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ADVOCACIA

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUÍZ(A) DE DIREITO DO


º JUÍZADO ESPECIAL CÍVEL ……… DA COMARCA DE , ESTADO
DA .

REF. PROC Nº
Ação de Indenização Por Perdas e Danos

nnnnnnnnnnnn, já qualificada no processo acima epigrafado, através de seus


advogados infra firmados, nos autos da ação de Indenização Por Perdas e Danos, que move
em face de nnnnnn, já qualificadas no processo em epigrafe, em face da sentença de
evento nº 27, vem, pelas razões em anexo, interpor o presente RECURSO INOMINADO
para a egrégia Turma Recursal a que for distribuído, solicitando nesta oportunidade o
BENEFICIO DA JUSTIÇA GRATUITA, por ser a Requerente pessoa pobre e não poder
arcar com as despesas processuais da presente demanda.

Espera deferimento

nnnnnnnnn, 19 de janeiro de 2016.

Advogados

EGRÉGIA TURMA RECURSAL

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ADVOCACIA
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Processo n°
Ação de Indenização Por Perdas e Danos
Razões da Recorrente
Recorrente – j
Recorrido – cccccc
Juízo de origem: nnn do Consumidor Faculdade Universo

Colenda Turma,

Pelo desacerto perpetrado na instrução do processo e no julgamento da questão


posta a exame, a sentença recorrida merece ser anulada ou reformada. 

DO BENEFICIO DA JUSTIÇA GRATUITA

Inicialmente, requer os Benefícios da Justiça Gratuita, uma vez que o Peticionante


não tem condições de arcar com as despesas processuais sem prejuízo do sustento do seu
lar, estando, destarte, amparado pela Lei 1.060/50 e alterações introduzidas pela Lei n.º:
7.510/86, e nos termos do art. 5º da CF de 1988.

ANALISE DA DEMANDA E SEU PROCESSAMENTO

A petição Inicial narra:

A Recorrente formula pedido de Indenização Por Perdas e Danos, sob a seguinte


causa de pedir:

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No dia 14 de maio de 2014, efetuou uma compra de um Refrigerador
nnnnnnnnnnnnnnn. no valor de R$ 1996,92 (UM MIL NOVECENTOS E NOVENTA E SEIS
REAIS E NOVENTA E DOIS CENTAVOS)

Ocorre que, com menos de um ano o produto que é inox e se subentende que
não enferruja, apresentou pontos de ferrugem, fato que fez com que a Recorrente, se
dirigisse no dia nnnnnnnnnnn, até a primeira Recorrida, para tentar solucionar o problema,
saindo
de lá com um protocolo de atendimento de numero 111111111, este anexado aos
autos, sem obter êxito no seu pleito.

Ato continuo, não obtendo êxito, a Requerente tentou por varias vezes contato
com a fabricante do produto para solucionar o problema ocorrido com o Refrigerador e
também não obteve êxito, fato que a fez procurar o PROCON, onde efetuou um registro de
nº. nnnnnnnnn, e mais uma vez restaram frustradas suas tentativas de ver solucionado o
dano ocorrido.

Ao final a Recorrente solicita a substituição do produto por outro igual ou o


reembolso correspondente ao valor pago pelo produto e indenização por perdas e danos.

Da contestação

Sobre a compra efetuada pela Recorrente a primeira Recorrida alega em caráter


preliminar Ilegitimidade Passiva Ad Causam, sob argumentação de inexistência de
responsabilidade quanto à existência de defeito no produto. alega esta que não tem
nenhuma responsabilidade, que não possui qualquer relação com os defeitos de fabricação
encontrados no Refrigerador e em sendo assim, incontroversa é a ilegitimidade da primeira
Recorrida para figurar no polo passivo da demanda. Aduz ainda que em contra partida,
deveria então ter a demandante ora Recorrente acionado, apenas, o fabricante do produto,
verdadeiro causador dos danos mencionados .

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Ao final destaca a ilegitimidade da contestante ora primeira Recorrida, para figurar
no polo passivo da presente demanda motivo que faz levar a extinção do feito sem
resolução do mérito, em relação à empresa acima mencionada VIA nnnnnnn, solicitando a
exclusão desta do polo passivo da demanda.

Continua a mesma alegando a incompetência deste juizado por ser a causa de


alta complexidade e no mérito reafirma a sua ausência de responsabilidade nos fatos
alegados na exordial.

