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Orientador
Orientador: Prof. Dr. Carlos Coelho Leal Monteiro Moreira
Co-orientadora
orientadora: Dra. Fernanda de Oliveira Resende
Junho de 2010
© António José dos Santos Carvalho, 2010
Resumo
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Abstract
In this dissertation are addressed e studied several thematic concerning the production
and integration of wind energy in the power network. The constant increase of this wind
energy integration as an impact in what comes to the stability of the electric power systems,
that may even bring serious problems to the network operation, especially in the sequence of
short-circuits that can lead to the shutdown of the wind farms.
In order to answer these problems, the transmission system operators have been
demanding very specific requirements to the wind production systems. From these
requirements are to be highlighted, in this dissertation, those that refer themselves to the
fault-ride through capability.
From the variety of machines capable of wind energy production, a special emphasis is
given, in this study, to the synchronous machine of variable speed with a full-scale converter.
This is a technology that has been increasingly explored on the wind conversion systems,
which is the reason why it’s object of study in this dissertation.
The mathematic model of the wind conversion system equipped with the permanent
magnets synchronous machine consists on the aggregation of the concerning models of each
one of its components. Thus, it were identified the appropriate mathematic models to
represent the behavior of these components on dynamic state and on normal working
conditions taking into account the interaction between them. Beside this, control features
have been developed that allow the voltage stability of the Direct Current (DC) link, as well
the control of the reactive current that allows to perform the voltage support by the machine
during a fault period. These features have been developed with the intention to represent the
behavior of the system following the occurrence of short circuits in the upstream network,
ensuring the fault-ride through capability.
All of the developed models were implemented in Matlab/Simulink, where it was possible
to perform the simulation of a test network that allowed to evaluate the performance of the
control systems developed, and where special attention was given to the fault-ride through
capability.
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Agradecimentos
Gostaria, antes de mais, de agradecer ao meu orientador, Professor Doutor Carlos Coelho
Leal Monteiro Moreira, a confiança depositada em mim, a sua constante disponibilidade para
me aconselhar e por todo o seu apoio ao longo deste semestre, que foi essencial para a
elaboração desta dissertação. A sua orientação foi fundamental nos momentos mais
complicados deste trabalho.
Por último, mas em primeiro plano, gostaria de agradecer de forma incansável aos meus
pais pelo facto de terem investido e acreditado sempre em mim. Sem o seu apoio nunca teria
tido a hipótese de estar a terminar um curso superior.
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vi
“We make a living by what we get,
But we make a life by what we give.”
Winston Churchill
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viii
Índice
Resumo ............................................................................................ i
Abstract ...........................................................................................iii
Agradecimentos ..................................................................................v
Índice.............................................................................................. ix
Capítulo 1 ........................................................................................ 1
Introdução .......................................................................................................1
1.1 - Integração de Sistemas de produção eólica em redes eléctricas de energia .............1
1.2 - Motivação para a realização da Dissertação ....................................................4
1.3 - Objectivos da Dissertação ..........................................................................5
1.4 - Estrutura da Dissertação............................................................................6
Capítulo 2 ........................................................................................ 8
SISTEMAS DE CONVERSÃO DE ENERGIA EÓLICA ...........................................................8
2.1 - Introdução.............................................................................................8
2.2 - Sistemas eólicos ligados às redes eléctricas ....................................................9
2.3 - Tecnologias de produção eólica ................................................................. 11
2.4 - Conceitos de controlo aerodinâmico ........................................................... 13
2.5 - Principais topologias de produção eólica ...................................................... 17
2.5.1 - Gerador de indução convencional (rotor em gaiola) ................................. 18
2.5.2 - Gerador de indução de velocidade variável - Optislip ............................... 20
2.5.3 - Gerador de indução duplamente alimentado ......................................... 21
2.5.4 - Sistemas de geração de velocidade variável com conversão integral ............. 22
2.6 - Topologias de electrónica de potência ........................................................ 25
2.6.1 - Conversores electrónicos de potência .................................................. 26
2.6.2 - Conversores de potência com modelação PWM ....................................... 28
2.7 - Conclusão ........................................................................................... 30
Capítulo 3 ....................................................................................... 32
Códigos de Rede.............................................................................................. 32
3.1 - Introdução........................................................................................... 32
3.2 - Visão geral dos códigos de rede ................................................................. 33
ix
3.2.1 - Controlo de frequência .................................................................... 34
3.2.2 - Tolerância de frequência e requisitos operacionais ................................. 36
3.2.3 - Injecção de potência reactiva durante o funcionamento normal da rede ....... 38
3.2.4 - Capacidade de sobrevivência a cavas de tensão ..................................... 39
3.3 - Conclusão ........................................................................................... 42
Capítulo 4 ....................................................................................... 43
Modelização e Controlo da Máquina Síncrona de Velocidade Variável num Sistema de
Geração Eólico ........................................................................................ 43
4.1 - Introdução .......................................................................................... 43
4.2 - Modelo dinâmico da turbina eólica ............................................................. 45
4.2.1 - Modelização da turbina eólica ........................................................... 46
4.2.2 - Controlo da turbina eólica ................................................................ 50
4.3 - Modelo dinâmico do gerador de ímanes permanentes ...................................... 53
4.4 - Conversor do lado do gerador ................................................................... 55
4.5 - Conversor do lado da rede ....................................................................... 56
4.5.1 - Modelização do condensador da ligação CC ........................................... 57
4.6 - Funcionalidades para dotar o sistema de capacidade de sobrevivência a cavas de
tensão ................................................................................................ 58
4.6.1 - Controlo da tensão no barramento CC ................................................. 59
4.6.2 - Funcionalidades de controlo para injecção de corrente na rede eléctrica ...... 60
4.6.3 - Funcionalidades de controlo para injecção de corrente reactiva na rede
eléctrica .............................................................................................. 61
4.6.4 - Funcionalidades de controlo para injecção de corrente activa na rede eléctrica
......................................................................................................... 63
4.7 - Conclusão ........................................................................................... 64
Capítulo 5 ....................................................................................... 66
Resultados .................................................................................................... 66
5.1 - Esquema da rede eléctrica ....................................................................... 66
5.2 - Avaliação do comportamento do aerogerador em funcionamento normal .............. 69
5.3 - Simulação da capacidade de sobrevivência a cavas de tensão ............................ 73
5.4 - Conclusões .......................................................................................... 82
Capítulo 6 ....................................................................................... 84
Conclusões e Futuros desenvolvimentos ................................................................. 84
6.1 - Conclusões .......................................................................................... 84
6.2 - Futuros desenvolvimentos........................................................................ 85
Referências ..................................................................................... 86
Anexo A .......................................................................................... 88
x
xi
xii
Lista de Figuras
Figura 2.1 – Exemplos de rotores com o eixo vertical (à esquerda o rotor do tipo Savonius;
à direita o rotor do tipo Darrieus).................................................................. 12
Figura 2.2 – Curvas características de Cp versus λ para diferentes rotores eólicos .............. 13
Figura 2.3 – Potência em função da velocidade de uma turbina (Pn = 1.3 MW) com
regulação por perda aerodinâmica [9] ............................................................ 14
Figura 2.4 – Potência em função da velocidade de uma turbina (Pn = 2.3 MW) com
regulação por variação do ângulo de passo [9] .................................................. 15
Figura 2.5 – Curva característica de regulação activa por perda aerodinâmica [10] ............ 16
Figura 2.8 – Aerogerador de indução com o rotor bobinado com conversão integral ............ 23
Figura 2.13 – Gerador síncrono de ímanes permanentes ligado à rede através de uma
ponte de díodos rectificadora com um conversor do tipo step-up ........................... 28
Figura 3.2 – Controlo de potência reactiva durante um funcionamento normal da rede ....... 38
Figura 3.4 – Requisitos de injecção de reactiva após cavas de tensão na rede ................... 41
xiii
Figura 4.1 – Topologia de um aerogerador de velocidade variável ................................. 44
Figura 4.4 – Interacção das forças resultantes da actuação directa do vento com a turbina .. 51
Figura 4.6 – Arquitectura de controlo utilizada para realizar o controlo de pitch ............... 52
Figura 5.10 – Binário mecânico que acciona o gerador síncrono de ímanes permanentes ...... 73
Figura 5.12 – Comportamento das grandezas eléctricas aos terminais do aerogerador para
α=50 ..................................................................................................... 75
xiv
Figura 5.13 – Comportamento das grandezas eléctricas aos terminais do aerogerador para
α=60 ..................................................................................................... 76
Figura 5.14 – Comportamento das grandezas eléctricas aos terminais do aerogerador para
α=70 ..................................................................................................... 77
xv
xvi
Lista de Tabelas
Tabela 4.1 - Valores das constantes para aproximação das curvas de potência ................. 48
xvii
xviii
Capítulo 1
Introdução
Ao longo dos últimos anos, a potência instalada em parques eólicos tem vindo a aumentar
significativamente em todo o mundo, como se pode verificar na Erro! A origem da referência
não foi encontrada. [1].
