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AULA
Dinâmica do corpo rígido
Meta da aula
Estudar o movimento de um corpo rígido.
objetivos
O PRATO DE FEYNMAN
8 CEDERJ
MÓDULO 1
É a esse último movimento que Feynman se refere. Porém, sua memória
11
falhou. A proporção de dois para um entre a freqüência de rotação em
AULA
torno do eixo de simetria e a freqüência de precessão não é correta. Você
saberia mostrar qual a relação correta?
As complicações do movimento de um corpo rígido seguem, como
você verá, do fato de o momento angular não ser, em geral, paralelo ao
vetor velocidade angular. Apesar disso, é muito importante o estudo
do movimento do corpo rígido. A estabilidade do movimento de seu
carro, tão essencial para sua segurança, o movimento de satélites de
comunicação e a estabilidade dos foguetes que os põem em órbita são
exemplos de aplicações do movimento do corpo rígido. Há ainda os
giroscópios que estão em toda parte, desde bússolas e pilotos automáticos
em aviões, até estabilizadores em filmadoras, e brinquedos como o ioiô
e o pião que fascinam crianças e adultos desde a Antigüidade.
Você vai perceber que esta aula é extensa e de maior dificuldade
que as aulas anteriores. Por isso mesmo, terá um tempo maior no
calendário para estudá-la. Além disso, você terá, ao final, um conjunto
maior de problemas resolvidos.
CEDERJ 9
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
r N
r r r r
L O = ∑ mα (rα − rO ) × (r&α − r&O ) (11.2)
α =1
r (O) r r r r r
onde r = rα − rO e v (O) = r&α − r&O são, respectivamente, o vetor posição
e o vetor velocidade da α-ésima partícula do corpo em relação ao
r
ponto O. A taxa de variação de L O é
r
dLO N
r r N
r r r N
r r r
= ∑ mα v α(O) × vα(O) + ∑ (rα − rO ) × p&α − ∑ mα (rα − rO ) × &&
rO (11.3)
dt α α α
N
r r r N
r r r r r
= ∑ (r
α, β
α − rO ) × Fα , β + ∑ (rα − rO ) × F α(e) − M(R − rO )× &&
α
rO
α ≠β
N r
onde M = ∑ m α é a massa total do sistema e R a posição do centro de
α
massa. Ao passar da primeira para a segunda linha, usamos a expressão
& r
da segunda lei de Newton para pα :
r N r r
p&α = ∑F αβ + Fα(e) (11.4)
β
β ≠α
r
sendo Fα β a força exercida pela partícula rotulada pelo índice β sobre
r
a partícula rotulada pelo índice α e Fα(e)a resultante das forças externas.
r r
A terceira lei de Newton, Fα β = − Fβ α , permite escrever
N
r r r 1 N r r r r r r
∑ (r
α, β
α − rO ) × Fαβ = ∑ [(rα − rO ) × Fα β + (rβ − rO ) × Fβ α ]
2 α ,β (11.5)
α ≠β α ≠β
1 N r r r r r 1 N r r r
= ∑
2 α,β
[(rα − rO ) − (rβ − rO )] × Fαβ = ∑ (rα − rβ ) × Fα β
2 α,β
α ≠β α ≠β
r
Se a força interna Fα β tem a mesma direção da linha que une as
r r r
partículas α e β (vamos supor que seja o caso), então (rα − rβ ) × Fα β = 0
10 CEDERJ
MÓDULO 1
r
11
e, deste modo, dLO r r r r
= NO(e) − M(R − rO ) × &&
rO
dt (11.6)
AULA
onde
r N
r r r
NO(e) = ∑ (rα − rO ) × F α(e) (11.7)
α
r
dLO r (e )
= NO (11.8)
dt
r r
r N drα dR
P = ∑ mα =M (11.10)
α dt dt
r r r r
vα = V + ω × rα (11.13)
12 CEDERJ
MÓDULO 1
Esta última expressão é geral e válida para qualquer escolha da
11
r
origem a partir da qual os vetores rα são medidos. Mas, se fizermos
AULA
a origem do sistema de coordenadas fixo no corpo coincidir com o centro
de massa do objeto, uma simplificação considerável acontece. Neste caso,
por definição de centro de massa,
N
r
∑m
α =1
r =0
α α
(11.16)
N r
r r r r r N
∑ m V ⋅ (ω × r ) = V ⋅ ω × ∑ m r
α α α α (11.17)
α =1 α =1
T = Ttrans + Trot
(11.18)
onde
1 N 1
Ttrans = ∑
2 α =1
mα V 2 = MV 2
2 (11.19)
e 1 N r r
Trot = ∑
2 α=1
mα (ω × rα )2
(11.20)
CEDERJ 13
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
para escrever
r r r r 2
(ω × rα )2 = ω 2 rα2 − (ω ⋅ rα )
3 3 3 3
= ∑ ωi2 ∑ xα2 ,k − ∑ ωi xα ,i ∑ ω j xα , j (11.24)
i = 1 k = 1 i =1 j =1
3 3
= ∑ ωiω j δ ij ∑ xα2 ,k − xα , i xα , j
ij =1 k =1
1 3
Trot = ∑
2 ij
ωi ω j ∑ mα δ ij ∑ xα2 , k − xα , i xα , j (11.25)
α k =1
1
Trot = ∑ Iij ωi ωj
2 ij
(11.26)
com
3
Iij = ∑ mα δ ij ∑ xα2 , k − xα , i xα , j
(11.27)
α k =1
14 CEDERJ
MÓDULO 1
O momento angular do corpo em relação ao ponto O é
11
r r r
AULA
L = ∑ rα × pα (11.28)
α
e, assim, r r r r (11.30)
L = ∑ mα rα × (ω × rα )
α
r
onde usamos a Equação (11.16) para eliminar o termo emV .
