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tedicao JIQVANNI OLIVEIRA COELHO Autor: Jiovanni Oliveira Coelho Redacao: Joyce Galvso Revisao: Joyce Gal 30; Ingrid Tedesco; Samuel Castro Edigdo de texto: Joyce Galvao; Ingrid Tedesco; Samuel Castro Caleulos e graficos: Ingrid Tedesco Artes Gréticas: Joyce Galva Edigho de arte: Junior B, Santos Capa: Junior B, Santos PROIBIDA REPRODUGAO SEM AUTORIZACAO Direitos autora reservados a Contento Comunicacao PREFACIO Viverios num pals onde a legislacao tributaria é complexa, confusa e de dificil interpretacdo. Durante a vigéncia da Constituicéo de 1988, ou seja, ‘0s dltimos 31 anos, foram publicadas em média, por ano, mais de 13 mil normas tributarias pelos Governos Municipais, Estaduais e Federal, Isso significa que acompanhar todas estas mudancas requer do empresariado brasileiro, além de resliéncia, conhecimento e atualizacéo constantes para nao recolher impostos em desacordo com as normas vigentes e, pior, nao recolher impostos a mais do que realmente deveriam, A tributagdo de medicamentos nao é diferente. Atualmente nos deparamos com regras diversas que mudaram ao longo dos iltimos anos e 0 conheci- mento faz-se imprescindivel para aumentar a rentabilidade nas indiistrias, dlistribuidores e farmacias e drogarias de toda a cadeia farmacéutica do pais. Para este desatio, ninguém melhor que o especialista em Pricing e Tributa- 40, Jiovanni Oliveira Coelho, um profissional que acumula experiéncia de quase duas décadas neste mercado e tem sido cada vez mais requisitado Por todos os players do setor farmacéuiticn para treinamentos e palestras. Muito embora o assunto seja “espinhoso", os leitores deste livro perce- berdo que a forma com que as informacbes sao apresentadas facilitam a leitura, um dos grandes diferenciais do autor Jiovanni Oliveira Coelho, que conseguiu extrair do “juridiqués” das normas tributérias uma forma pal tavel de compreensao das regras para transmitir aos leitores desta obra. Se vocé desconhece alguns dos nomes, siglas e regras de negécio que emanam dos termos a seguir, certamente este livro sera fundamental para compreensao das melhores praticas tributérias em medicamentos para maximizar seus resultados: CMED, LISTA POSITIVA, PF, IPI, COFINS, LISTA NEUTRA, PMC, ICMS, IR, MVA, IVA, NCM, LISTA NEGATIVA, RE- DUTOR, PIs, ST Gustavo Franco de Godoy Advogado especializado em Direito Sanitario pela Faculdade de Saude Pablica da USP, Capacitado em Vigilancia Sanitaria pela Universidade de Coimbra-PortugaV/ABPVS, Diretor da Contento Comunicacao e Publisher do Guia da Farmacia. NOTA DO AUTOR A iniciativa para a escrita deste livro foi a percepao alarmante da carén- cia de fontes de informacao dentro do Mercado Farma, Em meus préprios, estudos, a0 longo dos ultimos anos, encontrei dificuldades de reunir as informac6es necessatias para desbravar 0 universo que se estende dian- te de mim. Foram anos captando informages de cada pessoa que tinha algum conhecimento sobre assunto, até que consequi reunir, de for- rma clara e concisa, tudo © que eu precisava saber para ser considerado. ‘um especialsta. Entre cursos, conversas com colegas de trabalho e dias e noites estudando, encontrel (ou criei, de certa forma) a escada que me levaria ao topo de tudo que eu almejava, Foi af que me ocorreu que existem pessoas que hoje estdo tdo perdidas