Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre, Especialidade em
Engenharia de Produção e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação.
______________________________________
Prof. Ricardo Miranda Barcia, Dr
Coordenador
Banca examinadora,
_____________________________________
Profa. Aline França de Abreu, PhD
Orientador
______________________________________
Prof. Antônio Galvão Naclério Novaes, Dr
______________________________________
Prof. Carlos Manuel Taboada Rodriguez, Dr
______________________________________
Prof. Dálvio Ferrari Tubino, Dr
Aos meus pais
Joaquim e Ivany
pelo permanente
incentivo ao
desenvolvimento
acadêmico
AGRADECIMENTOS
A minha orientadora, Professora Aline França de Abreu pela atenção, um agradecimento especial
pela competência científica e profissional transmitida.
Aos Professores Antônio Galvão Novaes e Carlos Manuel Taboada pelo incentivo desde o início do
curso.
A minha esposa e filhos pela compreensão e paciência com a minha falta de tempo ao longo do
mestrado.
E, a todos aqueles que de maneira direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho.
2
SUMÁRIO
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
CAP 1 - INTRODUÇÃO
4.1 - Introdução
4.2 - Arquitetura genérica de um sistema de informações logístico
4.3 - Definição de critérios significativos para a metodologia de modelagem de sistemas de
3
5.6 - Validação do resultado do levantamento dos objetivos e necessidades de informações dos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4
RESUMO
ABSTRACT
This research is about to characteristics of architecture and information systems modeling applied to
supply chain management. This methodology (based on the concepts of business process
management, logistics management, culture organization factors, business/information modeling and
TI) is selected in order to support the integration of resources and process logistics management. To
simulate the application of this methodology, a case was developed in order to model the logistics
information system to Downstream of Oil Industry. Based on the results demonstrated by the
simulated case it is possible to conclude that the proposed methodology is able to support the
modeling of supply chain information systems.
5
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 2.2 – CUSTOS LOGÍSTICOS ( adaptado de BALLOU, R.H. Logística Empresarial. São
Paulo: Atlas, p46. 1993 )
FIGURA 2.16 – MODELO HOLÍSTICO DO NEGÓCIO ( adaptado de BRATHAUG, T., EVJEN, T.A.
Enterprise Modeling SIP. http://vtas01.protek.unit.no/~tore/em_group/sumary_sip.htm. 1999 )
6
FIGURA 2.17 – ESTRUTURA BÁSICA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (PINA, V.M.D.C.
Inteligência Estratégica nos Negócios. São Paulo: Atlas, p 19.1994 )
FIGURA 2.20 – ESTRUTURA DO MODELO SCOR (SUPPLY CHAIN COUNCIL, Supply Chain
Operations Reference (SCOR) Overview of Model Structure. http://www.supply-chain.org. 1998)
FIGURA 5.1 – PERFIS BÁSICOS DOS PETRÓLEOS ( adaptado de FARAH, M.A.Petróleo, Seus
Produtos e Qualificação. Apostila do curso básico de Refino da Petrobras. 1998)
7
Apostila do curso básico de Refino da Petrobras. 1998 )
8
1.0 – INTRODUÇÃO
O processo de Gestão da Integrada da Cadeia de Suprimento pode ser definido como uma filosofia
de negócio baseada nas demandas do mercado, que visa agregar valor para o consumidor final por
meio de uma movimentação mais efetiva de materiais, produtos e informações ao longo de toda a
Cadeia (ABML,1998).
Para a aplicação desta filosofia, observa-se que, na prática operacional das empresas, é
fundamental a coordenação entre diversas atividades e atores existentes na Cadeia (fornecedores,
produtores, transportadores e clientes), sendo este processo de coordenação fortemente
dependente de uma gestão eficiente do fluxo de informações existente no sistema logístico.
Tomando por base o cenário apresentado no item anterior, verifica-se que ausência ou a utilização
incipiente e não integrada de recursos informacionais colabora de maneira expressiva para a
ineficiência dos processos operacionais e seu gerenciamento, produzindo aumento dos custos e
abrindo espaço para concorrentes pela ocorrência de perda da qualidade dos produtos/serviços. São
conseqüências decorrentes desta condição:
Para atender a estas demandas, ao longo dos anos foram desenvolvidos técnicas e modelos
capazes de melhorar a atividade de gerenciamento das cadeias de suprimento, porém, (Shapiro,
1998), somente com o recente desenvolvimento na área de tecnologia de informação é que se
tornou possível a aplicação dos conceitos preconizados pela teoria de Supply Chain Management
(Gestão Integrada da Cadeia de Suprimentos).
9
Apesar de recentes avanços tecnológicos, verifica-se ainda a existência de uma grande lacuna entre
a disponibilidade de recursos informacionais e sua aplicação efetiva no processo logístico. Grande
parte desta lacuna é decorrente da diferença entre a velocidade com que a tecnologia fica disponível
e a capacidade das organizações de dimensionar a sua necessidade e se capacitar à aplicação
propriamente dita. Verifica-se ainda que, boa parte das empresas ficam impossibilitadas de obter
melhores resultados operacionais e financeiros, (ABML, 1998) em decorrência de problemas
internos relacionadas com:
Assim sendo, tendo em vista os problemas existentes, será objeto desta dissertação o
desenvolvimento de estudo relativo as questões direta ou indiretamente relacionadas com a
modelagem de sistemas de informação, orientados para o aprimoramento do desempenho e
integração dos processos necessários ao gerenciamento do fluxo de materiais de cadeias de
1.2 – OBJETIVOS
10
- Aumento da produtividade dos ativos, mão-de-obra e demais recursos operacionais;
- Eliminação de retrabalhos e redundâncias;
- Redução da burocracia;
- Adequação dos volumes de produção às exigências da demanda;
- Adequação do fluxo de materiais ao longo da Cadeia de modo a atender as aspirações de
consumo do consumidor final (variedade, qualidade e preço).
O primeiro capítulo configura a introdução ao tema e descrição dos objetivos, estrutura e limitações
do trabalho.
11
O segundo capítulo, tem por objetivo apresentar um panorama dos principais conceitos de
gerenciamento logístico, gerenciamento de processos, reengenharia, gerenciamento de
informações, modelagem de informações e procedimentos de análise de investimento para recursos
Destaca-se como fator de limitação desta pesquisa o fato da mesma não contemplar para a
simulação do estudo de caso um aprofundamento nos aspectos relacionados com o detalhamento e
validação da modelagem proposta, em função das restrições existentes de prazo e complexidade,
bem como os aspectos restritivos inerentes a utilização e divulgação de dados reais da empresa
(PETROBRAS) e respectivos provedores de solução tecnológica, para a verificação do método
proposto no ambiente real das organizações.
12
A metodologia apresentada visa o estabelecimento de conceitos mais amplos para o processo de
modelagem de sistemas de informações para o gerenciamento integrado de cadeias logísticas,
assim sendo evidencia-se a necessidade um aprofundamento deste estudo quando houver
necessidade de um detalhamento de um processo ou tecnologia de caráter mais singular.
13
2.0 – PANORAMA CONCEITUAL
Tendo em vista que o tema desta dissertação, modelagem de sistemas de informações para o
gerenciamento integrado de cadeias logísticas, está relacionado com diversos assuntos, considerou-
se apropriado contemplar na parte inicial da revisão literária conceitos referentes a:
- Gerenciamento logístico;
- Gerenciamento e reengenharia de processos;
- Modelagem de negócios e de informações;
- Avaliação de investimentos em sistemas de informação.
Os sistemas de informação devem ser desenhados e alinhados segundo com o modelo de gestão
adotado pelas para o gerenciamento dos recursos logísticos de cada empresa.
Neste sentido, são abordados neste item tópicos relacionados com a evolução, objetivos e
tendências do processo de gerenciamento logístico das organizações, segundo premissas para o
Gerenciamento Integrado de Cadeias de Suprimento.
Gerenciamento Logístico pode ser definido como a integração de diversas atividades orientadas
para o planejamento, implementação e controle eficiente, e a um custo correto do fluxo e
armazenagem de matérias primas, produtos acabados e informações, desde a origem até o ponto
de consumo, com o propósito de atender aos requisitos do cliente.
NETTO, M.A.C. (1997) observa que o sistema de gerenciamento logístico pode variar, dependendo
das características específicas de cada empresa e seus produtos. Complementando esta
abordagem, a autora apresenta uma visão básica de como estão relacionados os elementos
operacionais de um sistema logístico, conforme figura a seguir:
14
FIGURA 2.1 – ELEMENTOS OPERACIONAIS DO SISTEMA LOGÍSTICO ( NETTO, M.A.C. Análise
de sistemas logísticos. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ. Apostila do curso de Logística para a
Petrobras, p26. 1997)
15
O conceito de custo total reconhece que o custo de viabilizar a utilidade de tempo e lugar através de
pela inter-relação dos vários componentes deste sistema
(transporte, manutenção de estoques, processamento de pedidos, vendas perdidas etc).
CUSTOS LOGISTICOS
Custo logístico total
Custos de transporte e
proc. de pedidos
QUANTIDADES
Neste sentido, para atuar segundo o conceito atual de Logística, que preconiza o atendimento das
necessidades dos clientes com a minimização do custo logístico global, os principais componentes
do processo, apresentados abaixo, devem ser gerenciados de forma integrada (BALLOU, 1993):
- Aquisição de matérias primas (responsável pela garantia dos insumos necessários a produção);
- Processamento de Pedidos (análise e otimização de ciclos de pedidos);
- Política de Manutenção de estoques (definição de níveis de estoque e organização de
O conceito das atividades logísticas vem sofrendo evoluções ao longo dos anos, no que diz respeito
ao emprego e objetivos. Segundo JOHNSON, J.C, WOOD, D.F. (1996) na primeira metade do
século este conceito estava associado a atividades militares e destacam que durante a Segunda
Guerra Mundial os exércitos envolvidos neste conflito fizeram uso intensivo de modelos e sistemas
orientados para o fornecimento de material necessário a subsistência das tropas.
16
FERREIRA, F.R.N registra que nos anos 60 e 70 o gerenciamento logístico era fragmentado em
processos individuais de suprimento, transporte e armazenagem, faltando portanto uma visão
Como resultado desta estruturação criava-se, entre vários setores das empresas,
conflitos de responsabilidades e objetivos. Sendo assim, começou-se a considerar a logística de
forma integrada, aplicando o conceito de sistemas, o que possibilita compreender as inter-relações
existentes entre as várias atividades do sistema através da observação do conjunto”.
O mesmo autor descreve ainda que “forças surgidas na década de 80 pressionaram as empresas a
repensarem suas estratégias competitivas. Primeiro, a crescente aceleração da transformação
tecnológica de que são essenciais para a manutenção de uma vantagem competitiva e a valoriza
na competição baseada no tempo. Segundo, a competição aumentou e intensificou-se. Terceiro, a
globalização tornou-se uma realidade. As empresas, hoje competem em mercados globais. Isso
significa ser impossível pensar em termos de mercados exclusivament
conjunto de concorrentes conhecidos e comparáveis facilmente. E finalmente, a quarta força onde as
expectativas dos consumidores estão aumentando. Exceder as expectativas dos consumidores em
O impacto gerado por mudanças econômicas nos sistemas de valores de todos os segmentos
industriais estabeleceram uma nova dimensão da administração no processo de integração de todas
as atividades ao longo da cadeia de valores, “Após alguns anos cuidando da casa de máquinas,
reparando as velas e encerando o convés, muitos executivos se deram conta de que o barco estava
-lhes a visão de conjunto . Faltava-lhes também um conjunto
de conhecimentos que permitisse otimizar o todo. O conceito de Logística Integrada e a metodologia
de Supply Chain Management talvez possam prover respostas a estas questões.” (WOOD, 1998).
17
D E
M ERCADO
PROJETO DA
C A D E IA D E
S U P R IM E N T O S
IM P L E M E N T A Ç Ã O
E OPERAÇÃO
D A C A D E IA D E
S U P R IM E N T O S
CONTRO LE E
E
A V A L IA Ç Ã O D O
DESEM PENHO
D O S IS T E M A
Neste cenário mais abrangente observa-se um posicionamento mais amplo para o gerenciamento
das cadeias de suprimento onde as metas da logística são atingidas através de três perspectivas
integradas de atuação (NETTO, 1997):
18
- Perspectiva Estratégica: Preconiza a obtenção de vantagem comercial comparativa em relação
ao mercado competidor ( serviços, produtos, mercados, alianças,
recursos);
- Perspectiva dos Canais Logísticos: Definir os caminhos logísticos adequados a estratégia
adotada (fornecedores, sistemas de informação, rede de distribuição, contratação de serviços);
Finalizando, conclui-se que o conceito de logística assumiu uma nova dimensão diante das
mudanças estruturais ocorridas no contexto competitivo exigindo do administrador uma visão mais
a da cadeia de suprimento. É fundamental para a implementação deste conceito a
existência de um sistema integrado capaz de agilizar a coordenação dos recursos e controle das
atividades existentes ao longo da rede (suprimento, produção e distribuição). Assim sendo, fica
evidenciado que qualquer esforço de otimização da cadeia deve estar alinhado com a estratégia
empresarial, pois esforços individuais não necessariamente garantem ganhos para o sistema
(WOOD, 1998).
Conforme mencionado anteriormente, a filosofia de Logística Integrada exige uma boa coordenação
entre as diversas atividades e atores existentes ao longo da Cadeia de Suprimento de maneira a
permitir o equilíbrio entre custos e nível de serviço requeridos pelo mercado consumidor:
- Transporte;
- Armazenagem;
- Controle de Estoques;
19
- Processamento de Pedidos;
- Planejamento da Produção;
- Compras.
Segundo RUMMLER, G.A., BRACHE, A.P. (1994) grande parte dos gerentes não compreendem as
características operacionais básicas de suas empresas, ou seja como seus negócios fabricam e
distribuem seus produtos. A razão primária dessa falta de compreensão é oriunda de uma visão
defeituosa de sua organização. A tradicional representação da estrutura organizacional através de
organogramas funcionais inibem uma visão mais ampla e horizontal do relacionamento com clientes
e fornecedores, bem como o fluxo de trabalho por meio do qual são desenvolvidos, produzidos e
distribuídos produtos e serviços no mercado.
Esta visão tradicional conduz a um estilo de gerenciamento centrado na visão vertical do negócio,
onde normalmente são estabelecidos independentemente os objetivos de cada função. Neste
ambiente gerentes e subordinados tendem a perceber as outras funções como inimigos e não como
aliados contra a concorrência. A administração passa a ser sustentada por silos que impedem que
assuntos sejam resolvidos nos escalões inferiores, sendo necessário que o gerente daquele nível
discuta a solução do problema com o gerente do outro silo para posteriormente comunicar a solução
para a área onde o trabalho será executado (RUMMLER, 1994).
20
Empresa Vertical
S.A.
A visão horizontal, ou de sistema, de uma organização estabelece uma perspectiva diferente onde
são configurados os ingredientes que faltam no organograma tradicional (cliente, produto e fluxo de
trabalho), permitindo portanto a visualização de como o trabalho atravessa as fronteiras funcionais e
os respectivos relacionamentos internos cliente-fornecedor por meio dos quais são produzidos
produtos e serviços, (RUMMLER, 1994), conforme demonstração abaixo:
Empresa
Horizontal S.A.
MARKETING MERCADO
PESQUISA FABRICA X
FABRICA Y
DESENVOLVIMENT VENDAS
O DO PRODUTO FABRICA Z
21
Acrescentam ainda, RUMMLER, G.A., BRACHE, A.P. (1994), que a visão de sistemas de uma
organização é o ponto de partida para a criação e gerenciamento de organizações que respondam
eficientemente à nova realidade de concorrência acirrada e expectativas em mutação dos clientes.
Neste sentido, uma organização é um sistema de processamento que converte diversas entradas de
recursos em saídas de produtos e serviços , que ela fornece a sistemas receptores, ou mercados. A
conduzida pelo feedback de seu mercado. A concorrência também está recorrendo àqueles recursos
e fornecendo seus produtos e serviços ao mercado. Todo esse cenário comercial acontece no
o e político. Olhando para o interior das organizações, são observadas
funções, ou subsistemas, que existem para converter as diversas entradas em produtos ou serviços.
Estas funções internas tem as mesmas caraterísticas de sistemas que a organização total.
Finalmente, a organização tem um mecanismo de controle, o gerenciamento, que interpreta e reage
aos feedbacks interno e externo, de maneira a manter o equilíbrio ao ambiente externo.
Observam também, RUMMLER, G.A., BRACHE, A.P. (1994), que através desta representação
sistêmica é possível uma melhor capacidade da empresa em lidar e adaptar-se a cenários impostos
por crises e constantes mudanças, podendo inclusive estabelecer cenários alternativos em torno dos
organização. Desta forma que um gerente eficiente utilize a estrutura de sistemas para lidar
A reengenharia é a técnica de gestão empresarial voltada para esta nova forma de realiz
trabalho onde os princípios mecanicistas cedem lugar a volta da generalização, onde um
determinado processo organizacional é operacionalizado através de unidades interfuncionais, as
quais detêm o início e a conclusão do produto ou serviço. Esta téc
utilização da tecnologia de informação disponível é requerido uma estrutura adequada a esta nova
realidade tecnológica, que com certeza difere dos modelos utilizados em organizações verticalizadas
e orientadas funcionalmente. São considerados fatores habilitadores do trabalho de reengenharia:
recursos humanos, processos empresariais e a tecnologia de informação.
