Você está na página 1de 65

DIREITO PENAL

Concurso de Pessoas

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS

Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, apro-


vado em 6º lugar no concurso realizado em
2013. Aprovado em vários concursos, como Po-
lícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agen-
te), PRF (Agente), Ministério da Integração,
Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado –
2012 e Oficial – 2017).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Introdução.................................................................................................5
1. Concurso de Pessoas................................................................................5
1.1. Coautores e Partícipes...........................................................................7
1.2. Requisitos do Concurso de Pessoas..........................................................7
1.3. Relevância Causal e Jurídica das Condutas...............................................9
1.4. Vínculo Subjetivo entre os Agentes........................................................ 10
1.5. Entendendo Melhor a Autoria Colateral................................................... 11
1.6. Identidade de Infração Penal................................................................ 13
1.7. Teorias sobre o Concurso de Pessoas..................................................... 13
2. Autoria, Coautoria e Participação............................................................. 15
2.1. Autor................................................................................................. 16
2.2. Teoria do Domínio do Fato.................................................................... 18
3. Outras Classificações de Autoria.............................................................. 19
3.1. Autoria Imediata................................................................................. 19
3.2. Autoria Mediata.................................................................................. 20
3.3. Autoria Colateral................................................................................. 22
3.4. Autoria de Reserva.............................................................................. 23
3.5. Participação....................................................................................... 23
3.6. Participação Material........................................................................... 24
3.7. Participação Moral............................................................................... 25
3.8. Cooperação Dolosamente Distinta......................................................... 25
3.9. Comunicabilidade de Circunstâncias Pessoais.......................................... 27
3.10. Impunibilidade.................................................................................. 31

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Resumo.................................................................................................... 33
Questões de Concurso................................................................................ 37
Gabarito................................................................................................... 46
Gabarito Comentado.................................................................................. 47

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Introdução
Queridos alunos e alunas, compreender a prática de uma única infração penal

por um só autor já é algo que requer um bom entendimento de nossa disciplina. No

entanto, é hora de dar o próximo passo e adentrar as possibilidades de concurso

no direito penal.

Na aula de hoje, vamos entender de forma detalhada o que acontece e quais

são os requisitos do concurso de pessoas. Ao final, faremos exercícios para fixação.

Bons estudos!

1. Concurso de Pessoas
Enquanto o concurso de crimes trata da execução de mais de um delito pelo

mesmo agente, o concurso de pessoas trata da execução de um crime por mais

de um agente.

Primeiramente, vamos ver o que dispõe o Código Penal:

TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-
nadas, na medida de sua culpabilidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

O conteúdo do art. 29 é básico, no entanto, já nos permite fazer uma pergunta

relevante: o concurso de pessoas é sempre opcional?

Via de regra, os tipos penais necessitam apenas de um indivíduo para a sua prá-

tica. Eventualmente, quando tais delitos são praticados por mais de um indivíduo,

dizemos que ocorreu o chamado concurso eventual, que nada mais é do que um

concurso de pessoas realizado de forma opcional.

Excepcionalmente, entretanto, o Código Penal e outras leis especiais apresen-

tam figuras típicas que exigem a pluralidade de agentes para sua configura-

ção. São os chamados delitos de concurso necessário!

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

1.1. Coautores e Partícipes

Outro ponto sobre o qual o Código Penal não trata de forma explícita versa sobre

a classificação dos indivíduos que concorrem para a realização de uma infração pe-

nal. Estamos falando, é claro, da divisão em autoria, coautoria e participação:

Dependendo da situação, portanto, o indivíduo poderá ser considerado autor,

coautor ou partícipe da conduta criminosa.

Certo. Já sabemos que o concurso de pessoas está dividido em eventual e ne-

cessário, e que aqueles que concorrem para a execução de um delito podem ser

classificados, em regra, como autores, coautores e partícipes. Vamos seguir

adiante!

1.2. Requisitos do Concurso de Pessoas

Para a configuração do concurso de pessoas não basta simplesmente que dois

autores concorram para a execução de um crime. Existem alguns requisitos que

precisam ser observados e você vai conhecê-los agora!

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Pluralidade de Agentes e Condutas

O primeiro tópico, como já falamos, é simples: deve haver mais de um agente

praticando cada um uma conduta relevante para a prática da infração penal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

A observação sobre o inimputável é muito importante, pois é recorrente em

provas. Muitas vezes, um menor de idade vai agir em concurso com um maior de

idade. Nesses casos, acontece o seguinte:

1.3. Relevância Causal e Jurídica das Condutas

O segundo requisito, relevância causal e jurídica da conduta, também é muito

querido pelos examinadores. Questões nas quais um dos partícipes executa uma

conduta considerada irrelevante para a realização do delito são muito comuns, e

você deve ficar bastante atento(a) a essa informação: se a conduta do indivíduo for

um irrelevante penal, não existirá concurso de pessoas!

Por exemplo:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Note que, no caso apresentado, a conduta de Aurélio em nada influiu na prática

do delito. Emprestando ou não a arma para John, o homicídio teria sido praticado.

Houve a quebra da relevância causal de sua conduta, de modo que não se pode

mais falar em concurso de pessoas!

1.4. Vínculo Subjetivo entre os Agentes

O vínculo subjetivo entre os agentes nada mais é do que a vontade de agir em

conjunto na prática do delito.

Este vínculo não se confunde com a chamada “prévia combinação – pactum scele-

ris”. Não há a necessidade de que os agentes tenham combinado previamente para

que exista o concurso de pessoas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Por exemplo:

Na situação acima, a conduta de Tyler irá contribuir para o delito de furto a ser

praticado por um terceiro. Embora não tenha existido prévia combinação, Tyler quis

atuar para auxiliar o infrator, de modo que ficou configurada sua vontade de aderir

à prática criminosa (a chamada convergência de vontade).

1.5. Entendendo Melhor a Autoria Colateral

Perceber a importância da convergência de vontades é fundamental para que

você não confunda o concurso de pessoas com a chamada autoria colateral:

Na autoria colateral, dois agentes concorrem para um mesmo resultado delituoso,

porém, um não conhece a vontade do outro.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

É recorrente o exemplo em provas de concurso no qual dois indivíduos envene-

nam uma mesma pessoa, sem saber da vontade do outro de matar a vítima. Nesse

caso, não teremos um concurso de pessoas, e sim a autoria colateral (cada um

responderá pelos atos que praticou de forma desvinculada).

No entanto, se estivermos diante de dois indivíduos que quiseram contribuir

para um mesmo resultado delitivo e cujas condutas tiveram relevância para causar

o resultado criminoso, estaremos diante do concurso de pessoas. A diferença pa-

rece sutil, mas não é!

