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HISTÓRIA DO DESIGN

transformação dos ambientes, objetos e mobiliário na vida cotidiana

Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores .IPA


. A INDUSTRIALIZAÇÃO APÓS 1830

. A GRANDE EXPOSIÇÃO DE 1851

. ARTS AND CRAFTS


Estilo vitoriano: de 1837 a 1901, anos em que a Inglaterra foi
governada pela Rainha Vitória, o país viveu um
período máximo de esplendor, conhecido como "época vitoriana".
Industrialização – Século XIX
A resistência ao capitalismo industrial nasceu praticamente junta com o próprio
sistema.

A ruptura com relação a hábitos


OPOSIÇÃO estabelecidos de vida e trabalho de
ANTI-INDUSTRIAL trabalho, impostas pelas novas fábricas
e pela mecanização.

Críticas Sociais e Morais


Nascem as primeiras propostas de fazer
X uso do design como agente de
transformação.

Industrialismo
ABUNDÂNCIA DE Para alguns como sinônimo de:

PROGRESSO
MERCADORIAS CONFORTO
BARATAS LUXO
PROGRESSO

Para outros como:


Indicativa do excesso e da
decadência dos padrões de
bom gosto e mesmo dos
padrões morais.
Industrialização – Século XIX / décadas 1830-1840

O primeiro grande nome entre esses reformistas foi o arquiteto: PUGIN


Precursor do movimento internacional de recuperação dos princípios e das formas da
arquitetura (gótica).

PREGAVA DUAS REGRAS >

Que a construção se limitasse aos Que o ornamento se ativesse ao


elementos estritamente enriquecimento dos elementos
necessários construtivos.
para a comodidade e a estrutura
Benedictine Priory of St. Gregory's, Downside, near Bath by Augustus Welby Northmore Pugin
(1812-1852).
Acabamentos e Revestimentos

< Torre do Relógio do Palácio da Câmara dos


Comuns (1840-68) em Londres.
The library; Augustus Pugin's house in Ramsgate - casa projetada pelo designer para ele
mesmo, com ricos interiores repletos de detalhes. Hoje encontras-se restaurada, exibe o
estilo aconchegante da arquitetura Vitoriana
Industrialização – Século XIX
Sob a inspiração de PUGIN, organizou-se em Londres por volta
do final da década de 1840 um grupo de reformistas:

OWEN JONES arquiteto

RICHARD REDGRAVE pintor

HENRY COLE burocrata

>Preocupavam-se com o que consideravam o “mau gosto”

> Empreenderam uma série de iniciativas para educar o público consumidor:

. Publicaram o jornal: Design and Manufactures


. O livro de Jones (1856): The Grammar of Ornament
OWEN JONES arquiteto

Páginas do livro de Jones (1856) : The Grammar of Ornament


Ensino do Design - durante o século XIX

> WILLIAN DYCE pintor escocês


Diretor da rede de escolas públicas de design estabelecida pelo governo britânico em
1837.

RICHARD REDGRAVE Em 1852: Assumiram a supervisão do Kensington


e HENRY COLE Museum (hoje V&A Museum). Redgrave foi um grande
reformista e educador, e juntos passaram a construir e
ampliar o poderoso sistema de ensino de design que
ficou conhecido pelo nome de:
SOUTH KENSINGTON
Industrialização – Século XIX / décadas 1850-1860

Nem todos os reformadores concordavam com a ideia de ditar preceitos de


design como solução para as mazelas da sociedade Industrial.

JOHN RUSKIN (crítico de arte e educador inglês)


. Apontava o modo de organização do trabalho como o principal fator
responsável pelas deficiências projetuais e estilísticas.

. Em seus discursos já defendia a chamada “qualidade total” e denunciava os


prejuízos ambientais causados pela indústria.
Nas grandes capitais da Europa, a partir
da década de 1850 houve uma verdadeira
explosão do consumo, principalmente com
Na Grã-Bretanha e na o surgimento das primeiras lojas de
França, a presença de departamento na década de 1860.
uma elite consumidora
de razoável porte já se
faz marcante em O fenômeno das lojas de departamento
meados do século 19. espalhou-se por todo o mundo gerando
nomes famosos do comércio como:

Bon Marché em Paris


Os Estados Unidos e a
Macy’s Nova York
Alemanha só atingiram
Liberty em Londres
padrões de consumo
Printemps em Paris
equivalente no final do
Samaritaine em Paris
século 19 e no início
Notre Dame de Paris
do século 20.
Paralelamente a essa evolução, as grandes cidades do século XIX ingressaram na era
do espetáculo:circos, teatros, festas populares, EXPOSIÇÕES de todo o tipo
multiplicaram-se em Londres e Paris.
Surgiu primeiramente na França a ideia de se realizar exposições de artigos
industriais e manufaturados.

