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net/publication/313790301
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All content following this page was uploaded by Renato S Thiago de Carvalho on 16 February 2017.
Dissertação submetida à
_________________________________
Prof. Arcanjo Lenzi, Ph.D. - Orientador
_______________________________________
Prof. Eduardo Alberto Fancello, D. Sc. - Coordenador
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Roberto Jordan, Dr. Eng. - Presidente
______________________________________
Prof. Fábio Fiates, Dr. Eng. - UNISUL
______________________________________
Jorge Cláudio da Silva Pinto, Dr. Eng. - INMETRO
iii
À minha esposa,
Luci.
dedico este trabalho, pois, sem os valiosos ensinamentos, suporte educacional, moral e forte
amor, carinho e amizade por eles dedicados a mim, o caminho percorrido até hoje teria sido
muito mais difícil.
AGRADECIMENTOS
Ao colega laboratorista Parú pelas suas boas idéias, excelente humor e ajuda
na construção dos protótipos.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.2 - Espectro de ruído de um refrigerador típico, avaliado em bandas de terço de oitava
(Cortesia: Multibrás). .............................................................................................................................7
Figura 3.2 - Painéis de absorção sonora fixados nas paredes da câmara reverberante do Laboratório de
Vibrações e Acústica............................................................................................................................40
Figura 4.2 - Nível de Potência Sonora antes e após atenuação da radiação do compressor utilizando a
placa metálica.......................................................................................................................................44
Figura 4.4 - Nível de Potência Sonora antes e após o experimento com a placa-base desconectada do
gabinete................................................................................................................................................46
Figura 4.5 - Montagem utilizando caixa de madeira no entorno do gabinete para atenuação de sua
radiação................................................................................................................................................47
Figura 4.7 - Nível de Potência Sonora antes e após a atenuação da radiação do gabinete. ...................48
Figura 4.8 - Nível de Potência Sonora antes e após o isolamento do gabinete e placa-base
simultaneamente...................................................................................................................................50
Figura 4.10 - Grade construída com tubos metálicos e nylon necessários na definição dos pontos de
medição discreta de intensidade sonora................................................................................................52
Figura 4.12 - Mapa de intensidade sonora da região traseira do refrigerador na banda de 160 Hz
(Fonte: LMS Pimento®). .....................................................................................................................54
Figura 4.13 - Mapa de intensidade sonora da região traseira do refrigerador na banda de 200 Hz
(Fonte: LMS Pimento®). .....................................................................................................................54
Figura 4.14 - Mapa de intensidade sonora da região traseira do refrigerador na banda de 400 Hz
(Fonte: LMS Pimento®). .....................................................................................................................55
Figura 4.15 - Mapa de intensidade sonora da região traseira do refrigerador na banda de 630 Hz
(Fonte: LMS Pimento®). .....................................................................................................................55
Figura 4.16 - Mapa de intensidade sonora da região traseira do refrigerador na banda de 1250 Hz
(Fonte: LMS Pimento®). .....................................................................................................................56
Figura 4.18 - Mapa de intensidade sonora na região traseira inferior do refrigerador - 500 Hz (Fonte:
LMS Pimento®)...................................................................................................................................57
Figura 5.1 - Malha estrutural tipo Shell do compressor gerada para obtenção de seus modos estruturais
de vibração. ..........................................................................................................................................58
Figura 5.2 - Vetores normais representando o local e direção aos quais foram realizadas as leituras
pelos transdutores de aceleração. .........................................................................................................60
Figura 5.4 - Resultado Numérico vs. Experimental: Modelo fmáx = 1600 Hz. .....................................63
Figura 5.6 - Resultado Numérico vs. Experimental: Modelo fmáx = 2500 Hz. .....................................65