Por fim alega a inexistência de danos morais e materiais e a impossibilidade da


inversão do ônus da prova.

DA SENTANÇA RECORRIDA – DO VICIO DO PRODUTO OCORRIDO


ANTES DO VENCIMENTO DA GARANTIA

A sentença recorrida oscila entre a nulidade e o desacerto no julgamento da causa.

Ao pleito do Recorrido foi exarada no Mérito da sentença o que abaixo segue:

In casu, alega a autora em audiência de instrução que adquiriu uma


geladeira e que após o prazo de garantia de um ano a mesma veio a
apresentar ferrugem.
Compulsando-se os autos verifica-se que o produto foi adquirido em
15/05/2014 (nota fiscal – evento 01) e que em junho de 2015 a acionante
procurou o PROCON para fazer a reclamação acerca da ferrugem uma
vez que após procurar contato com a acionada o problema não foi
resolvido.
Portanto, inexiste responsabilidade da acionada pelo apontado vicio do
produto uma vez que o mesmo foi manifestado fora do período da
garantia do produto.

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Insta salientar, que conforme narrado na exordial, a Recorrente afirma que o


produto fora comprado na data de 11/11/11, e que com menos de um ano já apresentava
pontos de ferrugem, e que por varias vezes tentou solucionar o problema com as
Requeridas, mas não obteve êxito, fato que a fez procurar o PROCON, que da mesma forma
não conseguiu solucionar a questão. (protocolo em anexo)

Desta forma, o vicio não ocorreu fora do prazo de validade, conforme sentença
acima mencionada, a Requerente afirma já na exordial que o vicio ocorrera dentro da garan
tia do produto, o que dá a mesma o direito de troca do produto ou a devolução do valor pago
pelo mesmo.

Ademais, deve-se observar o princípio da razoabilidade, este exige uma relação


de equivalência entre a medida adotada e o critério que a dimensiona, pois ainda que o
protocolo da reclamação junto ao PROCON seja de julho de 11111, (anexo) este ultrapassa
somente um mês da garantia legal do produto, haja vista se observar a vida útil deste bem e
o vicio por ele apresentado, FERRUGEM, ALGO INADMISSIVEL A UM PRODUTO INOX.
(foto em anexo)

Vejamos entendimento dos tribunais acerca do quantum elencado acima

EMENTA: Quarta Turma - DIREITO DO CONSUMIDOR. VÍCIO OCULTO.


DEFEITO MANIFESTADO APÓS O TÉRMINO DA GARANTIA
CONTRATUAL. OBSERVÂNCIA DA VIDA ÚTIL DO PRODUTO.
O fornecedor responde por vício oculto de produto durável decorrente
da própria fabricação e não do desgaste natural gerado pela fruição
ordinária, desde que haja reclamação dentro do prazo decadencial de
noventa dias após evidenciado o defeito, ainda que o vício se manifeste
somente após o término do prazo de garantia contratual, devendo ser
observado como limite temporal para o surgimento do defeito o critério
de vida útil do bem. O fornecedor não é, ad aeternum, responsável pelos
produtos colocados em circulação, mas sua responsabilidade não se limita,
pura e simplesmente, ao prazo contratual de garantia, o qual é estipulado
unilateralmente por ele próprio. Cumpre ressaltar que, mesmo na hipótese de
existência de prazo legal de garantia, causaria estranheza afirmar que o

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fornecedor estaria sempre isento de responsabilidade em relação aos vícios
que se tornaram evidentes depois desse interregno. Basta dizer, por
exemplo, que, embora o construtor responda pela solidez e segurança
da obra pelo prazo legal de cinco anos nos termos do art. 618 do CC,
não seria admissível que o empreendimento pudesse desabar no sexto
ano e por nada respondesse o construtor. Com mais razão, o mesmo
raciocínio pode ser utilizado para a hipótese de garantia contratual.
Deve ser com