1
Integração de Sistemas de produção eólica em redes eléctricas de energia 2
O destaque que se tem vindo a dar à produção de energia eólica é feito, não apenas por
se tratar de uma fonte de energia limpa, livre e inesgotável, mas também por permitir custos
de exploração cada vez mais competitivos com tecnologias convencionais, como por exemplo,
centrais de ciclo combinado a gás. Segundo a EWEA (European Wind Energy Association),
Portugal ocupa o sexto lugar no ranking europeu e o nono no mundial ao nível da potência
instalada, contabilizando 3,535 GW de potência instalada até finais de 2009. A Alemanha e a
Espanha lideram os valores relativos à potência instalada a nível europeu, com 25,777 e
19,149 GW respectivamente, sendo o total da União Europeia 74,767 GW. A nível mundial, a
potência eólica instalada em Portugal até finais de 2009 representa cerca de 2,2% do total
mundial, numa tabela liderada pelos Estados Unidos com 22,3% (35,159 GW), seguidos pela
China com 16,3% (26,010 GW) [1].
No que diz respeito aos dois primeiros fenómenos apresentados, o facto de existirem
parques eólicos com uma potência instalada reduzida, relativamente a outros sistemas de
produção, e de estes terem localizações geográficas dispersas, há como resultado um efeito
natural de atenuação das variações de produção eólica sentidas pelo sistema eléctrico de
energia [3], [4]. Para além disso, as flutuações provocadas pelos consumos são geralmente
superiores às flutuações provocadas pela inconstância do vento, assim como as flutuações
provocadas por uma súbita perda do maior gerador convencional em serviço. Visto que o
sistema eléctrico deverá estar dimensionado para suportar este tipo de perturbações, sem
que ocorra perda de segurança, é possível concluir que a inconstância do vento não tem um
grande impacto no sistema eléctrico. Por outro lado, as tecnologias de conversão de energia
eólica têm registado um desenvolvimento significativo baseado na utilização do conceito de
velocidade variável que apresenta, entre outras, a vantagem de acomodar os efeitos
resultantes da intermitência do recurso eólico evitando assim que os seus efeitos se façam
sentir ao nível da rede eléctrica [3].
gerador em serviço). Os problemas dinâmicos provocados por este tipo de perturbação são
apresentados de seguida:
permanentes) integrada num sistema de conversão de energia eólica e ligada à rede por
intermédio de uma interface baseada em electrónica de potência. Em particular, podem
identificar-se os seguintes objectivos:
Este documento está organizado em 6 capítulos cujos conteúdos são descritos, de forma
sucinta, na presente secção.
No terceiro capítulo são analisados os códigos de rede relativos à integração eólica nas
redes de transmissão. São apresentados os novos requisitos destes códigos e dados alguns
exemplos de diferenças de requisitos em alguns países.
2.1 - Introdução
8
Sistemas eólicos ligados às redes eléctricas 9
Apesar das fontes de energia convencionais cobrirem grande parte das necessidades
energéticas dos países desenvolvidos, a produção de energia eólica tem aumentado
significativamente. Para além disso, este tipo de produção energética, pode ser considerada
uma das mais promissoras fontes naturais de energia. Isto deve-se ao facto de ser renovável,
ou seja, não se esgota, limpa, amplamente distribuída globalmente e é utilizada para
substituir fontes de combustíveis fósseis, auxiliando assim na redução do efeito estufa. Em
áreas geográficas isoladas e com poucos recursos energéticos, esta surge como uma
possibilidade bastante interessante para substituir parcialmente a produção convencional de
energia.
Como já havia sido referido anteriormente, a integração progressiva nas redes eléctricas
de parques eólicos tem vindo a exigir uma constante actualização dos Códigos de Rede
estabelecidos pelos diversos operadores, de forma a permitir a gestão das operações no
sistema e garantir os elevados níveis de segurança que devem caracterizar o funcionamento
do sistema de energia. De entre os requisitos actualmente contemplados nos códigos rede
destaca-se o que envolve a capacidade de permitir aos geradores eólicos resistirem a cavas de
tensão resultantes de curto-circuitos na rede eléctrica. De facto, a ocorrência de curto-
circuitos na rede eléctrica provoca o aparecimento de afundamentos de tensão que se
propaga no sistema e provoca a saída de serviço de geração eólica por actuação das suas
protecções de mínimo de tensão. Trata-se de um problema que pode afectar
Tecnologias de produção eólica 11
De acordo com o tipo de aplicação, os rotores das turbinas eólicas foram sendo
adaptados, podendo ser divididos em duas classes: tipo eixo vertical e tipo eixo horizontal. As
turbinas de eixo vertical, representadas na Figura 2.1, não necessitam de ser orientadas
conforme a direcção do vento; não necessitam de controlar o seu ângulo de ataque; e têm o
Tecnologias de produção eólica 12
seu sistema de acoplamento com o gerador localizado no solo, facilitando a sua manutenção.
No entanto, apresenta algumas desvantagens que devem ser consideradas, tais como o facto
de a sua turbina necessitar de um accionamento inicial por motores até atingir uma
determinada velocidade que impulsione as pás; as laminas das pás são submetidas a forças
alternadas, causando fadiga mecânica e, por ultimo, verificando-se velocidades de vento
muito baixas junto à base, traduzindo-se numa menor eficiência.
Figura 2.1 – Exemplos de rotores com o eixo vertical (à esquerda o rotor do tipo Savonius; à direita o
Pelas razões expostas, a maioria dos aerogeradores actuais utilizam turbinas de eixo
horizontal, pois, para além do facto de da sua construção ser mais simples, esta tecnologia
apresenta um elevado grau de maturidade. Actualmente, praticamente todas as turbinas
eólicas em operação comercial possuem eixo horizontal, com rotor dotado de pás formando
uma hélice.
Na Figura 2.2 são ilustradas as curvas características de diferentes tipos de rotores [6].
