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Materiais cerâmicos

DEFINIÇÃO Propriedade de ser deformar quando


submetido à uma força, e conservar a
Chama-se de cerâmica à pedra artificial
deformação quando esta é retirada.
obtida pela moldagem, secagem e
cozimento de argilas ou misturas argilosas RETRAÇÃO
CERÂMICA compreende todos os Propriedade de variar de volume com a
materiais inorgânicos, não metálicos, variação de umidade.
obtidos geralmente após tratamento
POROSIDADE
térmico em temperaturas elevadas.
Influência na resistência mecânica;
ARGILAS
densidade. Volume de vazios/Volume
Se origina da desagregação de rochas que total.
comumente contém feldspato, por ataque
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA
químico ou físico, que produz a
fragmentação em partículas muito • Até 600º C: secagem;
pequenas. • de 600º C a 950º C: reações
• São encontradas abundantemente na químicas;
natureza, nas margens dos rios e • Mais de 950º C: vitrificação
manguezais; (formação de vidro pela fusão da
• São baratas e fáceis de manipular; sílica)
• São recicláveis e se conservam ao PRODUTOS CERÂMICOS
longo dos anos somente exigindo 1. CERÂMICA VERMELHA
um pouco de cuidado e umidade. Tijolos, blocos, elementos vazados,
TIPOS DE ARGILAS lajes, tubos cerâmicos...
2. MATERIAS DE REVESTIMENTO
• Argila vermelha
Azulejos, pastilhas, porcelanatos,
• Argila refratária grês, lajota, pisos...
3. CERÂMICA BRANCA
• Bentonita: vulcânica, muito plástica,
Louça sanitária, louça de mesa...
aumenta de 10 a 15x o seu volume
4. MATERIAIS REFRATÓRIOS
quando em contato com a água.
Tem como finalidade suportar
• Argila para grês temperaturas elevadas
• Caulim 5. ISOLANTES TÉRMICOS
6. FITRAS E CORANTES
• Argilas de azuladas ou negras, de 7. ABRASIVOS
grande plasticidade. 8. VIDRO, CIMENTO E CAL
PROPRIEDADES DAS ARGILAS 9. CERÂMICA DE ALTA
TECNOLOGIA
PLASTICIDADE
PRODUTOS CERÂMICOS PARA Maceração: Desagregar torrões,
CONSTRUÇÃO CIVIL correção e amassamento.
PRODUTOS DE ARGILAS Amassamento: Serve para se obter a
uniformidade entre os componentes.
• Bloco cerâmico (maciço ou vazado)
• Telhas 3. REGULARIZAÇÃO DA
• Tubos e conectores MATÉRIA-PRIMA
• Elementos vazados
Umidificação e homogeneização
PRODUTOS DE GRÊS OU DE
LOUÇAS
• Pisos cerâmicos, azulejos
• Porcelanatos e pastilhas
• Louça sanitária
• Material refratório
FABRICAÇÃO – ETAPAS BÁSICAS

4. MOLDAGEM
Moldagem a seco ou semi-seco:
• 4 a 10% de água;
• É feita por prensagem;
Usada para azulejos, pisos, refratários,
isoladores eléctricos, telhas e tijolos de
melhor qualidade.
1. EXPLORAÇÃO DA JAZIDA
Analisar a viabilidade técnica,
econômica e ambiental. Deve ser
analisada a composição granulométrica,
o teor de argila, a umidade e a pureza
entre outras.
2. TRATAMENTO DA MATÉRIA-
PRIMA
Apodrecimento da argila: Ela é
depositada ao ar livre, revolvida e passa Moldagem com pasta plástica
por um período de descanso, com a consistente:
finalidade de fermentar ao ar as • 20-35% de água
partículas orgânicas existentes no barro, • Usada na extrusão*
tornando-as coloidais e aumentando a
Usada para tijolos, telhas, tubos
plasticidade da massa.
cerâmicos
5. SECAGEM
Diminuir a quantidade de água
(umidade), utilizada e necessária para o
amassado antes da cocção.
• Secagem natural: Mais lenta.