Figura 6.2 - Experimento para validação do TPA utilizando a câmara semi-anecóica do LVA. ..........77
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.4 - Forças resultantes para barras curvas (LENZI [5]). ..........................................................33
Tabela 7.1 - Resumo dos resultados obtidos pelos diferentes métodos. ...............................................91
xi
SIMBOLOGIA
RESUMO
ABSTRACT
The present work was searching for, in a first step, to quantify experimentally
how important is the contribution given to the total noise of a domestic refrigerator
system, by three system vibroacoustic transmission paths, using the reverberant
chamber method to obtain the sound power response. Different setups were
considered in order to separate the mechanical connections between the compressor
and the refrigerator cabinet, what made possible to evaluate the potential of each
path to transfer the vibroacoustic signal from the source to the receiver in a steady
state. After that, a vibroacoustic numerical model was developed considering the
compressor and the cabinet surfaces meshes, the floor and the wall behind the
refrigerator, using the Boundary Elements Method (BEM), with the intention to
numerically quantify the direct sound power emitted by the compressor, taking into
account the acoustic interaction with the floor, the wall and the cabinet surfaces. In a
third step, an acoustic intensity mapping was performed around the refrigerator,
using an anechoic chamber and a sound intensity probe, in order to determine the
sound power emitted by the refrigerator using a second method. This method was
also extremely useful to provide a qualitative sound intensity colormap, which gave a
good idea about the source location and the relative sound intensity among the
different sources present in a domestic refrigerator. As a final step, a new
methodology for path quantification was applied in the refrigerator, known as
operational Transfer Path Analysis (TPA), which uses a mathematical tool called
Principal Component Regression Analysis (PCRA) to obtain and sort in a descending
way the singular values of a signal input matrix. This matrix decomposition was used
to form the transfer function matrix necessary to obtain the pressures related to each
transfer path. Despite the difficulties and uncertainties in the measurements and
simulations, it is possible to conclude that a vibroacoustic interaction between the
compressor and the refrigerator cabinet imposes a great influence in the global noise
of domestic refrigerator system, especially in the low frequency bands between 100
Hz and 500 Hz.
Condensador
Evaporador
Tubo
Capilar
Linha de
Sucção
Linha de
Descarga
Compressor
Placa-base do
Compressor
Eixo
Motor
Elétrico
Óleo
Lubrificante
• 315 Hz a 500 Hz: Há influência do filtro acústico de sucção (muffler) e das molas
de suspensão com contribuições aproximadamente iguais. Pequena contribuição
do tubo de descarga (bundy);
• 630 Hz a 1 kHz: Influência maior das molas em relação ao filtro acústico de
sucção (muffler) e efeito das primeiras ressonâncias acústicas da cavidade;
• 1,25 kHz a 2 kHz: Predomina a contribuição do muffler. Em menor importância a
contribuição do fluxo de energia para a carcaça através das molas de suspensão;
• 2,5 kHz a 4 kHz: Também predomina a contribuição do muffler, com queda da
influência das molas de suspensão a partir de 3,15 kHz. Faixa das freqüências de
ressonâncias da carcaça;
• 5 kHz a 10 kHz: Nesta faixa a importância do muffler aumenta, com o decréscimo
dos demais caminhos.
1 ∂2 p '
∇ 2 p '− =0, (2.1)
c0 ∂t 2
sendo a variável p’, a pressão sonora num determinado ponto e a constante c0, a
velocidade do som no meio, que no caso do ar é de aproximadamente 343 m/s para
20 °C de temperatura e 10 5 Pa de pressão atmosférica.
A unidade de pressão no sistema S.I. - Sistema Internacional é o Pascal, no
entanto, a pressão sonora pode também ser expressa em decibel (dB):
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 14
p'
NPS = 20 x log −6
. (2.2)
20 x10
Vale lembrar que a pressão sonora p’ deve ser vista apenas como uma
parcela da pressão absoluta p, sendo esta última definida como a soma da pressão
atmosférica p0 e variação de pressão causada pelo campo sonoro:
p = p0 + p ' , (2.3)
NPS p’ Percentual
120 dB 20 Pa 0,02 %
90 dB 0,63 Pa 0,00063 %
60 dB 0,02 Pa 0,00002 %
30 dB 0,00063 Pa 0,00000063 %
Valor de referência p0 = 1 atm = 105 Pa
1
T
I n = lim ∫ I ( t ) .dt . (2.4)
T →∞ T
0
Ws = ∫ I n .dS . (2.5)
s
Ws
NWS = 10 ⋅ log , (2.6)
Wref
• ISO 3741: Determination of sound power levels of noise sources using sound
pressure - Precision methods for reverberation rooms [9];
• NBR 13910-1: Diretrizes de ensaios para a determinação de ruído acústico de
aparelhos eletrodomésticos e similares - Parte 1: Requisitos gerais [10];
• NBR 13910-2-1: Diretrizes de ensaios para a determinação de ruído acústico
de aparelhos eletrodomésticos e similares - Parte 2: Requisitos particulares
para refrigeradores, congeladores, combinados e similares [11].
