MEDICINA PREVENTIVA- 2 crédito
suco de erva-moura e um pouco de farinha cevada, e aplique-se
A vigilância sanitária e o controle das principais zoonoses
Lei 8.080 de 19/09/80- MS, art 6
Na definição de vigilância sanitária
¬conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir
riscos a saude (estudo das zoonoses) e deintervir nos
problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da
produção e circulação de bens e da prestação de serviços de
interesse a saude¨
As zoonoses ...
Desde os tempos pré-históricos da humanidade , no período
neolítico, a partir de 8.000 a. C. , condições favoráveis para a
transmissão de agentes de doenças transmissíveis entre
animais vertebrados e seres humanos.
Se ampliaram no início da estruturação da agricultura,
domesticação doa animais e início da vida urbana organizada
em aldeias.
Zoonoses
Desde os primórdios da história, o homem começou a
perceber que era susceptível a adquirir ' doenças dos animais
' intuito de evitar isto devemos cuidar da saúde dos animais.
Época de Moisés ( sec. XV a. C. ): comecem a raiva.
Dito popular dizia: Ninguém acreditará no homem que disser
ter sido mordido por um cão raivoso e ainda estar vivo
Século IV a. C. : Aristóteles e Hipócrates, referência ao mormo
e transmissão ao homem
Século I a. C. : Virgílio, poeta romano, reconheceu ser o
carbúnculo hemático ( antraz) no homem transmitido pelo
tosquiamento de carneiros mortos pela doença
Contra o antraz
" Thesaurus pauperum" - "Tesouro dos Pobres" ( receituário
com indicações para doenças comuns) de Pedro Julião
( médico, filósofo, professor, teólogo e matemático), conhecido
como Pedro Hispano de Lisboa ( por volta de 1205), eleito
Papa e coroado com o nome de João XXI em 1276.
¨primeiramente faça-se uma sangria no lugar em que está o
antraz. Se a matéria vier da parte de cima do pescoço, faça-se a
sangria da veia hepática. Se for do lado do coração , faça-se da
veia cardíaca, feito isso prepare para si o seguinte remédio:
colocar por cima farelos cozidos com vinagre, da mesma forma,
colocar alhos amassados com sal, siler amoníaco, colocando por
cima dissolvido em vinagre.
Também vale beber ou colocar em volta teriaga. Também vale
colocar diamante ou safira perto de qualquer pessoa. Também
colocar por cima crista de galo ou galinha atrai o veneno. Antes
de colocar tudo isso, verifique se há lá veneno e atraia o mesmo
com uma ou outra coisa. Repita-se, para não ficar lá, e aplique-
se em volta ceruso, isto é alvaiade, diluída com óleo de rosas,
em um ponto sadio. Também dizem que a consolta menor
triturada entre duas pedras, por milagre divino, cura o antraz.
Diz-se que aplicar por cima dos carbúnculos gemas de ovos
cruas, trituradas com igual quantidade de sal, faz bem¨
Teriaga- remédio antigo de composição complexa, que se
supunha ser ótimo contra a mordedura das serpentes e outros
animais peçonhentos.
(p. ext. qualquer remédio caseiro ou mezinha literalmente em
sentido depreciativo).
Após descoberta das caracteristicas de bactérias e outros
organismos-analogias entre doenças contagiosas do homem e
dos animais.
Século (XIX)- termo zoonoses é introduzido na literatura médica
pelo médico alemão Rudolf Wirchow, para caracterizar
as ¨doenças animais que podiam ser transmitidas ao homem¨
O que é zoonoses?
Zoo- animais Nose- doença
Zoonoses- doenças transmitidas entre pessoas e os animais,ou
seja, podemos pegar e/ou passar para os animais e com o
" Doenças e infeções naturalmente transmissíveis entre
hospedeiros vertebrados (animais) e o homem"
Doenças ou infeções - inclui situações em que ocorrem
infeções inaparentes, ou seja, animais vertebrados que se
comportam como portadores ,pois albergam e eliminam os
agentes etiológicos das doenças transmissíveis, sem
apresentar qualquer sinal clínico que indique alterações de
saúde.
