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Dissertaoentradastticasgate Spcappauloaguilarpmespcao2017
Dissertaoentradastticasgate Spcappauloaguilarpmespcao2017
net/publication/341310032
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MACTAC - Multi-Assalut Counter-Terrorist Action Capabilities: Capacidade de Resposta Contraterrorista Frente a Múltiplos Ataques. View project
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SÃO PAULO
2017
Cap PM Paulo Augusto Aguilar
SÃO PAULO
2017
Cap PM Paulo Augusto Aguilar
A minha querida irmã, Maria Isabel Aguilar, pelos conselhos dados nas horas de
dificuldade e necessidade.
Aos meus pais, José Aguilar e Maria Emília Brisolla Aguilar, pelo legado e exemplo
de vida, e pelo amor e incentivo em todos os momentos.
Agradecimento
ABSTRACT
When all the alternatives are not enough, tactical entries are the solution. This is
because they bring together, at the same time, tactics, techniques and procedures
(TTP). The tactical inputs can be presented under different nuances: sometimes
related to the Fourth Tactical Alternative; or as dynamic or covered in-going
techniques; or even as door passing procedure or flooding. Originated in the early
1970s by SAS, and also by American SWAT groups, they are widely disseminated in
the military and police world and are employed when lives are in danger. In Brazil it
was no different. After the creation of GATE, on January 26, 1988, the concept of
tactical inputs was influenced and learned through various sources: SAS (Special Air
Service); the Police of Israel, the GIGN of France (National Gendarmerie Intervention
Group), the Commands of the National Police of Colombia; the GEO of Spain
(Special Operations Group); SWAT groups such as Miami, Texas, Los Angeles Sherif
Department and the US Department of State's Office of Diplomatic Security. At first,
this diversity of techniques and concepts seemed salutary, however, due to this
multiplicity it was not possible to establish a standardization. Thus, a descriptive and
documentary research was launched, elaborating an in-depth and analytical
reference guide on the decision-making process and the execution of strategies,
tactics and operations of tactical inputs, capable of achieving the standardization and
systematization of different nuances of TTP. That is, it aims to objectively and
effectively structure a system of action regarding the tactical inputs made by GATE,
depending on the established smart objectives and the strategies planned by the
Incident Commanders, when implemented in Hostage Recovery Operations,
Execution of Search Warrants & Clearing Search, and Arrest of Barricaded Subject.
At the end, it is proposed the standardization of procedures for hostage recovery
incidents, barricaded subject and risk matrix for high risk search warrants.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- ...................................................................................................24
Figura 2 - ....................................................................................................28
Figura 3 - ....................................................................................................29
Figura 4 - ....................................................................................................35
Figura 5 - ..................................................................................................68
Figura 6 - ..................................................................................................68
Figura 7 - ..................................................................................................68
Figura 8 - ..................................................................................................69
Figura 9 - ..................................................................................................69
Figura 10 - ................................................................................................69
Figura 11 -.................................................................................................69
Figura 12 - ..................................................................................................69
Figura 13 -...................................................................................................69
Figura 16 - ................................................................................................70
Figura 17 - ................................................................................................72
Figura 18 - ................................................................................................72
Figura 19 - ................................................................................................72
Figura 20 - ................................................................................................72
Figura 21 - ................................................................................................74
Figura 22 - ................................................................................................74
Figura 23 - ................................................................................................75
Figura 24 - ................................................................................................76
Figura 25 - ................................................................................................77
Figura 26 - ................................................................................................79
Figura 27 - ................................................................................................79
Figura 28 - ................................................................................................79
Figura 29 - ..............................................................................................102
Figura 30 - ..............................................................................................106
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14
2 INCIDENTES E CRISES..................................................................................... 19
2.1 Consequências do alargamento do conceito de crises e adoção do termo
incidente. ................................................................................................................... 25
2.2 Classificação de Incidente quanto ao nível de risco: Incidentes stricto sensu, Pré-
crises, Crises. ............................................................................................................ 27
2.3 Incidentes policiais ou conflitos ........................................................................... 29
2.4 Por que estudar os Incidentes Policiais? ............................................................ 31
3 ENTRADAS TÁTICAS ........................................................................................ 36
3.1 Origens ............................................................................................................... 36
4 ASPECTOS LEGAIS DAS TTP DAS ENTRADAS TÁTICAS .............................. 43
4.1 Commitment to Kill, o compromisso de matar x a ordem de prioridade de vida. 43
4.2 Dever de eficiência e o dever de mitigar risco x risco calculado ......................... 48
4.3 Dever de eficiência e a falácia do policial 100% seguro ..................................... 52
4.4 Perda da chance em operações de recuperação de reféns e de suspeitos
embarricados............................................................................................................. 54
4.5 Conflito da Diretriz n° PM3-001/02/13 com a Resolução SSP 13/2010 .............. 59
4.6 Autoria intelectual dos objetivos smart, das estratégias e das táticas e a autoria
material das técnica e dos procedimentos ................................................................ 62
5 ENTRADAS DINÂMICAS X ENTRADAS COBERTAS. ...................................... 64
5.1 Noções preliminares ........................................................................................... 64
5.2 Entradas cobertas ............................................................................................... 65
5.3 Procedimentos de deslocamento em ambientes fechados / varredura coberta .. 66
5.4 Procedimentos de entrada coberta ..................................................................... 70
5.4.1 Entrada ........................................................................................................... 70
5.4.2 Perigo imediato ............................................................................................... 71
5.4.3 Deslocamento ................................................................................................. 77
5.4.4 Contato ........................................................................................................... 80
5.4.5 Domínio .......................................................................................................... 82
5.5 Entradas Dinâmicas. ........................................................................................... 82
5.5.1 Princípios da entradas dinâmicas. .................................................................. 83
12
1 INTRODUÇÃO
2 INCIDENTES E CRISES
Por ser um órgão federal, o FBI se adequou a essa nova terminologia comum
do NIMS, não podendo ficar alheio às mudanças diante do novo e do complexo
21
1
Curso de Pronto Atendimento e Investigações em Incidentes com Agentes
Químicos, Bacteriológicos, Radiológicos e Nucleares - FBI/SP durante a sétima aula
- Incident Management - Command and Control - ICS
22
Vale dizer que o ICS se subordina aos conceitos do NIMS e, assim, cumpre o
Princípio da Terminologia Comum. Este procedimento oferece um ambiente apto
para que diversas organizações de gerenciamento de incidentes e de suporte
possam trabalhar em conjunto, evitando, desse modo, confusões e perda de tempo
com termos e nomenclaturas durante um incidente:
NIMS orienta todos os níveis de governo, organizações não-governamentais
(ONG) e o setor privado a trabalharem juntos para prevenir, proteger contra,
mitigar, responder e recuperar de incidentes. O NIMS oferece aos
interessados em toda a comunidade o vocabulário, os sistemas e os
processos compartilhados para fornecer com sucesso os recursos descritos
no Sistema Nacional de Preparação. O NIMS define sistemas
operacionais, incluindo o Sistema de Comando de Incidente (ICS), as
estruturas do Centro de Operações de Emergência (EOC) e os Grupos de
Coordenação Multiagências (Grupos MAC) que orientam a forma como o
pessoal trabalha em conjunto durante os incidentes. O NIMS aplica-se a
todos os incidentes, de acidentes de trânsito a grandes desastres. (FEMA,
2017, p,1, tradução nossa, grifo nosso)
Seja como for, a opção pelo termo Incidente ou Emergência e a sua definição
são importantes pois repercutes no âmbito do Direito, uma vez que o termo
“Comandante do Incidente” está definindo seus deveres e suas obrigações na
função. Não obstante, se utilizada a definição de incidente, em muito se expande o
poder dever de atuação dos órgãos devido a sua carga preventiva.
No mesmo sentido de ausência de uso de terminologia comum, mas também
adotando o ICS, está a Defesa Civil do Estado de São Paulo. No Manual de
Gerenciamento de Desastres - Sistema de Comando em Operações, disponível em
seu site, é possível encontrar definições de desastres, emergências, crises e
situações críticas, conforme se verifica:
3 COMO RESPONDER AOS DESASTRES
3.1 Desastres, emergências e situações criticas.
Os desastres, sempre que ocorrem, exigem uma ação de resposta por parte
dos organismos públicos, para minimizar a perda de vidas, de bens e
também danos ambientas.
No entanto, didaticamente, vale a pena dividirmos essas situações de
desastre em dois tipos: a emergências e as situações críticas.
23
Após pesquisar o NIMS 2017, conclui-se que existe uma graduação dos
incidentes que vão dos mais brandos aos mais graves. Os incidentes sticto sensu
seriam aqueles que vão da mera possibilidade de perigo de lesão à vida ou ao
patrimônio até a efetiva lesão a esses bens jurídicos tutelados. Quando ocorre
escalonamento do nível de risco, esses incidente podem ser classificados como pré-
crise. Persistindo a elevação do nível de risco, chega-se às situações cruciais,
chamadas de “crise”, e aqui os danos e os prejuízos poderão ser incalculáveis.
Nesse sentido, andou bem o Procedimento Operacional Padrão - POP, do
COPOM - Centro de Operações da Polícia Militar do Estado de São Paulo, ao utilizar
terminologia adequada de “incidente”, qualificando-o quanto ao nível de risco, e
utilizando-se do termo Pré-Ocorrência, a saber:
A Geração da pré-ocorrência envolve circunstâncias onde um incidente
que é reportado para o atendente de emergência, está em andamento e no
qual há ou está prestes a haver risco de:
I. Perigo à vida;
II. Uso, ou ameaça iminente, de violência;
III. Ferimentos sérios a uma pessoa; e/ou
IV. Danos sérios à propriedade.(POP, 7.01.02, grifo nosso)
gestão. AGUILAR e col. (2017, p. 4) fazem uma correspondência entre cores, graus
de risco e incidentes, classificando-os em: "Incidentes em Stricto Sensu para os
Poucos Significantes (em branco), Pré-Crises para os Significantes (em cinza claro)
e de Crises para Críticos (em cinza escuro)".
O FEMA (2017) conceitua estratégia como "a direção geral decidida para
atingir os objetivos do incidente estabelecidos pelo Comandante do Incidente."
Por sua vez, Heal (2000, tradução nossa, grifo nosso) explica que, para se
formular estratégias eficazes, deve-se ter em mente o Estado Final Desejado, ou
seja o objetivo smart:
O primeiro passo e mais importante na formulação de uma estratégia eficaz
é desenvolver uma compreensão clara do estado final desejado. O estado
final descreve o resultado desejado ou resultado final de uma operação
tática.
2
Específicos, mensuráveis, adequados, razoáveis e temporizáveis.
33
3
Hernan (2003, apud CEPIK, p.37) profissionalização e o desenvolvimento de técnicas e
habilidades especificas para obter sistematicamente informações de pessoas desenvolveram-se
sistematicamente ao longo dos últimos 150 anos (nesse caso, o tradecraft ou os "segredos do oficio"
são algo literais). Cepik, Marco. Espionagem e democracia: agilidade e transparência com dilemas na
institucionalização de serviços de inteligência. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003. p.37.
35
EQUIPAMENTO
TTP HOMEM
INTERFACE
IN PUT
Fonte: Autor
4
As alternativas táticas são: 1) Negociação, 2) Técnicas Não Letais, 3) Tiro de
Comprometimento e 4) Entrada Tática.
36
3 ENTRADAS TÁTICAS
3.1 Origens
Além disso:
[...] Durante a II Guerra o SAS lutou na campanha da África do Norte, na
Itália e no noroeste da Europa, onde firmaram a sua reputação. Com o fim
da guerra o SAS foi desativado, mas no início da década de 50 foi reativado
como 22 SAS e desde então tem lutado pela Grã-Bretanha nos mais
diferentes lugares (Malásia, Omã, Bornéo, Vietnam - vestindo uniformes
norte-americanos, Aden, Irlanda do Norte, Falklands, Libéria, Golfo Pérsico,
Bósnia, Kosovo, Serra Leoa e Afeganistão). (TROPAS E ARMAS, 2017).
Enquanto isso, nos Estado Unidos, em meados dos anos 60, fatos marcados
por conflitos raciais e políticos, aumento de armas decorrentes da guerra do Vietnã,
aumento da criminalidade, formaram um ambiente ameaçador, propiciando o
surgimento de grupos policiais especiais, como o pioneiro Special Enforcement
Bureau - SEB, do Los Angeles County Sheriff's Department, em 1958.
A fim de contextualizar, merecem destaque alguns precedentes da
necessidade de criação de equipes de SWAT: 1) eventos de marginais embarricados
como o "Texas Tower"5 e o incidente no Hotel Howard Johnson6, em New Orleans; 2)
grupos terroristas raciais como os Black Phanters7 e Weather Underground; 3)
Aumentos de roubos a bancos na Filadélfia, em 1964 e 4) Watts Riots em Los
Angeles8.
Graves (1999, p.66, tradução nossa) explica que:
As equipes SWAT foram desenvolvidas em meados dos anos 60 em
resposta a mudanças na sociedade americana. Os criminosos tradicionais
estavam fazendo uso de armas de maior poder e maior capacidade e
aprendiam métodos de operação mais sofisticados. Os eventos sociais
(como a guerra do Vietnã, os conflitos raciais e políticos) polarizaram alguns
grupos para enfrentar atividades criminosas anti-governamentais e anti-
5
Em 1 de agosto de 1966, Charles Joseph Whitman, ex-fuzileiro navel se embarricou no alto
da 27º andar da Torre do Campus da Universidade do Texas, em Austin, matando dezesseis pessoas
e ferindo mais de trinta. http://edition.cnn.com/2013/09/16/us/rampage-killings-fast-facts/index.html
6
Em 7 de janeiro de 1973 - Em um motel da rede Howard Johnson em Nova Orleans, Mark
Essex, de 23 anos, matou sete pessoas incluindo cinco policiais e feiu outras treze pessoas.
http://edition.cnn.com/2013/09/16/us/rampage-killings-fast-facts/index.html
7
Em 9/12/1969, mandados de busca foram atendidos na sede do grupo Panteras Negra,
seus integrantes resistiram e se embarricaram, após quatro horas de intenso tiroteio eles se
entregaram, três integrantes do grupo e três policiais ficaram feridos.
http://www.lapdonline.org/inside_the_lapd/content_basic_view/848
8
Os distúrbios civis de Watts foram uma série de revoltas que surgiram em 11/08/1965, no
bairro predominantemente negro de Watts, em Los Angeles. O conflitos duraram seis dias, resultando
em trinta e quarto mortes, 1.032 feridos e 4.000 prisões, envolvendo 34 mil pessoas e terminando na
destruição de 1.000 edifícios, totalizando US $ 40 milhões em danos.
