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REFERENCIAL TEÓRICO

Micro empresas

É papel da Lei Complementar nº 123, instituída em 14 de dezembro de 2006


instituir o que se considera legalmente como microempresas ou empresas de pequeno
porte. Segundo o que a lei dispõe em seus artigos, consideram-se essas categorias de
empresas a: sociedade empresária, a sociedade simples e/ou empresa individual de
responsabilidade limitada, desde que registradas no Registro de Empresas Mercantis ou
no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. (BRASIL, 2006)
A lei ainda estabelece que a categorização de microempresa pressupõe um
rendimento anual cuja receita bruta tenha sido igual ou inferior ao valor de R$
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais).
Alguns autores usavam diferentes critérios do que está empregado na norma
como conhecida no ordenamento jurídico brasileiro. Exemplo disso são Stanley e Morse
(1965), além da própria Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
FIBGE (1970) e cujo critério seguia a linha quantitativa de empregados em determinada
empresa.
Para dar suporte à essas empresas, foi criado, por iniciativa federal, o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE que se trata de entidade
sem fins lucrativos que além disso tem por base estabelecer e classificar as empresas de
acordo com o setor de atividade e também pelo número de funcionários atuantes.
De acordo com a própria entidade, no cenário brasileiro empresarial, de um total
de 6,4 milhões de estabelecimentos empresariais a correspondência das micro e
pequenas empresas representa um total de 99%, de modo que, cerca de 52% da
população trabalham nesse setor com carteira assinada. (SEBRAE, 2018)
Sobre a determinação acerca do que significa os pequenos negócios, o próprio
Sebrae (2018) dispõe que se trata daqueles negócios formados pelas micro e pequenas
empresas, as MPEs e também pelos microempreendedores individuais.
Requião (2007), considera a atividade a ser descrita como micro ou pequeno
negócio como um grande fator de para o desenvolvimento econômico do Brasil. Isso
pode ser reforçado pelos índices apresentados pelo próprio Sebrae através dos anos.
Terence (2002) também reafirma a importância das micro empresas para o
desenvolvimento econômico para o cenário nacional, uma vez que, segundo o autor,
essa categoria de empresa além de trazer competitividade, produzir bens e serviços
eficientes auxilia empresas de grande porte ao fornecer suporte que conecta produtores e
clientes.

Gestão financeira

Um dos maiores problemas apontados por estudiosos da área e também das


pessoas que compõem o ambiente empresarial é a falta de profissionalização da gestão
financeira dentro das pequenas empresas.
Segundo o entendimento de Rasoto et. al (2012) a gestão financeira é uma forte
tanto de consulta quanto de estudo para empreendedores uma vez que traz a
possibilidade de aprimorar os processos de gestão com base em avaliação e análise da
viabilidade dos investimentos.
Pesquisadores como Leone (1999); Pinheiro (1996); Taylor (1999) apontam que
a atuação no ramo administrativo e empresarial sempre buscou ser muito intuitivo.
Apesar de ser estabelecido os conhecimentos econômicos e sociais, esses são muito
abstratos para sobrepor ao que de fato se necessita como o conhecimento de técnicas de
administração, de tomada de decisões, como administrar a escassez de recursos dentre
outras falhas, visto que na maioria das vezes, os pequenos negócios eram mais
concentrados na administração familiar, até mesmo além de suas competências e
conhecimentos.
Hoji (2003) expõe que existem algumas funções básicas que devem ser parte da
gestão financeira que são a tomada de decisões de investimento, decisões de
financiamento, o planejamento, a análise e o controle financeiro.
Sobre o planejamento financeiro, Gitman (2010) descreve que se trata de uma
parte essencial do trabalho do administrador. É crucial para atingir os objetivos da
empresa através do planejamento para traçar os planos e conduzir com eficácia os
orçamentos financeiros. Gitman (2010) ainda indica que assim, é possível coordenar,
estabelecer um padrão de desempenho em eventos reais.
Oliveira (2003) traduz que a gestão financeira é capaz de proporcionar à
empresa resultados eficientes desde que os objetivos estejam claros. Para tal, na mesma
linha de pensamento de Gitman (2010), o gestor pode fazer uso de atos como o
planejamento, o orçamento, fluxo de caixa e outros.
Sobre o fluxo de caixa, ainda segundo Gitman (2010), esse é a espinha dorsal da
empresa visto que sem seu controle de maneira periódico, não é possível determinar se
existem recursos capazes de sustentar as operações ou prever a necessidade de procurar
financiamento. Erro recorrente já que muitas empresas buscam empréstimos de última
hora, encontrando dificuldades nesse processo de financiamento.
De acordo com Casali e Treter (2015) o planejamento financeiro quando ocorre
em alinhamento às metas da empresa, tem a função de auxiliar os gestores no processo
de tomada de decisões e assim contribui com diversos objetivos como os operacionais e
econômicos dentro da empresa.
Ainda segundo os autores Casali e Treter (2015) é imprescindível que haja,
dentro das microempresas essa gestão financeira já que, dessa maneira, se torna
fundamental para a sobrevivência em um cenário de mudanças a todo momento na
economia.
Para Braga (1992) o planejamento trata-se de uma programação avançada dos
planos feitos pela administração financeira e a integração e coordenação que existe entre
esses planos com os operacionais que ocorrem em todos os campos da empresa.
Para uma boa estruturação dos planos, eles devem ser feitos e levando em
considerações períodos diferentes. Como por exemplo cita Gitman (2010) que os planos
que objetivam longo prazo são acompanhados de previsões acerca de possíveis reflexos
futuros. O período retrata de dois a dez anos. Enquanto os planos financeiros de curto
prazo tratam-se de análise das decisões que afetam diretamente os ativos e os passivos
circulantes dentro de um ano.
De acordo com Kobori (2019) as empresas que enfrentam um período de crise
ocasionado por diferentes fatores que conseguirão obter certo êxito, são aquelas que
possuem uma boa gestão financeira e posições de caixa estruturada.
Para Gitman (2010) os mais afetados em tempos de crise e os menos preparados
para abrir as portas costumam ser os pequenos negócios por diversos fatores, além é
claro de um cenário de surpresa que uma crise pode gerar.
Kobori (2019) e Gitman (2010) são autores que estabelecem que a possibilidade
de uma empresa de superar um cenário de crise está ligado com a liquidez. Segundo
Gitman (2010) o índice de Liquidez Corrente é a divisão entre o ativo e o passivo
circulante. Da liquidez seca é excluído o estoque no cálculo do Ativo Circulante, haja
visto que possui menor liquidez do que possui em caixa.
Nesse sentido, Gitman (2010) determina que a liquidez é medida, dentro de uma
empresa, levando em consideração a capacidade que ela tem para saldar as obrigações
em curto prazo. Sendo assim, a liquidez trata da solvência da posição financeira geral da
empresa.
A liquidez baixa, segundo Gitman (2010) condiz com um grau de dificuldade
financeira dentro da empresa. Desse modo, uma liquidez baixa pode fornecer dados
antecipados quanto aos índices de problemas de fluxo de caixa ou insolvência iminente