Agora, usamos a identidade vetorial
r r r r r r r
( )
a × b × a = a2 b − a a ⋅ b ( ) (11.31)
r
para reescrever L :
r r r r r
L = ∑ mα rα2ω − rα ( rα ⋅ ω ) (11.32)
α
Li = ∑ mα ωi ∑ xα2 ,k − xα ,i ∑ xα , j ω j (11.33)
α k j
= ∑ mα ∑ ω j δ ij ∑ xα2 ,k − ω j xα ,i xα , j
α j k
= ∑ ω j ∑ mα δ ij ∑ xα2 ,k − xα ,i xα , j
j α k
Li = ∑ Iij ω j (11.34)
j
1 3
1r r
Trot =
2
∑L ω
i =1
i i =
2
L ⋅ω (11.35)
CEDERJ 15
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
1 r t r
Trot = ω ⋅ I ⋅ω (11.36)
2
r t r
L = I ⋅ω (11.37)
3
Iij = ∫ δ ij ∑ xk2 − xi x j ρ dv (11.38)
V k =1
∫ ( y + z ) dm − ∫ xydm − ∫ xzdm
2 2
I I xy I xz V V V (11.39)
t xx
I = I yx I yy I yz = − ∫ yxdm ∫V ( x + z ) dm −V∫ yzdm
2 2
I zx I zy I zz V
− zxdm
∫ − ∫ zydm ∫ ( x 2
+ y 2
) dm
V V V
16 CEDERJ
MÓDULO 1
que seus autovalores são reais. Ou seja, para cada ponto de um corpo
11
rígido sempre podemos encontrar um sistema de eixos com origem neste
AULA
ponto, no qual Iij = Ii δ ij :
I 0 0
t 1
I =0 I2 0 (11.40)
0 0 I3
Os sistemas de eixos de coordenadas no qual o tensor de inércia
é diagonal são chamados eixos principais de inércia.
Os eixos principais de um corpo podem ser encontrados em alguns
casos por meio das seguintes regras:
(i) Qualquer plano de simetria de um corpo é perpendicular a um
de seus eixos principais.
(ii) Um eixo de simetria de um corpo é um eixo principal.
Quaisquer pares de eixos perpendiculares ao eixo de simetria serão eixos
de simetria e corresponderão a momentos principais de inércia iguais.
Um corpo para o qual dois dos momentos principais de inércia
são iguais é chamado pião simétrico.
3
2
a a
m/4 m/4
c m/4
m/4 b
Figura 11.1: Um corpo rígido de massa m formado por quatro partículas iguais.
As barras de comprimentos 2a, 2b e 2c, respectivamente, têm massa desprezível.
CEDERJ 17
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
I 0 0 b2 + 2c 2 0 0
t 1 m (11.43)
I =0 I2 0= 0 a + 2c 2
2
0
0 2
0 I3 0 0 a2 + b2
18 CEDERJ
MÓDULO 1
Solução: Mostraremos no item problemas, (ver Problema 11.2),
11
que o tensor de inércia da placa, para o sistema de eixos cartesianos
AULA
mostrado na Figura 11.2, é dado por
1 / 3 −1 / 4 0
t 2 (11.44)
I = ma −1 / 4 1 / 3 0
0 0 2 / 3
1 / 3 − λ −1 / 4 0 ux 0
ma −1 / 4 1 / 3 − λ
2
0 uy = 0 (11.45)
0 0 2 / 3 − λ u z 0
Você já sabe que, para existir uma solução diferente de zero para as
componentes ux , uy e uz , o determinante da matriz na Equação (11.45)
deve ser igual a zero:
1 / 3 − λ −1 / 4 0
−1 / 4 1 / 3 − λ 0 =0
(11.46)
0 0 2/3− λ
7 1 2
I1 = ma2 , I2 = ma2 , I3 = ma2 (11.48)
12 12 3
CEDERJ 19
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
m a
r r r
Quais são os três vetores u1 , u2 e u3 associados a cada um desses
momentos de inércia? Substituindo λ = 7 / 12 na Equação (11.45),
obtemos três equações, − ux − uy = 0 , − ux − uy = 0 e uz = 0 . Logo,
r
uy = − ux e uz = 0 . O vetor pode ser escrito u1 = (c, −c, 0) , onde c
é uma constante. De um modo semelhante, fazendo λ = 1 / 12 na
r
mesma, achamos u2 = (c, c, 0) . E, finalmente, fazendo λ = 2 / 3, obtemos
r
u3 = (0, 0, c). Portanto, os três eixos principais correspondentes aos
momentos de inércia (11.48) estão nas direções dos vetores unitários
1 1
uˆ 1 = (1, −1, 0), uˆ 2 = (1, 1, 0), uˆ 3 = (0, 0, 1) (11.49)
2 2
1 / 3 0 0
r r r t 2 (11.50)
u1 , u2 e u3 I = ma 0 1 / 3 0
0 0 2 / 3
20 CEDERJ
MÓDULO 1
Exemplo 11.3. Considere uma barra de comprimento l, massa
11
m e densidade uniforme de massa. A barra está presa por uma das
AULA
extremidades e gira em torno do eixo vertical. Suponha que a barra
faça um ângulo θ constante com a vertical. Qual é a freqüência ω do
movimento? r
ω = ?ω n̂
Figura 11.4: Barra rígida de comprimento l presa por uma das extremidades, girando
em torno da direção vertical.
r
y ω = ω n̂
Figura 11.5: Sistema de eixos principais de inércia da barra com origem no seu
ponto que está fixo.
