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PODER JUDICIÁRIO

INFORMACÕES SOBRE ESTE DOCUMENTO


Nr. do Processo 0503220-04.2016.4.05.8312
Data da Inclusão 24/02/2017 14:15:54

T\355tulo do Documento: processual


Nr. do Processo: 0503220-04.2016.4.05.8312
EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO. CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. TESE NÃO
DEDUZIDA NA DEMANDA ANTERIOR. EFICÁCIA PRECLUSIVA DA COISA JULGADA.
TANTUM JUDICATUM QUANTUM DISPUTATUM VEL DISPUTARI DEBEBAT.
CONSEQUENTE IMPOSSIBILIDADE DE REDISCUSSÃO DE CONTROVÉRSIA JÁ
APRECIADA EM SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO. ART. 508 DO NCPC.
RECURSO DA AUTORA IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou improcedente o


pedido de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição.

Sustenta a parte autora que não se configurou a coisa julgada. Diz que a causa de pedir da
presente demanda seria distinta da anterior, pois "quanto ao período compreendido entre
30/08/1976 á 26/03/1995 na sentença foi falado sobre agentes agressivos e coisa julgada,
na verdade no processo anterior a petição inicial levanta a tese da INSALUBRIDADE PARA
O PEDIDO DE TEMPO ESPECIAL, e nada argumentou sobre o período acima como
especial REFERENTE À ATIVIDADE DE RURÍCOLA QUE É EQUIVALENTE A
TRABALHADOR RURAL".

A parte autora ajuizou ação com partes e pedidos idênticos à da presente, tombada na 14ª
Vara Federal desta Seção Judiciária, sob o nº. 0510878-91.2011.4.05.8300, na qual o
pedido foi rejeitado.

Em relação à causa de pedir, percebe-se que se trata de questão já abordada, pois a


controvérsia recai sobre contagem majorada de tempo de serviço, motivo pelo qual houve a
rejeição do pedido da ação anterior.

Apesar da especialidade, por presunção legal, da atividade rurícola prestada em


estabelecimento agroindustrial não ter sido discutida na demanda anterior (na qual o autor
alegou a especialidade, por outros motivos, dos mesmos intervalos de trabalho aqui
discutidos), houve oportunidade de sua análise naquela oportunidade. Trata-se, portanto,
de tese que poderia ter sido levantada pela autora, naquela petição inicial, mas sobre a qual
se quedou silente.

Dessa forma, a utilização de tal alegação encontra-se preclusa, por força do art. 508 do

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Novo Código de Processo Civil, a seguir transcrito:

"Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e


repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento
quanto à rejeição do pedido."

Nesse sentido, invoco ainda os seguintes precedentes do STF e do STJ:

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA – APRECIAÇÃO, PELO TRIBUNAL DE CONTAS