No item relativo a recursos humanos destacamos o fato de que a utilização desta técnica requer
cativa da forma de trabalhar das pessoas, exigindo maior concentração em
aspectos relacionados ao relacionamento com clientes e forte orientação a processos.
Podemos afirmar que reengenharia significa redesenhar processos empresariais e que a tecnologia
de informação é o elemento capaz de materializar este novo conceito nas organizações, ou seja esta
22
tecnologia é ao mesmo tempo um habilitador e implementador de processos de reengenharia,
fornecendo a sustentação necessária a implementação e gerenciamento de novos processos.
CRUZ, T. (1998) define processo como um conjunto de atividades que tem por finalidade
transformar, montar, manipular e processar matéria-prima e informações para produzir bens e
serviços que serão disponibilizados para clientes.
O foco em processos, ao invés de funções, possibilita aumentar o valor e ao mesmo tempo reduzir o
atividades, promovendo desta forma a redução dos custos
HARRINGTON, H.J. (1993) afirma que parar de pensar em termos de funções e começar a
raciocinar em termos de processos requer uma mudança cultural profunda na forma de administrar
a organização e apresenta dez regras básicas para conduzir o processo de mudança:
- A organização tem de acreditar que a mudança é importante e valiosa para seu futuro;
- É necessário que exista uma idéia geral do que se deseja no futuro, e que o mesmo seja
percebido e compreendido por todos;
- A organização total tem de dar apoio para a estratégia escolhida para alcançar a situação futura;
23
valorizados pelos clientes e acionistas e são críticos quando da necessidade de ajustes identificados
pela estratégia de negócios para serem redesenhados de maneira a permitir ultupassar os limites da
JOHNSON, J.C, WOOD, D.F. (1993) defende a idéia de que empresas
devam analisar estratégias para configurar seus processos críticos segundo análise das dimensões
competitivas para entrar ou liderar um segmento industrial, conforme descrito pela figura abaixo:
CONCORRÊNCIA
DIMENSÕES COMPETITIVAS:
. Desempenho da Produção
. Alcance Global de Produtos
. Alavancagem de Recursos CAPACIDADE CAPACIDADE
. Lealdade de Clientes NECESSÁRIA PARA NECESSÁRIA PARA
. etc. PARIDADE NO RAMO LIDERANÇA NO RAMO
min max
JOHANSON, H.J., MCHUGH, P., PENDLEBURY, A.J., WHEELER, A.W. Processos de Negócios. São
desta atividade, a metodologia PROMET BPR, desenvolvida pelo Institute for Information
Management na Universidade de St. Gallen em 1995, pelo mesmo fornecer especial atenção ao
processos.
Esta metodologia, PROMET BPR, examina um processo de organização da empresa sobre quatro
24
GERENTE INDICADORES
GERENCIAMENTO DO DE
PROCESSO DESEMPENHO
SAÍDAS
ATIVIDADE
REDE
DE ATIVIDADE
ATIVIDADES
ATIVIDADE
APLICAÇÃO
SISTEMA
DE
INFORMAÇÕES
DATABASE
Neste sentido, a metodologia PROMET BPR caracteriza os processos empresariais como um LINKS
entre a estratégia de negócios e o sistema de informações, acrescentando ainda que seu desenho
deve estar totalmente alinhado com a orientação estratégica da empresa. Caracteriza-se desta
forma que processos representam a estratégia de negócios, ficando portanto os sistemas de
informações com a responsabilidade de implementar as funcionalidades requeridas pelos
processos, conforme demonstração a seguir:
25
O projeto de reengenharia de processos preconizado pelo método PRO
- Estudo Preliminar;
- Macro-Design;
- Micro-Design.
O ponto de partida para o projeto, estudo preliminar, é um rigoroso exame das estratégias de
-se os mapas e catálogos de processos e os fatores críticos de
sucesso. Nesta etapa é necessário identificar também o responsável pelo desenvolvimento pelo
trabalho de reengenharia.
Na segunda etapa é providenciado o Macro-Design, onde uma visão mais focada em processos
especifica os relacionamentos entre os diversos sub-processos existentes, possibilitando desta
forma a caracterização preliminar do fluxo de trabalho (workflow) e de uma visão mais genérica do
O método prevê ainda uma estrutura formada por equipes responsáveis pelo desenvolvimento e
implantação do novo processo: Gerência do projeto, equipe de projeto do processo e o gerente do
processo.
O gerente do projeto tem sob a sua responsabilidade a coordenação geral do projeto, assim como o
estabelecimento do balizamento e decisões mais relev
de projeto assume, como presumível, o desenvolvimento do projeto e seu detalhamento. Já o
gerente do processo, além de acompanhar e validar o desenvolvimento do projeto, é responsável
Em uma pesquisa realizada por HINTERHBER, H.H. (1995) são apresentadas as ações das
companhias européias para superar as dificuldades apresentadas pelos modelos tradicionais
verticalizados e buscando maneiras para possibilitar a aproximação entre as diversas áreas
funcionais e níveis hierárquicos através de estruturas organizacionais orientadas por processos.
Neste sentido, o autor estabelece um método composto de seis passos, através do qual é possível a
e Gerenciamento por Processos nas Organizações, conforme descrição
abaixo:
26
- Medir e avaliar o desempenho do processo;
- Coordenar o relacionamento do processo com outros processos existentes na empresa;
- Concentra-se em processos críticos para a empresa;
- Promover o aperfeiçoamento contínuo do processo.
Para concluir este assunto, destaca-se que, em função da dimensão das mudanças proporcionadas
por projetos de implantação de sistemas de informação para gerenciamento logísticos, devem ser
observados e contemplados no escopo de trabalhos desta natureza os conceitos apresentados
neste tópico.
27
2.3 – GERENCIAMENTO DA INFORMAÇÃO
Um dos pré-requisitos para promover o gerenciamento do fluxo de materiais ao longo das cadeias
de suprimento é o estabelecimento de um sistema de gerenciamento do respectivo fluxo de
informações. Assim sendo, são incorporados neste tópico conceitos essenciais de gerenciamento de
informações, através de uma abordagem mais focada nos aspectos da gestão da informação
relacionados com uma ótica mais administrativa, evitando portanto abordar o lado tecnológico,
normalmente mais enfatizado.
Na medida em que a competição por mercados globais aquece a maneira pela qual as organizações
tem a possibilidade de ganhar ou sustentar fatias de mercado sofre alterações (TAYLOR, 1995).
Desta forma, perderam a validade conceitos anteriormente preconizados pelo marketing tradicional,
onde uma empresa define sua posição no mercado através da ênfase de atuação em uma das
dimensões críticas (qualidade do produto/serviço, lead time ou custo). Assim sendo, atualmente não
é possível acomodar-se no ambiente de competição, empresas estão oferecendo mais qualidade a
preços menores, tirando desta forma fatias de mercado de competidores que costumavam ter
posições exclusivas no segmento de qualidade ou baixo custo de produtos. Em resumo a vantagem
competitiva agora é das empresas capazes de entregar produtos melhores, mais baratos e mais
rapidamente no mercado consumidor (TAYLOR, 1995).
Se alguma empresa pode levar ao mercado produtos melhores, em menor tempo e com custos
reduzidos, outras empresas deverão acompanha-la imediatamente ou perderão a participação no
mercado. Tal qual na natureza, no mundo empresarial de hoje o processo da seleção natural é
implacável, ou seja só o mais aptos vão sobreviver.
Como para a maior parte das empresas já não existe muita margem para a diferenciação seus
, é fundamental para garantia de posições no mercado aprimoramento contínuo
das operações produtivas e logísticas. Neste aspecto ações advindas do desenvolvimento dos
padrões de gerenciamento de processos e informações com certeza são fatores habilitadores de
melhoria de qualidade, capacidade de redução de custos e tempos requeridos pelas condições
MCGEE, J., PRUSAC, L. (1995) ressaltam que atualmente a informação, mais do que a terra e o
capital, é a força motriz para a geração de riqueza e prosperidade. Neste cenário, o sucesso é
determinado pelo que se sabe e não por aquilo que se possui. Tal conceito deste autor é
representado pelo diagrama a seguir:
28
requer requer
PRODUTOS PROCESSOS
INFORMAÇÕES
MELHORES
MELHORES
ATUALIZADAS
MENOR LEAD TIME
MAIS RÁPIDOS
CONFIÁVEIS
MAIS BARATOS
MAIS BARATOS
ADEQUADAS
Para DAVENPORT, T.H. (1997) a informação é constantemente influenciada pelo poder, pela política
e pela economia, entretanto poucos gerentes se dão ao trabalho de lidar sistematicamente com
problemas relacionados com o gerenciamento de informação.
MCGEE, J., PRUSAC, L. (1995) defendem que apenas quando a gerência da informação é
administrada e encarada como um aspecto natural da vida organizacional é que
organizações verdadeiramente baseadas na informação. O autor observa também que, quanto mais
importante é o papel da informação na estrutura e função organizacional, mais evidente será o papel
político da informação. Tal fato poderá comprometer o
principalmente nos escalões mais altos isto representará uma fonte de poder que nem sempre
deverá ser compartilhada. Daí a necessidade de ser avaliada os estilos de gerência de informação
Para este autor o aspecto relativo a política pode ser apontado como um dos principais fatores de
fracasso para o desenvolvimento e implantação de projetos de tecnologia de informação. O
gerenciamento da informação pode ser utilizado tanto para distribuir o poder quanto para centraliza-
lo, e desta forma algumas empresas centralizam o uso da informação; outras empregam técnicas
similares para promover o acesso às informações e envolver mais as pessoas na tomada de
decisão. Tudo isto é uma questão de escolha, baseada em fatores diversos relacionados com
aspectos culturais, tamanho da empresa, ramo de atividade e principalmente por quem faz a escolha
e pelas conseqüências que essa escolha determina.
29
Neste sentido MCGEE, J., PRUSAC, L. (1995) consideram que uma organização deve adotar um
estilo político mais adequado a sua realidade, existindo para tal com modelos com maior ou menor
Na Anarquia existe uma ausência completa de uma gerência de informação, ficando a cargo dos
indivíduos obter e gerenciar sua própria informação.
MCGEE, J., PRUSAC, L. (1995) descrevem também um estilo bastante peculiar conhecido como
Utopia Tecnológica, onde uma prevalece uma abordagem altamente apoiada em novas tecnologias
para o gerenciamento da informações, onde toda a administração está convencida que a tecnologia
resolverá todos os problemas de informação.
Independentemente do estilo adotado, o que deve prevalecer para o sucesso das empresas é a
existência de um consenso sobre o papel da informação em um determinado ambiente, quem a
possui e gerencia, sob que forma é conservada e acima de tudo como controla-la e utiliza-la nos
processos de negócios.
30
relevantes sobre aspectos econômicos, mercadológicos , tecnológicos e comportamento dos
clientes são essenciais para o bom desempenho empresarial.
Um modelo similar para o processo de gerenciamento de informações é apresentado por MCGEE, J.,
PRUSAC, L. (1995):
Classificação e
armazenamento de
informações
Um fato interessante a observar é que, mesmo considerando que a informação tal qual outros ativos
precisa ser administrada, os conceitos relativos ao gerenciamento de informação ainda não estão
completamente amadurecidos e devidamente estruturados como em outras áreas empresariais
31
(financeira, recursos humanos, material etc.). Na verdade, até mesmo definições relacionadas com
este tipo de gerenciamento somente recentemente começam a aparecer.
Com o objetivo de configurar apresentar definições nesta área, cita-se TAYLOR, A., FARREL, S.
(1994) que definen “’dados” como o agrupamento de símbolos (valores e figuras) representativos de
ocorrências. Complementando a definição, (TAYLOR, 1994) são registros de fatos obtidos
através da observação ou pesquisa da ocorrência de eventos. São exemplos de dados campos de
uma fatura, matrícula de um funcionário na escola e características operacionais de um navio.
Dados podem ser usados para contabilizar custos, apurar desempenho operacional de unidades
produtoras através de sistemas, e somente após processado para um contexto significativo tais
dados são caracterizados como informação. O autor define “’informação” como resultado de “dados”
processados em um formato significativo ao usuário final que seja de utilidade no desenvolvimento
de ações e decisões de caráter corrente ou prospectiva.
STAIR, R.M. (1998) relata que dados são os fatos na forma primária e que representa
um conjunto de fatos organizados de tal forma que adquirem valor adicional além do fato em si.
Acrescenta ainda o autor que a transformação de dados em informação é um processo, isto é uma
série de tarefas logicamente relacionadas para atingir um resultado definido. “ por
sua vez caracteriza as regras, diretrizes e procedimentos utilizados para selecionar, organizar e
manipular os dados de modo a torna-los úteis para uma uma tarefa específica. O ato de seleção ou
rejeição dos fatos, baseados na sua relevância em relação a tarefas particulares é também um tipo
de conhecimento usado no processo de conversão de dados em informação. Assim, a informação
pode ser considerada um dado tornado mais útil através da aplicação do conhecimento.
A qualidade da informação a ser disponibilizada no ambiente empresarial também deve ser objeto
de constante atenção por parte dos administradores. Se a informação não é precisa ou completa
decisões ruins podem ser tomadas o que pode acarretar prejuízos para as empresas. Além disto se
uma informação não é pertinente à organização, não é fornecida no temp
demais para ser entendida , ela pode ter pouco valor para a organização. A tabela abaixo apresenta
as características que deve ter a informação de maneira a contribuir efetivamente para o processo
de gerenciamento empresarial:
32
Características Definições
Precisa A informação precisa não possui erros.
Completa A informação completa contém todos os fatos relevantes.
Econômica A informação deve ser econômica quanto a sua produção, sendo
importante a realização do balanço entre o valor e custo da informação.
Confiável A confiabilidade da informação está diretamente com a qualidade dos
Simples A informação deve ser simples, pois informação em excesso pode causar
no processo de tomada de decisão.
Em tempo A informação deve estar disponível no momento em que a mesma é
requisitada.
Verificável A informação deve ser verificável, isto implica na existência de mecanismos
capazes de checar a integridade da informação.
FIGURA 2.12 – CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO (adaptado de STAIR, R.M. Princípios de
Sistemas de Informação – Uma Abordagem Gerencial. Segunda edição Rio de Janeiro: LTC, p26. 1998 )
Apesar do fato de que uma grande parte dos investimentos de capital sejam direcionados para a
atividades relacionadas com gerenciamento de informações, principalmente redes de
telecomunicações e computadores, para a maioria das empresas ainda não foi possível obter de
maior valor estratégico através dos dados gerenciados e manipulados pelos sistemas de
informações ora disponíveis no mercado.
A estratégia competitiva de uma empresa define suas atividades comerciais, a forma de operar
essas atividades e sempre que necessário a forma de diferenciar seus produtos e serviços
33
daqueles oferecidos pelos concorrentes. Assim, uma estratégia abrangente deverá abordar dois
conjuntos de questões e sua integração. Primeiramente, as estratégias devem considerar os clientes
da empresa e os segmentos de mercado aos quais a organização almeja servir. Segundo, as
estratégias devem considerar habilidades e recursos que a organização deverá reunir para fornecer
produtos e serviços a esses mercados. A definição de clientes e mercados depende de informação
externa sobre as necessidades e da interpretação inteligente dessas necessidades, de forma a
possibilitar o bom uso dos pontos fortes da organização, para tal a tradução das escolhas em
relação a clientes e mercados em componentes internos da estratégia deve ser levar em
consideração as seguintes questões (MACGEE, 1995):
McGee acrescenta que milhões de dólares e milhares de horas são gastos e alocados pelas
empresas para a elaboração de estratégias competitivas, e que a maioria das empresas acaba
produzindo estratégias extremamente semelhantes, concentradas em aspectos relativos a
elaboração de produtos com alta qualidade, custos reduzidos e quase sempre caracterizando o
esforço de obter aumento do valor agregado de maneira a justificar preços e margens mais
elevadas. Desta forma, a primeira página de praticamente todo plano estratégico, contém uma
XYZ S.A. será a líder mundial no fornecimento de artefatos cinzentos de alta qualidade e baixo
custo, fornecendo um alto valor adicional a nossos clientes, rendimentos elevados para nossos
acionistas e empregos compensadores para nossos funcionários.