Em cada uma delas, existe um ponto máximo onde o rotor opera com máxima eficiência,
permitindo assim a maximização da potência passível de ser extraída do vento. Além disso,
existem limites de operação desses rotores eólicos que, quando são ultrapassados,
comprometem irreversivelmente o desempenho da turbina. As turbinas eólicas são
projectadas para gerarem a potência máxima a uma determinada velocidade de vento
designada por velocidade nominal. Para velocidades de vento abaixo de um determinado
valor (cut-in wind speed) não é interessante extrair potência, pelo que as turbinas não
entram em funcionamento. Para velocidades de vento superiores à velocidade de vento
nominal, não é economicamente viável aumentar a extracção de potência, pelo que a turbina
é controlada através de uma diminuição artificial do rendimento de conversão para produzir
uma potência constante. Para velocidades de vento demasiado elevadas (cut-out wind
speeds) a turbina é desligada por razões de segurança. Assim, de modo a obter a eficiência
máxima de conversão, ou seja, um coeficiente de potência máximo para cada velocidade do
vento, é necessário que a velocidade do rotor acompanhe as variações da velocidade do vento
na gama situada entre a velocidade de cut-in e a velocidade nominal. Esta compatibilidade só
é garantida no caso da utilização de sistemas de conversão de velocidade variável [7], [8].
Com base neste aspecto são necessárias técnicas de controlo de forma a garantir a segurança
de operação do sistema de conversão de energia eólica.
ocorrência de ventos fortes de modo a evitar danos na máquina. O método de controlo mais
simples, robusto e barato é baseado na regulação por perda aerodinâmica, o stall-passivo
(“stall control”, na literatura anglo-saxónica). Neste método os aerogeradores têm as pás
fixas e um ângulo de passo fixo, ou seja não rodam em torno do seu eixo longitudinal. O
ângulo de passo das pás do rotor do aerogerador é escolhido de modo a que as pás do rotor
entrem em perda aerodinâmica quando a velocidade do vento é superior à velocidade
nominal, ou seja, as pás são desenhadas para que as suas próprias dobras sirvam de travão
assim que o vento acelere demasiado (exemplificado na Figura 2.3). Este tipo de regulação
recorre a métodos de projecto aerodinâmico para definir o ângulo de passo, fixo, para o qual
as pás entram em perda, sendo este um aspecto essencial para o bom desempenho da
turbina.
Figura 2.3 – Potência em função da velocidade de uma turbina (Pn = 1.3 MW) com regulação por
Figura 2.4 – Potência em função da velocidade de uma turbina (Pn = 2.3 MW) com regulação por
Figura 2.5 – Curva característica de regulação activa por perda aerodinâmica [10]
Neste tipo e topologia, o gerador de indução é a opção mais utilizada pelos fabricantes de
aerogeradores, aproveitando-se assim a sua maior simplicidade e robustez e,
consequentemente, menor preço. Este tipo de geradores podem ainda ser dotados de
equipamento destinado a suavizar o arranque do gerador.
Um dos seus componentes é a caixa de velocidades, que possui como finalidade transmitir
a energia mecânica, entregue pelo eixo do rotor até o gerador, multiplicando a sua
Principais topologias de produção eólica 19
Apesar de atractivos tais como menor custo, maior simplicidade e elevada robustez, os
aerogeradores de velocidade constante apresentam algumas características indesejáveis, de
entre as quais se podem destacar a sua carência de controlo das potências activas e
reactivas; a existência de cargas mecânicas elevadas, podendo levar a falhas na caixa de
transmissão; e a verificação de oscilações bastante significativas na potência de saída devidas
à incapacidade da máquina de armazenar energia (por exemplo, na forma de energia
cinética).
Tendo em conta este problemas, foi necessário desenvolver e adoptar tecnologias com
níveis de controlo mais sofisticados, capazes de entregar à rede potências activas e reactivas
controladas, contribuindo para a estabilidade e para o comportamento dinâmico do sistema.
As vantagens deste gerador são a sua simplicidade a nível de topologia e uma maior
variação possível de velocidade de funcionamento quando comparado com o gerador de
indução com rotor em gaiola de esquilo. Porém, tem desvantagens que se devem ter em
conta, tais como uma gama de variação de velocidade reduzida; a dissipação da potência
Principais topologias de produção eólica 21
Os sistemas de velocidade variável com conversão integral podem ser equipados com
geradores de indução ou com geradores síncronos, os quais estão ligados à rede através de
conversores projectados para a potência nominal do gerador. Este conversor assegura o
desacoplamento total entre as frequências da rede e do gerador, permitindo, assim, alargar a
gama de variação de velocidade de operação do sistema a velocidades do vento reduzidas.
Porém a maior vantagem deste conversor é a sua capacidade de fornecer potência reactiva à
rede numa situação de flutuação de tensão. Neste tipo de produção eólica, as variações de
potência causadas por flutuações do vento são absorvidas, principalmente, por variações na
velocidade do rotor do gerador e, consequentemente, da velocidade do rotor da turbina.
O gerador de indução com o rotor bobinado representa uma das possíveis opções para este
tipo de sistemas, como mostra a Figura 2.9. Este gerador pode, de facto, ser utilizado num
funcionamento de velocidade variável, porém numa gama de velocidades não muito alargada.
As suas características eléctricas podem ser controladas exteriormente, sendo possível alterar
a tensão do rotor. Esta propriedade do gerador permite uma variação do seu deslizamento,
sendo assim possível alterar a velocidade de rotação do seu rotor, de acordo com esta
variação [8]. A desvantagem deste tipo de gerador é o seu elevado custo e a sua fraca
robustez quando comparado com o rotor em gaiola de esquilo.
Figura 2.9 – Aerogerador de indução com o rotor bobinado com conversão integral
Uma outra opção para este tipo de sistemas é o gerador síncrono. Este é bastante mais
caro quando comparado com o gerador assíncrono e muito mais complexo de um ponto de
vista mecânico. Porém, tem uma vantagem clara em relação ao gerador assíncrono. No caso
do gerador síncrono com excitação separada, este não necessita de uma corrente reactiva
magnetizante. No caso do gerador síncrono de ímanes permanentes, a corrente magnetizante
que este possa necessitar não é tão elevada como no caso do gerador assíncrono.
Principais topologias de produção eólica 24
O campo magnético do gerador síncrono pode ser criado pelos ímanes permanentes ou
então através de excitação externa. A máquina síncrona é provavelmente a mais adequada
para o controlo total da potência estando ligada à rede através de um conversor electrónico
de potência. Os dois tipos de geradores síncronos mais utilizados na indústria de
aerogeradores são o gerador síncrono com excitação separada e o gerador síncrono de ímanes
permanentes.
O gerador síncrono com excitação separada, representado na Figura 2.9, obtém a sua
excitação através de um gerador CC, cujo nível de tensão gerada é adaptada consoante a
necessária por um regulador que actua directamente sobre a tensão aplicada ao enrolamento
de excitação. Esta excitação é realizada com o auxílio de anéis de deslizamento e escovas.
Esta máquina tem a vantagem de fornecer uma resposta mais estável diante das variações
características da velocidade de vento.
Contudo, as suas vantagens são bastantes mais significativas que as desvantagens. Nos
últimos anos o uso de ímans permanentes tem vindo a aumentar devido ao melhoramento da
sua performance. Os geradores de velocidade variável são agora construídos com conversores
de potência mais atractivos para a ligação directa à turbina. Para além disso os custos dos
conversores de potência têm vindo a diminuir, tornando a máquina de ímans permanentes
mais atractiva para parques eólicos offshore.
Uma outra vantagem dos aerogeradores síncronos de velocidade variável reside no facto
de estes não necessitarem de caixa de velocidades para a ligação entre a turbina eólica e o
gerador. O facto desta topologia de aerogerador não necessitar de caixa de velocidades
implica que o gerador eléctrico deverá ter um elevado número de pólos de forma a
compensar a baixa velocidade com que opera devido a estar directamente ligado à turbina
eólica. Para além disso, a eliminação da caixa acarreta alguns benefícios tais como o
melhoramento da eficiência, a redução do peso do aerogerador e a redução de níveis de ruído
e de custos associados à manutenção regular deste componente.
aerogerador tenha uma velocidade variável, a sua frequência eléctrica também varia, sendo
assim necessário sistemas necessários para o seu acoplamento à rede.
devem ser escolhidos como uma combinação enquanto que o inversor poderá ser escolhido
independentemente destes.