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:WilOjtfRelcJ:www.history.com/topics/watts-
riots+&cd=6&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
39
Graves (1999, p.66, tradução nossa) confirma que as SWAT passaram a ter
contato com as TTP de entradas táticas para recuperação de reféns provenientes do
SAS a partir de 1983, quando da necessidade de treinar o efetivo da Departamento
de Polícia de Los Angeles contra tomada de reféns realizadas por grupos terroristas:
Ao mesmo tempo, Los Angeles foi escolhido para sediar os Jogos Olímpicos
de 1984, e a equipe SWAT começou a fazer intercâmbio de treinamento
com unidades militares de contraterrorismo dos EUA criadas recentemente,
uma das quais era o Destacamento Delta das Forças Especiais do Exército
dos EUA, cuja missão principal era o resgate de refém. A Força Delta
modificou táticas tradicionais de assalto militar em ambientes urbanos para
adaptar assaltos em locais fortificados para resgate de reféns tomados por
grupos terroristas.
Com as lembranças dos Jogos Olímpicos de Munique de 1972 ainda
frescos nas mentes da polícia e dos planejadores militares, a equipe LAPD
SWAT iniciou um extenso programa de treinamento para se preparar para
os Jogos Olímpicos usando as lições aprendidas dos Jogos Olímpicos de
Munique como ponto de partida. Entretanto, a equipe SWAT já havia lidado
com vários incidentes de tomadas com reféns e / ou suicidas que haviam se
se embarricado em fortalezas.
A pesquisa, nesse ponto, foi fundamental, uma vez que as duas TTP de
entradas carregam contextos e objetivos distintos de emprego.
Pode-se concluir, até aqui, que de um lado tivemos inicialmente as SWATs,
que até 1983 utilizavam apenas TTP de entradas cobertas, ditas tradicionais. Um
42
exemplo a ser citado a respeito é a ação da Força Delta e do SAS, que treinaram
membros das SWAT LAPD em TTP de recuperação de reféns, chamadas de
entradas dinâmicas e criadas pelo SAS, tendo em vista os Jogos Olímpicos de Los
Angeles que ocorreriam em 1984.
A partir de então, como será verificado nos capítulos seguintes, muitos
grupos de SWAT abandonaram as TTP de entradas cobertas e passaram a utilizar
apenas TTP de entradas dinâmicas, quando então os riscos aumentaram e os
problemas começaram.
43
Também discorre a respeito o Ten Cel PM Lucca (2002, p.97, grifo nosso),
outro eterno comandante do GATE:
O conceito de invasão tática se popularizou no meio policial por intermédio
dos modelos das SWATs americanas e, posteriormente, em outros grupos
similares em países da Europa. Como já foi dito, os modelos citados tiveram
forte influência das denominadas Ações de Comando, que tinham como
objetivo, geralmente, causar destruição e baixas nos inimigos. Deve-se
observar que esse modelo, para o uso policial, não se aplica e, por
isso, as expressões tais como compromisso de matar, agir com
violência e outras similares, não são pertinentes para nenhum grupo
tático que tenha o propósito de agir, buscando alcançar os objetivos da
doutrina de gerenciamento de crise, que, nunca é demais lembrar, é a
preservação da vida e a aplicação da lei.
44
No mesmo sentido Heal, (2012, p.84, tradução nossa) conceitua o que seja a
prioridade de vida:
E, portanto, uma "prioridade da vida", que claramente coloca mais valor na
vida de vítimas inocentes do que naqueles que a prejudicariam. Por
qualquer entendimento, a vida humana não é igualmente valiosa.
A prioridade da vida é um conceito usado para classificar o valor intrínseco
da vida humana em determinadas situações; Para nossos propósitos aqui,
operações táticas, respostas de desastres e outros.
A fim de ilustrar o que foi dito acima, vale citar como exemplo uma ocorrência
de roubo a banco, envolvendo vários suspeitos armados. Um recruta, ainda em
estágio, conduz sua motocicleta em direção ao atendimento da ocorrência, mas
comete vários erros: primeiramente, para a sua motocicleta em frente ao
estabelecimento; além disso, está sem colete de proteção balística e não esperou
por apoio de outras equipes. Por fim, não avisou que chegou ao local dos fatos e,
para completar, estava sem sua arma, portando apenas um bastão tonfa. Apesar
desses erros, anuncia que a polícia chegou, o que faz com que os marginais se
entreguem. Essa situação hipotética é um exemplo de uma ocorrência atendida de
forma ineficiente, com altíssimo risco e com procedimentos inadequados, apesar do
resultado favorável, por sorte, todavia não aceitável, tanto que tais ações desafiam
apuração administrativa disciplinar.
É importante oferecer outro exemplo, contraposto ao citado acima: um policial
– usando corretamente seu colete de proteção e portando sua arma – para sua
motocicleta em local próximo ao estabelecimento bancário e solicita apoio via rádio
às outras equipes. Com o envolvimento de outros policiais, recrutados por meio da
solicitação anterior, isola-se o tráfego das imediações, em busca de suspeitos. Além
disso, respeitando integralmente os procedimentos exigidos, a polícia ali envolvida
não esquece de adotar as técnicas de deslocamento e de transposição de
obstáculos. Entretanto, apesar de toda a prudência aí dispensada, os marginais –
fortemente armados – saem do banco, atiram contra os policiais, atingem
transeuntes distantes da cena dos fatos, e, por fim, conseguem fugir.
Pode-se verificar que o atendimento da ocorrência citada acima seguiu todos
os procedimentos: os policiais foram cautelosos e precisos em suas ações, os riscos
foram mitigados mas, apesar disso, não se tem controle sobre a vontade dos
suspeitos, que atiraram contra a polícia e acabaram por acertar transeuntes
inocentes.
Assim sendo, McCARTHY (2000, p.18, tradução nossa, grifo nosso) explica
com propriedade:
A polícia cria muitos dos seus próprios problemas nesta área.
Muitas vezes, os porta-vozes de uma instituição policial conversam com a
mídia sobre as situações de reféns e a capacidade específica da agência
para responder profissionalmente a um incidente de reféns. Ao fazê-lo, o
porta-voz está ansioso para convencer a mídia de que seu departamento é
uma agência profissional que planejou tal eventualidade. Ele ou ela vai dizer
que seu departamento procurou treinamento para seus membros em
negociações de reféns e em técnicas de SWAT para resolver com sucesso
51
certo grau de risco, auxiliado pelo sistema já explicado, composto pelo trinômio:
homem - TTP - equipamento ou sistema de desempenho humano.
A alínea “a”, § 2.º, do art. 13 do Código Penal, estabelece a hipótese de
garantidor, que interessa a este estudo, a saber: "A omissão é penalmente relevante
quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir
incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância [...]”.
Greco (2011, p. 230-231, grifo nosso) explica com propriedade o que vem a
ser esse dever de agir imposto ao policial na posição de garantidor:
Frisamos que a lei, quando elenca as situações nas quais surge o dever de
agir, fazendo nascer daí a posição de garantidor, não exige que o garante
evite, a qualquer custo, o resultado. O que a lei faz é despertar o
agente para a sua obrigação e se ele realiza tudo o que estava ao seu
alcance, a fim de evitar o resultado lesivo, mas, mesmo com seu
esforço, este vem a se produzir, não poderemos a ele imputá-lo. Assim,
por exemplo, se um salva-vidas, percebendo que alguém está se afogando,
prontamente presta-lhe socorro, valendo-se de todos os recursos que tinha
à sua disposição, mas, ainda assim, o resultado morte vem a ocorrer, não
poderemos atribuí-lo ao agente garantidor, visto que, no caso concreto, ele
tentou, dentro dos seus limites, evitar sua produção. Concluindo, a lei
exige que o garantidor atue a fim de tentar evitar o resultado. Se não
conseguir, mesmo depois de ter realizado tudo o que estava ao seu
alcance, não poderá ser responsabilizado.
Mas o dever de agir não é suficiente para que se possa imputar o resultado
lesivo ao garante. Era preciso ainda que, nas condições em que se
encontrava, pudesse atuar fisicamente, uma vez que o mencionado § 2a do
art. 13 obriga a conjugação do dever de agir com o poder agir.
[...]
A impossibilidade física afasta a responsabilidade penal do garantidor por
não ter atuado no caso concreto quando, em tese, tinha o dever de agir.
I Conforme assevera Juarez Tavares,
‘integra também o tipo dos delitos omissivos a real possibilidade de atuar,
que é, por sua vez, condição da posição de garantidor. Não se pode obrigar
ninguém a agir sem que tenha a possibilidade pessoal de fazê-lo. A norma
não pode simplesmente obrigar a todos, incondicionalmente, traçando,
por exemplo, a seguinte sentença: 'Jogue-se na água para salvar quem
está se afogando'. Bem, se a pessoa não sabe nadar, como irá se atirar
na água para salvar quem está se afogando? Essa exigência
incondicional é totalmente absurda e deve ser considerada como
inexistente ou incompatível com os fundamentos da ordem jurídica’.
Na parte final do texto, Greco cita Juarez Tavares, que é preciso, quando
indaga: como o garantidor poderia se atirar na água para salvar, se não sabe nada?
Nadar é uma técnica aprendida, afigura-se como uma TTP necessária para o policial
ou bombeiro que atue em área propicias a incidentes com afogamentos. Portanto, o
policial militar assume, ao realizar a atividade de polícia ostensiva e preservação da
ordem publica, um espaço amostral de riscos muito amplo e, justamente por isso,
sua profissão e sua previdência devem ser diferenciadas das demais profissões.
54
Heal (2012, p. 84, tradução nossa) explica que correr riscos calculados não
significa se sacrificar:
No entanto, de fato uma escolha de alternativas entre arriscar a vida e
entregá-la não é a mesma coisa. Qualquer esperança de sobrevivência
envolve uma perspectiva, não importa quão leve, de um resultado favorável.
Tal não é o caso da certeza absoluta da morte. Isso revela uma pedra de
toque para determinar qual a vida mais valorizada nas circunstâncias
trágicas.
Isso não significa, contudo, que o policial tenha o dever de sacrificar a sua
vida, o que muitas vezes acontece em prol da sociedade, mas que o risco deve ser
calculado e assumido com limites definidos no Sistema de Desempenho Humano
oferecido pelo Estado. Este coloca para a população um rol de proteção contra
riscos que outrora eram insuportáveis, mas que agora parecem aceitáveis. Em
outras palavras, o policial assume o risco calculado até o limite do abarcado pelo
desenvolvimento científico do método e das especificação técnicas dos
equipamentos oferecidos pelo Estado para o atendimento do incidentes.
Um exemplo disso é a roupa de proteção antibomba, em que o policial
encontra o seu limite de risco calculado, definido com base nos procedimentos
criados pela ciência para o render safety procedure (procedimento de rendimento
seguro) e com base nas especificações de desempenho da roupa. Mesmo assim,
desafia-se a morte. Com mesma razão estão os riscos calculados advindos de
incidentes de suspeitos embarricados e tomada de reféns.
Uma vez presentes os requisitos para uso de força letal, conforme explicado
acima, e existindo a "Janela da Oportunidade", pode-se aplicar a teoria da perda da
chance em incidentes de recuperação de reféns ou suspeitos embarricados, caso
exista protelação desnecessária para autorizar uma intervenção e os marginais
matem reféns ou pessoas inocentes? Parece que sim, é um caso de perda da
chance, desde que as alternativas táticas possuam probabilidades de sucesso
superior a 50%. Tal porcentagem, contudo, deve ser avaliada em duas dimensões:
uma referente ao Plano Tático e outra referente ao Plano Operacional.
57
4.6 Autoria intelectual dos objetivos smart, das estratégias e das táticas e a autoria
material das técnica e dos procedimentos
utilizado quando não se quer demonstrar a presença da Equipe Tática ou, apesar de
sabida, não se pode precisar a exata localização.
Haynes (1999, p.103, tradução nossa) conceitua desse modo:
Limpeza lenta e deliberada. A técnica de limpeza do espaço que exige que o
time de entrada de assalto utilize uma violação muito silenciosa e de baixo
perfil, com movimentos silenciosos lentos e ações de fluxo de equipe no
local, para manter o elemento de surpresa contra os perpetradores. (1999,
p. 103)
Por sua vez, Leão (1999, p. 14) define entradas cobertas como:
Entradas cobertas: também chamadas de entradas furtivas, lentas e
programadas, são penetrações em ambientes sem visualização, quando as
técnicas de varreduras tornam-se insuficientes para o controle da área, ou
quando há necessidade de continuação do deslocamento.
No mesmo sentido, Kester (2002, p.41, tradução nossa) explica que uma
coisa é a velocidade de deslocamento e outra a técnica de entrada (varredura):
“Obviamente, velocidade em que a equipe se move é uma coisa e a outra envolve
as táticas de varredura do quarto empregadas antes da entrada real em uma sala ou
através de um ponto de violação.“
Assim sendo, ao se realizar um deslocamento, temos as seguintes técnicas
de varredura que podem ser aplicadas: Olhada rápida, Tomada de ângulo e
Espelhos. Essas três técnicas são constantes no procedimento operacional padrão
de progressão em ambientes não havendo inovação:
2. Técnicas de varredura:
2.1. tomada de ângulo: consiste em abrir o campo visual do homem,
distanciando-se das paredes. Isso fará com que seja dominada a área não
visualizada, ao mesmo tempo em que mantém o ponto de proteção. Quanto
maior o ângulo de abertura, tanto maior será a percepção.
