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AS DROGAS O PRECONCEITO E A SOCIEDADE: UM ESTUDO SOBRE A


DESMISTIFICAÇÃO DAS DROGAS.

Alessandra Mara Rodrigues 1

Luana Fernanda Adão 2

Resumo: O preconceito em relação aos jovens de baixa renda é a pauta mais


comentada dos últimos tempos, uma vez que a sociedade ainda tem dificuldades em
entrar em um consenso e lidar com um assunto que gera polêmica, uma nova
perspectiva sobre o uso de substâncias que alteram o bem- estar do humano remete
na classificação dessas substâncias sua origem e do impacto causado nas classes
sociais menos favorecidas. Entender o porquê da relação causada, a milhares de
jovens de baixa renda e negroscausados pela influência do senso comum, que faz
acreditar que a maneira de vestir, e a pobreza estão sempre associadas às drogas
e a criminalidade. Assim o presente estudo se propõe a fazer uma análise histórico-
crítica na origem dessas substâncias, bem como desmistificar essa relação, com
uma nova visão desses estigmas causados pela falta de conhecimento que perpetua
na sociedade.
Palavras-Chave: Direito Penal – drogas - juventude -desmistificação - preconceito.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo vem abordar alguns aspectos significativos na desmistificação das


drogas. Todos estão sempre prontos a falar das drogas, baseados em ideologia,
mitos e preconceitos. Com um conhecimento substancial, o que se vê é uma
reprodução da fantástica máquina midiática segundo o senso comum.
Sem nenhum conhecimento histórico e cientifico, o mito e as leis atuais na
classificação das drogas por legais e ilegais são fundadas em justiça e na proteção
da saúde pública.

Data vênia essas leis são estabelecidas com insciência e forte preconceito.

É preciso ter mais informação baseados em pesquisa, leitura e dados reais.

1
Professora- Pedagoga -Prefeitura Municipal de Curitiba e Prefeitura Municipal de Colombo –Especialização
em Gestão Orientação e Supervisão pela FACEL- Faculdade de Administração Ciências e Letras – Estudante de
Direito 5º período pela FAPI – Faculdades de Pinhais- contato: ale.mrj@hotmail.com
2
Luana Fernanda Adão. Estudante de Direito 5º Período pela FAPI – Faculdade de Pinhais -contato:
luhluana08@gmail.com
2

O grande público é completamente ignorante com relação a essas


substâncias, e por isso se explica esse medo visceral delas.

De forma crítica, e com análise científica, pretende-sedesmistificar a relação


com uso de drogas e preconceitos e como se originaram as questões da ilegalidade
na classificação dessas substâncias.
O movimento das drogas com as classes menos favorecidas, é uma relação
atenuante. Entender à classificação atual dessas substâncias, em sua origem
histórica de uma maneira crítica é o que se pretende com este trabalho.
Analisar a sua evolução e o preconceito que marginaliza e oprime esses
adolescentes os excluindo da sociedade. Identificar quais são as drogas mais
utilizadas entre os adolescentes, desmistificando a classificação atual e a relação
que leva ao preconceito do uso de drogas em classes menos favorecidas.

2- Aspectos relevantes do preconceito

Na observância da discriminação e preconceito, no contexto social, bem como


a maneira de vestir, ou de acordo com a classe social, fica evidente a opressão
sofrida por esses jovens.

Mas o que se entende por preconceito. Existem diversas formas de


prejulgamento. O aspecto a ser abordado não se fixa somente nas linhas raciais, há
outro que está pautado na posição social dos indivíduos.

Em sua obra O Povo Brasileiro, o antropólogo Darci Ribeiro afirma que:

3
“apesar da associação da pobreza com a negritude, as
diferenças profundas que separam e opõem os brasileiros em
extratos flagrantemente contrastantes são de natureza social”.

Nesse aspecto se vislumbra a influência que a posição social, o padrão de


vida, o grau de escolaridade e o acesso à renda produzem na esfera coletiva.

