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ARTIGO
Como foi mencionado na introdução des- Vivemos num emaranhado mundo de in-
te trabalho, até o século XIX a informação ob- formações, e se não planejarmos, estrutu-
teve um tratamento especial. Para nós fica rarmos e armazenarmos estas informações
claro que do século XX em diante estaremos de maneira lógica e de fácil acesso, corre-
ou teremos que gerenciar os dados e as in- mos o sério risco de nos perdermos em mo-
formações, atividade esta que para nós se mentos de decisões importantes e acabar-
tornou muito importante dentro das organi- mos ficando desinformados. Portanto, este
zações. De acordo com CHEN (1990), ao é o objetivo do Banco de Dados, armazenar
longo dos tempos, o surgimento de novas dados e informações, de maneira lógica, de
formas de comunicação ou transações en- fácil acesso e de maneira rápida.
tre as organizações e as pessoas e o de-
senvolvimento tecnológico, acabam nos le- IV - SISTEMA DE BANCO DE
vando para uma sociedade orientada para a DADOS X SISTEMA DE AR-
informação, o que provavelmente pode se QUIVOS TRADICIONAIS
transformar num problema: como organizar
os dados para maximizar sua utilidade? Um sistema de arquivos tradicional é
aquele em que os dados do sistema estão
Na realidade, este é o papel dos siste- armazenados fisicamente separados um do
mas de arquivo e sistemas de Banco de outro. O acesso é feito pelos programas de
Dados baseados em computador: tentar aplicação, associando o nome externo dos
simplificar a tarefa de manter e recuperar uma arquivos e definindo todo o registro indepen-
grande quantidade de dados e informações. dente da utilização dos campos.
guagem de manipulação de dados de sis- projetista tem pouca ferramenta que o auxilie,
temas de gerenciamento de banco de da- tendo que apelar para a sua experiência e in-
dos de mainframes como DB2 da IBM, com tuição (que falha), o que pode ser comprova-
versões de softwares para gerenciamento de do em muitos bancos de dados cujos proje-
banco de dados de PC’s. tos lógicos são deficientes e mal projetados.
DEPARTAMENTO
DEPARTAMENTO
e FUNCIONÁRIO
FUNCIONÁRIO A FUNCIONÁRIO B
Exemplo
Exemplo: um departamento conectado
a diversos níveis inferiores (empregado) e
cada empregado conectado a outros seg- Empregado - Habilidade
mentos subordinados.
Tabela de Funcionário
IX - MODELO DE BANCO DE
Nº Func. Funcionário
1 Alberto DADOS RELACIONAL
2 João
3 Paulo
n N Método Entidade-Relacionamento (E-R)
O método Entidade-Relacionamento é
De acordo com a classificação mencio- um novo método para projeto lógico de
nada, teríamos o seguinte esquema: banco de dados. Surgiu na década de 70 a
partir de trabalhos inspirados
De acordo com a classificação mencionada, por Peter Chen e, desde então,
teríamos o seguinte esquema: tal teoria vem se difundindo e
Hierárquica
se desenvolvendo pelo mundo
afora. A idéia básica do méto-
Projeto lógico
de banco de dados Rede do E-R é acrescentar um está-
Pontos de gio intermediário ao projeto ló-
interesse
para a
gico de banco de dados.
empresa Relacional
1) Definição do esquema da
empresa usando o diagrama de
Entidade-Relacionamento – nes-
ta fase o projetista primeiro identifica as en-
tidades e relacionamentos que são de inte-
Ressaltamos que neste trabalho o mode- resse para a empresa usando a técnica dia-
lo que será alvo de estudo é o modelo re- gramática Entidade-Relacionamento (E-R).
lacional
lacional, já é o mais moderno e possuir uma Isto é, o projetista deve examinar os dados
melhor metodologia, o que o deixa em situ- do ponto de vista da empresa como um
ação privilegiada sobre os demais, no de- todo (e não restringir-se à visão do progra-
senvolvimento de projeto lógico de banco mador). Este esquema da empresa deve ser
de dados. uma tradução pura do mundo real e deve
entidade Cliente
Plano de contas – é uma entidade que b) Relacionamento 1:N ou N:1 (n para n):
tem como um dos elementos o cliente Loja onde para um lado temos uma ocorrência
Fura Bolo e para o outro mais de uma ocorrência.