2.2. olhada rápida:
2.2.1. técnica utilizada quando, normalmente em função do reduzido espaço
do ambiente, não for possível realizar a tomada de ângulo;
2.2.2. consiste em uma rápida “jogada” de cabeça para o interior do local a
ser varrido, retornando imediatamente para o local de proteção;
2.2.3. havendo a necessidade de uma segunda olhada, o ponto de entrada
deverá ser alterado.
2.3. emprego de espelho:
2.3.1. com a fixação de um espelho em uma haste, o policial poderá
proceder à varredura no ambiente, sem se expor ao perigo;
3. Cone da Morte: denominação do local que, em havendo qualquer reação
armada por parte do agressor, ira convergir todos os disparos. (PMESP,
2014, p. 21)
68
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 10
Figura 11
Fonte: Steven Georges/Behind the Badge OC Fonte: Steven Georges/Behind the Badge OC
70
5.4.1 Entrada
Portanto, para transpor uma porta, existem quatro formas: entrada em gancho
(Buttonhook), entrada em cruzada (Criss-cross), entrada combinada (Combination) e
entrada limitada (Lean-in limited), que é uma entrada parcial.
Figura 14
Judd, Grady. Polk County Sheriffs Office. Special Weapons And Tactics
71
Figura 15
Fonte: Judd, Grady. Polk County Sheriffs Office. Special Weapons And Tactics
Figura 16
Fonte: Judd, Grady. Polk County Sheriffs Office. Special Weapons And Tactics
Figura 17
Fonte: Judd, Grady. Polk County Sheriffs Office. Special Weapons And Tactics
Figura 18
Judd, Grady. Polk County Sheriffs Office. Special Weapons And Tactics
Além disso, Lif (2000) nos esclarece acerca do núcleo-base da técnica do que
vem a ser o perigo imediato, diferenciado-o em dois tipos: 1) Perigo primário, de
proveniência humana; e 2) Perigo secundário, porta, escada, cantos, móveis. Vale
observar que os cantos são os perigos secundários mais próximos de quem passa
pela porta.
A fim de sistematizar o que existe no doutrina de Close Quarter Battle
(Combate em Recintos Confinados), foram reunidas as seguintes regras sequenciais
de como conceber o perigo e entender para onde se deslocar, levando-se em
consideração que o perigo primário tem prevalência sobre o secundário e que o
cômodo foi varrido externamente – havendo a necessidade de entrar por meio de
entrada coberta.
Por questões didáticas, iniciaremos a explicação com as concepções dos
perigos secundários cantos, mobília, etc.
Regras para conceber o perigo secundário:
1) Regra dos 75% / 25%: Segundo Haynes (1999, p.99, tradução nossa) é
um cálculo em que se pressupõe que o primeiro homem a realizar a entrada
conseguirá varrer pelo menos 75% do espaço que deve ser varrido, controlado,
neutralizado e dominado. De forma que, o segundo operacional ficará, em tese, com
os 25% restante a controlar, neutralizar e dominar os perigos encontrados. Logo
75% / 25%.
74
Fonte: Autor
Fonte: Autor
75
Fonte: Autor
Fonte: Autor
nos "25% centro direito" – o operacional segue para cima do perigo que está mais
próximo e adentra ao setor centro esquerdo. Aqui ele pode utilizar engajamento
múltiplo, realizando primeiro um disparo no perigo mais próximo e, depois, dois
disparos no segundo que está mais distante, retornando para avaliar a necessidade
de atingir o primeiro perigo novamente. Assim sendo, adentra ao setor centro
esquerdo e fecha a distância sob o primeiro perigo disparando no segundo sem
abandonar seu setor onde está o primeiro perigo.
Figura 23
Fonte: Autor
5.4.3 Deslocamento
fim de iniciar uma nova entrada. No entanto, um operacional não precisa ir até o final
ocupando um canto da parede para se certificar que ele está limpo, se consegue vê-
lo.
Da mesma forma, se um operacional varreu um canto, não se faz necessário
que outro oficial realize novamente o mesmo procedimento ou que ocupe o canto no
mesmo lugar. Isto porque os policiais que realizaram as varreduras dos cantos
podem ser ultrapassados por outros oficiais que já se direcionam para a próxima
porta.
Depois de varrer o cômodo, é necessário realizar buscas embaixo de camas e
em armários, sempre com apoio de outro policial. É o que explica Hartman
(2005,p.34, tradução nossa), sobre a desnecessidade de ocupar um local varrido:
Princípio # 1: Você pode limpar um ótimo lugar sem ocupar.
Imagine que um operador é encarregado de limpar um campo de futebol em
plena luz do dia.
Sem lugar para ameaças ocultas, ele não precisa colocar o pé no campo.
Neste caso, um padrão de busca visual simples e ordenado faz o truque.
Um exemplo mais prático é um box de vidro em uma residência. Aqui, uma
barreira física evita a ocupação espacial (a menos que seja aberta), mas
não impede a limpeza visual. Conceito simples, certo? Ao operar em um
tempo metódico deliberado, a maior parte do esforço de compensação deve
ser realizada antes de entrar em uma determinada sala.
Princípio # 4: Você pode ultrapassar a ocupação míope.
[...]
Então eu faço outra pergunta: em um intervalo de 1 a 5 metros, quanto
tempo demora para limpar um canto vazio? Um segundo? Dois segundos?
Bem, certamente depende da iluminação, das obstruções e do tempo. Mas
os instrutores ainda acham estudantes se movendo deliberadamente ou
dinamicamente, agindo como se sua arma fosse a âncora e seu canto fosse
o fundo do oceano.
Este ato de cavar os cantos prova que você pode ter feito excessivamente
uma coisa correta.
A cabeça e os olhos estão alinhados com a arma? Sim. O operador está se
movendo suavemente com uma boa plataforma segura?
Certamente. Parecem legais? Sem dúvida. Mas, seja dinâmico ou
deliberado, o operador deve quebrar sua fixação míope de uma área já
limpa e atravessar a área com sua arma, dependente da estrutura,
esquerda ou direita.
A parte linda é que, se praticado, não precisa se deslocar do eixo de avanço
para realizar isso.
Operadoras experientes avaliam ameaças vivas em segundos e atuam.
Espaços vazios podem ser feitos em frações ainda menores. Não fale com
um baldo preso vazio na cabeça: "ainda está vazio ... ainda está vazio ...
ainda está vazio..."
(2005, p. 34)
79
Figura 24
Fonte: Autor
Figura 25
Fonte: Autor
Figura 26
Fonte: Autor
5.4.4 Contato
fim de criar uma cobertura por meio de fogo, efetuando disparos em movimento e,
possibilitando, assim, progressão ou retração em busca de abrigo.
Sublinha-se que estar no interior de um cômodo é diferente de estar na porta.
Antes de passar o batente é possível se proteger rapidamente dos disparos, o que
não acontece quando já se está no interior do cômodo, pois, aqui, o policial foi
surpreendido por disparos e está sem abrigo. Deve-se lembrar também que virar as
costas e sair correndo será a pior opção, já que buscar abrigo sem ocupar o suspeito
com disparos é deixar a iniciativa totalmente com o agressor, é inadmissível.
Situações, como as expostas acima, por ocorrerem em distâncias próximas e
num curto espaço de tempo, exigem que o policial esteja treinado para efetuar
disparos em movimento, de modo a provocar uma cobertura por meio de fogo. Este
procedimento irá ocupar o suspeito com os disparos, e na sequência, seja
avançando ou recuando, ao mesmo tempo em que se efetua disparos sob o perigo,
ocorrerá a busca para se alcançar algum abrigo.
No entanto, o POP – Progressão, transposição de obstáculos, entrada em
ambientes fechados e varreduras – nº 5.13.00. 2014, apresenta a seguinte situação
em seu item 5, sobre as ações corretivas: “5. Se durante a entrada no ambiente, for
surpreendido por disparos de arma de fogo, se possível, decidir pelo recuo e
posicionamento abrigado; e após, revidar ate que seja cessada a agressão.
(PMESP, 2014, p. 21, grifo nosso)”.
E se não for possível recuar? Recuar é difícil, mas possível. Inadmissível é
recuar passivamente sob fogo do marginal, sem treinamento de tiro em movimento,
como forma de provocar uma cobertura de fogo, com o objetivo de se proteger até
alcançar um abrigo. O treinamento que o policial recebe hoje na instituição contra
esse possível fato não é o Método Giraldi®, uma vez que esse não contempla um
dos princípios do tiro, o tiro em movimento – seja avançando ou recuando.
O POP prescreve como solução recuar mas, como será esse recuo? Sem
disparos?! Já que o policial não treina tiro em movimento, que é um princípio básico
de CQB. O próprio fundamento da entrada ocorre quando não se é mais possível
utilizar a varredura, a fim de inspecionar os cantos faltantes. Portanto, sempre
existirá risco de confronto repentino dentro do cômodo, por mais que tenha sido
realizada varredura externa.
Resta a seguinte solução: ou se acrescenta ao Método Giraldi ® o treinamento
de tiro em movimento, seja recuando ou seja avançando; ou se proíbe que policiais
82
5.4.5 Domínio
O elemento surpresa pode ser obtido por diversos meios, geralmente previsto
no planejamento da operação. Por exemplo, realizar a entrada em horários ou por
locais improváveis.
A operação Chavín de Huantar, já explicada anteriormente, ocorrida no Peru
em 1997, é um exemplo clássico do fator surpresa, quando comandos peruanos
surpreenderam os terroristas que estavam jogando futebol ao explodirem o piso
utilizado para o jogo, matando imediatamente três terroristas e ferindo outros cinco.
Justamente por isso, cita-se a "regra dos 12 segundos", segundo a qual
decorridos 12 segundos de plotada uma operação, perde-se o fator surpresa – o que
motiva mudança de entrada dinâmica para coberta. A regra de 12 segundos foi
estabelecida pelo Departamento de Polícia de Springfield, com base em
observações feitas durante mais de 1.000 mandados de busca realizados por
entradas dinâmicas. (ANDERSON, 2002)
Nessa mesmo ponto de vista, Heal (2001, p. 22, tradução nossa) explica a
regra específica para o domínio da fortaleza em recuperação de reféns, chamada de
85
"regra dos 60 segundos", que são contados desde o momento em que a operação é
descoberta pelo tomador e não a partir do seu início. A regra surgiu por meio de uma
pesquisa, em outubro de 1986, e inicialmente era considerada rígida. No entanto, a
mesma pesquisa se encerrou em 1989, não sendo conclusiva. Hoje a regra dos 60
segundos é aceita como um padrão de recomendação apenas.
2) Velocidade: envolve a velocidade de dominação de uma edificação.
Segundo Nesbit (2007, p. 104), a velocidade funciona como catalisador da
surpresa, de maneira a dominar a edificação antes que os suspeitos e os reféns
entendam o que está ocorrendo. Vale aqui citar uma das lições de Sun-Tzu (VI a.C.):
“Se a velocidade é a essência da guerra, então tire vantagem do despreparo do
inimigo; viaje por rotas inesperadas e derrote-o onde ele não tomou nenhuma
precaução."
Nesbit (2007, p.104, tradução nossa, grifo nosso) explica, ainda, a diferença
entre velocidade e rapidez, esta relaciona-se com movimento e varredura, aquela
com domínio eficiente da edificação:
[...] o termo velocidade geralmente é confundido com a rapidez com que um
operador ou uma equipe se movem. Você só pode mover-se o mais rápido
possível para disparar com precisão ou o mais rápido possível para
processar informações. Não seria bom correr de um lado a outro, se você
não puder engajar seus alvos com precisão. Seria a falha da missão se
mover tão rapidamente para uma sala que você não possa reconhecer ou
distinguir um alvo não "atirável" e matar o refém.
A velocidade é muitas vezes referida como uma pressa cuidadosa, mas
cada indivíduo ou equipe terá sua própria velocidade. Essa velocidade deve
ser aquela em que o indivíduo ou equipe processe adequadamente as
informações e evite erros que consomem tempo.
Quando pensamos em velocidade como princípio, considere isso em
termos de quanto tempo levaremos para dominar uma estrutura ou a
como se mover de forma rápida e eficiente para nossos pontos de
dominação.
Durante anos, operadores ensinaram que uma área pode ser avaliada
rapidamente com a olhada turca ou olhada rápida. Mas vamos nos
perguntar:
O que realmente ganhamos? O que perdemos? Bem, por um lado, nós
pegamos a informação após arriscarmos as nossas cabeças. Não se pode
assumir que nosso adversário permanecerá estático quando o virmos. É
ainda menos provável que ele fique parado se ele nos ver fazendo a olhada.
Muitas vezes, a espiada é realizada com a intenção predeterminada de
puxar a cabeça e a arma de volta. Quão inútil é uma técnica que nos priva
da capacidade de disparar se uma ameaça legítima se apresentar?
5.7.1 Entrada
Entretanto, quando dizemos que a entrada é o primeiro ato, seguido pela varredura,
parte desta já se inicia antes de se passar o batente, quando o policial ingressa no
cone da morte para realizar a concepção do perigo. Nesse momento são engajados
os 50% do centro, protegidos dos perigos dos cantos pelos batentes.
Cabe aqui uma observação. Anteriormente, falou-se da diferença entre
velocidade – enquanto principio que se relaciona ao domínio da fortaleza – e rapidez
– que se relaciona com movimento e varredura. A rapidez com que se executam os
movimentos e varreduras se afiguram como um fator crítico ao processar informação
recebida, interferindo significativamente no tempo de reação dos operacionais,
conforme explica Clark (2011, p.50, tradução nossa):
Tempo de reação e precisão
Esta área deve ser discutida como parte da visão geral da entrada dinâmica
versus controlada. O tempo de reação envolve três componentes: seus
olhos, seu cérebro e a reação física ao estímulo.
Quando você está se movendo rápido (dinamicamente), você entra em
problemas ao não ver o que realmente está ocorrendo.
Você pode ver alguma coisa, mas terá dificuldade em determinar o que
realmente é. Sem entrar em uma longa dissertação sobre o assunto,
rapidamente aumentam-se as probabilidades de erros.
...