siderada, para a aferição da responsabilidade do fornecedor, a natureza


do vício que inquinou o produto, mesmo que tenha ele se manifestado
somente ao término da garantia. Os prazos de garantia, sejam eles legais
ou contratuais, visam a acautelar o adquirente de produtos contra defeitos
relacionados ao desgaste natural da coisa, são um intervalo mínimo de tempo
no qual não se espera que haja deterioração do objeto. Depois desse prazo,
tolera-se que, em virtude do uso ordinário do produto, algum desgaste possa
mesmo surgir. Coisa diversa é o vício intrínseco do produto, existente desde
sempre, mas que somente vem a se manifestar depois de expirada a
garantia. Nessa categoria de vício intrínseco, certamente se inserem os
defeitos de fabricação relativos a projeto, cálculo estrutural, resistência de
materiais, entre outros, os quais, em não raras vezes, somente se tornam
conhecidos depois de algum tempo de uso, todavia não decorrem
diretamente da fruição do bem, e sim de uma característica oculta que esteve
latente até então. Cuidando-se de vício aparente, é certo que o consumidor
deve exigir a reparação no prazo de noventa dias, em se tratando de produtos
duráveis, iniciando a contagem a partir da entrega efetiva do bem e não
fluindo o citado prazo durante a garantia contratual. Porém, em se tratando de
vício oculto não decorrente do desgaste natural gerado pela fruição ordinária
do produto, mas da própria fabricação, o prazo para reclamar a reparação se
inicia no momento em que ficar evidenciado o defeito, mesmo depois de
expirado o prazo contratual de garantia, devendo ter-se sempre em vista o
critério da vida útil do bem, que se pretende "durável". A doutrina
consumerista – sem desconsiderar a existência de entendimento contrário –
tem entendido que o CDC, no § 3º do art. 26, no que concerne à disciplina do
vício oculto, adotou o critério da vida útil do bem, e não o critério da garantia,
podendo o fornecedor se responsabilizar pelo vício em um espaço largo de
tempo, mesmo depois de expirada a garantia contratual. Assim,

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independentemente do prazo contratual de garantia, a venda de um bem
tido por durável com vida útil inferior àquela que legitimamente se
esperava, além de configurar um defeito de adequação (art. 18 do CDC),
evidencia uma quebra da boa-fé objetiva,

ue deve nortear as relações contratuais, sejam elas de consumo, sejam


elas regidas pelo direito comum. Constitui, em outras palavras,
descumprimento do dever de informação e a não realização do próprio
objeto do contrato, que era a compra de um bem cujo ciclo vital se
esperava, de forma legítima e razoável, fosse mais longo. Os deveres
anexos, como o de informação, revelam-se como uma das faces de
atuação ou

‘operatividade’ do princípio da boa-fé objetiva, sendo quebrados com o


perecimento ou a danificação de bem durável de forma prematura e
causada por vício de fabricação. Precedente citado: REsp 1.123.004-DF,
DJe 9/12/2011. REsp 984.106-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
4/10/2012.

Nesse sentido, tem o fornecedor à obrigação de indenizar o consumidor,


merecendo desta reforma a reforma da sentença acima mencionada.

DO VICIO DO PRODUTO E NÃO DA FALHA DO SERVIÇO

Em continuação a sentença, no Mérito é dito:

De uma acurada análise dos autos, na busca da razoabilidade e da justa


aplicação do direito, concluo pela inexistência dos danos alegados pela
parte autora. Isto porque não há nos autos qualquer elemento
comprobatório, capaz de demonstrar o defeito no serviço prestado,
como ale

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gado pela autora, bem como, não há quaisquer provas quanto à suposta
conduta ilícita e abusiva da ré, seja por ação ou omissão.

O que a Requerente alega não é a falha no serviço, e sim o vicio do produto,


conforme foto em anexo, haja vista ser um produto que a consumidora acreditara ser de vida
longa, por ser um produto inox.

Não se questiona aqui falha no serviço prestado pela primeira Requerida e sim a
sua omissão e má fé ante o ocorrido com a sua cliente, pois conforme citado alhures a
mesma se dirigiu a loja e também entrou em contato com a fabricante do refrigerador e nada
lhe foi dito, a “enrolaram” no prazo suficiente a suposta perda da garantia do produto.

O que não se admite é que o fato da vida útil de um refrigerador INOX não seja
levado em conta Excelência, ninguém compra um produto com qualidade esperando que
este venha a estar com pontos de ferrugem com menos de um ano de uso, ou até mesmo
com mais de um ano de uso. Pois é o aço inox um dos produtos mais resistentes a ferrugem
na atualidade.

