UNIDADE III e IV - ATIVIDADE 3

Discente: Ana Clara Monteiro Cordeiro Matrícula; 2017007332

1º Questão Mévio deve R$ 1.000,00 reais para Joana, que possui dívida com
Frederico pela mesma quantia. Assim, Joana emitiu uma letra de câmbio, pagável a
certo termo da vista, para que Mévio pagasse a Tício a divida de R$ 1.000,00. Como
Tício possuía dívida com Jurema, ele endossou o título de crédito a ela. A letra de
cambio incompleta poderá ser completada por um credor de boa-fé? Para a validade
do endosso é suficiente a simples assinatura de Tício no verso da letra de Câmbio?
É possível que Tício faça o endosso da quantia de apenas R$500,00? Explique e
fundamente. (1,0)

Resposta: Respondendo a questão ora em análise, observando o disposto na

Súmula 387 do STF, é possível afirmar que a letra de câmbio emitida ou aceita com
omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou
do proteste. Além disso, a validade do endosso pode ser feita pela simples assinatura no
verso ou anverso do título com uma declaração de que se trate de endosso. Quanto a
possibilidade de Tício realizar endosso em quantia inferior a descrita no título de
crédito, deve-se ressaltar que nos termos do art. 12 da LUG e do art. 8º, parágrafo III,
do Decreto nº 2044/1908, não existe endosso parcial ou condicional, ou seja, não é
possível transferir apenas parte do crédito ou transmiti-lo sob alguma condição.
O Código Civil Brasileiro, em seu art. 914, cria a figura do endosso condicionado,
continuado; vedado, no entanto, o endosso parcial.

2º Questão O aval pode ser entendido como o ato pelo qual determinada
pessoa passa a responder por obrigação cambial nas mesmas condições que a pessoa
por ele avalizada. Portanto, há certa semelhança com a fiança, porém pode-se
afirmar que os institutos possuem a mesma natureza jurídica? Explique se há ou
não diferenças. (1,0)
 Resposta: Aprofundando os estudos em relação aos instituto aval e finança, é
possível afirmar que ambos possuem natureza jurídica de ato civil de garantia, no entanto,
diferenciam-se por certas especificidades. De início, o aval caracteriza-se por ser
autônomo em relação à obrigação avalizada, ao passo que a fiança é obrigação acessória.
No caso da fiança, existe a preferência, ou seja, o devedor deve ser acionado primeiro e,
somente depois de esgotadas todas as possibilidades de o próprio contratante honrar com
a dívida, o fiador é acionado. No aval, não existe preferência de ordem, portanto, o credor
pode executar qualquer uma das partes.

3º O que é endosso-caução e endosso póstumo? (1,0)

Inicialmente, cabe destacar que o endosso é um ato cambiário que opera a

transferência do crédito representado por título “à ordem” sendo realizado pela simples
assinatura no verso ou anverso do título com uma declaração de que se trate de endosso.
Além desses apontamentos, não podemos deixar de destacar as espécies de endosso
existentes no ordenamento jurídico. Primeiramente, o endosso-caução ou pignoratício
constitui-se como uma espécie de endosso em que o título é entregue ao endossatário
como garantia de uma dívida assumida pelo endossante para com aquele. De outro modo,
o endosso-póstumo ou tardio é aquele concedido posterior ao protesto por falta de
pagamento do título ou ao decurso do prazo respectivo.

4ºBruno realizou a compra de um lote de roupas de praias no Atacado Flores

do Sol em Fortaleza, para revendê-las na cidade de Macapá, desse modo, emitiu em
Fortaleza uma nota promissória para pagamento posterior, no prazo 60 dias
contados da emissão, no momento do preenchimento esqueceu de incluir o local do
pagamento. Nesse caso, qual o local para cobrança? É necessário o aceite de Bruno?
O Atacado Flores do Sol poderá passar essa nota promissória para um terceiro, de
que forma isso pode ocorrer? (1,0)

Analisando a questão, pode-se compreender que nos termos do art. 76. na falta de
indicação especial, como no caso concreto, o lugar onde o título foi passado será
considerado como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio
do subscritor da nota promissória. Ainda em relação ao temas títulos de créditos, a regras
geral quanto ao aceite é de que este apenas será necessário nos títulos de crédito em que
o sacador não seja o devedor principal, ou seja, quando a pessoa que emitiu um Título de
Crédito não é a que deve pagá-lo, sendo assim, não será necessário o aceite de Bruno
posto que ele é o sacador e devedor principal.

Por fim, quanto a possibilidade do Atacado das Flores do Sol repassar a nota
promissória para terceiro, observando as disposições previstas no ordenamento jurídico,
conclui-se que tal prática poderá sim ser realizada através do endosso, uma vez que este
seria uma forma de transferir o direito contido na nota promissória a um terceiro, de
maneira responsável, já que o endossante responsável indireto pelo bom adimplemento
desse título.