A tomada de decisões táticas é baseada na lei, política, ética e treinamento.
As prioridades de vida sempre devem ser levadas em consideração. Além
disso, a pesquisa científica por entidades como o Force Science Research
Institute deve ser levada em consideração sobre o que os policiais são e
não são capazes de fazer na área do tempo de reação.
Ou seja, em uma escala de 24 horas, pelo menos 6 horas líquidas devem ser
destinadas a treinamento, em escala de 12 horas, pelo menos 3 horas.
91
5.7.3 Deslocamento
5.7.4 Contato
5.7.5 Domínio
especial a realizada por terceiros, no caso o Grupo Tático, justamente por isso o
Comandante do Incidente, na posição de garantidor, podendo, deverá evitar dois
fatos: a exposição continuada ao risco da violência ou da grave ameaça e, no caso
de progressão criminosa para o homicídio, o resultado morte.
Lado outro, a conduta do tomador em incidentes de pseudo-refens é uma
situação mais grave, pois nos momentos iniciais ela oculta as reais intenções do
tomador, que possui dolo dirigido à pratica do homicídio, animus necandi, mas que
ainda não o praticou por algum motivo. São circunstâncias e atos preparatórios que
serão revelados durante a ocorrência, na fase de negociaões, sendo muitas vezes
percebidos sutilmente somente pelos mais perspicazes negociadores. Observa-se
porém, que mesmo enquanto não percebida pelo negociadores, a vontade
inequívoca do tomador em praticar o homicídio, a grave ameaça por meio de arma
de fogo, é atual e injusta, logo desafiando ser repelida por meio letal, inclusive.
Os negociadores devem estar atentos a respeito das circunstâncias objetivas
que configuram o animus necandi, dolo de matar, com extrema clareza de
raciocínico e de detalhes são válidas as explicações de César Danilo Ribeiro de
Novais (2011), Promotor de Justiça, citando Nelson Hungria e ainda o texto de
Oliveira, O Delito de Matar:
Questão tormentosa no processo criminal, cujo objeto é o crime de
homicídio, na sua forma tentada ou consumada, é a demonstração da
vontade assassina, já que, ao tempo do crime, era ela albergada pelo
claustro psíquico do agente.
Avulta, então, esta importante indagação: como constatar o dolo de matar?
Responde Nelson Hungria: "trata-se de um factum internum, e desde que
não é possível pesquisá-lo no ''foro íntimo'' do agente, tem-se de inferi-lo
dos elementos e circunstâncias do fato externo. O sentido da ação (ou
omissão) é, na grande maioria dos casos, inequívoco. Quando o evento
morte está em íntima conexão com os meios empregados, de modo que ao
espírito do agente não podia deixar de apresentar-se como resultado
necessário, ou ordinário, da ação criminosa, seria inútil, como diz
Impallomeni, alegar-se que não houve animus occidendi: o fato atestará
sempre, inflexivelmente, que o acusado, a não ser que se trate de um louco,
agiu sabendo que o evento letal seria a conseqüência da sua ação e,
portanto, quis matar. É sobre pressuposto de fato, em qualquer caso, que há
de assentar o processo lógico pelo qual se deduz o dolo distintivo do
homicídio" (HUNGRIA, Nelson. Comentários ao Código Penal. Vol. V. Rio de
Janeiro: Forense, 1958).
Resposta semelhante é apresentada por Olavo Oliveira: "a vontade de
matar, fenômeno interno, deve ser evidenciado pelos atos externos que o
corporificam: a maneira da execução do fato, os motivos do crime, os
instrumentos empregados, o número e a direção dos golpes vibrados, a
distância entre o ofensor e a vítima, as relações existentes entre os dois, a
importância das lesões causadas, a vida pregressa do réu, o seu posterior
procedimento e a diagnose da sua personalidade" (OLIVEIRA. O Delito de
Matar. São Paulo: Saraiva, 1962).
97
Nesse sentido andou bem Rogério Sanches ( 2015, p. 335) em citar a Teoria
Objetivo-Individual de Zafaroni e na sequência a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça, merecendo a transcrição:
Teoria objetivo-individual
Preconizada por Eugênio Raúl Zaffaroni, entende como atos executórios
aqueles que, de acordo com o plano do agente, realizam-se no período
imediatamente anterior ao começo da execução típica. Trata-se de um
ajuste buscando complementar o critério objetivo-formal.
"De acordo com este critério, para estabelecer a diferença leva-se em conta
o plano concreto do autor (daí a razão do 'individual'), não se podendo
distinguir entre ato executório e preparatório sem a consideração do plano
concreto do autor, o que nos parece mais acerrado".
O fato de JOÃO escalar o muro é ato anterior à subtração, porém
inequívoco na demonstração da sua intenção criminosa, autorizando, a
partir desse instante, a sua punição.
Esta é a teoria adotada pela doutrina moderna, reconhecida, inclusive, pelo
STJ :
"FURTO QUALIFICADO PELO CONCURSO DE A GENTES.
Uso de barra de ferro para ingresso em residência de terceiro com "animus
furandi". Não consumação do ingresso por interferência de terceiros. Atos
que se caracterizam como início de execução. Recurso conhecido e
236
provido. " .
Note-se que, no exemplo decidido pelo tribunal, a adoção da teoria objetivo-
formal conduziria à atipicidade da conduta, uma vez que, embora o ingresso
no domicílio alheio tivesse por intenção o furto, o núcleo do tipo penal ainda
não havia sido praticado (restaria a possibilidade de punir o agente somente
pelo crime de invasão de domicílio - art. 1 50, CP) .
98
Por fim, o risco insuportável surge com o início da conduta núcleo do tipo, no
caso o verbo matar. Aguardar a realização da conduta de matar, para se então
autorizar uma intervenção, e após isso, esperar o surgimento de uma janela de
oportunidade é correr riscos insuportáveis para salvar o refém e para o sucesso da
operação. Nestas situações além do perigo atual, o dano é iminente.
Em situações como essas, de risco insuportavel, não há quase nada a se
fazer taticamente com segurança, pois não existe tempo para surgir a oportunidade
99
ou a janela de oportunidade, hava vista a iminência do dano. Por isso a ideia de que
somente seja possível autorizar uma intervenção de incapacitação, quando,
ingressa-se pelo menos na tentativa, por exemplo, quando o suspeito aciona o
gatilho da arma e apontada para a cabeça da vítima é teratológico.
Portanto a teoria adotado pelo Codigo Penal Objetivo Formal, que exige a
realização do verbo núcleo, pode ser utilizada com o vies garantista, a fim de evitar
uma punição, mas de longe pode ser utilizada para ditar o momento de agressão
iminente, a fim de se salvar à vida dos reféns. Portanto, afigura-se descabido o
pensamento doutrinário que exigue grau de tentativa para configuração da iminência
da agressão, porque dificulta o salvamento dos reféns.
Nesse sentido OLIVÉ, PAZ, OLIVEIRA e BRITO (2011, p.402)
"O caráter atual ou iminente da agressão exige que se determine o
momento no qual dita agressão começa e termina, para os fins de legítima
defesa. Quanto ao momento do começo, uma parte da doutrina exige a
realização do delito em grau de tentativa. Entretanto, esta posição exclui
determinadas condutas, como alguns atos preparatórios que evidenciam
uma tentativa iminente, ou as hipóteses de não serem consideradas como
parte de uma autêntica agressão, dificultar-se-ia enormemente as
possibilidades de defesa (conforme Roxin) . Por este motivo, deve-se
incorporar a fase final dos atos preparatórios, mas não os momentos
144
anteriores, nem a tentativa inidônea" . (apud SANCHES, 2015, p.259)
Ou seja, este autor, entende que a régua para se aferir a iminência do animus
necandi seja pelo menos a teoria objetivo-individual de Zafaroni. Diagnósticado
altissimo risco, com o primeiro ato idôneo e inequívoco dirigido à pratica homicida,
segundo esta teoria, a policia podendo deve agir, não somente porque tem a
capacidade de sucesso, mas porque a ação é objetivamente necessária para salvar
o refém, sob pena de enveredar-se no risco insuportavel.
Em resumo, a diferenciação é importantíssima, uma vez que num incidente de
refém (cárcere privado), o sujeito usa o refém como alavanca para alcançar suas
demandas, existindo barganha; lado outro, num incidente de pseudo-refém
(homicídio em curso), o sujeito dirige seu agressão contra a vítima ou contra si. A
consequência disso é a existencia de riscos diferentes.
Superada essa diferenciação, utilizaremos o apenas o termo refém de forma
genérica abarcando o conceito de pseudo-refem.
Seja como for, interessante notar que o objetivo smart se foca, no sentido da
mobilização de recursos, para salvar o refém, o que faz com que a incapacitação do
tomador seja apenas um meio para se atingir esse objetivo, e não um fim em si.
100
6.1.1 Planejamento
A Política de Modelo para situações com reféns da IACP (2007, p.1, tradução
nossa, grifo nosso) estabelece como estratégia a possibilidade de uso de força letal,
seguindo a sua "Prioridade de Segurança" - reféns, inocente, policial e tomador:
ESTRATÉGIA DE RESOLUÇÃO
Esta agência deve agir diretamente e inclusive usar a força letal para
garantir a libertação segura de um refém enfrentando um perigo letal ou a
comissão dessa classe de infração segundo o estatuto que justifica o uso de
força letal para prevenir ou parar.
O progresso positivo deve ser definido como os desenvolvimentos que
aumentam a probabilidade de libertação segura dos reféns, em
oposição à mera passagem do tempo.
Embora seja verdade que a passagem do tempo possa aumentar a
oportunidade para tais desenvolvimentos, também é verdade que uma
oportunidade de resgate viável apresentada e ignorada pode ser perdida
para sempre.
Figura 27
Mascarenhas (2002, p. 134) citando dados do FBI assevera estimar que 87%
dos incidentes com reféns são resolvidos por meio do processo de negociação.
Entretanto Heal (2001, p.20) traz observação relevante sobre esses números a qual
concordo, que, "embora não exista um estudo conhecido que valide esse quadro,
praticamente todos os especialistas em assuntos na comunidade de SWAT não
contestariam que a grande maioria das operações de recuperação de reféns são
resolvidas sem uma intervenção tática".
Na negociação real busca-se a resolução pelo convencimento do negociador,
mas também envolve papel tático de extrema relevância. Um exemplo disso é o
prolongamento do tempo, a fim de que a equipe se prepare para uma entrada tática,
como também coleta de dados de forma precisa, identificação de alvo e avaliações
de ameaças, hábitos de exposição do tomador, informações essas que na maioria
das vezes somente são conseguidas pelo elemento negociador.
Heal (2001, p. 20) explica com excelente poder de síntese que "recusar-se a
negociar torna-se não apenas irracional, mas indefensável. Irracional porque sem
informações e dilação de tempo diminuem as possibilidades de sucesso da
intervenção letal, indefensável porque essa diminuição de eficiência preparatória
para a intervenção letal será cobrada judicialmente.”
Heal (2001, p.20) também lembra que há muitos anos surgiu uma escola de
pensamento que sugeria que as negociações deviam persistir até que ocorresse o
fracasso incontestável, quando existisse risco insuportável para o refém. Isso faz
lembrar o que denomino de "síndrome do fio elástico", a qual acomete as
autoridades com poder de decisão. Certa vez, um antigo Comandante relatou que as
ocorrências com reféns são iguais a um fio elástico – as autoridades querem que
você estique, prorrogue as negociações, estique, estique mais o fio elástico. Aí, na
hora em que a situação está insuportável, na hora em que o fio está prestes a
arrebentar e o dano iminente, quando não há mais nada taticamente seguro a ser
feito, querem que você intervenha em meio ao caos, entre e salve o refém. Como
explica Heal criticando-os (2001, p. 20, tradução nossa): “para os defensores dessa
corrente as palavras nunca machucaram ou mataram ninguém".
104
Fonte: Heal (2001, p.20). A figura ilustra a parceria igualitária compartilhada pela negociação e pelos componentes
táticos. Porque a oportunidade e não o tempo é a influência controladora, qualquer opção viável pode ser explorado por
negociadores ou membros da equipe tática para alcançar o sucesso. Como um fio elétrico de “par trançado”, eles não
são apenas ambos orientados na mesma direção, mas entrelaçado e inseparáveis.
107
Heal (2001, p. 21) explica que as crises, assim como suas decisões
decorrentes, são sensíveis ao tempo. O ciclo OODA e o P se retroalimentam a todo
instante, o que obriga o Comandante do Incidente a estar atento para não tomar
decisões atrasadas, aquelas que empenham valiosos recursos, mas que não surtem
efeito porque inoportunas, já que o cenário é dinâmico.
Por isso mesmo, a falta de ação permitirá apenas que o incidente evolua.
Incidentes com reféns são qualificados pelo risco – portanto crises –, que se
caracterizam pelo conflito de interesse entre o tomador e o comandante, devendo
aquele ser subjugado e preso. Nesse sentido, frente a uma competição pela disputa
do tempo entre o tomador e o comandante, nada a fazer significa dar ao suspeito a
possibilidade de utilizar o tempo a seu favor. Ou seja, o tempo que a polícia não
utiliza ao seu favor é utilizado pelo tomador.
Logo, essa utilização do tempo disputado chamamos de "ter a iniciativa" no
ciclo OODA, saindo-se de uma postura reativa em direção a uma proativa. Ter a
iniciativa garante uma posição de vantagem no ciclo decisório consubstanciada na
vantagem de se aproveitar as oportunidades que surgirem. Pode-se afirmar que é
esse o cenário mais seguro para se levar a cabo uma intervenção letal e, por isso, é
necessário desafiar a iniciativa das ações em todas as alternativas táticas.
Oportunidades aparecerão aleatoriamente, de forma fugaz e é imperdoável deixar
que sejam perdidas no tempo, pois nunca mais voltam.