2000
fw = [ Hz ] . (2.7)
V 1/ 3
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 17
Para o caso da câmara reverberante do LVA, cujo volume V é igual a 200 m3,
o valor desta freqüência é 342 Hz. Para aumentar a densidade modal e
conseqüentemente reduzir a incerteza das medições, é recomendável um
coeficiente de absorção de até 0,16 nas freqüências abaixo da freqüência de
Waterhouse.
O paralelismo entre as paredes da câmara deve ser evitado, também com o
intuito de atingir as condições adequadas para criação do campo difuso, no qual a
energia sonora encontra-se uniformemente distribuída ao longo do volume da
câmara. Uma representação esquemática pode ser vista na Figura 2.7.
Segundo a norma ISO 3741, a intensidade sonora total num determinado ponto
dentro da câmara reverberante, levando em consideração que as condições
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 19
< P2 > Q 4
=W θ2 + . (2.8)
ρc 4πr A
Q 4
NPS = NWS + 10 ⋅ log θ 2 + , (2.9)
4πr A
na qual:
• r: distância da fonte até o ponto de observação;
• Qθ : fator de direcionalidade;
Qθ 4
<< . (2.10)
4πr 2
A
4
NPS = NWS + 10 ⋅ log . (2.11)
A
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 20
0,161V
TR = . (2.12)
A
λmax c
d parede > = . (2.14)
2 2 f min
S .(331, 4 + 0, 6.t ) S .λ
1 + = 1 + . (2.15)
8.V . f 8.V
Sλ
NWS = NPS − 10 ⋅ log TR + 10 ⋅ log V + 10 ⋅ log 1 + − 14 . (2.16)
8V
Uma expressão muito semelhante à Equação 2.16 é utilizada pela norma ISO
3741, Subseção 8.2.2, acrescida de um termo de correção relacionado à pressão
barométrica [Pa], conforme descrito abaixo:
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 21
Sλ B
NWS = NPS − 10 ⋅ log TR + 10 ⋅ log V + 10 ⋅ log 1 + − 10 ⋅ log − 14 . (2.17)
8V 1000
A A Sλ 427 273 B
NWS = NPS + 10 ⋅ log + 4,34 ⋅ log + 10 ⋅ log 1 + − 25 ⋅ log 400 273 + θ . B − 6 . (2.18)
A0 S 8V 0
O nível médio de pressão sonora NPS dos sinais dos microfones para cada
banda de freqüência, utilizado no cálculo da potência sonora, é expresso através da
Equação 2.19:
1 M
NPS = 10 ⋅ log
M
∑10
i =1
NPSi / 10
.
(2.19)
A potência sonora de uma fonte qualquer pode ser obtida pela comparação de
seu Nível de Pressão Sonora medido numa câmara reverberante com o Nível de
Pressão Sonora de uma fonte de referência calibrada (Brüel & Kjaer [13]), medida no
mesmo local.
A fonte de referência foi originalmente projetada por um comitê da ASHRAE –
American Society of Heating, Refrigeration and Air Conditioning Engineers na
década de 1960 (BARRON [14]), sendo que atualmente há fontes de diferentes
fabricantes disponíveis no mercado.
Para se obter o Nível de Potência Sonora de uma fonte deve-se primeiramente
realizar uma média quadrática do Nível de Pressão Sonora, medido em cada banda
de freqüência da fonte em operação.
Posteriormente, a fonte em teste é removida e a fonte de referência é colocada
em seu lugar e novamente uma média energética do Nível de Pressão Sonora
medido em cada banda de freqüência é realizada.
Desta forma, com os dados obtidos pela execução dos passos anteriores, o
Nível de Potência Sonora de uma fonte qualquer pode ser calculado de maneira
indireta, através da Equação 2.20:
N
Pi 2 .Si
W =∑ , (2.21)
i =1 ρ .c
Supondo que para cada área a intensidade sonora seja constante, tem-se:
ou
W = I1 ⋅ A1 + I 2 ⋅ A2 + ... + I N ⋅ AN , (2.24)
N
W = ∑ I i ⋅ Ai . (2.25)
i =1
Housing
∂ 2 p ( x, y , z , t )
c0 ∇ p ( x, y, z , t ) −
2 2
=0. (2.26)
∂t 2
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 26
p ( x, y, z , t ) = P ( x, y, z ) e jωt . (2.27)
∇ 2 P ( x, y , z ) + k 2 P ( x, y , z ) = 0 , (2.28)
Conseqüentemente, obtém-se:
lπ mπ nπ ,
2 2 2
∞ ∞ ∞
p ( x, y, z , t ) = ∑∑∑ Almn cos(k x ( l ) x) cos(k y ( m ) y ) cos(k z ( n ) z )e jωlmnt . (2.32)
l =1 m =1 n =1
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 27
B C t σ f
. = , (2.33)
C D µ g
Pp = {a} { p} + { p} {vn } .
t t
(2.34)
Desta forma, para obter resultados satisfatórios, a vibração de seu corpo, deve
ser descrita através de um modelo com seis graus de liberdade, tal qual ilustrado na
Figura 2.9, na qual se observa a representação esquemática de um compressor, sua
placa-base e seus isoladores.