Colocam os elementos em
prateleiras abrigadas do sol e o
vento excessivo.
• Ar quente-úmido: há perda da
*passada forçada, através de um orifício, de água mas o ar úmido para evitar
uma porção de metal ou de plástico, para que retração.
adquira forma alongada ou filamentosa. • Secadores de túnel:
CORTE Aproveitamento de calor residual
de fornos
• Radiação intravermelha: Custo
elevado e peças delgadas.

6. COZIMENTO OU QUEIMA
Durante o cozimento as peças são
submetidas a altas temperaturas que
geram uma serie de reações químicas na
massa, ficando finalmente o elemento
com uma consistência pétrea e estável.
Moldagem com pasta plástica fluida:
Estágios da queima
• 30-50% de água
• Processo barbotina – a massa é • Desidratação – até 700 oC
vertida em moldes - Evaporação da água livre.
- Queima da matéria carbonosa.
Usada para louças sanitárias, porcelanas,
• Oxidação – até 900oC
peças para instalação elétrica e de formato
• Vitrificação – a cerca de 900oC
complexo.
- Contração e fechamento dos
poros.
FOGO INTERMITENTE
• Podem possuir quatro, seis, oito
ou nove furos.
2. ESTRUTURAIS:
• Suportam cargas previstas em
alvenaria estrutural
• Furos na vertical
• Três tipos: blocos com paredes
maciças, blocos com paredes
FOGO CONTÍNUO vazadas, blocos perfurados.
Blocos cerâmicos para alvenaria de
vedação
São produzidos para serem assentados com
furos na horizontal

ESMALTES OU VIDRADOS
São misturas de matérias-primas naturais e
produtos químicos ou compostos vítreos
que aplicados à superfície do corpo Blocos cerâmicos para alvenaria
cerâmico e após queima, formam uma estrutural
camada vítrea, delgada e contínua.
São produzidos para serem assentados com
Esta tem por finalidade aprimorar a furos na vertical para alvenaria estrutural.
estética, tornar o produto impermeável,
melhorar a resistência mecânica,
aumentar a resistência ao desgaste e
melhorar as propriedades elétricas entre
outros fatores.
Os esmaltes são produzidos através de
matérias-primas naturais e produtos
químicos.
1. INSPEÇÃO GERAL
BLOCOS CERÂMICOS VAZADOS
Identificação (procedência): O bloco
São produzidos por extrusão e queima de cerâmico deve trazer gravado o nome
argila vermelha com arestas vivas do fabricante, o município onde está
retilíneas, sendo furos cilíndricos ou localizada a cerâmica e as dimensões do
prismáticos. bloco, em centímetros.
1. VEDAÇÃO: 2. CARACTERÍSTICAS
• Suportam apenas o peso próprio GEOMÉTRICAS
• Furos na vertical ou horizontal • Dimensões
• Esquadro e planeza das faces – gerando tensões superiores ao limite
ambos devem ser (<= 3mm) e de resistência ao material.
• Paredes externas e septos – a
Tipos de fissuras e patologias
espessura mínima dos septos
encontradas nas pelas após a queima
devem ser 7mm e das paredes
externas 8mm. A espessura • Ruptura de pré-aquecimento: as
mínima da parede deve ser de causas desse tipo de ruptura são
20mm. tensões excessivas devido a
aquecimento muito rápido com
dilatação aumentada na parte externa
• Trinca de resfriamento: são
pequenas fissuras de bordas
fechadas, dificilmente visíveis ao
olho nu. É possível saber se a fissura
é de resfriamento pela coloração no
interior da peça.
• Coração negro: a causa desse efeito
3. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS é a presença de substâncias
Absorção de água. Entre 8 e 22%. inorgânicas e oxidação incompleta
do ferro.
4. CARACTERÍSTICAS
MECÂNICAS Fatores prejudiciais a conservação da
cerâmica depois de aplicada
Resistência à compressão
1. Umidade permanente: A umidade
• Furos na vertical: MÍNIMA DE 3 faz baixar a resistência das
Mpa cerâmicas. Telhas ou tijolos
• Furos na horizontal: MÍNIMA quebram mais facilmente quando
DE 1,5 MPa: estão úmidos.