Naturalmente transmissíveis- excluem da definição possíveis
patologias que poderão ser transmitidas apenas em condições
experimentais, em indivíduos submetidos a condições artificiais
tais como imunossupressão ou diferentes formas de estresse.
O que é zoonose?
Originalmente concebido para designar as enfermidades
próprias dos animais capazes de acometer o homem ( e vice e
versa), tem hoje sentido ampliado abrangendo não só os
agravos humanos produzidos diretamente por animais
( picadas de cobras e outros peçonhentos) mas também
incômodos causados por aqueles de hábitos sinantrópicos
( bicho-de-pé; baratas; roedores, pernilongos, dentre outros).
Zoonose - infecção ou doenças infecciosas transmissível, sob
condições naturais, de homens e animais e vice e versa
Zoonoses de relevância para a saúde pública: zoonose de
risco iminente de transmissão para a população humana, que
apresente impacto na saúde coletiva quando a sua
magnitude , transcendência, potencial de disseminação ,
gravidade, severidade e vulnerabilidade, referentes ao
processo epidemiológico de instalação, transmissão e
manutenção, considerando a população exposta, a espécie
animal envolvida, a área afetada ( alvo), em tempo
determinado.
Palavra zoonose- originária do grego, prefixo " zoo"= animal+
sufixo " nosos" = doenças ( literalmente doenças dos
animais)
Embora a palavra não reflita bem o sentido, ficou consagrado
pelo uso, passando a ser utilizada nas ciências médicas.
A amplitude do termo gerou discussão com a finalidade de
conceituar de uma maneira mais racional e significativa, as
zoonoses
1966 - 3° Encontro de Peritos em Zoonoses da OMS 》
definição de zoonoses: doenças naturalmente transmissíveis
entre os hospedeiros vertebrados e o homem.
Termos " doenças" e " infecção" : finalidade de enfatizar as
condições que um hospedeiro poderá apresentar
O animal infectado pode não evidenciar manifestações
clínicas ( sintomas), o animal doente, manifestará evidências
de alterações orgânicas.
Ex: raiva silvestre ( morcegos hematófogos - reservatório para
o vírus da doença, podendo não apresentar os sintomas da
infecção, porém com capacidade de transmiti-lo a outros
animais e homem).
As Zoonoses constituem os riscos mais frequentes e temíveis
a que a humanidade está exposta, relacionando-se neste
conteúdo cerca de 150 doenças
A OMS reconhece que a luta contra as zoonoses constitui
uma das principais atividades da Saúde Pública Veterinária .
Constituem um importante fator de morbidade ( infeções
agudas e crônicas que causam aos seres humanos perdas
econômicas na produção animal)
A prevenção e eliminação das zoonoses dependem das
medidas adotadas contra essas enfermidades nos animais.
Após a II Guerra Mundial, com a criação da Organização das
Nações Unidas, e a OMS, foi proposta a criação de um setor
específico denominado de Saúde Pública Veterinária
Tem por objetivo a coordenação de ações destinadas:
1 - Prevenção e controle de zoonoses
2- Higiene alimentar com prevenção das toxinfecção de
origem alimentar
3 - Prevenção e controle da poluição ambiental de origem
animal
4 - Medicina comparativa, que objetiva o avanço no
conhecimento de doenças humanas com o estudo de
condições comparáveis em animais
Zoonoses e muitas outras doenças infectocontagiosas dos
animais trazem consequências econômicas
Brucelose, tuberculose, teníase, toxoplasmose, salmonelose,
clostridiose, leptospirose, compilobacterios, listeriose, raiva,
scrapie, encefalopatia espongiforme bovina ( mal da vaca louca);
influenza aviária ( gripe aviária) - potenciais zoonoses;
Febre aftosa, peste suína clássica e africana, anemia infecciosa
equina, doenças de de Newcastle, doença de Aujezski -
doenças de alto impacto econômico e poder restritivo de
mercado;
Medicina Veterinária- importante coadjuvante nas políticas
de saúde pública dos países
Origem e propagação de doenças, tendo como vetores animais
domésticos ou silvestres
Assegurar a integridade física dos animais
A propagação de doenças epidérmicas, humanas ou animas-
instalação de barreiras sanitárias - meio eficaz de controle.