Figura 2.13 – Gerador síncrono de ímanes permanentes ligado à rede através de uma ponte de
díodos rectificadora com um conversor do tipo step-up
O gerador de ímanes permanentes tem uma excitação fixa, sendo esta óptima apenas
para um ponto de operação. Na utilização de uma ponte de díodos rectificadora, ponte essa
que não tem a capacidade para fornecer ou consumir potência reactiva, o gerador de ímanes
permanentes não pode funcionar à sua máxima eficiência quando este ponto de operação
óptimo varia [15]. A solução proposta em [14] é a utilização em série de um díodo
rectificador de compensação, que vai compensar a queda de tensão melhorando o
Topologias de electrónica de potência 29
desempenho do gerador. Porém, o melhor desempenho deste tipo de gerador é obtido com a
utilização de uma fonte de tensão IGBT controlada por técnicas de modulação PWM (Figura
2.14). Potência reactiva adicional pode ser fornecida ou absorvida pelo conversor, obtendo
assim uma alta eficiência do sistema. Todavia, os conversores IGBT são mais caros e
necessitam de protecção contra sobrecorrentes e sobretensões.
Figura 2.14 – Topologia de um gerador de indução acoplado a um conversor composto por dois
conversores em cascata
Durante um defeito na rede onde se encontra ligado o aerogerador, a tensão desta cai. No
caso de um sistema de velocidade variável, como o sistema de conversão de energia do lado
do gerador não está directamente ligado à rede, este continua o seu funcionamento normal,
permitindo a extracção de potência da máquina primária. Entretanto, o conversor do lado da
rede, por estar directamente ligado a esta, é automaticamente afectado. Em resultado do
abaixamento da tensão terminal do conversor, há uma limitação na potência activa que pode
ser evacuada pelo conversor do lado da rede. Com base nesta característica de
funcionamento, torna-se necessário efectuar o controlo da tensão no barramento CC para
evitar sobretensões nesta mesma ligação. Para além das sobretensões, este desequilíbrio
provoca uma aceleração no rotor da turbina aumentando o risco de danificação do conversor
e do condensador, caso não sejam tomadas medidas de segurança no desenho do sistema de
controlo.
2.7 - Conclusão
contribuições dos parques eólicos no que diz respeito a potências activa e reactiva serão
explicadas mais detalhadamente, de acordo com os requisitos desenvolvidos pela EWEA.
Capítulo 3
Códigos de Rede
3.1 - Introdução
32
Visão geral dos códigos de rede 33
No presente capítulo é apresentada uma vista geral dos códigos de rede de alguns países,
sendo feita uma comparação entre eles. São focadas as regulações técnicas relativas à ligação
de parques eólicos de elevada potência ao sistema de transmissão sendo dado um maior
ênfase aos requisitos que têm vindo a ser introduzidos nos últimos anos relativamente às
potências activa e reactiva, regulação de tensão e comportamento dos parques eólicos na
sequência de defeitos na rede a montante.
A tabela 3.1 apresenta uma visão geral dos aspectos técnicos associados aos requisitos
impostos pelos operadores de sistema aos parques eólicos [3]. Nas subsecções seguintes é
apresentada uma descrição mais detalhada dos requisitos mais significativos para este
trabalho.
Visão geral dos códigos de rede 34
Este requisito é relativo à capacidade dos parques eólicos regularem a sua potência activa
de saída. Esta regulação é normalmente efectuada em duas etapas, sendo que a primeira
etapa é a chamada regulação primária ou controlo primário de frequência. A frequência das
redes eléctricas é essencialmente estabelecida por unidades de produção síncronas
convencionais dotadas com capacidade de regularem a sua velocidade. O objectivo de
controlo da frequência é resguardar o balanço de potência na rede eléctrica, mantendo uma
operação síncrona por parte dos geradores síncronos no sistema. No caso da ocorrência de um
desequilíbrio entre a potência activa total provida pelos geradores síncronos e a potência
activa total consumida pelas cargas, podem suceder-se mudanças nas velocidades rotacionais
das unidades síncronas, provocando uma alteração na frequência da rede. Numa situação em
que ocorra uma diminuição da frequência na rede eléctrica, os aerogeradores têm que
responder com um aumento de potência activa injectada na rede. Também numa situação em
Visão geral dos códigos de rede 35
que haja uma diminuição de potência activa consumida pelas cargas, provocando um aumento
da frequência do sistema, os aerogeradores terão que diminuir a potência activa injectada na
rede de modo a salvaguardar a estabilidade de frequência desta.
A segunda etapa consiste numa regulação secundária, que tem como objectivo anular os
desvios entre a carga (incluindo perdas) e a produção total de geração, de forma a anular o
desvio de frequência, o qual a regulação primária das máquinas não é capaz de realizar. À
medida que a carga se altera de forma contínua, os geradores, dotados com controlo
secundário, ajustam as suas produções automaticamente para restabelecer a frequência de
volta ao seu valor nominal. Esta técnica é normalmente conhecida como Controlo Automático
de Geração (“Automatic Generation Control - AGC”, na literatura anglo-saxónica). No
entanto, o AGC obedece a algumas especificações tendo em conta as características de
operação da rede eléctrica. Numa rede isolada, a regulação de frequência é normalmente
repartida por um número relativamente grande de centrais geradoras ou por centrais que
apresentam maior capacidade de geração. A soma das parcelas de potência activa que cada
central reguladora injecta na rede durante uma variação de carga (ou perda de geração)
constitui a gama total de potência necessária para anular o desvio de frequência do sistema
eléctrico. No caso de redes interligadas, cada rede (ou subsistema) apresenta o seu próprio
sistema de controlo automático de geração (AGC) que procura restaurar o equilíbrio de
produção e consumo da rede na qual é responsável, assim como manter o trânsito de
potências nas linhas de interligação no valor especificado, a fim de cumprir contractos de
compra e venda pré-estabelecidos. Idealmente, a regulação secundária deve actuar,
correctivamente, apenas na rede (ou subsistema) no qual se verificou a variação de carga ou
perda de geração, ou seja, cada área deve resolver as ocorrências que nela se verificam, sem
afectar redes vizinhas.
Visão geral dos códigos de rede 36
O controlo da potência injectada na rede também está relacionado com a capacidade dos
aerogeradores contribuírem para a eliminação de congestionamentos na rede eléctrica.
Através da variação da diminuição da potência injectada na rede é possível diminuir o
congestionamento das redes, mantendo o equilíbrio entre a potência activa total provida
pelos geradores síncronos e a potência activa total consumida pelas cargas.
O requisito básico dos códigos de rede reside na obrigação dos aerogeradores terem um
funcionamento contínuo durante o funcionamento normal da rede. Os códigos de rede
especificam que cada aerogerador deve ter a capacidade de injecção de potência reactiva.
Em alguns códigos de rede, para além da injecção de potência reactiva, é especificado que os
aerogeradores devem também ter a capacidade de estabilizar a sua tensão terminal num
dado valor utilizando um regulador automático de tensão. O controlo da potência reactiva
injectada pelos aerogeradores está relacionada com as características de cada rede, uma vez
que a influência da injecção da potência reactiva está relacionada com a capacidade de
curto-circuito das redes e da sua impedância.
Na figura é possível observar que o valor da potência reactiva injectada está sempre
dependente do valor de potência activa injectada na rede eléctrica. Numa situação em que a
potência activa está perto do seu valor nominal, o aerogerador terá mesmo que injectar na
rede o máximo de potência reactiva permitida pelo código de rede.