fe carentes de informacées valiosas sobre esse ramo quanto eu estava __ ‘anos atrés. Por isso, me dedico aos cursos, treinamentos e consultorias {que todos 0s dias desenvolvo na SimiTax, empresa que nasceu do meu es- {forgo e vontade de aprender. € principalmente, vontade de ensinar. Voce, meu caro aventureiro, que decidiu percorrer os caminhos sinuosos do mercado farmacéutico, nao precisaré passar tantos anos da sua vida para reunir todo o conhecimento que eu reuni. Pois eu os entrego a voce neste simples, porém cheio de significado, livro. Aqui esto descritos to- dos 05 principios e licées, todas as pecas que eu precisei para montar 0 quebra-cabecas. Tudo organizado da forma mais didatica, fluida e cla- ra que eu fui capaz de executar. Tenho esperancas de abreviar a trajeto- ria daqueles que, assim como eu, querem chegar a0 ponto mais alto que esse ramo pode proporcionar (ou © ponto mais alto que voce seja capaz de sonhar) e que s6 precisam saber por onde comecar; como e quao fon- ge esse caminho se estende diante de voce. Por isso, acomode-se, relaxe e venha comigo que vou te levar pela mao {20 longo de todo 0 fluxo comercial do Mercado Farma. Passaremos por cada pormenor, cada variavel e cada formula que acompanharé voce a0 longo da carreira que voce esta prestes a desvendar nas paginas que se seguem. Voce esta pronto? —E PICONARIO Do MERCADO FARMA ‘liquota: Percentual tributario estabelecido para cobranca do imposto; Cadeia Econémica: Fiux0 de operacdes pela qual um produto passa desde a Indus- Wis, até 0 consumidor final; (MED: Camara de Regulacao do Mercado de Medicamentos, € um departamento tip Anvisa responsavel por controlar os precos, reajustes e regras que incidem sobre Medicamentos; 1s; Programa de Integra¢ao Social e Formacéo do PatrimOnio do Servidor Piblico. T Iiuto federal que incide sobre a receita, convertido em beneficios sociais; (FINS: Contribuicao Para Financiamento da Seguridade Social, um tributo federal \jalmente associado a0 PIS, convertido em beneficios socaisdistintos; ‘orrente: Modelo de negociacéo de dividas e pagamentos entre duas empresas; Convénios e Protocolos: Medidas criadas por dois ou mais Estados para faclitar ope- Jngoes interestaduais; oss Docking: Modalidade de transacao, onde o revendedor compra a mercadoria or um estado, mas transfere para outro estado a fim de ser revendido; LL: Contribuigao Social sobre 0 Lucro Liquido, um tributo federal que incide sobre luero liquide das organizagses; G5: Codigo de Situacéo Tributéria. Nomenclatura numeral de 3 digitos, em que o pri- Ineito categoriza mercadorias em nacionais ou importadas; e os dois Ultimos infor- mam sobre a tributagao do ICMS; Custo: Valor gasto durante a produco ou aquisico de uma mercadoria; Desconto: Reducdo do preco de um produto oferecido como bonificagao durante tran- sages comerciais; KEM: Imposto sobre Circulacao de Mercadorias e Servicos. Tributo estadual que in- ‘ide sobre transagoes de produtos e alguns poucos servigas; IP: Imposto sobre Produtos Industralizados, Tributo federal que incide sobre produ- los industrializados e importados, |R: Imposto de Renda, tributo federal que incide sobre a renda anual de organiza- (00s € pessoas; UUstas Positive, Negativa e Neutra: Categorias de Medicamentos divididos conforme ‘ua obrigatoriedade perante o PIS e 2 COFINS; Margem: Modalidade