3
[CITATION RIB \p 215 \l 1046 ]
3

Como partes dessa premissa equivocada automaticamente vale lembrar


sobre o que nos diz a Constituição Federal em seu artigo 5º

4
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”...

Em outras palavras cabe refletir a aplicabilidade deste referido artigo, sendo a


renda o fator determinante da posição social e, dessa forma, do preconceito e da
perseguição sofrida as classes minoritárias.

No que tange a criminologia midiática o preconceito que permeia a sociedade


toma conta na mídia e redes sociais, e como um vírus se espalha ainda que
intrinsicamente nas imagens e notícias divulgada.

Tomando força, e sem nenhum questionamento essa se propaga, se


reproduzindo cada vez mais, impondo o medo das classes menos favorecidas.
Vislumbrando aspecto da polícia, sendo os mocinhos e os pobres sempre os
bandidos. Relacionando as drogas e o crime sempre com a cor, a roupa e o patamar
social.

Por outro lado devemos compreender e se questionar quais as razões


históricas e sociais dessas substâncias, bem como sua origem e sua classificação
atual. Entender o porquê de algumas delas apesar de serem mais agressivas são
lícitas para o uso, e quais os fatores que a levam a esse consenso social sem
nenhuma análise crítica e a marginalização de alguns grupos sociais.

3 – Análise do documentário Cortina de Fumaça

Dirigido por Rodrigo Mac Niven, o documentário, Cortina de Fumaça,


direciona a uma visão mais clara referente às substâncias psicoativas.
A questão das drogas foi abordada por diversos profissionais e setores da
ciência e da área medica o documentário aborda aspectos relevantes no uso,
prevenção, proibição venda e porte de drogas.

4
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
4

O ponto relevante do documentário é no que tange a legalização das


drogas, com uma visão científica, o filme remete a uma discussão na imagem
equivocada que temos hoje na classificação e na ilicitude dessas substâncias.
Com depoimentos de médicos, pesquisadores e cientistas, fica evidente que
a reprodução que se tem hoje, do senso comum, esta distante da verdadeira origem
histórica e cientifica dos fatos, que comprovadamente mostra diferente da realidade
atual.
Desmistificando a caracterização das informações atuais, através de um
retrospecto, mostra a sua evolução, de hoje ilícita, e que por muito tempo foi
consumido legalmente.
Retratando que a classificação dessas substâncias é muito diferente da que
temos hoje. Percebendo que há interesses políticos e sociais de manter essa ordem
e esse padrão social.
Com um roteiro multifocal, ele permeia questões sociais, de racismo e de
politicas públicas.
Infelizmente, é evidente que informações desse gêneronão se expandem
para a maioria, ficando limitado a uma pequena parcela da sociedade.
As informações apresentadas no decorrer do documentário, demonstra que
há uma “cortina de fumaça” que impede se tenha uma, verdadeiro conhecimento no
que se refere à criminalização das drogas e o lobby da proibição.

3.1- Discussões Históricas

A primeira reunião mundial sobre drogas aconteceu em 1912 para discutir a


questão do ópio. Mas foi após a criação da ONU em 1945, que três convenções sob
seu comando determinaram a linha de controle internacional das drogas vigente até
hoje.

O modelo sustentado pelas convenções de1961, 1971 e 1998 submete


substâncias proibidas a um regime internacional de interdição. Um instrumento
fundamentado na repressão que pretende combater as organizações de traficantes.

O uso de drogas é tão ancestral, como a seleção da flora disponível em


diferentes regiões do mundo para a alimentação. Ao buscar plantas que
alimentavam, os seres humanos no período pré-histórico descobriram algumas que
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além de alimentar tinham uns efeitos psicoativos sobre a mente. A raiz da de uma
boa parte das religiões, tem relação com o uso de certas substancias sagradas.
Historicamente, junto com o alimento do corpo surge uma espécie de alimento do
espírito um alimento psíquico.

Recentemente a utilidade dessas substâncias no desenvolvimento científico.