> 1797 – primeira exposição em Paris


> 10 exposições nacionais na França até 1849

Outros países seguiram rapidamente o exemplo francês, realizando também


exposições dos produtos das suas indústrias.

Diante da rápida evolução e expansão dessas exposições nacionais, teve-se a


ideia de organizar uma grande exposição internacional:

A GRANDE EXPOSIÇÃO DE 1851


“A Grande Exposição dos Trabalhos de Indústria de Todas as Nações”

Foi organizada pelo pequeno grupo de arquitetos, artistas e administradores


responsáveis pelo sucesso e pelo criticismo agudo da época. Entre eles:

HENRY COLE OWEN JONES MATTHEW DIGBY WYATT

RICHARD REDGRAVE
Produzido por Joseph Paxton, o Palácio de Cristal é a pedra de toque dos
meados do século XIX. Ele representa a direção para o século XX.
Feito inteiramente de ferro e vidro, foi desenhado para produção em escala
industrial.
Paxton era jardineiro e construtor de estufas.
Baseado na estrutura de um certo tipo de nenúfares, a que foi dado o nome de vitória-régia,
Paxton desenvolveu o projeto para o edifício de exposições de grandes proporções.
Os produtos mais admirados de todo o mundo foram expostos no grande Palácio de Cristal.
Tanto o Palácio de Cristal (1851)
quanto a Torre Eiffel (1889)
transmitiam um senso da enormidade
e da escala monumental da era
industrial, e acabaram virando
símbolos não somente das proezas de
engenharia da época, como também
do próprio progresso.
A pirataria tornou-se uma das maiores preocupações dos expositores. A
legislação de patentes e de propriedade intelectual foi revista, ampliada e
definida em nível internacional, através de convenções e tratados ratificados
durante toda a segunda metade do século XIX.

O confronto entre produtos similares também serviu de ímpeto para outra iniciativa
fundamental para a formação de uma economia internacional:

A PADRONIZAÇÃO DE PESOS, MEDIDAS E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS.


A Figura Gigantesca de Willian Morris
Derivando de Ruskin a idéia de que a qualidade do objeto fabricado deveria refletir
tanto a unidade de projeto e execução quanto o bem-estar do trabalhador, tem-se:

WILLIAN MORRIS [designer e crítico inglês]

Morris deu início a uma série de empreendimentos comerciais que iriam


expressar a importância do design de forma inédita.

A partir da abertura da sua primeira firma em 1861, Morris e seus sócios


começaram a produzir objetos decorativos e utilitários tais quais móveis, tecidos,
tapetes, azulejos, vitrais e papéis de parede.
Willian Morris, Papel de Willian Morris – 1875 Willian Morris – 1862
Parede Granville, sec XIX. Chintz – Tulipa Papel de Parede Daisy
Em 1877, a firma abriu
uma loja própria na então
elegante Oxford Street de
Londres e, em 1881,
estabeleceu uma pequena
fábrica em Merton Abbey,
para expandir as condições
de produção daqueles
objetos que requeriam um
controle mais direto do
processo de fabrico.
A MORRIS & COMPANY sobreviveu em muito à morte do seu fundador
em 1896, permanecendo ativa até 1940. Foi talvez o primeiro exemplo,
e ainda um dos mais instrutivos, de uma empresa alicerçada sobre o
design como princípio organizador da sua existência comercial.

Curiosamente, a sua trajetória foge um pouco dos padrões


geralmente reconhecidos como normativos para a atuação
profissional dos designers no século XX. POR QUE?

No final da vida, Morris resolveu Em 1891, foi lançado o primeiro


aplicar a mesma filosofia de livro projetado, composto e
trabalho a um nova área – a impresso pela KELMSCOTT
impressão de livros – com PRESS, editora que se constitui
resultados importantes para o em um dos marcos fundamentais
design gráfico. na história da editoração
moderna.
Em 1880, ele deu início a uma série de experiências com o design de novas fontes
tipográficas.