Como sempre, vamos comparar dois exemplos para que você entenda melhor:

Veja como agora ficou fácil entender a diferença entre a autoria colateral e o

concurso de pessoas: no concurso de pessoas, há a chamada unidade de desíg-

nios. O agente sabe da intenção delituosa do outro e deseja ajudá-lo a perpetrar a

conduta – havendo ou não uma combinação prévia entre eles!

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Já na autoria colateral, temos uma mera coincidência. Dois indivíduos, sem sa-

ber que há outro tentando cometer um mesmo crime de forma simultânea.

1.6. Identidade de Infração Penal

O último requisito apresentado é a identidade de infração penal. Todos os in-

divíduos concorrentes em uma infração penal, em regra, devem responder pelo

MESMO crime.

Para entender melhor esse requisito precisamos estudar as teorias sobre o con-

curso de pessoas, que são justamente o próximo tópico de nossa aula!

1.7. Teorias sobre o Concurso de Pessoas

Existem basicamente três teorias sobre o concurso de agentes: teoria monis-

ta, pluralista e dualista. Para fins de concurso público, no entanto, basta que

você domine duas delas: a teoria monista e a teoria pluralista.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Dessa forma, quando dois indivíduos concorrem para a prática de uma trans-

gressão da lei penal, responderão pelo mesmo crime. Por exemplo:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

A situação acima é bastante simples: ambas as envolvidas (Sansa como par-

tícipe e Arya como autora) irão responder pelo mesmo crime (art. 121 do CP –

Homicídio). Temos, claramente, a aplicação da teoria monista!

Embora essa seja a regra geral, excepcionalmente o legislador vai fazer a previ-

são da conduta de cada agente em um tipo penal diverso. Por exemplo:

Na situação acima, Tyrion irá incidir no art. 333 do Código Penal (Corrupção

ATIVA), enquanto que Bronn terá praticado o art. 317 (Corrupção PASSIVA). Esta-

mos diante de um único fato, mas de um crime para cada agente delitivo. Aplica-se,

portanto, a teoria pluralista!

2. Autoria, Coautoria e Participação


Para finalizar a aula de hoje, precisamos discutir em detalhes os conceitos de

autoria, coautoria e participação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 15 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

2.1. Autor

A concepção majoritariamente adotada para a definição do autor do crime e sua

diferenciação para o partícipe vem da chamada teoria objetivo-formal.

Segundo tal teoria, temos o seguinte:

Esses conceitos ficam fáceis de entender com um exemplo. Vejamos:

Filme: Truque de Mestre (2013)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

No filme Now you see me (Truque de Mestre), o personagem Dylan Rhodes (inter-
pretado por Mark Ruffalo) seleciona quatro indivíduos para perpetrar diversas con-
dutas delituosas em seu nome.
Enquanto a equipe pratica roubos e outras fraudes de forma direta, Dylan fica
apenas na retaguarda, contribuindo para a execução dos delitos sem executar o
núcleo dos tipos penais.

Na situação narrada, todos os envolvidos responderão pelos delitos prati-


cados, no entanto, Daniel e Merritt responderão pela autoria/coautoria (pois exe-
cutaram os núcleos dos tipos penais, ou seja, o verbo das condutas de roubo e
fraude) e Dylan responderá como partícipe (pois não executou o elemento dos tipos
penais, apenas instigando e auxiliando os demais a fazê-lo).

O “Problema” do Partícipe

Observando a situação acima, é possível notar que a teoria em estudo possui


um pequeno problema: algumas vezes, há um plano de execução de um delito que
levará alguém com uma participação de grande importância a ser considerado
partícipe, o que irá influir no cálculo da pena, beneficiando indevidamente o agente

delitivo.

Em outras palavras: o indivíduo cuja conduta é a mais importante re-

ceberá uma pena menor, por nunca ter “colocado a mão na massa”, por

assim dizer.

No caso do filme Truque de Mestre, por exemplo, Dylan não era mero partícipe,

ele arquitetou um plano complexo e utilizou os quatro outros membros

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

para executar o seu intento. Comandou e coordenou as ações do grupo, e o

tempo todo tinha o domínio dos resultados dessas ações.

No fim das contas, como poderia Dylan receber a menor das penas,

quando o plano foi todo arquitetado por ele?

É obvio que punir Dylan como partícipe seria inadequado. Afinal de contas, a sua

conduta não era de menor importância! Pelo contrário, suas ações foram as mais

importantes, a despeito de nunca ter executado diretamente nenhum dos delitos.

Felizmente, a solução para esse problema existe, sendo apresentada por uma

outra teoria, a chamada teoria do domínio do fato.

2.2. Teoria do Domínio do Fato

A teoria do domínio do fato passou a ser objeto de provas de concursos após a

famosa Ação Penal n. 470 do STF, que tratou do caso que foi apelidado pela mídia

como mensalão.

Nessa ação penal, foi aplicada a teoria do domínio do fato para equiparar a

conduta dos indivíduos que decidiram e ordenaram a prática de delitos a seus su-

bordinados, de modo que esses não fossem considerados como meros partícipes,

quando, na verdade, tinham uma participação mais importante.

Por força da teoria do domínio do fato, uma participação importante (como a de

quem dá ordens para a realização de condutas criminosas) poderá ser considerada

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

como autoria, e não como participação, mesmo que o autor não pratique o núcleo

do tipo penal.

3. Outras Classificações de Autoria

3.1. Autoria Imediata

A autoria imediata é a regra. É aquela que ocorre quando o próprio indivíduo

executa a conduta delituosa diretamente, sem utilizar de um terceiro para tal.

Vejamos um exemplo:

Indivíduo desfere golpes de faca contra seu inimigo, levando-o a óbito.

Quanto à autoria imediata, temos uma observação interessante que já foi obje-

to de prova:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

3.2. Autoria Mediata

A autoria mediata, por sua vez, é aquela empregada por um indivíduo que se

utiliza de um terceiro como instrumento para executar seu intento criminoso.

Na autoria mediata, obviamente, o terceiro é inocente, está atuando sem in-

tenção de participar da empreitada criminosa, afinal de contas, se o terceiro tivesse

a intenção de participar do crime, seria considerado coautor.

A conduta praticada, é claro, será imputada ao autor mediato, e não ao

terceiro que agiu de forma inocente.

A autoria mediata possui diversas variações. Vejamos quais são:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Observações sobre a Autoria Mediata

Ainda sobre a autoria mediata, são observações importantes para fins de prova:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

3.3. Autoria Colateral

A autoria colateral você já conhece. Também chamada de autoria paralela, é

aquela que ocorre quando dois ou mais indivíduos concorrem para uma conduta

visando um mesmo resultado, porém, desconhecem a intenção um do outro.

Como não há liame subjetivo, na autoria colateral não existe concurso de

pessoas!

Observações sobre a Autoria Colateral

Em primeiro lugar, a autoria colateral pode resultar na autoria incerta, quando,

por algum motivo, após a execução do delito, não for possível determinar qual dos

autores causou o resultado.