A expectativa do individuou em relação à qualidade do produto que adquire e dos


serviços usufruídos deve ser preservada, em nome da boa-fé-objetiva que norteia as
relações contratuais.

Isto posto, mais uma razão para ser anulada ou reformada a sentença prolatada.

DA TEORIA DA VIDA UTIL DO BEM

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O prazo para o consumidor reclamar de defeito ou vício oculto de


fabricação, não decorrentes do uso regular do produto, começa a contar
a
partir da descoberta do problema, desde que o bem ainda esteja em sua
vida útil, independentemente da garantia.

O entendimento, unânime, é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça


(STJ), que garante ao consumidor o direito de reclamar pelo vicio oculto decorrente de
fabricação, assim sendo afirma o Relator:

“Independentemente de prazo contratual de garantia, a venda de um


bem tido por durável com vida útil inferior àquela que legitimamente se
esperava, além de configurar um defeito de adequação
(artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor –CDC), evidencia
quebra da boa-fé objetiva,
que deve nortear as relações contratuais, sejam elas de consumo, sejam
elas regidas pelo direito comum”, acrescentou o relator.
Fonte: BRASIL. STJ | Últimas Notícias. REsp 984106/SC, Quarta Turma,
rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. Em 04 de out. De 2012..

Apontamos mais um entendimento que garante à consumidora a vida útil do bem


como critério para o quantum solicitado:

TJ-RS - Recurso Cível 71004987541 RS (TJ-RS)


Data de publicação: 30/07/2014
Ementa: RECURSO INOMINADO. VICIO DO PRODUTO. LEGITIMIDADE
PASSIVA DO COMERCIANTE. DEFEITO QUE SE APRESENTA FORA DO

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PRAZO DEGARANTIA. VICIO DE QUALIDADE QUE IMPEDE A


UTILIZAÇÃO DO PRODUTO.VIDA ÚTIL DO BEM. SUBSTITUIÇÃO
DO BEM. SENTENÇA MANTIDA. Não há falar em ilegitimidade passiva da
recorrente na medida em que se trata de grande rede do varejo e é
integrante da cadeia de fornecedores, conforme entendimento
pacificado nas Turmas Recursais Cíveis. Refrigerador que apresentou
vício de qualidade que
impedia seu uso (parou de gelar) logo depois de expirado o prazo
degarantia (um ano e quatro meses após a aquisição). Vício de natureza
oculta. Inteligência do art. 26 , § 3º do CDC . Refrigerador é bem durável,
não sendo crível que se torne impróprio para o uso com menos de um
ano e meio de uso, uma vez que este não corresponde
à vida útil do bem. Conserto que importaria em 45% do valor pago pelo
produto. Sentença mantida por seus próprios fundamentos. RECURSO
DESPROVIDO. UNÂNIME. (Recurso Cível Nº 71004987541, Primeira
Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Pedro Luiz Pozza,
Julgado em 29/07/2014)

Desta forma tem-se garantido o direito da consumidora ora Requerente em


receber o valor pago ou outro produto equivalente, pois a mesma conforme afirma na
exordial

detectou o vicio do produto antes da garantia contratual, e não obteve resposta de nenhuma
das Requeridas quantum ao alegado, e mesmo que o vicio tivesse sido detectado na data da
sua queixa ao PROCOM, conforme anexo, estaria esta com seu direito garantido conforme
se observa acima.

DA RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR PREVISÃO DO CODIGO


DE DEFESA DO CONSUMIDOR

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.A boa fé objetiva deve ser preservada nos contratos, e a expectativa que o
consumidor cria em relação ao produto que adquire deve ser preservada:

Vejamos o que diz o CDC em seu artigo 18

 Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis


respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que
os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam
ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem,
rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações
decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a
substituição das partes viciadas.

RESTA CLARA A RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR ANTE AO


CONSUMIDOR, FRENTE AO DISPOSITIVO ORA APRESENTADO, NÃO HÁ COMO
EXIMIR O FORNECEDOR DE RESPONDER PELOS VICIOS DO PRODUTO, FATO QUE
COLOCA DE FORMA CLARA ESTE NO POLO PASSIVO DA DEMANDA.

Nesta senda, nas relações de consumo, cuja reclamação deva ser feita em um
determinado período de tempo, a fim de impor segurança aos Consumidores, o prazo para

reclamação por vícios situa-se no artigo 26 do CDC: 30 (trinta) dias para fornecimento de
serviços e de produtos não duráveis e 90 (noventa) dias para os duráveis.