CEDERJ 21
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
r 1
L = (I xωx , I yωy , I zωz ) = ( ml 2ω senθ , 0, 0) (11.53)
3
r
O vetor momento angular L aponta na direção do eixo dos x e
quando a barra gira ele descreve um movimento de precessão. Logo
r
dL r r 1
= ω × L = (0, 0, − ml 2ω 2 senθ ) (11.54)
dt 3
r r
Mas dL / dt = N e, portanto,
1 2 2 1
ml ω senθ cosθ = mgl senθ (11.56)
3 2
3g
⇒ω =
2l cosθ
Este teorema é muito útil, como você já deve ter tido oportunidade
de constatar em Física 1B.
Suponha que um corpo rígido esteja girando em torno de um eixo
r
com velocidade angular ω = ω n̂ , onde n̂ é o vetor unitário na direção do
eixo de rotação. A energia cinética de rotação, Equação (11.36), fica
1 t 1
Trot = nˆ ⋅ I ⋅ nˆ ω 2 ≡ Iω 2 (11.57)
2 2
onde
t
I = nˆ ⋅ I ⋅ nˆ (11.58)
22 CEDERJ
MÓDULO 1
é o de momento de inércia em relação ao eixo de rotação. Usando a
11
Equação (11.27) podemos escrever
AULA
t
I = nˆ ⋅ I ⋅ nˆ = ∑ ni I ij n j = ∑ mα ∑ xα2 ,k ∑ ni δ ij n j − ∑ ni xα ,i ∑ n j xα , j
ij α k ij i j
= ∑ mα rα2 − (nˆ ⋅ rˆα )2
α (11.59)
= ∑ mα ρα2
α
onde
^ ⋅ rr )2 = r 2 (1 − cos2 θ ) = r 2 sen2θ = (n
ρα2 = rα2 − (n ^ × rr )2 (11.60)
α α α α α α
ρα
θα
r
rα
n̂
r
Figura 11.6: Vetor posição rα da α -ésima partícula de um corpo que está
girando em torno do eixo na direção do vetor unitário n̂ . ρα é a distância da
partícula ao eixo.
CEDERJ 23
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
r r r r
I = ∑ mα (n^ × rα )2 = ∑ mα (n^ × R + n × rα’ )2
α α (11.61)
r r r r
= ∑ mα (n^ × R)2 + ∑ mα (n^ × rα’ )2 + 2 (n^ × R) ⋅ n^ × ∑ mα rα’
α α α
r
Como ∑ mα rα’ = 0, a Equação (11.61) reduz-se a
α
r
I = ICM + M (n^ × R)2 (11.62)
r
^ × R)2 é o quadrado da
completando a demonstração, uma vez que (n
distância entre os dois eixos.
mα
r
rα
n̂
O r
rα
r
R CM
Figura 11.7: Dois eixos paralelos, um deles passando pelo centro de massa.
AS EQUAÇÕES DE EULER
24 CEDERJ
MÓDULO 1
explícita desses parâmetros. Mais adiante, veremos uma ilustração deste
11
procedimento quando introduzirmos os ângulos de Euler. Aqui vamos
AULA
usar um modo menos direto baseado na taxa de variação do momento
angular.
O movimento de um corpo rígido é determinado pelas Equações
(11.8) e (11.9). A segunda equação permite achar o movimento do centro
de massa. Para encontrar o movimento de qualquer outro ponto do
r
corpo, precisamos conhecer o vetor velocidade angular ω (t) a partir da
primeira equação, que reescrevemos aqui omitindo o índice O:
r
dL r (e)
=N (11.63)
r t r dt
onde L = I ⋅ ω .
CEDERJ 25
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
I1 = I2 ≠ I3
26 CEDERJ
MÓDULO 1
A Equação (11.71) mostra que ω3 é constante e as outras duas
11
equações podem ser escritas como
AULA
ω&1 = − Ωω2
(11.72)
ω& 2 = Ωω1
I −I
Ω = 3 1 ω3 (11.73)
I1
ω1 = ω senα cos Ωt
(11.75)
ω2 = ω senα sen Ωt
ω3 = ω cos α
r
ou seja, no sistema fixo no corpo, o vetor ω (executa
t) um movimento de
eˆ1 e eˆ 3 com freqüência angular Ω,
precessão em torno do eixo de simetria
como está representado na Figura 11.8. É importante enfatizar que a
r
precessão de ω (té) em relação a eixos fixos no corpo que, por sua vez,
r
giram no espaço com velocidade angular ω.(t)
e3 e3
α α
e2 e2
I1 > I3 I1 > I3
e1 e1
r
Figura 11.8: A precessão do vetor velocidade angular ω :(ta) direção de precessão
depende do objeto ser oblato ( I3 > I1) ou prolato (I3 > I1 ).
CEDERJ 27
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
r
ω = ω1 ê1 (11.76)
Suponha agora que essa rotação seja ligeiramente perturba-
da e apareçam pequenas componentes ω2 = µ 2 e ω3 = µ3 , onde
µ 2, µ 3 << ω1 . O vetor velocidade angular toma a forma
r
ω = ω1 eˆ1 + µ2 eˆ 2 + µ3 eˆ 3 (11.77)
I1 ω&1 − µ2 µ3 (I2 − I3 ) = 0
(11.78)
I2 µ& 2 − ω1 µ3 (I3 − I1 ) = 0
I3 µ& 3 − ω1 µ2 (I1 − I2 ) = 0
28 CEDERJ
MÓDULO 1
I −I
11
µ& 2 = 3 1 ω1 µ 3
I2 (11.79)
AULA
I −I
µ& 3 = 1 2 ω1 µ 2
I3
Diferenciando a primeira (segunda) e usando a segunda (primeira),
deduzimos que
µ&& 2 + Ω 1 µ 2 = 0
(11.80)
µ&& 3 + Ω 1 µ 3 = 0
onde
(I1 − I3 )(I1 − I2 )
Ω1 = ω1 (11.81)
I 2 I3
(I3 − I2 )(I3 − I1 )
Ω3 = ω3 (11.83)
I1 I2
Ω1 , Ω3 reais e Ω2 imaginário
imaginario (11.84)
CEDERJ 29
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
x3
x2
x1
OS ÂNGULOS DE EULER
30 CEDERJ
MÓDULO 1
11
A (x′, y′, z ′)
(x, y, z)
→ (x ’, y ’, z ’) (11.85)
AULA
A transformação (11.85) é feita em três estágios sucessivos, cada
um servindo para definir um dos ângulos de Euler:
(a) Rotação dos eixos (x, y, z) em torno do eixo z de um
ângulo φ :
D
(x, y, z) → (ξ , η , ζ ) (11.86)
z=ζ
φ&
η
y
x ζ
ξ = x cos φ + y senφ
(11.87)
η = − x senφ + y cos φ
ζ =z
ou,
ξ cos φ senφ 0 x
η = −senφ cos φ 0 y (11.88)
ζ 0 0 1 z
Logo, a matriz de rotação é
cos φ senφ 0
(11.89)
D = −senφ cos φ 0
0 0 1
CEDERJ 31
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
z=ζ
B
(ξ ′, η ′, ζ ′) → (x′, y′, z ′).