Além disso, quando ocorre uma autoria colateral em que o resultado só ocorreu

com a soma das condutas praticadas, temos a chamada autoria acessória ou

autoria colateral complementar.

Para entender melhor:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

3.4. Autoria de Reserva

É aquela autoria perpetrada pelo indivíduo que “fica esperando para ver se vai

tudo dar tudo certo”. Veja um exemplo simples:

A e B decidem praticar um roubo a transeunte.

B fica aguardando a execução do delito por parte de A, observando escondido e

decidindo atuar apenas se A não conseguir subtrair os bens da vítima sem ajuda.

Nessa situação, note que B poderá responder como coautor ou partícipe, depen-

dendo do desfecho da situação no caso concreto.

As classificações doutrinárias de autoria são inúmeras. Felizmente, as que apre-

sentamos até agora são as mais importantes e são mais cobradas em prova. É hora

de passar para o próximo tópico: a participação.

3.5. Participação

A participação é a conduta criminosa do indivíduo que não realiza a figura

típica (o núcleo) da figura típica praticada pelos envolvidos.

Lembre-se que, por força da teoria do domínio do fato, esse conceito de partí-

cipe só se aplica se o indivíduo não for o mandante ou superior hierárquico

do grupo que está realizando a conduta criminosa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

O partícipe atua induzindo, instigando ou auxiliando os autores principais do delito.

Vejamos agora quais são as espécies de participação:

3.6. Participação Material

A participação material nada mais é do que o auxílio na prática de uma determina-

da conduta delituosa. O indivíduo não instiga ou induz (sua participação não é moral),

mas realiza conduta relevante para ajudar na execução ou preparação do delito.

Por exemplo:

Na situação acima, temos que Charlize não será autora, e sim partícipe do delito

de roubo. Sua atuação, no entanto, não foi moral, e sim material, tanto na prepara-

ção para o cometimento do delito (empréstimo do armamento) quanto na execução

(ficando de “batedor” enquanto o assalto era realizado).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

3.7. Participação Moral

A participação moral, por sua vez, caracteriza-se no induzimento ou na insti-

gação dos outros envolvidos na prática do delito. Vejamos qual é a diferença entre

essas duas modalidades:

Importância da Participação

A participação, por expressa previsão no Código Penal, pode ser considerada de

menor importância, ato em que poderá ser reduzida a pena do partícipe de 1/6

a 1/3. Veja só:

§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto


a um terço.

3.8. Cooperação Dolosamente Distinta

Esse instituto de nome complicado está previsto no art. 29, parágrafo 2º, do CP,

e em breve você vai ver que não há nada de complexo sobre ele. Primeiramente,

vejamos o que dispõe o Código Penal:

§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplica-
da a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previ-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

sível o resultado mais grave. Essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter
sido previsível o resultado mais grave.

O que acontece é o seguinte: pode ser que dois indivíduos combinem de praticar

um determinado crime e que um deles pratique uma conduta mais grave do que

foi anteriormente combinado entre ele e seu parceiro.

Nessa situação, se não era previsível esse resultado mais grave, o indivíduo que

concordou apenas com a prática de um delito mais leve deverá responder por ele.

Vejamos um exemplo clássico que facilita muito esse entendimento:

Na situação acima, Charlize não queria participar de uma conduta mais grave

(roubo), que foi perpetrada por James. Dessa forma, Charlize responderá pelo de-

lito que inicialmente desejava praticar (furto), enquanto James irá responder pelo

roubo (tendo em vista a violência que utilizou contra a vítima).

Entretanto, como o próprio parágrafo 2º do art. 29 prevê, se o resultado mais

grave for previsível, o autor ainda responderá pelo delito menos grave, mas com

a pena aumentada da metade.

Vejamos outro exemplo:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Charlize e James decidem furtar uma casa, aproveitando que o proprietário está

dormindo. Planejam quebrar a fechadura do portão e furtar a televisão sem serem

notados.

Charlize decide ficar aguardando no carro, enquanto James ficou responsável por

arrombar a fechadura e furtar a TV.

Acontece que James, ao quebrar a fechadura do portão, faz muito barulho, o que

veio a acordar o proprietário. Desse modo, James teve de usar de violência e grave

ameaça para conseguir subtrair a televisão.

Nessa situação, embora Charlize quisesse participar de conduta menos grave

(furto), era previsível que a conduta poderia se agravar, afinal de contas, o vizinho

estava em casa, apenas dormindo. Nessa situação, Charlize ainda responderá por

furto, mas com a pena aumentada da metade.

3.9. Comunicabilidade de Circunstâncias Pessoais

O próximo tópico merece enorme atenção: simplesmente despenca em provas.

Estamos falando, é claro, do teor do art. 30 do CP:

Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo
quando elementares do crime.

Primeiramente, vamos entender o que é uma elementar.

Elementares são os dados que integram o tipo penal. Exemplo:

Art. 121. Matar alguém.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Em segundo lugar, precisamos entender o que são as circunstâncias.

Circunstâncias são outros dados relacionados ao crime, que não afetam o tipo

penal básico, mas que podem influenciar a pena cominada.

Um bom exemplo está no parágrafo 1º do crime de furto:

§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.

Agora que você sabe o que são elementares e o que são circunstâncias para fins

penais, podemos adentrar a questão da pessoalidade.

Tanto as elementares quanto as circunstâncias podem ou não ter caráter pes-

soal. Veja só:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Excelente. Já sabemos diferenciar circunstâncias, elementares, e, também,

como entender se as mesmas possuem caráter pessoal ou não. Podemos enfim

tratar da chamada comunicabilidade das elementares e circunstâncias.

Em outras palavras: podemos entender quando é que as circunstâncias e ele-

mentares aplicáveis a um autor irão “passar” para os demais no concurso de pes-

soas.

A regra é a seguinte:

Confuso, certo? Calma que eu explico. Imagine a seguinte situação:

Indivíduo pratica um homicídio sob domínio de violenta emoção, logo em seguida

de injusta provocação da vítima (homicídio privilegiado).

Nessa situação, se houver concurso de pessoas, a circunstância subjetiva do homi-

cídio privilegiado não vai se comunicar ao coautor/partícipe que não estava sob

domínio de violenta emoção.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Sabe por que essa circunstância pessoal não se comunica? Porque ela não é

uma elementar do crime (não faz parte do caput do art. 121, ou seja, não integra

o tipo penal de homicídio).

Entretanto, vejamos uma situação em que a circunstância pessoal é elementar

do crime (integra a descrição do tipo penal):

Peculato
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo,
em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Agora sim! Aqui temos uma circunstância pessoal (a qualidade de funcionário

público) que é uma elementar do crime (integra a descrição do art. 312).