Em função da fragilidade das bases contidas neste padrão de visão tendem a ser ignoradas e
consideradas irrelevantes pelos funcionários. Assim sendo uma boa definição de estratégia precisa
ir além desses lugares comuns e satisfazer certos critérios:
- Deve ser singular, ou pelo menos deve mostrar como a empresa se distinguirá de suas rivais. É
curioso que poucas empresas submetam suas estratégias a um determinado tipo de engenharia
reversa para verificar até que ponto será na verdade singular. Uma empresa de consultoria, por
sua estratégia apoiada em determinados princípios: pessoas de alta
capacitação, excelentes relações com os clientes e ampla prática. Isto sugere que a
concorrência deve ter decidido contratar pessoas ignorantes com um baixo nível de
o prezam pelo relacionamento com os clientes;
34
- Observar as condições de mercado deve orientar especificamente as estratégias de competição
para custo dos produtos e nível de serviço requerido;
Para determinadas empresas que não consideram informação como um recurso de segunda classe,
relevante apenas para o nível de execução de estratégias, e sim como uma variável crítica desde o
s de estratégias de negócios são definidas em paralelo com
alternativas de tecnologia e informação, mantendo desta forma um fluxo contínuo de interação e
troca de informações durante o processo de planejamento estratégico (MACGEE, 1995):
Estratégia Estratégia
ESTRATÉGIA
competitiva de TI
Processo Processo
PLANEJAMENTO de negócio e de TI e
Infra-estrutura Infra-estrutura
35
- Desenvolvimento de novos produtos e serviços , esta estratégia visa o desenvolvimento de
novas linhas de produtos a serem disponibilizados no mercado, tal qual realizado por industrias
alimentícias que passaram a produzir linhas de produtos mais saudáveis, em resposta ao
fortalecimento da consciência dos consumidores em relação à saúde.
DECISÃO
INFORMAÇÃO
SAÍDA
PROCESSAMENTO
Uma vez que o processamento tenha sido executado a informação pode ser disponibilizada
diretamente para o usuário ou armazenada temporariamente para futuramente ser utilizada. Tais
informações, uma vez recuperadas, podem ser reproduzidas através da voz, papel ou meio
36
eletrônico. Considerando estes aspectos relacionados com o efeitos temporais, ( TAYLOR, 1994),
os sistemas de informação podem disponibilizar informações segundo os seguintes critérios:
- De forma imediata para permitir a monitoração e controle das transações em uma escala de
tempo na ordem de minutos/segundos (reserva de passagem aéreas, caixas eletrônicos etc);
Para STAIR, R.M. (1998), estes aspectos influenciam na forma em que as empresas desenvolvem
seus processos de análise, configuração e utilização dos sistemas de informação, que passam a ser
classificados da seguinte forma:
O autor apresenta ainda fatores representativos das diferenças entre SIG do SAD:
37
FATOR COMPARAÇÃO
Tipo de problema -estruturados e SIG é direcionado a problemas
mais estruturados.
Ênfase SAD enfatiza as decisões e os estilos de tomadas de decisão. Um SIG em geral
DAVENPORT, T.H (1997) destaca que o atual estágio de fascínio por aspectos tecnológicos capazes
de ofuscar o principal objetivo da informação: INFORMAR. Assim sendo todos os computadores de
uma empresa de nada servirão se os usuários não estiverem interessados em interagir com as
informações disponibilizadas pelos sistemas. Deve-se portanto rever a abordagem do
gerenciamento de informação tradicional centrado em aspectos relacionados com investimentos em
tecnologia. Uma abordagem mais adequada deve apresentar uma perspectiva mais ampla, que
capaz de relevar as características ambientais dos problemas informacionais em sua totalidade.
Para tal é necessário avaliar os aspectos relacionados com as crenças e valores empresariais em
(CULTURA); como as pessoas usam a informação e o que fazer com
ela (COMPORTAMENTO E PROCESSOS DE TRABALHO); as armadilhas que podem interferir no
intercâmbio de informações (POLÍTICA) e quais os sistemas de informação deverão ser
disponibilizados/mantidos de maneira a viabilizar os objetivos empresariais (TECNOLOGIA).
Comportamento informacional a maneira pela qual os indivíduos lidam com a informação. Isto inclui
a busca, o uso, alteração, a troca, o acumulo e até mesmo o ato de ignorar os informes.
Consequentemente, o objetivo da administração do comportamento ligado a informação visa
aperfeiçoar a eficácia global do ambiente organizacional. Considerando que uma parcela
significativa dos trabalhadores neste final de século dedicam uma boa parcela de seu tempo a
atividades relacionadas com ao tratamento e manipulação da informação, os administradores que
almejam atingir um bom nível de desempenho de suas unidades devem ficar atentos aos aspectos
relacionados com o comportamento informacional de suas equipes (DAVENPORT, 1997).
Para o autor existem três espécies fundamentais de comportamento ligado à informação que
melhoram o ambiente informacional de uma empresa: compartilhamento, administração de
sobrecarga de informações e redução de significados. Organizações que pretendem criar culturas
saudáveis devem estimular estes três tipos de comportamento em seus quadros funcionais.
Considerando que o compartilhamento das informações pode ser definido como o ato voluntário de
coloca-las à disposição de uma coletividade, talvez seja tão difícil comportar-se com a idéia de
38
compartilhamento de informações da mesma forma que é difícil compartilhar dinheiro, pois quem
controla a informação certa também possui mais poder (DAVENPORT, 1997).
Compartilhar não deve ser confundido como relatar, que é uma troca involuntária de informações de
maneira rotineira e estruturada. O fluxo vertical de informações através de relatórios talvez seja
provavelmente o tipo mais comum de informações da atualidade, considerando que uma grande
parte das empresas ainda possuem sua estrutura organizacional e sistemas de informações com
orientação funcional. Entretanto, a medida em que empresas promovem mudanças direcionadas ao
gerenciamento de processos de negócios (orientação multifuncional) surge uma demanda maior de
compartilhamento de informações ( DAVENPORT, (1997). Pode ser citado como exemplo desta
prática a necessidade de incremento do compartilhamento de informações para implantação de
processos relacionados com a gestão integrada de cadeias de suprimento.
39
maioria das outras outras formas de tecnologia informacional. Tais definições normalmente tem
origem quando grupos procuram criar categorias ou padronizar o significado dos termos a serem
usadas por terceiros. Entretanto como os significados alternativos tendem a se proliferar diferentes
resultados podem ser reportados para a mesma ocorrência. Este tipo de problema, por exemplo, faz
com que gerentes apresentem diferentes resultados em uma reunião sobre o desempenho das
vendas ou de fatores relacionados com custo unitários de seus produtos. Assim sendo, cientes
destes problemas, executivos da a área de informação devem estar atentos e buscar meios de
gerenciar e controlar os termos chaves utilizados no ambiente empresarial. Para tal são necessárias
ações voltadas para a definição de termos comuns para as entidades-chave,isto e pode ser obtido
através da formação de grupos multidiciplinares encarregados de levantar, selecionar, discutir,
padronizar e divulgar os termos-chave devem compor um dado ambiente informacional
(DAVENPORT, 1997).
40
cultura da empresa em relação a informação, pode ocorrer a predileção pela disponibilização das
informações através de relatórios em papel ou telas. Segundo o autor, a habilidade da maioria dos
gerentes está limitada ao processo de descrição da cultura informacional de sua
existindo portanto um certo nível de dificuldade no processo de análise mais apurado. Acrescenta
ainda que a realização de pesquisas neste campo indicam que a cultura organizacional exerce
influência na capacidade de adquirir e trocar infor em forma textual ou verbal – estando
este fator relacionado diretamente aos índices de produtividade nas empresas.
STAIR, R.M. (1998) define cultura, em um sentido mais amplo, como uma série de entendimentos e
suposições importantes compartilhadas por um grupo. Para o autor, cultura organizacional consiste
nos conhecimentos e suposições mais importantes para a corporação. Os conhecimentos, que
podem incluir crenças comuns, valores e abordagens de tomadas de decisões, não costumam ser
declarados e não são reportados nas declarações de objetivos, políticas ou procedimentos formais.
A cultura da organização pode ainda ser formada gradativamente através dos anos ou rapidamente
pelos gerentes de níveis mais altos.
Da mesma forma que na estrutura organizacional, a cultura organizacional pode ter um impacto
significativo no processo de gerenciamento da informação. Por exemplo, um novo procedimento
associado a um sistema de informação recentemente projetado pode entrar em conflito com uma
regra de procedimento informal que faça parte da cultura organizacional. A cultura também
influencia a percepção dos tomadores de decisões quanto aos fatores e prioridades a serem
contemplados da definição de objetivos de uma decisão. Por exemplo, poderia haver o
entendimento não-escrito de que os relatórios de estoque fossem preparados antes das dez horas
-feira. Este entendimento pode levar ao tomador de decisão a rejeitar a uma
opção de aceitar a compilação deste relatório durante o final de semana (STAIR, 1998).
41
Em um cenário de competição elevada entre empresas é de suma importância que as organizações
especifiquem e disponibilizem recursos organizacionais, tecnológicos e humanos alinhados com
diretrizes estratégicas voltadas para a garantia ou expansão de fatias no mercado consumidor.
Ações isoladas e focalizadas em um determinado segmento organizacional ou de tecnologia
impedem podem comprometer a obtenção de resultados mais efetivos e eficientes. Para atingir
níveis de desempenho compatíveis com as exigências atuais é importante um bom projeto capaz de
efetivamente materializar processos com a qualidade e custos requeridos pelo mercado. No caso
mais específico de processos logísticos, verifica-se que fatores inerentes a interfuncionalidade das
atividades e fluxo de informação na cadeia de suprimento requerem um tratamento integrado no
que diz respeito a modelagem empresarial. Desta forma, considera-se de suma importância ra
incorporação de tópicos relativos a princípios de modelagem de negócios e informações, de maneira
a enriquecer o horizonte de projetos relacionados a implementação de projetos de reengenharia e de
especificação de sistemas de informação para cadeias de suprimento. Nesta linha, apresenta-se
neste tópico conceitos elementares relativos a modelagem de negócios e informações.
BRATHAUG, T., EVJEN, T.A., (1999) definem como modelo de negócio a representação holística do
empreendimento, estruturada através de seus aspectos mais relevantes: processos, produtos,
organização e sistemas. Tais modelos podem ser utilizados para representar um conglomerado de
empresas, uma empresa isolada ou até mesmo um processo isolado da cadeia de valor. Este tipo
de modelagem não precisa necessariamente incorporar funções de simulação, normalmente são
uais esquemáticas dos elementos do negócio e seus relacionamentos:
CARACT.
WORKFLOW TÉCNICAS
MODELO DO NEGÓCIO
CARACT.
GERENCIAMENTO FUNCIONAIS
DE PROCESSOS
CICLO DE VIDA
PROCESSOS PRODUTOS
E
SERVIÇOS
ORGANIZAÇÃO SISTEMAS
42
- Desenvolvimento da capacidade de avaliação do contexto empresarial;
- Identificação do importância das atividades e recursos na cadeia de valor;
- Possibilidades de aprimoramento dos processos e respectivos fluxos de informação.
Uma caraterística significativa para a representação dos modelos é a permanente orientação para
cola que sustenta a coesão empresarial. Tendo em vista que
estruturas organizacionais tradicionais, são funcionalmente administradas, costumam surgir
problemas nas interfaces (espaços em branco) entre funções (BRATHAUG, 1999). Tais problemas
são objeto de tratamento na concepção de modelos mais aprimorados para os processos
planejamento, execução e controle existentes nos diversos níveis da organização (estratégico, tático
e operacional).
NELL, J.G (1995) expressa o conceito de negócio como um conjunto de processos interrelacionados
visando a produção de bens ou serviços. Em um modelo integrado de negócios são representadas
operações onde todos os recursos são disponibilizados de maneira a permitir que os processos
sejam executados corretamente a partir de informações disponibilizadas no tempo adequado.
Prosseguindo no desenvolvimento do conceito, o autor acrescenta que estes processos
necessariamente possuem clientes e fornecedores, caso contrário não podem ser caracterizados
como processos de negócios. A administração efetiva e eficiente do desempenho d
carece de uma análise criteriosa do ambiente externo associada a ações de definição da missão,
objetivos e de estratégias capazes de implementar os objetivos empresariais. A ocorrência de
mudanças no ambiente externo necessitarão de adaptações internas no que diz respeito as
estratégias da organização, que por sua vez podem exigir mudanças nos processos empresariais. É
evidente que a existência de modelos representativos dos processos de negócios possibilitam uma
ncia de mudanças no ambiente externo das empresas. Para tal,
modelos devem considerar aspectos mais amplos do contexto de negócios de maneira a:
43
de ações voltadas para a validação da representação dos processos sob divers
por exemplo analisar a capacidade de planejar, controlar e executar as atividades de um processo
(ponto de vista gerencial) e aspectos relacionados ao software e hardware exigidos pelo sistema de
informações (ponto de vista tecnológico).
Nesta direção, PINA, V.M.D.C. (1994) ressalta que executivos devem estar permanentemente
atentos a ações relacionadas a estrutura do pensamento estratégico empresarial, de maneira a
garantir o desenvolvimento da inteligência para negócios no âmbito das organizações: “
pensamento estratégico consiste em abrir a janela e olhar para fora da empresa, perceber o que
está acontecendo e decidir o que deve ser feito”. Considerando que mudanças podem surgir no
ambiente externo e interno ao longo do tempo, é possível que uma estratégia considerada adequada
no momento venha a se transformar em um desastre no futuro. Desta forma, o desenvolvimento do
pensamento estratégico requer um amplo conhecimento do ambiente (tecnolog
economia, comportamento dos consumidores, desempenho dos concorrentes, políticas
governamentais etc.) de maneira a formular e avaliar alternativas de implementação da melhor
direção que a empresa deve seguir no futuro ( PINA, 1994 ) em termos de:
- Vantagens e desvantagens;
- Retorno de investimentos;
- Possibilidades de crescimento;
- Vulnerabilidade às novas tecnologias etc.
A identificação da melhor estratégia para uma dada condição ambiental deve ser necessariamente
acompanhada de ações de capacitação interna relacionadas com o desenvolvimento ou
aprimoramento dos processos de negócio, estrutura organizacional, sistemas de informações e
recursos humanos ( PINA, 1994 ).
44
pela estratégia escolhida. A figura a seguir apresenta um gráfico representativo da estrutura básica
.
CONJUNTURA ATUAL FUTURO
AMBIENTE AMBIENTE
ESTRATÉGIA ESTRATÉGIA
CAPACITAÇÃO CAPACITAÇÃO
Para FURLAN, J.D. (1997), são exemplos de fatores críticos de sucesso por ramo de negócio:
§ Industria automobilística:
- Rede de distribuição eficiente;
- Rígido controle sobre os custos de manufatura;
- Qualidade e confiabilidade;
- Estilo do carro
§ Software house:
- Produto inovador;
- Facilidade de uso dos produtos;
- Qualidade da documentação do usuário;
45
- Serviços e marketing mundiais
§ Industria de alimentos:
- Propaganda eficaz;
- Boa distribuição de produtos;
- Produtos saudáveis;
- Capacidade de inovação
MISSSÃO
OBJETIVOS
FATORES CRÍTICOS
DE SUCESSO
ESTRATÉGIAS
PLANOS DE AÇÃO
CHU, P.C. (1995) apresenta uma metodologia baseada em atividades críticas de sucesso(ACS),
voltada para a identificação e modelagem de sistemas de caráter estratégico, derivada da
associação dos conceitos relacionados com o gerenciamento da cadeia de valor e a da metodologia
46
de fatores críticos de sucesso. Neste método, são consideradas ACS aquelas atividades da cadeia
que se executadas adequadamente garantem o bom desempenho empresarial. Apesar da
simplicidade da proposta, segundo o autor, nem sempre as empresas tem o cuidado de identificar
as atividades de maior impacto no resultado dos negócios. Da mesma forma que nos fatores críticos
de sucesso, as atividades críticas de sucesso normalmente estão relacionadas com o ramo de
pectivas estratégias competitivas (CHU, 1995).
Tendo em vista que o atual estágio da tecnologia de informação configura uma importante fatia dos
recursos a serem disponibilizados na etapa de capacitação dos objetivos estratégicos das
organizações, é necessário a existência de um perfeito alinhamento entre as estratégias
empresariais com as estratégias de gerenciamento de informação e modelagem de negócios. Para
RODRIGUEZ, M.V., FERRANTE A.J. (1995) a sinergia entre a tecnologia e negócio é chave do
sucesso para a adequação da arquitetura de informações de uma empresa. Neste caso, fica
47
definido como arquitetura de informações um conjunto de objetivos, princípios, diretriz
procedimentos orientados para a aquisição, desenvolvimento, implementação, gerenciamento e
organização dos recursos de informação de uma organização. São considerados componentes
desta arquitetura a rede de computadores, o sistema de comunicação de dados, equipamentos
periféricos, o software básico, o software de gerenciamento de banco de dados e aplicativos
disponíveis na empresa. Para o desenvolvimento de uma arquitetura de informações adequada às
necessidades do negócio, (RODRIGUEZ, 1995) devem ser identificados e definidos todos os
processos decisórios a partir do modelo de gestão. Uma vez mapeados os processos decisórios
será possível estabelecer os fluxos de informações, e tais fluxos devem ser considerados como os
principais insumos para a construção de uma arquitetura de informações integrada aos negócios da
empresa.
48
Considerando a existência deste problemas, o Supply Chain Council desenvolveu e disponibiliza
para seus associados uma metodologia de modelagem de processos (SCOR – Supply Chain
Operations Reference Model) voltado para o gerenciamento integrado de cadeias de suprimento.