REFERÊNCIAS

CASALI, M. S., TRETER, J. (2015). A importância da utilização da gestão


financeira em microempresas da cidade de Cruz Alta. Cruz Alta: Unicruz.
FIBGE, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário brasileiro de geografia
e estatística. IBGE, v. 79, 2019.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo:


Pearson, 2010.

HOJI, Mazakazu. Administração financeira: uma abordagem prática. 4 ed. São Paulo:
Atlas, 2003.

LEONE, N.M.C.P.G. As especificidades das pequenas e médias empresas. Revista de


Administração, São Paulo, v.34, n.2, p.91-94, abr./jun. 1999.

OLIVEIRA, Antônio Benedito Silva. Métodos e Técnicas de Pesquisa em


Contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2003.

PINHEIRO, M (1996). Gestão e desempenho das empresas de pequeno porte. Tese


(Doutorado). São Paulo: Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da
Universidade de São Paulo – FEA/USP.
DUTRA, Ivan; GUAGHARDI, Jose Augusto. As micro e peguenas empresas: uma revisão da
literatura de marketing e os critérios para caracterizá-las. Scielo. São Paulo, 24 de dez. de
1984. Disponível em: http://www.scielo.br/j/rae/a/dvyyX7TSDwMx6M9RgdfHy9H/?lang=pt.
Acessado em: 12 abr. 2021.

Pequenos negócios em números. SEBRAE, 07 de jun. de 2018. Disponível em:


https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/sebraeaz/pequenos-negocios-em-
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RASOTO, Armando; GNOATTO, Almir Antonio; OLIVEIRA, Antonio Gonçalves; ROSA, Cleverson
Flor; ISHIKAWA, Gerson; CARVALHO, Hilda Alberto; LIMA, Isaura Alberton; LIMA, José
Donizetti; TRENTIN, Marcelo Gonçalvez, RASOTO, Vanessa Ishikawa. Gestão financeira:
enfoque em inovação. Aymará Educação. Cuiabá, 2012. Disponível em:
https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2062. Acesso em: 10 abr. 2021.

REQUIÃO, Rubens Edmundo. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2007

TERENCE, Ana Cláudia Fernandes. Planejamento estratégico como ferramenta de


competitividade na pequena empresa: desenvolvimento e avaliação de um roteiro
prático para o processo de elaboração do planejamento. 2002. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
Paulo, São Carlos, 2002. Disponível em:
<https://teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18140/tde-27052004-110812/pt-
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