de apuracio de lucratividade, calculado sobre o valor da venda; Markup: Modalidade de apuracao de lucratividade, calculado sobre o custo; Mercado Fatma: Segmento econdmico especializado em operagdes comerciais do ramo farmacéutico, que envolve medicamentos e ndo medicamentos; MVAIIVA: Margem/Indice de Valor Agregado, valor previsto da variacao no preco de produtos, calculado pelo Governo, para ser usado como base de calculo da ST; NCM: Nomenclatura Comum do Mercosul, cédigo composto de 8 niimeros que cate- goriza mercadorias, adotada pelos membros do Mercosul; Operador Logistico: Distribuidor que efetua somente a entrega de mercadorias ne- ‘gociadas previamente entre a Indistria e a Farmacia; OTC: Over-The-Counter (Sobre-O-Balcao) é uma categoria de Medicamentos, que dis pensam a necessidade de receita médica e s30 encontrados nos corredores ou sobre © baleao nas farmacias; PBM: Programas de beneficios que oferecem desconto sobre Medicamentos, de modo ‘a auxiliar 0 tratamento de doencas comuns; Prego Fabrica (PF): Valor maximo estipulado pela CMED pelo qual um Medicamento pode ser vendido pela sua fabricante e/ou distribuidora; reco MAximo ao Consumidor (PMC): Valor maximo estipulado pela CMED pelo qual um Medicamento pode ser vendido pelas farmdcias e pontos de venda; Prego de Mercado: Valor praticado pelos comerciantes em suas vendas; Redutor de PMC:Variacao do valor de um produto, negativa em relacao aos parame- 10s oficiais; Repasse: Equalizador de custo em operacbes onde existe a diferenca entre as aliquo- tas do PF e da operacéo, acontece na maioria das operacées interestaduais, criado especificamento para 0 modelo de negécio dos medicamentos, Revistas de Alta Circulagao: Revistas farmacéuticas amplamente conhecidas, nas quais devem ser publicadas os parametros estabelecidos pela CMED; SH: Sistema Harmonizado de Designacao e Codificagao de Mercadorias, antecessora da NCM, utilizada para o mesmo fim nos demais patses; ST: Substituigo Tributaria, uma modalidade de cobranca do ICMS, onde os impos~ tos da cadeia sao antecipados; ‘TIP: Tabela do IPI, contendo todas as NCMs e aliquotas. CONCEITOS BAsICos Medicamentos e Nao-Medicamentos, diferencas e regras.. Nao-Medicamentos... O que é PF e PMC. egies Precos de Medicamentos ao longo da cadeia econdmica. Categorias de Medicamentos. PIs E COFINS. PIs e COFINS. Lista Positiva. Lista Negativa..... Lista Neutra. Se Simples Nacional ~ um erro comum a ser evitado. ems Ics... . Tipos de negociacao. ICMS Débito e Credito.... SUBSTITUICAO TRIBUTARIA Substituigso Tibutaria, Regras da ST?... MVA ou IVA. Redutor de PMC... Célculo da ST por PMC... PMP REPASSE Preco dos Medicamento vs ICMS. Repasse.... — Repasse e Desconto em Cascata.. 14 19 21 23 26 28 32 So 36 37 39 a2 AS 49 56 72 R 76 82 83 87 UE REGRAS DE PRECOS DE MEDICAMENTOS © que € CMED. .90 Revistas de Pregos de Medicamentos. 94 Grupos de Medicament0s...ou:m 96 REGRAS DE NEGOCIO 97 Conta Corrente para Distribuidora, 98 © que € CrossDocking... So J0l Operador Logistco. 