Este modelo possui um conjunto de definições, padrões de medidas de desempenho e
benchmarking que auxiliam na tarefa de desenvolvimento de estratégias de melhoria dos processos
logísticos e é composto basicamente por 4 elementos:
Characterize
Configurar otheprocesso de Configurar o processo de
gerenciamento
management e soluções
practices gerenciamento e soluções
tecnológicas
and baseado
software solutions tecnológicas baseado
nos result
that resultados das
in “best-in- nos resultados das
melhores
class” práticas
performance melhores práticas
FIGURA 2.20 – ESTRUTURA DO MODELO SCOR (SUPPLY CHAIN COUNCIL, Supply Chain
Operations Reference (SCOR) Overview of Model Structure. www.supply-chain.org. 1998)
49
Com certeza nos dias atuais, a configuração do modus-operandi de uma empresa não pode ser
desenvolvido segundo os antigos princípios, caracterizados pela definição de ações dissociadas de
mpresas por meio de estruturas verticalizadas e
sistemas orientados para funções. Desta forma, principalmente no que diz respeito nos processos
relacionados com o gerenciamento das atividades logísticas, o processo de modelagem de
s das empresas constitui mais do que nunca um elemento de suma
importância para o projeto e implementação de organizações capazes de manter e alavancar
Para LUBBE, S., REMEMYIE, D. ( 1999) sistemas de informação demandam de muito tempo para o
seu desenvolvimento, possuem um elevado custo de produção e manutenção e frequentemente não
são capazes de implementar os benefícios declarados no projeto original. A preocupação maior das
empresas no processo está centrada no tamanho dos investimentos para esta tecnologia e seu
impacto sob o ponto de vista estratégico no desempenho dos negócios. Considerando a velocidade
em que são realizadas mudanças de ordem política, econômica e tecnológica no mundo empresarial
ter alinhado novas estratégias e objetivos empresariais com a
tecnologia de informação implantada ou em fase de implantação. Desta forma, mesmo com risco
advindo de um processo de avaliação imprópria, empresas estão constantemente fazendo
investimentos neste segmento de maneira a não perderem a capacidade competitiva.
50
GIAGLIS, G.M., MYLONOPOULOS, N. (1999) reportam que embora exista muita discussão sobre
metodologias relacionadas com avaliação de sistemas, ainda não apareceu uma solução definitiva
para este problema. Parte da complexidade em avaliar investimentos em tecnologia de informações
esta diretamente relacionado com:
Estes autores acrescentam que apesar da existência de um número razoável de métodos, a maioria
das empresas utilizam técnicas relacionadas com avaliação de custo-benefício e de retorno de
investimento para avaliar a viabilidade dos projetos de TI devido a facilidade de compreensão deste
tipo de abordagem nos diversos níveis das organizações.
- Sistemas antigos e ineficazes, de difícil manutenção, que não são substituídos pela
incapacidade de avaliar os benefícios advindos do desenvolvimento e implantação de novos
sistemas;
- Investimentos inadequados e desequilibrados nos quais algumas áreas são bem apoiadas por
sistemas enquanto em que outras permanecem a realizar suas operações de maneira
convencional sem apoio de recursos de informações;
51
- Proliferação descontrolada de usuários de computação pessoal, para cobrir a falta de sistemas
estruturados eficazes e aderentes as necessidades das empresas;
- Aumento da carga de manutenção de sistemas, levando a área de SI a alocar uma grande parte
dos recursos a atividades do tipo “apagar inc
- A seleção de um projeto de informação deve ser feita a partir da lista de projetos que podem
sejam considerados estratégicos ou que possam produzir os melhores resultados para a
empresa (benefícios tangíveis);
- A existência de benefícios indiretos ou não tangíveis, nem sempre de fácil avaliação, presentes
no elenco de projetos a serem desenvolvidos na área de TI. Isto deve ser feito de maneira
criteriosa pois julgamentos subjetivos podem causar desvios da realidade, fazendo com que
ocorram investimentos inadequados para estes projetos.
Considerando que normalmente não existem recursos suficientes para o desenvolvimento de todos
cessário o estabelecimento de critérios capazes de ajudar a administração a
priorizar os sistemas que serão desenvolvidos. Para RODRIGUEZ, M.V., FERRANTE A.J (1995) o
processo de priorização e seleção de projetos de sistemas deve considerar a relação existente entre
os sistemas candidatos ao desenvolvimento e os fatores identificados como críticos para o sucesso
do negócio, mesmo que em detrimento de outros projetos importantes.
Nesta direção, RODRIGUEZ, M.V., FERRANTE A.J (1995) apresentam uma metodologia para
seleção e priorização de projetos de informação a partir das premissas do planejamento estratégico
relacionadas com a missão, objetivos, estratégias, fatores críticos de sucesso e necessidades de
informação da empresa, estruturada de acordo com os seguintes passos:
52
- Associar níveis de importância também para os fatores críticos de sucesso considerando o peso
de sua influência para o atingimento de cada objetivo. Quando um fator não se aplicar a nenhum
dos objetivos ou importância, ele ganhará nível de imp
Um ponto que vale a pena ser ressaltado diz respeito a avaliação de investimentos na
implementação de sistemas de gestão integrada (ERP), que normalmente são utilizados com a
espinha dorsal dos sistemas de gerenciamento informações de cadeias de suprimento. Devido aos
elevados custos de implantação, associado a necessidade da realização de mudanças nos
processos empresariais é necessário uma avaliação dos investimentos, benefícios e riscos
associados com a implantação deste tipo de aplicação. A questão chave nesta situação se
caracteriza pela identificação da taxa de retorno prevista para o investimento (ROI) a ser realizado
no sistema. Para tal, normalmente são desenvolvidos trabalhos denominados Business Case, onde
são identificadas as necessidades de informação, as possibilidades de soluç
pacotes disponíveis no mercado e a respectiva ROI.
MANGELS, M., CORDEIRO, F.J.F. (1997) define Business Case como uma justificativa de negócio
que suporte o comprometimento de tempo, recursos e investimento para a realização de um projeto.
A utilização deste método possibilita:
53
Para o autor o processo de desenvolvimento de um Business Case deve ser executado através da
execução das seguintes etapas:
- Escopo do projeto;
- Cronograma macro do projeto;
- Arquitetura macro de sistemas;
- Benefícios econômicos e estratégicos;
- Análise em nível macro do “Gap” tecnológico;
- Principais tópicos dos investimentos necessários;
- Retorno Global do projeto e impacto financeiro;
- Identificação dos principais impactos e riscos do projeto
A partir dos resultados obtidos pelo Business Case são tomadas decisões quanto a viabilidade de ir
ou não adiante no desenvolvimento do projeto.
54
Uma vez abordados neste tópico os aspectos relevantes da análise de viabilidade econômica de
projetos de modelagem e implementação de sistemas de informação apresenta-se no próximo
capítulo as principais características da arquitetura e tecnologia de informação utilizados para o
gerenciamento integrado de cadeias de suprimento.
55
CAP 3 – ARQUITETURA DE SISTEMAS E APLICAÇÕES DE
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO PARA O GERENCIAMENTO
Para KENT, J.L. (1996), nos últimos anos a capacidade de avaliar um sistema logístico, no que diz
respeito ao seu rendimento e potencial estratégico, está cada vez dependente do sistema de
informação utilizado. Nesta linha o autor defende a necessidade do fortalecimento da coordenação
inter-funcional entre logística e tecnologia de informação, de maneira a propiciar a alavancagem da
cadeia, promover consequentemente as condições necessárias para obtenção vantagem
competitiva fundamentada na superioridade logística da empresa. A tecnologia de informação
promove vantagens competitivas tanto em termos de redução de custos quanto em termos de
(PORTER, 1996). Levando em consideração estes conceitos KENT, J.L.
(1996), acrescenta que a implementação de uma estratégia de excelência logística associada a
estratégia de excelência em tecnologia de informação conduzem a otimização de resultados das
56
empresas, o que com certeza está conceitualmente alinhado com as premissas preconizadas pela
metodologia de gerenciamento integrado da cadeia de suprimentos (Supply Chain Managment).
Apesar de não existir dúvidas quanto a validade destes objetivos, a sua aplicação em um ambiente
multi-empresarial requer a implementação de um fluxo de informações capaz de gerenciar o fluxo de
materiais pertinentes aos diversos componentes da cadeia. Visando evitar a ocorrência de conflitos
de interesses entre os componentes de uma cadeia composta de várias empresas, empresas
interessadas em atuar em um ambiente integrado procuram estabelecer uma postura mais
colaborativa entre fornecedores e clientes. Neste sentido, a implementação de gerenciamento
logístico integrado deve considerar também, como elemento catalisador deste processo, a
necessidade do alinhamento dos objetivos individuais de cada componente com os objetivos gerais
da cadeia. É evidente que estas exigências devem ser observadas na definição de sistemas de
informações requeridos para o gerenciamento logístico integrado de empresas (ANDEL,1997).
57
das decisões operacionais realizadas e fornecer feed-back sobre as operações realizadas. Devido a
melhoria e disseminação da tecnologia é possível que o LICS possa acompanhar em tempo real a
ões relacionadas com a circulação dos materiais. Tal característica representa uma
grande oportunidade de desenvolvimento do processo de gerenciamento logístico. A nível
estratégico LICS devem fornecer aos gerentes informações precisas sobre o desempenho das
operações realizadas (custos, qualidade e velocidade) na cadeia. Este controle a posteriori é muito
importante para verificar a qualidade das previsões realizadas, bem como eficiência da organização.
A visão ideal deste sistema evidencia a importância d
especificamente no que diz respeito ao controle do fluxo físico de materiais e facilidades para que
decisões certas sejam tomadas em cada nível da organização. Levando em consideração estes
aspectos, a autora observa que:
- A logística é uma atividade complexa que combina uma extensa faixa de técnicas para
manipular tanto as mercadorias quanto a informação;
TILANUS, B. (1997) fazendo uma analogia com o fluxo de materiais, observa que podem ocorrer as
seguintes processos de transformações com as informações existentes no fluxo de uma cadeia
logística:
- Transformação na forma: Este processo no sentido estrito diz respeito ao que normalmente se
denomina processamento de dados ou mais especificamente sistemas computadorizados de
tomada de decisão, simulação ou otimização.
Este autor apresenta através do diagrama a seguir, as similaridades entre conceitos existentes entre
o processo de agregação de valor nos fluxos de materiais e de informação :
58
VALOR AGREGADO
PROCESSO LOGÍSTICO TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO
As necessidades de informações dos processos logísticas podem ser separadas em quatro níveis
(BALLOU, 1993) como demonstra a figura a seguir:
59
Alta administração
Nível hierarrquico
Informações para
planejamento,
política e decisões
estratégicas
No segundo nível, de baixo para cima, envolve o uso da informação pelos supervisores de primeira
os devem controlar a utilização de espaço, estoques e produtividade
-de-obra nas operações de atendimento de pedidos. Um gerente de frota deve ter pessoas,
equipamentos e peças de reposição para desempenhar o transporte e as entregas programadas.
Neste nível, existem também a necessidade de informações relativa ao acompanhamento e
planejamento das operações desenvolvidas na cadeia (BALLOU, 1993).
60
Finalmente, no quarto nível, onde são definidas as estratégias, políticas e objetivos devem ser
disponibilizados pelo sistema facilidades para a avaliação e tomada de decisão relativo ao processo
de planejamento e alocação de recursos da cadeia logística. Nesta condição a velocidade do fluxo
crítica e o sistema é com freqüência irregular (BALLOU, 1993).
BOWERSOX, D.J., CLOSS, D.J. (1996) observa que o fluxo de informações possibilita a identificação
de requisitos operacionais bem como promover a integração dos componentes da cadeia logística,
no que diz respeito a atividades de suprimento, armazenamento e distribuição de materiais. Cita
como exemplos de informações utilizadas nas atividades logísticas: necessidades de reposição de
estoque, pedidos de compras de clientes, documentação de transporte e faturas. No passado, o
fluxo de informação era lento caro e pouco confiável, por ser praticamente baseado em documentos
em papel. Como conseqüência do emprego deste sistema ocorriam aumento dos custos
cliente. A diminuição de custos e de complexidade
do uso na área de tecnologia de informações possibilita que um gerenciamento mais rápido,
eficiente, efetivo. O emprego da informação eletrônica oferece a oportunidade de reduzir custos
do aumento da coordenação e desenvolvimento do nível de serviço através do
fornecimento de informações de melhor qualidade aos clientes. Informações confiáveis e atualizadas
são consideradas essenciais para a eficiência e efetividade de o projeto de um si
devido a fatores ligados com:
Para BOWERSOX, D.J., CLOSS, D.J. (1996) o sistema de informações é o elo de ligação entre as
atividades de um processo logístico integrado. A integração deve envolver quatro níveis do
sistema: processamento de transações, controle gerencial, análise de decisão e planejamento
estratégico. Segundo autor, cada nível possui características e objetivos, conforme o quadro
apresentado a seguir:
61
NÍVEL DO SISTEMA DE CARACTERÍSTICAS DO JUSTIFICATIVA PARA O NÍVEL
INFORMAÇÕES LOGÍSTICAS NÍVEL DO SISTEMA DO SISTEMA
BOWERSOX, D.J., CLOSS, D.J. (1996) registra que dado a existência de diferenças existentes nos
diversos segmentos da cadeia, no que diz respeito ao dimensionamento do pedido de compras,
disponibilidades de estoque e necessidade de movimentação, cabe ao sistema de informações
analisar e parametrizar tais requisitos de maneira a conciliar os conflitos advindos das exigências de
cada segmento, e consequentemente viabilizar o planejamento e execução integrado das operações
usência de informações acuradas com certeza conduzirá a diminuição do
62
A arquitetura de um sistema de informações logísticas compreende o hardware e software
necessário ao gerenciamento, controle e avaliação das atividades da cadeia de suprimento
(BOWERSOX, 1996). São considerados por este autor componentes básicos da arquitetura:
- Data warehouse – contem informações descritivas do nível das atividades passadas e condição
atualizado, serve de base para o planejamento dos futuros requerimentos;
- Componentes de execução - tem por objetivo iniciar, monitorar e avaliar atividades relacionadas
com atendimento das necessidades dos clientes e reposição de estoques.
O autor acrescenta que tal sistema de informações engloba dois fluxos básicos: um fluxo de
planejamento/coordenação e um outro operacional.
PREVISÃO PLANEJAMENTO
DA DE ESTOQUES
DEMANDA GERENCIA DE
ESTOQUES
FLUXO OPERACIONAL
63
Gerenciamento Processamento Gerenciamento Operações Transportes Suprimentos
de pedidos de pedidos de estoques de distribuição
. Preenchimento . Geração de . Previsão e . Designar e . Seleção do . Pagamentos
dos pedido pedidos modelagem da posicionar locais transportador . Revisão dos
(manual ou . Emissão de demanda de armazenagem . Programação do pedidos de
eletrônica) faturas . Atualização dos . Controle de transportador compra
. Validação de . Providenciar dados de estoque . Despacho . Entrada dos
crédito documentos para previsão . Programação do . Preparação de pedidos de
. Verificação de pedidos . Seleção dos trabalho documentos compra
estoque selecionados dados de . Controle dos . Pagamento de . Manutenção dos
. Confirmação do . Reserva de previsão lotes fretes pedidos de
pedido estoque . Seleção dos . Recebimento e . Avaliação de compra
. Modificação do . Processamento dados de despacho desempenho . Recebimento
pedido de pedidos previsão . Armazenagem . Consolidação da dos pedidos de
. Valoração do . Redefinição da . Seleção dos . Avaliação de expedição e compra
pedido (preço) origem do pedido parâmetros de desempenho roteirização do . Situação dos
. Pesquisa do . Liberar estoque estoques transporte pedidos de
status do pedido reservado . Simulação do . Programação de compra
. Checagem de . Liberar pedido estoque expedição . Solicitação para
promoções reservado . Planejamento do . Programação da cotação
. Redesignação . Monitorar estoque expedição . Registro da
da origem do embarque . Consolidar - Carregamento programação de
pedido dados dos veiculos recebimento dos
. Gerenciamento . Complementar materiais
do nível de estoque, comprados
serviço programar e . Histórico dos
liberar estoque fornecedores
. Definição dos
objetivos do
serviço
64
Bowersox acrescenta ainda que o desenvolvimento e manutenção de sistemas de informações
requer investimentos em hardware, software e comunicação e treinamento de pessoal.
Normalmente, os custos do sistema de processamento de transações são elevados devido ao
ios, forte demanda de recursos de telecomunicações, volume elevado de
transações e complexidade do software. Apesar disto, os custos de processamento de transação
são bem definidos e consequentemente apresentam um maior grau de certeza no que tange a
aspectos da relação custos/benefícios. Devido ao fato de que os usuários de sistemas de nível
hierárquico mais elevados (Planejamento estratégico e analise de decisão) devem investir mais em
tempo, treinamento tomada de decisões de caráter estratégico, tais sistemas incorrem em
incertezas e riscos no que diz respeito a respectiva obtenção de benefícios.