Nesse sentido "a síndrome do fio elástico" faz todo o sentido, uma vez que
quando o risco estiver insuportável, ou seja, quando o tomador já praticou vários
atos de execução, mas ainda sem atingir o resultado, chega-se a autorização para a
intervenção letal. Nesse caso, quando as autoridades deixaram o risco se tornar
insuportável e agora o dano é iminente, estaremos reativos a uma ação, pois o
tempo foi utilizado pelo marginal. Prova disso é quando o tomador já praticou atos
de execução e já tangência a produção do resultado de matar os reféns e, as
autoridades, antes descrentes, resolvem agora autorizar a intervenção a qualquer
custo. Qual é o espaço de tempo entre o período que medeia a autorização e a
produção do resultado homicida? Nenhuma! Portanto, nenhuma oportunidade será
utilizada pela polícia, porque não lhe foi autorizado o uso do tempo a seu favor e,
108
6.1.2 Ensaio.
O uso das entradas táticas é algo complexo e que deve ser ensaiado, a fim de
detectar falhas no processo do planejamento e do plano. Por isso, devem ser
utilizados, nesses ensaios, equipamentos, armas, rádios, colete, etc, que serão
utilizados na operação real.
Heal (2012, p. 89) recomenda que, pelo menos uma vez, ocorra um ensaio
em tempo real, com a imprescindível planta da edificação, a fim de verificar como a
equipe flui e quais são os pontos de gargalo e de confusão que possam atrasar o
domínio da fortaleza. A aferição do tempo de domínio é fundamental no processo de
ensaio e deve ser recomendada a regra dos 60 segundos, explicada anteriormente.
109
6.1.3 Movimento
6.1.4 Assalto
Em meio ao caos, todos são suspeitos, logo necessário passar todos pela
área de processamento de reféns, todos devem passar por busca pessoal e
atendimento médico. A busca pessoal visa localizar materiais perigosos em poder
dos reféns que podem ter se apoderado em decorrência da síndrome de Estocolmo.
Deve ser previsto o acesso à área de processamento por médicos e enfermeiros, a
fim de tratar pessoas com necessidades especiais ou que estejam com dificuldade
de locomoção.
Nesse contexto que surge a possibilidade tática de emprego das técnicas não letais
como forma de diminuir a letalidade das ações, advirta-se porém, que mesmo as
mais eficazes apresentam falhas de 5% à 30%, não sendo aptas para fazerem
cessar de imediato a capacidade de reação de um agressor quando uma operação
exigir essa qualidade, conforme explica Heal (2015, p.32) indicando um dos mais
abrangentes estudos que demonstram que as opções não letais não são
incapacitantes: "Less Lethal Weapon Effectiveness, Use of Force, and Suspect &
Officer Injuries: A Five-Year Analysis", de Mesloh, Henych e Wolf, DoJ, Universidade
da Costa do Golfo da Flórida.
Segundo o Modelo de Política para Situações com Pessoas Embarricadas a
IACP (2007, p.1, tradução nossa, grifo nosso), os define como:
Suspeito Embarricado: um suspeito de crime que tomou posição em um
local físico, na maioria das vezes uma estrutura ou veículo, que não permite
o acesso imediato da polícia, seja fortificado ou não, e que se recusa as
ordens policiais para sair. Um suspeito embarricado pode estar armado, de
forma confirmada, ter a intenção de se armar, ter acesso a armas no local
ou não ser possível definir sua posse ou não de arma.
Pessoa Embarricada: Uma pessoa que não é suspeita de cometer um
crime, mas é o foco de um esforço legítimo de intervenção da polícia -
envolvendo muitas vezes ameaças de suicídio ou doença mental - que
tomou posição em um local físico, na maioria das vezes uma estrutura ou
veículo, não permitindo o acesso imediato à polícia, seja fortificado ou não,
e que se recusa às ordens da polícia para sair. Uma pessoa embarricada
pode estar armada de forma confirmada, ter a intenção de se armar, ter
acesso a armas no local ou não ser possível definir sua posse ou não de
arma.
6.2.1 Planejamento
1) Negociação;
2) Táticas Não Letais;
3) Tiro de Comprometimento;
4) Entradas Tática.
Dessa forma, será utilizada a alternativa Táticas Não Letais, a serem
executadas pela equipe tática. Verifica-se não ser o caso de usar a quarta alternativa
tática, que é vocacionada para outros objetivos smart. Esta atingida por meio da
incapacitação do suspeito, aquela pela debilitação.
A finalidade do objetivo smart, no caso, é prender o marginal utilizando TTP
não letais, que é diferente de dizer: utilizamos o elemento Assalto, o Time Tático, etc.
Prefere-se afirmar que utilizou-se das Táticas Não Letais executadas pela equipe
tática, mas utilizando-se a técnica da entrada coberta por concepção imediata do
perigo.
Nesse sentido, a equipe tática será serva das TTP Não Letais, todavia, caso
exista uma ameaça letal contra os policiais, estes poderão se defender de forma
proporcional – com uso de força letal –, incapacitando a injusta agressão.
A melhor opção em incidentes com suspeitos embarricados é fazer com que
esses saiam do local pela persuasão, ou seja, por meio da alternativa tática
Negociação. É imprescindível tentar a negociação como forma de obter informações
que dificilmente seriam obtidas por outros meios, e são válidas as mesmas
observações dessas vantagens, que foram apontadas em incidentes com reféns.
Entretanto, isso nem sempre ocorre, o que obrigaria o agente a passar para a
segunda alternativa tática, que também prevê como melhor possibilidade a retirada
do suspeito do local, ainda que se utilizando de alternativas não letais.
Isso tem um motivo, o suspeito geralmente conhece o local, possuindo
vantagem em conhecer os pontos da edificação, e pode colocar armadilhas,
bloquear portas, abrigar-se para disparar contra a polícia, etc. Ou seja, parece que a
vantagem é da "caça, não do caçador" e, por essa razão, o Comandante do
Incidente deve ser cauteloso para não empurrar a equipe para o confronto de forma
desnecessária, conforme alerta Howe (2010, p. 18, tradução nossa):
O problema que vejo é que muitas agências estão usando técnicas de
entrada quando elas não são necessárias e vidas inocentes não estão
sendo levadas em consideração. Jovens oficiais, que estão prontos para a
luta, devem aprender a canalizar sua agressão e empurrar a luta durante as
situações de atiradores ativos/reféns e não serem automaticamente
118
Neste ponto, é importante reforçar que utilizar as táticas não letais com
técnicas de entradas cobertas, a fim de prender um suspeito, buscando-se em seu
castelo, deve ser a última das opções, em conformidade com Sherman (2012, p. 82,
tradução nossa) que diz: "para situações de barricadas, a entrada só deve ser feita
quando prudente, depois de todas as outras opções táticas terem sido esgotadas".
Como discutido anteriormente, a polícia não controla um incidente com
reféns, pois, do contrário, seria apenas mandar o suspeito libertá-los e se entregar. A
falta de controle também permeia incidentes envolvendo suspeitos embarricados.
Contudo, é importante esclarecer que, apesar de a polícia não controlar as ações do
suspeito, pode muito bem controlar o seu terreno, seu ambiente e, portanto, suas
opções. A essas ações chamamos de técnicas e procedimentos de negação de
espaço.
Essa é a ideia do uso do gás CS ou OC, a fim de impedir que fiquem
enclausurados e, em consequência, saiam e sejam apreendidos. Mesmo assim, no
entanto, pode ocorrer de permanecer no local abrigado, momento em que terá que
ocorrer sua prisão por meio de um entrada coberta.
As TTP Não Letais para resolução de suspeitos embarricados se baseiam nas
seguintes técnicas e procedimentos de negação de espaço:
1) Gás CS ou OC:
O uso do gás é recomendado pela IACP em seu Modelo de Política. O
famoso estudo9 de 1967, realizado pelo Departamento do Exército – Edgewood
Arsenal – estabelecia cálculos e índices sobre o ICt50 e LCt50, (concentração de
incapacitação e concentração letal respectivamente). Todavia, tais medições
deixaram de ser utilizadas pela duas maiores associações de polícia americana,
acompanhadas pelas maiores empresas fabricantes. É o que explica Whitson (2005,
p 48, tradução nossa, grifo nosso) em seu trabalho de revisão que recomenda a não
utilização desse índices ou cálculos:
O Curso de Instrutor Less-Lethal da NTOA oferece formação e experiência
aos policiais em opções menos letais, incluindo agentes químicos. Em 2002,
o NTOA removeu do curso de instrutores de agente químico a seção
sobre os cálculos de concentração referidos como ICt50 e LCt50.
9
Department of the Army Edgewood Arsenal. Edgewood, Maryland. Edgewood Arsenal
Special Publication EASP 600- 1. Characteristics of Riot Control Agent CS, October 1967 (AD661319).
119
...
O conceito foi adaptado de um estudo realizado pelo Arsenal de Edgewood
do Exército. O estudo foi conduzido para determinar os efeitos de CS e CN
em seres humanos. Este relatório foi citado como o ponto de referência para
determinar os níveis de CS e CN para concentrações de segurança. Em
1993, a IACP publicou uma recomendação sobre os cálculos e
declarou sua preocupação de que "a fórmula matemática para
determinar quanto agente químico deve ser introduzido em uma
posição de barricada está desatualizada. Além disso, nos anos desde
que esse documento foi preparado, muitas novas tecnologias foram
desenvolvidas, incluindo projéteis, granadas e sistemas de entrega de gás
lacrimogêneo.(Police Chemical Agents Manual).
A IACP concluiu, assessorando a polícia, para interromper o uso de
informações do manual como padrões.
Ao mesmo tempo a NTOA declarou o uso das fórmulas de concentração,
citando as discrepâncias da metodologia e os valores comparativos, como
inconsistentes neste modelo.
[...]
Os principais fabricantes de CS concordam.
Durante anos, eles incluíram as fórmulas em seu material de treinamento,
mas nenhum dos fabricantes com quem falei concluiu que as fórmulas ICt50
são válidas. Eles reconhecem que confiar nessas fórmulas ICt50 pode e,
eventualmente, criará um efeito negativo durante um litígio. Baseando-se
nestas fórmulas, ao mesmo tempo que se reconhece sua irrelevância,
demonstrará a incapacidade da nossa atividade em adotar padrões
razoáveis para implantação de agentes químicos. Portanto, em uma
parceria com a NTOA, os seguintes fabricantes concordaram em
interromper o padrão de implantação pelo qual as fórmulas ICt50 são
usadas no ensino e nas considerações de emprego:
Combined Tactical Systems .... Don Brinton
ALS ...................................... Mike Aultman
M / K Balística ............................ Mike Keith
Defense Tech / Fed Labs ........ Michael Finley
Conclusão
O modelo de decisão padrão para implantação de CS em um local
estruturado deve ser medido pela necessidade e quantidade de força
razoável para incapacitar a pessoa. Como padrão geral ou orientação, pode-
se defender os níveis de concentração com base em uma combinação
limitada de estudos clínicos, experiência prévia e senso comum.
Não deve haver confusão sobre o conceito de razoabilidade. A polícia
equilibra suas ações de uso de força contra esta premissa todos os dias. Os
níveis razoáveis para concentrações de CS dependem das circunstâncias e
nenhuma fórmula irá satisfazer os requisitos para cada incidente.
3) Cães:
Técnica recomendada pelo Modelo de Política da IACP, podendo ser utilizada
com guia curta ou longa. Observa-se que deve ser utilizado após a debilitação do
suspeito por meio de gás, uma vez que, ao utilizar o cão, existe o risco do animal
sofrer agressão pelo suspeito.
4) Escudos: Unânime a utilização por equipes que executam TTP Não Letais
em incidentes de suspeitos embarricados, é a premissa: segurança acima de tudo.
5) Princípios: velocidade, surpresa ação de choque:
Conforme comentou-se nos capítulos anteriores, esse três princípios são
muito desejáveis em qualquer operação. Falou-se também que a principal diferença
da técnica de entrada dinâmica é a necessidade de velocidade e de rapidez, o que
provocam, primeiramente, a entrada e depois a varredura, aumentando-se o risco.
Porém, este método é aceito porque a vida dos reféns está em perigo.
No caso de suspeitos embarricados, a ordem de prioridade é composta pelo
policial e marginal. A vida de qualquer policial, neste tipo de evento, é mais
importante do que a de um criminoso embarricado esperando emboscar um agente.
Ressalta-se, segurança está acima de tudo, e os riscos serão aceitáveis por meio de
técnicas que os minimizem. Nessa perspectiva, deve-se buscar varrer o cômodo
antes de entrar, e aqui encaixa-se perfeitamente a técnica de entrada coberta, com
uso de espelho e de escudos, de forma lenta e metódica.
Percebe-se, desse modo, que não teremos o elemento velocidade ao nosso
lado, e essa perda deve ser compensada pelos outros princípios – fator surpresa e
ação de choque. A alternativa consistirá em torno de táticas não letais, com uso da
técnica entrada coberta, utilizando espelhos e escudos obrigatoriamente. Além disso,
o fator surpresa será capitalizado por uma ação de choque mais robusta ao se
utilizar gás, carga explosiva ou luz&som, de forma a torná-lo enfraquecido
favorecendo o sucesso do emprego do cão e, na sequência, a entrada da equipe.
Ocorrerá também o emprego simultâneo de técnicas break and rake (brechas
secundária) e entradas múltiplas do tipo enxame, de forma que a atenção do
suspeito será dividida, ocupada e congestionada por meio de diversos estímulos e
frentes de ataques, fazendo-o ficar confuso. Em consequência disso, a perda da
velocidade e a vantagem do suspeito em conhecer o local será superada por meio
de um plano que contenha elementos e características que robusteçam o fator
surpresa e a ação de choque.
123
a ter visão do interior da casa. Aos poucos a porta dos fundo da cozinha é
arrombada – observa-se e depois avança-se. Mais uma vez o marginal é chamado
para negociar e nada acontece. Por outra entrada, uma outra equipe avança pela
sala e, assim, a fortaleza aos poucos vai sendo tomada, o gás sendo lançado,
entradas tipos brecha secundárias, enxame acontecendo, o cão lançado, cada vez
mais sendo negado movimento ao suspeito e dividindo a atenção devido às
múltiplas entradas.
Eldridge e Williams (2006, p. 26, tradução nossa) exemplificam:
Há momentos em que tal força e danos podem não ser necessários. Pode
haver outros casos em que pode ser muito perigoso ou a própria localização
pode não ser adequada.