No século IXX isolam os princípios ativos, em substâncias puras que podem


ser dosadas de forma estritas, promovendo a capacidade de intensificar estados
mentais humanas, que são a grande matéria da formação da psicologia como
ciência. Os estados que as drogas produzem são de certa forma a intensificação de
estados que já existem na natureza humana. A próxima geração viverá em uma
sociedade com muito mais drogas que temos hoje, novas drogas surgirão, a
indústrias farmacêuticas vai continuar a produzi-las, a ciência do cérebro se tornara
ainda mais sofisticada, esse é o futuro. Afinal todos nós já fizemos uso de algum tipo
de drogas, conforme fica claro no documentário.

Há trinta anos ninguém sabia do ecstasy, hoje milhões de pessoas já usaram


em todo o mundo.

O desafio será aprender a viver com as drogas, entender e aceitar de que as


drogas estão ai é necessário aprender a viver com as drogas de modo que causem
o menos mal possível, e em muitos casos o melhor bem possível, essa tem que ser
a visão.

3.2- Pesquisa Científica

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A Fundação Beckley pesquisou a consciência e sua neurofisiologia, de como
se pode alterar a consciência e como a desenvolves na para melhorar nossas vidas,
com políticas mais eficientes para controlar o uso inevitável de substancias
psicoativa. Por dez anos realizou- se uma pesquisa para melhor entender os
perigos das drogas o quanto a droga pode ser prejudicial, o quanto ela pode ser
viciante e prejudicar a vida do ser humano, e quanto ela pode mudar o individuo a
ponto de prejudicar outras pessoas.

5
CORTINA DE FUMAÇA. Direção: Rodrigo Mac Niven. 88 minutos. Disponível em:
<https://youtu.be/L44QDZjKNzY>. Acesso 06 de junho de 2015.
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Através de uma pesquisa com especialistas, cada droga foi estudada em


nove níveis diferentes de danos.

No Reino Unido as drogas foram classificadas em três classes: grupo A- as


mais perigosas, sendo estas; heroína, cocaína, ecstasy, LSD. Grupo B no meio com
as drogas: anfetamina, barbituko, metilfenidato, fokodina. E grupo C com as menos
perigosas: maconha, benzodiazepínicos, anabolizantes, GHB.

Quando estas foram confrontadas, na escala desenvolvida ficou claro para os


cientistas que algumas drogas eram mal classificadas.

De fato como o atual sistema de classificação não tem nada a ver com as
evidencias cientificas. E como uma grande surpresa desses resultados foi
diagnosticar como o álcool e o tabaco aparece no alto da lista. O tabaco aparece
bem no alto da lista, por causa dos prejuízos no pulmão e no coração.

O álcool aparece ainda mais em cima principalmente pelos danos causados a


sociedade. Já o ecstasy se mostrou bem baixo na lista, desmistificando assim muito
do que se fala dessa droga, tendo relativamente poucas mortes.

Podendo ainda minimizar o risco de morte com cuidados adequados como,


por exemplo, ensinando os jovens que usam o ecstasy sobre não se desidratarem,
sobre o que comer e o que beber e como lidar com os seus efeitos quando dançam
muito. Podendo assim reduzir os efeitos do ecstasy. Após a declaração de David
Nutt de que o Ectasy é menos perigoso do que o álcool, e tabaco e que são muito
mais prejudiciais que muitas drogas ilegais, como LSD, ECSTASY E MACONHA
tabaco,ele foi retirado do cargo de Chefe do Conselho Consultivo sobre Drogas do
Governo Britânico.

É incontestável que muitas pessoas já fazem o uso de drogas, o café, o álcool


o cigarro e muitas outras pessoas fazem uso de outro tipo de droga, logo então usar
drogas faz parte do comportamento humano.

Em setembro de 2008 a fundação Beckley produziu um amplo relatório focado


exclusivamente na maconha. O objetivo era publicar estudos científicos relacionados
aos efeitos do consumo da planta e seus usuários.
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Os relatórios demonstraram que há riscos mínimos para adultos que fazem


uso da maconha responsavelmente, tendo como substancia muito menos prejudicial
que o tabaco e o álcool.