105, PRM... N07 108 Farmacia Popular Bonus IPI Imposto Sobre Produtos Industrializados. Margem @ Matk-UP m2 13 INTRODUCAG Provavelmente uma das primeiras dividas que surgem, principalmen- te em profisionais vindos de outros mercados 6: por que eu preciso es- tudar 0 modelo de operacbes do mercado farma, se jé possuo conheci- mento de outros setores? A tesposta é bastante simples: um mercado t80 especifico como 0 de medicamentos possui suas proprias rearas, leis, termos e varidveis ‘que, embora possam parecer com as de outros mercados, mantém suas peculiaidades. Dessa forma, para que voce possa atuar corretamente no mercado no qual esta adentrando, ¢ importante que vocé saiba, por exemplo, como se comunicar adequadamente. Vamos a exemplos que voce certamente encontrara todos os dias em sua rotina Voce sabe o que 6 PMC? ST? PMPF? Sabe a variacdo das aliquotas para cada estado? E sabe qual 0 impacto dessa variacéo sobre as negociacoes do mercado farma? J8 ouviu falar sobre repasse? Essas 580 varidveis co- uns, deste mercado tao vasto e peculiar, que voce vai precisar ter na pponta da lingua em todos os momentos. Seja em uma conversacso sim ples com seus colegas de trabalho, ou para uma negociagéo com clien- tes e possiveis parceiros. ‘Vamos imaginar uma situagéo: duas empresas vao realizar sua primei ra negociacao, entao promovem uma reunido entre seus representantes. Um dos profissionais é novo no mercado e nao esté familiarizado com 05 termos do negécio, enquanto 0 outro é experiente e conhecedor de toda a linguagem corriqueira em negociacoes. Ambos buscam as melho- res condig6es comerciais para suas respectivas empresas, e a0 longo da reunio, 0 profissional mais experiente usa todos os termos mencionados cima, e muitos outros que seu interlocutor nao faz ideia do que signi- ficam. Em uma situac3o como essa, a despeito de quem detém a razao dda negociacdo, as chances favorecem aquele que sabe como o mercado funciona e conhece a linguagem de uma negociagao. Ou seja, 0 profis- sional despreparado poderia até ter razdo em suas solictagées, mas por no conseguir se comunicar, acaba levando a pior. Co) 941 Cora UN Co 0) SHULL Lena MEW] a (a LOGICA E DIDATICA E TODOS 0S CONCEITOS CONSTRUIDOS DE MANEIRA CONCISA PARA OTIMIZAR O SEU APRENDIZADO. 2 AU THAD RUNS BY [HIBS NOS PROXIMOS CAPITULOS. sso mancAs aLTAN Oc URAOLE RMS MGCOO DE MEDEAUESTOS MG MEAS ETHICS MEDICAMENTOS E NAO-MEDICAMENTOS, DIFERENGAS E REGRAS Uma das principals coisas que vocé precisa saber assim que ingressa no Mercado Farma, 6 que nao se lida apenas com medicamentos. Ora, como ‘assim? Perceba, esse mercado abrange tudo o que pode ser encontrado dentro de uma farmacia, e sabemos que nao se vende apenas remédios por li, no é mesmo? essa forma, ao decidir fazer parte deste mundo farma, vocé precisa entender como identificar quando um produto é um Medicamento ou um Nao-Medicamento, bem como as regras que abrangem cada categoria, para que saiba a melhor maneira de negociagao e precificacao a ser em- pregada em determinada situac3o de compra e venda. Para ilustrar a real necessidade de compreender a diferenca entre es- sas duas categorias, vou demonstrar um exemplo. Para isso, vou usar al- ‘gumas varidveis como Preco Fabrica (PF), Repasse, Desconto e ICMS, mas nao se preocupe vamos nos aprofundar em todos esses detalhes ao lon- {go das préximas etapas do livro. ‘Agora, imagine que uma industria localizada em Minas Gerais quer ven- der seu produto para um distribuidor de Sao Paulo, e este distribuidor vai vender para uma farmécia também de Sao Paulo, hal Cconceros escas De acordo com as regras de medicamentos, em uma operacao como esta, o Repasse seria