Cadastrado – ligação existente entre um Exemplo: Um empregado pode estar lo-
cliente e o plano de contas tado em mais de um departamento? Não,
só em um departamento. Mas um departa-
Representação Gráfica mento pode lotar mais de um empregado?
Todos estes componentes do modelo E- Sim, N empregados
R, que ora abordamos, tem a sua própria re- N 1
presentação gráfica, conforme abaixo: EMPREGADOS LOTAÇÃO DEPARTAMENTO
c) Relacionamento N:M (n para m): onde de uma FN para outra é feita tendo como
para um lado temos várias ocorrências e base o resultado obtido na etapa anterior, ou
para outro, também, várias ocorrências. seja, na FN anterior.
Exemplo: Um aluno pode estar matricu- Para realizar a normalização dos dados,
lado em mais de uma disciplina? Sim, M dis- é primordial que seja definido um campo cha-
ciplinas. E em uma disciplina pode estar ma- ve para a estrutura, campo este que permite
triculado mais de um aluno? Sim, N alunos. identificar os demais campos da estrutura.
As formas normais são:
cliente são inalterados. Este procedimento sistema contábil de partidas múltiplas, usan-
permite evitar inconsistência nos dados dos do o modelo E-R como metodologia deste
arquivos e economizar espaço por eliminar projeto.
o armazenamento freqüente e repetidas ve-
zes destes dados. A cada nota fiscal com- Partidas Múltiplas
prada pelo cliente haverá o armazenamento
destes dados e poderá ocorrer divergência Conforme o capítulo 5 da obra The Foun-
entre eles. dations of Accounting Measurement – A Ma-
thmatical, Economic and Behavioral Inquiry,
As estruturas alteradas foram pelos moti- de YUJI IJIRI (1967), que menciona que des-
vos, a saber: de a exposição do trabalho de Luca Pacioli
do método das partidas dobradas em 1494
- Primeira estrutura (Arquivo de Notas Fis- até os dias atuais, assim podemos dizer, mui-
cais): contém os elementos originais, sen- tos dizem que este é um sistema perfeito;
do excluídos os dados que são dependen- assim como um teorema, que nada pode ser
tes apenas do campo código do cliente (in- feito para melhorar e que acaba sendo con-
formações referentes ao cliente) siderado um sistema absoluto. Entretanto,
- Segunda estrutura (Arquivo de Clientes): IJIRI (1967) neste trabalho, demonstra que a
contém os elementos que são identificados teoria contábil tem como evoluir e expandir
apenas pelo código do cliente, ou seja, in- o conceito que está por trás do sistema das
dependente da Nota fiscal, o nome, endere- partidas dobradas, no que se refere à parte
ço e CNPJ dos clientes serão constantes. matemática, filosófica e comportamental que
alicerçam o sistema de partida dobrada.
Após a normalização, as estruturas dos
dados estão projetadas para eliminar as in- No mesmo trabalho, o autor faz referên-
consistências e redundâncias dos dados, eli- cia à existência de duas possíveis visões
minando desta forma qualquer problema de para o sistema de partida dobrada: a classi-
atualização e operacionalização do sistema. ficatória e a causal.
A versão final dos dados poderá sofrer algu-
ma alteração, para atender as necessidades Partida dobrada classificatória – trata de
específicas do sistema, a critério do analista cada aumento ou redução do valor do Ativo
de desenvolvimento durante o projeto físico independente. A dualidade vem do aumento
do sistema. ou redução das duas diferentes classifica-
ções (Ativo e Passivo). É um mecanismo de
X - MODELO LÓGICO DE BAN- dupla classificação.