Defesa Sanitária Animal - um dos campos da Medicina
Veterinária em grande ascensão.
Objetivos: prevenir a ocorrência de doenças exóticas , que
podem ter graves impactos em saúde pública ou econômicos
nos animais e controlar ou erradicar doenças endêmicas.
Médico Veterinário Sanitarista
Vigilância Epidemiológica ativa, controla o trânsito de animais,
realiza inspeção dos produtos de origem animal e investiga
sinais de doenças que possam ser transmitidas.
Fatores que aumentam os riscos de exposição às zoonoses
● Demanda cada vez maior de
alimentos de origem animal, provocando incremento
das indústrias zootécnicas através dos aumentos dos
rebanhos;
● Urbanização;
● Criar em casa e apartamento
animais de estimação;
● Transportes: disseminação das
doenças através da condução acidental de vertebrados
(reservatórios) ou invertebrados (vetores) de uma
região endêmica a outra indene;
● Comercialização de animais
(importação ou exportação) ou deslocamento para
feiras e exposições aumenta a probabilidade de
transmissão de infecções.
Classificação das Zoonoses
Mais de 200 doenças transmissíveis enquadram-se na definição
de zoonoses proposta pela OMS.
Para facilitar o estudo deste grupo de doenças diversas
classificações tem sido propostas.
Quanto ao tipo de agente:
● Bacterianas;
● Virais;
● Parasitárias;
● Priões.
Quanto à direção de transmissão:
● Antropozoonoses;
● Zooanthroponoses;
● Anfixenoses.
Quanto ao ciclo de manutenção:
● Diretas;
● Ciclozoonoses;
● Metazoonoses;
● Saprozoonoses.
Classificação das zoonoses segundo o sentido da transmissão
Antropozoonoses
Agentes de doenças que são perpetuados pela transmissão
entre animais, porém que podem eventualmente acometer
seres humanos. Ex: raiva.
Zooanthroponoses
Agentes de doenças que são perpetuados pela transmissão
entre seres humanos porém que podem eventualmente
acometer animais. Ex: tuberculose em animais pelo
Mycobacterium tuberculosis, bacilo do tipo humano.
Amphixenosis
Agentes de doenças que se transmitem com igual intensidade
entre animais, entre os seres humanos e também entre animais
e seres humanos. Ex: Estafilococose.
De acordo com a gravidade, as zoonoses podem ser divididas
em, três grandes grupos:
1. Igualmente graves para o homem
e para os animais: Raiva, Tuberculose bovina;
2. Graves para o homem e
raramente prejudiciais à saúde animal: Brucelose,
Hidatidose;
3. Raramente afetam ao homem,
mas provocam graves epizootias (epidemias animais):
Febre Amarela.
Classificação (SCHWABE,1984) Mais adotada por ser
considerada a mais completa: baseia-se no ciclo de vida do
agente etiológico
1. Zoonoses diretas: transmissão de
um hospedeiro vertebrado infectado a um vertebrado
suscetível, por contato, veiculação ou vetor mecânico
– Raiva, Brucelose;
2. Ciclozoonoses: participação de
mais de uma espécie de hospedeiro vertebrado na
cadeia de transmissão – Cisticercose, Hidatidose;
3. Metazoonoses: transmitidas
biologicamente através de vetores invertebrados. no
organismo do hospedeiro invertebrado, o parasita
realiza uma fase do ciclo biológico durante um
determinado tempo – “período extrínseco de
incubação”, que precede a transmissão a outro
hospedeito vertebrado – Febre Amarela, Doença de
Chagas, Leishmaniose;
4. Saprozoonoses: participação de
um hospedeiro vertebrado e de um elemento não
pertencente ao reino animal, como o solo, matéria
orgânica e plantas – Ancilosttomíase (solo), Fasciolose
(plantas), Toxoplasmose, Toxocaríase.
Classificação que relaciona as zoonoses com os agentes
etiológicos
1978, Genebra OMS -> zoonoses parasitárias;
1981, Genebra -> zoonoses bacterianas e zoonoses micóticas;
As duas classificações são aceitas, uma complementa a outra.