θ φ&
B
(ξ ′, η ′, ζ ′) → (x′, y′, z ′).
y
r
φ
x
θ&
ξ=ξ'
C B
(c)(ξRotação
, η , ζ ) dos
→ (ξ ′, η ′, ζ ′) em torno
eixos ′, ζ ′de
(ξ ′, ηde ) um → (x′,ψy:′, z ′).
ângulo
32 CEDERJ
MÓDULO 1
B (11.93)
(ξ ′, η ′, ζ ′) → (x′, y′, z ′).
11
AULA
z=ζ
ζ' = z '
θ φ&
θ&, φ& e ψ&
y'
η'
ψ
y
φ ψ
x'
x
θ&
Linha de nodos
ξ=ξ'
B
Figura 11.12: Rotação de um ângulo ψ em torno(ξdo η ′, ζ ′.)Asrespectivas
′, eixo y′, z ′).
→ (x′,direções
das velocidades angulares θ&, φ& e ψ& estão indicadas.
cosψ senψ 0
(11.94)
B = −senψ cosψ 0
0 0 1
CEDERJ 33
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
Para escrever as duas primeiras equações, basta notar que φ& senθ
r r
é a projeção de ωφ no plano x′y′ e que ωθ , que já está no plano
r
x′y′. ωψ, por sua vez, é perpendicular ao plano x′y′. A terceira
equação segue da observação de que ψ& já está ao longo do eixo z ′
e que a componente de φ& ao longo de z ′ é φ& cosθ .
1 3
L=T = ∑ Ii ωi2
2 i =1 (11.96)
∂L d ∂L
− =0 (11.97)
∂ψ dt ∂ψ&
∂T ∂ωi d ∂T ∂ωi
∑ ∂ω − ∑ =0
(11.98)
i i ∂ψ dt i ∂ωi ∂ψ&
34 CEDERJ
MÓDULO 1
Agora usamos as Equações (11.95’) para calcular as derivadas das
11
r
componentes de ω em relação a ψ e a ψ& :
AULA
∂ω1 &
= φ senθ cosψ − θ& senψ = ω2
∂ψ (11.99)
∂ω2
= −φ& senθ senψ − θ& cosψ = −ω1
∂ψ
∂ω3
=0
∂ψ
e
∂ω 1 ∂ω 2
= =0
∂ψ& ∂ψ& (11.100)
∂ω 3
=1
∂ψ&
Substituindo esses resultados na Equação (11.98) e usando que
∂T / ∂ωi = Ii ωi , achamos
d
I1 ω1 ω2 + I2 ω2 (−ω1 ) − (I3 ω3 ) = 0
dt
ou
Note que nesta equação não aparece nenhuma referência aos ângulos
de Euler.
As equações correspondentes para ω&1 e ω& 2 não seguem, no
entanto, de forma tão direta das equações de Lagrange para θ e φ .
r
O motivo é que as derivadas das componentes de ω em relação a θ e φ
θ ae φ não são expressões simples, independentes dos ângulos, como as
Equações (11.99) e (11.100). Podemos, contudo, chegar aos resultados
sem fazer contas, observando que a designação de qualquer eixo principal
como sendo o eixo ê3 é inteiramente arbitrária. Logo, basta permutar a
Equação (11.101) para obter relações para ω&1 e ω& 2 :
CEDERJ 35
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
L3 L cosθ
ω3 = = (11.105)
I3 I3
L
φ& = (11.106)
I1
36 CEDERJ
MÓDULO 1
Ou seja, a velocidade de precessão do prato é aproximadamente duas
11
vezes a velocidade de rotação em torno de seu eixo.
AULA
r
L r
ω
φ& e3
e1
θ ψ&
Figura 11.13:r Desenho esquemático mostrando o plano formados pelos vetores momen-
r
to angular L , velocidade angular ω e o eixo de simetria
eˆ1 e eˆ 3de um pião simétrico.
CEDERJ 37
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
^
3 z
^
C 2
Mg
l
θ
y
^
0 I
ψ
φ
Figura 11.14: Pião simétrico num campo gravitacional uniforme. Os eixos fixos no
^ 2^ e 3,
corpo 1, ^ assim como os ângulos de Euler estão indicados.