Para este autor, sistemas de informações logísticas para atender as necessidades de informações
gerenciais e fornecer o suporte adequado as operações e planeja
- Flexibilidade – O sistema logístico deve flexível suficiente para atender as demandas específicas
queridas por cada grupo de usuários, por exemplo dependendo das
exigências do cliente as faturas podem ser emitidas individualmente para cada loja ou para
todas as lojas. O sistema também deve ser flexível de maneira a permitir que sejam efetuadas
ões decorrentes de alterações futuras na estrutura do empreendimento, sem a
necessariamente alocar grandes investimentos para este tipo de mudanças;
- Adequação das interfaces – Com o objetivo de promover uma interação amigável, o projeto do
sistema deve ser capaz de oferecer aos usuários interfaces que facilitem as atividades
relacionadas com o planejamento, operação e controle da cadeia de suprimento.
65
Para LAMBERT, D.M., STOCK, J.R. (1993) um sistema de informações logísticas deve permitir que a
administração tenha facilidades de avaliar e buscar novos mercados, promover alterações nos
critérios de empacotamento, avaliar entre a possibilidade de utilizar transporte/armazenagem própria
ou contratada, aumentar ou reduzir níveis de estoque, determinação do nú
avaliar o grau de lucratividade e nível de serviço dos clientes. Para a utilização destas informações a
nível estratégico o sistema deve permitir também que a administração tenha as informações
e receitas inerentes a cada alternativa de
configuração da cadeia. Uma vez escolhida a melhor configuração, o sistema deve permitir que a
supervisão tenha as informações necessárias para verificar se os processos estão funcionando
desempenho almejados ou se custos operacionais justificam a realização
de algum tipo de avaliação de outras alternativas para a configuração dos processos logísticos.
LAMBERT, D.M., STOCK, J.R (1993) observam que o projeto de um sistema de informações voltado
para o gerenciamento logístico deve se originar na pesquisa das necessidades dos clientes e na
determinação dos padrões de desempenho requeridos para atingir estas necessidades.
Posteriormente, devem ser comparadas as necessidades dos clientes com as capacidades reais da
empresa, de maneira a identificar os gaps (hiatos) entre o requerido e praticado, bem como a
identificação dos pontos que devem ser monitorados. Outro passo importante, diz respeito a
realização de entrevistas nos diversos níveis gerenciais, de maneira a identificar quais decisões de
caráter estratégico e operacional são tomadas e que informações são necessárias para o
desenvolvimento do processo decisório. A partir deste ponto, é possível efetuar a comparação entre
a capacidade do sistema atual e as necessidades do novo sistema a ser desenvolvido. Por último, e
após a avaliação da relação entre custos e benefícios advindos deste projeto, e baseado no
processo de análise realizado, deve ser providenciada a implementação do novo sistema, com
respectivos bancos de dados, programas e interfaces para entrada de dados e recuperação de
informações para os diversos níveis da organização.
LAMBERT, D.M., STOCK, J.R (1993) consideram ainda que os dados necessários a formação de um
banco de dados integrado para um sistema de informações logísticas podem ser obtidos através de
diferentes fontes:
- Registros da empresa – Estes registros fornecem informações inerentes ao histórico dos custos
de produção e logísticos, custo de capital, impostos, seguros, depreciação, perdas etc;
66
- Informações mercadológicas – Correspondem a informações estatísticas representativas das
condições de desempenho, tendências e melhores práticas para um determinado setor
comercial ou industrial;
- Processamento de dados – Tais sistemas devem também ser capazes de utilizar os dados
armazenados no processamento de operações logísticas do tipo preparação de manifestos de
embarque, instruções para movimentação de materiais confeccão/impressão de ordens de
compra etc;
- Análise de dados – Esta função diz respeito a capacidade do sistema em prover informações
necessárias ao apoio nos processos decisórios operacional e estratégico, normalmente
implementada através da utilização de modelos de programação matemática ou simulação;
- Geração de relatórios – Um sistema típico de informações logísticas deve ser capaz de gerar
relatórios referentes atendimento aos pedidos dos clientes, gerenciamento do estoque,
embarques, transporte e ocorrências de avarias no que diz respeito as estatisticas de
desempenho destas operações respectivos custos. O diagrama abaixo apresenta, segundo
Lambert, a configuração das informações disponibilizadas pelos banco de dados de sistemas
Uma observação que merece destaque é apresentada por CHRISTOPHER, M. (1999) que afirma que
sistemas de informações logísticos, embora vitais, não devem ser considerados puramente como
um veículo de obtenção da integração da cadeia de suprimentos gerenciamento das empresas. Tais
sistemas concorrem também para facilitar a capacidade de planejamento, coordenação e controle
dos elementos vitais do processo logístico, conforme demonstrado pelo diagrama a seguir:
67
FUNÇÃO DE
FUNÇÃO DE COMUNICAÇÃO DO
PLANEJAMENTO SERVIÇO AO CLIENTE
♦ Gerenciamento do estoque; ♦ Posição do pedido do cliente
♦ Por produto/cliente
♦ Por localização ♦ Disponibilidade do estoque
♦ Por produto
♦ Previsão da demanda ♦ Por localização do estoque
FUNÇÃO DE
COORDENAÇÃO FUNÇÃO DE CONTROLE
BANCO DE DADOS
♦ Programação da produção
♦ Dados externos ♦ Níveis de serviço ao cliente
♦ Planejamento das necessidades ♦ Pedidos dos clientes
de materiais ♦ Entradas das mercadorias ♦ Desempenho do fornecedor
NAZARIO, P.R. (1999) afirma que o avanço da tecnologia de informação (TI) nos últimos anos vem
permitindo às empresas executarem operações que antes eram inimagináveis, possibilitando
reduções de custos e/ou gerando vantagens competitivas, como no exemplo da Dell Computer que
aumentou seu faturamento em 60% em 1998, através da venda direta e customizada de
computadores pela Internet.
68
Segundo o referido autor, tradicionalmente a logística concentrou-se no fluxo eficiente de bens ao
longo do canal de distribuição, ficando muitas vezes o fluxo de informações de lado, pois o mesmo
importante para os clientes. Além disto, os custos com tecnologia eram
elevados e a capacidade de troca/transferência de informações limitava-se a velocidade do papel.
NAZARIO, P.R. (1999) acrescenta que atualmente três razões justificam a importância de
informações precisas e a tempo para sistemas logísticos eficazes:
Um outro enfoque é apresentado por ANDERSON et al (1997) quando aborda a questão de que
gerentes logísticos precisam de sistemas capazes de integrar três tipos de necessidades de
o curto prazo, o sistema de suporte ao processamento de transações e comércio
eletrônico ao longo da cadeia logística ajuda no sincronismo entre o suprimento e a demanda
através do compartilhamento de informações entre o processamento de pedidos e respectiva
programação de atendimento. Sob a perspectiva de médio prazo o sistema logístico deve facilitar o
planejamento e tomada de decisão, suportando as atividades relacionadas com o planejamento da
demanda, embarques e programação de produção de maneira a p
de maneira eficiente. Por último, no longo prazo, o sistema deve prover facilidades que permitam a
execução de atividades de cunho estratégico, tais como modelos representativos da cadeia
r informações, para uso em cenário de planejamento do tipo -
if”, através dos quais gerentes avaliam alternativas relacionadas com localização de plantas, centros
de distribuição, escolha de fornecedores e terceirização de serviços. O autor acrescenta que apesar
dos altos investimentos em tecnologia, poucas empresas fazem uso pleno de todas as camadas da
tecnologia, ficando seu uso normalmente restrito as fronteiras da empresa, não havendo portanto
compartilhamento entre os demais parceiros da cadeia.
Um fato a ser considerado nos dias atuais diz respeito ao crescimento do grau de complexidade e
variedade do software disponível no mercado. AYERS, A.F (1999) alerta que não é nenhum segredo
que níveis adequados de desempenho no gerenciamento logístico são fortemente dependentes da
qualidade das informações disponíveis na cadeia e que o grau de complexidade destes sistemas
está significativamente maior que na última década. A diversidade das siglas representativas dos
a amplitude das funcionalidades disponíveis em cada tipo
69
de produto necessários para suportar as necessidades de informações continuam crescendo,
tornando mais difícil o processo de seleção de aplicativos no mercado:
- Processamento de pedidos;
- Controle de estoques;
- Planejamento de estoques;
- Planejamento da distribuição;
- Planejamento de materiais;
- Processamento de compras;
- Localização de material/paletes nos armazéns;
- Planejamento das operações em armazéns;
- Análise de transportes;
- Programação e roteirização de veículos;
- Gerenciamento de fretes;
- Manutenção de veículos;
- Modelos de distribuição física;
- Transferência eletrônica de dados (EDI);
- Gerenciamento de armazéns;
- Gerenciamento de promoções;
- Outras funções não enquadradas pelos itens anteriores (inclui sistemas de gestão integrada -
ERP).
Destaca-se que este catalogo além de especificar as funcionalidades dos aplicativos relacionados,
apresenta informações complementares do hardware requerido (mainframe, minicomputador,
microcomputador etc), dados do fornecedor, preços, taxas de manutenção, histórico de instalações
realizadas em outras empresas, freqüência das atualizações de versão, linguagens, banco de
dados, modo de processamento, código disponibilizado ( fonte ou objeto),
70
características/funcionalidades específicas dos produtos. Visando orientar o trabalho de pesquisa,
este catalogo disponibiliza também uma metodologia de seleção de software baseada nos
requerimentos funcionais das empresas, características dos fornecedores e requisitos técnicos
(hardware necessário, qualidade da documentação, complexidade de instalação e manutenção).
No que diz respeito a configuração destas aplicações (NAZÁRIO, 1999) verifica-se que sistemas de
informações logísticas funcionam como elos que ligam as atividades logísticas em um processo
integrado, combinando hardware e software para medir, controlar e gerenciar operações logísticas
dentro ou fora da empresa. O autor considera como hardware desde computadores e dispositivos de
armazenagem ( memória, discos etc), entrada e saída de dados (impressoras de códigos de barra,
leitores óticos, GPS etc). Como software são considerados pelo autor sistemas, aplicativos e demais
programas utilizados no gerenciamento logístico.
Ainda neste artigo, NAZÁRIO, P.R. (1999) relata que estes sistemas de informações possuem
- Sistema transacional;
- Controle gerencial;
- Apoio à decisão;
- Planejamento estratégico.
Este autor sugere que a implementação de um sistema transacional robusto (ERP) é base para o
aprimoramento dos outros três níveis, conforme demonstra o diagrama abaixo:
Planejamento
Estratégico
Apoio à Decisão
Controle Gerencial
Sistema Transacional
71
3.2.1 – APLICAÇÕES NO NÍVEL TRANSACIONAL
O sistema transacional é a base para as operações logísticas e fonte para atividades de
planejamento e coordenação. Por meio de um sistema transacional, informações logísticas são
compartilhadas com outras áreas da empresa, tais como marketing e finanças. Um sistema
transacional é caracterizado por regras formalizadas, comunicações interfuncionais, grande volume
de transações e foco operacional nas atividades do cotidiano. A combinação de processos
estruturados e grande volumes aumentam a ênfase na eficiência dos sistemas de informações. A
partir deste processo ocorre o principal processo transacional logístico: o ciclo de pedidos
(NAZÁRIO, 1999). Com isso, todas as atividades e eventos pertencentes a esse ciclo devem ser
processados:
- Entrada de pedidos;
- Checagem de crédito;
- Alocação de estoque;
- Emissão de notas;
- Expedição de mercadorias;
- Transporte e chegada do produto ao cliente.
Segundo NAZARIO, P.R. (1999) as informações relativas as atividades citadas devem estar
prontamente disponíveis, visto que o status do pedido é uma questão cada vez mais necessária para
cliente.
Este autor comenta ainda neste artigo que a falta de integração entre operações logísticas é um
problema normalmente encontrado em sistemas transacionais que não estão sob um sistema de
gestão integrada (ERP), podendo este fato ocorrer em três c
Neste sentido, complementamos este conceito fazendo referência ao trabalho realizado pelo
Departamento de Automação, Software e Consultoria da Associação Brasileira de Movimentação e
Logística (ABML, 1998), onde fica elucidado o fato de que os sistemas de gestão corporativa (ERP)
72
- Disponibilizar através de sua arquitetura dados e informações de forma permanente e
instantânea para todas as áreas de gestão;
- Viabilizar as interfaces da empresa para “parceiros da Cadeia”;
- Gerar velocidade e fluidez para dados e informações, permitindo simultaneidade no seu uso.
A função básica de sistemas ERP é organizar e disseminar informações on-line entre as diferentes
áreas organizacionais, contando ainda com ampla capacidade de adaptação para atuar em
diferentes segmentos empresariais (BRAGA, 1999). Acrescenta o autor que tais sistemas oferecem
ainda elementos para identificação de gargalos, dimensionamento de estoques, posicionamento
eficaz dos canais de distribuição, planejamento de vendas, organização contábil e administrativa.
Uma visão crítica destes sistemas é fornecida por LACERDA, L. (1999) ao afirmar que os ERPs são
muito mais que simples softwares e devem portanto ser encarados como sistemas corporativos que
interligam várias funções dentro da empresa através de processos, disciplinando o gerenciamento
de dados e padronizando a linguagem de forma que toda a companhia fale a mesma língua. Tais
alteram a cultura da empresa, pois procedimentos antes compartimentados podem
ser acessados por todos os setores da empresa. Informações em tempo real tornam-se disponíveis
para todas as áreas, eliminando etapas e agilizando processos decisórios. Por exemplo, se entrar
um pedido de um cliente e não existir o produto em estoque, o sistema ordena que ele seja
-prima, ele ordena a compra, e assim por diante.
BRAGA, J. (1999) registra como aspecto importante a ser observado pelas empresas, na hora de
selecionar um sistema ERP, é a adequação de suas funcionalidades aos objetivos e às
necessidades da organização. Existe uma grande diferença no grau de sofisticação destes produtos
e como conseqüência nos respectivos preços, fazendo co
seja tanto maior quanto mais sofisticado for o sistema.
CORREA et al (1997) afirma que, embora o escopo de adoção de soluções ERP seja atualmente até
certo ponto uma decisão gerencial, verifica-se que as estruturas destes sistemas serão usadas
como “fundações” (base de dados operacional) dos sistemas de informação das empresas. O autor
apresenta também os principais módulos disponíveis para a maioria dos ERPs, segundo a seguinte
73
- Planejamento de capacidade;
- Planejamento de materiais;
- Listas de materiais;
- Programação de produção;
- Compras;
- Controle da produção;
- Controle de estoques;
- Planejamento da distribuição;
- Gerenciamento de transporte;
- Gerenciamento de projetos;
- Engenharia.
- Contas a pagar;
- Contas a receber;
- Faturamento;
- Recebimento fiscal;
- Gestão de caixa;
- Gestão de ativos;
- Gestão de pedidos;
- Gestão de pessoal;
- Folha de pagamentos.
74
São comercializados, entre outros, no Brasil os seguintes sistemas de gestão empresarial (BRAGA,
1999):
BRAGA, J destaca que a experiência tem mostrado que ocorrem atrasos que chegam até uma vez e
meia o prazo originalmente estipulado. Tal fato deve ser levado em consideração nas etapas de
avaliação dos investimentos em sistemas ERP.
Por último, destaca-se que o processo de implementação de sistemas de gestão por alterar a forma
de executar as atividades da cadeia de suprimentos e impactar a cultura das organizaç
exigir bastante cautela por parte das equipes encarregadas das respectivas implantações.
75
Este autor observa também que um aplicativo cada vez mais utilizado para este nível é o de Data
Warehouse (DW), que como o nome sugere, armazena dados históricos e atuais da empresa em
um único banco de dados com o objetivo de facilitar a elaboração de relatórios gerenciais.
REMON, C. (1999) relata que o Data Warehouse é uma combinação de elementos que permite
resolver problemas complexos, baseado na análise e exploração de dados corporativos (estoques,
faturamento, contabilidade), ricos em informações que interagem ativamente na vida real, porém
muitas vezes armazenados em “compartimentos estanques” de sistemas informatizados. O autor
comenta que no ambiente do Data Warehouse é possível coletar informações de diversas bases de
dados com formato distintos e residentes em plataformas distintas e criar bases de informações
independentes do ambiente operacional do dia a dia. Taisbases são organizadas com o critério do
modelo de negócio o que permite que sejam realizadas múltiplas análises do sistema logístico.
- Permitir a otimização das soluções geradas pela tomada de decisão em ambientes complexos e
NAZÁRIO, P., R. (1999) registra que esse processo caracteriza-se pelo uso de softwares para
apoiar atividades operacionais, táticas e estratégicas que possuam elevado nível de complexidade,
exigindo portanto um elevado nível de expertise dos usuários para atividades de implementação e
utilização. Sem o uso de tais ferramentas, muitas decisões são tomados na base do sentimento, o
que em muitos casos implica na obtenção de resultados distantes do ótimo. A utilização destes
aplicativos possibilita significativa melhoria na eficiência das operações logísticas e o incremento do
nível de serviço e reduções de custos, o que justifica os investimentos realizados.
76
Neste artigo, NAZÁRIO, P., R. (1999) observa que as ferramentas vo
- Previsão de demanda;
- Planejamento de estoques.
