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Aspectos básicos das garantias reais e pessoais

A garantia de uma maneira geral representa um bem, um ato ou uma palavra com
que se assegura o cumprimento de uma obrigação. No aspecto jurídico as garantias
são de dois tipos:

a)reais

b)pessoais.

As garantias reais recaem sobre coisas, ou seja, bens móveis ou bens imóveis. No
direito brasileiro temos quatro tipos de garantias reais, quais sejam: Penhor;
Anticrese; Hipoteca; Alienação fiduciária em garantia.

O penhor é a entrega de um objeto móvel para garantia de uma dívida.

A anticrese é uma garantia que consiste na entrega ao credor um imóvel, cedendo-


lhe o direito de perceber, em compensação da dívida, frutos e rendimentos por ele
gerados. Neste caso, o imóvel continua pertencendo ao devedor, que repassa ao
credor somente o direito de fruição ou usufruto.

A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel ou aos que forem a ele
equiparados, que tem por objetivo assegurar o pagamento de uma dívida. Na
hipoteca, embora haja a sujeição de bens imóveis ao pagamento de uma dívida,
contudo a posse do bem gravado não se transfere ao credor.

A alienação fiduciária em garantia, por ser um tipo de garantia real, representa a


transferência pelo devedor ao credor do domínio de um bem, em garantia de
pagamento, mantendo o devedor a posse do bem. Normalmente ocorre nos
financiamentos de bens móveis, em que a transferência da propriedade é efetiva
para o devedor somente quando este quita o total da dívida.

As garantias pessoais também conhecidas como fidejussórias são representadas


pela obrigação acessória em que uma pessoa assume perante o credor, se
responsabilizando pelo pagamento da dívida, caso o devedor não pague ou não
possa cumprir, total ou parcialmente com a sua obrigação.

As garantias pessoais, por não vincularem nenhum tipo de bem material, são
respaldadas na confiança, probidade e caráter de quem está dando a garantia. No
direito brasileiro temos basicamente dois tipos de garantias pessoais: fiança e aval.

A fiança é a garantia pessoal dada pelo fiador (quem afiançou) e que se


responsabiliza em nome do afiançado (o abonado). Assim, o fiador é pessoa física
ou jurídica que se obriga pelo afiançado (devedor), assumindo, total ou
parcialmente, obrigação pecuniária contraída e não paga pelo afiançado, com base
em contratos.

Sobre fiança o código civil estabelece em seu artigo 818 e seguintes que pelo
contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação
assumida pelo devedor, caso este não a cumpra, sendo a fiança dada somente por
escrito, não sendo permitida interpretação extensiva.

A fiança pode ser estipulada, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a
sua vontade. As dívidas futuras podem ser objeto de fiança. Neste caso, o fiador
não será demandado senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do
principal devedor.

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Quanto a sua abrangência, não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os
acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do
fiador. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em
condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais
onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.

O aval é a garantia pessoal de pagamento de um título de crédito dada por terceiro


(avalista), pessoa física ou jurídica ao emitente devedor ou endossante (avalizado).

Destacamos ainda que na fiança é necessária a formalização detalhada da


obrigação do fiador, diferente do que ocorre no aval que basta a simples assinatura
do avalista no título de crédito. Ressalte-se também que na fiança a obrigação é
subsidiária daí o benefício de ordem, salvo estipulação em contrário, enquanto que
no aval a obrigação é sempre solidária.

No que se refere ao código civil, os artigos 897 a 900 determinam que o


pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, pode ser garantido por aval, sendo, entretanto, vedado o aval parcial.

O aval deve ser dado no verso ou no anverso (frente ou verso) do próprio título,
sendo que para a sua validade, dado no anverso do título, é suficiente a simples
assinatura do avalista.

Se o avalista efetuou o pagamento do título em lugar do devedor, terá ele direito à


ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores.

Destacamos finalmente que o aval dado em um título de crédito posterior ao seu


vencimento, produz os mesmos efeitos do anteriormente dado.

Fonte
FORTES, José Carlos. Aspectos básicos das garantias reais e pessoais. Disponível
em: <http://m.classecontabil.com.br/artigos/exibir/358>. Acesso em: 28 abr.
2014.

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