Nessa situação, se o coautor ou partícipe de um delito de peculato não for

funcionário público, mas tiver ciência de que está em concurso de pessoas

com um funcionário público, responderá também pelo delito de peculato, pois

a circunstância de caráter pessoal irá se comunicar a ele.

Ainda nesse sentido, vejamos mais um exemplo:

Infanticídio
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto
ou logo após:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

No delito de infanticídio, o autor, via de regra, é a mãe da criança, que, duran-

te o parto ou logo após, tira a vida de seu próprio filho.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Entretanto, note que a circunstância pessoal (influência do estado puerperal)

também integra o tipo penal do art. 123. Dessa forma, suponha que a mãe peça

uma faca para um terceiro que está na sala, logo após o parto, e este terceiro a

auxilie fornecendo o objeto.

O terceiro responderá como partícipe do delito de infanticídio, pois a

circunstância de caráter pessoal irá se comunicar.

3.10. Impunibilidade

Seguindo adiante, você ainda precisa conhecer o instituto do art. 31 do CP, que

trata da impunibilidade em alguns casos de participação. Veja só:

Art. 31. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa


em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Vamos analisar esse artigo de uma forma fragmentada, para facilitar seu enten-

dimento:

Ajuste

O ajuste nada mais é do que o acordo realizado sobre a prática do delito. Ocorre

quando dois ou mais indivíduos “combinam” de praticar uma determinada conduta

delituosa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Caso a conduta desses indivíduos não entre em execução, ou seja, nun-

ca venha a ser tentada, em regra, o mero ajuste não irá ensejar a punibilidade

dos indivíduos, pois o delito nunca saiu da esfera de cogitação.

Determinação

A determinação é a participação daquele que faz nascer a vontade de delinquir

em um terceiro. Caso este terceiro nunca venha a iniciar a execução do delito, da

mesma forma que no ajuste, em regra, não haverá a punibilidade da conduta do

indivíduo que inicialmente tentou incentivar a prática delituosa.

Instigação e Auxílio

A instigação (estímulo a uma ideia já existente) e o auxílio (prestação material

de ajuda na preparação do delito), via de regra, também não serão puníveis se o

crime não entrar ao menos na fase de execução (tentativa).

Querido(a) aluno(a), detonamos o tema concurso de pessoas. Simplesmente

não deixamos pedra sobre pedra!

Mas, como sempre, só faltam duas coisas: revisar e exercitar. Então, nada de

descansar ainda!

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

RESUMO
Concurso de Pessoas

• Concurso Eventual:

– o tipo penal não exige a pluralidade de agentes.

• Concurso Necessário:

– o tipo penal EXIGE a pluralidade de agentes.

Autores, Coautores e Partícipes

• Autor:

– é o indivíduo que pratica o núcleo do tipo penal (a conduta principal).

– a concepção majoritariamente adotada para a definição do autor do crime e

sua diferenciação para o partícipe vem da chamada teoria objetivo-formal.

• Partícipe:

– realiza uma conduta acessória, auxiliar.

Teorias sobre o Concurso de Pessoas

• Teoria Monista:

– é a regra em nosso ordenamento jurídico.

– todos os autores, coautores e partícipes respondem pelo mesmo crime.

• Teoria Pluralista:

– os agentes praticam condutas concorrendo para um único fato, porém, res-

pondem cada um por um crime.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Teoria do Domínio do Fato

Por força da teoria do domínio do fato, uma participação importante (como a de

quem dá ordens para a realização de condutas criminosas) poderá ser considerada

como autoria, e não como participação, mesmo que o autor não pratique o núcleo

do tipo penal.

Autoria Imediata

• A autoria imediata é a regra: é aquela que ocorre quando o próprio indivíduo

executa a conduta delituosa diretamente.

Autoria Mediata

• É aquela utilizada por um indivíduo que se utiliza de um terceiro como instru-

mento para executar seu intento criminoso.

Autoria Colateral

• Também chamada de autoria paralela, é aquela que ocorre quando dois ou

mais indivíduos concorrem para uma conduta visando um mesmo resultado,

porém, desconhecem a intenção um do outro.

Autoria de Reserva

• É aquela autoria perpetrada pelo indivíduo que “fica esperando para ver se

vai dar tudo certo”.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Participação

• É a conduta criminosa do indivíduo que não realiza a figura típica (o núcleo)

da figura típica praticada pelos envolvidos.

• O partícipe atua induzindo, instigando ou auxiliando os autores principais do

delito.

Participação Material

É o auxílio na prática de uma determinada conduta delituosa. O indivíduo não

instiga ou induz (sua participação não é moral), mas realiza conduta relevante para

ajudar na execução ou preparação do delito.

Participação Moral

• Caracteriza-se no induzimento ou na instigação dos outros envolvidos na prá-

tica do delito.

– Induzimento:

- Indivíduo faz surgir a vontade de praticar o delito em um terceiro.

– Instigação

- O terceiro já possui a intenção de agir de forma criminosa, e o partícipe

reforça essa vontade.

Importância da Participação

Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um

sexto a um terço.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Cooperação Dolosamente Distinta

Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á apli-

cada a pena deste. Essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido

previsível o resultado mais grave.

Comunicabilidade de Circunstâncias Pessoais

Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo

quando elementares do crime.

Impunibilidade

O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa

em contrário, não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (VUNESP/PREFEITURA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Sobre o con-

curso de pessoas, assinale a alternativa correta.

a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-

nadas, na medida de sua personalidade.

b) Se a participação for de maior importância, a pena pode ser majorada de um

sexto a um terço.

c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á apli-

cada a pena deste; essa pena será aumentada até o dobro, na hipótese de ter sido

previsível o resultado mais grave.

d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo

quando elementares do crime.

e) O ajuste, a determinação, a sedição ou instigação e o auxílio ou cooperação ma-

terial não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser executado.

Questão 2    (VUNESP/PC-CE/INSPETOR DE POLÍCIA) No que diz respeito ao con-

curso de pessoas, segundo as disposições previstas no Código Penal, é correto

afirmar que

a) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo

quando elementares do crime.

b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-

nadas, independentemente se quis participar de crime menos grave

c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em

contrário, não são p uníveis, se o crime, apesar de iniciada a execução, não chega

a ser consumado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

d) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-

nadas, na medida de sua culpabilidade.

e) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena pode

ser diminuída de um sexto a um terço

Questão 3    (VUNESP/CÂMARA-SP/ANALISTA LEGISLATIVO) CP, art. 30: quando

se verifica o concurso de pessoas em matéria penal, não se comunicam as circuns-

tâncias e as condições de caráter pessoal,

a) salvo nos crimes contra a Administração Pública.

b) salvo no caso de extinção da punibilidade.

c) salvo nos crimes contra a Fé Pública.

d) salvo quando elementares do crime.

e) em hipótese alguma.