38 CEDERJ
MÓDULO 1
onde fizemos I2 = I1 . A energia potencial do sistema é a energia potencial
11
gravitacional Mgl cosθ . Assim, a Lagrangiana do pião é
AULA
1 & 2 &2 1
L= I1 (θ + φ sen2θ ) + I3 (ψ& + φ& cosθ )2 − Mgl cosθ (11.111)
2 2
∂L
= I3 (ψ& + φ& cosθ ) = I3 ω3 = pψ = const.
constante (11.112)
∂ψ&
∂L
= I1φ& sen2θ + I3 (ψ& + φ& cosθ )cosθ
∂φ& (11.113)
= I1φ& sen2θ + pψ cosθ = pφ = constante
Note que o torque exercido pela força peso não tem componentes no
plano formado pelos eixos 3 e z. Isto explica por que pψ, o momento
angular na direção do eixo 3, e pφ, a componente do momento angular
na direção z, são quantidades conservadas.
O problema tem ainda uma outra constante do movimento.
De fato, a Lagrangiana não depende explicitamente do tempo e a energia
cinética é uma função homogênea do segundo grau nas velocidades e,
portanto, a energia também é uma constante do movimento:
1 & 2 &2 1
E= I1 (θ + φ sen2θ ) + I3 (ψ& + φ& cosθ )2 + Mgl cosθ (11.114)
2 2
p
ψ& + φ& cosθ = ψ
I3 (11.115)
p − pψ cosθ
φ& = φ (11.116)
I3 sen2θ
CEDERJ 39
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
1 &2
E′ = Iθ + Vef (θ ) (11.117)
2
onde
(pφ − pψ cosθ )2
Vef (θ ) = + Mgl cosθ (11.118)
2I1 sen2θ
θ dθ 2
∫θ0 [E′ − Vef (θ )]1 / 2
=
I1
t (11.120)
40 CEDERJ
MÓDULO 1
11
AULA
E1′ E2′
V(θ)
E1′ E2′
0 θ1 θ0 θ2 π
CEDERJ 41
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
2 (11.124)
ω3 ≥ ωmin = MglI1 cosθ0
I3
η
φ& (θ0 ) = (11.125)
I3 sen2θ0
I3ω3 Mgl
φ&(+) (θ0 ) ≈ , φ&(− ) (θ0 ) ≈ (11.126)
I1 cosθ0 I3ω3
Isto dá
I3ω3 sen2θ0 2MglI1 cosθ0
η(+) ≈ 1 + 1 −
2 cosθ0
I32ω32 (11.128)
42 CEDERJ
MÓDULO 1
η(+) I3ω3
φ&(+) (θ0 ) = (11.129)
11
≈
I1sen θ0
2
I1 cosθ0
AULA
η(−) Mgl
φ&(− ) (θ0 ) = ≈
I1sen θ0
2
I3 ω3
p − pψ cosθ
φ& = φ (11.130)
I1 sen2θ
CEDERJ 43
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
θ1 θ1 θ1
θ2 θ2 θ2
Figura 11.16: Três tipos de nutação de um pião. As possíveis formas da curva traçada
pelo eixo de simetria do pião sobre uma esfera centrada no ponto fixo do pião.
pφ − pψ cosθ =0 (11.131)
θ1
então
φ& = 0, θ& =0
θ1 θ1 (11.132)
44 CEDERJ
MÓDULO 1
A PRECESSÃO DOS EQUINÓCIOS
11
AULA
A esfera celeste é uma esfera imaginária de raio muito grande,
concêntrica com a Terra, sobre a qual projetamos as posições observadas
dos corpos celestes. O equador celeste é um grande círculo na esfera
celeste, uma extensão do equador terrestre. A eclíptica é o caminho
aparente que o Sol traça no céu – independente da rotação da Terra
– durante o ano. Mais precisamente, é a interseção da esfera celeste
com o plano eclíptico, que é o plano geométrico contendo a órbita
média da Terra em torno do Sol. O plano da eclíptica está inclinado de
aproximadamente 23,50 em relação ao equador celeste.
Um equinócio é um dos dois pontos na esfera celeste onde o
equador celeste e a eclíptica se interceptam. Os dias em que o Sol está
nesses pontos da eclíptica são os dois únicos dias do ano em que ele
se ergue exatamente a leste e se põe exatamente a oeste. São também
os dias em que o Sol passa tempos exatamente iguais acima e abaixo
do horizonte, ou seja, em que a duração do dia é igual à da noite.
Correspondem aos dias 21 de março (equinócio da primavera (outono) no
hemisfério norte (sul)) e 22 de setembro equinócio de outono (pimavera)
no hemisfério norte (sul).
Atribui-se a Hiparco a descoberta, por volta do ano 130 a.C., de
que o Sol não está sempre na mesma posição do zodíaco quando ocorrem
os equinócios, ou seja, os pontos em que a trajetória aparente do Sol cruza
o equador celeste não são fixos, mas vão mudando lentamente com o
tempo. Hiparco comparou observações antigas de astrônomos babilônios
com as suas e concluiu que nos 169 anos anteriores aquelas interseções
tinham se movido aproximadamente dois graus. Hiparco chamou esse
movimento de precessão dos equinócios. As posições dos equinócios
movem-se para o oeste ao longo da eclíptica, comparadas às estrelas
fixas na esfera celeste. O processo é lento, mas cumulativo. Um ciclo
completo de precessão dura aproximadamente 26.000 anos. Atualmente,
o equinócio da primavera (hemisfério norte) está em transição para a
constelação de Aquário.
Pense e tente responder: Como podia Hiparco saber a posição
do Sol em relação às estrelas com tanta precisão, se elas não são visíveis
durante o dia?