No entanto, se você considerar usar essa tática, lembre-se sempre que o
tempo está do seu lado e mantenha seu planejamento simples.
6.2.2 Ensaio
6.2.3 Movimento
6.2.4 Assalto
Essa fase se inicia após frustrada a negociação, optando-se pelas táticas não
letais, uma vez que estas serão as responsáveis por causar o menor prejuízo ao
suspeito, que deve ser capturado. Observa-se que neste tipo de operação a opção
pelas Táticas Não Letais dão-se porque, em regra, operações de suspeitos
embarricados são compatíveis de serem resolvidas pela simples debilitação do
suspeito, exceto se este atacar terceiros de forma letal, o que abrirá espaço para sua
incapacitação.
Vale lembrar que ao se realizar os arrombamentos progressivos, as
negociações podem ser retomadas, mas, após a aplicação de gás CS, o assalto
deve se iniciar, a fim de evitar a exposição prolongada do suspeito ao agente
químico.
Por fim, deve ser dada especial atenção à equipe de assalto de emergência,
que pode ser necessária, sendo planejada por meio de um plano de resposta
emergencial e dimensionada para duas ameaças peculiares.
A primeira ameaça em questão é o Suicide By Cop (suicídio provocado por
policial), em que o suspeito provoca uma agressão contra a polícia esperando uma
reação letal, já que não possui coragem para levar em frente seu suicídio.
A segunda é a Barricaded Cop-Killer (homicidas de policiais embarricados)
conforme explica Bumbak (2017, p. 82), que envolve homicidas de policiais que se
embarricam. Neste caso, os suspeitos não objetivam o suicídio, mas estão dispostos
a enfrentar a força policial e matar o maior número de policiais. Mesmo que solitários
126
e frente a uma morte iminente, vão literalmente para o tudo ou nada, o que obriga as
equipes de assalto a estarem preparadas para uma ação como esta.
No terceiro capítulo foram explicadas as origens das TTP das entradas táticas
que, nos Estado Unidos, iniciaram-se no início do anos 60, com a criação das
SWATs. Devido às forças policiais norte-americanas, as SWATs direcionavam suas
táticas, técnicas e procedimentos contra o crime organizado, principalmente
incidentes com marginais embarricados.
Basicamente, utilizavam como técnicas de leitura e deslocamento as entradas
cobertas por áreas de responsabilidade – mais precisamente as entradas em gancho
(Buttonhook) e em cruz (Criss-cross), precursoras da Inundação pela Parede.
Em 1983, a SWAT de Los Angeles treinou com grupos contraterroristas, como
o SAS e a Força Delta, que utilizavam TTP voltados para resgate de reféns
chamadas de entrada dinâmica. A polícia carecia adquirir proficiência para o
atendimento de incidentes com reféns, uma vez que a cidade sediaria os Jogos
Olímpicos de 1984.
A SWAT de Los Angeles preencheu a lacuna que lhe faltava, no atendimento
de incidentes com reféns e esta técnica foi disseminada para muitos outros grupos
de SWAT. A TTP deixava uma premissa: se a entrada dinâmica é utilizada para
resgatar reféns, que são considerados os incidentes policiais mais complexos e
perigosos, logo serviria para todas os outros tipos de incidentes.
O terceiro capítulo foi encerrado em tom de preocupação, uma vez que muitos
grupos de SWAT abandonaram as TTP de entradas cobertas, distintas das do
127
Por sua vez, Clark (2011, p. 50, tradução nossa) explica as consequências do
abandono das tradicionais entradas cobertas e uso excessivo das entradas
dinâmicas:
Uma crença comum nas décadas de 1960, 1970 e até a década de 1980,
em muitos lugares, era que missões como execuções de garantias de alto
risco deveriam ser feitas com rapidez.
Pensava-se que, literalmente, correr para dentro e através de uma casa era
a melhor maneira de pegar o suspeito desprevenido, garantindo assim a
apreensão das provas procuradas, bem como levar com segurança os
perpetradores. Evidências empíricas e anedóticas mostraram o contrário.
Uma análise de quatro décadas de equipes de SWAT como relacionadas a
execuções de mandados de alto risco provou que as táticas de "crise" e
"dinâmicas" de alta velocidade resultam em maior incidência de lesões ou
morte para os oficiais que executam o mandado de busca, bem como para
os ocupantes do local da busca.
Nesse contexto no final dos anos 80 o GATE foi criado em meio a essa
mudança de pensamento de técnicas, se dinâmica, ou se coberta, se áreas de
responsabilidade, ou se concepção imediata do perigo.
128
com o nosso próprio povo. 268 F3d 1179. (10th Cir. 2001, tradução nossa,
grifo nosso)
6.3.1 Planejamento
and annouce e no-knock: a equipe vai entrando, sendo percebida no local. Por isso
mesmo é citada a regra dos 12 segundos - segundo a qual, decorridos 12 segundos
de plotada uma operação, perde-se o fator surpresa.
Seja como for, tanto na dinâmica como na coberta escalonada – ou seja, uma
entrada coberta mais rápida – a solução se divide em duas ações: se descalona a
velocidade (o que é dinâmica vira movimento coberto compensado e o que é
coberta fica mais lenta e compensada); e empregam-se granadas luz&som, a fim de
sobrecarregar todos os ocupantes do cômodo.
Descalonar (ou compensação coberta) não significa ser apenas menos veloz,
vai além disso, pressupõe utilizar princípios de entradas cobertas, tais como fatiar o
batente da porta e tomar ângulos. Porém, quando se vai realizar essa transição de
velocidade, a equipe deve estar muito sincronizada, tanto na entrada dinâmica
quanto na coberta, saber quando descalonar e os pontos de transição de velocidade
é muito importante, pois a missão pode ser comprometida por meio de operadores
desconexos, agindo em tempos diferentes de operação.
Rick Rector, Oficial do LASD, explica com muita propriedade:
Opção dinâmica - saber quando parar, uma vez que uma equipe decide
sobre a opção dinâmica, a coisa mais importante a saber sobre o
movimento de velocidade dinâmico é quando parar de usá-lo! Uma
equipe deve reconhecer os pontos de transição do movimento de
velocidade dinâmico para a velocidade secreta. Quando a equipe perdeu o
elemento de surpresa, quando eles esgotaram seus recursos e quando
perderam seu impulso, eles devem se mudar para um movimento de
velocidade coberta. Por exemplo, uma equipe pode encontrar vários
ocupantes em um local imediatamente após a entrada em um mandado de
busca. Encontrar essas pessoas com tanta rapidez fará com que a equipe
perca seu elemento surpresa e qualquer impulso, e fará com que seus
recursos se esgotem ao lidar com os numerosos ocupantes. Continuar
dinamicamente através da localização seria muito perigoso. (2011, p. 104,
tradução nossa, grifo nosso)
Por outro lado, essa mesma desorientação, ao cumprir um mandado no início do dia,
pode provocar uma resposta irracional de uma pessoa desorientada.
Muitas vezes não é o suspeito que é perigoso e, sim, a estrutura onde ele
está que é considerada de alto risco, tendo em vista possíveis obstáculos. Seja a
fortaleza perigosa ou o suspeito perigoso, existem outras formas que devem ser
levadas em consideração para realizar a sua captura.
Por vezes, as equipes ficam ansiosas em realizar uma entrada, mas nem
sempre entrar é a solução mais segura e algumas outras soluções podem ser úteis.
1) Surveillance and takedown (Vigilância e Captura): realizada em um local
alternativo para capturar o alvo, por exemplo, durante o trânsito, ao se deslocar.
Geralmente essa opção é ignorada pelas equipes, por não ser conveniente à
vigilância, e leva tempo até o que suspeito saia da fortaleza.
A vantagem é que evita que o suspeito se apodere de armas armazenadas
em sua fortaleza, que se embarrique ou mesmo que tome as pessoas do interior
como reféns. A abordagem realizada em local alternativo diminui o risco do suspeito
confundir a polícia com um rival, por exemplo. Como desvantagem há a
possibilidade de fuga com o veículo, ou mesmo que um tiroteio aconteça em via
pública.
2) Ruse (Engodo): visa utilizar algum ardil, história de cobertura, cavalo de
tróia, etc. A desvantagem dessa técnica é a exposição dos policiais que podem ser
plotados.
3) Surround and Call Out (Cercar e Anunciar): existindo um cerco bem
montado, o próximo passo é chamar para que saia. Caso não aconteça, poderá se
transformar numa ocorrência de suspeito embarricado. A depender do tipo de prova
coletada, esta poderá ser perdida, o que não acontecerá caso seja apenas um
mandado de prisão.
4) Breach and hold (Contrair e Segurar): como já explicado no tocante aos
suspeitos embarricados, a ação, aqui, gira em torno do cercar, anunciar quebrar e
fazer uma brecha de entrada, sem contudo, entrar. Após a abertura de entrada o
ideal é observar o cenário, aguardar, varrer de modo lento e metódico.
139
6.3.2 Ensaio
Ensaios sempre são bons para se detectar erros e falhas de planos. Por isso,
é fundamental o treinamento com o equipamento completo.
6.3.3 Movimento
6.3.4 Assalto
8 CONCLUSÃO
8.1 Considerações
mera passagem de tempo. O tempo que se passa e que não é aproveitado pela
polícia é aproveitado pelo tomador, quem aproveita o tempo tem a iniciativa, logo
assumindo posição de vantagem no processo decisório capaz de aproveitar uma
janela de oportunidade que surja.
Embora seja verdade que a passagem do tempo possa aumentar a
oportunidade para a libertação dos reféns, também é verdade que uma oportunidade
de resgate viável apresentada e ignorada pode ser perdida para sempre.
Oportunidades não devem ser perdidas, pois são indicativas de exposição
continuado dos reféns ao risco, quando se podia e devia evitar.
Não se deve esperar o risco se tornar insuportável para se iniciar uma
operação de resgate de reféns, caso isso ocorra, há quase nada a se fazer com
segurança e segundo a dogmática das ciências policiais.
Os negociadores devem ser capazes de emitirem relatórios frequentes a
respeito do evolução positiva ou negativa da alternativa tática negociação, uma vez
imprescindíveis para a tomada de decisão do Comandante do Incidente, no sentido
de mudar seu objetivo smart e sua estratégia.
O Comandante do Grupo Tático é o responsável pela escolha da Alternativa
Tática a ser aplicada segundo o objetivo smart declarado e as estratégias definidas
pelo Comandante do Incidente.
A falta de padronização e de sistematização foi comprovada em alguns pontos
das normas regentes relacionadas ao gerenciamento de incidentes e, por isso,
seguirá proposta para alteração da Diretriz N° PM3-001/02/13, uma vez que conflita
com a Resolução SSP 13/2010 e, noutro ponto, desobriga o acionamento do GATE
para incidentes com terroristas ou artefatos explosivos.
Outros procedimentos merecem padronização e uniformização como o POP
de Progressão, transposição de obstáculos, entrada em ambientes fechados e
varreduras, nº 5.13.00. 2014 e o POP de Planejamento do cumprimento do
mandado judicial nº 4.04.01, de 06/06/2013. Eles oferecem apenas uma padrão de
resolução e, não levam em consideração diferentes graus de risco, reduzem
problemas de diferentes tamanhos a uma única solução. Isso não está correto,
conforme demonstrado, pois problemas diferentes devem possuir tratativas
especificas.
Além disso, não preveem o uso de capacete nem escudo balístico e admitem
técnicas de entradas cobertas com dois policiais, mesmo que em alguns eventos de
147
maior risco necessita-se de, pelo menos, três policiais. Por ocorrerem em ambientes
confinados, ambos devem seguir os princípios de entradas táticas. Dentre eles está
o tiro em movimento e, nesse caso, os POPs pecam ao se omitirem quanto à
possibilidade dos policiais se defenderem efetuando o disparo em movimento. O
Método Giraldi® não prevê esse tipo de treinamento e, com isso, os policiais estão
com uma falha no treinamento que impacta suas atribuições diárias.
Sobre o planejamento de mandados de busca, a esse respeito, não existe
uma avaliação de risco objetiva, o que gera dúvida e insegurança na atividade,
podendo custar vidas. Por isso mesmo foi sugerida uma matriz de avaliação de risco
e, caso um mandado seja considerado de alto risco, o GATE deverá ser acionado,
pois possui melhores equipamentos e treinamentos.
Foi sugerido como forma de padronização e sistematização POP, em
incidentes de recuperação de reféns, de marginais embarricados e POP de matriz
de risco a ser realizada em qualquer cumprimento de mandado de busca. Foram
recomendados alguns equipamentos imprescindíveis para o aperfeiçoamento das
TTP de entradas táticas, isso porque realmente se comprovou ausência destes, o
que impacta a eficiência do sistema de gestão. Dentre eles, estão softwares de
consciência situacional e imagem operacional comum, software de simulação
construtiva, consoles de simulação virtual e viva para prática de tiro, casa de tiro,
entre outros. A ausência de toda essa ferramenta demonstra que há que ser feito
para se conseguir padrões internacionais de eficiência na atividade de TTP de
entradas Táticas.
Foi sugerido como padronização e uniformização na PMESP a retirada de
cálculo dos incides de incapacitação e letalidade dos agentes químicos de manuais
ou instruções. Isso porque desde 2002 tais procedimentos não estão mais sendo
utilizados por outros países e polícias, devido à inadequação da pesquisa. É certa a
necessidade do uso de agentes químicos em ambientes fechados como em
incidentes com marginais embarricados, cabendo lembrar que a Indústria Condor
SA já possui linha indoor para esse objetivo.
Por fim, o trabalho impactou no processo decisório, uma vez que os
incidentes de recuperação de reféns, mandados de busca&varreduras e suspeitos
embarricados devem obedecer a seguinte premissas:
1) Recuperação de reféns: corre-se riscos calculados, pois vidas estão em
perigo, justificando-se entradas dinâmicas.
148
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Paulo: 2017.
ETAPAS PROCEDIMENTOS
Conhecimento 1. Conhecimento da ocorrência (Vide POP N° 1.01.01).