Em vários países do mundo, encontros e feiras acontecem ao longo do ano


exclusivamente por causa da Cannabis (maconha) e milhares de pessoas se
encontram para expor produtos feitos da planta, discutir idéias e produzir cultura. Na
Suíça, há mais de dez anos acontece uma das maiores feiras “canabicas” da
Europa. A Cannatrade reúne centenas de expositores e milhares de visitantes do
mundo inteiro que se encontra, ao logo de três dias para fechar e trocar informação.

Uma variedade de diferentes produtos e com grandes utilidades que a maioria


das pessoas desconhece. Papel, óleo, cremes faciais, fazendo da maconha uma
grande aliada. O objetivo da feira não é tão somente vender produtos, mas informar
e vender uma filosofia de soluções.

Já se contaram mais de duas mil e quinhentas utilidades da maconha, uma


curiosidade da Cannabis, se da na importância que teve na história. Por ser uma
planta econômica foi usada através dos tempos em diferentes utilidades ela servia
de base do cordame dos navios, por ser uma fibra excelente e muito resistente na
deterioração da água.

O óleo de Cannabis foi à segunda fonte de iluminação publica, junto


com o óleo de baleia.

A possibilidade de uso da Cannabis industrial é praticamente infinita, apontam


os estudos, como também se evidencia a possibilidade do uso terapêutico.

Dessa forma os estudos de hoje demonstram que esta absolutamente


comprovada que a maconha tem efeitos terapêuticos plenamente provados, e não
há razão a não ser ideológica para recusar-se a verdade.

No Reino Unido o primeiro grupo do estudo do efeito do uso medicinal da


Cannabis, foi em pacientes com esclerose múltipla, analisada a questão do risco
beneficio pelos médicos constatou-se que a maconha tem muito mais beneficio para
superação dos riscos, do que malefícios. Dados relevantes de pesquisas
demonstram que em primeiro lugar nos caso de náuseas e vômito produzidos pela
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quimioterapia. No segundo caso bastante aprovado pelos médicos foi os de casos


da ausência de fome, em estados finais do câncer e da AIDS, observando que se
fumando um cigarro de maconha ou se receberem produtos a base de maconha o
apetite volta melhorando muito a qualidade de vida dessas pessoas.

Em 2010, quinze estados já haviam legalizado o uso medicinal da


maconha nos Estados Unidos. Outros doze países já estudavam a mudança de lei
para regulamentar o uso medicina da maconha. Oakland, na Califórnia, foi a primeira
cidade norte–americana a taxar os dispensários de maconha medicinal.

Cerca de oitenta por cento da população votou a favor dessa medida.


Em mil novecentos e noventa e seis, os eleitores da Califórnia aprovaram a proposta
duzentos e quinze da lei da maconha medicinal. Em dois mil e quatro o governo
aprovou o primeiro pedido estadual para licenciar e regular os dispensários da
maconha medicinal. Foram quatro permissões para a cidade de Oakland onde as
pessoas sejam pacientes legal da maconha, segundo as leis da Califórnia podem
receber ate cem produtos diferentes da maconha medicinal.

A Universidade Oaksterdam uma escola para a indústria da maconha,


as pessoas são ensinadas, como de modo seguro e responsável, plantar, vender e
distribuir a maconha. Através de seminários sobre política e questões legais, os
alunos vão para o cultivo a culinária com maconha.

Através de uma pesquisa realizada pelo Conselho da Califórnia


estimou-se que o estado da Califórnia poderia arrecadar 1,5 bilhões de dólares da
taxação da maconha, economizando U$ 900 milhões, quase outro bilhão em
policiamento, por não prender pessoas e colocá-las na prisão.

Estudos relatam ainda que nunca ninguém morresse por overdose de


maconha, e que esta nenhuma relação em ser porta de entrada para drogas mais
pesadas, o que em pese leva a outras drogas mais pesadas é a própria proibição e
o mercado negro.