CEDERJ 45
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
1 & 2 &2 2 1
L= I1 (θ + φ sen θ ) + I3 (ψ& + φ& cosθ )2 − V (cosθ ) (11.133)
2 2
GMS (I3 − I1 ) 1 3
V (cosθ ) = 3 − cos θ
2
(11.134)
2RS 2 2
46 CEDERJ
MÓDULO 1
11
RESUMO
AULA
Ao estudar o movimento de um corpo rígido, é conveniente separá-lo em dois
movimentos que se superpõem: (a) a translação de um ponto fixo no corpo, o
centro de massa, descrito pela equação
r
dP r (e)
=F
dt
r
onde P é o momento do centro de massa em relação a um referencial inercial e
r
Fe é a resultante das forças externas atuando no corpo; (b) a rotação do corpo
em torno do centro de massa, descrito pela equação
r
dL r (e)
=N
r dt
r
dL r (e )
onde L e= N são o momento angular e o torque total das forças externas,
dt
respectivamente, calculados em relação ao centro de massa. Se o corpo tem um
ponto que está em repouso, então ele só poderá girar em torno desse ponto.
A energia cinética de rotação e o momento angular podem ser escritos como
1 r t r
Trot = ω ⋅ I ⋅ ω e
2
r t r
L = I ⋅ω
t
onde I é o tensor de inércia que, para uma dada escolha de eixos de ortogonais
com origem no centro de massa, é dado por
3
Iij = ∑ mα δ ij ∑ xα2 ,k − xα ,i xα , j
α k =1
CEDERJ 47
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
As equações de Euler
dω1
I1 = ω2 ω3 (I2 − I3 ) + N1(e)
dt
dω2
I2 = ω1 ω3 (I3 − I1 ) + N 2(e)
dt
dω
I3 3 = ω1 ω2 (I1 − I2 ) + N3(e)
dt
permitem calcular as componentes do vetor velocidade angular ao longo dos
eixos principais de inércia que giram com o corpo. É muito complicado encontrar
a solução dessas equações, mesmo na ausência de torques externos. Nesse último
caso, se o corpo tem simetrias, a solução das equações de Euler pode ser facilmente
encontrada.
A análise do movimento de um corpo rígido também pode ser feita estudando-se
a variação no tempo da orientação dos seus eixos principais dada pelos ângulos
de Euler, θ , φ e ψ . Com as componentes do vetor velocidade angular escritas em
termos dos ângulos de Euler,
48 CEDERJ
MÓDULO 1
CADERNO DE EXERCÍCIOS DA AULA 11
11
AULA
11.1. Considere um cone de altura H e raio da base R = H tan α
com uma densidade uniforme de massa ρ = 3M /(π HR ):
2
H R
CM
y
O
x
3 2 R2 3
Ix x = Iy y = MH + e Iz z = MR2
5 4 10
3 H2 3
I1 = I2 = M R2 + e I3 = MR2
20 4 10
A −C 0
t
I = −C B 0
0 0 A + B
CEDERJ 49
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
o b y
l/2 l/2
R
x
11.4. (a) Encontre a que altura deve ser a tacada numa bola de
bilhar de modo que ela role sem deslizamento inicial.
(b) Calcule a melhor altura dos trilhos de uma mesa de bilhar
(as bordas internas e inclinadas para dentro da mesa, são denominadas
“trilhos”). No que você se baseou para fazer o cálculo?
50 CEDERJ
MÓDULO 1
y
11
AULA
P
m
R
α
O x
M
Q
Iij = ∑ mα δ ij ∑ xα2 , k − xα ,i xα , j
α k
CEDERJ 51
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
g
ω 2 = A ( 2 − 1)
l
m
θ
ur
R V
52 CEDERJ
MÓDULO 1
11
2M
α = ω0T 1 −
2M + 5m
AULA
onde T é o tempo necessário para a partícula se mover de um pólo ao
outro.
Você vai achar útil a seguinte derivada:
d a a
tan−1 ( a tan x ) = =
dx cos2 x + a2 sen2 x 1 + ( a2 − 1) sen2 x
r
M a 2 − b2
11.9. Mostre que o torque N =necessário
2 para
2
bω 2 eˆa3 placa re-
agirar
12 a + b
tangular em torno da diagonal com velocidade angular constante ω é
r M a 2 − b2
N= a bω eˆ 3
2
12 a2 + b2
ω^
e^2 a
CM
^
e
1
CEDERJ 53
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
ur
ω3
1 & 2 &2 1
L= I1 (θ + φ sen2θ ) + I3 (ψ& + φ& cosθ )2 − Mgl cosθ
2 2
2 4Mgl θ I2 ω2 θ
θ&2 = Mgl (1 − cosθ ) − φ&2 sen2θ = sen2 − 3 2 3 tan2
I1 I1 2 I1 2
54 CEDERJ
MÓDULO 1
11
^ z
3
AULA
C ^
2
Mg
l
θ , φ ,ψ y
^I
O θ , φ ,ψ
θ , φ ,ψ
x
x
ml ’2 0 0
t
I = 0 ml 2 0
2
0
0 m ( l + l )
’2
CEDERJ 55
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
I1 ω&1 − ( I2 − I3 ) ω2 ω3 = N1
I2 ω& 2 − ( I3 − I1 ) ω3 ω1 = N2
I3 ω& 3 − ( I1 − I2 ) ω1 ω2 = N3
x3
Pontos de contato θ
r
R θ
56 CEDERJ
MÓDULO 1
(b) O torque (relativo ao centro da bola) vem da força no ponto
11
de contato. Identifique a componente vertical e a componente horizontal
AULA
desta força e mostre que o módulo do torque é
r
N = mg (r cosθ ) − m (R − r cosθ ) Ω2 (r senθ )
r
Na situação mostrada na figura, qual a direção e o sentido de N ?