DA UNIÃO, DA LEGALIDADE DO ATO DE CONCESSÃO INICIAL DE APOSENTADORIA –
DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO QUE RECONHECE A
INCORPORAÇÃO, À REMUNERAÇÃO DA PARTE IMPETRANTE, DA VANTAGEM
PECUNIÁRIA QUESTIONADA PELO TCU – INTEGRAL OPONIBILIDADE DA “RES
JUDICATA” AO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – COISA JULGADA EM SENTIDO
MATERIAL – INDISCUTIBILIDADE, IMUTABILIDADE E COERCIBILIDADE: ATRIBUTOS
ESPECIAIS QUE QUALIFICAM OS EFEITOS RESULTANTES DO COMANDO
SENTENCIAL – PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL QUE AMPARA E PRESERVA A
AUTORIDADE DA COISA JULGADA – EXIGÊNCIA DE CERTEZA E DE SEGURANÇA
JURÍDICAS – VALORES FUNDAMENTAIS INERENTES AO ESTADO DEMOCRÁTICO
DE DIREITO – EFICÁCIA PRECLUSIVA DA “RES JUDICATA” – “TANTUM JUDICATUM
QUANTUM DISPUTATUM VEL DISPUTARI DEBEBAT” – CONSEQUENTE
IMPOSSIBILIDADE DE REDISCUSSÃO, NOTADAMENTE EM SEDE ADMINISTRATIVA,
DE CONTROVÉRSIA JÁ APRECIADA EM DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO,
AINDA QUE PROFERIDA EM CONFRONTO COM A JURISPRUDÊNCIA
PREDOMINANTE NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – CONSEQUENTE
IMPOSSIBILIDADE DE DESCONSTITUIÇÃO, NA VIA ADMINISTRATIVA, DA
AUTORIDADE DA COISA JULGADA – PRECEDENTES – JURISPRUDÊNCIA DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONSOLIDADA QUANTO À MATÉRIA VERSADA NA
IMPETRAÇÃO – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - O Tribunal de Contas da União
não dispõe, constitucionalmente, de poder para rever decisão judicial transitada em julgado
(RTJ 193/556-557) nem para determinar a suspensão de benefícios garantidos por
sentença revestida da autoridade da coisa julgada (RTJ 194/594), ainda que o direito
reconhecido pelo Poder Judiciário não tenha o beneplácito da jurisprudência prevalecente
no âmbito do Supremo Tribunal Federal (MS 23.665/DF, v.g.), pois a “res judicata”, em
matéria civil, só pode ser legitimamente desconstituída mediante ação rescisória.
Precedentes. - A norma inscrita no art. 474 do CPC impossibilita a instauração de
nova demanda para rediscutir a controvérsia, mesmo que com fundamento em novas
alegações, pois o instituto da coisa julgada material – considerada a finalidade
prática que o informa – absorve, necessariamente, “tanto as questões que foram
discutidas como as que o poderiam ser” (LIEBMAN), mas não o foram.A autoridade
da coisa julgada em sentido material estende-se, por isso mesmo, tanto ao que foi
efetivamente arguido pelas partes quanto ao que poderia ter sido alegado, mas não o
foi, desde que tais alegações e defesas se contenham no objeto do processo
(“tantum judicatum quantum disputatum vel disputari debebat”). Aplicação, ao caso,
do art. 474 do CPC. Doutrina. Precedentes. (MS-AgR 25453, CELSO DE MELLO, STF.)

PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO AOS LIMITES DA COISA JULGADA. VERIFICAÇÃO.


IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. VERBA HONORARIA. REDUÇÃO. DEFICIÊNCIA NA
FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. 1. Hipótese em que o tribunal de origem

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reconheceu a existência de coisa julgada material. A análise da ocorrência ou não de coisa


julgada, como apresentado no caso dos autos, demanda o revolvimento do acervo fático-
probatório, o que encontra óbice na Súmula 7/STJ. 2. Ademais, o acórdão recorrido está
em sintonia com o entendimento deste Tribunal Superior de que, em atenção à
eficácia preclusiva da coisa julgada prevista no art. 474 do CPC, todas as questões
que poderiam ser deduzidas e não o foram encontram-se imutáveis, não podendo
constituir novo fundamento para discussão da mesma causa, mesmo que em ação
diversa. 3. A pretendida redução da verba honorária não merece conhecimento, pois o
recorrente não apontou o dispositivo legal supostamente contrariado pelo acórdão
recorrido. A deficiência na fundamentação de Recurso Especial que impeça a exata
compreensão da controvérsia atrai, por analogia, a incidência da Súmula 284/STF. 4.
Agravo Regimental não provido. (AGARESP 201202392267, HERMAN BENJAMIN, STJ -
SEGUNDA TURMA, DJE DATA:07/03/2013)

Precedente desta Turma Recursal: "PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-


DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. TESE NÃO DEDUZIDA NA DEMANDA
ANTERIOR. EFICÁCIA PRECLUSIVA DA COISA JULGADA. ART. 508 DO
NCPC.RECURSO DO AUTOR IMPROVIDO." (Recursos 05052045920164058300, Joaquim
Lustosa Filho, TRF3 - TERCEIRA TURMA RECURSAL, Creta - Data::17/06/2016 - Página
N/I.)

Recurso do autor improvido. Sentença mantida.

Sem condenação em honorários advocatícios.

É como voto.

ACÓRDÃO

Vistos, etc.

Decide a Terceira Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais de Pernambuco,


por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO, nos termos do
voto supra.

Recife, data da movimentação.

Joaquim Lustosa Filho

Juiz Federal Relator

Visualizado/Impresso em 23 de Fevereiro de 2021 as 17:44:19

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