Transmissão das zoonoses
1. Transmissão direta: um
hospedeiro vertebrado infectado transmite o parasita
a outro hospedeiro vertebrado suscetível através do
contato direto. Ex: raiva, brucelose, carbúnculo
hemático, sarnas, microsporidioses, tricofitoses.
2. Transmissão indireta
● Alimentos (leptospirose,
botulismo, brucelose, tuberculose, salmoneloses,
teníases, triquinelose);
● Secreções (raiva, brucelose);
● Vômitos (leptospirose);
● Artrópodes (febre amarela,
encefalomielite equina).
IMPORTÂNCIA
● Países em desenvolvimento –
canalização de recursos para a assistência medica,
resultando em inversões mínimas para a medicina
preventiva.
● A ocorrência de “doença” na
população acarreta a baixa produção de bens e
serviços com a consequente redução dos níveis
salariais.
● O baixo poder aquisitivo da
população conduz a padrões deficientes de
alimentação, moradia inadequada e à diminuição do
nível de educação.
● Ciclo vicioso – “ciclo econômico
da doença”, fecha-se com a ocorrência de mais doença,
diminuindo ainda mais o potencial de trabalho da
população humana.
● Inversão de capital e de
conhecimento técnico na pecuária, favorecendo a
ocorrência e disseminação de doenças entre os
animais, muitas delas de caráter zoonótico, agravando
ainda mais a já deficiente condição de saúde do
homem.
● Baixa natalidade e elevadas
morbidade e mortalidade nos rebanhos, gerando, em
consequência, a produção de bens e serviços cada vez
mais baixos.
Raiva Urbana: Apresenta coeficientes de morbidade e
mortalidade baixos. Um problema para a Saúde Pública em
função de letalidade no homem ser de 100%.
 ● Nos casos de acidentes com
animais suspeitos, várias pessoas são envolvidas,
acarretando ônus ao Estado com o tratamento
preventivo aos expostos ao risco de infecção.
● Em saúde animal, na raiva
silvestre (rural) os prejuízos são decorrentes da perda
de grande número de animais de um mesmo rebanho!!
Qualquer que seja a zoonose, de maior ou menor gravidade
para o homem e para os animais, sempre contribuirá para
diminuir a produção de bens e serviços com as suas
consequências
● Leptospirose, raiva, salmonelose,
brucelose e teníases - Ocorrem em todos os Estados
● Hidatidose - Incidência primordial
no RS atingindo SC e PR, representa grave problema de
Saúde Pública
● Leptospirose - prevalência
moderada nos rebanhos bovino e suíno
● Brucelose - alta morbidade e
baixa mortalidade; problema de saúde de grupos
profissionais (empregados de matadouros, granjas
leiteiras, veterinários e tratadores de animais) além de
prejuízos à pecuária
● Tuberculose - prejuízos à indústria
animal, redução na mão de obra humana disponível
para o trabalho. Após alta hospitalar o indivíduo mem
sempre pode voltar às suas atividades.
CONTROLE
● Tanto do ponto de vista social
quanto do ponto de vista econômico é necessária a
adoção de medidas capazes de minimizar os
transtornos através de aplicação de métodos
adequados para a prevenção, controle ou erradicação
das zoonoses.
● Para que a aplicação dos métodos
possa ser bem sucedida:
● Conhecer a prevalência de cada
uma das zoonoses
● Inquéritos epidemiológicos
● Registros dos serviços de saúde
pública e saúde animal
● Dados obtidos nas propriedades
rurais das informações dos médicos veterinários
● Relatórios das indústrias de
laticínios e matadouros
● Conhecer a magnitude de cada
um dos problemas
● Estabelecer as prioridades de
ação
Adoção de programas eficientes com a finalidade de
interromper a cadeia de transmissão - atuação sobre fontes de
infecção, vias de transmissão ou suscetíveis.
Combate às zoonoses
● Internacional (Mundial)
● Central (Federação)
● Regional (Estado)
● Local (Município)
Qualquer que seja o programa de controle adotado, é
fundamental que seja dado continuidade e que os
procedimentos de vigilância sanitária sejam adequadamente
aplicados, caso contrário, aos prejuízos econômicos
decorrentes de incidência de determinada zoonoses, somar-se-
ão de uma campanha mal sucedida.