(c) Finalmente, mostre que, ra partir do movimento executado
r r
por L , você pode determinar dL e comparando com N obtenha
dt
para Ω:
g cosθ
Ω2 =
5
senθ R − r cosθ
3
SOLUÇÕES
∫ z ρ dV = ρ H 2π z tan α
zCM = ∫ dzz ∫ dθ ∫ rdr
∫ ρ dV M 0 0 0
πρ H
=
M ∫0
dzz 3 tan2 α
πρ 4 3H
= H tan2 α =
4M 4
r
Iij = ∫ ρ (r ) δ ij ∑ xk2 − xi x j dV
V
k
temos I xx = ρ ∫ (y 2 + z 2 )dV
V
H 2π z tan α
= ρ ∫ dz ∫ dθ ∫ rdr(z 2 + r 2 sen2θ )
0 0 0
H 1
= πρ ∫ dzz 4 tan2 α + tan4 α
0
4
πρ 2 3 1 4 3 2 R2
= R H + R H = MH +
5 4 5 4
CEDERJ 57
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
H 2π z tan α
I yy = ρ ∫ dz ∫ dθ ∫ rdr(z 2 + r 2 cos2 θ ) = I xx
0 0 0
Finalmente, temos
I zz = ρ ∫ (x 2 + y 2 )dV
V
H 2π z tan α
= ρ ∫ r 2 dV = ρ ∫ dz ∫ dθ ∫ r 3dr
V 0 0 0
πρ H πρ 4 3
=
2 ∫0
dzz 4 tan4 α =
10
(R H) =
10
MR2
t
11.2. Queremos calcular o tensor I de inércia da placa na figura,
para o sistema de eixos indicado. Temos que
∫ ( y + z ) dm − ∫ xydm − ∫ xzdm
2 2
I Ix y I x z V V V
t xx
I = Iy x Iy y I y z = − ∫ yxdm ∫V ( x + z ) dm −V∫ yzdm
2 2
Iz x Iz y I z z V
− zxdm
∫ − ∫ zydm ∫ ( x 2
+ y 2
) dm
V V V
0 b y
58 CEDERJ
MÓDULO 1
Como essa distribuição de massa se encontra no plano Oxy, os produtos
11
de inércia I xz , I yz , I zx e I zy são nulos porque z = 0. Para os outros
AULA
produtos de inércia, como dm = σ d xdy , temos
a b
M 1
I x y = I y x = − ∫ xydm = −
ab ∫0
xd x ∫ ydy = − Mab
V 0
4
1 1
I xx = Ma2 , I yy = Mb2
3 3
1
I zz = I xx + I yy = M(a2 + b2 )
3
Assim, A −C 0
t
I = −C B 0
0 0 A + B
1 1 1
onde A = Ma2 , B = Mb2 , C = Mab
3 3 4
CEDERJ 59
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
2 a
2
v2
=x 2
+y 2 &
= θ + R2θ 2
CM CM CM
2
é 1 2 1 &2
Trot = Iω = Iθ
2 2
1 2
onde I= (l + a2 )
12
1 a l 2 + a2 &2
2
1 1
T= 2
MvCM + Iω 2 = M + R2θ 2 + θ
2 2 2 2 12
V = MgyCM
1 a l 2 + a2 &2
2
a
L = T − V = M + R2θ 2 + θ − Mg R + cosθ + Rθ senθ
2 2 12 2
a2 1 2 2 && 2 &2
+ R θ + (l + a ) θ + R θθ + g [Rθ cosθ − (a / 2) senθ ] = 0
2 2
4 12
60 CEDERJ
MÓDULO 1
Esta equação é exata e muito complicada, mas queremos tratar
11
somente do caso de pequenas oscilações ( θ << 1 ). Neste caso a equação
AULA
do movimento fica bem mais simples:
a2 1 2 2 && a
+ (l + a ) θ + g R − θ = 0
4 12 2
g(R − a / 2)
ω=
a / 4 + l 2 / 12
3
a
V = Mg R + cosθ + Rθ senθ
2
a θ2
V ≅ Mg R + 1 − + Rθ
2
2 2
a 1 a
≅ Mg R + + R − θ 2
2 2 2
CEDERJ 61
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
∆ω
ur
F
∆V
R
h
Podemos escrever
∆p = M∆V
∆L = IO ∆ω = hM∆V
ou,
IO
h=
MR
62 CEDERJ
MÓDULO 1
Isto diz que o ponto em que devemos acertar a tacada para que a bola
11
de bilhar role sem deslizar, desde o início, corresponde a h = (7 / 5)R.
AULA
(b) Se a bola estiver rolando quando atingir o trilho frontalmente,
queremos que ela reverta tanto sua velocidade linear quanto sua
velocidade angular com um outro impulso rápido. Isto é equivalente a
ter de comunicar à bola o dobro dos valores ∆p e ∆ω durante a colisão
com o trilho. O mesmo argumento que usamos anteriormente mostra
ser= (7 / 5)R.
que a altura do trilho deve h
Então,
t t t
I = I anel + I part
r t r
L = I ⋅ω
1 / 2 0 0 0 sen2α − senα cos α 00
= MR2ω 0 1 / 2 0 1 + mR2ω − senα cos α cos2 α 01
0 0 1 0 0 0 1 0
= MR2ω ( 0, 1 / 2, 0 ) + mR2ω ( −senα cos α , cos2 α , 0 )
CEDERJ 63
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
ou seja,
r 1
L = MR2 + mR2 cos2 α ω ^j − mR2ω senα cosα i^
2
r& r r m ^
RCM = ω × RCM = − ω R cos α k
m+M
r
Derivando novamente e como ω = (0, ωvetor
é um , 0) constante, temos
&&r r r r m
RCM = ω × (ω × RCM ) = − ω 2 R cos α i^
m+M
FP − FQ = mω 2 R senα cos α
64 CEDERJ
MÓDULO 1
A partir das duas equações para as forças, obtemos
11
1
FP =mω 2 R cos α (1 + senα )
AULA
2
1
FQ = mω 2 R cos α (1 − senα )
2
Note que essas forças são necessárias devido à presença da
massa m. O anel sozinho, como o movimento é em torno de um de seus
eixos de simetria, não precisaria de forças e torques.
r
11.6. Vamos começar decompondo g numa componente
g cos α ao longo das dobradiças e g sen α perpendicular a elas. É a
componente g sen α que faz a porta fechar. Para escrever as equações
do movimento, desenhamos a porta vista de cima, ao longo das
dobradiças.