No mesmo viés, há também uma garantia ofertada livremente, segundo a


discricionariedade do Fornecedor, podendo ser fixada de maneira unilateral,
independentemente do acordo de vontades com o Consumidor. Esta garantia é conhecida
como “contratual” ou “convencional”. Costuma-se afirmar ser um “plus”, um bônus ou
acréscimo ao Consumidor, como forma de se lhe estender a proteção contratual, assim
como uma maneira de os Fornecedores se afirmarem no mercado de consumo em primazia

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a outros concorrentes, em inequívoca caracterização da livre concorrência democrática, o
que diga-se é ofertado aos consumidores aos bens duráveis como um Refrigerador um ano
de garantia de acordo nota fiscal de compra.

Em linha de interpretação adequada e razoável, asseveramos que essas


garantias se somam, computando-se uma após a outra, consoante determina o artigo 50 do
CDC, para o qual “a garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante
termo escrito”. Logo, após entrega efetiva de um produto, inicia-se a contagem do prazo
previsto no Termo de Garantia (ou recibos, pré-contratos, escritos particulares), se houver,
para a reclamação do vício encontrado. Apenas após o decurso completo desse prazo
previsto contratualmente (garantia “limitada” e/ ou “estendida”) é que se deve iniciar o de 30
(trinta) ou 90 (noventa) dias previsto no Código do Consumidor.

Desta forma amparada está também a consumidora ora Requerente pelo CDC,
no seu pleito, haja vista a soma das garantias não ultrapassar o período da sua solicitação.

DA PREVISÃO DO DANO MORAL

“Dano moral é todo sofrimento humano resultante de lesão de direitos


da personalidade. Seu conteúdo é a dor, o espanto a emoção a
vergonha, em geral uma dolorosa sensação experimentada pelas
pessoas.” (Rec. Esp. N.º 13.813 - ORJ, publicado na RSTJ.º 47, pág. 162).

Portanto, conclui-se que a qualquer modalidade de dano moral, deverá responder


a uma justa reparação, a partir do momento em que ficar caracterizado o ilícito civil gerador
da obrigação de indenizar. Indenização que, conforme amplamente comprovado, a
Requerente faz jus, pelo descaso a que foi submetida e pela má fé demonstrada pelas
Empresas ora Requeridas.

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DA AUSENCIA DE CITAÇÃO E INTIMAÇÃO DA BRASTEMP

Conforme se observa da inicial, a Recorrente aciona no polo passivo da demanda


dois Requeridos, C,,,,,,,,,,,,,, ocorre que apesar de a Requerente ter acionado as duas
empresas, somente as C………, fora intimada a comparecer, não sendo a B…….. chamada
ao polo passivo da demanda.

Nessa esteira, solicita a Requerente que caso não sejam arguidos os pedidos
constantes no presente Recurso, que sejam determinados nulos todos os atos praticados, e
retornem os autos a secretaria a fim de ser marcada nova audiência, incluindo no polo
passivo da presente demanda a empresa B……...

DA INAPLICABILIDADE DA COMPLEXIDADE DA CAUSA

Observa-se que a primeira Requerida tenta de todas as formas se eximir de sua


responsabilidade, ante ao absurdo de tal alegação.

Restou alhures comprovado a sua responsabilidade ante ao que venha a ocorrer


com o produto objeto de sua venda, e diga-se que não necessita de nenhum exame apurado
para se observar pontos de ferrugem em um Refrigerador INOX, conforme comprovado na
foto de evento 24.

Desta forma, absurda é a alegação do Requerido, não devendo esta prosperar.

CONCLUSÃO

Ante o exposto espera da Egrégia Turma Recursal:

a) Que diante das considerações do Recorrente requer seja conhecido o presente


recurso e, quando de seu julgamento, lhe seja dado integral provimento para reforma da

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sentença recorrida, para acolher o pedido de Restituição do produto ou o valor por ele pago
de forma corrigida, mais indenização por perdas e danos em valor de 20 salários mínimos.
Fazendo isto, essa colenda Turma estará renovando seus propósitos de distribuir à tão
almejada Justiça.

Pede deferimento
c………, ,,,,, de janeiro de 20,,,

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