Do ponto de vista cientifico o que se faz necessário mudar são as


políticas publicas, repressivas.
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Dentro dessa perspectiva temos uma analise clara sobre a classificação


das drogas, podendo relacionar como a política pode exercer ações nas
decisões de quais devem ou não devem ser licitas, bem como, ter uma
perspectiva de como essa influência acarreta nos resultados sociais.

4.0- Drogas no Brasil

As drogas no Brasil estão crescendo a cada ano. A curiosidade e a


oferta esta em todos os lugares. A questão da licitude não só estimula os jovens a
experimentar como a falta de conhecimento a cerca dos cuidados e das
consequências, as torna ainda mais atrativas.

As sensações que por elas trazidas evidenciam a vontade de conhecer,


provar e fazer seu uso. O que muitos jovens não sabem é que o álcool e o cigarro,
apesar de configurar como drogas lícitas fazem muito mais estragos do que se
noticia na mídia.

Se de fato fossemdivulgadas as questões dessas substâncias, bem


como a liberação no que tange, a questão da maconha, seu uso correto e seus
benefícios, certamente teríamos uma redução dessa questão relacionada à
criminalidade. É claro que um assunto muito polêmico ainda, mas em muitos países
como a Holanda, Espanha, e Estados Unidos são alguns países que permitem a
produção o cultivo e a venda para o consumo.

6
Em Portugal desde 2001, ninguém pode ser preso por usar drogas em
Portugal. A posse de maconha é limitada a 25 gramas de erva por usuário.

No entanto a maconha ou a Cannabis, se passa ainda uma das


substâncias mais pesadas, revelando assim uma ignorância épica.

A Cannabis tem uma extensão medicinal fabulosa, antisséptica anti-


inflamatória, antibacteriana,antibiótica,cura o cancro e pesquisas revelam também
que enfraquece o vírus HIV. Protege ainda as células susceptíveis de mutação.

6
http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/quais-lugares-no-mundo-onde-a-maconha-e-liberada.html,
F. (s.d.).
10

Visto que muitas figuras públicas, cientistas e oncologistas, mostram a


sua indignação perante a proibição e as ideias antagônicas que tem apenas como
funçãoprincipal, mante a sociedade ignorante e reprodutora das ideias
manipuladoras.

O Brasil precisa resolver depressa, a questão da licitude bem como


desmistificar a relação que hoje temos com as drogas no que tange a violência e
carência social. A educação saudável não floresce com a proibição, se faz
necessário novos paradigmas e expandir os horizontes do conhecimento.

Enquanto houver distorções no verdadeiro aspecto científico dessas


substâncias, infelizmente ainda veremos muitos jovens perseguidos e sendo
excluídos da nossa sociedade.

4.1- Análise crítica de materiais de apoio e prevenção

O Paraná para efetivar A nova Lei de Drogas - Lei 11.343/06


promovecampanhas nas escolas, através de cartilhas, que visa orientar com
aspectos de orientação e prevenção ao uso de drogas.

Através de um estudo empírico, dados relevante são observados na


cartilha. Ainda propagando ideias proibitórias e relacionadas com o crime e classes
sociais, essas substâncias são fortemente associadas a essas informações.

Em uma análise ainda mais prática, o que ser pode perceber através
da Cartilha de Prevenção as drogas e a Violência, temos uma imagem clara do
estereótipo formado pela sociedade, porque vemos uma constante relação dos
negros com as drogas e a violência. E ainda a maneira com que os jovens se
vestem e como a classe social influência nessa relação.

Fazendo uma análise criminológica, de acordo com o estudioso


CesareLombroso (1835-1909) considerado pai da criminologia em seus profundos
conhecimentos, enfatizou que o delinquente já nasce com características
específicas.De acordo com seus estudos, o delinquente apresenta uma série de
características e comportamentos pontuais. O que vem de uma explicação biológica
do ser humano.
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Pelas idéias de Lombroso;

“o criminoso não é totalmente vítima das


circunstâncias sociais e educacionais desfavoráveis,
mas sofre pela tendência atávica, hereditária para o
mal. Enfim, o delinqüente é doente; a delinqüência é
uma doença”

Remetendo a uma análise aos dias atuais se percebe uma imagem


preconceituosa, sendo que a maior parte das características citadas não aparece
em uma porcentagem realmente impressionante para serem considerado padrão de
uma pessoa má.