CO DE DADOS PROPOSTO Partida causal – trata do aumento e redu-
PARA UMA CONT ABILIDA-
CONTABILIDA- ção como tendo um relacionamento de cau-
sa e efeito, e a dualidade vem da paridade
DE DE P ARTIDA MÚLTIPLA
PARTIDA do aumento com a redução.
Como mencionamos na introdução des- Feita esta abordagem de que o sistema
te trabalho, esta é uma proposta de um mo- de partida dobrada tem estas duas manei-
delo lógico de banco de dados relacional, ras de ser visualizado e entendido, o autor
que possa ajudar no desenvolvimento de um ainda demonstra através de um pequeno
Cadastrar
e) Uma conta pode
ser lançada mais de
N uma vez? Sim, N
1 N N
PLANO DE
1
vezes.
PRAZO Cadastrar Cadastrar LOCALIZAÇÃO
CONTAS
1 Um lançamento
Lançar
pode ter mais de
N N 1
uma conta? Não,
somente uma con-
LANÇAMENTO Lançar HISTÓRICO
ta.
GRUPO DE
NATUREZA
CONTAS
Tabela PLANO DE CONTAS:
* CódigoReduzido
PRAZO
PLANO DE
CONTAS
LOCALIZAÇÃO CódigoContábil
NomeConta
SaldoInicial
LANÇAMENTO HISTÓRICO CódigoGrupo
CódigoPrazo
CódigoLocalização
c) Tabela de dados:
Tabela HISTÓRICO:
Tabela GRUPO DE CONTAS:
* CódigoHistórico
* CódigoGrupo
Histórico
Grupo
CódigoNatureza
Caixa $10 Duplic. A Pagar $20 Escritório Central $30 menos 6 meses $40
Duplic. A Receber $20 Juros a Pagar $ 1 0 Fábrica $40 menos 1 ano $10
Equipamentos $10
O presente projeto lógico foi implemen- Portanto, acreditamos que talvez este
tado usando a ferramenta ACCESS 2000 ainda não seja o projeto lógico de banco
(Microsoft), utilizando os mesmos núme- de dados ideal para uma contabilidade de
ros do exemplo de Ijiri, onde obtemos partidas múltiplas, mas se torna um início
como resultado de um determinado rela- e ao mesmo tempo um avanço da área
tório o mesmo quadro apresentado acima. contábil aliada com a tecnologia de ban-
É possível perceber pelo exemplo que co de dados.
mesmo buscando um sistema contábil de
partidas múltiplas, é necessário o uso das CONCLUSÃO
partidas dobradas.
Cremos que ficou clara a importância
Como menciona RICCIO (1989), apoia- dos conceitos de Banco de Dados para o
do pelas palavras de Ijiri, a lógica contida momento que então vivemos, a era da in-
no método das partidas dobradas empres- formação. E dentre os conceitos aborda-
ta ao novo sistema características únicas dos, o que obteve maior relevância para
e destaca a seguinte: este trabalho fora o projeto lógico de ban-
“permite a criação de um registro padrão co de dados, que aliado com a metodolo-
BIBLIOGRAFIA
CHEN, Peter. A abordagem entidade-relacionamento OLIVEIRA, Adelize Generini. Visual Basic 5 – Manipulan-
para projeto lógico. Tradução: Cecília Camargo. São do Banco de Dados. Santa Catarina: Visual Books, 1997.
Paulo: Makron Books, 1990
RICCIO, Edson Luiz. Efeitos da tecnologia de informa-
IJIRI, Yuji. The Foundations of Accounting Measure- ção na contabilidade – Estudo de casos de implemen-
ment – A Mathmatical, economic and Behavioral In- tação de sistemas empresariais integrados – ERP. Tese
quiry. New jersey. Prentice Hall, 1967, Págs. 101 a 165. de livre docência, FEA/USP, 2001.
LAUDON, Keneth. LAUDON, Jane. Sistemas de infor- RICCIO, Edson Luiz. Uma contribuição ao estudo da
mação – com internet. Tradução: Dalton Conde de contabilidade como sistema de informação. Tese de
Alencar. 4º ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. doutorado. FEA/USP, 1989, Pág. 2 a 70.