Questão 4    (VUNESP/DPE-MS/DEFENSOR PÚBLICO) No que tange ao concurso

de pessoas nos crimes de corrupção ativa e passiva, o Código Penal adotou a teoria

a) monista.

b) causal.

c) dualista.

d) pluralística

Questão 5    (FGV/TJ-RO/OFICIAL DE JUSTIÇA) O Código Penal brasileiro traz di-

versos crimes que podem ser praticados por uma única pessoa, mas também prevê

algumas hipóteses em que o concurso de pessoas é necessário. Como regra geral,

quando duas ou mais pessoas, unidas em ações e desígnios, praticam em conjunto

um delito, pode-se falar em concurso de pessoas. Sobre esse tema, é correto afir-

mar que o Código Penal adotou, em regra, a Teoria:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

a) Pluralista, com exceções;

b) Dualista, sem exceções;

c) Monista, com exceções;

d) Dualista, com exceções;

e) Monista, sem exceções.

Questão 6    (FGV/PROCEMPA/ANALISTA) Com relação ao tema responsabilidade

penal no concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta.

a) A responsabilidade penal é individual, devendo cada agente responder na medi-

da de sua culpabilidade.

b) Ocorrendo desvio subjetivo entre os agentes, quem quis participar de crime

menos grave responde por este e não pelo crime mais grave praticado pelo outro

agente.

c) Sendo a participação de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a

1/3.

d) O Código Penal adotou a Teoria Monista sobre concurso de agentes sem exce-

ção, devendo todos os participantes responder pelo mesmo crime.

e) Não há participação dolosa em crime culposo.

Questão 7    (FGV/PC-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO) Com relação ao concurso de

pessoas, assinale a afirmativa incorreta.

a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-

nadas, na medida de sua culpabilidade.

b) Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um

sexto a um terço.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á apli-

cada a pena deste, salvo quando previsível o resultado mais grave, caso que será

aplicada a pena do crime mais grave.

d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo

quando elementares do crime.

e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa

em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Questão 8    (FCC/CNMP/ANALISTA – DIREITO) No concurso de pessoas,

a) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á apli-

cada a pena deste, essa pena será aumentada de 1/3 a 2/3, na hipótese de ter sido

previsível o resultado mais grave.

b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-

nadas, na medida de sua periculosidade.

c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo

quando elementares do crime.

d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em

contrário, não são puníveis, se o crime não chega a ser consumado.

e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída até me-

tade.

Questão 9    (FCC/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) No concurso de pessoas,

a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim,

conhecendo a conduta alheia.

b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os

concorrentes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a ativi-

dade delituosa de outrem, dispensada a prévia combinação entre eles.

d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.

e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.

Questão 10    (FCC/TJ-CE/JUIZ) Em tema de concurso de pessoas, é possível afir-

mar que

a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, responderá pelo

crime menos grave que quis participar, mas sempre com aumento da pena.

b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora desnecessária a

prévia combinação.

c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são puníveis, se o crime

não chega, pelo menos, a ser tentado.

d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda

que elementares do crime.

e) a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição da

pena, incidindo na segunda etapa do cálculo.

Questão 11    (FCC/METRO-SP/ADVOGADO) Joaus, Joseh e Pedrus acertaram, me-

diante prévio ajuste, a prática de um crime de furto qualificado em residência. Pe-

drus escolheu a residência e emprestou seu veículo para o transporte dos objetos

furtados. Joaus arrombou a porta da residência indicada por Pedrus e entrou. Joseh

entrou em seguida. Joaus e Joseh recolheram todos os objetos de valor, colocaram

no veículo e fugiram do local. Nesse caso,

a) Joaus, Joseh e Pedrus foram coautores.

b) Joaus foi autor, Joseh partícipe e Pedrus autor mediato.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

c) Joaus e Joseh foram partícipes e Pedrus foi autor imediato.

d) Joaus, Joseh e Pedrus foram autores.

e) Joaus e Joseh foram coautores e Pedrus partícipe.

Questão 12    (FCC/TRT1/JUIZ DO TRABALHO) Quanto aos demais agentes do cri-

me, o parentesco entre o autor e a vítima;

a) comunica-se, desde que elementar ao tipo.

b) comunica-se sempre, desde que por aqueles conhecido.

c) comunica-se para agravamento genérico da pena concreta.

d) comunica-se para atenuação genérica da pena concreta.

e) não se comunica em qualquer hipótese.

Questão 13    (FCC/DPE-AM/DEFENSOR) Se alguém instiga outrem a surrar inimi-

go comum, mas o instigado se excede e mata a vítima, é correto afirmar que

a) a conduta do partícipe é atípica.

b) o partícipe poderá responder por lesão corporal, sem qualquer aumento de

pena, se não podia prever o resultado morte.

c) o partícipe poderá responder por homicídio doloso, mas fará jus, necessaria-

mente, ao reconhecimento da participação de menor importância.

d) o partícipe poderá responder por lesão corporal, com a pena aumentada até um

terço, se previsível o resultado letal.

e) o partícipe não poderá responder por homicídio doloso, mesmo que tenha assu-

mido o risco do resultado morte.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Questão 14    (FCC/TRE-CE/ANALISTA) José, João e Mario praticam um determi-

nado delito. Contudo, José, um dos concorrentes, queria participar de delito menos

grave daquele cometido pelos agentes. Neste caso, para José, será aplicada a pena

do crime

a) menos grave, aumentada de 1/6 a 2/3, independentemente da previsibilidade

do resultado mais grave.

b) mais grave diminuída de 1/6 a 1/3.

c) mais grave em qualquer hipótese.

d) menos grave, que será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsí-

vel o resultado mais grave.

e) menos grave, em qualquer hipótese, sem nenhuma majoração ou redução

Questão 15    (FCC/TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO) De acordo com o Código Pe-

nal brasileiro,

a) não há distinção entre autores, coautores e partícipes, que incidem de forma

idêntica nas penas cominadas ao delito.

b) os autores, coautores e partícipes incidem nas penas cominadas ao delito na

medida de sua culpabilidade.

c) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos co-

autores e partícipes.

d) ao autor principal e aos coautores será obrigatoriamente imposta pena mais alta

que a dos partícipes.

e) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito, sendo que os coautores

e os partícipes terão obrigatoriamente a pena reduzida de um sexto a um terço.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Questão 16    (FCC/TRT1/TÉCNICO JUDICIÁRIO) João instigou José a praticar um

crime de roubo. Luiz forneceu-lhe a arma. Pedro forneceu-lhe todas as informa-

ções sobre a residência da vítima e sobre o horário em que esta ficava sozinha.