7
Visto que as pesquisas de Lombroso ocorreram por volta de 150 anos
atrás, quando não havia recursos suficientes para os exames, como, por exemplo, o
DNA. Lombroso não pôde contar com dados mais seguros e científicos em que
pudesse se basear

8
De acordo com Ferri, que contraria a tese antropológica de
Lombrosooutro acontecimento natural ou social, resultado da contribuição de
diversos fatores:individual, físico e social. E que contrariava a escola clássica de
criminologia com a negação de que o ser humano tinha livre e arbítrio, sustentando
que o crime era consequência de fenômenos antropológicos, físicos e culturais que
e que assim era dotado de responsabilidades, portanto o livre-arbítrio não poderia
ser à base da imputabilidade penal, ou seja, da decisão de que a pessoa deveria ou
não receber uma sanção legal, uma pena. Rejeitou assim o conceito de
responsabilidade moral da escola clássica e criou o conceito de responsabilidade
social.

Importante ressaltar a opinião de Ferri no sentido de que a repressão


Estatal deve evitar o cárcere, buscando penas alternativas para educação social.

Nesse contexto histórico da criminologia procuramos entender a figura


que o jovem e as classes sociais representam com a relação violência e o uso de
drogas para a sociedade.

7
Lombroso, Cesare, 1885-1909. O homem delinquente. ; São Paulo
8
: Enrico Ferri. Universo Jurídico, Juiz de Fora, ano XI, 04 de mar. de 2013.Ícone, 2013. — (Coleção fundamentos
de direito)
12

Como desmistificar essas relações e diminuir as ações policiais no


tocante das classes menos favorecidas, como um estigma social.

5- Considerações Finais

O objetivo principal desse trabalho foi apresentar um breve histórico da


origem das drogas, sua classificação e a desmistificação de cada uma delas.

O ser humano é por sua natureza psicoativo, e esta sempre em busca de


novas sensações e de formas mais eficazes na busca de estudos no melhor
desempenho do funcionamento do organismo humano. E nessa apreciação através
do documentário Cortina de Fumaça, fica evidente que muitas substâncias vem de
encontro com essas realidade.  

Coloca ainda em questão a política de drogas vigente no mundo, com


aspectos relevantes de cada uma delas. Nesse contexto a mídia faria um papel
fundamental se informasse a verdade, tal como é mostrada no documentário,
trazendo informações, e quebrando paradigmas.

No derradeiro que encerra essa pesquisa cabe salientar que muitas dessas
substâncias vêm de um senso comum, o que nos remete a uma análise mais crítica
do assunto, o uso de drogas sempre fez parte da história da humanidade.

Porém, nas últimas décadas essas substâncias passaram a serem caçadas


com detentoras de todo mal da humanidade, principalmente nas classes menos
favorecidas, devido ao impulso dos Estados Unidos e das Nações Unidas, de modo
que praticamente todos os países do mundo incorporaram em seus ordenamentos
legislações repressivos às drogas.
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Referências

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.

Cartilha de Prevenção as Drogas e a Violência. Prefeitura de Curitiba.


www.antidrogas.curitiba.pr.gov.br

CORTINA DE FUMAÇA. Direção: Rodrigo Mac Niven. 88 minutos. Disponível em:


<https://youtu.be/L44QDZjKNzY>. Acesso 06 de junho de 2015 .

Lombroso, Cesare, 1885-1909. O homem delinquente. ; SãoPaulo:

JUNIOR, Luís Geraldo Ferreira. Sociologia e Antropologia Criminal - Os Delinquentes Segundo


Enrico Ferri. Universo Jurídico, Juiz de Fora, ano XI, 04 de mar. de 2013.Ícone, 2013. —
(Coleção fundamentos de direito)

http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/quais-lugares-no-mundo-onde-a-
maconha-e-liberada.html, F. (s.d.).

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