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09/05/2016

O que é um sistema de classificação?


Curso de Tecnologia Horticultura
É um artifício criado pelo homem para facilitar o
entendimento do objeto de estudo através da organização
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
(SBCS) - 2014 sistemática das informações que caracterizam tal objeto.
É uma ferramenta utilizada para o agrupamento de objetos
estudados de acordo com sua semelhança.
Prof. Diovane Freire Moterle

O que é SBCS – É um sistema hierárquico, multicategórico e


aberto, que permite a inclusão de novas classes e que torne
possível a classificação de todos os solos existentes no
território nacional.

 A unidade básica de estudo do Sistema Brasileiro de


Classificação é o perfil de solo que constitui a menor porção
da superfície da terra, apresentando três dimensões e
perfazendo um volume mínimo que possibilite estudar a
variabilidade dos atributos, propriedades e características dos
horizontes ou camadas do solo.

Horizontes Diagnósticos

Horizonte pedogenético O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) utiliza


Cada uma das seções do solo resultantes dos processos no primeiro nível categórico o tipo de horizonte diagnóstico
pedogenéticos e que guardam relações entre si. Estas seções subsuperficial.
(horizontes) estão separados entre si geralmente em função de Exceção:
algum aspecto morfológico  COR - Ausência de Horizonte B diagnóstico  Neossolos
- Horizonte A Chernozêmico  Chernossolos
Horizonte Diagnóstico - Horizonte Hístico  Organossolo
Corresponde a uma seção do solo que apresenta determinados
atributos para fins de classificação do solo. Eles não são sinônimos Ex.
do horizonte pedogênico A (A1 e A2), uma vez que podem ser mais
estreitos que o A1 ou incluir todo o A e parte(s) do B. B textural Argissolo

B latossólico Latossolo

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Horizontes Diagnósticos Superficiais

Horizonte Hístico

É um horizonte superficial de constituição orgânica (material


Orgânico), resultante de acumulações vegetais depositadas
superficialmente.

Identifica os Organossolos
Requisitos: É um horizonte superficial de constituição orgânica,
contendo pelo menos 80 g/kg-1 de C-org. resultante de
acumulações vegetais depositadas superficialmente.
- espessura ≥ 20 cm
- espessura de 10 cm ou mais quando assentado sobre um contato
lítico.

Horizontes Diagnósticos Superficiais Horizontes Diagnósticos Superficiais

Horizonte A Chernozêmico
No primeiro nível categórico do SBCS: Organossolo
2º Nível: Cambissolos Hísticos Horizonte mineral superficial, em geral espesso, de coloração
3º Nível : Neossolos Litólicos Hísticos; GleissolosTiomórficos Hísticos escura e saturação por bases elevada.
4º Nível: Gleissolos Melânicos distróficos hísticos Deve atender as seguintes características.
Espessura: No mínimo 10cm quando imediatamente acima da
rocha; ou 18 cm no mínimo se o solo tiver menos de 75cm de
espessura; ou 25 cm no mínimo, incluindo os horizontes
Horizonte h transicionais, se o solo tem mais de 75 cm.
Horizonte o
Estrutura: Bem desenvolvida.
Cor: valor e croma  3 (úmido) e valor  5 (seco).
Saturação por bases (V%): 65% ou mais.
Carbono orgânico:  0,6%.

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Horizontes Diagnósticos Superficiais Horizontes Diagnósticos Superficiais

No primeiro nível categórico do SBCS: Chernossolo

4º Nível: Nitossolos Vermelhos Eutroférricos chernossólicos

Hz A Chernozêmico

Horizontes Diagnósticos Superficiais Horizontes Diagnósticos Superficiais

Horizonte A húmico
Horizonte A Proeminente
Semelhantes ao A chernozêmico, porém com V% inferior a 65%.
Apresenta cor escura com valor e croma igual a 4,0 ou menor
(úmido) e V% menor que 65, apresentando espessura e teor de
carbono dentro dos seguintes limites:
 teor de carbono orgânico inferior ao limite mínimo para
caracterizar o horizonte hístico;
 espessura mínima comparável à descrita para o horizonte A
chernozêmico;
 Teor total de carbono igual ou maior obtido na equação abaixo.