necessario na compra do distribuidor, porém a0 com- rar um Nao-Medicamento nao ha essa obrigatoriedade, Essa situacao poderia levar o distribuidor a pensar que haveria um cus- to X, quando na verdade as regras sao diferentes, e o resultado seria um custo bem diferente do planejado. CUSTO MODELO DE MEDICAMENTO Com Repasse A.Preco Fabrica B. Repasse C. Repasse. E D. Preco com Repasse.. E. ICMS da Operacao. F.ICMS Proprio. G. Custo da Mercadoria, R$100,00 82% RS6,82 [A*B] R$93,18 A-C] 12% -R$11,18 [D*E] R$82,00 [D-F] CUSTO MODELO DE NAO- MEDICAMENTO A. Prego Fabrica R$100,00 B.ICMS da Operacao, 12% C.ICMS CrEédito...oc '$12,00/A*C] D. Custo da Mercadoria.. -R$88,00[4-D] Neste cendrio vocé imagina um custo, determina o seu preco de venda © acha que vai ganhar o lucro Y, mas a realidade pode te trazer prejulzo. lst ENTENDE COMO VOCE PODE VER 0 SEU SUADO DINHEIRO ESCORRER ENTRE OS DEDOS SIMPLESMENTE POR NAO SE ATENTAR AS PARTICULARIDADES DO PRODUTO? concertos eAscos MEDICAMENTOS A primeira grande caracteristica dessa categoria € 0 fato de que pos- sul 0 preco controlado pelo governo. Isso acontece para que, ainda que haja competitividade entre as indéstrias farmacuticas, esse cenario nao afete negativamente 0 consumidor final. Isto é, medicamentos s4o pro- dutos necessérios para o bem-estar das pessoas e a concorréncia (ou a falta dela) do mercado nao pode resultar em restricao de acesso & ne- inhuma classe social. Por isso, existem 6rgaos responsaveis por determi- nar e fiscalizar 0 Prego Maximo a0 Consumidor (PMC), de forma a garan- tir essa acessibilidade. Por essa razo, a maioria das empresas nao se preocupa em formar 0 prego de venda dos seus medicamentos, uma vez que este jé esté tabe- lado. Dessa forma, 0 objeto de célculo e estratégia é 0 desconto ofereci- do sobre os precos estabelecidos. Sendo assim, o preco pelo qual a far- macia venderd determinado medicamento serd PMC ~ Desconto, plane- jado de uma maneira que proporcione uma margem. ‘OUTRO PONTO IMPORTANTE E A @ _ ST {suastruicio TRIBUTARIA), ‘QUE ABORDAREMOS COM MAIS DETALHES NOS PROXIMOS CAPITULOS, DIFERENTE DOS DEMAIS RAMOS DE NEGOCIO, SEMPRE QUE HOUVER A ST NO ‘MODELO DE MEDICAMENTOS, © PMC - DESCONTO ‘ONUS EDA FARMACIA. Dessa forma, sempre que hd uma venda do distribuidor ou industria para a farmacia, 0 valor da ST é repassado no preco. Em outras palavras, mesmo que 0 distribuidor tenha pago o custo da ST na compra, esse gasto é recalculado e repassado na hora da venda para a farmacia, seja iz scams anes ANS OC UIAHONDE ERASE REGOCD EE REDE IOS NA OMAR STISEIACOS somando o valor a0 prego do produto, ou destacando novamente na nota, embora o recebedor nao mais seja 0 Estado. Um distribuidor compra e revende os medicamentos pelo PF. J4 as far- imécias adquirem seus medicamentos pelo PF, mas 0 vendem pelo PMC - Desconto, 0 que garante maior liberdade e flexibilidade no planejamento de uma estratégia de desconto sobre 0 preco tabelado. PRECO FABRICA RECO FABRICA PMC 7 Descowto . ae = DESCONTO Outra singularidade de produtos enquadrados como Medicamentos & ‘que sua NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) deve necessariamente comecar com “30", sendo que a maioria inicia com “3003” ou "3004", ssa € uma forma bastante répida e pratica de identificar se um produto € ou nao um medicamento, se acaso houver alguma divida, 0s