No dia escolhido, José, auxiliado por Paulo, ingressou na residência da vítima. José

apontou-lhe a arma, enquanto Paulo subtraiu-lhe dinheiro e joias. Nesse caso, são

considerados partícipes APENAS

a) Luiz e Pedro.

b) João, Luiz, Pedro e Paulo.

c) João, Luiz e Pedro.

d) José, Pedro e João.

e) João, José, Luiz e Pedro.

Questão 17    (FCC/TRE-TO/ANALISTA) No concurso de pessoas,

a) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de me-

tade.

b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-

nadas, na medida de sua culpabilidade.

c) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á apli-

cada a pena do crime cometido, reduzida de um a dois terços.

d) as circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam, sejam, ou

não, elementares do crime.

e) a instigação e o auxílio, em qualquer hipótese, são puníveis mesmo que o crime

não ocorra.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 44 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Questão 18    (FCC/TRE-RS/ANALISTA JUDICIÁRIO) “A”, médico, determina à enfer-

meira que seja ministrado veneno ao paciente, e ela o faz, acreditando tratar-se de

medicamento, verificando-se a morte da vítima. Nesse caso há

a) cooperação dolosamente distinta.

b) participação sucessiva, em relação à enfermeira.

c) concurso de agentes.

d) autoria imediata, em relação ao médico.

e) autoria mediata, em relação ao médico.

Questão 19    (FCC/DPE-MT/DEFENSOR) A respeito do concurso de pessoas, é cor-

reto afirmar que

a) é necessária a presença no local do comparsa para a configuração do concurso

de agentes.

b) é necessário o ajuste prévio no concurso de pessoas.

c) o Direito Penal brasileiro adotou a teoria unitária.

d) o concurso de agentes pode verificar-se após a consumação do delito.

e) pode ocorrer coautoria sem vínculo subjetivo entre os coautores.

Questão 20    (FCC/DPE-CE/DEFENSOR) No concurso de pessoas,

a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim,

conhecendo a conduta alheia.

b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os

concorrentes.

c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a ativi-

dade delituosa de outrem, dispensada a prévia combinação entre eles.

d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.

e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 45 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

GABARITO
1. d 8. c 15. b

2. d 9. c 16. c

3. d 10. b 17. b

4. d 11. e 18. e

5. c 12. a 19. c

6. d 13. b 20. c

7. c 14. d

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 46 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

GABARITO COMENTADO
Questão 1    (VUNESP/PREFEITURA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Sobre o con-

curso de pessoas, assinale a alternativa correta.

a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-

nadas, na medida de sua personalidade.

b) Se a participação for de maior importância, a pena pode ser majorada de um

sexto a um terço.

c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á apli-

cada a pena deste; essa pena será aumentada até o dobro, na hipótese de ter sido

previsível o resultado mais grave.

d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo

quando elementares do crime.

e) O ajuste, a determinação, a sedição ou instigação e o auxílio ou cooperação ma-

terial não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser executado.

Letra d.

O assunto de concurso de crimes e de pessoas é bastante rico em doutrina e ju-

risprudência. Apesar disso, é muito comum que o examinador se atenha apenas à

literalidade do Código Penal (motivo pelo qual eu chego a ser chato recomendando

a leitura da lei seca de forma complementar aos estudos de nossas aulas).

Foi exatamente o que aconteceu aqui. O examinador fez mudanças em algumas

palavras dos artigos sobre o concurso de pessoas, de modo que apenas a leitura da

lei é suficiente para acertar a questão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 47 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Como você já sabe, as circunstâncias elementares e condições de caráter pessoal

não se comunicam, salvo quando elementares do crime (art. 30 do CP).

Questão 2    (VUNESP/PC-CE/INSPETOR DE POLÍCIA) No que diz respeito ao con-

curso de pessoas, segundo as disposições previstas no Código Penal, é correto

afirmar que

a) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo

quando elementares do crime.

b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-

nadas, independentemente se quis participar de crime menos grave

c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em

contrário, não são p uníveis, se o crime, apesar de iniciada a execução, não chega

a ser consumado.

d) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-

nadas, na medida de sua culpabilidade.

e) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena pode

ser diminuída de um sexto a um terço

Letra d.

É o que rege o art. 29 do CP.

Vejamos:

a) Errada. Se as circunstâncias de caráter pessoal forem elementares do crime,

irão se comunicar aos partícipes e coautores!

b) Errada. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a

este cominadas, na medida de sua culpabilidade (art. 29 do CP).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

c) Errada. Não são puníveis se o crime não chega ao menos a ser tentado (art. 31

do CP).

e) Errada. Se o indivíduo quis participar de um crime menos grave, ser-lhe-á apli-

cada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido

previsível o resultado mais grave. (art. 29, § 2º).

Questão 3    (VUNESP/CÂMARA-SP/ANALISTA LEGISLATIVO) CP, art. 30: quando

se verifica o concurso de pessoas em matéria penal, não se comunicam as circuns-

tâncias e as condições de caráter pessoal,

a) salvo nos crimes contra a Administração Pública.

b) salvo no caso de extinção da punibilidade.

c) salvo nos crimes contra a Fé Pública.

d) salvo quando elementares do crime.

e) em hipótese alguma.

Letra d.

Questão muito fácil. Basta se lembrar do art. 30 do CP. É claro que as circunstân-

cias e condições de caráter pessoal não se comunicam, salvo quando elementares

do crime.

Questão 4    (VUNESP/DPE-MS/DEFENSOR PÚBLICO) No que tange ao concurso

de pessoas nos crimes de corrupção ativa e passiva, o Código Penal adotou a teoria

a) monista.

b) causal.

c) dualista.

d) pluralística

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 49 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Letra d.

Questão bem tranquila. Conforme estudamos, o concurso de pessoas nos delitos de

corrupção ativa e passiva configura uma exceção à teoria monista, na qual cada en-

volvido responderá por um delito diferente, embora exista apenas um fato delituoso.

Nesse caso, temos a aplicação da chamada teoria pluralista ou pluralística.

Questão 5    (FGV/TJ-RO/OFICIAL DE JUSTIÇA) O Código Penal brasileiro traz di-

versos crimes que podem ser praticados por uma única pessoa, mas também prevê

algumas hipóteses em que o concurso de pessoas é necessário. Como regra geral,

quando duas ou mais pessoas, unidas em ações e desígnios, praticam em conjunto

um delito, pode-se falar em concurso de pessoas. Sobre esse tema, é correto afir-

mar que o Código Penal adotou, em regra, a Teoria:

a) Pluralista, com exceções;

b) Dualista, sem exceções;

c) Monista, com exceções;

d) Dualista, com exceções;

e) Monista, sem exceções

Letra c.

Conforme estudamos, a regra geral adotada pelo CP é a aplicação da teoria MONIS-

TA. Entretanto, existem exceções em que é aplicada a teoria PLURALISTA no que

diz respeito ao concurso de pessoas!