Termos usados…
● População animal alvo: população
animal suspeita de envolvimento ou envolvida na
transmissão da zoonose-alvo, ou população de animais
peçonhentos ou venenosos de relevância para a Saúde
Pública relacionada com acidente a população humana.
● Risco sanitário: risco iminente ou
ocorrência de zoonose, ou risco de ocorrência de
acidente causado por animal peçonhento e venenoso,
de relevância para a Saúde Pública.
Centro de Controle de Zoonoses (CCZ)
Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ)
Histórico
● Desde o início do século passado,
unidades responsáveis pela execução das atividades de
controle de zoonoses vem sendo estruturadas no Brasil,
a partir da criação dos primeiros canis públicos nas
principais capitais.
● As atividades foram
gradativamente ampliadas, a partir do início da década
de 1970, com a criação dos primeiros Centros de
Controle de Zoonoses (CCZ), que tinham suas ações
voltadas para o recolhimento, a vacinação e a
eutanásia de cães, com vistas ao controle da raiva.
● Com o decorrer dos anos, outros
programas de saúde pública foram incorporados a
rotina operacional: entomologia, controle de roedores,
de animais peçonhentos e de vetores (favorecido pela
descentralização das atividades de controle de
endemias, até então trabalhadas pela FNS (FUNASA).
● Década de 1990, o MS
sistematizou a aplicação dos recursos para apoiar os
municípios na implantação e implementação de
unidades de zoonoses integradas ao SUS, localizadas
em capitais, regiões metropolitanas, municípios sedes
de regionais de saúde, municípios de fronteira e em
alguns mais populosos, sendo denominadas de
Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), conforme a
Portaria MS/SAS no 758, de 26 de agosto de 2014.
● Em 2014, foram publicadas
normas técnicas relativas as ações e serviços públicos
de saúde voltados para a vigilância de Zoonoses,
portaria MS/GM no 1.138, de 23 de maio de 2014, com
o intuito de fortalecer e aperfeiçoar as atividades de
vigilância, de prevenção e de controle de zoonoses e
de acidentes causados por animais peçonhentos e
venenosos, de relevância para a Saúde pública,
executadas não só pelas UVZ, mas também, pela área
de vigilância de zoonoses dos municípios.
Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ)
Definição
 ● Unidades municipais, com
estrutura física específica e personalidade jurídica
legalmente estabelecida, em geral afeitas aos órgãos
de saúde locais, com atribuição de desenvolver os
Programas de Controle de Zoonoses, de Doenças
transmitidas por Vetores e de Agravos por Animais
Peçonhentos.
● Estrutura física e técnica,
vinculada ao SUS - responsável pela execução de parte
ou da totalidade das atividades, das ações e das
estratégias referentes a vigilância, a prevenção e ao
controle de zoonoses e de acidentes causados por
animais peçonhentos e venenosos, de relevância para
a saúde pública, previstas nos Planos de Saúde,
podendo estar organizada de forma municipal,
regional e, ou estadual.
Centros de Vigilância Ambiental x Unidades
Unidades de Controle de Zoonoses e de Fatores Biológicos de
Risco
● Unidades municipais com
estrutura física específica e personalidade jurídica
legalmente estabelecida, em geral afeitas aos órgãos
de saúde locais, com atribuição de desenvolver os
Programas de Vigilância Ambiental na área de
zoonoses e doenças transmitidas por vetores.
Recuros humanos Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ)
● Quadro de funcionários compatível com as atividades
desenvolvidas e executadas, considerando as
atribuições e as competências de cada profissional,
conforme legislação vigente, sendo geridos por
profissional de nível superior, capacitado quando a
gestão em saúde pública e em políticas públicas em
saúde.
● A UVZ e a área da Vigilância de Zoonoses devem ter
um responsável técnico, de nível superior, qualificado
adequadamente quanto aos conhecimentos sobre
epidemiologia, bioestatística básica, políticas públicas
em saúde, zoonoses, acidentes causados por animais
peçonhentos e venenosos, doenças transmitidas por
vetores, bem como sobre programas, normas e
diretrizes nacionais, estaduais e municipais de
vigilância, prevenção e controle relativos a esses
agravos.