PATOLOGIAS DOS BLOCOS 2. Fogo e calor: A resistência à
CERÂMICOS compressão diminui a medida que a
temperatura aumenta. A
Patologias que ocorrem por causa de
desagregação também acontece
problemas na queima dos tijolos
quando a cerâmica é exposta a ciclos
• São as contrações diferenciais nas de calor e frio.
pilhas e peças 3. Solicitação mecânica exagerada:
• Não uniformidade da temperatura, peça cerâmica submetida a uma
as fissuras geradas no processo carga superior ao seu limite, fazendo
produtivo de cerâmica são visíveis e ela se romper. como qualquer
normalmente iniciam na borda indo material.
para o centro. 4. Fadiga: colapso que acontece nas
• A formação de fissuras tem origem cerâmicas, quando submetidas
comum em ambos tipos: diferentes sucessivas vezes à cargas altas ou
retrações entre a borda e o interior, baixas, próximas do limite de sua
resistência.
5. Fungos Deve apresentar dimensões conforme a
6. Gelividade: A água em canais tabela 1
capilares congela. Ao congelar
aumenta de volume desagregando a
cerâmica.
7. Eflorescências: A cerâmica pode
conter sais solúveis em pequenas
quantidades, existentes no barro BLOCO VAZADO X TIJOLO
original. Quando a umidade MACIÇO
atravessa a peça cerâmica a água
dissolve estes sais e leva-os à • Menos peso por unidade de volume
superfície. Ali a água evapora mas aparente;
deposita os sais aparecendo • Transporte / manuseio mais fácil no
manchas. canteiro;
• Dificultam a propagação de umidade
e favorecem a dessecação das
paredes;
• Maior isolamento térmico
TELHAS CERÂMICAS
São telhas produzidas a partir de argilas
TIJOLO MACIÇO CERÂMICO queimadas em fornos.
Blocos de argilas comum, moldados, Tipos de telhas: telha colonial, telha
extrudados ou prensados com arestas vivas romana, telha francesa, telha portuguesa,
e retilíneas, queimados em temperaturas telha americana.
em torno de 1000ºC.
Complementos de telhas cerâmicas: telha
Tijolos comuns: tijolo moldado, tijolo cumeeira, telha espigão, cumeeira 3 vias,
extrudado, tijolo modular prensado. cumeeira 4 vias, espigão inicial.
Tijolos especiais: canto curvo, 45 graus, FABRICAÇÃO
cachimbo, meia lua, bico de papagaio...
1. Desagregação, umidificação e
Sua resistência a compreensão deve ser homogeneização da argila.
testada segundo a NBR 6460 e atender os 2. Extrusão da argila formando um
valores da tabela 2. bastão
que é cortado nas dimensões
adequadas.
3. Prensagem em formas
4. Secagem e queima (900ºC a 1100ºC,
respectivamente).
5. Algumas podem levar
impermeabilização (banho de
silicone) ou esmaltação Inclinações de algumas telhas cerâmicas
(impermeabilização, brilho e cor).
Francesa: 40% Pian: 25% Americana:
CLASSIFICAÇÃO 30%
• Plana de encaixe: se encaixam por Colonial: 25% Paulista: 25% Portuguesa:
meio de sucos e saliências, 30%
apresentando furos e pinos para a
Romana: 30%
fixação. Ex: francesa
Exigências para telhas
• Impermeabilidade: não apresentar
vazamentos ou formação de gotas
em sua face interior.
• Retilinearidade e planacidade: para
• Composta de encaixe: capa e canal evitar problemas de encaixe.
no mesmo componente, apresentam • Tolerância dimensional: +- 2% em
furos e pinos para a fixação. Ex: relação a especificação.
romana, portuguesa, americana • Absorção de água: clima temperado
ou tropical <20%; clima frio e
temperado <12%; clima muito frio
ou úmido <7%.
• Características: visuais (pequenos
defeitos) e sonoridade (som
metálico).