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 50 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Questão 6    (FGV/PROCEMPA/ANALISTA) Com relação ao tema responsabilidade

penal no concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta.

a) A responsabilidade penal é individual, devendo cada agente responder na medi-

da de sua culpabilidade.

b) Ocorrendo desvio subjetivo entre os agentes, quem quis participar de crime

menos grave responde por este e não pelo crime mais grave praticado pelo outro

agente.

c) Sendo a participação de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a

1/3.

d) O Código Penal adotou a Teoria Monista sobre concurso de agentes sem exce-

ção, devendo todos os participantes responder pelo mesmo crime.

e) Não há participação dolosa em crime culposo.

Letra d.

Cuidado! Note que o examinador pediu para você assinalar a afirmativa incorreta.

Diante do que estudamos na aula de hoje, sabemos que a teoria monista é a regra

adotada pelo Código Penal. Entretanto, existem exceções em que é aplicada a teo-

ria pluralista, motivo pelo qual a assertiva D está incorreta!

Questão 7    (FGV/PC-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO) Com relação ao concurso de

pessoas, assinale a afirmativa incorreta.

a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-

nadas, na medida de sua culpabilidade.

b) Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um

sexto a um terço.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 51 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á apli-

cada a pena deste, salvo quando previsível o resultado mais grave, caso que será

aplicada a pena do crime mais grave.

d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo

quando elementares do crime.

e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa

em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Letra c.

De novo nosso objetivo é encontrar a assertiva incorreta. Conforme preconiza o

art. 29, parágrafo 2º, do CP, quando previsível o resultado mais grave, ainda assim

será aplicada a pena do crime menos grave, no entanto, com aumento de até 1/2.

Questão 8    (FCC/CNMP/ANALISTA – DIREITO) No concurso de pessoas,

a) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á apli-

cada a pena deste, essa pena será aumentada de 1/3 a 2/3, na hipótese de ter sido

previsível o resultado mais grave.

b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-

nadas, na medida de sua periculosidade.

c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo

quando elementares do crime.

d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em

contrário, não são puníveis, se o crime não chega a ser consumado.

e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída até me-

tade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 52 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Letra c.

Art. 30 do CP.

Questão simples, na qual o examinador fez pequenas modificações no texto de lei.

Vejamos:

a) Errada. Se for previsível o resultado mais grave, a pena deve ser aumentada

até a metade.

b) Errada. Na medida de sua culpabilidade, e não de sua periculosidade, conforme

afirma a questão.

d) Errada. Se o crime não chega a ser tentado.

e) Errada. A pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3.

Questão 9    (FCC/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) No concurso de pessoas,

a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim,

conhecendo a conduta alheia.

b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os

concorrentes.

c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a ativi-

dade delituosa de outrem, dispensada a prévia combinação entre eles.

d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.

e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.

Letra c.

Conforme estudamos, para que ocorra a configuração do concurso de pessoas,

é necessário que os autores tenham a vontade de contribuir para o resultado da

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 53 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

atividade delituosa, mas a prévia combinação entre os autores é perfeitamente

dispensável!

Questão 10    (FCC/TJ-CE/JUIZ) Em tema de concurso de pessoas, é possível afir-

mar que

a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, responderá pelo

crime menos grave que quis participar, mas sempre com aumento da pena.

b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora desnecessária a

prévia combinação.

c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são puníveis, se o crime

não chega, pelo menos, a ser tentado.

d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda

que elementares do crime.

e) a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição da

pena, incidindo na segunda etapa do cálculo.

Letra b.

Outra questão que trata simplesmente do mesmo assunto da anterior! A adesão

subjetiva à vontade do outro (vontade de contribuir para o fato delitivo) é indispen-

sável, mas é desnecessária a prévia combinação!

Questão 11    (FCC/METRO-SP/ADVOGADO) Joaus, Joseh e Pedrus acertaram, me-

diante prévio ajuste, a prática de um crime de furto qualificado em residência. Pe-

drus escolheu a residência e emprestou seu veículo para o transporte dos objetos

furtados. Joaus arrombou a porta da residência indicada por Pedrus e entrou. Joseh

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 54 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

entrou em seguida. Joaus e Joseh recolheram todos os objetos de valor, colocaram

no veículo e fugiram do local. Nesse caso,

a) Joaus, Joseh e Pedrus foram coautores.

b) Joaus foi autor, Joseh partícipe e Pedrus autor mediato.

c) Joaus e Joseh foram partícipes e Pedrus foi autor imediato.

d) Joaus, Joseh e Pedrus foram autores.

e) Joaus e Joseh foram coautores e Pedrus partícipe.

Letra e.

Ao recolherem os objetos de valor, Joaus e Joseh praticaram o núcleo do tipo penal

(subtrair), de modo que devem ser considerados coautores da infração penal.

Já Pedrus teve participação acessória: não executou o núcleo do tipo penal de furto,

mas forneceu auxílio aos demais, ao escolher a residência e emprestar seu veículo

para o transporte dos objetos furtados. Dessa forma, deve ser considerado partí-

cipe!

Questão 12    (FCC/TRT1/JUIZ DO TRABALHO) Quanto aos demais agentes do cri-

me, o parentesco entre o autor e a vítima;

a) comunica-se, desde que elementar ao tipo.

b) comunica-se sempre, desde que por aqueles conhecido.

c) comunica-se para agravamento genérico da pena concreta.

d) comunica-se para atenuação genérica da pena concreta.

e) não se comunica em qualquer hipótese.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 55 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Letra a.

Comunicabilidade das circunstâncias pessoais é um assunto bastante recorrente,

como você já deve ter percebido.

E, como você já deve estar cansado(a) de saber, as circunstâncias pessoais não se

comunicam, salvo quando elementares do tipo.

Lembre-se do crime de infanticídio (que é praticado pela mãe contra seu filho). É

perfeitamente possível que tal condição se comunique, pois é uma elementar do

art. 123 do Código Penal!

Questão 13    (FCC/DPE-AM/DEFENSOR) Se alguém instiga outrem a surrar inimi-

go comum, mas o instigado se excede e mata a vítima, é correto afirmar que

a) a conduta do partícipe é atípica.

b) o partícipe poderá responder por lesão corporal, sem qualquer aumento de

pena, se não podia prever o resultado morte.

c) o partícipe poderá responder por homicídio doloso, mas fará jus, necessaria-

mente, ao reconhecimento da participação de menor importância.

d) o partícipe poderá responder por lesão corporal, com a pena aumentada até um

terço, se previsível o resultado letal.

e) o partícipe não poderá responder por homicídio doloso, mesmo que tenha assu-

mido o risco do resultado morte.

Letra b.

Nessa questão, temos um caso de partícipe que queria praticar um delito menos

grave do que o realizado pelo autor. Nessa situação, ele deverá responder pelo de-

lito menos grave que queria causar (lesões corporais).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 56 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Caso o resultado mais grave seja previsível, a pena é aumentada da metade, e não

de 1/3, motivo pelo qual a assertiva D está errada.