● Para cada área de trabalho (atividades laboratoriais,
controle animal, controle de roedores vetores,
inspeção zoossanitária, entre outras), um técnico de
nível superior como responsável.
Para um município solicitar verba para implantação de um
UVZ...
● Portaria n. 1.378, de 09 de julho de 2013 –
“Regulamenta as responsabilidades e define
diretrizes para execução e financiamento das
ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, relativos ao Sistema
Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária”.
● Portaria GM/MS nº 3.134, de 17 de dezembro de
2013 – “Dispõe sobre a transferência de recursos
financeiros de investimento do Ministério da
Saúde a estados, Distrito Federal e municípios,
destinados à aquisição de equipamentos e
materiais permanentes para a expansão e
consolidação de Sistema Único de Saúde (SUS) e
cria a Relação Nacional de Equipamentos e
Materiais Permanentes financiáveis para o SUS
(RENEM) e o Programa de Cooperação Técnica
(PROCOT) no âmbito do Ministério da Saúde”.
● Portaria MS n. 3.297, de 26 de dezembro de 2013
– “Autoriza repasse financeiro de investimento de
Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde
dos Municípios para fornecimento das ações de
vigilância das zoonoses”.
CONTROLE DE ZOONOSES
● Prevenir, reduzir e eliminar a ocorrência de
zoonoses urbanas.
● Prevenir, reduzir e eliminar as causas de
sofrimentos aos animais.
● Preservar a saúde e o bem estar da população
humana, evitando-lhe danos ou incômodos
causados por animais.
Ações desenvolvidas no controle de Zoonoses
● Investigação epidemiológica de zoonoses;
● Coordenação, desinsetização estratégicas;
● Controle da população de animais errantes através de
apreensão de animais abandonados;
● Remoção de animais doentes ou mortos em vias
públicas;
● Informar e desenvolver atitudes positivas na
população para o controle ambiental de animais
vetores.
Doenças transmitidas por vetores
● Doenças infecto-contagiosas e parasitárias, que afetam
seres humanos e animais, veiculadas por um animal
invertebrado (insetos, caramujos).
Ex.: Dengue, Febre Chikungunya, Febre Amarela, Zika Vírus,
Esquistossomose, Leishmaniose.
Mosquito – cerca de 3000 espécies, maioria sem
repercussão à saúde.
Algumas espécies causam perturbações, dores pelas
picadas, reações alérgicas e doenças infecciosas.
Espécies importantes no que diz respeito à transmissão de
doenças são aquelas que têm hábitos domésticos.
Realizar o controle da Dengue.
AGRAVOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS
● Lesões produzidas por mordeduras, picadas, arranhões,
contatos ou hipersensibilidade a cobras, aranhas,
escorpiões, abelhas, vespas e outros animais.
Termos e significados
● Animal sinantrópico: animais silvestre que utilizam
recursos de áreas antrópicas, de forma transitória, em
seu deslocamento, como via de passagem ou local de
descanso; ou permanentemente, utilizando-as como
área de vida.
● Animal venenoso: animal silvestre que produz e
armazena substância tóxica em glândulas ou tecidos,
mas não possui aparelho inoculador, provocando
envenenamento passivo por contato, por compressão
ou por ingestão.
● Animal peçonhento: animal silvestre que produz
veneno (peçonha) em um grupo de células de um
órgão secretor ou de uma glândula secretora,
possuindo aparelho inoculador, que pode ser uma
presa, um aguilhão ou um ferrão.
● Taturana (Lonomia obliqua) – lagarta perigosa, além
de queimadura no local de contato, pode introduzir
toxina no organismo.
▪ Acidentes necessitam controle médico.
▪ Prevenção.
▪ Identificação da lagarta e atendimento médico
adequado.
● Carrapato
▪ Proliferam em grandes quantidades causando
incômodo;
▪ Orientações – conduta a ser adotada na área e
animais;
▪ Palestras na comunidade – divulgação do ciclo
biológico e controle.
● Caramujos
● Bicho-do-pé: pulga parasita o homem e animais
domésticos, instalando-se sob a pele.
● Realizar controle químico em áreas acometidas
● Realizar trabalho educativo junto às comunidades
antingidas.