• Resistência a flexão: transporte e
• Simples de sobreposição: capa e montagem do telhado e trânsito
canal independentes, o canal possui eventual de pessoas
furos e pinos para a fixação. Ex: Plana de encaixe: 1000N
paulista, colonial, tipo plan, Composta de encaixe: 1300N
Simples de sobreposição: 1000N
Plana de sobreposição: 1000N
TUBOS CERÂMICOS
Canalização de águas pluviais e esgoto.
Exigências
• Planas de sobreposição: somente se
sobrepõem (podem apresentar furos • Podem ser vidrados
e pinos para fixação). Ex: alemã e • Diâmetros nominais: 75, 100, 150,
germânica 200, 250, 300, 375, 400, 500 e
600mm.
• Comprimentos: 600, 800, 1000,
1250, 1500 e 2000mm.
São verificados quanto á:
• Dimensões REVESTIMENTO CERÂMICO
• Permeabilidade e absorção de água
<10% São obtidos por extrusão ou prensagem.
• Resistência a compressão diametral Podem apresentar uma face esmaltada, que
• Sonoridade é revestida com uma camada vítrea
• Aspecto visual (trincas e falhas) conferindo um aspecto brilhoso ao material
• Resistência química e uma face porosa, também chamada de
face de assentamento.
Características principais que auxiliam na
escolha do material mais adequado para
cada caso:
• Método de fabricação
• Absorção de água
• Resistência a abrasão
• Resistência a agentes químicos
• Facilidade de limpeza
LOUÇAS SANITÁRIAS
PEÇAS REDUTORAS DE PESO CLASSIFICAÇÃO
Elementos retangulares utilizados na Aparelhos de pó de pedra: corpo branco ou
confecção de lajes pré-moldadas; colorido artificialmente. Material
Apoiam-se entre pequenas vigotas de vitrificado, com textura fina e porosa,
concreto armado e servem de forma para a podendo a absorção chegar a 15 e 20%.
laje; Aparelhos de grês branco: também
Exigência: resistência a flexão >= 700N chamados de porcelana sanitária ou grês
cerâmico, podem ter corpo branco ou
colorido artificialmente. Material
vitrificado mais avançado, com textura fina
e não porosa, podendo a absorção chegar a
1 e 2%.
Formação da massa cerâmica
ELEMENTOS VAZADOS
A barbotina, massa cerâmica que ser
Elementos não estruturais para ventilação e moldada e transformada nas louças, é
iluminação;
composta por caulim, argila, feldspato e parar, no tempo total de 15 horas. No
quartzo. início e no final do forno a temperatura é
ambiente e no meio chega a 1220ºC.
• A argila e o caulim são dispensados
na água e peneirados. Inspeção e expedição
• Adicionam o feldspato e o quartzo
Todas as bacias fazem teste de sifonagem:
que passaram por um processo de
as esferas de plástico simulam resíduos e
moagem a seco.
devem ser eliminadas. Também é feita a
Moldagem da peça inspeção visual. Se aprovadas, as peças
vão para a expedição.
São dois tipos de moldes: gesso e resina
acrílica.
• No gesso, a água da massa é puxada
por capilaridade.
• Com molde de resina, a massa é
aplicada com bastante pressão, o que
força a passagem da água.
• As peças ficam na área de produção
por dois dias, em média, até
seguirem para os secadores.
Secagem
A peça ainda contém cerca de 12% de
umidade e vai para uma estufa que a seca
totalmente. Elas ficam por oito horas nesse
tipo de secador, a temperatura de 100ºC.
Inspeção
Se alguma peça apresenta defeito, é
retirada do processo de produção e
reaproveitada. O material é redispersado
em água e vira barbotina de novo.
Esmaltação
A aplicação do esmalte cerâmico é feita
manualmente ou por máquinas. A
esmaltação é feita individualmente em
quase todos os produtos. Só a esmaltação
das caixas acopladas de bacias sanitárias é
feita de duas peças.
Forno
O forno é de 100m de comprimento
contínuo, ou seja, passam por ele sem

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