Fz
Fy
Fx
No entanto, para freqüências acima de 1000 Hz, a análise deve ser feita na
forma de impedâncias dos elementos que compõem o sistema separadamente, uma
vez que a partir desta freqüência os modos de corpo flexível começam a se
manifestar. As impedâncias do compressor, placa-base e tubos podem ser obtidos
experimentalmente utilizando martelos; shakers e acelerômetros ou mesmo através
de modelos numéricos.
Força N .s
zɶmec = . (2.35)
Velocidade m
Fe M comp + M base
H Fe − Fs = Tr = = . (2.36)
Fs M isol + M comp + M base
Carcaça
Isoladores
Placa-base
Re { F .u *} ,
1
Wtrans _ base = (2.37)
2
ou
1 2
Wtrans _ base = u .Re { zɶbase } , (2.38)
2
axiais u x ; u y ; u z e angulares θɺx ;θɺy ;θɺz , representados pela Figura 2.13 e baseados em
(BAARS [22]), tem-se a energia total transmitida pelos tubos pode ser colocada da
seguinte forma:
1
2 { x x } { } {i i x x } { i i }
Wtrans _ tubo = ⋅ Re F .u * + ... + Re F .u * + Re M .θɺ * + ... + Re M .θɺ * . (2.39)
m′′ = ρ m th , (3.1)
ρ0 c0 2
kmola = , (3.2)
dp
1 ρ0 c0 2
f = . (3.3)
2π d p ρ m th
A Equação 3.3 pode ser reescrita na forma da Equação 3.4 para cavidades que
possuem em seu interior somente ar como preenchimento:
Capítulo 3 - Preparação da Câmara Reverberante para medição de Potência Sonora 38
60
f 60 = . (3.4)
m′′d p
Para cavidades que estão preenchidas não somente com ar, mas também com
material poroso, a Equação 3.5 é a mais indicada para o cálculo da freqüência de
ressonância, pois as condições do processo se alteram de adiabáticas para
isotérmicas:
50
f50 = . (3.5)
m′′d p
A Equação 3.5 foi utilizada para o cálculo das freqüências de ressonância dos
painéis de membrana projetados e inseridos na câmara reverberante do LVA no
início das atividades experimentais para o equilíbrio dos tempos de reverberação.
A obtenção do coeficiente de absorção no topo da superfície dos painéis foi
realizada utilizando um modelo para cálculo da impedância normal à superfície que é
o resultado da soma das impedâncias da membrana, camada de ar, camada de
material poroso, da forma como mostrada por COX&D’ANTONIO [21], reproduzida
neste texto pela Equação 3.6:
energia absorvida
α (θ ) = = 1 − R (θ ) .
2
(3.7)
energia incidente
Capítulo 3 - Preparação da Câmara Reverberante para medição de Potência Sonora 39
zɶabs
cos (θ ) − 1
ρ 0 c0
R (θ ) = . (3.8)
zɶabs
cos (θ ) + 1
ρ 0 c0
2
zɶabs
cos (θ ) − 1
ρ 0 c0
α (θ ) = 1 − . (3.9)
zɶabs
cos (θ ) + 1
ρ 0 c0
π /2
Figura 3.2 - Painéis de absorção sonora fixados nas paredes da câmara reverberante do
Laboratório de Vibrações e Acústica.
Porta do
Placa de aço
Refrigerador
Bancada de apoio
Figura 4.2 - Nível de Potência Sonora antes e após atenuação da radiação do compressor
utilizando a placa metálica.
Uma nova montagem foi elaborada, desta vez com o objetivo de atuar no
caminho de transmissão das vibrações que são transmitidas entre o compressor e o
gabinete do refrigerador, através do caminho estrutural formado pela conexão da
placa-base ao refrigerador.