Estas ferramentas, de caráter operacional, devem estar inteiramente conectadas com o sistema
transacional de modo a facilitar a atualização das informações. Para o autor, empresas que não
possuem esta facilidade enfrentam problemas de conectividade na implementação destas
ferramentas.
O autor acrescenta ainda que existem ferramentas que atuam no nível tático e estratégico, tais
como :
- Localização de instalações;
- Previsão de demanda
Como evolução dos sistemas tradicionais de apoio a decisão aparecem atualmente os softwares
destinados ao gerenciamento integrado da cadeia de suprimentos, conhecidos como SCM (Supply
Chain Management) ou APS (Advanced Planning Systems), que apresentam soluções integradas
para atividades relacionadas com:
- Previsão de demanda;
- Planejamento da produção;
- Planejamento de transportes;
- Planejamento da distribuição;
77
Para NAZÁRIO, P., R. (1999), tais produtos possibilitam aos usuários a análise de trade-offs
(conflitos) e o controle simultâneo das diversas funções logísticas, sendo citados como principais
produtos nesta linha: APO da SAP, Manugistics, Caps e i2.
Como pode ser observado, através dos exemplos apresentados, o processo de tomada de decisão
está presente em diversos segmentos e níveis da cadeia, sendo que são disponibilizadas pelo
mercado de software soluções para diversas necessidades. Desta forma, a utilização destas
ferramentas vai depender do grau de complexidade das atividades logísticas e da relação
custo/benefício da solução escolhida.
NAZÁRIO, P., R. (1999) considera que no nível estratégico as informações logísticas são os
sustentáculos para o aperfeiçoamento da estratégia da cadeia de suprimentos. Com freqüência, as
decisões são uma extensão das tomadas no nível imediatamente inferior ( Suporte à deci
embora sejam mais abstratas, menos estruturadas e com foco no longo prazo, como por exemplo:
Entende-se que além das aplicações apresentadas para os quatro níveis da organização, pode
surgir a necessidade de complementar as aplicações voltadas para o gerenciamento da cadeia
logística com tecnologias específicas, tais como Automação e Comércio Eletrônico.
78
- Tornar operações rotineiras muito mais produtivas e eficientes;
Para FERREIRA, F.R.N. (1998) a TI pode ser utilizada para eliminar canais intermediários e ligar
diretamente os clientes finais, simplificando a complexidade dos produtos, aumentando a
participação no mercado e expandindo as oportunidades para criar relacionamento de parcerias
entre compradores e vendedores. Através do tempo, o escopo da integração evoluiu de simples
sistemas ligando compradores e vendedores para uma rede de relacionamentos eletrônicos,
integrando fornecedores, produtores, canais intermediários e clientes, isto é, Comércio Eletrônico
(CE). Nesta nova era, novos conceitos e tecnologias surgiram com o objetivo de reduzir custos e
melhorar o nível de serviço, tais como:
- CRP ( Continuous Replenishment Programs) que funciona como um elemento auxiliar do ECR,
permitindo a reposição contínua de produtos conforme a necessidade.
- VMI (Vendor Management Inventory) permite que o gerenciamento de estoque do cliente seja
processado pelo fornecedor;
- DSD (Direct Store Delivery) possibilita processos de compra global sem a intermediação de
centrais de abastecimento, com vendas diretas às lojas.
79
3.4 – CONCLUSÕES
80
4 – METODOLOGIA PARA MODELAGEM DE INFORMAÇÕES DE
SISTEMAS LOGÍSTICOS
4.1 – INTRODUÇÃO
Modelar sistemas de informações com qualidade implica na utilização de uma metodologia capaz de
garantir que o produto do desenvolvimento atingirá níveis desejados.
Desta forma, tendo em vista o contexto e particularidades dos processos logísticos, entende-se que
a escolha do método mais adequado para a modelagem deste tipo de sistema deve levar em
consideração:
81
- Existência de uma grande variedade de aplicativos no mercado dedicados para a área de
logística, fazendo com que na prática a maior parte das empresas adotem soluções baseadas
por este caminho ao invés de desenvolver seus próprios sistemas. Assim sendo, a modelagem
de informações escolhida não necessariamente carece do mesmo nível de detalhamento
requerido em situações de desenvolvimento de aplicações do tipo “taylor made”, visto que a
solução computacional provavelmente será configurada a partir da seleção de um software de
“prateleira” para as atividades logísticas.
Conforme reportado na revisão literária, o fluxo de informações básico para cadeias logísticas,
independentemente do ramo de negócios, pode ser representado a partir de uma arquitetura
elementar. O conhecimento desta configuração, além de permitir um visão mais ampla das
propriedades dos processos logísticos, possibilita também o aumento da percepção quanto a
importância da integração entre os diversos componentes da cadeia.
82
- Planejadores, programadores e operadores.
PLANEJAMENTO
DA CADEIA
NÍVEL ESTRATÉGICO
NÍVEL OPERACIONAL
SISTEMA CONTÁBIL/FINANCEIRO
FLUXO DE MATERIAIS
FLUXO FINANCEIRO
FIGURA 4.1 – ARQUITETURA BÁSICA DE SISTEMAS DE INFORMAÇÒES LOGÍSTICOS
Tomando por base o contexto apresentado, verifica-se no topo do diagrama o segmento destinado a
disseminação das informações consideradas essenciais para o desenvolvimento e aperfeiçoamento
ias logísticas. Neste nível, o sistema, em função de percepções do mercado (nível de
serviço e demanda), deve disponibilizar para os demais segmentos as informações necessárias dos
padrões de desempenho desejados, assim como o ferramental necessário para suporte ao processo
decisório de configuração e otimização da cadeia a nível estratégico, tais como:
83
A partir do recepção das informações relativas as diretrizes e políticas disponibilizadas pelo
planejamento e monitoração do desempenho operacional da cadeia, a configuração do sistema de
informações do próximo segmento do diagrama (Programação da Cadeia) deve ser capaz de gerar
um nível de visibilidade que possibilite a coordenação e controle integrado das operações de
suprimento, produção e distribuição entre os diversos atores (clientes e fornecedores). Assim sendo,
esta funcionalidade, além de estabelecer a programação de diversos processos, deve promover
ajustes, sempre que necessário, para manutenção do nível de serviço ao cliente e custos esperados
as. Através das informações disponibilizadas por este segmento são
realizadas atividades relacionadas com:
- Previsão da demanda
- Análise/Planejamento da capacidade;
- Programação de compras;
- Programação da produção;
- Programação da distribuição;
- Avaliação e controle do desempenho da cadeia.
- Processamento de pedidos;
- Controle de estoques;
- Gerenciamento de armazéns;
- Processamento de pedidos de compras;
- Gerenciamento de transportes;
- Roteamento de veículos;
- Gerenciamento do faturamento;
- Pagamento de fornecedores.
84
Destaca-se o fato de existir para cada componente desta arquitetura suporte de tecnologia de
informação capaz de garantir o desenvolvimento das atividades inerentes ao gerenciamento de
planejamento e operação da cadeia de suprimentos, conforme descrição a seguir:
PLANEJAMENTO
DA CADEIA
NÍVEL ESTRATÉGICO
Sistema de
Planejamento da
FORNECEDORES Cadeia (APS)
PROGRAMAÇÃO MERCADO
NÍVEL TÁTICO
DA CADEIA
NÍVEL OPERACIONAL
E-Business E-Comerce
SUPRIMENTO PRODUÇÃO DISTRIBUIÇÃO
Integrada
SISTEMA (ERP)
CONTÁBIL/FINANCEIRO
FLUXO DE MATERIAIS
FLUXO FINANCEIRO
85
Observa-se também que, apesar de sua simplicidade, a arquitetura apresentada alinha a
configuração do sistema de informações com exigências preconizadas pelo conceito de
gerenciamento logístico integrado, onde a informação referente a circulação física dos
egmentos tem que possibilitar a realização de operações articuladas
e sincronizadas segundo os objetivos de otimização global da cadeia, garantindo que os diversos
Tendo em vista que não foi possível constatar, durante o trabalho de pesquisa bibliográfica,
metodologias de modelagem específicas e com nível detalhamento capaz de promover
desenvolvimento de sistemas logísticos, são apresentados neste tópico os critérios relevantes para
configuração dos referidos sistemas em sintonia com os requerimentos apresentados:
86
Com certeza, como para as demais áreas de negócios, não é fator impeditivo o desenvolvimento de
sistemas de informações para gerenciamento logístico a partir de metod
Neste sentido, no capítulo 2, foram citados objetivos e princípios de metodologias com propostas
destinadas a execução de trabalhos mais abrangentes de reengenharia de processos empresariais,
eias de suprimento. Nestes casos, a definição do fluxo
de informações significa apenas um dos produtos disponibilizados ao final destes trabalhos e não
necessariamente o principal objetivo destas metodologias.
Observa-se também que é factível efetuar a especificação sistema de informações logísticos a partir
do cumprimento das etapas estabelecidas por metodologias mais genéricas. Entretanto, apesar
destas metodologias garantirem uma visão mais ampla dos processos e respectivos fluxos
informacionais, ocorrem desvantagens relacionadas com o volume de recursos demandados e
tempo muitas vezes superiores aos necessários para a configuração destes sistemas. Um
agravante para esta condição diz respeito a pressões decorrentes do atual cenário competitivo, que
exigem das organizações ações relacionadas com a maximização dos resultados das respectivas
cadeias de suprimento para manter ou expandir posições no mercado.
- Elaborar diagnóstico do sistema logístico atual a partir das estratégias empresariais em vigor,
configuração física da cadeia logística, TI disponível para a área e melhores práticas de
mercado;
87
- Avaliar configurações de sistemas disponíveis no mercado aderentes aos requerimentos do
sistema proposto;
- Definir produtos e arquitetura de sistema proposta (sistemas e recursos) a partir da análise das
soluções disponíveis no mercado e respectiva relação custo/benefício da implementação do
sistema;
- Identificar impactos organizacionais (cultura, estrutura existente, necessidade de redesenho de
processos etc) e fatores críticos de sucesso (patrocínio da alta administração, qualidade da
equipe do projeto etc) relativos a implantação do sistema na empresa;
- Validar com a alta administração a arquitetura proposta e apresentar respectivos impactos
organizacionais e fatores críticos de sucesso;
- Preparar projeto de implementação baseado nas características da arquitetura proposta e
demais fatores necessários à implantação do sistema no ambiente da organização;
- Validar com a alta administração o projeto de implementação do sistema de informações
proposto para o gerenciamento integrado da cadeia logística.
A seguir, antes de proceder com o detalhamento desta proposta, demonstra-se um resumo do fluxo
das atividades da metodologia proposta:
Estratégias empresariais
Configuração da cadeia
Elaborar logística
Melhores práticas diagnóstico da
situação atual
Funcionalidades Definir
requeridas funcionalidades
requeridas pelo
sistema
88
4.4 – DETALHAMENTO DO METODOLOGIA PROPOSTA
Esta etapa tem por objetivo permitir a execução de atividades relacionadas com a diagnóstico da
situação em que se encontra o sistema logístico da empresa.
• Atividades desenvolvidas:
• Produto gerado:
- Diagnóstico da situação atual obtido pela análise da diferença existente entre a configuração
do sistema logístico atual e a proposta pela análise das requerimentos estabelecidos pelo
planejamento estratégico, possibilidades de emprego de TI e adoção das “melhores
práticas”;
O objetivo desta etapa diz respeito a identificação das necessidades de informações e objetivos dos
eficaz e eficiente dos processos de cadeias de
suprimento. a partir do resultados fornecidos pela etapa de diagnóstico do sistema logístico atual e
arquitetura básica de sistemas de informação logísticos.
89
• Atividades desenvolvidas:
• Produtos gerados:
Esta etapa visa a validação com os diversos atores da cadeia da especificação do fluxo de
informações levantado, no que diz respeito ao atendimento das necessidades informacionais dos
processos de planejamento, programação e execução das atividades logísticas da organização.
• Atividades desenvolvidas:
- Validar, com os profissionais das áreas afetadas pelo sistema, a especificação do fluxo de
informações proposto para o gerenciamento da cadeia de suprimentos;
• Produto gerado:
90
FASE 4 - DEFINIR FUNCIONALIDADES REQUERIDAS PELO SISTEMA
• Atividades desenvolvidas:
• Produto gerado:
• Atividades desenvolvidas:
- Validar, com os profissionais das áreas afetadas pelo sistema, a especificação das
funcionalidades requeridas para o sistema proposto;
• Produto gerado:
91
FASE 6 - AVALIAR CONFIGURAÇÕES DOS SISTEMAS DISPONÍVEIS NO MERCADO
• Atividades desenvolvidas:
- Avaliar benefícios previstos pela implementação das funcionalidades dos diversos produtos
• Produtos gerados:
92
FASE 7 - IDENTIFICAR IMPACTOS ORGANIZACIONAIS E FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
ISTEMA NA EMPRESA.
Esta etapa tem por objetivo a identificação dos impactos organizacionais (cultura, estrutura
existente, necessidade de redesenho de processos etc), bem como a relação dos fatores críticos de
iva e eficiente do sistema de informações na empresa
(patrocínio da alta administração, qualidade da equipe do projeto etc)
• Produto gerado:
Esta etapa diz respeito a validação do escopo total do sistema com os diversos segmentos da
cadeia de suprimentos e apresentação dos impactos organizacionais, visando obter informações
quanto a aderência da proposta às reais necessidades das atividades logísticas da organização.
93
• Atividades a serem desenvolvidas:
• Produto gerado:
O objetivo desta etapa diz respeito a organização dos recursos, atividades e prazos necessários
para a configuração do projeto de implementação do sistema.
• Produto gerado:
94
FASE 10 – VALIDAR PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA PROPOSTO
• Produto gerado:
95
Empresa Configuração da cadeia logíst ica Best Practices
Estratégias empresariais Mercado
Diagnost icar sistema T I disponível para o gerenciamento logíst ico
logíst ico atual
Configuração básica dos processos e fluxos para Necessidades de informação e objet ivos dos processos
Identificar necessidades
Arquitetura básica cadeias logíst icas P rocessos
de informação e
para sistemas de objet ivos dos processos logíst icos
informações na cadeia
logíst icas
Resultado do
levantamento dos
objet ivos e necessidades de
informações dos processos
logíst icos
Objet ivos e necessidades de informações levantados
Gerentes e
Validar objet ivos dos Resultado da validação
profissionais das
Fluxo de informações dos processos e necessidades de áreas envolvidas
processos logísticos informações Funcionalidades propost as
Fluxo de informações
dos processos logísticos
Avaliar configurações
dos sistemas disponíveis
no mercado
Características
operacionais
Empresa
96
4.5 – ESTRATÉGIA DE VERIFICAÇÃO DO MÉTODO PROPOSTO
Método é o caminho ordenado e sistemático para se chegar a um fim, podendo ser estudado com
enfoque em um processo intelectual ou operacional. No caso de um processo intelectual é a
abordagem de qualquer problema mediante a análise prévia e sistemática de todas as vias possíveis
de acesso à solução. Como processo operacional é a maneira lógica da organização do
sequenciamento do elenco de atividades para atingir o objetivo almejado (BARROS e LEHFELFD,
1986).
Desta forma, a metodologia tem por interesse o estudo, descrição e a análise dos métodos,
estabelecendo desta forma esclarecimentos sobre os respectivos objetivos, utilidades e
conseqüências, auxiliando no processo de compreensão da Pesquisa Científica (Barros,1986).
Para que um conhecimento possa a ser considerado como científico é necessário a identificação
das operações mentais e técnicas que tornarão viável a sua verificação (GIL, 1991).
- Explicativas: Neste caso, a pesquisa tem por objetivo criar uma teoria aceitável a respeito de um
fato ou fenômeno, se ocupando portanto com a identificação dos fatores que determinam a
97
Os procedimentos de coleta de dados terão peculiaridades adequadas àquilo que se quer descobrir
ou comprovar, sendo que os procedimentos de coleta são os métodos práticos utilizados para juntar
raciocínios em torno de um fato/fenômeno/problema
(SANTOS, 1999). Para o autor, as formas mais comuns de coleta de informações são:
- Campo: Nesta situação os dados são obtidos in natura, como percebidos pelo pesquisador.
Normalmente, a pesquisa de campo se faz por observação direta, levantamento ou estudo de
caso;
98
- Laboratório: Utilizada quando os fatos/fenômenos que acontecem na realidade muitas vezes
escapam do padrão necessário de observação, sendo portanto necessário sua reprodução de
forma artificial e controlada para o desenvolvimento das atividades de descrição e análise do
pesquisador;
Considerando que esta pesquisa está direcionada a aplicação, utilização e conseqüências práticas
dos conhecimentos obtidos e tendo em vista as restrições de prazos e complexidade para o
desenvolvimento destas tarefas no mundo real, optou-se como modelo direcionador da estratégia de
verificação do método proposto, a simulação de sua aplicabilidade através de um Estudo de Caso
de Modelagem de Sistemas de Informações Logísticas para a Industria de Petróleo, caracterizando
a pesquisa como explicativa, conforme detalhada a seguir.