Morris criou três fontes para a Kelmscott Press inspirado nas tipografias alemã e
italiana do século XV. Apenas duas foram usadas na imprensa, a Golden e a Troy, que
estão disponíveis em versões digitais.
Arts and Crafts – Meados do séc XIX – Início do séc XX
O trabalho de Morris acabou por atingir uma enorme repercussão nesta
época, inserindo-se no contexto do que veio a ser chamado de movimento
ARTS AND CRAFTS (artes e ofícios).

A partir da década de 1880, surgiram na Grã-Bretanha diversas


organizações e oficinas dedicadas a projetar e produzir artefatos de vários
tipos em escala artesanal ou semi-industrial.

Entre as mais famosas:


. Century Guild
. Art Worker’s Guild
. Guild and School of Handicraft
Todas inspiradas diretamente no exemplo de
Morris e dirigidas por designers como:
MACKMURDO
LETHABY
ASHBEE – diretor da Handicraft
WALTER CRANE
A filosofia do movimento Arts and Crafts girava em torno da recuperação dos
valores produtivos tradicionais defendidos por Ruskin, o que explica a opção de
algumas das entidades citadas acima pela apelidação um tanto antiquada de
“Guilda”.
Talvez a contribuição mais duradoura desses movimentos reformistas tenha sido
a idéia de que o design possui o poder de transformar a sociedade e, por
conseguinte, que a reforma dos padrões de gosto e de consumo poderia
acarretar mudanças sociais mais profundas.

Vocês acreditam neste poder do design?


Como isto pode se dar na prática?
As ideias e os modelos de produção do Arts and Crafts logos espalharam para outros
países europeus e para os EUA, exercendo uma influência significativa sobre o
surgimento dos primeiros movimentos modernistas voltados para o design.

JOSEF HOFFAMANN
KOLOMAN MOSER
Tendo como modelo a Guild of Handicraft

FRANK LLOYD WRIGHT


BRUCE ROGERS
Christopher Dresser – 1834 – 1904
Em 1857 foi nomeado professor de “Botânica Aplicada às Belas Artes” na School of
Design, South Kensington.
Em 1860 abandonou a botânica e abraçou o design. Dresser desenvolveu designs de
produtos em metal, cerâmica, vidro, azulejos, têxteis, papel de parede e utensílios (hoje
reeditados pela fábrica italiana Alessi).
Thonet
Em 1851, Thonet exibiu os seus novos
designs de mobiliário na Grande
Exposição e recebeu uma medalha de
ouro.
Peter Cooper

Peter Cooper: Cadeira de balanço – 1860.


Aço com estofamento de veludo.
Nova Iorque, The Cooper Union Museum for Arts and Decoration.
Anúncio da caneta de tinta permanente Primeira máquina de costura de Isaac
- Parker Pens Singer, 1851
Máquina de Escrever No 1 da Remington
- 1873
John Kemp Starley
Bicicleta Rover, design original de 1885.
Foi a base para bicicletas produzidas
comercialmente
Thomas Edison

A lâmpada elétrica incandescente foi resultado de muitos anos de pesquisas e cerca de 1200
experiências.

Em 1882 Edison estabeleceu a primeira “estação de iluminação elétrica”, o que permitiu que No
Iorque se tornasse a primeira cidade a ser iluminada por eletricidade.
Lâmpada Elétrica Incandescente 1878 – 1880
Alexandrer Graham Bell – 1847 – 1922

Um dos primeiros telefones de Bell com painel de terminal,1877. Este exemplar foi usado
pela Rainha Vitória para comunicar-se com Graham Bell em Londres em 14 de janeiro de
1878.
A publicidade começa a se definir na passagem do século XIX para o XX como
veículo principal de expressão.

Até meados do século XIX, mal existia qualquer tipo de


divulgação sistemática

As primeiras agências especializadas nesse tipo de atividade começaram a


surgir a partir da década de 1840, mas sua atuação permaneceu extremamente
restrita, envolvendo principalmente a venda de espaço para anúncios.

Somente na década de 1890, as agências começaram gradativamente a se


envolver na concepção e confecção de campanhas publicitárias .
. Arts & Crafts influenciou o movimento art nouveau.

. Arts & Crafts foi uma importante influência para o


surgimento posterior da Bauhaus, que assim como os
ingleses do século de XIX, também acreditavam que o
ensino e a produção do design deveria ser estruturado
em pequenas comunidades de artesãos-artistas, sob a
orientação de um ou mais mestres.

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