Visão geral dos códigos de rede 39
Perante este desafio de ter que gerir a rede com tão elevado número de produção eólica,
foi proposta a alteração dos pressupostos antigos, em que há obrigações de injectar/absorver
consoante os períodos tarifários e independentemente do nível de tensão onde estivessem
ligados, média, alta ou muito alta tensão. O novo sistema estabelece diferentes regras para
cada nível de tensão. Em particular, os parques ligados à muito alta tensão devem fornecer
serviços de reactiva, em regime permanente, na gama de tg phi entre 0 e +0,2.
Estes requisitos traduzem-se numa curva semelhante à que se descreve na Figura 3.3, que
mostra, a sombreado, a zona em que os aerogeradores, face a cavas de tensão na rede,
Visão geral dos códigos de rede 40
devem operar sem se desligarem da rede. Esta curva corresponde aos requisitos de FRT para
os sistemas de energia de Portugal [19].
Alguns códigos de rede exigem também que os aerogeradores permitam efectuar suporte
de tensão à rede, durante a ocorrência de um defeito nesta, mediante a geração de corrente
reactiva. Esta funcionalidade tem o intuito de evitar cavas de tensão demasiadamente
acentuadas que poderão contribuir para a saída de serviço de outros parques [17], [20]. Por
outras palavras, a injecção de corrente reactiva tem como principal objectivo manter as
tensões dentro da região a sombreado da Figura 3.2.
O código de rede alemão requer aos parques eólicos o suporte da rede com corrente
reactiva adicional durante uma queda de tensão, ou um consumo extra de potência reactiva
no caso de uma flutuação de tensão. O controlo da tensão não deve demorar mais que 20
milissegundos após o reconhecimento de um defeito fornecendo corrente reactiva adicional
no lado de baixa tensão do transformador do aerogerador. De acordo com o código de rede
Visão geral dos códigos de rede 41
espanhol [17], os aerogeradores devem parar de produzir potencia activa em menos de 100
milissegundos após uma queda de tensão e devem ser capazes de injectar potência activa 150
milissegundos após o restabelecimento de rede. Relativamente à Grã-Bretanha, esta
especifica que, em caso queda de tensão causada por um de defeito de rede, os parques
eólicos devem produzir o máximo de corrente reactiva possível.
Em Portugal, para garantir a estabilidade do sistema, foi também concluído ser necessário
que os geradores eólicos contribuam para a recuperação da tensão após eliminação do defeito
através da injecção de corrente activa. A Figura 3.4 representa, a sombreado, a região de
operação dos aerogeradores relativamente à injecção de corrente reactiva na rede perante a
ocorrência de cavas de tensão, segundo a proposta de códigos de rede para Portugal [19].
Segundo a Figura 3.3, os códigos de rede portugueses exigem uma injecção imediata de
corrente reactiva na rede com valores mínimos de 90% da corrente nominal da máquina nos
momentos que antecedem o defeito, desde que a tensão no ponto de ligação do parque eólico
desça abaixo dos 0,5 p.u.. Após a eliminação do defeito é necessário reduzir a injecção da
corrente reactiva, fazendo esta retornar aos valores pré-definidos para operação normal.
Segundo a EWEA, todos os requisitos de carácter tecnológico que estão a ser exigidos,
pelos códigos de rede dos vários países, para os novos parques eólicos que pretendam entrar
em serviço, têm sido definidos pelos operadores de sistema com pouca ou nenhuma
intervenção do sector que explora os parques eólicos [20]. Como consequência, estes códigos
de rede traduzem-se por vezes em requisitos de elevado custo e exigência, não sendo
acompanhados por nenhuma justificação técnica. Segundo a EWEA, relativamente à
capacidade de sobrevivência a cavas de tensão, a solução mais aceitável e económica será a
de moderar este tipo de requisitos em função da penetração eólica de cada área de controlo.
3.3 - Conclusão
É evidente que são necessários regulamentos claros para assegurar a boa operação do
sistema eléctrico e a sua segurança quando há uma ligação de aerogeradores a esta. Neste
aspecto os desenvolvimentos tecnológicos da electrónica de potência já deram provas de
estarem à altura para manter a estabilidade do sistema.
Os requisitos dos códigos de rede variam consideravelmente de país para país, cujas
diferenças, para além das práticas técnicas de cada país, devem-se não só às diferentes
condições de produção como também aos diferentes níveis de tensão e de robustez do
sistema eléctrico. Ultimamente têm sido feitos planos para uma harmonização de códigos e
requisitos. Porém, neste momento é questionável se esta harmonização seria viável, tendo
em conta as diferentes condições e sistemas eléctricos e cada país. Para além disso é também
questionável o quão rígidos devem ser estes requisitos. Por exemplo, é economicamente mais
viável fornecer controlo primário e secundário partindo de centrais de energia convencionais,
tendo os operadores de sistema a obrigação de pedir este serviço aos parques eólicos apenas
em casos onde sejam realmente necessários.
Mesmo tendo, alguns requisitos, pouca viabilidade económica, com a crescente integração
de energia eólica nos sistemas eléctricos de energia é, actualmente, necessário esse
investimento de modo a salvaguardar não só os equipamentos de produção eólica como
também a segurança e a estabilidade das redes de transmissão.
Capítulo 4
4.1 - Introdução
43
Introdução 44
capacidade de controlo das potências activas e reactivas emitidas para a rede, permitindo ao
parque eólico a continuidade em serviço durante a ocorrência de uma perturbação.
Para uma maior capacidade de controlo das potências, tal como foi visto no capítulo 2,o
gerador de indução duplamente alimentado e o gerador síncrono de ímanes permanentes
representam as melhores opções. Porém, o facto do gerador de indução duplamente
alimentado estar ligado à rede eléctrica através de um sistema de conversão parcial
representa uma desvantagem. Como o estator deste gerador está ligado directamente à rede,
o aerogerador é mais sensível às perturbações nesta. Tal não acontece no gerador síncrono de
ímanes permanentes, cujo sistema de conversão integral lhe permite um total
desacoplamento da rede. Para além disso, a sua auto-excitação permite-lhe um
funcionamento com alto factor de potência e alta eficiência.
Neste trabalho será utilizada a topologia de controlo representada na Figura 4.1, sendo,
ao longo deste capítulo, explicado mais detalhadamente cada sistema de controlo e sua
implementação.
cujo controlo possibilita não somente impor valores de correntes desejadas, permitindo assim
o controlo do fluxo de potência reactiva trocado com a rede eléctrica, como também, o
controlo da tensão no barramento CC. O sistema de controlo da tensão da ligação CC, numa
implementação física desta topologia, teria a funcionalidade de controlar o chopper existente
nesta ligação. Sempre que o valor da tensão estivesse acima da gama de valores aceitáveis
para esta ligação, a resistência existente no chopper permitiria a dissipação da potência em
excesso no condensador. Contudo, como a presente dissertação tem como objectivo o estudo
do comportamento em regime dinâmico do sistema eléctrico, será utilizada a ferramenta de
simulação Matlab/Simulink, onde a implementação do modelo da máquina síncrona será
baseada nas equações que descrevem o seu comportamento.
Para a realização deste trabalho foi utilizada a topologia do gerador síncrono de ímanes
permanentes ligado à rede eléctrica através de um sistema de conversão integral. A descrição
de cada um dos módulos constituintes do sistema de conversão é feita em seguida, com
destaque para as equações que descrevem o comportamento e o controlo dos dispositivos em
questão.