Tendo em vista os aspectos acima citados, associados com o fato de que a realização desta
pesquisa foi acompanhada da participação de trabalhos reais relacionados com a configuração e
implementação de sistemas de Gestão Integrada (ERP) para a PETROBRAS ( módulo de
comercialização, suprimento e distribuição de petróleo e derivados), ficam definidas como fontes
combinadas para esta pesquisa:
- Coleta de dados obtidas durante a realização das atividades do BUSINESS CASE relativo a
configuração do sistema de Gestão Integrada para a cadeia logística da PETROBRAS;
Tendo em vista aspectos relacionados com a facilidade de acesso e domínio dos processos de
negócio no segmento de petróleo foi utilizado como referência para o estudo de caso uma
configuração logística e mercadológica similar à existente na PETROBRAS.
Por último, destaca-se o fato de que para o desenvolvimento deste estudo de caso foram
considerados, além da disponibilidade destas informações relacionadas acima, o caráter sigiloso
inerente a configuração do processo de seleção do sistema, respectivos custos/benefícios e
99
4.6 – CONCLUSÕES
Os conceitos apresentados na definição desta metodologia tem por objetivo básico garantir, de
forma eficaz e eficiente, o desenvolvimento da modelagem de sistemas de informações para o
gerenciamento integrado de cadeias logísticas, aderente aos objetiv
tecnológicas e fatores culturais das organizações. Entendemos que mesmo considerando, por
razões de limitações desta pesquisa, que determinados tópicos podem carecer de um maior
detalhamento, a adoção da metodologia proposta contempla as orientações essenciais para a
modelagem e implementação dos referidos sistemas.
100
5.0 - APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA : MODELAGEM
DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES PARA O GERENCIAMENTO
INTEGRADO DA CADEIA LOGÍSTICA DE UMA INDÚSTRIA DE
Com o objetivo de demonstrar a aplicação dos conceitos preconizados pela metodologia reportada
anteriormente, e considerando condições restritivas para o desenvolvimento de um trabalho mais
detalhado, apresentamos neste capítulo a simulação do processo de modelagem de sistema de
informações para gerenciamento integrado da cadeia logística de uma empresa de petróleo.
Tendo em vista as suas peculiaridades, foi incluído no início deste capítulo uma síntese das
principais características da indústria do petróleo, de maneira a propiciar uma melhor compreensão
do processo de modelagem de sistema de informações apresentado.
O petróleo, desde a sua descoberta em quantidades comerciais, 1859 na Pensilvânia (USA), tornou-
se um insumo indispensável para as atividades indústriais em geral, de transporte, geração de
energia etc. Modernamente, para atender a esta demanda, a indústria do petróleo estruturou suas
Observa-se que não necessariamente existem no mercado somente empresas atuando de forma
integrada nos dois segmentos, existindo também corporações, que por sua conveniência ou fatores
mercadológicos, concentram suas atividades em único ramo de negócios (UPSTREAM ou
DOWNSTREAM). Tendo em vista que a simulação da modelagem de sistemas tem seu foco nos
processos do DOWNSTREAM as informações reportadas por esta síntese estão intimamente
relacionadas com as peculiaridades deste segmento da indústria do petróleo.
Assim sendo, no que diz respeito ao processo de produção de derivados o mesmo se caracteriza
com um certo grau de singularidade quando comparado a outros segmentos, tendo em vista que
101
nesta indústria praticamente a partir de uma única matéria prima (petróleo) são produzidos diversos
produtos nas unidades de refino.
Os produtos produzidos (derivados de petróleo) pelas refinarias podem ser classificados em dois
grupos principais:
Combustíveis
Doméstico (gás de cozinha);
Automotivos (gasolina e diesel);
De aviação (gasolina e querosene);
Industriais (gás e óleo combustível).
Não-Combustíveis
Lubrificantes, graxas e parafinas;
Matéria prima para petroquímica e fertilizantes (gases, nafta e gasóleos)
Especiais ( asfalto, coque, óleo para pulverização e outros).
Tendo em vista que o petróleo não é uma substância uniforme, suas características variam
grandemente de acordo com o campo produtor, podendo ocorrer até mesmo diferenças dentro de
um mesmo campo. A Americam Society of Testing and Materials (ASTM) apresenta a seguinte
definição "Petróleo é uma mistura de ocorrência natural, consistindo predominantemente de
hidrocarbonetos e derivados orgânicos sulfurados, nitrogenados e oxigenados, a qual é, ou pode
ser, removida da terra no estado líquido".
Parafínicos;
Naftênicos;
Aromáticos.
102
DERIVADOS PETRÓLEOS PETRÓLEOS PETRÓLEOS
PARAFÍNICOS NAFTÊNICOS AROMÁTICOS
PARAFINAS XXX
LUBRIFICANTES XXX X X
DIESEL XX X X
QUEROSENE DE XX XX X
AVIAÇÃO
NAFTA XXX XXX XXX
PETROQUÍMICA
SOLVENTES XXX XXX XXX
COMBUSTÍVEIS X XX XXX
INDÚSTRIAIS
ASFALTOS XXX
COQUE XXX
FIGURA 5.1 – PERFIS BÁSICOS DOS PETRÓLEOS ( adaptado de FARAH, M.A.Petróleo, Seus
Produtos e Qualificação. Apostila do curso básico de Refino da Petrobras. 1998)
FARAH, M.A. (1998) acrescenta que a qualidade do óleo cru, parâmetro fundamental para definição
de seu valor e seu refino, é traduzida pelos rendimentos para diversos derivados e suas
características de escoamento e armazenagem. Assim sendo, pode-se inferir que a partir de
petróleos mais leves (por exemplo Árabe leve, Bonny) são geradas maiores quantidades de
derivados claros (gasolina, diesel etc) e com óleos mais pesados (por exemplo Boscam, Marlim) são
obtidas maiores fatias de derivados escuros (por exemplo óleo combustível pesado, asfalto). Desta
forma destaca-se a necessidade do conhecimento da constituição físico-química do óleo de maneira
a determinar os rendimentos e propriedades dos respectivos derivados e configuração da cadeia
logística ( refinarias, terminais, navios e dutos), conforme demonstra de forma simplificada a figura a
seguir:
103
DEMANDA DE DERIVADOS
( quantidade e qualidade)
TIPO DE PETRÓLEO
(propriedades físico-químicas)
CONFIGURAÇÃO DAS
TRANSPORTE E INSTALAÇÕES DE REFINO
ARMAZENAGEM
Uma vez apresentadas algumas das características físicas e de produção mais relevantes desta
indústria, é apresentada a seguir uma visão focada em aspectos estruturais e mercadológicos.
Após passar por períodos marcados pela forte participação do estado na sua estrutura, atualmente
da mesma forma que outros segmentos a indústria do petróleo enfrenta desafios estabelecidos por
um cenário de competição mais agressivo ao final deste século (TREAT, 1994), tais como:
- Competição globalizada;
- Forte volatilidade de preços para a matéria prima e seus derivados;
104
- Ampliação das reservas decorrente de novas tecnologias para as áreas de exploração e
A estruturação desta indústria, segundo pesquisa realizada em 13 empresas de petróleo em 1996 "
Referências da Indústria Internacional de Petróleo", por técnicos da Assessoria de Modernização
Empresarial da PETROBRAS, as empresas de petróleo podem ser classificadas segundo o seguinte
- "Majors" - Empresas que dominaram o mercado por um longo tempo, e ainda hoje se destacam
nesta indústria, focalizam principalmente o lucro, sabem tirar vantagem de seu porte gigantesco
e possuem ramificações em todo planeta para aumentar seus resultados (EXXON, ROYAL-
DUTCH SHELL, CHEVRON e TEXACO);
- Grandes Estatais Integradas - Empresas com laços fortes com seus países, que partindo de
reservas significativas de petróleo e atualmente operando sem regime de monopólio, vem
buscando ampliar sua participação no mercado globalizado (PEMEX, PDVSA).
Conflitos entre interesses de Estados e objetivos empresariais, constantes variações nos preços de
petróleo e derivados, inovações tecnológicas, curvas de oferta e demanda, riscos ambientais,
abertura de mercados são algumas das variáveis que influenciam fortemente os respectivos
processos de gestão dos investimentos e operações.
Para fazer frente a este cenário, de acordo com a referida pesquisa realizada PETROBRAS, são
desenvolvidas pelas empresas internacionais de petróleo as seguintes estratégias :
105
- Avaliar o retorno dos ativos através da análise de rentabilidade, de modo a decidir pela
manutenção, reestruturação ou alienação dos mesmos;
- Criar clima de alta performance e contínuo aperfeiçoamento dos processos organizacionais;
- Promover investimentos nas atividades de pesquisa;
- Formar Joint-Ventures (Parcerias);
- Aumentar as vendas de produtos de maior valor agregado.
Em outra pesquisa, , realizada durante a realização dos trabalhos de revisão do modelo de gestão
da PETROBRAS, foram identificados os seguintes fatores de similaridades nas empresas
internacionais de Petróleo ( ELF, SHELL, CONOCO, AMOCO e TOTAL) :
Esta empresa tem suas operações suportadas pela seguinte configuração física da cadeia logística:
106
- Uma região de produção de petróleo off-shore (marítima) no litoral norte do Rio de Janeiro,
produzindo uma média de 50.000m3/dia, com previsão de atingir 80.000m3 nos próximos cinco
e navios de até 130.000 toneladas;
- Uma refinaria localizada na cidade do Rio de Janeiro com capacidade de produção de
36.000m3/dia, que possui um terminal marítimo com capacidade de realizar operações de carga
e descarga com navios de até 150.000 toneladas;
- Um oleoduto para derivados conectando a refinaria do Rio de Janeiro com as cidades mineiras
de Juiz de Fora e Belo Horizonte;
- Uma refinaria no município de São José dos Campos (São Paulo) com capacidade de produção
de 48.000m3/dia, com conexão através de oleoduto (petróleo e derivados) para um terminal
marítimo para navios de até 290.000 toneladas, localizado na cidade de São Sebastião, litoral
norte paulista;
- Um oleoduto, com linhas de petróleo e derivados, conectando as refinarias do Rio de janeiro e
o Paulo;
- Um oleoduto de produtos claros conectando a refinaria de São Paulo com as cidades de Goiania
- Um oleoduto para escoamento de produtos claros conectando a refinaria de São José dos
Campos com a capital paulista;
- Uma frota de navios próprios composta de 1 navio de 290.000 toneladas para petróleo/produtos
escuros, 2 navios de 140.000 toneladas de petróleo/produtos escuros, 2 navios de 90.000
toneladas para produtos escuros/claros, 2 navios de 55.000 toneladas para transporte de
petróleo/produtos escuros e 5 navios de 35.000 toneladas para transporte de produtos claros.
No que diz respeito aos aspectos comerciais do DOWNSTREAM, a LOGPETRO atuou durante
décadas sob o regime de monopólio estatal e atualmente atravessa um período de transição em
decorrência da reestruturação do setor no país, onde todas as empresas de distribuição de
derivados passam a ter autonomia para importar seus insumos, utilizando inclusive sempre que
necessário a infra-estrutura logística da empresa estatal (terminais, dutos, navios etc).
As novas diretrizes para a política de petróleo do país também provocaram alterações significativas
no segmento UPSTREAM da LOGPETRO, fazendo com que campos petróleo fossem vendidos a
iniciativa privada ou explorados em regime de parceria de terceiros com a empresa estatal.
Diante deste novo cenário, exposta a condições de livre competição, a LOGPETRO percebeu, entre
outros problemas, a necessidade de aumentar a eficiência de sua cadeia de valor no que diz
respeito ao pleno atendimento das exigências de qualidade dos produtos requeridas pelo mercado
consumidor e também em relação a necessidade de redução dos custos logísticos, para não perder
fatias de mercado para os possíveis concorrentes.
107
Assim sendo, visando aumentar a eficiência do processo integrado da cadeia, após analisar sob o
ponto de vista estratégico os fatores de maior impacto para os resultados almejados, foi preparado
um plano de ação que descreve os objetivos da área de logística da empresa:
Ao iniciar os trabalhos de analise do cenário adotado para o plano estratégico da empresa, período
de 2000 a 2005, foi verificado que o mercado de petróleo e derivados no Bra
108
processo de intensificação competitiva. Assim sendo, a LOGPETRO deverá enfrentar uma
concorrência crescente em toda a sua cadeia de valor, com impacto maior no curto e médio prazo
nos negócios ligados à produção e comercialização de derivados devido a entrada de novos
participantes no setor e alinhamento dos preços internos com os do mercado internacional. Foi
verificado também ,no escopo deste planejamento, um foco bastante expressivo nos aspectos
relacionados com a rentabilidade da empresa, sendo a partir deste direcionador estabelecidas as
principais estratégias empresariais:
Como resultado da análise destes dados, a equipe concluiu que a necessidade de modelagem de
um sistema de informações voltado para o gerenciamento integrado da cadeia está totalmente
alinhado dos objetivos estratégicos estabelecidos para a LOGPETRO para o período de 2000-2010.
109
- Em função do quadro departamentalizado as aplicações computacionais existentes para as
atividades operacionais também possuem pouco nível de integração entre si, concorrendo
fortemente para o agravamento dos problemas descritos acima;
- Ainda no que diz ao nível operacional foi identificado também que a falta de integração entre as
aplicações computacionais da área de logística (vendas a clientes, compras de matéria prima,
contabilidade de custos, contratação de serviços etc) e as da área financeira (faturamento,
pagamento de tributos e fornecedores) concorrem para o aumento do capital de giro,
ineficiência nas tarefas de captação/aplicação de recursos financeiros, aumento do prazo para
processamento e entrega de pedidos aos clientes e respectivos faturamentos, pagamento de
multas por tributos recolhidos em atraso, bem como dificuldades para obter informações ágeis e
confiáveis sobre custos e resultados das operações comerciais e logísticas realizadas;
- Um avaliação mais criteriosa da equipe em conjunto com as áreas envolvidas apontou que,
mesmo contando com um sistema com funcionalidades de otimização de cadeia, é necessário
um esforço considerável para resgatar os respectivos dados de entrada visto que não existe
integração com os bancos de dados das outras aplicações (sistema
demanda, cotações do mercado de petróleo e derivados, custos logísticos de transporte e
armazenagem, gerenciamento de estoques etc). Tal fato, associado à ausência de ferramentas
automatizadas voltadas para integração do nível de planej
operação, faz com que este processo não tenha a agilidade necessária para avaliar e manter
atualizado o processo decisório, a medida em que evoluam as operações previstas na etapa de
planejamento.
110
concorre o aumento do esforço e do tempo necessário para a atualização das informações de
iamente comprometerem o nível da confiabilidade em todo o sistema.
- Por último a equipe destacou que apesar de terem sido identificadas aplicações utilizando
tecnologia de EDI e ECR, tal fato é fruto do esforço e necessidade de atualização de
determinadas áreas, não existindo portanto o panorama de integração dos sistemas da
LOGPETRO para a configuração de um quadro de comércio eletrônico com seus fornecedores
e clientes.
Como resumo desta análise realizada no sistema existente, ficou constatado pela equipe que o
referido sistema é composto de aplicações com baixo nível de integração, principalmente no que diz
respeito as atividades do nível operacional e seus relacionamentos com o ambiente externo à
empresa (clientes e fornecedores), não atendendo portan
configuração de um processo logístico integrado e adequado a um novo cenário competitivo para o
A seguir, visando identificar as melhores práticas por empresas líderes de mercado foram
levantadas, através de pesquisa a consultorias e publicações especializadas, assim como visitas a
empresas no brasil e no exterior, as seguintes características no processo de gestão das
respectivas cadeias de suprimento de empresas dos setores de petróleo e petroquímico:
111
- Integração entre as atividades relacionadas com a comercialização, produção e movimentação
de produtos com processos financeiros de forma a dinamizar a troca de informações,
de bancos de dados da contabilidade societária e apropriação de custos;
- Utilização de EDI e/ou recursos da INTERNET em atividades relacionadas com a emissão e
gerenciamento de pedidos de clientes, pagamentos a terceiros, faturamento de clientes,
emissão de conhecimento de embarque, documentação de importação/exportação etc;
- Disponibilidade de recursos de comércio eletrônico para a realização de processos de vendas,
compras on-line com clientes e fornecedores;
- Disponibilidade on-line, para clientes e fornecedores, de informações referentes as condições de
crédito, níveis de estoques, status de pedidos realizados, qualidade dos produtos, preços,
comportamento da demanda de produtos etc;
- Integração dos sistemas de previsão de demanda e programação de produção com os sistemas
de processamento de pedidos e controle da reposição dos estoques de clientes;
- Centralização da responsabilidade de estabelecer níveis de estoques e políticas de
abastecimento;
- Elevado nível de automação para as atividades de monitoração e coleta de dados referentes a
produção, armazenamento e movimentação da matéria prima nas instalações de refino,
terminais, dutos e navios;
Um fato destacado pela equipe durante esta pesquisa indicou que todas as empresas de petróleo
stentadas por uma única base de dados implementada a partir de
sistemas de gestão integrada (ERP) sendo que algumas já faziam uso, nem sempre de forma
totalmente integrada com o ERP, de sistemas destinados ao planejamento integrado e otimização
da cadeia, com softwares do tipo APS (advanced planning systems).