Deslocamento 2. Deslocamento para o local da ocorrência (Vide POP N°
1.01.02).
Chegada ao local 3. Chegada ao local da ocorrência (Vide POP N° 1.01.03).
ESTABELECIDO EM:
ATUAÇÃO NO LOCAL
REVISADO EM:
SEQUÊNCIA DE AÇÕES
1. RESPOSTA INICIAL
1.1. Ao receber uma chamada, de uma pessoa pela rua, para o atendimento de ocorrência de refém,
cientificar o Centro de Operações.
1.2. Caracterizada a ocorrência com reféns, cientificar o Centro de Operações que por sua vez
cientificará o CGP e o CFP da confirmação da ocorrência e acionará o GATE.
1.3. O primeiro policial deverá assumir o papel de Comandante do Incidente Emergencial (CIE) e será o
responsável por realizar a análise inicial da situação e sua resposta inicial, determinando quais recursos
provavelmente serão necessários com base nas informações disponíveis e fornecendo essas informaçõe à
rede de rádio e ao Centro de Operações. O policial deve estar ciente de que a presença policial pode ser
um catalisador para uma resposta do suspeito e que ele ou ela deve estar preparado para tomar as medidas
apropriadas se a situação o exigir, independentemente da chegada de adicional de apoio. O policial deve
então direcionar os recursos que chegarem para posições específicas ou para a Área Avançada (Área de
espera) por ele ou ela designa. O policial deverá continuar exercendo a função de Comandante do
Incidente Emergencial até ser libertado por um oficial superior ou um oficial com treinamento
especializado ou experiência no cumprimento desta função. O COPOM e a rede de rádio deverão ser
continuamente cientificadas sobre atualizações de assunção de funções por parte de policiais, assim como
quando ocorrer a transferência das responsabilidades do Comando do Incidente Emergencia para outro
policial.
1.4. O Comadante do Incidente deve confirmar que a Área Avançada (Área de espera) é segura para as
unidades respondedoras e assegurar-se para que um policial seja designado, o tempo todo, para informar o
pessoal que chega.
1.5. O CIE deve considerar as prioridades de segurança da polícia e, em seguida, estaelecer um
perímetro interno para conter o problema se tal contenção for em conformidade com o objetivo principal
da missão. Durante este processo, todo o pessoal estranho à operação devrão ser retirados do perímetro
interno para um local apropriado, sabendo-se que essas pessoas podem ter presenciado fatos iniciais
importantes.
1.6. O CI deve avaliar as opções do tomador e os pontos desencadeantes de possíveis reações, em
seguida, estabelecer um plano de contingência para barrar essas opções, com base na totalidade das
circunstâncias apresentadas.
1.7. O CI deve garantir que os recursos especializados apropriados tenham sido solicitados (GATE,
SAMU, RESGATE, Corpo de Bombeiros, etc.) e pedir que o COPOM o mantenha informado sobre o
status de resposta dessas unidades.
157
2.8. Faça contato com a pessoa que conhecem sobre o plano do local de destino, incluindo detalhes
relacionados a chaves, portas, fechaduras, fortificação, janelas, alarmes e qualquer outra informação física
que possa ajudar os esforços de resolução.
2.9. Estabeleça e mantenha um registro que documente as atividades que ocorreram e a localização e
identificação do pessoal designado, time line.
2.10. Faça uma breve apresentação para do realizado até o momento para as equipes do GATE após a
chegada.
2.11. Ajude a equipe do GATE à aliviar o pessoal de contenção do perímetro interno.
2.12. Assegure-se de que todos os policiais que foram liberados do perímetro interno se reportem para o
comando, a fim de receberem reatribuições.
3. RECUPERAÇÃO DE REFÉNS.
3.1. O Comadante do incidente Emergencial transmite o comando do Incidente para o Comadante do
Incidente Efetivo.
3.2. Após a liberação da cena para o GATE e as negociações, os esforços de resolução em situações que
não exigem intervenção imediata devem centrar-se principalmente no seguinte:
3.2.1. Reavalie as opções potenciais que o tomador possui e os pontos relacionados que podem
desencadea-las e garanta que a equipe tática esteja totalmente informada e preparada para bloquear
essas opções.
3.2.2. Certifique-se de que todo o pessoal operacional tenha uma descrição e fotografia do suspeito (se
disponível) e tenha sido informado sobre as regras específicas de engajamento.
3.2.3. Implante equipes de atiradores de precisão policial e observadores para reunir informações em
tempo real e oferecer uma opção de resolução se as oportunidade se apresentar e for razoável e
justificada com base nas circunstâncias e regras de engajamento.
3.2.4. Implante sondas de som para obter inteligência e precisa dentro do local da crise.
3.2.5. Certifique-se de que as equipes de reação de emergência, resgate e K-9 do perímetro interno sejam
devidamente implantadas e equipadas para enfrentar todas as contingências prováveis.
3.2.6. Implante equipamentos de controle e intervenção eletrônicos para assumir o controle de
comunicações do telefone e desativar links de comunicações celulares dentro do local de destino.
3.2.7. Prepare equipes para interveção de emergência e ou deliberadas.
3.2.8. Prepare equipamentos de comunicações eletrônicas, como o rescue fone, para facilitar negociações
produtivas, ao mesmo tempo em que reune informações em tempo real no interior do local da crise.
3.2.9. Iniciar negociações.
3.2.10. Continue as negociações, desde que sejam feitos progressos positivos para a libertação dos reféns.
3.2.11. Avalie a viabilidade, a necessidade e a adequação de uma resolução tática, incluindo a opção do
tiro de comprometimento, em situações em que as negociações se revelem improdutivas e uma
resolução tática seria razoável e justificada com base na totalidade das circunstâncias.
3.3. Use uma combinação de táticas e técnicas, de forma consistente com o treinamento aprovado pela
GATE, até que a situação seja bem-sucedida.
RESULTADOS ESPERADOS
1. Que toda a ação seja organizada sob criterios objetivos e técnicos e não somente
pautada pelo ternor das outras pessoas envolvidas.
2. Obtenção das informações necessárias para o êxito da missão.
3. Que o GATE seja acionado assim que confirmada a ocorrência.
4. Que o tomador não faça outro reféns.
5. Que o tomador libere a refém com a chegada da Polícia Militar no local.
159
ESCLARECIMENTOS
1. OBJETIVO
Este procediemto fornece orientação e direção para aqueles que respondem e resolvem situações de
tomada de reféns.
2. DEFINIÇÕES
Refém: uma pessoa detida contra a vontade por um suspeito armado, potencialmente armado ou de outra
forma perigoso, que demonstrou por ação, palavra ou escrita vontade de causar mal injusto e grave.
Situação de refém convencional: um cenário em que uma pessoa está sendo mantida contra sua vontade
por um suspeito armado, potencialmente armado ou de outra forma perigoso e a PMESP tem capacidade
completa de resolução de equipe tática e de negociação treinada e equipada. As situações convencionais
de reféns ocorrem em uma ampla variedade de ambientes operacionais, incluindo ao ar livre, estruturas
pública, fortalezas endurecidas e veículos.
Situação de refém não convencional: um cenário em que uma pessoa está sendo mantida contra sua
vontade por um suspeito armado, potencialmente armado ou perigoso, e a PMESP apesar de ser o órgão
com maior pertinência ou competência legal no incidente, não a detem por completo, não possuindo
treinamento ou equipamentos adequados. As situações não convencionais de reféns ocorrem em uma
ampla variedade de ambientes operacionais. Por exemplo ataques terroristas com bombas de dispersão
radioativa.
Prioridades de segurança: a base das decisões operacionais e táticas da agência inclui o seguinte:
1) Reféns;
2) Pessoas inocentes;
3) Policiais
4) Suspeitos
Ponto de desencadeamento: circunstâncias predeterminadas específicas que justificarão o início de ações
diretas para prevenir ou interromper um determinado comportamento suspeito.
Perímetro interno ou contenção: um limite de proximidade mantido inicialmente pelos primeiros
respondedores, posteriormente transferido para o GATE e projetado para conter a situação na menor área
possível e impedir o acesso ao local alvo por pessoas estranhas.
Perímetro exterior isolamento: um limite fora do perímetro interno mantido pelos policiais do batalhão
territorial destinado a impedir que pessoas não autorizadas entrem na área crítica do incidente.
3. POLÍTICA
A PMESP deve responder e tomar as medidas necessárias para libertar pessoas inocentes que estão em
perigo e que estão sendo detidas ilegalmente contra sua vontade. Durante situações que envolvem a
tomada convencional de reféns, a PMESP deve implementar policiais para responderem inicialmente
contendo o incidente e os suspeitos envolvidos quando apropriado, enquanto se aguarda a chegada do
GATE que possui treinamento e equipamentos especialmente para incidentes com reféns. Esta política
não proíbe os policiais respondedores iniciais desde que devidamente treinados e equipados de tomarem
medidas diretas e imediatas incluindo-se a força letal - nos casos em que o refém enfrenta um perigo letal
e as ações razoáveis dos policiais têm uma alta probabilidade de neutralizar a ameaça letal ou impedir a
escalada da situação.
4. ESTRATÉGIA DE RESOLUÇÃO
A PMESP deve tomar medidas diretas, inclusive o uso de uma força letal - para garantir a libertação
segura de um refém enfrentando um perigo letal. O progresso no aspecto positivo deve ser definido como
o desenvolvimentos que aumentem a probabilidade de libertação segura dos reféns, em oposição à mera
passagem do tempo. Embora seja verdade que a passagem do tempo possa aumentar a oportunidade para
tais desenvolvimentos, é também verdade que uma oportunidade viável de recuperação do refém
apresentada e ignorada possa ser perdida para sempre.
160
SUPERVISOR: SUPERVISIONADO:
NOME DA TAREFA:
Nº PROCESSO: 4.04.00 Nº POP: Atuação no local em
DATA: / _/ incidente com refém.
4.04.01
ATIVIDADES CRÍTICAS S N OBSERVAÇÕES
1. Ao chegar no local dos fatos foi confirmada a tomada
IM ÃO
de refém?
DOUTRINA
OPERACIONAL
PROCESSO: INCIDENTE COM REFÉM
DESCRIÇÃO LEGISLAÇÃO
Art. 144, § 5º, 1ª parte, da Constituição Federal; letra “a”, “b” e
“c” do art. 3º do Decreto Lei 667/69 (redação pelo Decreto-lei nº
2010); LAZZARINI, Álvaro. A Segurança Pública e o
Atribuições das Policias Militares Aperfeiçoamento da Polícia no Brasil. Revista A Força Policial. São
Paulo: Polícia Militar do Estado de São Paulo. Nº 5,. jan/mar, 1995
Condução de partes envolvidas Art. 69 da Lei 9.099/95; parágrafo único do art. 69 da Lei
9.099/95. (vide também Lei Federal nº 10.455, de 13MAI02)
em
infração penal de menor Art.66, inciso I, das Contravenções Penais; art. 319 do
Código Penal; Lei Federal Nº 9.099/95 cc Lei Federal Nº
potencial ofensivo.
Apresentação de ocorrência na 10.259/01 (dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais
repartição pública competente Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal); Resolução
233, de 09SET09; Provimento 806/03 de 24JUL03 (consolida as
normas relativas aos Juizados Informais de Conciliação,
Juizados Especiais Cíveis e Criminais e Juizados Criminais);
Resoluções de nº 2.076, de 22JUL77 e 2.010/16, de 22JUL10, ambas
do Conselho Econômico e Social da ONU (Organização das
NaçõesUnidas); Decreto Estadual nº 57.783, de 10FEV12.
3.6. Selecionar um local para resposta de mídia e designar um policial para interagir com eles antes
da chegada do oficial de Relações Públicas.
3.7. Selecionar um local para aqueles que respondem em nome do suspeito/sujeito e designar um
policial para interagir com eles. Informar o pessoal do perímetro externo (isolamento) para ficarem
atentos à presença desses pessoas e considerarem que eles podem tentar entrar no fortaleza.
3.8. Fazer contato com a pessoa que conheça sobre o plano do local de destino, incluindo detalhes
relacionados a chaves, portas, fechaduras, fortificação, janelas, alarmes e qualquer outra
informação física que possa ajudar os esforços de resolução.
3.9. Estabelecer e manter um registro que documente as atividades que ocorreram e a localização e
identificação do pessoal designado, time line.
3.10. Fazer uma breve apresentação do realizado até o momento para as equipes do GATE após a
chegada.
3.11. Ajudar a equipe do GATE a assumir o perímetro interno da contenção.
3.12. Assegurar-se de que todos os policiais que foram liberados do perímetro interno se reportem
para o comando, a fim de receberem reatribuições.
4. CAPTURA DE SUSPEITO OU SUJEITO EMBARRICADO.
4.1. O Comandante do incidente Emergencial transmite o comando do Incidente para o
Comandante do Incidente Efetivo.
4.2. Após a liberação da cena para o GATE, os esforços de resolução na maioria das situações
envolvem o seguinte:
4.3. Reavaliar as opções potenciais do suspeito/sujeito e os pontos desencadeantes de possíveis
reações, em seguida garantir que a equipe tática esteja totalmente informada e preparada para
bloquear essas opções.
4.4. Implantar equipes de atiradores de precisão policial e observadores para reunir informações
em tempo real e oferecer uma opção de resolução se a oportunidade se apresentar e for razoável e
justificada com base nas circunstâncias e regras de engajamento.
4.5. Implantar sondas de som para obter inteligência objetiva e precisa dentro do local da crise.
Isso é crítico, especialmente em casos como em cenários de tiroteio suicídia (suicide by cop),
quando a determinação da condição e do animus do suspeito ou sujeito conduzirá as táticas a serem
utilizadas para resolver o problema.
4.6. Certifiquar-se de que as equipes de reação de emergência, resgate e K-9 do perímetro interno
sejam devidamente implementadas e equipadas para enfrentar todas as contingências prováveis.
4.7. Implantar equipamentos de controle e de intervenção eletrônicos para assumir o controle das
comunicações do telefone e desativar links de comunicações de celulares dentro do local de
destino.