A Figura 4.3 ilustra a montagem em questão que consistiu na elaboração de
uma base auxiliar utilizando tiras de material visco-elástico sobrepostas umas às
outras, de maneira que se pudesse apoiar o gabinete do refrigerador diretamente no
chão, e não mais na placa-base de alumínio que suporta o compressor e que serve
de conexão mecânica entre o compressor e o refrigerador.
Espaçamento
Tiras Viscoelásticas
Traseira do
Refrigerador
Vista Ampliada
da Lateral
Lateral
Piso
Figura 4.3 - Placa-base desconectada do gabinete.
Uma vez finalizada esta montagem, esperava-se que o ruído medido pelos
microfones não mais apresentasse a parcela de contribuição associada à energia
vibratória gerada pelo compressor e que se propaga para o refrigerador através da
placa-base.
O resultado em termos de nível de potência sonora pode ser visualizado
através da Figura 4.4. Neste caso, observou-se alterações pouco significativas no
espectro em relação às diferenças percebidas na montagem feita para isolar a
radiação direta do compressor na maior parte das bandas analisadas, em especial
na região das bandas acima de 1000 Hz.
Figura 4.4 - Nível de Potência Sonora antes e após o experimento com a placa-base
desconectada do gabinete.
Desta forma, observa-se que este tipo de montagem não reproduz de maneira
suficiente a impedância acústica encontrada pelo compressor em seu apoio original
e em função disso percebe-se que os resultados apresentados não apontam
tendências claras de atenuação em determinada faixa de freqüência.
Parede
Região Traseira
Região Frontal
da Caixa
da Caixa
Região do
Compressor Refrigerador
Piso da Câmara
Figura 4.5 - Montagem utilizando caixa de madeira no entorno do gabinete para atenuação de
sua radiação.
Capítulo 4 - Procedimentos de avaliação experimental das principais fontes de ruído 48
Região Traseira
da Caixa
Material
Compressor Poroso
Refrigerador
Figura 4.7 - Nível de Potência Sonora antes e após a atenuação da radiação do gabinete.
Capítulo 4 - Procedimentos de avaliação experimental das principais fontes de ruído 49
Figura 4.8 - Nível de Potência Sonora antes e após o isolamento do gabinete e placa-base
simultaneamente.
Estrutura
Metálica
Figura 4.10 - Grade construída com tubos metálicos e nylon necessários na definição dos
pontos de medição discreta de intensidade sonora.
Capítulo 4 - Procedimentos de avaliação experimental das principais fontes de ruído 53
ESPAÇADORES
MIC 01 MIC 02
120 pontos de medição, sendo projetado o seu mapa de cores para as bandas de
160 Hz, 200 Hz, 400 Hz, 630 Hz e 1250 Hz respectivamente.
As figuras a seguir mostram com clareza a radiação das chapas do
refrigerador, sendo que as cores mais próximas do vermelho representam as regiões
na qual o nível de intensidade sonora é mais elevado e as cores tendendo a azul
são as regiões de nível menos elevado.
Figura 4.12 - Mapa de intensidade sonora da região traseira do refrigerador na banda de 160
Hz (Fonte: LMS Pimento®).
Figura 4.13 - Mapa de intensidade sonora da região traseira do refrigerador na banda de 200
Hz (Fonte: LMS Pimento®).
Capítulo 4 - Procedimentos de avaliação experimental das principais fontes de ruído 55
Figura 4.14 - Mapa de intensidade sonora da região traseira do refrigerador na banda de 400
Hz (Fonte: LMS Pimento®).
Figura 4.15 - Mapa de intensidade sonora da região traseira do refrigerador na banda de 630
Hz (Fonte: LMS Pimento®).
É importante lembrar que, em função do refrigerador não ter sua região traseira
posicionada em frente a uma parede, o ruído obtido apresenta diferenças em
relação ao ruído medido em câmara reverberante. No entanto, ainda assim, os
dados obtidos podem servir como parâmetro para localização das fontes.
Capítulo 4 - Procedimentos de avaliação experimental das principais fontes de ruído 56
Figura 4.16 - Mapa de intensidade sonora da região traseira do refrigerador na banda de 1250
Hz (Fonte: LMS Pimento®).
Figura 4.18 - Mapa de intensidade sonora na região traseira inferior do refrigerador - 500 Hz
(Fonte: LMS Pimento®).
Figura 5.1 - Malha estrutural tipo Shell do compressor gerada para obtenção de seus modos
estruturais de vibração.
Capítulo 5 – Análise Numérica da Radiação Sonora 59
Figura 5.2 - Vetores normais representando o local e direção aos quais foram realizadas as
leituras pelos transdutores de aceleração.
optou-se por adotar o menor tamanho possível para reduzir o tamanho da malha
utilizada.