medicamentos tem regras especifcas, como citado o controle de pre- 05, repasse nas operacoes, 0 repasse da ST para a fatmacia, cOdigos NCM specifics, além de pertencer em sua maioria @ Lista Positiva ou Negatva. Conhecer as Listas, suas diferencas e regras espeecificas é de extrema importancia para que vocé fique em dia com suas obrigacdes tributaras. ‘Mas nao se preocupe se esta perdido até agora, como dito, abordaremos esse tema com mais detalhes no decorter da leitura. nal cconceos eAsicas NAO-MEDICAMENTOS Produtos Nao-Medicamentosos podem ser considerados menos com- plexos em comparacao aos anteriores, mas isso nao significa que merecem menos atencao na hora de negociar com seus fornecedores. Basicamen- te, ¢ facil identificar quando um produto Medicamento ou Nao-Medi- ‘camento. Contudo, no é incomum vermos casos onde uma indiistria far- macButica acostumada com a comercializacéo de Medicamentos, ao de- senvolver um Nao-Medicamento, como um suplemento alimentar ou um cosmético, por exemplo, empregue as regras de Medicamentos as quais {a esté habituada, Mas é importante manter-se atento-para evitar erros. LCE LOOT W BESS Se SENSU S| ERROS; POR ISSO E IMPORTANTE DOMINAR AS REGRAS DE NECOCIO. hoi Existe uma categoria que gera muita confusdo, produtos conhecidos como Over-The-Counter(sgla inglesa OTC), Sobre-O-Balco em tradu- ‘20 livre. 50 ndo quer dizer se um produto & medicamento ou ndo-me- dlicamento, entao a tnica coisa que podemos concluir & que s80 produ- tos que podem ser adquiridos sem receita médica e séo comumente en- contrados nos corredores ou sobre os balcbes das farmacias. Esse enqua- ‘dramento nao interfere em nada no aspecto de tributac3o, apenas dife- rencia quais produtos podem ficar ao alcance da m&o e quais requerem ‘maior controle farmacéutico. Como exemplo de OTCs, podemos apontar os suplementos alimentares, {que nada tém a ver com medicamentos, até porque possuem a NCM de "2106", que cai na regra de Nao-Medicamentos que vimos anteriormente. Espere, vamos dar uma revisada. Produtos nao medicamentos nao tém controle de precos, por isso para determiner o preco final teros que pen Sar em variaveis como Preco de Compra, ICMS, ST, IP, PIS/COFINS, Custo, ‘Margem e o Preco de Mercado, tudo isso para determinar o prec final que vamos vender. Parece complexo, no? Mas garanto que voce val entender VARIAVEIS PARA FORMAR PRECO DE VENDA ee ee LE Cs Caterina Cs 0 CALs eee ‘ Smee epee s : eee ETA Cees § TECK el Bae a R$2,00 Cae re ee ri RS11,90 [D+E+F] cay : i LY aCe COAL NCEE | i201 CCONCEIOS BAsicos 'Nesse exemplo, o produto foi comprado por RS 9,00, com IPI de R$ 0,90 @ ST de R$ 2,00. Assim, o custo da mercadoria foi de R$ 11,90. Para obter { Margem de 30%, fazemos o calculo: Aa ET ea Assim, 0 preco formado foi de RS 17,00. N&o se preocupe, os detalhes sobre calculo de Margem esto na ultima secao deste livro. OQUEE PFE PMC? Certamente esses s80 dois dos termos mais comuns do mercado far- mma, Acredite quando digo que qualquer coisa que voce fizer em sua ro~ tina, daré de cara com essas duas siglas. Por isso, é importante saber 0 que elas sigiticam. PF 6 a sigla para Preco Fabrica, e nada mais é do que o prego maximo estabelecido pelo qual um medicamento pode ser vendido pelas Indis- ‘tias e Distribuidoras. Em razo de ser restito pela tabela, é empregada 2a técnica de descontos estratégicos no momento da compra e venda de medicamentos por uma Distribuidora, por exerplo. Isto 6, ela deve com- prar e vender 0 produto pelo PF, logo, se no houvessem descontos sua lucratividade seria nula. Contudo, s30 negociados descontos expresso, para que a Distribuidora garanta seu lucro sobre cada transacéo. Como a ilustragao a seguir demonstra, a dstribuidora compra pelo PF fe tem que vender pelo mesmo, entao 0 seu ganho esta na diferenca de . 