4.8. Preparar uma intervenção tática deliberada, que inclua um plano de emprego de agente
químico, ensaiar a com a equipe de entrada, manipulação do robô e rompimento de acesso.
4.9. Preparar equipes para interveção de emergência caso tente furar a contenção.
4.10. Preparar equipamentos de comunicações eletrônicas, como o rescue fone, para facilitar
negociações produtivas, ao mesmo tempo em que reune informações em tempo real no interior do
local embarricada.
4.11. Iniciar o esforço de técnicas de resolução, que se concentra na criação do ambiente para uma
resolução negociada bem-sucedida.
4.12. Continuar as negociações e os esforços relacionados a ela, desde que se mostrem em progresso
positivo para a libertação dos reféns.
4.13. Avalie a situação e determinar se é razoável, lógico e apropriado partir para táticas de
resolução.
168
4.14. Certifiquar-se de que existe autorização judicial adequada e quais são (um mandado de busca
ou mandado de prisão) antes que a policia inicie o uso de táticas para entrar. Exceto no caso de
desastre, prestar socorro e flagrante delito.
4.15. Use uma combinação de táticas e técnicas, de forma consistente com o treinamento aprovado
pela GATE, até que a situação seja bem-sucedida.
RESULTADOS
1. Que toda a ação seja organizada sob criterios objetivos e técnicos e nao somente pautada pelo
temor das outras pessoas envolvidas.
2. Obtenção das informações necessárias para diferenciar se suspeito ou se sujeito embarricado.
3. Que o GATE seja acionado assim que confirmada a ocorrência.
4. Que o suspeito/sujeito não tenha campo de tiro para atingir pessoas inocentes.
5. Que o suspeito/sujeito se entregue com a chegada da Polícia Militar no local.
6. Adequação da quantidade de policiais militares empregados para realização da contenção
ou perímetro interno.
7. Adequação da quantidade de policiais militares empregados para realização do isolamento
ou perímetro externo.
8. Que comando do incidente seja transmitido, de modo técnico e ordenado, ao GATE.
9. Que o suspeito/sujeito se entregue com a negociação.
10. Que o emprego de gás possibilite o suspeito/sujeito de se entregar.
AÇÕES CORRETIVAS
1. Readequar a contenção, caso inadequada.
2. Readequar o isolamento, caso inadequada segundo campo de tiro do sujeito/suspeito.
3. Acionar o GATE, SAMU, Bombeiro, caso não tenham sido acionados.
POSSIBILIDADES DE ERRO
1. Efetivo insuficiente para possibilitar a contenção.
2. Efetivo insuficiente para possibiltar o isolamento.
3. Não realizar o cadastramento no posto de comando.
4. GATE e serviço médico não serem acionados de início após confirmação.
5. Realizar concessões que aumentem o risco ou dificultem as operações.
169
ESCLARECIMENTOS
5. OBJETIVO
Este procediemto fornece orientação e direção para aqueles que respondem a situações envolvendo
suspeitos ou sujeitos embarricados.
6. DEFINIÇÕES
Suspeito Embarricado: uma pessoa suspeita de cometer crime que tomou posição em um
local físico, na maioria das vezes uma estrutura ou veículo, seja fortificado ou não, que não permite
o acesso imediato da polícia ou que se recusa as ordens policiais para sair. Um suspeito embarricado
pode estar armado, de forma confirmada, ter a intenção de se armar, ter acesso a armas no local ou
não ser possível definir sua posse ou não de arma.
Pessoa Embarricada: uma pessoa que não é suspeita de cometer um crime, mas é o foco de
um esforço legítimo de intervenção da polícia - envolvendo muitas vezes ameaça de suicídio ou
doença mental - que tomou posição em um local físico, na maioria das vezes uma estrutura ou
veículo, seja fortificado ou não, não permitindo o acesso imediato à polícia ou que se recusa às
ordens da polícia para sair. Uma pessoa embarricada pode estar armada de forma confirmada, ter a
intenção de se armar, ter acesso a armas no local ou não ser possível definir sua posse ou não de
arma.
Técnicas de resolução: ação policial primária voltada para a resolução de um incidente com
suspeito/sujeito embarricado envolvendo o uso de técnicas minimamente intrusivas, como
negociações, passagem de tempo, vigilância eletrônica, iluminação de alta potência.
Táticas de resolução: ação policial secundária voltada para a resolução de um incidente com
suspeito/sujeito embarricadas envolvendo o uso de táticas intrusivas, como rompimento de janelas,
brechas secundárias, rompimento mecânico ou explosivo, agentes químicos e munições
relacionadas, violação e retenção, entrada e busca com robôs, busca com cães com guia longa e
curta, ou entrada e busca realizada pela equipe tática.
Prioridades de segurança: A base das decisões operacionais e táticas da agência inclui o seguinte:
1) Reféns;
2) Pessoas inocentes;
3) Policiais;
4) Suspeitos.
Ponto de desencadeamento: circunstâncias predeterminadas específicas que justificam o início de
ações diretas para prevenir ou interromper um determinado comportamento suspeito.
Perímetro interno ou contenção: um limite de proximidade mantido inicialmente pelos primeiros
respondedores, posteriormente transferido para o GATE e projetado para conter a situação na
menor área possível e impedir o acesso ao local alvo por pessoas estranhas.
Perímetro exterior isolamento: um limite fora do perímetro interno mantido pelos policiais do
batalhão territorial destinado a impedir que pessoas não autorizadas entrem na área crítica do
incidente.
Munições químicas: um termo usado para descrever uma classe de munições usadas em situações
de embarricamento para obrigar o suspeito ou sujeito a sair do local alvo e, mais comumente,
constituído por CS (ortoclorobenzalmalononitrilo) e OC (oleorresina capsicum).
170
7. POLÍTICA
A PMESP deve usar oficiais de campo devidamente treinados, equipados e supervisionados para
responder e conter um potencial suspeito de barricada ou incidente de assunto.
Se a situação envolver comportamentos abertamente perigosos ou assaultivos dirigidos a policiais
ou cidadãos envolvidos, ou que implique ser suspeito procurado por crimes graves, o elemento
tático deve responder e resolver imediatamente o problema através de opções de resolução por ação
primária e secundária.
Em todos os outros casos, após a estabilização da situação, esta agência deve examinar atentamente
a situação e pesar os benefícios de forçar o suspeito ou sujeito de sair do enclousuramente contra os
custos potenciais. Esta agência deve dar atenção especial ao empenho do efetivo policial
empregado, o impacto que isso pode ter sobre a capacidade de resposta para outros incidentes
críticos na comunidade, o impacto nos policiais da operação policial, a gravidade do crime ou
situação envolvida, as prioridades de segurança da PMESP e o reconhecimento dos riscos
envolvidos quando as táticas são usadas para resolver uma situação de embarricamento.
Se a decisão for tomada para continuar com o esforço de resolução, as técnicas minimamente
intrusivas devem ser empregadas até que o suspeito ou sujeito saia, caso a polícia decida suspender
o esforço e sair da cena, ou a polícia decida que as técnicas de resolução minimamente intrusivas
falharam e exista necessidade de levar o suspeito ou o sujeito à prisão justifica ocorrerá a transição
para a tática.
A PMESP em regra não usará táticas para resolver uma situação de embarricamento, a menos que
tenha uma justificativa legal para prender o suspeito ou sujeito ou levá-lo à custódia física.
O progresso positivo em um esforço de resolução de embarricamento deve ser definido como o
desenvolvimento que aumente a probabilidade de que o suspeito ou sujeito se entregue com
segurança, em oposição à mera passagem do tempo.
SUPERVISOR: SUPERVISIONADO:
NOME DA
DATA: / _/ Nº POP: TAREFA: Atuação no local
Nº PROCESSO: 4.04.00 em incidente com refém.
4.04.0
ATIVIDADES CRÍTICAS 1 S NOBSERVAÇÕES
1. Ao chegar no local dos fatos foi confirmada a
IM ÃO
ocorrência, se suspeito/sujeito embarricado?
DOUTRINA
OPERACIONAL
PROCESSO: INCIDENTE COM REFÉM
DESCRIÇÃO LEGISLAÇÃO
Art. 144, § 5º, 1ª parte, da Constituição Federal; letra “a”, “b” e
“c” do art. 3º do Decreto Lei 667/69 (redação pelo Decreto-lei nº
2010); LAZZARINI, Álvaro. A Segurança Pública e o
Atribuições das Policias Militares Aperfeiçoamento da Polícia no Brasil. Revista A Força Policial. São
Paulo: Polícia Militar do Estado de São Paulo. Nº 5,. jan/mar, 1995
Condução de partes envolvidas Art. 69 da Lei 9.099/95; parágrafo único do art. 69 da Lei
9.099/95. (vide também Lei Federal nº 10.455, de 13MAI02)
em
infração penal de menor Art.66, inciso I, das Contravenções Penais; art. 319 do
Código Penal; Lei Federal Nº 9.099/95 cc Lei Federal Nº
potencial ofensivo.
Apresentação de ocorrência na 10.259/01 (dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais
repartição pública competente Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal); Resolução
233, de 09SET09; Provimento 806/03 de 24JUL03 (consolida as
normas relativas aos Juizados Informais de Conciliação,
Juizados Especiais Cíveis e Criminais e Juizados Criminais);
Resoluções de nº 2.076, de 22JUL77 e 2.010/16, de 22JUL10, ambas
do Conselho Econômico e Social da ONU (Organização das
NaçõesUnidas); Decreto Estadual nº 57.783, de 10FEV12.
ETAPAS PROCEDIMENTOS
Planejamento da ação 1. Planejamento do cumprimento do mandado
judicial (Vide POP N° 1.01.01).
Avaliação de risco do mandado 2. Avaliação do cumprimento
Chegada do mandado
ao local da ocorrência judicial
(Vide POP N° 1.01.03).
Atendimento da ocorrência 3. Cumprimento do mandado judicial (prisão, busca ou
apreensão) (Vide POP N° 1.01.03).
Atuação no local.
175
SEQUÊNCIA DE AÇÕES
2.2. Armas
Fuzil de assalto = 35pts
Explosivos = 35pts
Arma automática = 35pts
Pistola = 10pts
Revólver = 10pts
Carabinas / aferrolhados = 10pts
Espingarda = 10pts
Armas brancas = 5pts
Desconhecido = 5 pts
176
2.5. Cálculo
Risco Nível 1 (baixo) 0 - 20 pts
Risco Nível 2 (Moderado) 21-34pts
Risco Nível 3 (Alto) 35pts ou mais
RESULTADOS ESPERADOS
1. Que sejam levantadas as informações e após analisadas.
2. Que os policiais não sejam expostos a riscos desnecessarios.
3. Que seja possível prever a magnitudo do evento.
4. Que a análise de risco seja objetiva, logo o emprego do GATE.
5. Adequação da quantidade de policiais militares empregados para realização da contenção
ou perímetro interno.
6. Adequação da quantidade de policiais militares empregados para realização do isolamento
ou perímetro externo.
AÇÕES CORRETIVAS
1. Novo levantamento de informações.
2. Acionamento do GATE.
3. Preenchimento da matriz.
POSSIBILIDADES DE ERRO
1. Ausência ou levantamento irregular das informações.
177
ESCLARECIMENTOS
1. Observações.
1.1. A seção Suspeito e a Riscos Gerais devem se repetidas para cada suspeito / sujeito que é
conhecido ou que é possível de estar presente no local, após devem ser somadas ao total.
1.2. No caso de cães utilizar gás pimenta, extintor de incêncio ou luz&som.
1.3. No caso de agressão contra policial ou é provável que invista contra os policiais novamnete.
1.4. O papel do GATE na mandado de busca consiste apenas em providênciar acesso à estrutura e
apreensão de pessoas e armas, colocando a fortaleza em segurança. Não compreende coleta de
provas e evidências.
2. Da análise da somatória.
2.1. Nível de risco 1 (baixo) 0-20 pontos: Os riscos que podem ser encontrados podem ser
abordados através de estratégias e de táticas básicas de gerenciamento de risco (patrulha ou
inteligência).
2.2. Nível de risco 2 (moderado) 21-34 pontos: Embora a maioria dos riscos possam ser superados
por meio de estratégias e de táticas básicas de gerenciamento de riscos (Patrulha ou Força
Tática), um ou mais riscos relevantes podem ser difíceis de serem superados. Neste caso
obriga-se que o oficial responsável se reúna com o Comandante de Força Tática e com o
Coordenador Operacional do Batalhão, a fim de que decidirem sobre o evento. Após o
Coordenador Operacional do Batalhão determinará se é caso de acionamento ou não do GATE.
2.3. Nível de risco 3 (Alto) 35 pontos ou +: A operação envolve riscos substanciais que certamente
não serão superados. Neste caso o GATE deverá ser acionado para a execução do mandado de
alto risco.
SUPERVISOR: SUPERVISIONADO:
NOME DA
Nº POP: TAREFA: Atuação no local
DATA: / _/ Nº PROCESSO: 4.04.00 em incidente com refém.
4.04.0
ATIVIDADES CRÍTICAS 1 S NOBSERVAÇÕES
1. Foram coletadas todas as informações do
IM ÃO
campos?
DOUTRINA OPERACIONAL
Condução de partes envolvidas Art. 69 da Lei 9.099/95; parágrafo único do art. 69 da Lei
9.099/95. (vide também Lei Federal nº 10.455, de 13MAI02)
em
infração penal de menor Art.66, inciso I, das Contravenções Penais; art. 319 do
Código Penal; Lei Federal Nº 9.099/95 cc Lei Federal Nº
potencial ofensivo.
Apresentação de ocorrência na 10.259/01 (dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais
repartição pública competente Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal); Resolução
233, de 09SET09; Provimento 806/03 de 24JUL03 (consolida as
normas relativas aos Juizados Informais de Conciliação,
Juizados Especiais Cíveis e Criminais e Juizados Criminais);
Resoluções de nº 2.076, de 22JUL77 e 2.010/16, de 22JUL10, ambas
do Conselho Econômico e Social da ONU (Organização das
NaçõesUnidas); Decreto Estadual nº 57.783, de 10FEV12.