Malha do Gabinete
Field Points
Baffle
Malha do Malha do
Compressor Piso
visualizada na Figura 5.4. Vale lembrar que a curva para o compressor diz respeito a
medições de sua radiação sonora quando não instalado no sistema de refrigeração
e foi considerado na figura para comparar seus padrões de radiação sonora com os
dados simulados.
Figura 5.4 - Resultado Numérico vs. Experimental: Modelo fmáx = 1600 Hz.
que as freqüências médias e altas representam a maior parte do ruído, também foi
observada pela simulação, exceto pela constatação de que alguns picos e vales
podem ser ressaltados, inclusive pelo fato de que a absorção das paredes do
Housing não foi modelada.
Malha do
Gabinete
Field Points
Baffle
Malha do
Piso
Malha do
Compressor
Este modelo, com uma discretização mais elevada, foi elaborado com o
objetivo de analisar bandas de freqüências mais altas do espectro e também para
avaliar a influência do tamanho do elemento no Nível de Potência Sonora obtido,
uma vez que possíveis alterações causadas pelas regiões de interface, com
dimensões bastante pequenas, poderiam alterar o resultado em função da má
discretização.
Da mesma maneira que na malha A, observa-se na Figura 5.6, referente à
malha B, que a maior diferença alcançou cerca de 7,5 dB entre as curvas nas
freqüências a partir de 800 Hz. Para as freqüências mais baixas as diferenças entre
Capítulo 5 – Análise Numérica da Radiação Sonora 65
Figura 5.6 - Resultado Numérico vs. Experimental: Modelo fmáx = 2500 Hz.
ca min hos
R (ω )
r (ω ) = ∑j =1 S j (ω )
⋅S j (ω ) , (6.1)
sendo:
r (ω ) - Espectro de Fourier da resposta global no ponto receptor;
R (ω )
- Função de Resposta em Freqüência (FRF) entre a saída (receptor) e
S j (ω )
transferência j.
Porém, em virtude da grande dificuldade encontrada na medição direta dos
esforços operacionais S j (ω ) , adotam-se formas indiretas e estimadas de obtenção
f j (ω ) = K (ω ). ( xs (ω ) − xr (ω ) ) , (6.2)
Capítulo 6 – Identificação das fontes pelo método TPA 69
sendo:
f j (ω ) - Força operacional no caminho j;
−1
Xɺɺ11 Xɺɺ12 Xɺɺ1n
...
f1 F1 F2 Fn ɺɺ x1
... ,
... = ... (6.3)
f Xɺɺ
Xɺɺmn ɺɺ xm
m m1
F ...
1 Fn
sendo:
ɺɺ
x1
... - Vetor de acelerações operacionais no lado do receptor;
ɺɺ
xm
Xɺɺij
- Função de resposta em freqüência medida entre a aceleração no ponto
Fj
de entrada i e a força aplicada no caminho de transferência j.
p1 ɺɺ
x11 ɺɺ
x12 x1n h1
... ɺɺ
{P} = X {H } ou ⋮ = ⋮
ɺɺ ⋱ ⋮ ⋮ . (6.4)
p ɺɺ xmn hn
ɺɺ
m xm1 ...
−1 −1
Xɺɺ {P} = Xɺɺ Xɺɺ { H }
−1
. (6.5)
{H } = Xɺɺ {P}
Xɺɺ = [U ][ S ][V ]
−1
Xɺɺ [V ] = [U ][ S ][V ] [V ] .
−1
(6.7)
[T ] = Xɺɺ [V ] = [U ][ S ]
[ P ] = [Tr ][C ]
[Tr ] [ P ] = [Tr ] [Tr ][C ] .
T T
(6.9)
−1
Se [ H ] = Xɺɺ [ P ] e [ P ] = [Tr ][C ] ,
−1
então [ H ] = Xɺɺ [Tr ][C ] . (6.10)
−1
Se [Tr ] = Xɺɺ [Vr ] e [Vr ] = Xɺɺ [Tr ] ,
Se [Tr ] = [U r ][ Sr ] ,
[Tr ]
T
pré-multiplica-se por ,
([T ] [T ]) T −1
Também pré-multiplicando por r r
,
[ H ] = [Vr ][ Sr ] [U r ] [ P ] .