(C-org (g/kg) de cada suborizonte A x espessura do suborizonte) 


60 + (0,1 x média ponderada de argila do horizonte superficial em
g/kg)

Horizontes Diagnósticos Superficiais Horizontes Diagnósticos Superficiais


A Antrópico
No 2° nível categórico do SBCS  Cambissolos Húmicos
Formado ou modificado pelo uso contínuo do solo pelo
No 3° NC do SBCS  Neossolos Litólicos Húmicos homem, por períodos prolongados, com adições de material
orgânico em mistura ou não com material mineral, podendo ocorrer
nele fragmentos de cerâmica e restos de ossos e conchas.
No 4º NC  Nitossolos Háplicos Distróficos húmicos
Difere do A chernozêmico ou A húmico por apresentar teor de
P2O5 solúvel em ácido cítrico geralmente maior do que 250 mg
kg-1
A Húmico
Latossolos Amarelos Coesos Antrópicos

Terra Preta de Índio

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Horizontes Diagnósticos Superficiais Horizontes Diagnósticos Superficiais

Horizonte A Fraco A Moderado


Horizonte fracamente desenvolvido identificado pelas seguintes
características: Quando não houver enquadramento em nenhuma das definições
- cor do material de solo com valor  4,0 (úmido), e  6,0 (seco) anteriores.
- estrutura em grãos simples, maciça, ou com grau fraco de
desenvolvimento É o horizonte superficial mais comum nos solos do Brasil
- teor de carbono inferior a 0,6%;
- espessura < que 5cm, quando não satisfizer ao estabelecido
anteriormente

A Fraco

HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS

O horizonte B textural deve satisfazer os requisitos:


Situados abaixo do Horizonte A. Em alguns casos pode estar com
o Hz A, ou estar exposto na superfície devido a erosão. Possuir um horizonte E, acima do B, desde que esse não seja um
plânico, plíntico ou espódico, ou Mudança textural abrupta ou
Horizonte B Textural Possuir relação textural B/A que satisfaça uma das alternativas a
Horizonte com acúmulo de argila.
seguir:
- processos de iluviação - >1,5 para solos com mais de 40 % de argila no A ou E;
- > 1,7 para solos com 15 - 40 % de argila no A ou E;
- formação in situ
- > 1,8 para solos com menos de 15% de argila no A ou E
- herdado de material de origem
- ferrólise
Pode apresentar cerosidade
O conteúdo de argila no B textural é sempre
maior do que no A

HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS

Horizonte Plânico Horizonte E albico


É um tipo especial de horizonte B textural. Apresenta mudança Horizonte subsuperficial, no qual ocorreu perda ou segregação de
textural abrupta, estrutura prismática, colunar, ou em blocos material coloidal orgânico e inorgânico. A cor do horizonte é clara,
angulares e subangulares. A permeabilidade é muito baixa, devido sendo determinada pela cor das partículas primárias de areia e
ao seu adensamento. silte.
Cores neste horizonte são cinzentas ou Apresenta no mínimo 1 cm de espessura e requisitos de cores
cinzento escuras, podendo ou não descrito no SBCS.
possuir cores neutras resultantes de
processos de redução.
São horizontes geralmente constatados
em solos hidromórficos, podendo
ocorrer em áreas de relevo plano ou
B plânico suavemente ondulado.

Identifica os Planosssolos

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HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS

Horizonte Plíntico Horizonte glei


Horizonte mineral B e/ou C que apresenta um arranjamento de Horizonte subsuperficial ou eventualmente superficial onde
cores vermelhas e acinzentadas ou brancas, com ou sem predominam reações de redução. As cores acinzentadas claras ou
cores amareladas ou brunadas, formando um padrão reticulado, escuras, com ou sem mosqueados são as predominantes.
poligonal ou laminar. Caracteriza-se pela presença de plintita em
quantidade igual ou superior a 15% e espessura de pelo menos Horizonte Glei
15 cm.
Gleissolos (1° NC)
Horizonte Plíntico  Plintossolos (Ordem SBCS)

4° NC  Argissolos Vermelhos Distróficos plínticos


Latossolos Vermelhos Distroféricos plínticos

HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS

Horizonte B latossólico
Horizonte em avançado estágio de intemperização, intensa
Horizonte B latossólico  Latossolos (1° NC SBCS)
dessilicificação e lixiviação de bases e concentração residual de
óxidos de Fe e Al e argilominerais do tipo 1:1 resistentes ao
4° NC  Argissolos Vermelhos Distróficos latossólicos
intemperismo.
-baixa relação textural Nitossolos Vermelhos Eutróficos latossólicos
-pouca diferenciação de cor entre os horizontes
-menos de 5% do volume com fragmentos de
rochas
-grau de floculação (GF) da argila igual ou próximo
de 100%
-menos do que 4% de minerais primários alteráveis
-CTCpH7 < 17 cmolc/kg de argila
-cerosidade, é no máximo pouca e fraca

HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS

Horizonte B incipiente
Horizonte subsuperficial que apresenta pouca alteração física e Horizonte B incipiente  Cambissolos (1° NC)
química, porém suficiente para desenvolvimento de cor e estrutura. Chernossolos  pode ou não estar presente
Gleissolos Melânicos Alumínicos incépticos  Bi entre o A e o glei
- 4% ou mais de minerais
alteráveis na fração areia
- 5% ou mais do volume do B tem
estrutura da rocha original
- relação molecular SiO2/Al2O3
(Ki) na fração argila maior do que
2,2
- CTC argila de 17 cmolc/kg de
argila

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HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS

Horizonte B nítico
Horizonte de textura argilosa ou muito argilosa, sem ou com 4° Nível Categórico  Latossolos Vermelhos Eutroférricos
pequeno incremento no conteúdo de argila do A para o B. Pode ter nitossólicos
argila de atividade alta ou baixa, estrutura em blocos angulares,
subangulares ou prismática em grau moderado ou forte.
Cerosidade em grau moderado ou forte, na forma de superfícies
reluzentes (shiny peds).