112
- As empresas concorrentes já fazem uso destes recursos e portanto a não adoção dos mesmos
significa ficar em posição de desvantagem quando estiver totalmente liberado o mercado de
- Tendo em vista a orientação destes sistemas para um modelo de gestão orientado por
processos, a implantação deste tipo de tecnologia normalmente tem que ser acompanhado por
um esforço de reengenharia da empresa.
Para finalizar, foi encaminhada também para a apreciação da diretoria uma proposta da continuação
dos trabalhos da equipe por um período de três meses, para efetuar a modelagem do novo sistema
de informações e comparação entre o nível de aderência das funcionalidades requeridas pelas
necessidades da LOGPETRO e as implementadas pelos principais sistemas disponíveis no
mercado.
113
- Apresentar e validar com os profissionais das áreas as funcionalidades requeridas pelo sistema
§ Objetivos do processo:
§ Necessidades de informações:
114
- Novas oportunidades de compra/venda de petróleos e derivados no mercado nacional e
internacional;
- Estoques disponíveis na cadeia (petróleo e derivados);
- Previsão da produção de petróleo do segmento UPSTREAM da empresa;
- Previsão da capacidade e restrições de produção para as unidades de refino;
- Características das condições para diversos fornecedores de petróleo e derivados
(preços na origem, qualidade, prazos, tamanho dos lotes, custos de transporte, tributos
etc);
- Previsão da capacidade, custos e restrições dos recursos de transporte disponível
(navios, dutos e terminais);
§ Objetivos do processo:
§ Necessidades de informações:
115
- Necessidades de compras adicionais e/ou transferências de produtos para atender as
exigências da produção e atendimento da demanda de mercado;
- Estoques disponíveis na cadeia (petróleo e derivados);
- Programação da produção de petróleo do DOWNSTREAM;
- Status da disponibilidade, restrições e localização dos recursos de transporte (navios,
dutos e terminais);
- Status da carga, capacidade e restrições de produção das refinarias (navios, dutos e
terminais);
- Necessidades adicionais de afretamentos e/ou possibilidades de fretamento de navios;
- Outras necessidades de ajustes nos processos .
§ Objetivos do processo:
§ Necessidades de informações:
116
- Oportunidades para realizar novos negócios;
- Programação de compras de petróleo e derivados;
- Programação da produção das refinarias;
- Programação da alocação de petróleo para as refinarias;
- Programação do escoamento da produção do petróleo do UPSTREAM;
- Programação das necessidades de transferências entre unidades operacionais;
- Programação das necessidades de afretamentos e/ou fretamentos de navios:
- Programação dos recursos de transporte (navios, dutos e terminais);
- Condições , respectivos limites para fornecimento de crédito para os clientes;
- Status da disponibilidade e previsão de entrega de produtos para os clientes;
- Condições para a realização de cobrança e faturamento de clientes;
- Estoques disponíveis na cadeia (petróleo e derivados);
- Programação da produção de petróleo do DOWNSTREAM;
- Dados relativos a evolução e tendências do mercado de petróleo e derivados;
- Elementos para formulação de preços dos produtos nos contratos e vendas SPOT;
- Especificação das condições pertinentes aos contratos de vendas existentes;
- Comportamento do consumo e do nível de estoque de produtos dos clientes;
- Status da disponibilidade, restrições e localização dos recursos de transporte (navios,
dutos e terminais);
§ Objetivos do processo:
117
Promover as ações necessárias à produção de derivados nas refinarias da LOGPETRO de
forma integrada, nas quantidades, prazos e qualidades estabelecidas pelo plano tático e
DOWNSTREAM.
§ Necessidades de informações:
118
e) Comprar petróleo e derivados:
§ Objetivos do processo:
§ Necessidades de informações:
119
- Disponibilidade de informações sobre as características das condições de compras
estabelecidas para diversos fornecedores de petróleo e derivados (preços na origem,
qualidade, prazos, tamanho dos lotes, custos de transporte, tributos etc).
§ Objetivos do processo:
§ Necessidades de informações:
120
§ Produtos disponibilizados pelo processo:
121
§ Programar logística do DOWNSTREAM
- Especificação dos contratos vigentes para a utilização de recursos logísticos por terceiros.
122
- Integração em tempo real das atividades de processamento e gerenciamento de pedidos com as
de formulação de preços, verificação da disponibilidade de estoque, programação de produção,
solicitação de compras, recebimento do material comprado, pagamento de fornecedores,
armazenagem, expedição, transporte, faturamento dos clientes, pagamento de tributos e
apropriação de custos e receitas logísticos;
- Facilidade para o gerenciamento em tempo real dos resultados financeiros (receitas e custos) e
operacionais da cadeia;
- Possibilidades de verificação on-line das condições de crédito, posição dos pedidos, histórico de
pagamentos dos clientes;
- Integração em tempo real dos sistemas de supervisão e coleta de dados de campo com o
sistema de gerenciamento logístico;
- Visibilidade on-line dos estoques disponíveis na cadeia;
123
- Utilizar uma única base de dados para a gestão do processo logístico.
124
5.8 – AVALIAÇÃO DAS CONFIGURAÇÕES DE SISTEMAS
DISPONÍVEIS NO MERCADO
Tomando por base o resultado da avaliação das funcionalidades reportadas acima, foram realizados
estudos da quantificação dos benefícios estimados para as soluções apresentadas, para um período
de cinco anos (2001-2005) correspondente a expectativa do tempo da vida útil do sistema após a
fase de implantação prevista o ano 2000, conforme descrição a seguir:
125
BENEFÍCIOS ESTIMADOS PARA O PERÏODO 2001-2005 ALFASOFT BETALOG
(US$) (US$)
Redução dos custos logísticos obtidos através do gerenciamento integrado das operações. 23.000.000 13.000.000
Redução do intervalo de tempo compreendido entre a entrada dos pedidos e faturamento dos clientes. 9.000.000 6.000.000
Melhores condições para formulação de preços e apuração de custos. 4.000.000 4.000.000
Redução do "overhead" administrativo na sede da empresa e unidades operacionais. 14.000.000 7.000.000
Melhoria da capacidade em promover as operações de aplicação e captação de recursos financeiros no 15.000.000 10.000.000
ibilidade do fluxo de caixa (previsão de pagamentos de
fornecedores e recebimentos de receitas de vendas).
TOTAL DOS BENEFÍCIOS 65.000.000 40.000.000
Apesar da dificuldade de medir seus impactos financeiros na cadeia, foram identificados também,
em ambas as propostas de implementação, os seguintes benefícios não quantificáveis:
- PROPOSTA ALFASOFT
126
- PROPOSTA BETALOG
A partir da realização da avaliação dos resultados obtidos a partir da relação custos/benefícios das
propostas apresentadas, foi definido que a empresa ALFASOFT suporta a solução tecnológica mais
adequada e eficiente para a implementação das funcionalidades requeridas pelo sistema de
informações proposto, conforme demonstrado de forma simplificada pela tabela a seguir:
Logo, para o atendimento das funcionalidades requeridas pelo sistema logístico da LOGPETRO
devem ser adquiridas da empresa ALFASOFT licenças para utilização dos seguintes módulos:
127
- Gerenciamento de compras e contratação de serviços;
- Gerenciamento de qualidade;
- Gerenciamento do fluxo de trabalho (WORKFLOW);
- Acessórios para configuração de soluções específicas da indústria do petróleo.
Uma vez concluída esta etapa, foi apresentada e validada inicialmente por gere
envolvidos, e posteriormente pela diretoria, a arquitetura de informações e contratação da solução
tecnológica da ALFASOFT proposta para o sistema de gerenciamento integrado da cadeia logística
do DOWNSTREAM da LOGPETRO, acompanhada dos respectivos custos e estudos de viabilidade
econômica-financeira.
Dando seguimento ao trabalho, foi apresentada também pela equipe a relação dos impactos
omplementares previstos pela entrada do novo sistema:
128
Complementando o escopo das apresentações, foram destacados pela equipe os fatores críticos de
sucesso do projeto:
- Patrocínio da alta administração da empresa no que diz respeito ao apoio visível ao projeto e às
Ao final desta fase, tendo em vista os custos, impactos e fatores críticos de sucesso inerentes da
implantação do novo sistema, necessidade de liberação de recursos e divulgação do escopo do
projeto na empresa, foi solicitado pela diretoria da LOGPETRO que fosse providenciado pela equipe
o projeto de implementação do novo sistema.
129
ATIVIDADE 2.000 2.001
TRIM 1 TRIM 2 TRIM 3 TRIM 4 TRIM 1 TRIM 2 TRIM 3 TRIM 4
ASSINATURA DA CONTRATAÇÃO DE X
SOFTWARE
ASSINATURA DA CONTRATAÇÃO DE X
CONSULTORIA E TREINAMENTO
MOBILIZAÇÃO DAS EQUIPES DA XX
LOGPETRO E CONSULTORIA
DSIPONIBILIZAR INFRAESTRUTURA XX
(SALAS, MICROS ETC.)
TREINAMENTO DA EQUIPE DE XXXX
PROJETO DA LOGPETRO
SANEAMENTO E PADRONIZAÇÃO XXXXXX
DE CADASTROS DE PRODUTOS E
INSTALAÇÕES
REDESENHO DOS PROCESSOS XXXXXX XXXXXX
LOGISTÍCOS DA EMPRESA
Assim sendo, uma vez aprovado o cronograma do projeto pela diretoria, foi procedida a
desmobilização da equipe e encerrados os trabalhos de modelagem solicitados.
130
6.0 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Este capítulo tem por objetivo apresentar uma síntese da pesquisa direcionada à desc
objetivos, conclusões, limitações, contribuições da dissertação, seguidos de recomendações
derivadas da análise dos conceitos pertinentes à revisão bibliográfica, configuração de metodologia
acompanhada de simulação de um estudo de caso para a mo
destinados ao gerenciamento integrado de cadeias logísticas.
Este trabalho configura uma proposta metodológica para a modelagem de sistemas de informações
para o gerenciamento integrado de cadeias logísticas a partir de pesquisa bibliográfica realizada nas
disciplinas de gerenciamento logístico, gerenciamento de processos, modelagem de negócios e
sistemas, arquitetura e tecnologia de informação aplicados na configuração de sistemas logísticos.
A partir deste estudo, fundamentado nas disciplinas acima citadas, foram selecionados os requisitos
necessários para a configuração da metodologia destinada a modelagem de sistemas de
informações para a o gerenciamento integrado de cadeias logísticas e es
6.2 – CONCLUSÕES
Partindo de uma análise baseada em uma visão mais ampla, é possível concluir que para obter os
resultados preconizados pela metodologia SUPPLY CHAIN MANAGEMENT (Gerenciamento de
Cadeias de Suprimento) é de fundamental importância a disponibilidade de uma arquitetura de
sistemas de informações capaz de viabilizar o gerenciamento integrado dos recursos e atividades
existentes na cadeia de suprimentos das empresas.
131
baseado na análise das características do negócio, na disponibilidade de recursos
tecnológicos/humanos/financeiros e de fatores culturais existentes na cadeia se suprimentos:
- Objetivos estratégicos;
- Cultura da organização;
- Modelo de Gestão;
- Oportunidades e ameaças;
Desta forma, considerando os objetivos postulados no início desta pesquisa, pode-se concluir que
os fundamentos teóricos e tecnológicos contidos neste trabalho possibilitam a realização de projetos
relacionados com a modelagem e implementação de sistemas de informações capazes de
dinamizar o gerenciamento integrado dos processos logísticos das organizações.
A principal contribuição desta pesquisa está relacionada com a identificação das dimensões
tecnológica, conceitual e cultural que devem ser observadas e contempladas em projetos de
modelagem de sistemas de informações de gerenciamento integrado de cadeias de suprimento.
Neste sentido, mesmo considerando que foi apresentada uma metodologia genérica para a
modelagem de sistemas e avaliada sua aplicação através da sim
industria do petróleo, é possível, além do desenvolvimento de outros trabalhos de caráter
acadêmico, a sua aplicação na redução do esforço dos administradores e demais profissionais em
projetos relacionados com a seleção, configuração, implementação e implantação de sistemas
132
6.4 - RECOMENDAÇÕES
- Utilizar sempre que possível consultores e provedores de soluções tecnológicas com notória
experiência nas peculiaridades de cada segmento de mercado;
Identifica-se como possíveis desdobramentos para esta dissertação estudos relacionados com:
133
- Programas de capacitação de recursos humanos necessários para o gerenciamento e operação
de sistemas logísticos.
Por fim, considerar este trabalho, como um referencial bibliográfico mais abrangente, que contempla
além dos tradicionais aspectos financeiros e tecnológicos, outros relacionados com os impactos e
organizacionais decorrentes da implantação de sistemas destinados ao gerenciamento
integrado de cadeias de suprimento.
134
135
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDEL, T. Set and Get your Goals. Revista Transportation and Distribution, p33-36, fevereiro 1997.
ANDERSON, D.L., BRITI F.E., FAVRE, D.J. The Seven Principles of Supply Chain Management,
http://www.manufacturing.net/magazine/logistics/archives. 1997.
AYERS, A.F. What Logistics Managers Need to Know about Today’s Complex Information Systems,
revista Transportation and Distribution, p33-36. Setembro de 1999.
BARROS, A. J. P., LEHFELD, N.A.S. Fundamentos da Metodologia – Um guia para a iniciação científica.
São Paulo: MAKRON Books do Brasi. 1986.
BOWERSOX, D.J., CLOSS, D.J. Logistical Management – The Integrated Supply Chain Process. USA:
McGraw-Hill. 1996.
CRUZ, T. Workflow – A tecnologia que vai revolucionar processos. São Paulo: Atlas.1998.
FARAH, M.A.Petróleo, Seus Produtos e Qualificação. Apostila do curso básico de Refino da Petrobras.
1998.
FURLAN, J.D. Modelagem de Negócios. São Paulo: MAKRON Books do Brasil. 1997.
GIAGLIS, G.M., MYLONOPOULOS, N. The issue methodology for quatifying benefits from information
systems. Logistics Information Management, Volume 12, Numbers 1/2, p50-62. 1999.
GIL, A.C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas. 1991.
136
HARRINGTON, H.J. Aperfeiçoando Processos Empresariais. São Paulo: MAKRON Books do
Brasil.1993.
HESS, T.,OESTERLE, H. Methods for Business Process Redesign: Current State and Development
Perspectives. Revista Business Change & Reengineering, volume 3, number 2, p73-83. 1996.
HINTERHUBER, H.H. Business Process Management – The European Aproach, Revista Business
Change & Reengineering, volume 2, number 4, p63-73. 1995.
JOHANSON, H.J., MCHUGH, P., PENDLEBURY, A.J., WHEELER, A.W. Processos de Negócios. São
Paulo: Pioneira.1995.
JOHNSON, J.C, WOOD, D.F. Contemporary Logistics. Sexta edição New Jersey: Prentice Hall. 1996.
KENT, J.L. Interfunctional Co-ordination between Logistics and Information Tecnology. International
Journal of Phisical Distribution and Logistics Management, Volume 26, number 8, p63-78. 1996.
LAMBERT, D.M., STOCK, J.R. Strategic Logistics Management. Terceira Edição USA: IRWIN. 1993.
MCGEE, J., PRUSAC, L. Gerenciamento Estratégico da Informação. Rio de Janeiro: Campos. 1995.
NETTO, M.A.C. Análise de Sistemas Logísticos. Rio de Janeiro. COPPE/Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Apostila do Curso de Logística ministrado para PETROBRAS. 1997.
NOVAES, G.A. A informação na Cadeia Logística. Revista Tecnologística, p26-37. Dezembro de 1997.
PINA, V.M.D.C. Inteligência Estratégica nos Negócios. São Paulo: Atlas. 1994.
PORTER, M.P., MILLAR, V.E. How Information Gives You Competitive Advantage. Harvard Business
Review, p 149-160. 1996.
RUMMLER, G.A., BRACHE, A.P. Melhores Desempenhos das Empresas – Uma abordagem Prática
para Transformar as Organizações através da Reengenharia. Segunda edição. São Paulo: MAKRON
Books do Brasil. 1994.
137
SANTOS, R.A. Metodologia Científica – A construção do conhecimento. Rio de Janeiro: DP&A. 1999.
SHAPIRO, J.F. Using IT for competitive advantage in supply chain. http://unit.edu. 1998.
STAIR, R.M. Princípios de Sistemas de Informação Uma Abordagem Gerencial. Segunda edição Rio
de Janeiro: LTC. 1998.
SUPPLY CHAIN COUNCIL, Supply Chain Operations Reference (SCOR) Overview of Model Structure.
http://www.supply-chain.org. 1998.
TAYLOR, A., FARREL, S. Information Management for Business. London: ASLIB. 1994.
TAYLOR, D.A. Engenharia de Negócios com Tecnologia de Objetos. Rio de Janeiro: AXCEL Books.
1995.
TREAT, J. E. Creating the High Performance International Petroleum Company: Dinossaurs Can Fly.
Oklahoma: PenWell Publish Company. 1994.
138