−1 T
resultando (6.13)
Esta técnica pode ser inserida nas primeiras etapas de lançamento dos novos
produtos nas empresas, assim como ao se repensar processos de montagem de
diferentes tipos de estruturas; máquinas e equipamentos que já foram lançadas no
mercado e que ainda apresentam problemas associados ao ruído e vibrações.
Capítulo 6 – Identificação das fontes pelo método TPA 76
Placa de alumínio
Microfone
Acelerômetros
Esquerdo
Direito
Esquerdo
Direito
Configuração (B): Mostrada de forma geral pela Figura 6.2, e em detalhe pela
Figura 6.3, é bastante semelhante à configuração (A) e difere somente pelo fato de
que os acelerômetros foram fixados na região periférica da superfície frontal das
respectivas carcaças dos excitadores eletrodinâmicos.
Capítulo 6 – Identificação das fontes pelo método TPA 78
Acelerômetro
Foi utilizado ruído branco como sinal de entrada no intervalo de 1,56 Hz até
12,8 kHz para os dois excitadores de maneira independente, ou seja, os canais de
saída e os ganhos eram diferentes entre si.
Para captar os sinais de respostas foram utilizados dois acelerômetros e um
microfone, sendo estes dados utilizados como entrada no algoritmo TPA operacional
implementado em um programa comercial para cálculos matemáticos denominado
Matlab 7.0®.
Neste algoritmo, os acelerômetros são os transdutores responsáveis por
caracterizar o sinal operacional associado àquele determinado caminho de
transmissão e também ajudam na obtenção da função de transferência.
O microfone é responsável por captar o sinal global do ruído do refrigerador,
tanto para condições operacionais como para condições experimentais e desta
forma também é utilizado na composição da matriz de função de transferência.
6.2.2 Resultados
A Figura 6.6 mostra melhor concordância àqueles apresentados nas figuras 6.4
e 6.5, com diferenças de no máximo 6 dB, que ocorre na banda de 100 Hz. Nas
demais bandas as diferenças encontradas giram em torno de 3 dB, com destaque
para as bandas acima de 1250 Hz, nas quais os valores obtidos por medição direta
e via algoritmo do TPA são praticamente idênticos, com diferenças entre as curvas
tendendo a zero.
Os resultados em termos de Nível de Pressão Sonora da configuração (B)
estão representados pelas Figura 6.7 a 6.9. Todos os resultados obtidos aplicando o
algoritmo do TPA são comparados com valores de referência obtidos através de
medições diretas.
Os resultados apresentados na Figura 6.7 para o excitador posicionado no lado
direito, mostram discrepâncias aparentemente grandes entre as curvas obtidas via
TPA e por medição direta.
Capítulo 6 – Identificação das fontes pelo método TPA 82
No entanto, estas diferenças podem ser justificadas não somente pelo fato já
descrito para a configuração (A), na qual a medição direta não demonstra as
possíveis interferências entre as vibrações dos diferentes caminhos, mas também
pelo fato que o ganho utilizado para o excitador do lado direito foi cerca de duas
vezes menor daquele utilizado para o excitador do lado esquerdo.
Como o acelerômetro foi posicionado na carcaça do excitador eletrodinâmico,
uma hipótese é que a leitura menos intensa do sinal daquele caminho, resultou em
diferenças de até 15 dB para a banda de 800 Hz.
Novamente, é importante lembrar que a curva denominada de Referência,
serve como um parâmetro, mas não necessariamente representa em definitivo a
contribuição vibro-acústica do caminho em questão.
Capítulo 6 – Identificação das fontes pelo método TPA 83
A qualidade deste resultado pode ser justificada pela soma dos resultados
parciais levando em conta a fase da resposta de pressão sonora obtida para cada
um dos caminhos, ou seja, somam-se os vetores de pressão sonora associados a
cada uma das freqüências analisadas.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é o fato de que o ganho
imposto ao excitador eletrodinâmico do lado direito foi muito inferior ao ganho do
excitador do lado esquerdo, fazendo com que a curva deste último prevalecesse em
relação ao primeiro.
CAPÍTULO 7
7- APLICAÇÃO DO MÉTODO TPA OPERACIONAL AO
REFRIGERADOR E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Acelerômetros
Superior Microfone
LD
Frontal LE
TUBOS
BASE
CARCAÇA
Figura 7.2 - Acelerômetros do Base; Tubos e Carcaça.
Nas Figuras 7.3 a 7.7, as curvas do ruído total associado ao refrigerador obtido
por medição direta do refrigerador em funcionamento, assim como a curva do ruído
total obtido via algoritmo do TPA operacional, serão mostradas juntamente com os
resultados para as contribuições parciais dos caminhos em análise, também obtidos
via TPA operacional.