B nítico  Nitossolos (1° NC)

B nítico

HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS Horizonte vértico  Vertissolos

Horizonte vértico
Horizonte subsuperficial que, devido a forte contração e expansão 4° NC do SBCS:
das argilas, apresenta feições pedológicas típicas, que são as
superfícies de fricção ("slickenesides"). Chernossolos Ebânicos Órticos vérticos
Apresentam também fendas em algum período do ano com pelo
menos 1 cm de largura . Luvissolos Crômicos órticos vérticos
Pode coincidir com um horizonte AC, B (Bi ou Bt) ou C.
Planossolos Háplicos Eutróficos vérticos

ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS


MATERIAL ORGÂNICO  ATIVIDADE DA FRAÇÃO ARGILA
É aquele constituído por materiais orgânicos, originários de
resíduos vegetais em diferentes estágios de decomposição, os
quais podem estar associados a material mineral em proporções
Refere-se à capacidade de troca de cátions correspondente à
variáveis. O solo será considerado como orgânico quando o teor de fração argila, calculada pela expressão:
carbono for igual ou maior que 80 g/kg. T x 1000/g.kg-1 de argila.

MATERIAL MINERAL Atividade alta (Ta)  valor igual ou superior a 27 cmolc/kg.


É aquele formado, por compostos inorgânicos, em vários estágios
de intemperismo. O material do solo é considerado material mineral Atividade baixa (Tb), valor inferior a 27 cmolc/kg de argila.
quando não satisfizer o requisito exigido para material orgânico
(item anterior). Horizonte B

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ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS


SATURAÇÃO POR BASES
 MUDANÇA TEXTURAL ABRUPTA
Refere-se à proporção (taxa percentual, V%=100.S/T) de
cátions básicos trocáveis em relação à capacidade de troca Aumento no teor de argila dentro de pequena distância na zona de
transição entre o horizonte A ou E e o horizonte subjacente B.
determinada a pH7.
Quando o horizonte A ou E tiver menos que 200g de argila/kg de
Alta saturação se aplica a solos com saturação por bases solo, o teor de argila do horizonte subjacente B, determinado em
igual ou superior a 50% (Eutrófico) uma distância vertical menor que 7,5cm, deve ser o dobro do
conteúdo do horizonte A ou E.
Baixa saturação para valores inferiores a 50% (Distrófico).
Quando o horizonte A ou E tiver acima 200g/kg de solo, o
Utiliza-se, ainda, o valor de V acima 65% para identificação incremento de argila no horizonte subjacente B, determinado em
do horizonte A chernozêmico. uma distância vertical menor ou igual a 7,5cm, deve ser pelo menos
de 200g/kg a mais em valor absoluto na fração terra fina

ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS


Plintita
 CARÁTER ALUMÍNICO
Horizonte mineral B e/ou C que apresenta um arranjamento de Teor de alumínio extraível acima de 4 cmolc/kg de solo
cores vermelhas e acinzentadas ou brancas, com ou sem
associado à atividade de argila < 20 cmolc/kg de argila,
cores amareladas ou brunadas, formando um padrão reticulado,
poligonal ou laminar. Caracteriza-se pela presença de plintita em além de apresentar saturação por alumínio (100 Al+3/S + Al+3)
quantidade igual ou superior a 15% e espessura de pelo menos 15 maior que 50% e/ou saturação por bases (V% = 100 S/T) <
cm. 50%.

Superfícies de fricção (slickensides)  CARÁTER ALÍTICO


 Trata-se de superfícies alisadas e lustrosas, apresentando, na
Teor de alumínio extraível acima de 4 cmolc/kg de solo,
maioria das vezes, estriamento marcante, produzido pelo associada à atividade de argila acima de 20 cmolc/kg de
deslizamento e atrito da massa de solo. argila e saturação por alumínio (100 Al+3/S + Al+3) acima de
50% e/ou saturação por bases (V% = 100 S/T) < 50%.

ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS

CARÁTER SÓDICO
CARÁTER SÁLICO
CARÁTER CARBONÁTICO
CARÁTER COM CARBONATO
CARÁTER PLÂNICO
CARÁTER ARGILÚVICO ETC...

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