Roedores - zona urbana – três espécies vivem no mesmo
ambiente do homem, causando estragos e podendo transmitir
doenças.
Ações de controle e prevenção
● Atendimento a reclamações referentes a problemas de
roedores em locais públicos, bueiros e terrenos baldios.
● Vigilância da leptospirose com determinação da fonte
de infecção e tratamento da área.
● Trabalho educativo junto a comunidades com risco de
contaminação pela leptospirose e a trabalhadores com
risco ocupacional.
DESRATIZAÇÃO
● Conjunto de medidas que visa à eliminação dos
roedores, pelos métodos mecânicos (ratoeiras, gaiolas,
etc.), biológicos (gatos, predadores naturais, bactérias
letais aos roedores, etc.) e químicos
(raticidas/rodenticidas).
● Medidas de desratização: medidas de controle
adotadas por meio do uso de produtos químicos e
físicos para a redução ou a eliminação (quando
necessário e possível) da população de roedores.
APREENSÃO E REMOÇÃO
Apreensão
● Em caso de mordedura por cães agressores, que não
tenham dono (observação)
Remoção
● Recolhimento de cães, gatos e animais de pequeno
porte mortos em residências particulares, clinicas e
hospitais veterinários e locais públicos.
● Grande porte de rodovias.
Palestras – prevenção e controle de zoonoses urbanas (escolas,
creches, associações de moradores).
TERMOS UTILIZADOS:
● Remoção de animais de relevância a saúde publica:
apreensão ou captura de animais de relevância a
saúde publica, que serão transportados ate a UVZ.
● Resgate de animal: restituição ou recuperação de
animal sob guarda da UVZ, por seu proprietário ou
preposto, que ficara sob sua guarda ou posse
responsável.
● Transferência de animal: ato de ceder um animal sob
guarda da UVZ para pessoa física ou jurídica, para que
esta o mantenha sob sua guarda ou posse responsável.
● Recolhimento de animal de relevância a saúde
publica: apreensão, captura e/ou recepção de animal
de relevância a saúde publica, que passa a ficar sob a
guarda da UVZ nos alojamentos da Unidade.
● Manutenção e cuidados básicos de animais recolhidos:
abrigo, higienização, alimentação e, quando
necessário, exame clinico básico e procedimentos
curativos, vedado o uso de tecnologias e aparelhagens
específicas, exames clínicos laboratoriais, bem como a
realização de procedimentos anestésicos e/ou
cirúrgicos e a internação, sendo respeitadas as
normatizações técnicas vigentes do CFMV e a proteção
da saúde dos profissionais e dos demais animais
recolhidos.
INSPEÇÃO ZOOSSANITÁRIA
● Vistoria em locais públicos ou privados onde haja
condições ambientais ou presença de animal que
possam estar oferecendo risco de transmissão de
zoonoses ou de acidentes causados por animais
peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde
publica, visando avaliar as condições higiênico-
sanitárias, orientar as pessoas do local sobre as
medidas a serem adotadas, bem como definir as ações
necessárias para minimizar riscos, incluindo medidas
de controle de animais obedecendo às normas
vigentes.
Fiscalização
 ● Criações de animais – porcos, aves, cavalos, vacas, ANIMAIS DE COMPANHIA
abelhas em área urbana, cães e gatos.
● Terrenos baldios, piscinas particulares, quando se ● Semi-domiciliado
tratar de foco de mosquitos. ● Superpopulação
● Abandono
Equipe Multidisciplinar ● Os cães surgiram a partir dos
lobos, quando começaram a ser domesticados há cerca
● Médicos Veterinários de 30 mil anos.
● Biólogos ● Ao longo dos últimos séculos,
● Técnicos através da domesticação, o ser humano realizou uma
seleção artificial dos cães pelas aptidões,
GUARDA RESPONSÁVEL DE ANIMAIS DOMÉSTICOS características físicas ou tipos de comportamentos.
● O resultado foi uma grande
HUMANOS X ANIMAIS
variedade de mais de 400 raças caninas que temos
● Caça atualmente.