Na Figura 7.3 tem-se o resultado da contribuição parcial da radiação do
compressor obtido via TPA. Contribuições importantes são observadas nas faixas de
160 Hz, 500 Hz e região de 1000 Hz e 1250 Hz. Nas altas freqüências ficou
Capítulo 7 – Aplicação do método TPA Operacional ao Refrigerador e Análise dos Resultados 87
Esta aparente distorção dos resultados pode ser justificada pelas condições de
medição, na qual o refrigerador é posicionado com sua região traseira perto de um
anteparo de madeira (Baffle), e com um único ponto de medição da pressão sonora
no lado oposto onde está localizado o compressor. Esta condição de medição
possivelmente impôs significativa atenuação para as ondas com freqüências mais
elevadas.
Esta tendência de redução do NPS nas altas freqüências também é observada
nos resultados globais de ruído captado pela medição direta do ruído do sistema de
refrigeração, uma vez que uma das principais fontes de ruído na região de altas
freqüências, ou seja, a radiação da carcaça do compressor, tem sua contribuição
atenuada pelo motivo relatado acima.
Capítulo 7 – Aplicação do método TPA Operacional ao Refrigerador e Análise dos Resultados 88
Outro aspecto que pode ter alterado os resultados obtidos está relacionado
com o número de transdutores utilizados, uma vez que determinados caminhos ou
mesmo determinadas componentes de ruído destes caminhos, ao não serem
considerados nos cálculos pelo algoritmo do TPA operacional, acabam por modificar
para mais ou menos os resultados de nível de pressão sonora.
A Figura 7.4 mostra a contribuição das vibrações da Placa-Base, na qual se
observa a forte influência na região de 1 kHz, bem como nas bandas de 160 Hz, 250
Hz e 500 Hz. Neste caso, conforme esperado, evidencia-se uma contribuição mais
destacada na região de baixas até as médias freqüências.
A comparação direta dos resultados obtidos via TPA operacional com aqueles
obtidos pelos demais métodos utilizados neste trabalho não é possível, visto que os
dados obtidos pelo TPA dizem respeito ao Nível de Pressão Sonora e não ao Nível
de Potência Sonora.
Outro aspecto que impossibilita a exposição de todos os resultados em um
único gráfico, é o fato de se ter coletado informações qualitativas como no caso dos
mapas de intensidade sonora, assim como para os resultados experimentais de
atenuação obtidos por imposição de barreiras físicas e/ou separação das partes.
Capítulo 7 – Aplicação do método TPA Operacional ao Refrigerador e Análise dos Resultados 91
Radiação do
200 Gabinete
14 dB N/A Alta (Traseira) 12,5 dB (A)
Radiação do
400 Gabinete
6 dB N/A Média (Traseira) 12,5 dB (A)
Radiação do
4 dB (Housing) 10 dB (A) Média (Housing) 13 dB (A)
Compressor
630
Radiação do
Gabinete 3 dB N/A Alta (Traseira) 13 dB (A)
Radiação do
800 Gabinete
6 dB N/A Alta (Traseira) 17,5 dB (A)
Radiação do
1000 Compressor e 7 dB (Housing) 23 dB (A) Alta (Housing) 26 dB (A)
Placa-Base
Radiação do
Compressor 7 dB (Housing) 21 dB (A) Média (Housing) 26 dB (A)
1250
Radiação do
7 dB N/A Média (Traseira) 17,5 dB (A)
Gabinete
Radiação do
4000 Compressor
7 dB (Housing) N/A N/A 16 dB (A)
[25] SOTTEK, Roland. et al. An Artificial Head which speaks from its Ears:
Investigations on Reciprocal Transfer Path Analysis in Vehicles, Using a Binaural
Sound Source. SAE Internacional, 2003.
[26] BIERMAYER, Werner, et al. Efficient Transfer Path Analysis for Vehicle Sound
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[27] BRANDL, S., BRANDL. et al. Optimised TPA approach for improving interior
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[28] KOUSUKE, Noumura. et al. Method of transfer path analysis for vehicle
interior sound with no excitation experiment, FISITA, F2006D183, 2006.
[29] LOHRMANN, Martin. Operational Transfer Path Analysis: Comparison with
conventional methods, ICSV15, 2008.
10 - APÊNDICE A - TRECHO PRINCIPAL DO ALGORITMO TPA-SVD