Em torno do eixo das dobradiças, temos
N = Iθ&& (P.1)
l
onde o torque é N = − M g senα senθ e o momento de inércia
1 2 2
I = Ml . Substituindo essas quantidades na Equação (P.1), obtemos
3
3 g senα
θ&& = − senθ (P.2)
2 l
θ&2 3 g senα
d =− senθ dθ (P.3)
2 2 l
θ&2 3 g senα
= cosθ (P.4)
2 2 l
dθ 3g senα
= cosθ (P.5)
dt l
CEDERJ 65
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
1 1 Mgl
∆V = Mgl − = ( 2 − 1)
2 2 2
(a) Caso com atrito. O cubo não desliza enquanto cai, e a variação
1 2
da energia cinética é ∆T = Iω (o cubo está inicialmente em repouso).
2
O momento de inércia é, usando o teorema dos eixos paralelos,
2
l Ml 2 Ml 2 2 2
I = ICM + M = 6 + 2 = 3 Ml
2
Fazendo ∆T = ∆V , temos
1 2 2 Mgl
Ml ω = ( 2 − 1)
3 2
ou,
3g
ω2 = ( 2 − 1)
2l
(b) Caso sem atrito. Agora o cubo vai deslizar enquanto cai, e a
variação da energia cinética fica
1 2 1
∆T = Iω + MvCM
2
2 2
66 CEDERJ
MÓDULO 1
11
Sendo θ final = π / 4 , temos que
AULA
1 2 1 l2 2 π 1 1
∆T = Iω + M ω cos2 = Ml 2ω 2 + (0.2)
2 2 2 4
12 8
20 Mgl
Ml 2ω 2 = ( 2 − 1) (0.3)
8 × 12 2
ou,
g 8 × 12 12 g
ω2 = ( 2 − 1) = ( 2 − 1)
l 2 × 20 5 l (0.4)
CEDERJ 67
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
e, assim,
T
2M
∫ ωdt = ω T
0
0
5m + 2M
I1 ω&1 − ( I2 − I3 ) ω2 ω3 = N1
I2 ω& 2 − ( I3 − I1 ) ω3 ω1 = N2
I3 ω& 3 − ( I1 − I2 ) ω1 ω2 = N3
Sabemos que 1
I1 = Mb2
12
1
I2 = Ma2
12
1
I3 = I + I 2 =
M(a2 + b2 )
12
No nosso sistema de eixos, temos ainda para as componentes da
velocidade angular ω3 = 0
ωa
ω1 =
a 2 + b2
ωb
ω2 =
a 2 + b2
r
Substituindo nas equações de Euler, lembrando que ω é constante,
obtemos: N1 = 0
N2 = 0
M a 2 − b2
N3 = a bω
2
12 a2 + b2
que é o resultado procurado.
68 CEDERJ
MÓDULO 1
11.10. (a) O potencial efetivo do pião simétrico é dado pela
11
Equação (11.117):
AULA
(pφ − pψ cosθ )2
Vef (θ ) = + Mgl cosθ
2I1 sen2θ
onde pφ e pψ são constantes do movimento. A condição para um
movimento de precessão pura é
dVef (θ )
=0
dθ θ0 = π / 2
ou
ou ainda,
pφ pψ
= Mgh
I1
I1 φ& I3 ω3
= Mgh ,
I1
ou seja,
Mgh
φ& =
I3 ω3
∂ 2Veff
>0
∂θ 2
θ0 = π / 2
O movimento é estável.
CEDERJ 69
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
1 & 2 &2 1
L= I1 (θ + φ sen2θ ) + I3 (ψ& + φ& cosθ )2 − Mgl cosθ
2 2
∂L
pψ = = I3 (ψ& + φ& cosθ ) = I3ω3
∂ψ&
∂L
pφ = = I1 φ& sen 2θ + I 3 (ψ& + φ& cos θ ) cos θ = I1 φ& sen 2θ + pψ cos θ
∂φ&
pφ = pψ = I3 ω3
1 & 2 &2 1 1
E= I1 (θ + φ sen2θ ) + I3 (ψ& + φ& cosθ )2 + Mgl cosθ = E0 = I3ω3 + Mgl
2 2 2
I ω (1 − cosθ ) I ω (1 − cosθ m )
φ& = 3 3 ⇒ φ&(m) = 3 3
I1 sen θ
2
I1 sen2θ m
θ θ θ
1 − cosθ = 2 sen2 e senθ = 2 sen cos
2 2 2
achamos
θm I3 ω3
cos =
2 2 I1Mgl
70 CEDERJ
MÓDULO 1
É fácil de ver desta equação, sem resolvê-la, que θ& = 0 sempre
11
que θ for igual a zero e igual a θ m.
AULA
11.12. (a) Considere o sistema de referência girando com
velocidade angular Ω ẑ no qual o centro da bola está em repouso.
Se os pontos de contato da bola com o aro traçam um grande
círculo na bola, então ela deve estar girando em torno do eixo
x̂3 (negativo) com uma velocidade angular que chamaremos de ω ’r. = ΩR
A condição de rolar sem deslizar diz que ω ’r = ΩR e, portanto,
ω ’ = ΩR / r. Assim, o vetor velocidade angular total da bola é
r
ω = Ω zˆ − ω ’ xˆ 3 = Ω zˆ − (R / r) Ω xˆ 3
CEDERJ 71
Mecânica | Dinâmica do corpo rígido
r r
(c) Igualando dL / dt e N permite encontrar a expressão pro-
curada para Ω:
g cosθ
Ω2 =
5
senθ R − r cosθ
3
72 CEDERJ