● Guarda – defesa
● Companhia TERMOS USADOS
● Recuperação, socialização, desenvolvimento ● Animal doméstico: espécie
emocional animal que, devido a processos tradicionais e
● Trabalho sistematizados de manejo ou melhoramento
● Pecuários zootécnico, passou a apresentar características
● Sinantrópicos biológicas e comportamentais em estreita relação com
o homem, podendo apresentar fenótipo variável,
ANIMAL DOMÉSTICO diferente da espécie silvestre que a originou.
● Animal domiciliado: animal
● Espécie animal que, por circunstancias especiais, totalmente controlado e dependente do homem, que
perdeu seu habitat na natureza e a adaptabilidade a só tem acesso a rua quando levado por seu guardião
ele, passando a conviver pacificamente com o homem, e/ou proprietário responsável, com guia.
podendo ou não apresentar características ● Animal irrestrito (sem controle):
comportamentais de espécime silvestre. animal que, independentemente de possuir
responsável, esteja sem restrição de modalidade na
ZOONOSES rua ou no espaço público, momentânea ou
permanentemente, de modo a ter independência no
● Raiva
acesso e na busca por alimentação, abrigo e
● Leptospirose
reprodução.
● Brucelose
● Tuberculose
ANIMAIS DE TRABALHO
● Leishmaniose
● Questão social
● Cisticercose
● Área física adequada
● Toxoplasmose
● Maus tratos
● Afecções cutâneas

ABANDONO E MAUS TRATOS: ORIGEM DO PROBLEMA PROBLEMAS- ABANDONO DE ANIMAIS

● Fator cultural
● Desinformação
● Comercio irresponsável
● Não aplicação das leis
SIGNFICADO DA GUARDA RESPONSAVEL
Destinos dos animais apreendidos
● Atos danosos cometidos pelos animais são de inteira
responsabilidade de seus proprietários
● Responsabilidade pela manutenção dos animais em
perfeitas condições de alojamento, alimentação, saúde
e bem-estar.
● Proibido abandonar animais em qualquer área publica
ou privada
Declaração Universal dos Direitos dos Animais
Decreto Federal n° 24.645 de 10 de julho de 1934
Lei de Crimes Ambientais nº 9605/98 (Art.32)
Lei 121 de 1999 – posse responsável
● Transmissão de zoonoses
● Acidentes de trânsito/atropelados
● Acidentes por mordeduras
● Maus tratos
● Dejetos em áreas públicas
● Acesso a feiras livres, lixo e outros
● Guarda temporária:
o Resgate pelos proprietários
o Adoção
o Doação
o Eutanásia
Dificuldade de controle populacional
● EUA: 4 a 9 milhões de cães são
sacrificados a cada ano
● Para cada 415 bebês nascidos –
2000 a 3000 filhotes de cães e gatos (Beaver, 1999)
● Uma cadela pode originar direta
ou indiretamente 67000 cães em 6 anos (Thornton,
1992 e 1993).
DIFICULDADE DO CONTROLE POPULACIONAL
● Eutanásia de animais, como
medida isolada, não é mecanismo eficaz para controle
populacional.
● Medidas alternativas (castração,
adoção) empregados isoladamente também não
solucionam o problema
● Campanhas sistemáticas para
conscientização sobre guarda responsável

FAZER PLANEJAMENTO DAS CRIAS

● Não abandonar animais durante
ausências temporárias ou sob qualquer hipótese
● Respeitar as necessidades básicas
de animais explorados economicamente

Guarda (posse) responsável

● Consciência de que um animal
não é brinquedo
● Estar ciente de que o tempo de
vida de um cão ou gato é de 10 a 20 anos

POSSE DE ANIMAL: CONDIÇÃO NA QUAL UMA PESSOA FÍSICA

OU JURÍDICA SE TORNA PROPRIETÁRIA DE UM
ANIMAL

● Posse (guarda) responsável de

animal: condição na qual o proprietário, que também
é o guardião, de um animal e de suas crias, aceita e
compromete-se a assumir uma série de deveres
centrados nas necessidades físicas, biológicas e
ambientais da espécie, assim como a prevenir os riscos
(potencial de agressão, transmissão de doenças ou
danos a terceiros) que se animal possa causar a
comunidade, a outros animais e/ou ao meio ambiente.
● Guarda animal: condição na qual
se torna preposto de um animal.