O rotor de uma turbina eólica é responsável pela conversão da energia cinética associada
ao deslocamento de massas de ar em energia mecânica de rotação e pela transferência desta
ao do gerador eléctrico. Os conceitos relativos aos aspectos aerodinâmicos e mecânicos
envolvem dados relacionados com perdas por atrito, rajadas e turbulências de vento, bem
como o comportamento do escoamento do fluxo de ar sobre o dorso e a borda do perfil das
pás [21], [22]. A determinação precisa da potência é possível de ser realizada [22]. Contudo,
os esforços numéricos para esse objectivo seriam muito grandes, devido à alta complexidade
dos desenvolvimentos. Para contornar esse problema, em cálculos práticos, utiliza-se uma
forma simplificada do modelo do rotor eólico que conduz a resultados satisfatórios,
principalmente quando os estudos a realizar focam o comportamento em regime dinâmico do
sistema eléctrico [21].
Modelo dinâmico da turbina eólica 46
Quando uma massa de ar atravessa uma determinada superfície de área frontal com uma
velocidade durante um certo intervalo de tempo, a energia cinética desta massa de ar pode
ser expressa por [22]:
ଵ
ܧ = ߩܸܣ௩௧ ଷ ∆ݐ ()݈݁ݑܬ (4.1)
ଶ
ߩ = (݃ܭ/݉ଷ ) (4.2)
ೡ ∆௧
Onde:
• m – massa de ar (Kg);
• A – superfície de área frontal atravessada pela massa de ar (m2);
• Vvento – velocidade do vento (m/s);
• ρ – massa especifica do ar (Kg/m3);
• ∆t – intervalo de tempo (s).
∆ா ଵ
ܲௗ = = ଶ ߩܸܣ௩௧ ଷ (ܹܽ)ݏݐݐ (4.3)
∆௧
59%, mais precisamente 16/27, valor este chamado de coeficiente de potência de Betz [23],
[24]. Na prática, para turbinas eólicas modernas, os valores máximos para o coeficiente de
potência são da ordem de 0,4, ou seja, apresentam um rendimento de cerca de 40%.
Assim o coeficiente de potência pode ser calculado através da razão entre a potência
mecânica, Pm, entregue à turbina, com a potência disponível, Pd, de vento [21] [22] [25].
ܥ = =భ (4.4)
ఘೡ య
మ
ଵ
ܲ = ଶ ߩܥ ܸܣ௩௧ ଷ (ܹܽ)ݏݐݐ (4.5)
௩á ఠ ோ
ߣ= = á (4.6)
ೡ ೡ
Onde:
• λ – velocidade de extremidade da pá;
• ωpá – velocidade angular da pá;
• R – raio do rotor aerodinâmico.
ళ
ܥ (ߣ, ߚ) = ܿଵ ቀ మ − ܿଷ ߚ − ܿସ ߚ ఱ − ܿ ቁ ݁ ഊ (4.7)
ఒ
Modelo dinâmico da turbina eólica 48
Sendo:
ଵ
ߣ = భ (4.8)
ି వ
భషఴ ഁ ഁయ శభ
A tabela 4.1 apresenta valores para as constantes c1 a c9 extraídos em [25] e [27], para
sistemas a velocidade constante e variável, visando alcançar uma melhor correspondência
com os dados fornecidos por fabricantes de aerogeradores, minimizando discrepâncias entre a
curvas fornecidas nos manuais e a curvas obtidas.
Tabela 4.1 - Valores das constantes para aproximação das curvas de potência
c1 c2 c3 c4 c5 c6 c7 c8 c9
Velocidade 0,44 125,0 0,0 0,0 0,0 6,94 16,5 0,0 -0,002
constante
Velocidade 0,73 151,0 0,58 0,002 2,14 13,2 18,4 -0,02 -0,003
variável
Figura 4.2 – Coeficiente de potência, Cp, como função da taxa de velocidade de extremidade das
pás (“tip speed ratio”) λ, e do ângulo de pitch β.
Com base nas equações (4.7) e (4.8), a potência mecânica pode ser rescrita como:
Modelo dinâmico da turbina eólica 49
ଵ ଷ
ܲ = ߩܥ (ߣ, ߚ)ܸܣ௩௧ (ܹܽ)ݏݐݐ (4.9)
ଶ
(ఒ,ఉ) ଶ
ଵ
ܶ = = ߩ ߨܴ ଷ ܸ௩௧ (4.10)
ఠೝ ଶ ఒ
ଷ
ଵ ఠ ோ
ܲ௫ = ଶ ߩߨܴ ଶ ൬ఒ ൰ ܥ_௧ (4.11)
Onde ωt é a velocidade angular da turbina eólica, λopt e Cp_opt são os valores óptimos de
velocidade das pás e do coeficiente de potência, respectivamente, obtendo-se assim a
característica do ‘Maximum Power Point’, representada na Figura 4.3, da turbina a ser
utilizada. Analisando a equação (4.11), é possível verificar que a potência máxima gerada é
proporcional ao cubo da velocidade de rotação.
Modelo dinâmico da turbina eólica 50
As turbinas eólicas são projectadas para transferirem aos geradores eléctricos a energia
mecânica que é retirada da velocidade do vento, adoptando princípios de simplicidade e
robustez. Para o funcionamento da turbina é definido um valor máximo de potência que esta
deve transmitir ao conversor. Este valor de potência torna-se assim um valor de referência
que, caso seja ultrapassado, é activado o controlo de pitch de forma a limitar a velocidade
rotacional da turbina eólica.
relativamente à direcção do vento, como mostrado na Figura 4.4. Inversamente, as pás são
movidas de volta à posição anterior sempre que haja uma queda de produção. Neste tipo de
controlo recorre-se a sofisticados mecanismos hidráulicos e electrónicos para moverem as pás
em torno dos seus eixos longitudinais.
Figura 4.4 – Interacção das forças resultantes da actuação directa do vento com a turbina
• No caso de controlo de pitch, βref varia entre βmax a βmin, sendo em geral
βmax=0 e βmin=90.
• No caso de controlo de stall-activo, βref varia entre βmax=0 e βmin=-6.
Como este trabalho tem como objectivo a sobrevivência por parte do aerogerador a
afundamentos de tensão e sua injecção de potência reactiva na rede, é possível dizer que o
controlo da turbina eólica não é muito significativo para alcançar este objectivo. Assim, por
uma questão de simplificação, neste trabalho não foi usado o controlo genérico da turbina
eólica. De forma a minimizar os cálculos a realizar e a simplificar a implementação do modelo
de controlo no Simulink, foi criado um método de controlo diferente e menos complexo,
representado na Figura 4.6, e que explora a característica de máxima extracção de potência
apresentada anteriormente na Figura 4.3.
Tendo como base a curva obtida na Figura 4.3, é possível simplificar este controlo.
Partindo de uma variação da velocidade do vento, este sistema vai determinar sempre o
ponto máximo de potência para todas as velocidades do vento, limitando essa potência em
caso de necessidade, emulando assim o controlo de pitch. A variável Vvento fornece à Lookup
Table 1 a velocidade do vento, com valores situados entre 0 e 13 m/s. Não há a necessidade
de aumentar este intervalo de valores tendo em conta o facto de que o controlo de
velocidade máxima actua um pouco antes da velocidade do vento atingir os 12 m/s. De
seguida a Lookup Table 1 fornece à Lookup Table 2 a velocidade de rotação da turbina em
p.u. Os valores desta velocidade estão em conformidade com o indicado na Figura 4.3. Por
sua vez a Lookup Table 2 vai comparar os valores da velocidade de rotação da turbina com os
Modelo dinâmico do gerador de ímanes permanentes 53
valores já pré-definidos da potência mecânica e definir assim um valor para esta dependendo
da velocidade de rotação.