Já a afirmação da assertiva B está correta: se o resultado mais grave (a morte) não

era previsível, deve o partícipe responder pelo delito menos grave (lesões corpo-

rais) sem qualquer aumento de pena!

Questão 14    (FCC/TRE-CE/ANALISTA) José, João e Mario praticam um determi-

nado delito. Contudo, José, um dos concorrentes, queria participar de delito menos

grave daquele cometido pelos agentes. Neste caso, para José, será aplicada a pena

do crime

a) menos grave, aumentada de 1/6 a 2/3, independentemente da previsibilidade

do resultado mais grave.

b) mais grave diminuída de 1/6 a 1/3.

c) mais grave em qualquer hipótese.

d) menos grave, que será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsí-

vel o resultado mais grave.

e) menos grave, em qualquer hipótese, sem nenhuma majoração ou redução

Letra d.

Mais uma vez o assunto é o art. 29, § 2º, do CP, sobre o indivíduo que quis praticar

de delito menos grave. Conforme estudamos, nesse caso o concorrente que queria

participar de delito menos grave deve receber a pena menos grave, que será au-

mentada até a metade, na hipótese de o resultado mais grave ser previsível.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 57 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Questão 15    (FCC/TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO) De acordo com o Código Pe-

nal brasileiro,

a) não há distinção entre autores, coautores e partícipes, que incidem de forma

idêntica nas penas cominadas ao delito.

b) os autores, coautores e partícipes incidem nas penas cominadas ao delito na

medida de sua culpabilidade.

c) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos co-

autores e partícipes.

d) ao autor principal e aos coautores será obrigatoriamente imposta pena mais alta

que a dos partícipes.

e) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito, sendo que os co-

autores e os partícipes terão obrigatoriamente a pena reduzida de um sexto a um

terço.

Letra b.

Questão simples. É claro que autores, coautores e partícipes incidem nas penas

cominadas ao delito na medida de sua culpabilidade. Simples assim!

Questão 16    (FCC/TRT1/TÉCNICO JUDICIÁRIO) João instigou José a praticar um

crime de roubo. Luiz forneceu-lhe a arma. Pedro forneceu-lhe todas as informa-

ções sobre a residência da vítima e sobre o horário em que esta ficava sozinha.

No dia escolhido, José, auxiliado por Paulo, ingressou na residência da vítima. José

apontou-lhe a arma, enquanto Paulo subtraiu-lhe dinheiro e joias. Nesse caso, são

considerados partícipes APENAS

a) Luiz e Pedro.

b) João, Luiz, Pedro e Paulo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 58 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

c) João, Luiz e Pedro.

d) José, Pedro e João.

e) João, José, Luiz e Pedro.

Letra c.

Vejamos:

João instigou José a praticar o delito de roubo. Sua conduta foi acessória, de forma

que deverá ser considerado como partícipe da infração penal.

Luiz forneceu a arma. Sua conduta foi de auxiliar material na prática do delito.

Também praticou conduta acessória, pois não executou o núcleo do tipo penal de

roubo, sendo, portanto, partícipe.

Pedro forneceu informações sobre a residência e horários. Sua conduta também

foi acessória, portanto, deve ser tido como partícipe.

Paulo, por sua vez, praticou o núcleo do tipo penal de roubo, subtraindo dinheiro

e joias com sua conduta. Não é partícipe, e sim coautor!

O examinador tentou te induzir em erro ao dizer que Paulo auxiliou José em sua

conduta delituosa. Por isso, muito cuidado: é sempre necessário analisar qual o tipo

de auxílio que foi prestado. Se a conduta envolver a prática de um verbo descrito

no tipo penal, estamos diante de uma conduta principal, e não acessória, mesmo

que o examinador utilize o termo auxiliar para causar confusão!

Questão 17    (FCC/TRE-TO/ANALISTA) No concurso de pessoas,

a) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de me-

tade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 59 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este comi-

nadas, na medida de sua culpabilidade.

c) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á apli-

cada a pena do crime cometido, reduzida de um a dois terços.

d) as circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam, sejam, ou

não, elementares do crime.

e) a instigação e o auxílio, em qualquer hipótese, são puníveis mesmo que o crime

não ocorra.

Letra b.

De novo e de novo o examinador cobra a literalidade do art. 29 do CP. Quem, de

qualquer modo, concorre para o crime, incide nas penas a este cominadas, na me-

dida de sua culpabilidade. Questão fácil!

Questão 18    (FCC/TRE-RS/ANALISTA JUDICIÁRIO) “A”, médico, determina à enfer-

meira que seja ministrado veneno ao paciente, e ela o faz, acreditando tratar-se de

medicamento, verificando-se a morte da vítima. Nesse caso há

a) cooperação dolosamente distinta.

b) participação sucessiva, em relação à enfermeira.

c) concurso de agentes.

d) autoria imediata, em relação ao médico.

e) autoria mediata, em relação ao médico.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 60 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

Letra e.

Na situação acima, o médico utiliza de terceiro para realizar seu intento. A enfer-

meira não sabe estar ministrando veneno (acredita estar medicando a vítima).

Dessa forma, temos a chamada autoria MEDIATA praticada pelo médico, que se

utilizou de terceira pessoa para praticar a conduta almejada por ele.

Questão 19    (FCC/DPE-MT/DEFENSOR) A respeito do concurso de pessoas, é cor-

reto afirmar que

a) é necessária a presença no local do comparsa para a configuração do concurso

de agentes.

b) é necessário o ajuste prévio no concurso de pessoas.

c) o Direito Penal brasileiro adotou a teoria unitária.

d) o concurso de agentes pode verificar-se após a consumação do delito.

e) pode ocorrer coautoria sem vínculo subjetivo entre os coautores.

Letra c.

O examinador quis dificultar a questão utilizando o termo teoria unitária, que nada

mais é do que outro nome utilizado pela doutrina para descrever a teoria monista,

que realmente é a regra geral no ordenamento jurídico brasileiro.

Questão 20    (FCC/DPE-CE/DEFENSOR) No concurso de pessoas,

a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim,

conhecendo a conduta alheia.

b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os

concorrentes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 61 de 65
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Prof. Douglas Vargas

c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a ativi-

dade delituosa de outrem, dispensada a prévia combinação entre eles.

d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.

e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.

Letra c.

De fato, no concurso de pessoas, é necessário o liame subjetivo, a consciência de

cada concorrente manifestada para contribuir para a atividade delituosa de um

terceiro. Entretanto, conforme estudamos, não é necessário acerto prévio, motivo

pelo qual a assertiva “c” está correta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 62 de 65
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 63 de 65
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 64 de 65
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NANCY DOS SANTOS LIMA - 03899220480, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar