretanto, quando as amostras são submetidas à energia de compactação
no Proctor Modificado, ou seja, quando há uma maior solicitação de suporte, os
valores de MR são reduzidos.
Como causa desse fenômeno sugere-se que ocorra devido ao aumento de
vazios provocado pela quebra dos grãos da escória de ferro silício-manganês, o
que reduz a resistência mecânica dos corpos-de-prova. Sugere-se que, caso
haja aplicação em campo deste material, que seja empregada uma camada de
solo para a proteção mecânica das partículas de escória antes da compactação,
reduzindo o efeito mencionado.
Energia
Material Amostra MR k1 k2 k3 3 d
(Proctor)
Mistura
2 257,60 257,6011 0,00 0,00 1,4 4,2
40/60
3 320,82 320,8244 0,00 0,00 1,4 4,2
Ganho de
Energia Material Amostra MR (MPa) Média MR
resistência
1 171,67
Solo 2 242,68 207,06
3 206,82
1 274,08
Intermediário 40/60 2 260,48 286,69 38,46%
3 325,50
1 253,95
50/50 2 356,56 295,39 42,66%
3 275,66
1 996,70*
Solo 2 539,61 554,40
3 569,18
1 286,41
Modificado 40/60 2 -** 303,02 -45,3%
3 319,63
1 428,53
50/50 2 351,18 386,08 -30,4%
3 378,55
*Valor descartado do cálculo da média/ **amostra não atingiu condicionamento
Coeficiente Módulo de
Cenário Camada Material Espessura
de Poisson Resiliência
Revestimento CBUQ 0,33 4193 10
Base Solo laterítico 0,35 563,92 20
1
Sub-base Solo laterítico 0,4 250,99 20
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 10
Base Solo laterítico 0,35 563,92 20
2
Sub-base Mistura 40/60 0,4 270,40 20
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 10
Base Solo laterítico 0,35 563,92 20
3
Sub-base Mistura 50/50 0,4 272,96 20
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 12,5
Base Mistura 40/60 0,35 368,74 30
4
Sub-base Solo laterítico 0,4 250,99 30
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 12,5
Base Mistura 40/60 0,35 563,92 30
5
Sub-base Mistura 50/50 0,4 241,98 30
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 12,5
Base Mistura 40/60 0,35 368,74 30
6
Sub-base Mistura 50/50 0,4 272,96 30
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 12,5
Base Mistura 50/50 0,35 375,51 30
7
Sub-base Solo laterítico 0,4 250,99 30
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 12,5
Base Mistura 50/50 0,35 375,51 30
8
Sub-base Mistura 40/60 0,4 270,40 30
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
Revestimento CBUQ 0,33 4193 12,5
Base Mistura 50/50 0,35 375,51 30
9
Sub-base Mistura 50/50 0,4 272,96 30
Subleito Cascalho arenoso 0,4 57,00 -
4.4 MERCADO PARA USO DE ESCÓRIA SIDERÚRGICA
PINTO, C.S. Curso básico de mecânica dos solos. 3ª Edição. Editora Oficina de
Textos. São Paulo. SP.2002.
PÖLLMANN, H.; KERSTEN, H. STÖBER, St. VERRYN, S; de VILLIERS, J. Die
Verwerddung von Ferromangan - und silicomanganschlacken als
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Geochemie. Universität Halle Deutschland. 2017.
QIAN, Y.; BOLER, H.; MOAVENI, M.; TUTUMLUER, E.; HASHASH, Y.;
GHABOUSSI, J. Characterizing Ballast Degradation Through Los Angeles
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Volume 2448. 2014
RIZZO, E. M. S. Introdução aos processos de refino primário dos aços nos fornos
elétricos a arco. Editora ABM, 2006.