Desta forma é possível obter os valores da curva de ‘Maximum Power Point’ sem utilizar
valores para o ângulo de pitch, simplificando assim o sistema. Para fazer com que o binário
entregue à máquina síncrona seja o binário pretendido (de acordo com as necessidades
desta), a potência mecânica obtida na Lookup Table 2 é dividida pela velocidade de rotação
da máquina síncrona ωr como demonstrado na equação 4.10, fazendo assim com que o
controlo de pitch esteja completo. O binário obtido por este cálculo é então entregue à
máquina.
Sendo:
• E – tensão de excitação;
• ωr – velocidade de rotação eléctrica do gerador;
• ψPM – fluxo fornecido pelos ímanes permanentes do rotor;
• f – frequência eléctrica.
ௗೞ
ݑ௦ௗ = ܴ௦ ݅௦ௗ − ߱ ܮ ݅௦ + ܮௗ (4.13)
ௗ
ௗೞ
ݑ௦ = ܴ௦ ݅௦ + ߱ ܮௗ ݅௦ௗ + ܮ + ߱ ߰ெ (4.14)
ௗ
Modelo dinâmico do gerador de ímanes permanentes 54
Onde:
• usd – componente d (do referencial d-q) da tensão terminal no estator;
• usq – componente q (do referencial d-q) da tensão terminal no estator;
• isd – componente d (do referencial d-q) da corrente no estator;
• isq – componente q (do referencial d-q) da corrente no estator;
• Ld – componente d (do referencial d-q) da indutância no estator;
• Lq – componente q (do referencial d-q) da indutância no estator;
• p - número de pares de pólos.
ଷ
ܶ = ଶ ൣ൫ܮௗ − ܮ ൯݅௦ௗ ݅௦ + ߰ெ ݅௦ ൧ (4.17)
ଷ
ܶ = ଶ . ߰ெ ݅௦ (4.18)
A equação mecânica do binário tem que ter em conta a inércia e a fricção do gerador de
velocidade variável e da turbina:
ௗఠ
ܶ − ܶ = ܬ + ߱ܨ (4.19)
ௗ௧
Sendo:
• Tm – binário mecânico da turbina (N.m);
• J – momento de inércia (Kg.m2);
• F – fricção.
ଷ
ܲ = ൣݑ௦ௗ ݅௦ௗ + ݑ௦ ݅௦ ൧ (4.20)
ଶ
ଷ
ܳ = ൣݑ௦ ݅௦ௗ + ݑ௦ௗ ݅௦ ൧ (4.21)
ଶ
Como o gerador está ligado à rede através de um conversor, a potência reactiva produzida
por este será apenas transmitida ao conversor do lado da maquina e nunca à rede. Devido ao
facto do gerador síncrono de ímanes permanentes não ter enrolamentos de campo, em caso
de mudança de carga o gerador não tem a capacidade de contribuir para o amortecimento de
transitórios de corrente. Não existindo enrolamentos de campo ou de amortecimento neste
tipo de gerador, não podem ser definidas reactâncias transitórias ou sub-transitórias.
Onde:
• xd - Reactância síncrona;
• x’d - Reactância transitória;
• x’’d Reactância sub-transitória.
Tendo em conta as equações definidas nesta secção, tornam-se possíveis as definições das
malhas de controlo para sintetizarem as tensões de eixo directo e de quadratura a serem
injectadas no rotor e a impor pelo conversor, definindo-o como uma fonte de tensão
controlada.
Para se evitar trabalhar com soluções baseadas em controlo não lineares multivariável,
optou-se por explorar controladores do tipo PI, cujos ganhos são ajustados por tentativa erro
até propiciarem a resposta desejada. O modelo de controlo do conversor do lado do gerador
foi adoptado de [31]. Este conversor é responsável por controlar a velocidade do gerador
síncrono de ímanes permanentes. Um diagrama de blocos do controlo do conversor do lado o
gerador é apresentado na Figura 4.7.
Conversor do lado da rede 56
Para cada valor da velocidade do vento existe uma velocidade de rotação angular óptima
para a turbina eólica. Esta velocidade, neste sistema de controlo, funciona como um valor de
referência para o valor de rotação angular do gerador. Comparando estes dois valores é
gerado um erro que é usado para gerar uma corrente de referência iq, que após passar por um
controlador PI regula uma tensão vq e posteriormente a velocidade angular da máquina. De
forma a assegurar um factor de potência unitário, a potência reactiva de saída Q é comparada
com um valor de referência igual a zero, gerando assim um erro que após passar por um
controlador PI regula uma corrente id. Essa corrente, por sua vez, é inserida num outro
controlador gerando assim uma tensão vd.
Figura 4.8 – Controlo do conversor do lado da rede (sem as funcionalidades de controlo desenvolvidas)
Para além de controlar o fluxo de potência activa e reactiva injectada na rede, este
conversor é também responsável pelo controlo da tensão no barramento CC. Desprezando as
perdas, o valor da potência (Pc) no condensador existente no barramento CC pode ser definido
como a diferença entre a potência recebida da turbina eólica (PTE) e a potência que entra no
conversor do lado da rede (Pinv), como representado na Figura 4.9.
ଵ
ܷ = ܫ ݀ݐ (4.24)
Devido à rápida resposta dos conversores electrónicos de potência, estes podem ser
modelizados como uma fonte de tensão controlada por corrente. A amplitude e a fase da
tensão aos terminais do inversor serão controladas de acordo com as estratégias de controlo
previamente referidas. A tensão no barramento CC, portanto aos terminais do condensador,
apresenta normalmente um ripple associado à frequência de comutação do conversor. No
entanto, é usual considerar que o condensador apresenta uma capacidade suficientemente
elevada para que a tensão seja considerada constante.
Funcionalidades para dotar o sistema de capacidade de sobrevivência a cavas de tensão 59
usado um interruptor com dois estados dependentes da tensão UCC. No caso de a tensão ser
inferior ao limite máximo, este interruptor bloqueia a passagem da corrente regulada pelo
controlador PI-1, assumindo que a potência a dissipar é nula. Esta situação verifica-se em
funcionamento normal. No caso de a tensão no barramento CC ultrapassar o limite máximo, o
interruptor permite a passagem da corrente regulada que será utilizada para calcular a
potência dissipada no chopper que será subtraída à potência produzida pela turbina eólica,
permitindo manter a tensão no barramento CC no seu limite máximo.
Desta forma, é possível controlar os níveis de corrente activa e reactiva que são
injectados na rede, utilizando as seguintes equações:
Funcionalidades para dotar o sistema de capacidade de sobrevivência a cavas de tensão 61
Esta funcionalidade de controlo é constituída por duas malhas, sendo a malha superior
responsável pelo controlo da corrente reactiva numa situação de funcionamento em modo
normal e a malha inferior responsável pelo controlo da corrente reactiva numa situação de
defeito. O interruptor existente no final da malha (interruptor-4) selecciona uma das malhas
em função da variável de estado responsável pela detecção de situações de defeito na rede,
Ydef.
Tal como se pode observar na figura 4.13, para além do controlo da corrente reactiva
injectada na rede na sequência da ocorrência de cavas de tensão, foram também integradas
as funcionalidades de controlo da corrente activa representadas na Figura 4.15.
Por sua vez, a malha de controlo inferior controla a corrente activa em situação de
defeito na rede eléctrica. Numa situação de funcionamento normal da rede, o interruptor
existente nesta malha selecciona como entrada a constante K2 com um valor igual a zero,
pelo que a referência de corrente activa é nula. No caso de existir um defeito na rede, o
interruptor selecciona o valor do erro da tensão no barramento CC. Este erro é corrigido pelo
controlador PI-2 que fornece assim uma referência de corrente activa que, por sua vez, é
limitada pelo limitador (lim-2). Os limites mínimo e máximo são calculados com base na
equação (4.25) considerando um valor de alfa pré-definido. À medida que o valor de alfa
assume valores mais altos, o valor da corrente activa injectada na rede, numa situação de
defeito, diminui, e vice-versa, de modo a não ultrapassar o limite máximo de corrente.