6-8-4 INDUSTRIA DISTRIBUIDOR FARMACIA, ‘CONSUMIDOR FINAL, 2% 0% INDUSTRIA FARMACIA, CONSUMIDOR FINAL, Diferenciando produtos Nao-Medicamentos dos Medicamentos, vimos {que 0 PIS e COFINS monofésico dos Medicamentos ¢ de 12%. J4 para os Nao-Medicamentos, como os dermocosméticos, que também so produ- tos monofésicos, a aliquota é diferente; 12,5%. Ou seja, nesses itens, a In- diistria deve apurar 12,5% sobre o valor das suas vendas, 1361 PSECORNS ee) Talvez essa lista possa ser considerada a padrao do comportamento iério do PIS e COFINS, mas se tratando de Medicamentos ela mera- mente aparece. De 24.852 Medicamentos registrados na CMED, apenas 14 pertencem a Lista Neutra, Assim, nesse mercado, ela € praticamente 6 uma excecéo. Mas 0 que é essa lista? & 0 grupo de mercadorias que dever apurar 0 PIS e COFINS em todas as etapas da cadeia econOmica, Aqui & emprega- ddo um conceito conhecido como “venda = Débito X compra =Créito”. Funciona assim: no momento da vende, uma Indastria deve apurar 9,25% de impasto sobre o valor do produto. Esse valor ¢ debitado e convertido ‘em crédito para a distribuidora que comprou a mercadoria; por sua vez, ‘20 revender, deve apurar novamente 0s 9,25% sobre o valor. Contudo, sa dvida ¢ abatida do crédito obtido na compra. Imagine que esza ditrbuidora comprou o produto por R$100,00, 0 que significa que o valor creditado a ela foi RS9,25. Entdo ela decide vender 0 produto a RS 200,00. A porcentagem tributaria é calculada sobre o valor de cada venda, logo, a distribuidora deve pagar RS18,50 de PIS e COFINS sobre sua venda. Como resultado, ela tem metade de sua dlvida abatida pelo crédito da compra e deve apurar apenas a diferenca, ou seja, RS9,25. \Vejamos um cenério onde todas empresas da cadela sao do Lucro Real, 05 produtos comercializados sao de Lista Neutra 9.25% INDUSTRIA DISTRIBUIDOR FARMACIA CONSUMIDOR FINAL i371 9,25% 9,25% INDUSTRIA FARMACIA CONSUMIDOR FINAL Para profissionais da drea farma, a preocupagdo com produtos dessa lista 6 minima, quando se trata de Medicamentos. Considerando que sé0 apenas 14 remédios que se enquadram nessa categoria, 0 PIS e a COFINS nao deveriam gerar nenhum problema para distribuidora e Redes. Contu- do, pela falta de informaco adequada, muitos desses profissionais cadas- tram incorretamente o produto em seu banco de dados, 0 que resulta no pagamento de impostos incabiveis em suas operacdes. Muitas vezes es- ses estabelecimentos sequer trabalham com os 14 Medicamentos que de fato devem apurar. PSECORNS Me eee RS tae (© regime Simples Nacional é forrnado, em maiaia, por pequenas e microem- presas e segue regras especificas de sua categoria. Uma dessas regras estabelece ‘que os impostos pagos pela empresa devern ser todos embutidos em uma Unica taxa a ser calculada sobre o valor do seu faturamento Isto é, empresas enquadra-

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