Finalmente, a saída do interruptor existente no final deste sistema de controlo (interruptor-
3) permite seleccionar a malha que controla a corrente activa a injectar na rede.
4.7 - Conclusão
Resultados
66
Esquema da rede eléctrica 67
Esta rede inclui dois aerogeradores de velocidade variável equipados com máquinas
síncronas de ímanes permanentes de 5 MW cada, representadas através do modelo descrito no
capítulo 4. A característica de “maximum power point tracking” adoptada encontra-se
apresentada na Figura 5.2.
As Figuras 5.9 e 5.10 representam a potência mecânica produzida pela turbina eólica e o
binário correspondente que acciona o gerador síncrono de ímanes permanentes,
respectivamente.
Figura 5.10 – Binário mecânico que acciona o gerador síncrono de ímanes permanentes
Figura 5.12 – Comportamento das grandezas eléctricas aos terminais do aerogerador para α=50
Simulação da capacidade de sobrevivência a cavas de tensão 76
Figura 5.13 – Comportamento das grandezas eléctricas aos terminais do aerogerador para α=60
Simulação da capacidade de sobrevivência a cavas de tensão 77
Figura 5.14 – Comportamento das grandezas eléctricas aos terminais do aerogerador para α=70
Figura 5.15 – Comparação do comportamento das potências activa e reactiva injectadas na rede para
diferentes valores de α
Figura 5.16 – Comparação do comportamento das tensões terminais do aerogerador para diferentes
valores de α
Figura 5.17 – Comparação do comportamento das potências activa e reactiva injectadas pelo parque
eólico no ponto de ligação à rede para diferentes valores de α
Simulação da capacidade de sobrevivência a cavas de tensão 81
Figura 5.18 – Comparação do comportamento das tensões no ponto de ligação do parque eólico à rede
para diferentes valores de α
À medida que se analisa o perfil de tensões na rede de teste verifica-se que o efeito do
suporte de tensão é mais reduzido para os pontos da rede associados a níveis mais elevados
de tensão, tal como é o caso do comportamento da tensão apresentado na Figura 5.18,
respeitante a um barramento de 60 kV. Isto deve-se essencialmente à reduzida capacidade
instalada no parque eólico, bem como ao aumento da potência de curto-circuito deste o nível
do aerogerador até ao ponto de ligação do parque eólico à rede. No entanto, ao nível do
aerogerador, a injecção de corrente reactiva apresenta uma importante contribuição para
efectuar suporte de tensão. Este facto representa uma contribuição importante na operação
da rede em situações de defeito, na medida em que pode evitar a saída de serviço dos
aerogeradores pelas protecções de mínimo de tensão em resultado de cavas muito acentuadas
de tensão.
Finalmente, e no que diz respeito à corrente reactiva a injectar pelo parque eólico no
ponto de ligação à rede, apresenta-se na figura seguinte a evolução do seu comportamento
para diferentes valores do parâmetro alfa, relativamente ao valor da corrente pré-defeito.
Conclusões 82
Figura 5.19 – Comportamento da corrente reactiva injectada na rede relativamente à corrente pré-
defeito para diferentes valores de alfa
5.4 - Conclusões
Neste capítulo foi efectuada uma avaliação detalhada do comportam neto do sistema de
conversão de energia eólica baseado na máquina síncrona de velocidade variável (ímanes
permanentes) em funcionamento normal e em resposta a cavas de tensão. Os resultados
Conclusões 83
É ainda possível afirmar que os resultados obtidos comprovam que, partindo de uma
estratégia adequada de controlo, o aerogerador síncrono de ímanes permanentes pode ser
explorado de maneira eficaz e robusta contribuindo, indubitavelmente, para a melhoria da
gestão global do sistema eléctrico face a níveis de penetração cada vez maiores da
componente eólica nas redes de energia eléctrica.
Capítulo 6
6.1 - Conclusões
84
Futuros desenvolvimentos 85
[1] World Wind Energy Association, WWEA, “World Wind Energy Report 2009, WWEA”,
2010; Disponível em: http://www.wwindea.org.
[2] European Wind Energy Association, EWEA, “European Grid Code Requirements for
Wind Power Generation”, Brussels, February 2008. [3] European Wind Energy
Association, EWEA, “Large scale integration of wind energy in the European power
supply: analysis, issues and recommendations”, Dezembro 2005.
[4] G. Dany, “Power Reserve in Interconnected Systems with High Wind Power
Production”, Proc. Of the IEEE 2001 Porto Power Tech., Porto, September 2001.
[5] Ray Hunter, George Elliot, “Wind-diesel Systems, a guide to the technology and its
implementation”, 1994.
[6] Rogério Gaspar de Almeida, “Contribuições para a Avaliação da Capacidade de
Fornecimento de Serviços de Sistema por parte de Aerogeradores de Indução
Duplamente Alimentados”, Dissertação de doutoramento, 2006.
[7] Medeiros, C. C., Brasil, D. O. C., Ferreira, F., Rosas, P. A. C., Ribeiro, P., “Conceitos
e Considerações Sobre o Impacto da Geração Eólica na Rede Básica”, VI SBQEE –
Seminário Brasileiro sobre Qualidade da Energia Elétrica, Belém-PA, Agosto, 2005.
[8] Ackermann, T., “Wind Power in Power Systems”, John Wiley & Sons, England, 2005.
[9] Portal da NORDEX, disponível em: http://www.nordex-online.com/en/produkte-
service/wind-turbines.html.
[10] Portal da TURBOWINDS, disponivel em :
http://www.turbowinds.net/ingles/homeen.htm.
[11] John F. Walker, Nicholas Jenkins, “Wind Energy Technology”, Editora John Wiley &
Sons, 1997.
[12] Dreschinski A., “Comparison of Different Control Strategies for Permanent Magnet
Synchronous Generators for Use in Wind Turbines“, Master thesis, Department of
Renewable Energies, Technical University of Darmstadt, 2005.
[13] Khater, F. M. H.., “Power Electronics in Wind Energy Conversion Systems”, Energy
Conversion Engineering Conference, 1996. IECEC 96. Proceedings of the 31st
Intersociety, Vol. 3, August, 1996.
[14] Grauers A., Landström S., “The Rectifiers Influence on the Size of Direct driven
Generators“, European Wind Energy Conference 1999 , 1-5 March, Nice, France, 1999.
[15] Bojrup M., “Advanced Control of Active Filters in a Battery Charger Application”,
Licentiate thesis, Department of Industrial Electrical Engineering and Automation,
University Lund, Sweden, 1999.
[16] European Wind Energy Association, EWEA, “Harmonising Europe’s Grid Codes for the
Connection of Wind Power Plants to the Electricity Network”, December 2009.
[17] Florin Iov, Anca Daniela Hansen, Poul Sørensen,Nicolaos Antonio Cutululis, “Mapping
of grid faults and grid codes”, Risø National Laboratory, Technical University of
Denmark, Roskilde, July 2007.
[18] C. Jauch, P. Soerensen, B. Bak-Jensen, “International Review of Grid Connection
Requirements for Wind Turbines”, Nordic Wind Power Conference, Chalmers
University of Technology, 1-2 March 2004.
86
Referências 87
Parâmetro
Resistência 0,002 (ohm)
Indutância (Ld) 0,0016 (H)
Indutância (Lq) 0,0011 (H)
Fluxo por pólo 8
Inércia 1,0686 x 107 (kg.m2)
Frequência 50 (Hz)
Número de pólos 150
88